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METODOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO DOS JOGOS TRANSVERSAIS Quando aqui se estabelece uma metodologia para aplicação dos Jogos transversais, pensamos não como um roteiro ou caminho fechado que deva ser seguido rigidamente para atingir seus objetivos, porém assim estabelecemos como um exemplo de experiência que vem dando resultado e que pode e deve ser questionada, ampliada e até modificada. Quando pensamos então nos Jogos Transversais como proposta de abordagem para a Educação Física Escolar, pensamos primeiro nas condições ideais para o seu desenvolvimento. E o ideal é que esse desenvolvimento se dê dentro dos princípios da transversalidade. Nesta perspectiva, onde a união faz a força, onde as áreas do conhecimento se entrecruzam para atingirem em sua totalidade os temas sociais relevantes, surgem às condições mais favoráveis para execução dos fins a que se propõe o processo ensino-aprendizagem. A organização dos Temas Transversais sob forma de projetos ou de temas geradores também atendem a essa demanda. Destacamos ainda que a divisão da aula foi adotada para melhor compreensão didática e que o desenvolvimento da aula se processa de forma contínua. . Ressaltamos ainda que nosso trabalho é desenvolvido para o 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental, porém temos desenvolvido experiências com todos os seguimentos e etapas de ensino. Inicialmente, como parte primeira de cada aula, definimos como primeira etapa e de fundamental importância para o sucesso dos Jogos Transversais, a contextualização do Tema Transversal a ser abordado. Essa contextualização se refere a criar um ambiente favorável para o desenvolvimento da aula e dos jogos. Dividimo-la em três partes, a constatação, o METODOLOGIA DOS JOGOS 1ª ETAPA 2ª ETAPA 1. CONSTATAÇÃO 2. ENRIQUECIMENTO 3. ESTIMULAÇÃO CONTEXTUALIZAÇÃO REFLEXÃO

Metodologia de desenvolvimento dos jogos transversais

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Page 1: Metodologia de desenvolvimento dos jogos transversais

METODOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO DOS JOGOS TRANSVERSAIS

Quando aqui se estabelece uma metodologia para aplicação dos Jogos transversais,

pensamos não como um roteiro ou caminho fechado que deva ser seguido rigidamente para

atingir seus objetivos, porém assim estabelecemos como um exemplo de experiência que vem

dando resultado e que pode e deve ser questionada, ampliada e até modificada. Quando

pensamos então nos Jogos Transversais como proposta de abordagem para a Educação Física

Escolar, pensamos primeiro nas condições ideais para o seu desenvolvimento. E o ideal é que

esse desenvolvimento se dê dentro dos princípios da transversalidade. Nesta perspectiva, onde a

união faz a força, onde as áreas do conhecimento se entrecruzam para atingirem em sua

totalidade os temas sociais relevantes, surgem às condições mais favoráveis para execução dos

fins a que se propõe o processo ensino-aprendizagem. A organização dos Temas Transversais

sob forma de projetos ou de temas geradores também atendem a essa demanda. Destacamos

ainda que a divisão da aula foi adotada para melhor compreensão didática e que o

desenvolvimento da aula se processa de forma contínua. . Ressaltamos ainda que nosso

trabalho é desenvolvido para o 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental, porém temos desenvolvido

experiências com todos os seguimentos e etapas de ensino.

Inicialmente, como parte primeira de cada aula, definimos como primeira etapa e de

fundamental importância para o sucesso dos Jogos Transversais, a contextualização do Tema

Transversal a ser abordado. Essa contextualização se refere a criar um ambiente favorável para o

desenvolvimento da aula e dos jogos. Dividimo-la em três partes, a constatação, o

METODOLOGIA DOS JOGOS

1ª ETAPA

2ª ETAPA

1. CONSTATAÇÃO

2. ENRIQUECIMENTO

3. ESTIMULAÇÃO

CONTEXTUALIZAÇÃO

REFLEXÃO

Page 2: Metodologia de desenvolvimento dos jogos transversais

enriquecimento e a estimulação. A constatação é a etapa que visa detectar que grau de

conhecimento os alunos possuem sobre o tema a ser abordado. Ela se dá através de perguntas

básicas relacionados ao tema (Ex. Tema: Ética; perguntas: Quem sabe dizer o que é ética?

Alguém poderia dar um exemplo?). A segunda parte é o enriquecimento através da utilização de

um material de apoio. Esta parte pode se dá sob diversas formas, ou seja, através da leitura um

pequeno texto, de uma reportagem, uma música, uma fábula, um caso, um velho ditado, um

poema, um provérbio, ou até mesmo uma pequena frase, que esteja relacionado ao tema ou a

reflexão proposta pelo jogo. Pode se dar também através da exibição de uma imagem, foto ou

um simples desenho. A terceira parte, que é a estimulação, ocorrerá exclusivamente pela prática

dos Jogos Transversais, visando sempre a segurança e possibilitando a inclusão de todos. A

prática dos jogos nada mais é do que, a construção de situações didático-metodológicas que

buscam valorizar e potencializar a capacidade de questionar, de debater, de refletir sobre os

temas sociais em questão, ou seja, situações de aprendizagem que buscam garantir aos alunos

o desenvolvimento das capacidades necessárias à construção progressiva de conhecimentos

para uma atuação pautada por princípios da ética democrática. Todos os jogos podem e devem

ser adequadas as condições sócio-cognitivas dos alunos e as suas realidades locais e coletivas.

Variações poderão surgir. Esperamos também que, principalmente, possam servir de inspiração

para que novos jogos sejam criados por qualquer aluno, profissionais ou pessoa que com eles

simpatize e os adote.

A segunda e última etapa é a reflexão, que acontecerá após cada jogo e/ou ao final da

aula, preferencialmente nos momentos de recuperação e descanso, buscando fazer uma ligação

do tema com o jogo e a realidade individual e social, ou seja, com a vida de seus praticantes,

buscando sempre que possível propor mudanças para melhorar as condições existentes, tanto

endógenas quanto exógenas. É neste momento que serão confrontados os valores definidos no

texto constitucional e os valores que cada aluno trás consigo, para que a partir desse confronto,

possam eleger seus novos valores.

Após a reflexão teríamos então como resultado as propostas ou sugestões direcionadas para

as resoluções dos problemas sociais apresentados ou de apontamentos sobre qual a melhor

conduta, comportamento e/ou atitude a ser adotada ante a questão exposta no momento e

contexto histórico-cultural atual.

Segundo os PCNs (BRASIL, 1998), o fato de os alunos serem crianças e adolescentes não

significa que sejam passivos e recebam sem resistência ou contestação de tudo o que implícita

ou explicitamente se lhes quer transmitir; e que mesmo nas séries iniciais é possível oferecer

informações, vivências e reflexão sobre as causas e as nuanças dos valores que orientam os

comportamentos e tratá-los como produtos de relações sociais, que podem ser transformados.

Inicialmente nem todos os alunos de uma turma, ou apenas alguns poucos, terão um nível de

consciência crítica favorável as devidas reflexões, porém à medida que esse trabalho for se

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desenvolvendo isso irá acontecendo de forma lenta e gradativa. Cada jogo transversal contém

uma ou mais reflexões que podem ser adaptadas e até serem substituídas, tendo o devido

cuidado de não deixar de fazer sentido com o respectivo jogo. As adaptações deverão sempre

buscar uma adequação ao nível de consciência e ao vocabulário dos seus alunos.