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0 FACULDADE DO CENTRO LESTE-UCL CURSO TECNICO EM METALURGIA LUCIANO DA SILVA INFLUÊNCIA DA UMIDADE NO PROCESSO DE PELOTIZAÇAO SERRA 2008

Processo de pelotização

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Descrição do processo de pelotização.

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0  

FACULDADE DO CENTRO LESTE-UCL

CURSO TECNICO EM METALURGIA

LUCIANO DA SILVA

INFLUÊNCIA DA UMIDADE NO PROCESSO DE PELOTIZAÇAO

 

                    

SERRA 2008 

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1  

 LUCIANO DA SILVA

           

INFLUÊNCIA DA UMIDADE NO PROCESSO DE PELOTIZAÇAO

         

Trabalho interdisciplinar apresentado no curso técnico em metalurgia da faculdade do centro leste‐UCL, como requisito parcial para obtenção do certificado de técnico em metalurgia.                                     Orientador: Paulo de tarso 

 

  

      

 

 

  

SERRA 2008   

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2  

Resumo   Este trabalho apresenta‐se a influencia da umidade no processo de pelotizaçao, dando destaque  para  o  processo  de  filtragem  e  a  formação  da  polpa  retida,  que  tem  grande influencia no Pelotamento e conseqüentemente no processo de queima.     Realizamos  testes de umidade no processo de  filtragem das usinas 1 e 2 da Vale  , para avaliar a umidade da polpa retida em função da espessura da camada e tempo de secagem controlados através da rotação do filtro e obtivemos resultados de umidade   muito próximo,sem grandes alterações na quantidade de água na polpa retida.  

   

   

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3  

Índice 1.0 Introdução ............................................................................................................................... 5 

1.1 Históricos da pelotização ............................................................................................. 5 

2.0 INTRODUÇÃO A SIDERURGIA .................................................................................................. 6 

2.1 Panorama de produção siderúrgica. ............................................................................. 7 

2.2 Sustentabilidades na siderurgia .................................................................................... 8 

2.3 Produtos siderúrgicos ................................................................................................ 10 

2.4 Classificações dos produtos siderúrgicos .................................................................... 12 

2.5 siderúrgicas brasileiras e seus produtos ..................................................................... 15 

3‐Área de redução ....................................................................................................................... 16 

3.1 ‐ Coqueria .................................................................................................................. 17 

3.2‐Sinterização ............................................................................................................... 19 

3.2‐alto‐forno .................................................................................................................. 21 

3.3 Processos de redução direta ....................................................................................... 27 

4‐Processo de pelotizaçao ........................................................................................................... 28 

4.1 Preparação da matéria‐prima ..................................................................................... 30 

4.1.1 Empilhamento/Recuperação ..................................................................................... 30 

4.2‐Moagem .................................................................................................................... 31 

4.2.1‐Variáveis operacionais ............................................................................................... 34 

4.3 Espessamento/homogeneização e adição de carvão .................................................. 42 

4.3.1 Espessamento ............................................................................................................ 42 

4.3.2 homogeneização ........................................................................................................ 47 

4.3.3 Adição de carvão ........................................................................................................ 48 

4.4 Filtragem ................................................................................................................... 48 

4.4.1 Formação da polpa retida .......................................................................................... 50 

4.4.2 Equipamentos e componentes da área de filtragem ................................................. 51 

4.4.3 Tipo de aglomerantes ................................................................................................. 56 

4.5 Pelotamento .............................................................................................................. 57 

4.5.1)  Equipamentos usados para a formação das pelotas cruas ................................. 61 

4.5.2)  Variáveis do processo .......................................................................................... 62 

4.6‐ Queima ..................................................................................................................... 67 

4.6.1 Tratamento térmico das pelotas ................................................................................ 67 

4.7 Peneiramento ............................................................................................................ 70 

4.8 Umidade no processo de pelotizaçao ......................................................................... 71 

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4  

Bibliografia .................................................................................................................................. 75 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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5  

1.0 Introdução 

1.1 Históricos da pelotizaçao  

As  jazidas  de minério  de  ferro  contem,  naturalmente,  uma  parcela  de  fios  de  tamanho 

inferior a 6 mm.  E unanimidade na siderurgia nacional que esta e a dimensão mínima aceitável 

em  minérios  granulados  para  a  utilização  em  altos‐fornos.  Além  disso,  durante  a  lavra, 

processamento de  concentração,  classificação, manuseio  e  transporte do minério,  e  gerada 

uma quantidade adicional de partículas finas e ultrafinas, cuja aplicação direta nos reatores de 

redução  e  impraticável.    A  utilização  do  minério  nesse  estado  tornaria  a  carga  pouco 

permeável à passagem dos gases redutores, diminuindo a performance operacional. Por outro 

lado, a separação dessa parcela  ,considerando‐a como rejeito, teria as seguintes  implicações, 

dentre outras: 

‐Diminuição do rendimento da lavra; 

‐Aumento dos custos operacionais; 

‐Redução das reservas 

‐Aumento dos rejeitos. 

Com o propósito de elevar o índice de recuperação e melhorar a economicidade global do 

sistema,  surgiram  os  processos  de  aglomeração.  O  objetivo  era  agregar  em  pedaços  de 

tamanho adequado um grande numero de minúsculas partículas de minério, resultando num 

produto  com características adequadas para a utilização nos  reatores de  redução. Os meios 

empregados para promover  a  aglomeração  foram baseados  em processamentos  térmicos  a 

altas temperaturas. Surgiram, assim, os processos de sinterização, no final do século dezenove 

e os de pelotizaçao no inicio do século vinte, em 1911, na Suécia. A sinterização encarregou‐se 

de  uma  parcela  dos  finos.  Mostrou‐se  porem,  imprópria  a  absorção  dos  ultrafinos,  com 

tamanho  abaixo  de  0,  149  mm  (100mesh).  Para  aproveitá‐los,  foi  então  idealizada  a 

pelotizaçao.  Com  esses  dois  processos,  todos  os  finos  gerados  na mineração  puderam  ser 

aglomerados  em  tamanhos  adequados  a  utilização  nos  reatores  de  redução  nas  usinas 

siderúrgicas.  

A  pelotizaçao  e  um  processo  de  aglomeração  que,  através  de  um  tratamento  térmico, 

converte  a  fração  ultrafinas  em  esferas  de  tamanhos  na  faixa  de  8  a  18 mm,  possuindo 

características  apropriadas  para  alimentação  nas  unidades  de  redução.  O  seu  grande 

desenvolvimento baseou‐se numa serie de fatores, dentre os quais podem ser destacados: 

• O  sucesso  alcançado  pelos  americanos  na  concentração  e  pelotizaçao  das 

taconitas, minério magnético de baixo teor metálico. 

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6  

• S perspectivas de exaustão das reservas de minero de alto teor de ferro. 

• A  melhoria  dos  índices  operacionais  dos  altos‐fornos  com  o  emprego  de 

aglomerados, substituindo‐se gradativamente os minérios naturais. 

• A participação de novos fornecedores de minério no mercado internacional, o que 

tornou  a  competição mais  acirrada  e  exigiu melhores  índices  de  qualidade  da 

matéria‐prima. 

• A  possibilidade  de  controlar  mais  estreitamente  as  características  físicas  e 

metalurgias das cargas dos reatores de redução, alinhando‐se com a evolução da 

técnica de operação dos altos‐fornos, sobretudo no cuidado com a preparação das 

matérias‐primas. 

• As previsões de  consumo  crescente do aço em  todo o mundo  criaram um novo 

alento  no  sentido  de  adotar‐se  e  aprimorar  os  processos  que  permitisse  as 

melhores produtividades. 

Esses fatores, evidentemente, não atuaram de forma isolada, mas houve influencia 

simultânea de vários deles no decorrer das ultimas décadas.  (Vale) 

2.0 INTRODUÇÃO A SIDERURGIA   

O aço é a liga metálica mais utilizada pelo homem, pois sua grande versatilidade e seu 

baixo custo possibilitam a sua utilização em uma ampla gama de aplicações, desde minúsculas 

peças  como  engrenagens  de  relógios,  mola  de  expansão  das  veias  cardíacas  ate  grandes 

estruturas  como pontes, edifícios e navios.   A produção de  aço e uma  atividade de  grande 

potencial d geração de crescimento econômico e social de uma região e de uns pais, seja pela 

necessidade de mão‐de‐obra qualificada,pela elevada utilização de matérias‐primas e insumos 

(minérios,  refratários,  gases  industriais,  sucatas),  pela  geração  de  varias  indústria  de 

fornecimento de equipamentos ou  componentes  (maquinas,  caldeiras,  sensores, motores) e 

serviços  (manutenção mecânica,  elétrica,  instrumentação  e  refratários),  alem  de  indústrias 

para utilização  local dos produtos e co‐produtos siderúrgicos (metalúrgicas para produção de 

tubos  ou  estruturas  metálicas  ou  estampadas  pré‐montados,  relaminações,  fabricas  de 

cimento, recuperação de escoria e lamas, termoelétricas). (Rizzo, 2005) 

No  atual  estagio de desenvolvimento da  sociedade,  e  impossível  imaginar o mundo 

sem o uso do aço e do  ferro  fundido. A produção do aço e um  forte  indicado do estagio de 

desenvolvimento econômico de um pais. Seu consumo cresce proporcionalmente a construção 

de edifícios, execução de obras publica  instalação de meios de  comunicação e produção de 

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equipamentos. Esses materiais já se tornaram corriqueiros no cotidiano, conforme as figuras 1, 

2,  3,4.   Mas  fabricá‐los  exige  técnica  que  deve  ser  renovada  de  forma  cíclica,  por  isso  o 

investimento  constante  das  siderúrgicas  em  pesquisa.  O  início  e  o  processo  de 

aperfeiçoamento  do  uso  do  ferro  representaram  grandes  desafios  e  conquistas  para  a 

humanidade. (IBS, 2008 

                                   Figura 1: Aplicação do aço                                 Figura 2: Aplicação do aço 

 

      Fonte: Fonte: http://www.infomet.com.br/8a_etapa. php 

      Figura 3: Aplicação do aço                            Figura 4: Aplicação do aço 

 

       Fonte: Fonte: http://www.infomet.com.br/8a_etapa. Php (IBS, 2008) 

2.1 Panorama de produção siderúrgica. 

            O  Brasil  apresenta  vocação  e  potencial  ainda  não  adequadamente  explorado  para  o 

desenvolvimento na área  siderúrgica, pois,  temos grande parte das matérias‐primas, parque 

tecnológico  competitivo,  e  localização  privilegiada.  A  produção  brasileira  de  aço  bruto  e  a 

respectiva proporção em relação à produção mundial evoluíram conforme tabela 1 (na tabela 

2 distribuição por estado nos meses de  janeiro e  fevereiro de 2008), e vem crescendo ano a 

ano, ainda e muito tímida quando se considera as nossas reservas de minério de ferro e nosso 

potencial mercado consumidor (Rizzo, 2005).  

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8  

Tabela 1 Evolução da produção de aço brasileira 

Ano  Produção (t)  Brasil/Mundial 

(%)Brasileira Mundial

1940  141200  140600000 0,1

1950  768600  191600000  0,4 

1960  2219300  346600000  0,6 

1970  5390400  595400000  0,9 

1980  15337300 715600000 2,1

1990  20567000 770200000 2,7

1995  25076000 749200000 3,3

1999  25000000  786800000  3,2 

2001  26716800  850000000  3,1 

2002  29603600  902000000  3,3 

2003  32035600 968256000 3,3

2004  32900000 1057000000 3,1

Fonte: (Rizzo, 2005) 

Tabela 2 Produção brasileira nos meses de Jan/Fev‐2008 

Estado Janeiro/fevereiro‐2008

Aço bruto  (%)  Laminados e semi‐acabados 

para venda

(%) 

Minas gerais  2055,0  36,18 1881,8 35,60 

São Paulo  1179,5  20,76 944,0 17,86 

Espírito santo  1072,9  18,89 1093,3 20,68 

Rio de janeiro  1025,0  18,04 852,7 16,13 

Outros  348,2  6,13  514,7  9,74 

Total  5680,6  100,00 5286,5 100,00 

Fonte: IBS‐instituto brasileiro de siderurgia 

 

2.2 Sustentabilidades na siderurgia Fonte geradora de  riquezas para o país, a  siderurgia e uma  indústria  comprometida 

com as exigências da  sociedade em questão  relacionadas  com  a preservação ambiental e a 

comunidade. Esta constantemente  investindo em  suas plantas para atender as normas mais 

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rígidas  da  legislação,  suprir  o  mercado  interno  com  competência,  manter  forte  posição 

exportadora, alem de desenvolver as comunidades locais e contribuir para o fortalecimento da 

economia local. A siderurgia brasileira concluiu em2006 um ciclo de investimento, iniciado em 

1994,  de U$$18,9  bilhões  ate  2012,  considerando  apenas  as  usinas  do  parque  existente. A 

capacidade  de  produção  saíra  de  37  milhões  de  toneladas  de  aço  para  52,2  milhões  de 

toneladas. Considerando como novos projetos, serão 66 milhões de toneladas de aço. 

Estes  investimentos  estão  ligados  de  forma  indissociável  aos  fundamentos  de 

responsabilidade social e corporativa, conforme explicitado no relatório de sustentabilidade do 

setor. No ano passado, as empresas do  setor destinaram R$223,9 milhões para projetos de 

ação social, sendo voltados basicamente para a área de meio ambiente (52%) e cultura (22%). 

São  principalmente  projetos  desenvolvidos  e  geridos  pelas  próprias  empresas,  em  parceria 

com outras instituições. A importância do setor siderúrgico brasileiro se reflete na geração de 

postos de trabalho, com empregos de qualidade.  No ano de 2006, o setor comportava 111557 

colaboradores.  A taxa de rotatividade entre os colaboradores da siderúrgica brasileira e baixa 

(6,1 % em 2006). Em  relação à permanência nas empresas, 45% do efetivo próprio do setor 

tem mais  de  11  anos  de  trabalho.  A maior  parte  deles,  25%  tem  entre  11  e  20  anos  de 

empresa. Por quê? As razoes são variadas. 

 Alem  de  um  pacote  interessante  de  renumeração  e  benefícios,  os  colaboradores 

sentem‐se atraídos pelos  investimentos em educação, treinamento e desenvolvimento que a 

siderurgia proporciona. Em 2006,  as empresas  siderúrgicas destinaram R$63,4 milhões para 

programas de treinamento e desenvolvimento profissional de seu pessoal. 

O ambiente de trabalho e cercado de cuidados. Aproximadamente 80% das empresas 

do setor siderúrgico brasileiro possuem comitês formais de saúde e segurança que auxiliam no 

monitoramento  e  aconselhamento  de  programas  de  segurança  ocupacional,  com 

representação da administração da companhia e dos trabalhadores. O desenvolvimento de a 

siderurgia estar e sempre será baseado nas melhores praticas operacionais disponíveis, com 

grande  atenção  as  crescentes  exigências  ambientais  e  as  novas  demandas  da  sociedade. O 

compromisso e o crescimento sustentável. A  relatoria de sustentabilidade do setor pode ser 

acessada  na  integra  em  www.ibs.org.br.  (Oliveira,  2007)  Na  tabela  3  mostra  alguns 

investimentos feitos pelo setor na área social. 

 

 

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Tabela3: Números sociais da siderurgia 

Valor  Ação Social 

R$223,9 milhões  Para projetos de ação social 

52,0%  Dos projetos de ação social são voltados para meio ambiente e 22% para cultura 

111557  Colaboradores 

59,8%  Do efetivo próprio com idade entre 21 e 40 anos 

45,0%  Do efetivo próprio com mais de 11 anos de trabalho 

R$9,7 milhões  Investidos em educação para os colaboradores 

R$63,4 milhões  Investidos em programas de treinamento e desenvolvimento profissional do efetivo de pessoal 

82,0%  Do efetivo próprio do setor, no mínimo, o ensino médio Fonte: (Oliveira, 2007) 

 

2.3 Produtos siderúrgicos   Os produtos siderúrgicos podem ser inicialmente classificados em três grandes famílias 

em função da composição química: 

‐Ferros‐liga; 

‐Ferros fundidos; 

‐Aços. 

a) Ferros  ligas: são  ligas de ferro com outros metais ou metalóides, exceto o carbono, quase 

sempre produzidas em fornos elétricos, que se destinam principalmente a servir a adição em 

outros processos siderúrgicos como fundição em aciaria. Entre eles pode‐se citar o ferro‐silicio 

(Fe‐Si),  ferro‐ manganês  (Fe‐Mn),  ferro‐molibdenio  (Fe‐Mo),  ferro cromo  (Fe‐Cr),  ferro‐silico‐

manganes (Fe‐Si‐Mn), ferro‐fosforo (Fe‐P), ferro‐vandio (Fe‐V), ferro‐tungstenio (Fe‐W), ferro‐

titanio (Fe‐Ti). 

b) Ferros fundidos: são  ligas ferro carbono com teor de carbono variando entre 2,04 e 6,7%. 

contendo  pequenas  porcentagens  de  outros  elementos  ,denominados  residuais,como 

Mn,Si,P,S.  podem  receber  adições  de  outros  elementos,para  melhorar  suas 

propriedades,como Ni,Cr,Mo, produzindo assim os ferros fundidos especiais. 

c) Aços:  constituinte a mais utilizada  família dos produtos  siderúrgicos.  Sua ampla gama de 

aplicações e devida a sua boa moldabilidade  (quando no estado  liquido), elevada  resistência 

mecânica,  homogeneidade,  ductilidade,  maleabilidade,  tenacidade,  usinabilidade, 

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soldabilidade,  pela  possibilidade  de  alterar  suas  propriedades  por  tratamentos  térmicos, 

mecânicos e químicos, e, principalmente, por seu relativo baixo custo. 

A ABNT‐Associção brasileira de normas  técnicas define o aço como  ‘’liga  ferrosa passível de 

deformação plástica, em geral  com  teor de  carbono entre 0, 008 e 2,4%%, podendo  conter 

elementos de liga adicionados intencionalmente e elementos residuais; geralmente o carbono 

se apresenta na forma combinada (cementita) e/ou dissolvida (Ferri ta)”. 

  A ABNT ainda subdivide o aço em três grupos: 

1°‐Aço‐carbono:  são  aços  que  não  contem  elementos  de  liga  alem  dos  teores  residuais 

admissíveis para cada tipo e nos quais os teores de Si e Mn não ultrapassam 0,60% e 1,65%%, 

respectivamente. A adição de elementos com o  fim especifico de melhorar as características 

de usinabilidade não descaracteriza o aço carbono. 

Divide‐se ainda em: 

‐Baixo carbono: quando %C<030. 

‐Médio carbono: quando 0,30≤%C≤0,50. 

‐Alto carbono: quando %C>0,50. 

2°‐Aço de alta resistência e baixa  liga (ARBL): aço com teor de carbono ≤0,25%, teor total de 

liga  <2,0%  e  limite  de  escoamento  ≥  300  Mpa.  E  também  uma  liga  ferro‐carbono,  mas, 

contendo adições moderadas de um ou mais elementos de liga como nióbio, titânio, vanádio.  

3°‐Aço  ligado ou  aço  liga:  aço que  contem  elementos de  liga  adicionados  intencionalmente 

com  a  finalidade  de  conferir  propriedades  desejadas.  São  ligas  de  Fe  e  C  contendo  outros 

elementos, em teores maiores que os residuais do aço‐carbono e que os dos ARBL. São as ligas 

ternárias  como  os  aços  ao  níquel  (Fe‐C‐Ni)  ou multicomponentes  como  as  ligas  a  base  de 

cromo‐niquel‐molibdenio  (Fe‐C‐Cr‐Ni‐Mo).  Estes  três  grupos  ainda  são  passiveis  de  outras 

classificações  (SAE,  AISI,  ECT).    Para motivar  a  realização  de  estudo  das  características  dos 

principais aços produzidos pelas  indústrias siderúrgicas, apresenta‐se na  tabela 4 os critérios 

de classificação e as respectivas classes dos aços segundo a ABNT na norma NBR 8279 de 1983 

(Rizzo, 2005). 

 

 

 

 

 

 

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12  

Tabela 4: Critérios de classificação e classes dos aços 

Critério  Classes 

Característica predominante 

Aços para construção Aços 

ferramentasAços 

inoxidáveis 

Aços com características particulares 

Construção mecânica Rápido  Martensítico  Elétrico 

Trabalho a quente 

Ferritico  Magnético 

Estrutural Trabalho a 

frio Austenítico  Criogênico 

Estampagem Resistente ao choque 

Endurecivel por 

precipitação 

Resistente ao desgaste 

Caldeira e vaso de pressão Temperável 

a água  

Ultra‐resistente 

Tubulação        Revestido        

Construção especial        Composição química 

Carbono  Ligado Carbono ou 

ligado Ligado 

Carbono ou ligado 

Propriedades exigidas na utilização 

Aço comum, aço de qualidade especial 

Aço de qualidade e aço especial

Especial 

Fonte: (Rizzo, 2005) 

 

2.4 Classificações dos produtos siderúrgicos Foi apresentada anteriormente uma classificação dos processos siderúrgicos, levando‐

se  em  conta  principalmente  a  composição  química  em  três  grandes  famílias;  ferros‐ligas, 

ferros‐fundidos  e  aços. Outra  classificação de  extrema  importância  para  a  compreensão  do 

setor siderúrgico e relativa ao grau de acabamento dos produtos siderúrgicos, após as etapas 

de refino e laminação. Segundo este critério, os produtos siderúrgicos podem ser classificados 

em acabados ou semi‐acabados. 

Os  produtos  siderúrgicos  são  denominados  semi‐acabados,  ou  intermediários,  em 

virtude  de  praticamente  não  existir  aplicação  direta  para  os mesmos,  salvo  para  posterior 

processamento por  laminação, extrusão, forjamento, etc. que os transformarão em produtos 

finais, ou seja, acabados. 

  AABNT  em  sua  norma  NRB  6215  de  1986  classifica  os  produtos  semi‐acabados  de 

conformidades com a área da seção transversal e sua forma: 

‐Bloco:  e  um  produto  semi‐acabado  cuja  seção  transversal  e  superior  a  22.500mm 

quadrado e com relação entre altura e espessura  igual ou menor que dois; as arestas 

são arredondadas. A figura 5 mostra a foto de um bloco. 

Page 14: Processo de pelotização

13  

                                                 Figura5: Foto de um bloco 

 

                                                Fonte: www.infomet.com.br 

‐Tarugo ou palanquilha: e u produto semi‐acabado cuja seção transversal e menor ou 

igual a 22.500 mm quadrado e a relação largura e espessura igual ou menor que dois; 

as  arestas  arredondadas  as  tolerâncias  dimensionais  menos  restritivas  que  as  das 

barras; 

‐Placa: e um produto semi‐acabado com seção transversal retangular, com espessura 

maior que 80 mm e relação largura e espessura maior que quatro. 

Quanto aos produtos acabados de  laminação existe uma subclassificação de extrema 

importância  de  acordo  com  o  tipo  de  produto  plano  o  não‐plano.    Entende‐se  por 

produto  laminado plano ou simplesmente produto plano aquele cuja forma da seção 

transversal e retangular, sendo que a largura do produto e varias vezes maiores do que 

a sua espessura.   Os produtos acabados planos obtidos por  laminação a quente ou a 

quente e a frio de placas em cilindros lisos (sem canais) e se subdivide de acordo com 

as dimensões em: 

‐Bobina:  produto  laminado  com  largura mínima  de  500 mm  e  enrolado  na  forma 

cilíndrica. 

• Bobina  fina  a  frio:  produto  plano  laminado  com  espessura  entre  0,  385  e 

3,0mm e com  largura superior a 500 mm, enrolado na forma cilíndrica e cuja 

espessura final e obtida por laminação a frio. 

• Bobina  fina  a  quente:  produto  plano  laminado  com  espessura  entre  1,20  e 

5,0mm e com  largura superior a 500 mm, enrolado na forma cilíndrica e cuja 

espessura final e obtida por laminação a quente. 

Page 15: Processo de pelotização

14  

• Bobina  grossa:  produto  plano  laminado  com  espessura  superior  a  5,0mm  e 

igual  ou  inferior  a  12,7mm,  largura  superior  a  500 mm,  enrolado  na  forma 

cilíndrica e  cuja espessura  final e obtida por  laminação e quente. A  figura 6 

mostra a foto de uma bobina laminada a quente. 

 

                                    Figura 6: Bobina laminada a quente 

                                    Fonte: encarte do curso de engenharia metalúrgica da UVV 

  ‐chapa: produto plano de espessura mínima de 0,38mm e largura mínima de 500 mm. 

• Chapa  fina:  chapa  com  espessura  mínima  entre  0,38mm  e  5,0mm  e  com largura igual ou superior a 500 mm. 

• Chapa fina a frio: chapa com espessura entre 0,38mm e 3,0mm e com largura superior a 500 mm, fornecido em forma de placa, cuja espessura final e obtida por laminação a frio. 

• Chapa  fina  a  quente:  chapa  com  espessura  entre1,  20 mm  e  5,0mm  e  com largura superior a 500 mm,  fornecido em  forma plana, cuja espessura  final e obtida por laminação a quente. 

• Chapa  grossa:  chapa  com  espessura  superior  a  5,0mm  e  largura  superior  a 500m, em forma plana, cuja espessura final e obtida por laminação a quente. 

‐Fita de aço para embalagem: produto plano laminado com espessura igual ou inferior a  1,27mm  e  com  largura  igual  ou  inferior  a  32  mm  fornecido  na  forma  de  rolo, utilizando  como  elemento  de  fixação  ou  compactação  no  acondicionamento  e/ou embalagem. 

‐Folha: produto plano  laminado a  frio  como espessura  igual ou  inferior a 0,38mm e como  largura mínima de  500 mm  e  fornecido  em bobinas ou  em um  comprimento definido. 

‐Tira: produto plano relaminado a frio ou produto plano laminado com largura igualou inferior a 500 mm, fornecido com um comprimento definido. 

Page 16: Processo de pelotização

15  

‐Rolo: produto plano relaminado a  frio ou produto plano  laminado com  largura  igual ou inferior a 500 mm, enrolado na forma cilíndrica de tal modo que a largura final do rolo  seja  igual  à  largura  do  produto  plano  (rolo  simples)  ou  então,  de modo  que  a largura final do rolo seja superior a largura do produto plano.  (Rizzo, 2005) 

2.5 siderúrgicas brasileiras e seus produtos   Segue abaixo as tabelas com as siderúrgicas brasileira e seus respectivos produtos com os produtos planos  representados na  tabela  5, produtos  longos na  tabela  6  e  trefilados  na tabela 7. 

        Tabela5: Produtos planos 

 

        Fonte: www.ibs.com.br 

    

 

 

 

Page 17: Processo de pelotização

16  

Tabela 6: Produtos longos 

 

Fonte: www.ibs.com.br 

Tabela 7: Produtos trefilados 

 

Fonte: www.ibs.com.br 

3­Área de redução   Deteremos‐nos na análise dos principais parâmetros do processo necessários para a 

obtenção do ferro primário (ferro‐gusa ou ferro esponja) numa usina siderúrgica.  Em primeiro 

lugar devemos considerar que o processo de obtenção de ferro gusa nos alto‐fornos pode ser 

realizado empregando‐se alternativamente o carvão vegetal ou o carvão mineral  (convertido 

em  coque),  com  a  dupla  função  de  combustíveis  e  redutores.  Alem  disso  o  processo  de 

redução direta  (DRI)  também pode  ser empregado,  fazendo o uso do gás natural ou  carvão 

para obtenção do ferro esponja.  

  Discutiremos em primeiro lugar as rotas tecnológicas para obtenção de ferro‐gusa em 

altos‐fornos. Uma consideração importante a respeito dessa rota estar relacionada com o tipo 

de combustível/redutor utilizado,ou seja,carvão vegetal ou coque. No caso de uso de fornos a 

Page 18: Processo de pelotização

17  

carvão vegetal como matéria‐prima, os altos‐fornos podem  ser de dois  tipos básicos: a)mini 

altos‐fornos a carvão vegetal  ,utilizados pelas usinas não‐  integradas,;b)altos‐fornos a carvão 

vegetal  utilizados  em  usinas  integradas,mas  sem  a  coqueria.  Normalmente,  os  alto‐fornos 

operando  com  coque  como  principal  combustível/redutor  apresenta  uma  capacidade  de 

produção maior. 

  Para fins de estudo consideraremos que a fase do processo de produção denominada 

de redução e compreendida pelos seguintes setores básicos: 

  ‐pátios de matérias‐prima ou minérios; 

  ‐coqueria, no caso de uso do carvão mineral; 

‐Processos  de  aglomeração  de  finos  de  minério  e/ou  carvão  (sinterização  ou 

pelotizaçao); 

‐fornos de obtenção de ferro primário (alto‐forno, redução direta e fusão redutora) 

Na figura 7 segue o fluxo de produção de uma usina siderúrgica integrada. 

Figura7: Fluxo de produção de uma usina siderúrgica integrada 

 Fonte: www.usiminas.com.br 

3.1 ­ Coqueria   O  carvão mineral  costuma  ser  submetido a uma etapa de beneficiamento previa ao 

alto‐forno, a coqueificaçao, cujo fluxograma típico e apresentado na figura 8. 

Page 19: Processo de pelotização

18  

Figura 8: Fluxo de produção de uma coqueria 

 

Fonte: Introdução aos processos siderúrgicos, Ernandes marcos da Silveira Rizzo 

  O  coque  metalúrgico  e  empregado  nos  alto‐fornos,  onde  pode  atuar  como 

combustível, redutor, fornecedor de carbono ao ferro‐gusa e permeabilizador da carga. O ciclo 

operacional da coqueria pode ser resumido nas seguintes fases: 

• Preparação da mistura de carvões; 

• Enfornamento; 

• Aquecimento; 

• Desenfornamento; 

• Apagamento; 

• Preparação do coque; 

• Tratamento das matérias voláteis.  

A mistura de carvões e feita visando geração de um coque cuja qualidade e controlada por 

variáveis  como:  os  teores  de  cinzas,  enxofre, materiais  voláteis,  carbono  fixo  e  umidade, 

resistência a compressão e uma reatividade adequada para a geração de um ferro‐gusa de boa 

qualidade, aliada a uma alta produtividade do alto‐forno. 

O carregamento do carvão mineral e realizado pela parte superior destas câmaras através 

de um carro que se desloca sobre a bateria para seu abastecimento.  Resumindo pode‐se dizer 

que,  fundamentalmente,  a  coqueificaçao  consiste em  submeter uma mistura de  carvões de 

características adequadas a um aquecimento em ausência do ar, evitando a combustão, para 

promover  uma  destilação  do  carvão.  Esta  destilação  provoca  a  liberação  de  gases  e  o 

aparecimento de um  resíduo  solido, poroso,  infusível, basicamente  constituído de  carbono, 

que  e  o  coque. Durante  a  coqueificaçao  a mistura  de  carvões  e  aquecida  a  1100°C,  numa 

câmara  sem  circulação  de  ar,  dotada  de  uma  abertura  superior,  por  onde  saem matérias 

Page 20: Processo de pelotização

19  

voláteis, que são recolhidas, pois, são de grande valor por formarem um gás combustível com 

alto poder calorífico. 

O aquecimento do carvão mineral enfornado e  indireto, pois, o calor e gerado nos dutos 

de  aquecimento  distribuídos  no  interior  da  câmara.  Assim  o  carvão  carregado  dentro  da 

câmara  entra  em  contato  com  as  duas  paredes  aquecidas  e  o  calor  e  transmitido,  por 

condução, para o centro da carga. O material solido remanescente na retorta e o coque, que 

estar pronto para ser desenfornado.  

Para a  realização de Desenfornamento, as duas portas da  retorta  são abertas. Por uma 

delas e  introduzido o êmbolo empurrador, que empurra o  coque para  fora da  câmara pela 

outra porta. O coque incandescente cai dentro de um vagão de transporte. 

O coque deve ser apagado imediatamente, para impedir sua queima, o que pode ser feito 

a úmido ou a seco. No apagamento a úmido, o vagão carregado e posicionado sob a torre de 

apagamento, onde o coque e apagado com  fortes  jatos de água. Neste processo, ocorre um 

consumo de  água em  torno de 400  litros por  tonelada de  coque  resfriado. No processo de 

apagamento  a  seco,  o  coque  incandescente  e  introduzido  em  uma  câmara  de  extinção  e 

submetido a uma corrente ascendente de nitrogênio, numa temperatura abaixo de 180°C.  

A permeabilidade da carga e de fundamental  importância no alto‐forno. Por este motivo, 

deve ser realizado um rigoroso controle da granulometria e da resistência mecânica do coque. 

Assim para atender as características do alto‐forno, depois de frio, o coque deve ser britado e 

peneirado. Esta etapa e denominada de preparação do coque. 

Durante a  carbonização da mistura dos  carvões nos  fornos das baterias, alem do  coque 

produzido,  há  formação  de  uma  mistura  gasosa  identificada  com  o  gás  de  coqueria  ou 

simplesmente  pela  sigla  de  (COG‐coke  oven  gás)  e  outra  mistura  liquida  conhecida  por 

condensados mistos,  sendo  composto,  principalmente  de  água  amoniacal  (98,7%),  alcatrão 

(1%)  e  borra  (0,30%).  Aproximadamente  25%  da  mistura  de  carvões  se  transformam  em 

matérias voláteis, que, depois de tratadas podem ser usadas na própria usina e na produção 

de energia elétrica numa central termoelétrica. O alcatrão pode ser soprado nos altos‐fornos, 

na altura das ventaneiras, economizando coque e, também, pode ser vendido para  indústrias 

do ramo de carboderivados 

3.2­Sinterização   A sinterização consiste em misturar e homogeneizar finos de minérios de ferro (sínter feed), finos de carvão ou coque, finos de fundentes (cal, etc.) e controlar a umidade inicial de mistura, seguida da combustão do carvão, de modo que a temperatura seja elevada ate a faixa de 1250°C a 1350°C, condição suficiente para que a umidade evapore e as partículas da carga se unam por caldeamento, devido à ocorrência de uma fusão parcial do tipo redutor‐oxidante, 

Page 21: Processo de pelotização

20  

obtendo‐se  um material  resistente  e  poroso,  com  alguns  centímetros  de  diâmetro médio denominado sínter. Na figura 9 apresenta‐se um fluxograma esquemático de um processo de sinterização. 

                      Figura 9: Fluxograma esquemático do processo de sinterização 

 

                            Fonte: (Rizzo, 2005) 

  O sínter feed geralmente utilizado e um concentrado de hematita com granulometria 

abaixo  de  5  a  8  mm,fornecido  pelas  mineradoras.  Basicamente,  os  minérios  de  ferro, 

fundentes,  adições, material  reciclado  (pó  de  alto‐forno,  lixo  industrial,  carepa),  sínter  de 

retorno  e  combustíveis  sólidos  (coque,  carvão  vegetal  ou  antracito),  convenientemente 

dosados e devidamente umidificados são misturados em equipamentos do tipo misturadores e 

carregados na unidade de produção  (panela ou esteiras  continua). A umidade e  importante 

para  controlar  a  permeabilidade  da  camada,  proporcionar  a mistura  uma  dada  resistência 

mecânica e facilitar à micro pelotizaçao. 

  O calor gerado em um forno sobre o leito promove a queima de combustível presente 

na superfície da mistura. O ar aquecido aspirado por um sistema de exaustão passa a queimar 

todo  o  combustível  disseminado  na  mistura.  Os  gases  quentes  gerados  promovem  à 

vaporização da água, a decomposição dos  carbonatos e hidratos  (calcário, dolomita, etc.), a 

redução parcial do oxido de ferro (minério), provocando também a fusão parcial (superficial) 

das partículas que permanecem  ligadas por uma matriz de escoria  formada no processo.   A 

continuidade da sucção do ar permite o resfriamento do bolo (mistura), obtendo‐se, assim, um 

Page 22: Processo de pelotização

21  

aglomerado de minério de ferro denominado sínter. Após o resfriamento final e a classificação 

granulométrica  conveniente, o  sínter e  considerado uma matéria‐prima para o alto‐forno, a 

figura 8 mostra o aspecto do sínter feed e do sínter. As principais características exigidas par o 

sínter são: 

• Não conter elementos químicos indesejáveis para o alto‐forno; 

• Composição química estável; 

• Elevado teor de ferro; 

• Baixo volume de escoria; 

• Elevada resistência mecânica; 

• Granulometria estável; 

• Baixa porcentagem de finos; 

• Baixa degradação sob redução; 

• Possuir alta redutibilidade. 

         Figura 9: Aspecto do sínter feed e do sínter 

 

         Fonte: GAEPP‐Vale 

3.2­alto­forno   O alto forno e um reator metalúrgico empregado na produção de ferro gusa, através 

da fusão redutora de minérios de ferro em presença de carvão vegetal ou coque e fundentes, 

os  quais  são  carregados  pelo  topo  e,  na  descida  são  transformados  pela  ação  dos  gases 

ascendentes, provenientes da combustão do carvão com oxigênio soprado pelas ventaneiras, 

obtendo‐se escoria e o ferro‐gusa, depositados no cadinho e as poeiras e os gases no topo. No 

interior do alto‐forno, estão reagindo sólidos, líquido e gases. A temperatura varia de 150°C no 

topo ate 2100°C nas regiões inferiores. De maneira geral e constituído de (figura 10): 

‐Equipamentos de descarga e pesagem de matérias‐primas; 

Page 23: Processo de pelotização

22  

‐equipamentos de carga no topo do alto‐forno; 

‐O forno propriamente dito; 

‐Equipamentos para operação de alta pressão; 

‐Os regeneradores de calor. 

 

Figura 10: fluxograma típico de um alto forno 

 Fonte: (Rizzo, 2005) 

 

  A carga sólida do alto‐forno, constituída de combustíveis/redutores (carvão vegetal ou 

coque), minério de  ferro  (granulado e/ou sínter e/ou pelota) e, eventualmente, fundentes, e 

peneirada,  pesada  e  armazenada  em  silos.  Nos  forno  moderno  utiliza‐se  tremonha  de 

pesagem em  cada  silo de matéria‐prima. Os  silos  são dispostos e dimensionados de acordo 

com o planejado para cada carga (carga metálica, coque e fundentes). Utiliza‐se um sistema de 

carregamento em  lotes, bem definidos normalmente separados em coque e minérios (sínter, 

pelotas, minérios). Estes materiais são transportados dos silos, ate o topo do forno através de 

Page 24: Processo de pelotização

23  

correias transportadoras ou sistemas de carrinhos (vagonetas ou skips) que se deslocam sobre 

trilhos  ou  ainda  cestos  com  fundos moveis  (para  alto‐fornos  pequenos).  A  carga  solida  e 

carregada de maneira periódica, sendo realizada a drenagem continua ou periódica de líqüidos 

(ferro‐gusa  e  escória)  pela  parte  inferior,  com  a  contínua  injeção  de  ar  quente  e 

hidrocarbonetos pelas ventaneiras, alem da remoção de gases e pó pelo topo. 

  Os equipamentos de carga do topo do forno são empregados para introduzir a matéria 

prima  transportada pela correia principal e  também evitar vazamento de gás pelo  topo. Nos 

fornos pequenos convencionais utilizam‐se equipamentos de carga de topo de tipo Mckee (2 

cones), permitindo o carregamento em dois estágios e a distribuição circunferência da carga n 

goela  do  forno.  Para  operação  com  alta  pressão  o  tipo  três  cones  tem  sido  usado  com 

modificações.  Nos  alto‐fornos  mais  recentes  a  utilização  do  topo  tio  Paul  Wurth  tem 

prevalecido, pelo  fato deste  sistema, que utiliza uma  calha  rotativa que pode  ter ângulo de 

inclinação  variável,  permitir  uma  distribuição  de  carga muito mais  flexível  que  os métodos 

anteriores. Na figura 11 são mostrados estes dois sistemas. 

Figura 11: representação esquemática do forno dois cones e calha rotativa  

 

Fonte: (Rizzo, 2005) 

  Uma vez completado o ciclo de carga com o material descarregado de forma uniforme 

na  periferia  do  cone  grande,  estando  fechado  o  cone  menor,  e  baixado  o  cone  grande 

deixando  escorregar  a  carga para o  interior do  alto‐forno. A  freqüência de  carregamento  e 

estabelecida de forma que a altura da carga seja mantida aproximadamente constante, o que 

pode ser verificado através de sondas. 

Page 25: Processo de pelotização

24  

  Uma preocupação na etapa de carregamento e com a distribuição da carga, tanto de 

coque ou carvão vegetal como a de minério de ferro. Ao cais no  interior do forno, o material 

pode formar “montes” na forma de M, se a distancia da queda for elevada (altura da coluna de 

carga menor) ou ao contrario, ”montes” na forma de V. a disposição em forma de M favorece 

o excesso de coque junto às paredes e no centro do alto‐forno, enquanto que um arranjo em 

forma de V, o minério tende a segregar‐se, ou seja, há uma tendência para a concentração de 

finos de minério  junto às paredes do  forno, dificultando a passagem de gases, e uma região 

mais  permeável  no  centro  do  forno.  Esta  ultima  condição,  denominada  de marcha  central, 

favorece o aumento de produtividade, mas provoca um aumento no consumo de combustível 

e freqüente formação de cascões. Independente do equipamento utilizado, quando a relação 

entre  as  espessuras das  camadas de minério  e  de  coque  (minério/coque)  cresce  provoca  a 

redução do fluxo gasosa neste local. 

  O controle da marcha do forno pode ser feito através da variação da altura de queda 

ou alterando‐se a granulometria dos materiais  carregados, de  forma que não exista  sempre 

uma predominância de passagem de gases só próximo as paredes ou só pela parte central do 

forno. A passagem preferencial pelo centro faz com que, depois de certo tempo, os pequenos 

pedaços sejam colados as paredes, reduzindo a seção livre do forno, prejudicando a operação 

do mesmo. Por outro lado, a passagem preferencial na região próxima as paredes, provoca um 

maior desgaste dos refratários. 

  Na  figura 12 e 13 apresentam‐se as diversas regiões do alto‐forno em  função do seu 

perfil. Na  região ou  seção denominada  goela,  e  efetuado o  carregamento  e distribuição da 

carga do alto‐forno a partir do equipamento de  carga do  topo. Chapas de aço ou peças de 

ferro fundido são utilizados como revestimento de desgaste na parede  interna da goela para 

evitar abrasão no refratário na entrada da carga do alto‐forno. O equipamento de distribuição 

da carga pode ser calha rotativa ou uma armadura móvel. O volume interno de um alto‐forno 

e definido como sendo o volume compreendido entre o  limite superior da goela e o nível do 

furo do ferro‐gusa no cadinho. 

  A  região da  cuba e  revestida por  tijolos  refratários, cujo  tipo varia de acordo com a 

temperatura interna do forno. Possui um formato tronco‐cônico e compreende a maior região 

volumétrica do forno. 

Page 26: Processo de pelotização

25  

Figura 12: regiões do alto‐forno                                Figura 13: Comportamento da carga 

 Fonte: Curso de pelotizaçao Vale/SENAI                  Fonte: Curso de pelotizaçao Vale/SENAI 

 

  O ventre possui o maior diâmetro no alto‐forno e estar sujeito a severas condições de 

erosão  de  seus  refratários  com  o  pré‐aquecimento,  redução  e  fusão  parcial  da  carga. Nos 

grandes altos‐fornos, a espessura dos  tijolos varia de 800 mm a 1000 mm. Para uma maior 

proteção, são utilizados sistemas de refrigeração, garantindo maior vida útil desta região. 

  A  rampa e um  cone  invertido  ligando o ventre ao  cadinho. Normalmente,  tijolos de 

carbono são usados no seu revestimento, com espessuras de 500 a 800 mm. Um resfriamento 

com  água  e  realizado  externamente  através  de  chuveiros,  camisas  ou  staves. Devido  a  sua 

localização na zona de fusão da carga, o desgaste do refratário e mais severo na rampa. 

O  diâmetro  do  cadinho,  juntamente  com  o  volume  interno,  e  usado  para  fornecer  as 

dimensões do alto‐forno. A parede  interna do  cadinho e  revestida de  tijolos de  carbono. O 

cadinho  pode  apresentar  mais  de  um  furo  para  escoamento  do  ferro‐gusa  liquido.  Os 

vazamentos  são  efetuados de  9  a  15  vezes por dia, buscando  sempre o menor numero de 

vazamentos. As ventaneiras são posicionadas na parte superior do cadinho, todas no mesmo 

nível e com a distribuição mais uniforme possível. As ventaneiras, cujo numero pode chegar a 

40 é geralmente  feitas de  cobre e devem possuir um  sistema eficiente de  refrigeração  com 

água. 

Page 27: Processo de pelotização

26  

  Basicamente o alto‐forno tem seu processo baseado na reação de combustão através 

da  combinação  do  carbono  com  o  oxigênio  do  ar,  que  e  injetado  pelas  ventaneiras  numa 

velocidade que varia de 180 a 280 m/s. assim sendo, pode se  imaginar que para aumentar o 

rendimento da combustão e reduzir o consumo de combustível, aquecer o ar de combustão e 

um1a boa medida. Por  este motivo,  foram  adotados os  altos‐fornos  com  regeneradores de 

calor, que permite elevar a temperatura do ar. Os regeneradores são trocadores de calor que 

recebem o ar na temperatura ambiente, aquecendo‐a para temperatura de ate 1300°C. O ar 

assim aquecido corresponde a cerca de 10% da energia necessária para a obtenção do ferro‐

gusa no alto‐forno. Este ar será enviado ao anel de vento e em seguida para as ventaneiras do 

alto‐forno. O anel de vento e uma construção  tubular que envolve o alto‐forno na altura da 

rampa.  

  Nos  regeneradores,  o  calor  gerado  na  combustão  dentro  do  forno  e  armazenado, 

forçando  a  passagem  dos  gases  que  deixam  o  forno  por  uma  câmara  de  regeneração,  que 

consiste numa carcaça de aço com uma estrutura interna formada por tijolos refratários. Alem 

da câmara de regeneração também existe uma câmara de combustão que tem como objetivo 

permitir a combustão completa dos gases que deixam o forno. O regenerador recebe o ar na 

temperatura entre 150 a 200°C, chamado de ar frio, e eleva esta temperatura para a faixa de 

1000 a 1300°C, dependendo do projeto do  regenerador. Basicamente existem dois  tipos de 

regeneradores em função do tipo de câmara de combustão:  

a) Câmara de combustão externa (tipo cowper); 

b)  Câmara de combustão interna. 

O aquecimento do regenerador pode ser feito através da utilização de gases que deixam o 

próprio alto‐forno, podendo ser misturado com o gás de coqueria quando este disponível. O 

funcionamento dos regeneradores resume‐se em dois estágios: 

‐combustão ou aquecimento: período onde os gases  (COG+BFG)  são queimados e o  calor e 

armazenado na câmara de regeneração e direcionado os gases queimados para a chaminé. 

‐ventilação  ou  sopro:  período  onde  o  ar  de  sopro  e  aquecido  através  de  sua  passagem  na 

câmara de regeneração “retirando” o calor armazenado. 

  A casa de corrida e o local onde se encerra a operação de redução dos óxidos ferrosos, 

tendo como resultado o ferro‐gusa e a escoria, que são conduzidos através dos canais situados 

no piso da casa de corrida e separam se devido à diferença de densidade,  indo o  ferro gusa 

para o carro‐torpedo e a escoria para o granulador de escoria ou para o poço de escoria ou 

panelas, conforme o  lay out de cada usina. A densidade do  ferro gusa e de 6,8  t/m³ e a da 

escoria  de  1,5  t/m³.   O  ponto  final  do  trajeto  do  ferro‐gusa  através  dos  canais  da  casa  de 

corrida e o CBG  (calha basculante de gusa), que despeja o  ferro gusa para um nível  inferior, 

Page 28: Processo de pelotização

27  

onde  se  encontra  estacionado  um  carro‐  torpedo.  Estes  equipamentos  são  recipientes 

revestidos  com  tijolos  refratários  em  seu  interior  e  devidos  e  sua  geometria,  tem  reduzida 

perda  de  calor  para o meio  ambiente,  permitindo  o  armazenamento  de  ferro‐gusa  em  seu 

interior por períodos superiores às 30h, podendo armazenar ate 500 t de ferro‐gusa.  

  O  alto‐forno  funciona  de  forma  continua,  ou  seja,  não  deve  ter  sua  produção 

paralisada,  a  não  serem  para  manutenções  programadas  em  equipamentos  considerados 

críticos para seu funcionamento seguro.  

3.3 Processos de redução direta   Processos de  redução direta  são aqueles nos quais a  redução do minério de  ferro a 

ferro metálico e efetuado sem que ocorra, em nenhuma etapa do processo, a fusão da carga 

no  reator.   A  redução no estado  solido do minério de  ferro por  carvão e praticada desde a 

antiguidade, tendo sido o principal processo de obtenção de ferro ate o desenvolvimento dos 

altos‐fornos. Assim, o produto metálico e obtido na fase solida, sendo chamado de “  ferro 

esponja”. O ferro esponja e um produto metálico com 85 a 95 % de ferro e de 0,1 a 1,0% de C, 

podendo chegar a 2,0% de C. tem aspecto esponjoso e obtido no estado solido a temperatura 

em  torno de 1100°C, apreços  relativamente  reduzidos  se  comparado a grandes  siderúrgicas 

(Machado). 

  Na tabela 8 apresentam‐se de forma esquemática as principais tecnologias alternativas 

ao  alto‐forno  utilizadas  atualmente  para  a  produção  de  ferro  primário,  no  estado  liquido 

(ferro‐gusa) ou solido (ferro esponja), a partir da combinação de uma serie de matérias‐primas 

metálicas e de redutores/combustíveis. 

Tabela8: Tecnologia para produção de ferro primário  

 Fonte: (Rizzo, 2005) 

  Nos processos do tipo redução direta para produção de ferro esponja, podem ser utilizados o gás natural ou o coque como combustível e redutor. No caso da utilização do gás 

Page 29: Processo de pelotização

28  

natural, os fornos podem ser do tipo chaminé (cuba ou Shaft), leito fluidizado e retortas (fornalhas). Nos processos mais difundidos (Midrex, Hyl, Arex), são empregados fornos do tipo chaminé vertical com bojos intermediários para injeção dos gases redutores e dos carburantes. O oxido de ferro e normalmente alimentado pelo topo do forno de redução de onde ele flui em sentido descendente por gravidade (figura 13) e descarregado pelo fundo como ferro metálico (com resíduos de oxigênio e ganga) no estado solido sob forma de ferro espoja (DRI‐direct reduced iron ou HBI). 

Figura 13: Representação esquemática do processo Midrex 

DRI

COMPRESSOR DE GÁS DE RESFRIAMENTO

LAVADOR DE GÁS DE RESFRIAMENTO

FORNO DE CUBA

ÓXIDO DE FERRO

LAVADOR DE GÁS DE TOPO

COMPRESSOR DE GÁS DE PROCESSO

GÁS NATURAL

REFORMADOR

GÁS REDUTOR

SOPRADOR DE AR DE PROCESSO

CHAMINÉ EJETORA

RECUPERAÇÃO DE CALOR

AR DE COMBUSTÃO

AR DE ALIMENTAÇÃO GÁS

COMBUSTÍVEL

GÁS DE EXAUSTÃO

ZON

A D

E R

EDU

ÇÃ

OZO

NA

DE

RES

FRIA

MEN

TO

 Fonte: (Pena, 2008) 

  A carga primeiramente e aquecida e em seguida o minério de ferro e reduzido a ferro 

metálico na  zona de  redução  (parte  superior do  forno) por  contato  com os gases  contendo 

hidrogênio, metano  e monóxido  de  carbono  aquecido  que  fluem  em  contracorrente  carga 

descendente. O  ferro esponja pode ser resfriado no  interior do  forno de cuba  (DRI) ou pode 

ser  briquetado  a  quente  (HBI)  em  uma  instalação  construída  separadamente  para  este  fim 

(Rizzo, 2005). 

4­Processo de pelotizaçao   Independente da rota tecnológica adotada, o minério de ferro costuma ser beneficiado 

antes de ser utilizados nos auto‐fornos e nos fornos de redução direta. O beneficiamento visa 

justamente otimizar o desempenho operacional destes equipamentos,sendo  realizado pelos 

processos alternativos química ao processo posterior de redução. A pelotizaçao e um processo 

Page 30: Processo de pelotização

29  

que costuma ser realizado por empresas mineradoras, ao passo que a sinterização e efetuado 

nas  instalações da própria usina  siderúrgica. Os  fluxogramas  são  representações gráficas de 

pelotizaçao  e  sinterização,  que  realizam  a  aglomeração  de  finos  de  minério  de  ferro, 

aproveitando para adequar a composição que  indicam de  forma clara o caminho percorrido 

pelas matérias‐primas, suas transformações e os produtos e subprodutos gerados. A figura 13 

representa de forma esquemática o processo de pelotizaçao. 

 

Figura 14: fluxograma do processo de pelotizaçao 

 

VIRADOR DE VAGÕES

PILHA DE MINÉRIOS

RECUPERADORA DE FINOS

MOINHO DE BOLASHIDROCICLONES

TANQUEHOMOGENEIZADOR

ESPESSADOR

REIRCULAÇÃO DE ÁGUA

FILTROS A VÁCUO

POLPARETIDA

SILO DE AGLOMERANTE

SILOS DO PELOTAMENTO

DISCOS DE PELOTAMENTO

PELOTAS CRUAS

FORNO DE GRELHA MÓVEL

PENEIRAMENTO

PELOTAS QUEIMADAS

EMPILHADEIRA DE PELOTAS

PÁTIO DE PELOTAS

QUEIMADAS

PELOTAS PARA CAMADA DE FORRAMENTO

FINOS DE PENEIRAMENTO

MISTURADORES

PRENSA DE

ROLOS

EMBARQUE

Fonte: (fernandes, 2008) 

De forma genérica, o processo de pelotizaçao apresenta três fases distintas: 

‐Preparação da matéria‐prima; 

‐Formação de pelotas cruas; 

‐Processamento térmico. 

Page 31: Processo de pelotização

30  

4.1 Preparação da matéria­prima 

  A preparação da matéria‐prima consiste em processar o minério  recebido das minas 

(figura 15), de modo a lhe dar características necessárias para se fazer a pelota crua. Incluem‐

se  nesta  fase  as  seguintes  operações:  recuperação  de  matéria‐prima  do  pátio,  moagem, 

espessamento, homogeneização, filtragem (Machado). 

Figura 15: Fluxograma típico de tratamento de minério 

 

Fonte: (silva) 

4.1.1 Empilhamento/Recuperação   O empilhamento e feito por uma empilhadeira móvel (figura 16), com capacidade de 

6.000 t/h, que deposita os diferentes tipos de minério em camadas sucessivas nas proporções 

definidas pelo produto final desejado (figura 17) (serafim, 2007). 

  Objetivo do empilhamento e homogeneização: 

• Minimizar flutuação das propriedades das diversas matérias‐primas; 

• Parâmetro chave: Sio2, índice de moabilidade; gênese dos minérios; 

• Oportunidades de adição de fundentes combustíveis sólidos; 

• Pilha típica: 45.000 a 50.000t de minério. 

 

Page 32: Processo de pelotização

31  

        Figura 16: Empilhadeira móvel 

          Fonte: (ABM, 2008) 

 

Figura 17: Tipos de empilhamento 

 

Fonte: (fernandes, 2008) 

4.2­Moagem  O processo de  formação de pelotas em usinas de pelotizaçao,  tanto no Pelotamento 

tanto na queima, exige que as partículas de minério possuam granulometria  fina. Apesar da 

maioria do minério alimentado as usinas possuir pequenas dimensões de partículas, grande 

parte  das mesmas  possuem  dimensões  superiores  a  0,044mm  (325 mesh).de  acordo  com 

estudos  desenvolvidos  e  comprovações  praticas,para  uma  boa  formação  de  pelotas  e 

necessário que pelo menos 90% do material a ser pelotizado possua dimensões individuais de 

Page 33: Processo de pelotização

32  

partículas  igual  ou  inferior  a  0,044mm  (325  mesh).  Apesar  de  a  faixa  granulométrica  ser 

padrão  de  controle,  a  variável  superfície  específica  o  fator  determinante  do  sucesso  na 

formação de uma boa pelota, pois de forma indireta e a superfície especifica que determina a 

quantidade de micro‐finos  ideal para o alcance dos objetivos. Não basta que o material a ser 

pelotizado possua granulometria menor que 0,044mm,sendo de suma importância a existência 

de  micro‐finos.e  no  processo  de  moagem  do  minério  que  se  obtém  o  alcance  dos  dois 

parâmetros físicos ideais (granulometria e superfície especifica). 

        De  acordo  com  as  características  de  cada  tipo  de  pelota  a  ser  produzida  são  fixados 

valores de superfície específica, que de acordo com os padrões atuais variam de 1.830 a 2.100 

cm²/g.  A moagem  é  geralmente  conduzida  em  moinhos  de  bolas  (figura18),  tendo  como 

corpos moedores esferas ou “cylpebs” (cones truncados) de aço ou ferro fundido.  

 

Figura 18: Moinho de bolas 

 Fonte: (Vale) 

 

O circuito pode apresentar diferentes configurações: a úmido ou a seco, aberto ou fechado.  

Na moagem a úmido, o minério é alimentado ao moinho na forma de polpa, com teor 

de  sólidos  de  60  a  80  %  em  peso,  ou  alimenta‐se  simultaneamente minério  e  água,  em 

proporções ajustadas para resultar neste teor de sólidos no interior do moinho (moinhos CVRD 

Tubarão).  

Page 34: Processo de pelotização

33  

        A moagem  a  seco,  por  sua  vez,  exige  a  prévia  secagem  dos  finos  de minério,  porém, 

dispensam  as  operações  de  espessamento,  homogeneização  e  filtragem,  presentes  na 

moagem  a  úmido.  A  moagem  pode  ser  conduzida  em  circuito  aberto,  com  uma  única 

passagem do material pelo moinho, ou em circuito  fechado, no qual hidrociclones  (a úmido) 

ou câmaras de poeira  (a  seco)  fazem a classificação do material da descarga do moinho. De 

acordo com o princípio da operação em circuito aberto a úmido, todo o material passa apenas 

uma  vez  pelo  moinho,  indo  posteriormente  para  a  área  seguinte  do  processo  (tanques 

homogeneizadores). 

         Como na operação em  circuito aberto não existe  carga de  recirculação, a demanda de 

volume  de  polpa  para  a  bomba  na  descarga  do moinho  é  de  aproximadamente  25 %,  se 

comparada com a operação em circuito fechado.      Como a bomba é projetada para trabalhar 

normalmente em circuito fechado, sua capacidade de recalque é muito superior ao necessário 

para  a  operação  em  circuito  aberto,  vindo  a  causar  abaixamento  de  nível  do  tanque  de 

descarga  do moinho.  Para  contornar  esta  situação,  a  fim  de  evitar  desgastes  acentuados  e 

precoces nos  componentes da bomba e  tubulações, usa‐se o artifício de  recircular parte da 

polpa já moída para complementação do nível do tanque.      Esta complementação poderá ser 

feita de duas maneiras, como segue: 

      1ª‐ Via tubulação que interliga o distribuidor de polpa da bateria de hidrociclones ao poço 

de descarga do moinho. 

      2ª ‐ Via tubulação que interliga o distribuidor de polpa da bateria de hidrociclones ao chute 

de  alimentação  do moinho  via  bacia  coletora  do  under  flow. Neste  caso,  há  uma  segunda 

moagem de parte do material já moído, tendo uma contrapartida negativa, que é a redução do 

tempo de moagem do minério que está sendo moído pela primeira vez.   

      Todos  os  moinhos  de  minério  do  complexo  de  Tubarão  são  para  moagem  a  úmido, 

operando  preferencialmente  em  circuito  fechado,  podendo  operar  em  circuito  aberto  em 

situações emergenciais. 

      No  circuito  fechado  a  úmido,  é  necessário  adicionar  água  (no  tanque  de  descarga  do 

moinho) à polpa que alimenta a bateria de hidrociclones, reduzindo seu percentual de sólidos 

para a faixa de 45 ~ 50 %. Esta diluição faz‐se necessária para aumentar a fluidez da mistura e 

propiciar  a  classificação  das  partículas  por  tamanho  no  processo  de  ciclonagem,  com  a 

utilização  das  forças  centrífuga  e  gravitacional  no  interior  dos  hidrociclones.  Após  a 

classificação, o material mais fino é encaminhado para o espessador e o mais grosso retorna 

ao moinho para ser remoído. 

Page 35: Processo de pelotização

34  

      O produto da moagem deve ser um material contendo granulometria com cerca de 90 a 95 

% abaixo de 0, 044 mm (325 mesh) e superfície específica na faixa de 1.830 a 2.100 cm2/g. 

      Os moinhos  utilizados  no  complexo  de  Tubarão  são  cilindros  rotativos  com  dimensões 

aproximadas de 10.000 mm de comprimento por 5.000 mm de diâmetro, com  revestimento 

interno  em  borracha,  metal  magnetizado  ou  aço  Ni  hard.  Aproximadamente  36%  do  seu 

volume  interno  útil  é  ocupado  por  uma  carga  de  corpos moedores  (bolas  ou  cylpebs)  que 

durante o movimento rotativo do moinho atrita‐se com o minério a ser moído, fragmentando‐

o  até o  alcance das dimensões desejáveis. A moagem  se dá predominantemente por  atrito 

(abrasão), tendo, no entanto, parcela de impacto. 

      A moagem por abrasão ocorre através do atrito entre as partículas de minério e entre estas 

e  os  corpos moedores.  A moagem  por  atrito  é  a mais  recomendada  para moer  grãos  de 

pequenas dimensões, e conseqüentemente, gerar micro‐finos. 

      A opção por uma das modalidades de moagem depende de  estudos  específicos  com os 

materiais  a  serem  processados,  além  de  fatores  de  localização  e  de  ordem  econômica. Na 

maioria dos casos, para um mesmo tipo de minério a ser processado, a quantidade de energia 

requerida é menor para o circuito  fechado a úmido e maior para o circuito aberto a seco. A 

proporção  de  valores  de  consumo  energético  para  as  duas  situações  varia  com  o  tipo  de 

minério, de modo que nenhuma regra geral pode ser postulada. Em relação ao  investimento 

requerido, o circuito aberto a úmido é o mais barato, enquanto que o circuito fechado a seco 

exige o maior desembolso de capital.  

4.2.1­Variáveis operacionais a)Umidade: Percentual de água  (em peso)  contido em um determinado material ou 

mistura de materiais. Unidade = %. A medição é feita em laboratório. 

b)Densidade: Densidade de um determinado material ou mistura de materiais vem a 

ser a relação existente entre sua massa e o volume ocupado pelo mesmo (figura 19). Poderá 

ser medida por densímetro, de forma automática, com emissão de sinal um line para a sala de 

controle,  ou manualmente,  pelo  operador  da  área,  com  a  utilização  de  um  dinamômetro 

(balança  de  densidade  com  funcionamento mecânico),  ou  balança  eletrônica  estacionária. 

Unidade = g/cm³ ou kg/l. 

                                           Figura 19: Densidade de um corpo 

                                            Fonte: (ferraro, 1993) 

Page 36: Processo de pelotização

35  

c)Granulometria: Vem a ser a medição do tamanho das partículas de um determinado 

material a granel. Para realização dos testes são utilizadas peneiras, em laboratório. 

d)Superfície  especifica:  Define‐se  superfície  específica  de  um  corpo,  como  sendo  a 

relação  entre  a  somatória  das  áreas  externas  do  corpo  e  sua massa.  Unidade  =  cm²/g.  A 

superfície específica é medida em laboratório, com o auxílio de um permeâmetro.  Em termos 

práticos,  pode‐se  afirmar  que  a  somatória  das  áreas  externas  de  um  corpo  aumenta,  à 

proporção que este é fragmentado. Ou seja: quanto maior for o grau de moagem / prensagem 

sofrido pelo material, mais alta será a sua superfície específica. 

4.2.2 Bateria de hidrociclones   Para  cada  projeto  de  bateria  de  hidrociclones  (figura  20)  existe  uma  gama  de 

variáveis que deve ser levada em consideração. 

                 Figura 20; Bateria de hidrociclones 

                 Fonte: (Vale) 

 O  alcance  dos  resultados  poderá  ser  conseguido  variando  a  quantidade  de 

hidrociclones por bateria, diâmetros de APEX  / VORTEX, diâmetro e  comprimento da  seção 

cilíndrica de cada hidrociclone, ângulo da seção cônica, etc. Cada  fabricante desenvolve suas 

baterias com características próprias. Daí, as diferenças entre as baterias de uma usina para 

outra, em alguns casos, Figura 21. 

 Na operação em circuito fechado, a bateria de hidrociclones recebe a polpa diluída da 

bomba M7, classifica, liberando o material bem moído para o espessador (via vortex) e o mal 

moído de  retorno  ao moinho  (via  apex), para novo processo de moagem. Ambos os  fluxos 

chegam aos seus destinos por gravidade. 

Page 37: Processo de pelotização

36  

alime

do m

  A  comb

entação da p

aterial por ta

inação das  f

polpa, fazem 

amanho das

forças  centrí

com que ha

 partículas.

ífuga e grav

ja o ciclonam

itacional, ali

mento, tendo

iadas a uma

o como resu

a pressão  ide

ultado a sepa

eal de 

aração 

 

                   Figura 21: Componentes de um hidrocicclone 

           

A - BoB - SeC - SeD - ApE - VoF - CoG - De

leque

VORT

      A 

(recir

critér

altera

      Fonte: (Vale

Legenda: 

cal de entrada dção cilíndrica nação cônica infeex rtex letor de descarg

escarga do Over 

   Normal

e possui um 

TEX. O fluxo 

redução  de

rculação),  m

rio, para que

ação,  o  flux

e) 

de alimentação a entrada rior

ga rflow

mente, a de

núcleo oco q

de ar é prov

e  diâmetro 

melhorando 

e não ocorra 

xo  de  ar  no

tangencial

escarga da po

que permite 

ocado por um

do  apex  pr

a  classificaç

alteração no

o  sentido  a

olpa através

um fluxo asc

m redemoin

ovoca  eleva

ção.  Esta  re

o formato do

ascendente 

s do APEX te

cendente e c

ho da polpa 

ação  da  den

dução  do  d

o leque na sa

será  reduzi

em a forma d

constante de

no interior d

nsidade  da  p

diâmetro  de

aída do apex

do,  podend

de um  leque

e ar em direç

do hidrociclo

polpa  do  re

ve  ser  feita

x. Caso ocorr

do  ser  elimi

 

e. Este 

ção ao 

one. 

etorno 

a  com 

a esta 

inado, 

Page 38: Processo de pelotização

37  

prejudicando  drasticamente  a  classificação  da  polpa  ciclonada.  Desgastes  de  5  mm  no 

diâmetro  do  apex  e  10  mm  no  diâmetro  do  vortex  são  normalmente  motivos  para 

substituição.  Porém,  os  resultados  de  granulometria  deverão  ser  levados  em  consideração 

para a tomada de decisão de substituí‐los ou não.    As medições dos apex são feitas utilizando‐

se um compasso interno e escala métrica ou paquímetro, sem a necessidade de desmontagem 

dos hidrociclones.   As medições dos  vortex  são  feitas utilizando‐se um  compasso  interno  e 

escala métrica ou paquímetro, com a retirada das tampas superiores dos hidrociclones. Caso o 

material  usado  na  fabricação  dos  vortex  não  seja metálico,  ou  seja:  refrax,  carboflax,  etc., 

durante a montagem, existem grande risco de quebra das abas  laterais. Os pontos onde são 

medidos os diâmetros dos apex's e vortex's estão frisados na figura 20. 

4.2.3 Carga de recirculação   A  quantidade  de material  que  sai  da  bateria  de  hidrociclones  para  o  espessador  é 

sempre equivalente à taxa de alimentação do moinho via correia transportadora, desprezando 

as  perdas.  Isto  ocorre  pelo  fato  da  carga  de  recirculação  ser  constante,  no  tocante  à 

quantidade de material. 

 As variáveis controláveis são: 

• Taxa horária de alimentação do moinho. 

• Densidade da polpa de descarga do moinho. 

• Densidade do overflow dos hidrociclones. 

• Densidade do underflow dos hidrociclones. 

      Carga de recirculação é a relação entre a quantidade de sólidos que retorna e a produção 

alimentada ao moinho. 

Exemplo: Retorno ‐ 750 t/h Produção ‐ 250 t/h                                           750. 100 Carga de recirculação =   ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐  = 300%                                              250       A carga de recirculação influencia diretamente no rendimento da moagem. Se for 

aumentada, aumenta‐se a remoagem, ou seja: apenas as partículas mais finas irão para o 

espessador.  Ela proporciona a moagem das partículas maiores, evitando que o percentual 

granulométrico da polpa ciclonada abaixo de 325# diminua. Este retorno, normalmente é 

próximo a 300% da produção da mesa alimentadora do moinho, dependendo da operação da 

bateria de hidrociclones.  Os sistemas atuais de medição da carga de recirculação não são 

precisos, principalmente em função de amostragens deficiente.   O método mais comum é o 

Page 39: Processo de pelotização

38  

de medição direta da vazão do underflow. A LURGI usou este método, medindo o tempo de 

enchimento de um recipiente de volume conhecido e a densidade da polpa do underflow. 

Fórmula: 

             V. N. 3,6. d. %S 

CR = ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐. 100 

                     T. A 

Onde: 

CR = Carga de recirculação ‐ % 

N ‐     Número de hidrociclones 

3,6 ‐ Constante 

d ‐     Densidade da polpa no underflow ‐ Kg/l 

%S ‐ Percentagem de sólidos ‐ % 

T ‐     Tempo de enchimento ‐ segundos 

V ‐ Volume do recipiente ‐ litros 

A ‐ Alimentação horária do moinho, base seca ‐ t/h 

Fórmula para cálculo de percentual de sólidos na polpa de minério (em peso): 

 

          100. Dm(Dp‐1) 

%S = ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 

            (Dm‐1)Dp 

Onde: 

%S   Percentual de sólidos 

DM   Densidade do minério ‐ aproximadamente 5 g/cm3 (dado conseguido no laboratório 

central DIPE) 

Dp    Densidade da polpa ‐ Kg/l 

1 ‐  Constante 

100  ‐ Constante 

4.2.4 moagem em circuito fechado   A moagem em circuito fechado caracteriza‐se pelo uso dos hidrociclones para fazer a 

classificação granulométrica do material moído, direcionando o material bem moído para o 

espessador, via vortex, e o mal moído de volta ao moinho, via apex. Figura 22 

Page 40: Processo de pelotização

39  

Figuraa 22: Moinho dee bolas operando em circuito fechado 

Fonte:

Legen1 - Alim2 - Alim3 - Car4 - Alim5 - Des6 - Tan7 - Águ8 - Bom9 - Bat10 - Sa O

carga

de 3,

tanqu

aprox

do ní

das p

se de

de  1

classi

moin

de m

moin

: (Vale) 

da: mentação de mimentação de ágrga de recirculamentação de coscarga da polpanque de descarua de processo mbeamento de teria de hidrocicaída do overflow

O moinho re

a de recircula

0 kg/l é des

ue,  esta  p

ximadament

ível do tanqu

partículas po

e bombear a 

1,5  kg/cm². 

ificação, dire

ho (carga de

aterial envia

ho e a carga

inério (produçãogua para correçãação. orpos moedoresa moída rga do moinho

para diluição dpolpa para a ba

clones w para o espess

cebe pelo ch

ação e corpo

scarregada d

olpa  é  dilu

te 1,60 kg/l, 

ue. A diluiçã

or tamanho, 

mistura para

Como  cita

ecionando o 

e recirculaçã

ado ao espes

 de recircula

o). ão de densidad

s.

a polpa ateria de hidroc

sador

hute de alim

os moedores

do moinho n

uída  em  á

por interméd

ão da polpa t

via ciclonage

a alimentar a

ado  anterior

material bem

ão). Com o s

ssador será s

ação equivale

e.

iclones

mentação: m

s. Por transb

um tanque 

gua  de  pr

dio de uma v

tem como o

em. Após a d

a bateria de 

rmente,  cab

m moído par

sistema bem

sempre equiv

ente a aprox

inério, água

ordo, a polp

localizado so

ocesso,  ond

válvula bóia 

objetivo, faci

diluição, um

hidrociclone

be  à  bateri

ra o espessad

 dimensiona

valente à tax

ximadamente

 para correç

pa com dens

ob a descarg

de  atinge 

responsável 

litar o proce

a bomba de

es, a uma pre

ia  de  hidro

dor e o mal m

ado e em eq

xa de produç

e 300% da ta

ção de densi

idade aproxi

ga do mesm

a  densidad

pela manut

esso de sepa

e polpa enca

essão aproxi

ociclones  fa

moído de vo

uilíbrio, o vo

ção alimenta

axa de produ

idade, 

imada 

mo. No 

de  de 

enção 

aração 

rrega‐

imada 

zer  a 

olta ao 

olume 

ada ao 

ução.

 

Page 41: Processo de pelotização

40  

A  taxa  de  produção  do  moinho  é  ajustada  em  função  dos  resultados  de  superfície 

específica (S.E.), conforme PRO específico. Caso a S.E. esteja baixa, deve‐se reduzir a produção 

do moinho para que o material permaneça maior tempo no seu interior e sofra maior grau de 

moagem. Caso a S.E. esteja alta, proceder de maneira inversa. 

Observações: 

1) Para que a densidade de descarga do moinho permaneça estável, toda alteração na taxa de 

produção  deverá  ser  acompanhada  do  ajuste  da  água  para  correção  de  densidade  na  sua 

alimentação, proporcional à produção. Este procedimento é válido tanto para a operação em 

circuito fechado quanto para circuito aberto. 

2) Densidade  de  descarga:  A  densidade  de  descarga  do moinho,  tanto  no  circuito  fechado 

quanto  no  circuito  aberto  deverá  ser  sempre  a  mais  alta  possível,  desde  que  não  cause 

obstruções no chute de alimentação nem embuchamento da carga  (material  tendendo para 

sólido que causa arrastamento de corpos moedores para a peneira de descarga do moinho, 

transportando  para  a  área  externa  parte  da  carga  de  corpos moedores  acompanhada  de 

minério moído). 

• Vantagens da operação em circuito fechado: 

  ‐ Maior  homogeneização  no  tamanho  das  partículas moídas,  dando,  portanto,  uma maior             

consistência e melhor acabamento externo nas pelotas cruas. 

  ‐ Temperatura da polpa na alimentação dos filtros na faixa de 35 ºC, enquanto que no circuito                                   

aberto chega a atingir 55 ºC, que vem a causar empenos e descolagens de setores. 

  ‐ Maior simplicidade e estabilidade na operação do moinho. 

  ‐ Menor consumo específico de energia elétrica. 

  ‐ Menor consumo específico de corpos moedores. 

   ‐ Menor desgaste no revestimento interno do moinho. 

   ‐ Menor desgaste em tubulações e componentes das bombas de polpa. 

    ‐ Menor  tendência a obstruções no chute de alimentação do moinho, o que é comum na 

operação em circuito aberto, pelo fato de não existir carga de recirculação. 

   ‐  Polpa  de  minério  mais  limpa,  não  permitindo  passagem  de  corpos  estranhos  para  os 

tanques homogeneizadores, causadores de obstruções nas alimentações dos filtros. 

   ‐ Maior taxa de produção na moagem, aproximadamente 20%. 

• Vantagens da densidade de descarga mais alta: 

      ‐ Maior  produtividade  do moinho,  pois  o  aumento  no  tempo  de  residência  do minério 

propicia um maior nível de moagem, permitindo desta  forma um aumento na produção do 

moinho. 

      ‐ Menor consumo de energia elétrica, pois a elevação da carga diminui.  

Page 42: Processo de pelotização

41  

      ‐ 

corpo

Menor  cons

o moedor. 

sumo de  corrpos moedores, pois o mminério diminui o  atritoo  corpo moeedor  / 

      ‐ M

4.2.5 A

motiv

Figura

Fonte:

Legen1 - Alim2 - Alim3 - Alim4 - Des5 - Tan6 - Ret7 - Bom8 - Águ9 - Dis10 - De  Van

Menor desga

5 moagem eA operação d

vo, houver (e

Impossib

hidrociclo

Defeito n

Deficiênc

Deficiênc

Necessida

pelota a s

a 23: Moinho de

: (Vale) 

da: mentação de mimentação de ágmentação de coscarga da polpanque de descartorno de polpa pmbeamento de ua de processo

stribuidor de polescarga de polp

ntagens da

aste de reves

em circuito ado moinho e

em) impedim

ilidade de us

ones do refe

no espessado

cias em tubu

cias em sistem

ade operacio

ser produzid

e bolas operan

inério (produçãogua para correçãorpos moedoresa moída. rga do moinho. para complemepolpa para a bapara diluição d

pa da bateria depa para espessa

operação e

stimento, po

aberto m circuito ab

mento(s) da o

so de mais d

rido moinho

or; 

lações e calh

mas de válvu

onal  (transiç

a for em peq

do em circuito

o). ão de densidad

s.

entação de nívelateria de hidroca polpa. e hidrociclones.ador

em circuito a

ois o minério

berto (Figura

operação em

de 35% dos 

o; 

has de transf

ulas na área 

ção  rápida n

quena quant

 aberto 

e.

l do tanque de diclones.

.

aberto:

o funciona coomo lubrificaante.

a 23) se faz n

m circuito fec

necessária q

chado, tais co

uando, por a

omo: 

algum 

hidrociclone

ferências; 

de espessam

a  troca de p

tidade, etc.;

descarga.

es componenntes da bateria de 

mento; 

produto), principalmentee se a 

 

Page 43: Processo de pelotização

42  

‐ Opção de não interromper o processo produtivo, na impossibilidade da operação em circuito 

fechado. 

 ‐ Aumento na eficiência de  filtragem devido à elevação de  temperatura  sofrida pela polpa, 

com ganho na taxa de produção e redução da umidade. 

 ‐ Economia de investimento e de pessoal com a eliminação do espessamento. 

4.3 Espessamento/homogeneização e adição de carvão 

4.3.1 Espessamento  Tem  a  função  de  adequar  o  percentual  de  sólidos  do  overflow  da  ciclonagem  no 

processo de moagem às necessidades da filtragem. 

            O espessamento do minério de ferro e calcário moídos a úmido é feito pelo processo de 

sedimentação.  Este  fenômeno  ocorre  em  função  da  diferença  de  densidade  dos materiais 

sólidos  componentes  da mistura  (polpa)  em  relação  à  densidade  da  água.  A  sedimentação 

pode ser facilmente observada, bastando encher um recipiente transparente (frasco de vidro) 

com água limpa e depois adicionar um pouco de minério moído. Após algum tempo, o minério 

sofrerá um processo de decantação, precipitando‐se para o fundo do recipiente.  A velocidade 

de sedimentação do minério variará em  função do  tamanho e peso das partículas. Este  fato 

pode  ser  comprovado  realizando uma experiência  com dois  frascos  transparentes  cheios de 

água  limpa. Em um dos  recipientes adiciona‐se minério  fino e no outro adiciona‐se minério 

bem mais fino e em quantidades iguais. Observe que a sedimentação do minério mais fino será 

mais lenta. Há dois tipos de sedimentação: 

a) Sedimentação  Descontinua:  Este  processo  é mais  usado  em  laboratório,  onde  são 

processadas pequenas quantidades de minério. Consiste em encher um recipiente com 

a mistura, deixando‐a em repouso até que ocorra a separação dos dois elementos. 

b) Sedimentação  continua:  É  o  processo  dinâmico  usado  em  escala  industrial,  pois 

permite a sedimentação de grandes quantidades de minério, de forma ininterrupta. 

A etapa de espessamento da polpa no processo de pelotizaçao é necessária apenas 

quando  a  operação  da  moagem  é  feita  em  circuito  fechado  a  úmido.  A  polpa 

procedente dos hidrociclones,  contendo  cerca de 20% de  sólidos, é  transferida para 

um espessador circular, no qual ocorre seu adensamento pelo efeito de decantação. 

Aumenta‐se a razão sólido / líquido na polpa, recuperando‐se a água para o processo. 

O material  do  espessador,  com  uma  concentração  de  sólidos  de  aproximadamente 

70%,  é  bombeado  para  tanques  homogeneizadores.  O  bombeio  é  feito  por  uma 

bomba  de  velocidade  variável,  com  controle  automático  de  rotação,  em  função  da 

densidade pedida no instrumento controlador e informação da densidade instantânea, 

Page 44: Processo de pelotização

43  

medida por densímetro (figura 24). A água de transbordo do espessador é reconduzida 

aos moinhos através de um sistema composto por um tanque de processo e bombas 

de recalque. 

                                              Figura 24: Bombas de velocidade variável 

 

                                                   Fonte: (Vale) 

  A  área  de  espessamento  tem  como  função  principal,  a  elevação  da  densidade  da 

polpa  proveniente  da  área  de moagem  (aproximadamente  1,20  kg/l),  para  valores  ideais  à 

utilização  no  processo  de  filtragem,  após  adição  de  polpa  de  carvão  nos  tanques 

homogeneizadores. Após a  retirada de parte da água  contida na polpa  ciclonada, a polpa é 

bombeada para os tanques homogeneizadores com densidade de 2,40 a 2,80 kg/l, variando de 

acordo com as necessidades da filtragem. 

  A  densidade  da  polpa  succionada  do  espessador  para  alimentação  dos  tanques homogeneizadores deve  estar  sempre  acima da densidade necessária na  área de  filtragem. Motivos:  tendência à  redução, por  injeção de água de selagem nas bombas de polpa, que é incorporada à mesma; a densidade da polpa de carvão adicionada à polpa de minério possui densidade na  faixa de 1,05 a 1,18 kg/L e  flexibilidade operacional na  filtragem, pois a polpa com  densidade  mais  alta  poderá  ser  diluída  no  momento  do  bombeio,  enquanto  que  a densidade  baixa  não  poderá  ser  elevada,  caso  a  filtragem  assim                                   necessite. Principais componentes do espessamento (figura 25): 

a) Espessador  ‐  tanque em  forma  cilíndrica,  com o  fundo  cônico. As dimensões do  tanque 

(altura  e  diâmetro)  são  definidas  no  projeto,  em  função  da  produção  (qualidade  x 

quantidade),  que  é  exigida  do  equipamento. O  formato  cilíndrico  é  obrigatório  para  o 

alcance  do  objetivo  de  escoamento  completo  da  produção  alimentada,  em  função  do 

movimento circular das pás. 

Page 45: Processo de pelotização

44  

b)  Calha de alimentação ‐ transporta a polpa para o centro do espessador, onde é feita a sua                                   

alimentação. 

c)  Ancinhos com conjunto de pás ‐ destinados a promover o arraste da polpa decantada para 

o centro do espessador. 

d)  Sistema de acionamento rotacional do conjunto de ancinhos. 

e)  Sistema de elevação do conjunto de ancinhos. 

f)  Underflow da polpa sedimentada, que alimenta as bombas. 

g)  Overflow (transbordo) da água para o tanque de água de processo. Este é feito em toda a 

periferia  (perímetro)  do  espessador,  para  reduzir  o  efeito  das  correntes  de  água  que 

causariam arrastes de minério, tendo ainda um sistema auxiliar de pentes. 

h)  Três  válvulas  pneumáticas,  com  comandos  elétricos,  que  interligam  a  base  central  do 

espessador (underflow) ao tanque distribuidor de polpa. 

i)  Um tanque distribuidor para alimentação das bombas de polpa.  

j)  Uma válvula pneumática, com comando manual  local, para alimentação de cada bomba 

de polpa. 

k)  Conjunto  de  bombas  (2)  ‐  recalcam  o  produto  do  underflow,  alimentando  os  tanques                                   

homogeneizadores. 

l)  Mangotes e tubulações para transporte da polpa. 

m)  Um medidor de densidade instalado na tubulação de recalque da cada bomba de polpa. 

n)  Um medidor de vazão instalado na tubulação de recalque da cada bomba de polpa. 

o)  Uma galeria de acesso ao ponto de descarga do underflow do espessador.  

p)  Uma bomba de drenagem da galeria. 

q)  Um sistema de proteção contra inundação da galeria (eletrodos).  

r)  Retorno do underflow para o espessador. 

s)  Um tanque de água de processo. 

 

 

Page 46: Processo de pelotização

45  

Figuraa 15:Componenntes de um espeessador 

Fonte:

4.3.1

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1.1 Funciona O espess

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lpa. O 

Page 47: Processo de pelotização

46  

objetivo deste anel perfurado é promover a alimentação de maneira uniforme.  O minério, por 

possuir peso específico  superior ao da água, precipita‐se, enquanto que a água direciona‐se 

para  a  periferia  do  espessador,  transbordando  para  o  tanque  de  processo,  via  calha  de 

overflow. 

   A  polpa  é  alimentada  no  centro,  mas  as  partículas  menores  são  levadas  para  as 

extremidades  (periferia)  do  cilindro. Uma pequena parte  dos micro‐finos  sai pelo overflow, 

arrastada pelo fluxo d'água no sentido do centro para a periferia, alimentando o grande anel 

coletor do overflow, deixando a água de processo parcialmente  contaminada por partículas 

sólidas. As partículas com maiores dimensões precipitam‐se rapidamente, na vertical, próximo 

ao  centro do  espessador.   Os  casos  acima  retratam os  extremos. Normalmente  existe uma 

distribuição  granulométrica  entre  estes  dois  extremos,  proporcionando  uma  estabilidade 

operacional para o espessador, conforme figura 26: 

Figura 26: Distribuição granulométrica em um espessador 

 Fonte: (Vale) 

   A distribuição dos níveis de  sedimentação  entre  estes dois  extremos,  em  condições 

normais, varia com a superfície específica da polpa alimentada. Se o material alimentado ao 

espessador  possuir  superfície  específica  baixa,  a  sedimentação  será mais  rápida,  havendo 

maior concentração na região central. Na medida em que é elevada a superfície específica da 

polpa, a sedimentação vai se tornando mais lenta, ocorrendo à formação de uma distribuição 

mais uniforme em toda a área do espessador. 

 A maior elevação da superfície específica ocorre com maior intensidade nos casos de 

parada de moinho ou redução de produção da moagem, mantendo a produção da filtragem. 

Nesta  situação  a  influência  da  água  do  tanque  de  filtrado  na  composição  da  média  da 

superfície  específica  da  polpa  alimentada  ao  espessador  é  grande,  podendo  provocar 

conseqüências  nocivas  à  qualidade  da  produção  da  filtragem.  A  polpa  proveniente  dos 

sistemas de despoeiramento também têm bastante peso no aumento da superfície específica. 

Page 48: Processo de pelotização

47  

A velocidade de sedimentação também varia em função da variação da densidade da polpa de 

alimentação.  A  elevação  da  densidade  da  polpa  de  alimentação  provoca  aumento  da 

velocidade de decantação, podendo prejudicar a estabilidade operacional. 

4.3.2 homogeneização       Após o espessamento, a polpa de minério é bombeada para os tanques homogeneizadores 

(figura 27) 

.                                              Figura 27: Tanques homogeneizadores 

                                            Fonte: (Vale)

             Cada tanque homogeneizador possui agitador rotativo no seu interior, que mantém os 

sólidos em  suspensão e garante a homogeneização da polpa, minimizando as  variações das 

características físicas e químicas do material. Os tanques homogeneizadores proporcionam a 

manutenção  de  um  estoque  intermediário  de  minérios,  precavendo‐se  contra  eventuais 

paralisações  em  áreas  anteriores.    Os  tanques  homogeneizadores  proporcionam  a 

manutenção  de  um  estoque  intermediário  de  minérios,  precavendo‐se  contra  eventuais 

paralisações  em  áreas  anteriores.  A  adição  de  combustíveis  sólidos,  sempre  que  ocorrer, 

poderá  ser  feita  com  sucesso  via  adição de polpa de  carvão moído  à polpa de minério, no 

tanque homogeneizador. 

             Do tanque homogeneizador a polpa é bombeada para a seção de filtragem, através de 

uma bomba de velocidade variável, que varia de rotação em função da quantidade de polpa 

necessária aos filtros rotativos. Um sistema de medição de densidade, por  intermédio de um 

densímetro, comanda uma eletroválvula que fornece a água de diluição necessária para que a 

polpa de minério chegue à área de filtragem com a densidade ideal. 

Page 49: Processo de pelotização

48  

 

4.3.3 Adição de carvão       A  utilização  de  carvão  no  processo  de  pelotizaçao  teve  início  em  função  de  grandes 

elevações ocorridas nos preços do petróleo no mercado internacional, em função de diversos 

motivos, ao longo dos anos.  O objetivo inicial era obter uma fonte energética alternativa, com 

menor  custo  final das pelotas.   Vários  estágios  e dificuldades  foram  vencidos  até o quadro 

atual de adição de polpa de carvão (mineral) moído na polpa de minério estocada nos tanques 

homogeneizadores, com sistema automático de dosagem. 

      A utilização do  carvão, hoje, não  se dá apenas pelo  seu  custo energético  comparado ao 

óleo combustível, e sim, pelo efeito benéfico no processo de queima. Devido ao fato de ser um 

combustível  sólido  contido no  interior das pelotas, o mesmo gera uma queima  interna  com 

grandes  resultados  qualitativos,  possibilitando  assim,  uma  alavancagem  significativa  na 

capacidade  de  produção  dos  fornos  de  pelotizaçao.   A  dosagem  de  carvão  se  dá  de  forma 

automática, em função da quantidade de minério recalcada pelas bombas de retirada de polpa 

sob os espessadores No caso de operação da moagem em circuito aberto, a referência de peso 

de minério para a dosagem de carvão é das balanças  instaladas nas correias de alimentação 

dos moinhos.  

4.4 Filtragem Nas  plantas  que  utilizam  circuito  de moagem  a  úmido,  a  exemplo  do  complexo  de 

Tubarão, é necessário um estágio de filtragem, para preparação do material a ser alimentado 

ao Pelotamento.   A polpa de minério deve ter seu teor de água reduzido de aproximadamente 

30 % para algo em torno de 8 a 9 %, que é a faixa de umidade considerada adequada para a 

etapa posterior (formação das pelotas cruas). A filtragem é normalmente realizada em filtros 

rotativos a vácuo (figura 28), de disco ou tambor. Os filtros de disco são os mais usados, por 

propiciarem a obtenção de máxima capacidade no menor espaço físico. Cada filtro comporta 

até 12 discos, com diâmetro de 2 a 3 metros e uma área de sucção de no máximo 100 m². No 

caso de polpa de minério de ferro, os filtros de discos a vácuo têm capacidades variando de 0,4 

a  1,5  t  /  h  / m²  de  área  filtrante.    A  composição mineralógica  de  alguns  tipos  de minério 

impede  a  filtragem  eficiente  das  polpas,  exigindo  uma  secagem  adicional  em  secadores  de 

tambor.  Este  procedimento  tem  conseqüências  bastante  prejudiciais  para  a  qualidade  das 

pelotas, pois a descarga do secador consiste basicamente de micropelotas de diâmetros entre 

0,5  a  3 mm,  a  partir  das  quais  é  praticamente  impossível  produzir  pelotas  cruas  de  boa 

qualidade. Este problema pode  ser minimizado através do aquecimento da polpa  retida nos 

Page 50: Processo de pelotização

49  

setores  dos  discos  a  uma  temperatura  mais  elevada,  utilizando‐se  vapor  d'água  em 

substituição ao ar. 

                            Figura 28: Filtros rotativos a vácuo 

 

                         Fonte: (Vale) 

 Ao  material  proveniente  da  filtragem,  denominado  polpa  retida,  adiciona‐se 

aglomerante através de uma balança dosadora de precisão. Os aglomerantes mais utilizados 

são a Bentonita (dosagem de 0,5 a 1,0 %), Cal Hidratada (dosagem de 2 a 3 %) e Aglomerantes 

Sintéticos Poliméricos (dosagem de 0,05 a 0,10 %). A homogeneização da mistura polpa retida 

/  aglomerante  é  feita  em  misturadores  cilíndricos  rotativos.  Em  seguida,  o  material  é 

transferido via correias  transportadoras para os silos dos discos de Pelotamento. Conclui‐se, 

desta  forma, a etapa de preparação das matérias primas. O bom desempenho da  filtragem 

depende  muito  da  qualidade  da  polpa  de  alimentação  (principalmente:  densidade, 

granulometria e superfície específica). Estas variáveis deverão estar na  faixa determinada de 

valores, com o mínimo de oscilação possível. 

A  temperatura  da  polpa  deve  ser  constante  para  evitar  que  este  fator  influencie 

negativamente no controle da umidade da polpa retida.      Para receber uma polpa dentro dos 

padrões  de  qualidade,  a  filtragem  precisa  programar  a  sua  produção  em  função  da 

disponibilidade de polpa estocada nos  tanques homogeneizadores e  também produzida pela 

moagem. A adição de aglomerante e a mistura do mesmo à polpa exige um cuidado especial, 

pois pequenas oscilações da  sua dosagem ou  ineficiência na mistura podem provocar  sérias 

complicações para o Pelotamento, forno e controle final da qualidade da pelota queimada.

A área de filtragem tem por objetivo o fornecimento de polpa retida (minério + aditivos), 

com umidade ideal, para a formação das pelotas cruas (verdes) na área de Pelotamento. Com 

Page 51: Processo de pelotização

50  

base nesta premissa, além dos resultados dos testes de umidade, que norteiam a performance 

da filtragem, a opinião do operador do Pelotamento deve ser sempre levada em consideração, 

pois é dele a tarefa de fabricar pelotas com qualidades satisfatórias para atendimento à área 

de  queima.  Além  da  utilização  da  polpa  retida  na  área  de  Pelotamento,  a  CVRD  também 

comercializa o minério pellet feed moído (PFM). Para esta finalidade, o minério (sem aditivos) 

é  moído  e  filtrado,  sendo  desviado  a  seguir  para  a  área  externa  da  planta,  de  onde  é 

encaminhado para o cliente (exportação). 

      O bom desempenho da  filtragem depende  grandemente das  características da polpa de 

alimentação, proveniente dos tanques homogeneizadores. Esta precisa estar com a superfície 

específica dentro da faixa  ideal, com o mínimo de oscilações ao  longo do tempo. Além desta 

variável,  a  granulometria  do material  também  tem  influência  no  resultado  da  filtragem.  A 

densidade da polpa  fornecida à  filtragem deverá ser ajustada, buscando o equilíbrio entre a 

umidade do produto e a produtividade da  filtragem. Para que a  filtragem  receba uma polpa 

dentro dos padrões de qualidade, é necessário que sua produção seja programada em função 

da disponibilidade de polpa estocada nos tanques homogeneizadores e produção da moagem. 

4.4.1 Formação da polpa retida              A  polpa,  contendo  aproximadamente  30%  de  água,  bombeada  dos  tanques 

homogeneizadores,  é  alimentada  a  um  tanque  distribuidor  localizado  acima  do  nível  dos 

filtros. Por gravidade, o tanque distribuidor alimenta cada filtro. De acordo com a qualidade da 

polpa, o filtro opera com rotação de 0,6 a 1,0 RPM. Ao transitar os setores componentes dos 

discos pelo  interior da bacia de polpa, ocorre a  sucção do minério + água, graças à ação de 

uma bomba de vácuo, destinando a água para os balões separadores de filtrado, sendo a polpa 

retida soprada e descarregada sobre duas correias transportadoras, que abastecem os silos de 

armazenagem. 

             O  sopro  da  polpa  retida  é  realizado  por  ar  comprimido  gerado  pelo  compressor 

soprador.  Normalmente operam continuamente dois sopradores, ficando o terceiro em stand 

by.  Enquanto  alguns  setores  do  filtro  encontram‐se  na  zona  de  formação  da  polpa  retida, 

outros cumprem a tarefa de secagem. O vácuo da mesma bomba que succiona água durante a 

formação faz a sucção de ar por entre a camada de polpa para efetuar a secagem do material. 

Após a separação do ar, a água é direcionada para um tanque denominado tanque de filtrado, 

de onde é bombeada para o espessador. O ar, succionado pela bomba de vácuo no processo 

de secagem, após a separação nos balões separadores de filtrado, é descarregado no tanque 

coletor de água de selagem das próprias bombas de vácuo. 

Page 52: Processo de pelotização

51  

             A  bacia  de  cada  filtro  deve  ser  mantida  totalmente  cheia,  tendo  um  pequeno 

transbordo  constante,  para  a  garantia  de  que  não  haverá  abaixamento  de  nível,  que  seria 

altamente maléfico, tanto à qualidade (alta umidade), quanto à produção.   Cada bacia possui 

também  um  sistema  de  drenagem,  por  intermédio  de  válvulas  pneumáticas,  que  deve  ser 

acionado  para  esvaziamento  da  bacia  em  casos  de  manutenções  no  filtro,  ou 

intermitentemente, quando o filtro estiver operando sem o funcionamento do agitador. Tanto 

a  polpa  resultante  do  overflow  do  tanque  distribuidor,  das  bacias  dos  filtros,  quanto  das 

drenagens parciais  rotineiras e  totais, em caso de paradas dos  filtros, é direcionada para os 

tanques homogeneizadores, por gravidade. 

4.4.2 Equipamentos e componentes da área de filtragem • Bacia: 

       Utilizada para depósito da polpa a ser filtrada. 

• Sistema de acionamento: 

  Possui velocidade variável. O ajuste de velocidade do  filtro é  feito em manual  local, 

sendo atendido por intermédio de inversor de freqüência. 

• Discos e setores do filtro: 

Cada  filtro possui dez discos,  com 16  setores  (Figura 29)  cada,  totalizando 160  setores.                                   

Os setores possuem uma caneleta interna, interligada às ranhuras ou furos externos, por onde 

é feita a sucção para formação da camada da polpa, sua secagem e posterior sopro. Os setores 

são  revestidos  (encamisados)  por  sacos  porosos,  geralmente  confeccionados  com  nylon. O 

material usado na sua confecção pode ser alterado em função da produtividade, qualidade ou 

outras conveniências operacionais. A função do saco é deixar passar a água (filtrar), retendo o 

minério. 

Figura 29: Setor 

 Fonte: 

Page 53: Processo de pelotização

52  

 

• Arvore do filtro: 

    Um grande eixo, onde os setores são fixados, formando os discos.    Este eixo contém canais 

com tubos, cuja função é permitir ao fluxo de água que passa pelos poros dos sacos chegarem 

aos cabeçotes.  

• Cabeçote: 

  Cada  filtro possui dois cabeçotes  (Figura 30). Têm a  função de  sustentar a árvore do  filtro, 

além de controlar o fluxo de vácuo e sopro, em função da posição da árvore ao  longo de seu 

movimento  de  rotação.    Possuem  também  a  função  de  fazer  a  selagem  entre  as  diversas 

zonas,  evitando  perda  de  pressão  de  vácuo  e  de  ar  de  sopro.  São  os  cabeçotes  que 

determinam as posições de vácuo de formação, vácuo de secagem e sopro da polpa retida. 

 

Figura 20:Cabeçote de filtro 

8

5

6

5

5

2

1

1 7

4

39

1

Legenda: 

1 ‐ Vácuo de formação e secagem 

Fonte: 

2 ‐ Sopro 

3 ‐ Limpeza 

4 ‐ Zona de formação  

5 ‐ Zona de secagem  

6 ‐ Zona de sopro 

7 ‐ Zona de limpeza 

8 ‐ Posição do vacuômetro 

9 ‐ Lubrificação 

10 ‐ Lubrificação 

11 ‐ Mola de fixação do cabeçote 

Page 54: Processo de pelotização

53  

12 ‐ Parafuso de fixação 

• Agitador de polpa na bacia do filtro: 

 A  função  do  agitador  é manter  as  partículas  sólidas  contidas  na  polpa  em  suspensão, 

evitando arraste de pedaços de polpa pelos setores, que geram alta umidade na polpa retida. 

O uso do agitador dispensa drenagens parciais periódicas durante a operação do filtro.  

•   Defletores de descarga do filtro: 

 A função dos defletores é direcionar toda a polpa retida desprendida dos sacos para a correia 

transportadora. Caso a distância entre os defletores e os discos seja grande, haverá queda de 

parte da polpa de volta à bacia do filtro, causando perda de produção e aumento da umidade 

do material,  pois  os  pedaços  de  polpa  (sólida)  serão  captados  pelo  disco,  por  sobre  uma 

camada  já  formada,  gerando  assim,  uma  sobreposição  de  camadas.    Cada  filtro  possui  20 

defletores, confeccionados em polietileno, com suportes em chapas de aço e parafusos para 

ajustes e fixação. Cada disco do filtro descarrega a polpa retida sobre dois defletores (um de 

cada  lado), que fazem a transferência para uma correia transportadora. A distância existente 

entre cada defletor e o disco deverá ser a menor possível, criteriosamente ajustada, para que 

não fique tão perto a ponto de tocar nos setores, que ocasionaria o rasgo dos sacos, nem tão 

longe,  a  ponto  de  permitir  a  queda  da  polpa  já  filtrada  de  volta  à  bacia  de  polpa.                                   

O ajuste da distância dependerá: do nível de empeno do disco, da altura do ponto de sopro e 

deslocamento do saco durante o sopro, observados com o filtro em operação com carga. Caso 

o disco esteja bem alinhado, a distância deverá ser menor. Aumenta‐se a distância, em função 

da amplitude do empeno. É difícil mensurar a distância ideal, devendo cada caso ser analisado 

de forma isolada. 

• Bomba de vácuo: 

  É o equipamento  responsável pela  sucção da água, durante a  fase de  formação da 

polpa retida, e do ar, durante a fase de secagem, através dos poros dos sacos. Esta sucção é 

feita por uma pressão negativa,  em  torno de  ‐  0,85  Kg/cm²  =  ‐  8.500 mmCA  (milímetro de 

coluna d'água). 

   A geração do vácuo é conseguida pelo movimento rotativo de um rotor, existindo um 

fluxo constante de água de selagem rotor/carcaça, proveniente da torre de resfriamento. Após 

a  tarefa  de  selagem,  a  água  retorna  à  torre  de  resfriamento  por  bombeio,  a  fim  de  sofrer 

processo de resfriamento. A regulagem do fluxo de água é de fundamental importância para o 

alcance da geração da pressão  ideal de  trabalho. O  fluxo de água para  cada bomba deverá 

estar entre 35 e 45 m³/h, de acordo com o alcance da maior pressão de trabalho Na  linha de 

vácuo existem três balões separadores de filtrado, que têm a função de separar a água do ar 

(figura 31). Existe um anel tubular, que pode ser interligado aos filtros e bombas de vácuo. Ou 

Page 55: Processo de pelotização

54  

seja: 

interl

qualquer  fil

ligação de at

ltro  poderá 

té todos os f

operar  utiliz

iltros e todas

zando  qualq

s as bombas

quer  bomba 

 de vácuo ao

de  vácuo.  E

o mesmo tem

Este  anel  pe

mpo.  

ermite 

algum

 A  decisã

mas variáveis

ão  de  interli

s, como: 

gações  de  bbombas  de  vácuo  e  filtros  é  tomadda  em  funçãão  de 

          

          

          

          

 

 

Figura

Fonte:

Legen1 - Fil

3 - Ca

5 - Ta

7 – M

9 - Co

             a ‐ D

             b ‐ D

             c ‐ P

             d ‐ U

a 31: Circuito de

:  (Vale, 2008) 

nda: tro de discos

aixa de separa

anque de filtrad

otor

orreia transpor

Disponibilidaddes e condições operacioonais das bombas de váccuo. 

Disponibilidaddes e condiçções operacioonais dos filttros. 

ressão de váácuo. 

Umidade da ppolpa retida.. 

e um filtro de ddisco 

 

2 - Boomba de vácuuo

ação primária 4 - Caaixa de separaação secundáária

do 6 - Sooprador

8 - Baalão de ar (reservatório)

rtadora 10-Tannque de água de selagem

Page 56: Processo de pelotização

55  

 

 Esta  decisão  geralmente  é  tomada  pela  gerência,  por  ser  uma  operação  especial, 

podendo  provocar  oscilações  na  qualidade  do  produto  final  ou  interferências  na  taxa  de 

produção, em casos de desequilíbrios operacionais. 

• Tanque de filtrado: 

Sua função é fornecer a água necessária para a formação das colunas barométricas no 

início  da  operação  do  filtro,  selando  o  sistema  para  a  formação  do  vácuo  e  numa  etapa 

posterior,  coletar  a  água  vinda  dos  filtros  para  ser  enviada,  por  bombas,  de  volta  ao 

espessador. 

 A  concepção de  funcionamento do equipamento é de  tal  forma que  ao  ser dada  a 

partida na bomba de vácuo, a pressão negativa gerada no interior dos tubos de descarga dos 

balões  separadores  de  filtrado  succiona  água  do  tanque  de  filtrado,  enchendo  a  tubulação 

compreendida entre o tanque e os balões separadores de filtrado, até determinada altura que 

venha a dar equilíbrio em termos de pressão negativa de trabalho, em  função da resistência 

encontrada pela bomba na sucção da água contida na polpa existente no interior do filtro. 

O  tanque de  filtrado possui  agitador,  para  evitar  a  sedimentação das partículas de minério 

contidas na água do filtrado, que causaria obstruções nas extremidades inferiores das colunas 

barométricas,  comprometendo  o  funcionamento  normal  do  sistema.  O  diâmetro  do  balão 

separador de  filtrado é bem superior ao da  tubulação de descarga, com o objetivo de gerar 

uma redução de velocidade na mistura ar/água, fazendo a precipitação da água para o tanque 

de  filtrado  (por ser mais pesada) e a sucção de ar para a bomba de vácuo, via  tubulação de 

saída pela extremidade superior do balão. 

• Soprador: 

 O desprendimento da polpa retida é feito pelo sistema de sopro.   Sopro é o fluxo de 

ar que passa por  intermédio dos cabeçotes para os setores, saindo pelos poros dos sacos. O 

tempo de sopro, bem como a pressão, pode ser regulado para mais ou para menos, em função 

da dificuldade de desprendimento da polpa retida.       Para que a pressão da rede de sopro se 

mantenha estável, existe um reservatório de ar (balão), que absorve as oscilações da pressão 

causadas pelos sopros intermitentes. 

 

Page 57: Processo de pelotização

56  

4.4.3 Tipo de aglomerantes 

4.4.3.1 Cal hidratada   É o produto da reação química da cal virgem (CaO) com a água. A cal hidratada, além 

de aglomerar as partículas de minério na formação das pelotas cruas, possui na fase de queima 

a função de neutralizar quimicamente a ganga ácida existente no minério, vindo a compor a 

escória no processo de fabricação do ferro gusa no alto forno. Para haver eliminação de 

componentes indesejáveis contidos no ferro gusa (principalmente o enxofre), é necessária a 

geração de uma quantidade mínima de escória, que pode sofrer variação na quantidade em 

função das particularidades de cada alto forno. Em função desta necessidade é definida a 

basicidade binária utilizada para cada produto.  Basicidade binária é a relação entre o teor de 

óxido de cálcio e sílica contidos na pelota:  

 B2 = CaO / SiO 

 Características da cal hidratada: 

• Densidade real = 2,30 t /m³     

• Densidade a granel (compactada) = 0,57 t/m        

• Densidade a granel (sem compactação) = 0,54 t/m 

• Superfície Específica = > 10.000 cm² / g 

4.4.3.2 Bentonita  Rocha argilosa,  resultado da desagregação da massa magmática vítrica ocorrida em 

camadas terciárias no período cretáceo. Tem como principal mineral a montmorilonita, além 

de  pequenas  quantidades  de  quartzo,  mica,  feldspato  e  caulim  Fórmula  estrutural: 

(Al1Mg)2(OH)2(Si1Al)4O1oxnH2O 

Propriedades  da  Bentonita:  Estrutura  lamelar,  com  grande  capacidade  de  retenção  de 

moléculas  de  água  entre  as  camadas,  aumentando  consideravelmente  a  propriedade  de 

inchamento. Esta propriedade de  inchamento e o auto‐comportamento  tixotrópico  (redução 

da viscosidade durante processo de mistura)  são as  características mais  importantes de  sua 

capacidade de aglomeração. 

A Bentonita consiste de cerca de 60 a 70% de SiO2, 15 a 20% de Al2O2 e 2% de Na2O. 

Este fato acarreta o demérito de incorporar ganga ácida às pelotas. Por isso, deve‐se manter a 

menor taxa possível de adição. Cabe lembrar, que a única função da Bentonita no processo de 

pelotizaçao  é  aglomerar  as  partículas  de minério  de  ferro  durante  a  formação  das  pelotas 

cruas nos discos de Pelotamento, dotando‐as de características  físicas satisfatórias às etapas 

seguintes do processo. 

Características da Bentonita: 

Page 58: Processo de pelotização

57  

 Densidade real = 2,50 t /m³                                       

 Densidade a granel (compactada) = 0,89 t/m³ 

Densidade a granel (sem compactação) = 0,65 t/m³ 

Granulometria = 77% < 325# 

4.5 Pelotamento     A  formação  das  pelotas  cruas,  também  conhecida  como  Pelotamento,  é  uma  das 

etapas mais importantes do processo de pelotizaçao, sendo influenciada por diversos fatores, 

com reflexos diretos sobre a qualidade do produto final.   Dentre os quesitos decisivos para a 

formação das pelotas cruas e garantia de suas propriedades, destacam‐se: teor de umidade da 

mistura, distribuição granulométrica e estrutura cristalina das partículas, superfície específica, 

estrutura de poros dos grãos, características químicas da mistura, natureza e quantidade de 

aglomerante  utilizado,  tipo  de  equipamento  e  condições  operacionais  adotadas.  Como 

características necessárias às pelotas  cruas, destacam‐se:  teor de umidade,  forma,  tamanho 

médio,  distribuição  granulométrica,  resistência  a  compressão,  resistência  a  quedas  e 

composição química. 

 Embora o mecanismo de formação das pelotas cruas não esteja ainda completamente 

elucidado,  há  uma  concordância  e  aceitação  global  em  relação  aos  fenômenos  básicos 

envolvidos, conforme descritos a  seguir. O  fenômeno de  formação de pelotas cruas envolve 

uma fase sólida (mistura de finos de minérios, aditivos e aglomerantes) e uma fase  líquida, a 

água. As forças que se estabelecem nas interfaces sólido / líquido têm um efeito coesivo sobre 

o sistema partículas sólidas‐líquido‐ar. Estas forças interfaciais consistem da tensão superficial 

do  líquido e das  forças  capilares atuantes  sobre as  superfícies  côncavas das pontes  líquidas 

formadas entre as partículas de minério (Figura 31,32). 

 A  importância  dos  efeitos  de  capilaridade  no mecanismo  de  formação  das  pelotas 

cruas  foi  amplamente  estudada  por  ILMONI  e  TIGERSCHIOLD.  Conforme  esquematizado  na 

figura 32, a água preenche os vazios intersticiais, formando um sistema capilar com múltiplas 

ramificações. Nas situações em que as extremidades dos capilares atingem a superfície externa 

da pelota  (constituindo poros  externos),  a  sucção  capilar desenvolvida na  interface  ar/água 

provoca  uma  reação  de  igual  intensidade  sobre  os  grãos, mantendo  as  partículas  unidas. 

Nestas condições, as pelotas cruas adquirem resistência a tensões mecânicas. 

Page 59: Processo de pelotização

58  

Figura 32: CCapilaridade 

 

          

meca

 

Fonte:  (Va

   A  água  é 

anismo pode

le, 2008) 

o principal 

e ser ilustrada

agente na  f

a na seqüênc

formação da

cia de etapa

as pelotas  cr

s apresentad

ruas  e  sua p

da na figura 3

 

 

neste participação 

33: 

Page 60: Processo de pelotização

59  

Figuraa 33: Mecanismmo de formaçãoo de uma pelotaa 

 

Fonte:

 

:  (Vale, 2008) 

        

                      

                

      

                    

 

 

Page 61: Processo de pelotização

60  

             A ‐ As partículas individuais de minério são recobertas por uma película de água; 

             B  ‐  Devido  à  tensão  superficial  da  água,  são  formadas  pontes  líquidas  entre  as 

partículas; 

             C  ‐  Os  movimentos  sucessivos  de  rolamento  no  interior  do  equipamento  de 

Pelotamento e a combinação de gotículas d'água, contendo uma ou mais partículas minerais, 

levam à formação dos primeiros aglomerados; 

             D ‐ O número de pontes líquidas que unem as partículas aumenta e os aglomerados são 

adensados, com crescente preenchimento dos poros com água; 

             E  ‐ Nesta  etapa,  as  forças  capilares  das  pontes  líquidas  têm  grande  importância  na 

formação das pelotas. O ponto  ideal desta  fase  é  atingido quando  todos os poros  internos 

estão preenchidos com água, porém, o aglomerado não está recoberto externamente por uma 

película uniforme de água; 

             F  ‐ O estágio  ideal é superado quando a pelota crua é  totalmente recoberta por uma 

película  de  água.  Nesta  situação,  o  efeito  das  forças  capilares  é  reduzido  sensivelmente, 

permanecendo ativa apenas a tensão superficial da água. 

 Além dos efeitos citados, os movimentos de rolamento das partículas no equipamento 

de Pelotamento e os movimentos relativos entre partículas são importantes no mecanismo de 

aglomeração (figura 34). Eles favorecem a adesão entre partículas através do aparecimento de 

diversos pontos de contato entre grãos e de superfícies, nas quais o maior número possível de 

capilares deve ser formado. 

                                            Figura 34 

                                                 Fonte: (Vale, 2008) 

Page 62: Processo de pelotização

61  

 

4.5.1)  Equipamentos usados para a formação das pelotas cruas             A  produção  das  pelotas  pode  ser  realizada  em  tambores  ou  discos  de  Pelotamento 

(figura 35). No passado também foram utilizados cones, porém, estes equipamentos não são 

mais empregados em escala industrial. 

                                      Figura 35: Discos de Pelotamento 

                                     Fonte:  (Abimaq, 2008) 

             Os  discos  de  Pelotamento  são  atualmente  os  equipamentos mais  utilizados  para  a 

produção  de  pelotas  cruas.  São  dotados  de  dispositivos  que  permitem  a  regulagem  da 

velocidade de rotação (4,0 a 7,5 RPM) e o ângulo de inclinação (44 a 53º). O diâmetro está na 

faixa de 5.000 a 7.500 mm. Raspadores com alinhamento adequado controlam a espessura da 

camada de minério úmido formada no fundo do disco (30 a 100 mm), de forma a garantir boas 

condições para o rolamento do material. É  formada também uma camada  lateral no  interior 

do disco com espessura aproximada de 25 mm, com o objetivo de evitar desgastes por abrasão 

e  facilitar  o  escoamento  do  material.  A  capacidade  de  produção  dos  discos  varia  de 

aproximadamente 90 a 170 t/h, dependendo da concepção do projeto. 

     Além do  controle de  rotação, no ajuste da granulometria desejada do produto e  taxa de 

produção,  existe  ainda  o  recurso  da  adição  de  água,  por  intermédio  da  utilização  de  cinco 

sprays. Cada disco possui quatro  raspadores de  fundo, um  raspador  lateral, dois  raspadores 

auxiliares  e  um  raspador  de  borda.  A  função  básica  dos  raspadores  de  fundo  é manter  a 

camada  na  altura  desejada,  constante  e  uniforme.  O  raspador  lateral  proporciona  a 

manutenção  da  espessura  da  camada  lateral.  Os  raspadores  auxiliares  são  de  grande 

importância  na  formação  das  pelotas,  pois  através  da  ação  dos  mesmos,  as  pelotas  já 

formadas não voltam a circular na  região de  formação. Cabe ao  raspador de borda, como o 

Page 63: Processo de pelotização

62  

nome sugere manter limpa a borda do disco (placa de polietileno), por intermédio de sua placa 

de vulcolan. A operação do disco sem os raspadores auxiliares é possível, porém, é necessário 

que seja encontrado o ponto ótimo de regulagem dos raspadores de fundo e lateral. 

      Embora o processo de formação de pelotas pareça simples, existe uma grande quantidade 

de fatores de influência, conforme abaixo: 

      • Propriedades físicas e químicas do minério de ferro; 

      • Propriedades físicas, químicas e quantidades de aditivos; 

      • Umidade do material alimentado no disco; 

      • Taxa de alimentação de material no disco; 

      • Quantidade de água adicionada no disco; 

      • Inclinação do disco; 

      • Velocidade de rotação do disco; 

      • Posição dos raspadores e defletores; 

      • Posição dos bicos sprays de água; 

      • Ponto de alimentação de polpa ao disco; 

      • Altura da borda do disco; e 

      • Uniformidade da camada de fundo.     

4.5.2)  Variáveis do processo              São  aquelas  relacionadas  às  correções  necessárias  no  material,  adequando‐o  ao 

processo  de  formação  de  pelotas.  Elas  influenciam  diretamente  no  resultado  final.  É  de 

extrema  importância conhecer a  influência dessas variáveis, tais como: superfície específica e 

granulometria dos componentes da polpa, umidade da polpa, adição de aglomerantes, adição 

de carvão e taxa de alimentação do disco. 

• Superfície especifica 

A superfície específica determina a capilaridade dos vasos da pelota. Quanto mais alta  for à 

superfície  específica,  maior  será  a  capilaridade  dos  vasos,  tendo  como  conseqüência  a 

formação de uma pelota mais compacta, mais polida e de maior resistência mecânica. Com a 

elevação de seu peso relativo, ela rola mais cedo, não chegando ao topo do disco e, portanto, 

reduzindo o seu tempo de retenção.    Se a pelota rola mais cedo, tendo reduzido o seu tempo 

de retenção e principalmente o seu percurso, terá menor contato com os finos alimentados no 

disco,  portanto,  terá  seu  diâmetro  reduzido.  Para  compensar  esta  redução  do  diâmetro  da 

pelota  o  operador  terá  que  atuar  em  outras  variáveis,  como  por  exemplo,  na  redução  da 

produção do disco e/ou aumento da umidade da polpa de alimentação. 

Page 64: Processo de pelotização

63  

 Quanto  maior  a  quantidade  de  microfinos  existente  na  polpa,  maior  será  a 

capilaridade  dos  vasos  e maior  será  a  resistência  da  pelota,  considerando  que  a  umidade 

esteja dentro dos padrões desejados. 

• Umidade da polpa 

 • Umidade alta ‐ O aumento da umidade acelera o processo de formação da pelota, também 

aumentando  o  seu  diâmetro. O  aumento  excessivo  da  umidade  prejudica  a  qualidade  das 

pelotas  cruas,  com  redução da  resistência  à  compressão, número de quedas,  etc.;  além de 

elevar  o  consumo  específico  de  combustível  e  energia  elétrica  no  processo de  queima.  Em 

compensação, pode permitir a elevação da produção.                                             A redução da taxa de 

produção por disco provoca  certamente uma  redução da produção, mas  em  compensação, 

melhora a qualidade da pelota e reduz o consumo específico de combustível e energia elétrica 

no processo de queima. 

  • Umidade baixa  ‐ É preciso  trabalhar com muita atenção com este  tipo de material, visto 

que  a  variação  da  granulometria  é  uma  constante.  A  falta  de  resistência  das  pelotas  e  as 

variações provocam um retorno muito alto de  finos. É necessário que seja evitado que estes 

finos entrem no forno, pois isso acarretaria a vedação do mesmo (redução da permeabilidade), 

com  conseqüente  produção  de  cachos.  Nos  casos  de  umidade  baixa,  após  o  recurso  de 

variação da rotação do disco e alteração na taxa de produção, às vezes é necessário o uso de 

água,  via  sprays. Obs.:  Tanto  a  alta  ou  baixa  umidade  e  as  eventuais  variações  na mesma 

deverão ser comunicadas à sala de controle e área de  filtragem, para que sejam tomadas as 

devidas providências. 

• Adição de água nos discos 

 Com o recurso da variação de velocidade dos discos, a utilização de água nos mesmos 

foi praticamente abolida,  sendo usada apenas em  casos emergenciais.   A água utilizada nos 

sprays dos discos é procedente da rede de suprimento primário, pois água recirculada ou de 

processo, dado o nível de contaminação física e química, compromete a formação e qualidade 

das pelotas.  O uso de água deve ser feito com muito critério, para que não haja conseqüências 

negativas, tais como: formação de pelotas com tamanhos  irregulares, pelotas sem resistência 

ou com excesso de umidade, que compromete as condições de queima, além de aumentar o 

consumo energético no  forno.         Sempre que possível, é  interessante que a adição de água 

seja feita na região de alimentação de polpa ao disco, onde se  inicia a formação dos núcleos, 

pois  assim  o  minério  fino  é  molhado,  ao  invés  das  pelotas  já  formadas.  Com  este 

procedimento,  consegue‐se  melhor  qualidade  na  pelota  crua  e  maior  estabilidade 

granulométrico.      A  adição  de  água  no  centro  do  disco,  onde  os  maiores  núcleos  são 

processados,  provoca  o  crescimento  uniforme  dos  mesmos,  resultando  em  pelotas  de 

Page 65: Processo de pelotização

64  

tamanho médio maior. Já a adição de água nas extremidades do disco provoca uma aceleração 

no crescimento das pelotas que se encontram na região de descarga do mesmo, expulsando‐as 

do disco. 

É  importante  lembrar que o uso de água (sprays) facilita o controle da granulometria 

até que o material melhore, evitando maiores variações, mas só deve ser feito em último caso, 

visto  que,  qualquer  quantidade  de  água  adicionada,  por menor  que  seja,  provoca  grandes 

efeitos no processo. 

• Influencia da granulometria da polpa ciclonada no Pelotamento 

    Apesar do parâmetro principal para determinação do grau de trituração do minério a 

ser  pelotizado  ser  a  superfície  específica,  a  granulometria  possui  influência  marcante. 

Comprovadamente, obtém‐se uma pelota de boa qualidade quando a polpa encontra‐se com 

pelo menos 90% do material com granulometria menor que 325# (mesh). Problemas na etapa 

de ciclonamento da polpa no processo de moagem e operação em circuito aberto de moagem 

(principalmente)  são  os  principais  fatores  para  o  comprometimento  da  granulometria  do 

material. 

 Mesmo com resultados de superfície específica satisfatórios, a granulometria fora dos 

padrões  desejados  causará:  variações  na  granulometria  das  pelotas;  maior  aspereza, 

comprometendo a resistência a abrasão; maior porosidade nas pelotas; perda de resistência à 

compressão das pelotas cruas / queimadas e redução da resistência a queda das pelotas cruas. 

• Influencia do aglomerante no Pelotamento 

 O aglomerante, devida à sua característica aglutinante, atua na união das partículas de 

minério,  proporcionando maior  resistência mecânica  as  pelotas.  Deve‐se  ter  o máximo  de 

cuidado com a variação na dosagem de aglomerantes. O excesso irá secar o material, onde as 

pelotas tenderão a ficar com tamanho reduzido. Neste caso, deve‐se imediatamente aumentar 

a  rotação  dos  discos  e  adequá‐las  à  granulometria  desejada.      A  redução  na  dosagem  de 

aglomerantes  deixará  o  material  úmido  e  sem  resistência  mecânica,  o  que  acarretará  a 

geração de finos durante o processo de queima.   

 Nos  casos  mais  graves,  onde  as  pelotas  produzidas  poderão  comprometer  a 

permeabilidade  no  forno,  a  produção  do  referido  disco  deverá  ser  retornada,  até  que  a 

granulometria  das  pelotas  produzidas  atinjam  condições  ideais  de  queima.    Em  qualquer 

situação de variação por influência da dosagem de aglomerantes, o técnico da sala de controle 

deverá ser avisado  imediatamente, pois desta maneira poderão ser evitados danos maiores. 

Ex: cachos. 

• Influencia do carvão no Pelotamento 

Page 66: Processo de pelotização

65  

 O carvão, dada a sua característica higroscópica, possui a propriedade de absorver a 

água  contida  na  polpa.  Se  dosado  em  excesso,  absolve  grande  parte  da  água  contida  no 

material, que tende a secar. A primeira providência a tomar, em casos de dosagens excessivas, 

é acertar a granulometria das pelotas. Por serem combustíveis, seus efeitos serão danosos no 

forno, provocando cachos e conseqüentes paradas na linha de produção. 

• Parâmetros de qualidade das pelotas cruas 

      Todos os testes de qualidade inerentes à área do Pelotamento são executados pela equipe 

de  Controle  de Qualidade.  Para  uma  boa  qualidade  das  pelotas,  é  necessário  que  a  polpa 

retida esteja nos padrões de qualidade exigidos. Uma das principais exigências do Pelotamento 

é o controle da superfície específica. Caso esteja  fora dos padrões, provavelmente,  todos os 

outros parâmetros ficarão comprometidos. 

• Numero de quedas das pelotas cruas 

O principal objetivo destes ensaios é verificar a capacidade das pelotas cruas de resistir 

a quedas (desde a saída dos discos até a entrada no forno de pelotizaçao), e a capacidade das 

pelotas secas de resistir a determinadas cargas na região de secagem e pré‐queima do forno. 

 Unidade: número de quedas / pelota. 

  Valor ideal: mínimo de cinco. 

• Resistência a compressão 

 Unidade: Kgf. / pelota. 

  Valor ideal: média de 1,5 e 5,0 Kgf./p, para pelotas verdes e secas, respectivamente.  

Obs.: A umidade da pelota é importante para estes dois testes, visto que, a pelota com pouca 

umidade tem baixa resistência ao nº de quedas, tendo, porém, boa resistência à compressão. 

Deve‐se buscar uma umidade intermediária, para que atenda aos dois testes. 

• Parâmetros de qualidade das pelotas queimadas 

• Índice granulométrico 

             É a soma do percentual de pelotas retido nas malhas de 8 mm e 10 mm, dividido pela 

soma do percentual de pelotas retido nas malhas de 12,5 mm e 16 mm. A  faixa de  trabalho 

normalmente encontra‐se entre 0,46 e 0,95. O valor ideal para cada produção varia de acordo 

com as exigências do cliente. 

• Tamanho médio 

             O cálculo do tamanho médio é efetuado conforme segue: 

                  TM = 18,0    x % retido em 18     mm 

                                              + 

                           17,0    x % retido em 16     mm 

Page 67: Processo de pelotização

66  

                                              + 

                           14,25  x % retido em 12,5  mm 

                                              + 

                           11,25  x % retido em 10     mm 

                                              + 

                             9,0    x % retido em   8     mm 

                                              + 

                             6,5    x % retido em   5     mm 

                                              + 

                                  2,5    x % < 5 mm 

 

4.5.4.3 Granulometria 

             Deve‐se  produzir,  objetivando  atender  à  seguinte  distribuição  granulométrica  das 

pelotas queimadas, salvo solicitação em contrário, feita pelo cliente. 

             Retido em 18,0 mm = máximo de 1,0 % 

             Retido em 16,0 mm = máximo de 7,0 % 

             Retido em 12,5 mm = mínimo de 50,0 % 

             Retido em 10,0 mm = mínimo de 30,0 % 

             Retido em 9,0 mm = máximo de 5,0 % 

             Retido em 8,0 mm = máximo de 2,0 % 

             Retido em 5,0 mm = máximo de 2,0 % 

                          < 5,0 mm = máximo de 1,0 % 

 

• Ensaio de abrasão 

             O ensaio de abrasão é realizado com a  finalidade de avaliar a resistência ao desgaste 

das  pelotas  queimadas,  quando  submetidas  às  ações  simultâneas  de  rolamento  e  choque, 

decorrentes  das operações de manuseio  e  transpor.   O  valor médio de  4,5% para  a  fração 

abaixo de 0,5 mm é considerado satisfatório, salvo solicitação em contrário. 

Page 68: Processo de pelotização

67  

4.6­ Queima   A  área  de  queima  e  praticamente  a  etapa  final  do  processo  de  pelotizaçao,  em  se 

tratando de  definição de  qualidade  de pelota queimada. As  características  adquiridas pelas 

pelotas no processo de queima são irreversíveis, ou seja: não e possível requeimar uma pelota, 

no  intuito  de  melhorar  suas  propriedades  físicas,  químicas  e  metalúrgicas.  Também  e 

relevante  o  fato  de  que  os  processos,  envolvendo  tratamento  térmico  com  temperaturas 

elevadas,  exigem  atenção  especial,  para  que  não  sejam  expostos  a  riscos  a  qualidade  do 

produto,  integridade  dos  equipamentos,  bem  como  a  segurança  pessoal  das  pessoas  que 

operam o sistema. 

4.6.1 Tratamento térmico das pelotas   Há  três  opções  de  sistemas  de  tratamento  térmico  para  a  pelotizaçao  em  escala 

industrial (Grafico1): 

Forno de gralha móvel; 

Grelha móvel forno rotativo (Figura 37); 

Forno de cuba (Figura 36). 

                               Tabela 9: Uso industrial dos tipos de fornos 

                             Fonte:  (fernandes, 2008) 

 

Page 69: Processo de pelotização

68  

Figura 36: Forno de cuba (Shaft) 

 

Fonte:  (fernandes, 2008) 

 

Figura 37: Forno rotativo (Grate‐Kiln) 

 

Fonte:  (fernandes, 2008) 

Genericamente,  o  tratamento  térmico  a  que  são  submetidas  as  pelotas  pode  ser 

divididos nas seguintes etapas (Figura 38): 

Secagem: As pelotas com umidade em torno de 9 % e temperatura próxima da ambiente, são 

expostas bruscamente a ação de gases quentes, a uma  temperatura de 320 a 400 C°. nesta 

etapa,  as  pelotas  devem  perder  seu  conteúdo  de  água,  preservando,  entretanto  sua 

integridade física, resistindo a tensões internas que surgem em função da evaporação da água 

contida nos poros, e as pressões dinâmica e estática dos gases quentes. 

Pre‐queima: As pelotas secas são pré‐aquecidas a uma temperatura aproximada de 900 C°, de 

forma a garantir o Maximo de tempo de exposição das pelotas a temperatura de queima, na 

etapa  subseqüente.  Nesta  etapa  o  grande  risco  de  choque  térmico,  devido  à  brusca  e 

Page 70: Processo de pelotização

69  

acelerada  elevação  da  temperatura. A  resistência mecânica  das  pelotas  deve  ser  suficiente 

para suportar este impacto sem a ocorrência de choque térmico, que leva a fissuras, trincas e a 

própria  desintegração  das  pelotas,  gerando  grande  quantidade  de  finos,  com  conseqüente 

perturbação da produção, perda de rendimento e maior desgaste do equipamento de queima. 

Figura 38: Zonas de um forno (Grelha reta) 

 Fonte:  (fernandes, 2008) 

Secagem ascendente: Nesta zona, as pelotas recebem um fluxo ascendente de gases, com 

temperatura em torno de 400C°. após atravessar a camada de pelotas crua, a temperatura dos 

gases e reduzida para a faixa de 108 a 120 C°, em conseqüência da absorção de calor camada 

de pelotas. 

Secagem descendente: A temperatura dos gases insuflados nessa fase e em torno de 400 a 

410C°. testes realizados com pelotas cruas, nesta fase do processo, mostram que elas podem 

ser submetidas a uma temperatura em torno de 600C°, sem apresentar problemas de choque 

térmico. 

Pré‐queima: Esta zona e destinada a fazer a transição térmica das pelotas que estão saindo do processo de secagem, com temperatura próxima de 380C°, para a zona de queima, que atinge a temperatura em torno de 1330C°. nesta fase as pelotas são submetidas a um aumento gradativo de temperatura. 

Queima:  Nesta  etapa  as  pelotas  são  submetidas  à máxima  temperatura  do  ciclo  térmico (Figura 39), que atinge valores da ordem de 1300 a 1350 C°, dependendo do tipo de minério de ferro e da composição química da pelota que estar sendo produzida. Sob estas condições ocorre à consolidação final do produto, com o estabelecimento de pontes de oxido de ferro e 

Page 71: Processo de pelotização

70  

das reações envolvendo componentes de ganga acida e básica. As ligações que se estabelecem entre  os  grãos  são  diretamente  influenciada  pela  temperatura,  permanecia  da  carga  nesta temperatura e natureza da atmosfera do forno. 

          Figura 39: Ciclo térmico  

 

            Fonte:  (fernandes, 2008) 

Pos‐queima: esta etapa existe apenas nos sistemas que utiliza fornos de gralha reta e tem por objetivo  favorecer  a  homogeneização  térmica  do  leito  de  pelotas.  E  uma  etapa  de  curta duração na qual, o calor e transferido ao  longo do  leito, melhorando as condições de queima das pelotas das camadas inferiores. 

Resfriamento: A última etapa do ciclo, o resfriamento, e de grande importância, pois influencia no  rendimento  térmico  do  forno,  que  depende  de  capacidade  de  recuperação  do  calor absorvido pelas pelotas ao  longo do processo térmico. A recuperação do calor e feita através do aquecimento de ar frio, que em seguida e utilizado nas etapas de secagem, pré‐queima e queima. 

4.7 Peneiramento   Concluída  a  etapa  de  tratamento  térmico,  as  pelotas  queimadas  são  levadas  por correias transportadoras a uma estação de peneiramento (Figura 40). 

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                            Figura 40: Peneira vibratória 

 

                            Fonte:  (fernandes, 2008) 

Nesta, a fração de finos (inferior a 4,5mm) gerada durante os processos de Pelotamento e queima e separada, de forma a estreitar a faixa de distribuição granulométrica das pelotas a garantir o atendimento às especificações de granulometria exigidas pelo cliente (Figura 41). Esta pequena fração de finos (em torno de 1,0 a 1,5%) pode ser retornada a moagem, ou então, agregada a outro tipo de minério, como por exemplo, o sínter feed. 

                                     Figura 41: Esquema de uma peneira vibratória 

 

                                    Fonte:  (fernandes, 2008) 

4.8 Umidade no processo de pelotizaçao    O  aumento  da  umidade  acelera  o  processo  de  formação  da  pelota,  também 

aumentando o  seu diâmetro.     O aumento excessivo da umidade prejudica a qualidade das 

Page 73: Processo de pelotização

72  

pelotas  cruas,  com  redução da  resistência  à  compressão, número de quedas,  etc.;  além de 

elevar  o  consumo  específico  de  combustível  e  energia  elétrica  no  processo de  queima.  Em 

compensação, pode permitir a elevação da produção. 

  A  redução  da  taxa  de  produção  por  disco  provoca  certamente  uma  redução  da 

produção, mas em compensação, melhora a qualidade da pelota e reduz o consumo específico 

de combustível e energia elétrica no processo de queima. No caso de umidade baixa e preciso 

trabalhar com muita atenção com este tipo de material, visto que a variação da granulometria 

é uma constante. A falta de resistência das pelotas e as variações provocam um retorno muito 

alto  de  finos.  É  necessário  que  seja  evitado  que  estes  finos  entrem  no  forno,  pois  isso 

acarretaria a vedação do mesmo (redução da permeabilidade), com conseqüente produção de 

cachos. 

   A elevação da densidade da polpa de alimentação da  filtragem provoca aumento da 

espessura da camada de polpa retida, dificultando o fluxo de água e ar através da torta. Este 

aumento  da  espessura  da  torta  também  poderá  provocar  o  aparecimento  de  trincas  que, 

provocará elevação da umidade.  

Teste realizado nas usinas 1 e 2 da Vale,pelos operadores da área Felipe de Paula costa e pelo 

treinee operacional Luciano da silva com o objetivo de  avaliar a variação da Umidade na polpa 

retida  em  função  da  espessura  da  camada  e  tempo  de  secagem  controlados  pela  rotação 

(RPM) do  filtro.  Foram  colhidas  11  amostras  com  intervalos de  5 min.  entre  si  e medido  a 

espessura  da  camada  em  três  pontos  do  setor  (base, meio  e  extremidade)  utilizando  um 

paquímetro. As 11 amostras correspondem a 11 velocidades do filtro variando de 1,0 RPM a 

0,5 RPM com intervalos de 0,05 RPM. A referida amostragem foi feita seguindo o padrão Vale 

no Filtro BV22, densidade da polpa em 2,45 kg/l, pressão de vácuo da rede em ‐ 0,75 kgf/cm² e 

produzindo RM20. Segue os resultados abaixo nas tabelas 9, 10,11 e 12. 

Tabela 9: Aumento da espessura da camada em função da rotação 

 

AMOSTRAS ROTAÇÃO (RPM) MÉDIA1 1,00 16 18 15 16 14 15 15,62 0,95 17 19 17 18 15 17 17,13 0,90 18 18 18 17 16 16 17,14 0,85 19 20 18 19 17 16 18,15 0,80 20 20 18 20 17 18 18,86 0,75 20 22 18 21 17 18 19,37 0,70 20 23 20 21 18 18 20,08 0,65 21 22 21 23 18 19 20,69 0,60 22 23 22 24 19 20 21,610 0,55 25 25 23 24 20 19 22,66711 0,50 24 25 24 24 21 22 23,333

Extremidade Meio BaseAMOSTRAGEM NO SETOR

676767673333006767

Fonte:

Page 74: Processo de pelotização

73  

Tabela 10: Resultados de umidade com as respectivas rotações e espessuras da camada 

 

AMOSTRAS ROTAÇÃO (RPM) MÉDIA DA ESPESSURA DA CAMADA (mm) H2O (%) DESVIO1 1,00 15,667 9,6 0,122 0,95 17,167 9,8 0,133 0,90 17,167 9,6 0,124 0,85 18,167 9,4 0,125 0,80 18,833 9,6 0,116 0,75 19,333 9,6 0,127 0,70 20,000 9,5 0,138 0,65 20,667 9,6 0,139 0,60 21,667 9,5 0,1510 0,55 22,667 9,8 0,0711 0,50 23,333 9,7

Fonte:

Tabela 11: Comparação da rotação versus espessura da camada 

ROTAÇÃO X ESPESSURA

12

14

16

18

20

22

24

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Esp.

mm

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

RPM

MÉDIA DA ESPESSURA DA CAMADA (mm) ROTAÇÃO (RPM) 

Fonte: 

Tabela 12: Comparação espessura da camada versus umidade 

ESPESSURA X UMIDADE

9

11

13

15

17

19

21

23

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Esp.

mm

7,0

7,5

8,0

8,5

9,0

9,5

10,0

10,5

11,0

Um

id. %

MÉDIA DA ESPESSURA DA CAMADA (mm) H2O (%) 

Figura 3 

Page 75: Processo de pelotização

74  

  Vale lembrar que temos uma infinidade de condições a serem analisadas, como por exemplo, o aumento e redução da densidade, pressão de vácuo, minério utilizado, condições operacionais do equipamento etc. 

   

Page 76: Processo de pelotização

75  

Bibliografia Abimaq. (25 de junho de 2008). Acesso em 25 de junho de 2008, disponível em www.b2babimaq.com.br: www.b2babimaq.com.br 

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