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IV Encontro Paulista de Fundações Sessão de Abertura Sessão de Abertura

Sessão de abertura

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IV Encontro Paulista de Fundações

Sessão de AberturaSessão de Abertura

Dora Silvia Cunha BuenoDora Silvia Cunha Bueno

Presidente da Associação Paulista de Fundações e da Confederação Brasileira de Fundações

[email protected]

Senhoras e Senhores,Nunca é demais repetir que as Fundações são patrimônios

personificados para que por meio deles, isto é da sua pessoa e de seu patrimônio, se atinja a finalidade proposta pelo instituidor, sob a vigília do Ministério Público, que supre, em definitivo, a ausência desse.

As Fundações têm seu órgão pensante e deliberativo na figura de um “Conselho Curador” ou “Conselho Superior” ou “Conselho Deliberativo”, em que o preenchimento dos cargos de Conselheiros é auto-regulável.

Vale dizer, que diante da ausência de associados e conseqüentemente de uma assembléia soberana de associados, ditos órgãos se realimentam das indicações de seus próprios componentes, embasados na probidade dos indicados.

Em função desta ausência de órgão soberano responsável pelos destinos da Fundação, o legislador entendeu atribuir o cuidado superior às mesmas, pelo exercício do Ministério Público a quem compete “velar pelas Fundações” assegurando-lhes a satisfação do desejo do instituidor, nos limites das forças do seu patrimônio e de suas rendas.

Deste modo, acabam as Fundações por ver seu órgão colegiado, que é o Conselho, também com a incumbência de eleger os seus administradores e de fiscalizá-los no cumprimento da tarefa satisfativa.

Pois bem, sendo a tarefa satisfativa dos desejos do instituidor, que se transforma em seus objetivos, deve a Fundação vir a ser administrada cada vez mais com base em princípios contemporâneos de que se possa esperar o maior volume de informações que identifiquem, a qualquer momento, o andamento dessas funções satisfativas.

Há não muito tempo, logo após a famosa crise de 1929 nos campos da economia mundial, os autores Bearle e Means, revisando a recomposição das pessoas jurídicas concluíram em 1932 que seria necessário apreciar uma dicotomia entre a administração dos entes e a propriedade de suas partes associativas, na qual os primeiros são muito mais ágeis do que os associados em zelar pela existência da entidade e, conseqüentemente, de seu patrimônio.

A entidade, em nosso meio, são as Fundações que não são dotadas de partes associativas que lhes dê o apoio de um órgão soberano, mas tão somente são dotadas de um órgão deliberativo colegiado: que é seu Conselho.

A ele compete: eleger e fiscalizar uma Diretoria, com a qual divide as responsabilidades pela administração da Fundação e ambos, quer frente ao órgão especial do Ministério Público, quer à comunidade, hão de se apresentar transparentemente.

Assim, como se pode depreender deste pequeno resumo em relação aos órgãos e funções de que são dotadas as Fundações, entenderam os organizadores deste conclave, devesse ser abordada essa temática contemporânea, qual seja a transparência.

Ela é elemento subjetivo que deve marcar, em caráter permanente, a relação entre a Fundação, como ente velado pelo Ministério Público, e os detentores do poder de Administração, nos limites dos objetivos e da legitimidade constantes de seu estatuto.

A ausência de um poder deliberativo colegiado e soberano obriga as Fundações a pensar e repensar sobre a transparência que, fulcrada na ética, representa a força expositora das Fundações, com base na qual estas haverão de promover a dinâmica de seu patrimônio e de suas receitas na busca dos objetivos legados pelo instituidor.

Para tanto e, sem mais delongas, declaro aberto o 4º Encontro Paulista de Fundações, desde já agradecendo aos patrocinadores, aos apoiadores e aos senhores participantes.

MUITO OBRIGADO!