44
Inovação e Empreendedorismo Receita para crescer e vencer Cruzeiros movimentam o Porto do Rio Retrospectiva ACRJ 2008 EMPRESÁRIO DA ACRJ ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DO RIO DE JANEIRO REVISTA DO Novembro/dezembro de 2008 nº 1396 - ano 67

Doc 660

Embed Size (px)

DESCRIPTION

 

Citation preview

Inovação e Empreendedorismo

Receita para crescer e vencer

Cruzeiros movimentam o Porto do Rio

Retrospectiva ACRJ 2008

EMPRESÁRIO DA ACRJASSOCIAÇÃO COMERCIAL DO RIO DE JANEIRO

REVISTA DO Novembro/dezembro de 2008

nº 1396 - ano 67

r e v i s t a d o e m p r e s á r i o d a a c r j n o v e m b r o / d e z e m b r o d e 2 0 0 8

PALAVRA DO PRESIDENTE

Caros Leitores,

Olavo Monteiro de Carvalho

r e v i s t a d o e m p r e s á r i o d a a c r j s e t e m b r o / n o v e m b r o d e 2 0 0 8

O ano de 2008 deixa um saldo muito positivo,

mesmo com toda a turbulência provocada pela

crise financeira mundial e as incertezas que afligem

o setor produtivo, neste momento. Prova disso é

o resultado surpreendente do Produto Interno

Bruto (PIB) do terceiro trimestre, divulgado pelo

IBGE, que superou todas as expectativas, com

um crescimento de 6,8% no período, mostrando

também que, de janeiro a setembro, o PIB brasi-

leiro alcançou a marca de R$ 747,3 bilhões. Esse

resultado mostra que estamos no rumo certo.

O Brasil está deixando de ser, eternamente,

o “país do futuro”, para reforçar sua posição no

tabuleiro geopolítico e econômico internacional,

como uma das grandes potências mundiais do

século XXI, lastreada pelos nossos imensos recur-

sos naturais. Frisando que, mais do que nunca,

a defesa dessas riquezas será vital para o Brasil.

Haverá, com certeza, desaceleração da economia

como reflexo da crise. Mas, desta vez, tudo indica

que não seremos tão afetados.

No Rio de Janeiro, houve uma expressiva

melhora no ambiente de negócios, que propiciou

investimentos volumosos e o crescimento da

atividade econômica. E isso aconteceu graças ao

diálogo efetivo entre o governo Sérgio Cabral e

o governo federal e à articulação com a iniciativa

privada. Cabral implantou uma administração

moderna, com um time de primeira qualidade,

orientado para a busca de alianças e parcerias que

viabilizem nosso desenvolvimento econômico e,

sobretudo, social. Agora, com o prefeito Eduardo

Paes, essa corrente se fortalece, possibilitando que

também a capital volte a representar seu papel de

destaque no cenário nacional. Junto à ACRJ, Paes

se comprometeu a tirar do papel a revitalização do

Centro do Rio (projeto ARE) e da Zona Portuária e

a promover um verdadeiro choque de ordem. O

começo não podia ser melhor.

A ocupação pela polícia do Morro Dona Marta,

zona sul do Rio, estabelece um marco na área

de Segurança, que permitirá ao poder público

promover uma nova ordem. O Fórum do Rio, lide-

rado pela ACRJ e formado por grandes empresas

e instituições, estuda como se integrará a essa

ação, para incentivar micro e pequenos empre-

endedores da comunidade e apoiar os negócios

já formalizados.

A educação, aliada ao esporte e à cultura, tem

que ser prioridade, para tirar crianças e jovens da

situação de risco em que vivem. Tomara que dê

certo e a experiência se multiplique em outras áre-

as conflagradas. E que a imagem do governador e

do prefeito, juntos, jogando futebol com a garo-

tada no campo da comunidade, seja o símbolo de

tempos alvissareiros para o Rio de Janeiro.

A Associação Comercial do Rio de Janeiro,

ao longo de quase 200 anos representando a

classe empresarial e os interesses da sociedade,

tem participado ativamente dos momentos mais

importantes da história do país, atuando como um

fórum de discussões democrático e independente,

catalisando movimentos que transformam proje-

tos em ações, idéias em inovação, parcerias em

resultados. Em 2009, ano que promete ser difícil,

a ACRJ reforçará ainda mais esse seu papel, bus-

cando a união de esforços em torno da construção

de uma vida melhor para todos.

Os pessimistas que me perdoem o discurso

ufanista, mas a hora é de acreditar ainda mais

no Brasil; de trabalhar ainda mais para superar,

com serenidade e eficiência, as dificuldades que

aparecerem pelo caminho. Essa luta é de todos

nós. Feliz 2009!

4

r e v i s t a d o e m p r e s á r i o d a a c r j n o v e m b r o / d e z e m b r o d e 2 0 0 8

associação comercial do rio de janeiro - biênio 2007/2009

Presidente Olavo Egydio Monteiro de Carvalho1º Vice-PresidenteJosé Luiz Alquéres2º Vice-PresidenteMaria Silvia Bastos Marques

Aristóteles DrummondVice-Presidente de Relações com o LegislativoAureo Salles de Barros Vice-Presidente de PatrimônioCristiano Buarque Franco NetoVice-Presidente Comercial e de AssociadosDaniel Corrêa Homem de Carvalho Vice-Presidente da Divisão JurídicaJoel Korn Vice-Presidente de Relações InternacionaisJosé Gustavo de Souza CostaVice-Presidente Contábil-FinanceiroLuiz Antônio de Godoy Alves Vice-Presidente de CulturaMarta Maria Ferreira Arakaki Vice-Presidente de Pequena e Média EmpresaNelson Janot Marinho Vice-Presidente de Ética Otávio Marques de AzevedoVice-Presidente de Desenvolvimento OrganizacionalPedro Ernesto Mariano de Azevedo Vice-Presidente de Relações PúblicasRonaldo Petis FernandesVice-Presidente de Relações InstitucionaisRudolf Höhn Vice-Presidente de Responsabilidade SocialSergio Cavina BoanadaVice-Presidente de Coord. dos Conselhos Empresariais

VICE-PRESIDEntESAntenor Barros Leal Benjamin Nasário Fernandes FilhoChaja Ruchla Schulz Dora Martins de Carvalho Juarez Machado GarciaMaurício de Castilho DinepiRenato Ribeiro Abreu Rodrigo Paulo de Pádua Lopes Ronaldo Chaer do Nascimento

COnSELhO SuPERIOR

Presidente Humberto Eustáquio César Mota

Rubens Bayma DenysVice-Presidente Milton Tavares Diretor-Secretário

GRAnDES BEnEMÉRItOSAmaury Temporal Célio de Oliveira Borja Guilherme LevyHumberto Eustáquio César MotaJuarez Machado Garcia Lázaro de Mello BrandãoMarcílio Marques Moreira Milton TavaresPaulo Manoel Lenz Cesar Protasio Paulo Victor da Costa MonneratRuy Barreto

EntIDADES GRAnDES BEnEMÉRItASJornal do Commercio Banco do Brasil S/A IRB – Brasil Resseguros S/A

BEnEMÉRItOSAbel Mendes Pinheiro Júnior André La Saigne de Botton Antenor Barros Leal Antônio Sanchez Galdeano Aristóteles Drummond Aroldo Araújo Aureo Salles de Barros Benjamin Nasário Fernandes FilhoBrigitte Barreto Carlos Alberto Lenz César Protásio Chaja Ruchla Schulz Clara Perelberg Steinberg

Conrado Max Gruenbaum Dahas Chade Zarur Daniel Corrêa Homem de Carvalho Daniel KlabinDora Martins de Carvalho Eduardo Baptista Vianna Eduardo Lessa Bastos Francisco Luiz C. da Cunha Horta Frederico Axel Lundgren Guilherme Arinos L.Verde de B. FrancoHaroldo Bezerra da Cunha Haroldo de Barros Collares Chaves João Augusto de Souza Lima João Portella Ribeiro Dantas Jonas Barcellos Corrêa Filho José Antônio do Nascimento BritoJosé Luiz AlquéresJosé Maria Teixeira da Cunha SobrinhoJuan Clinton Llerena Julio César IsnardLinneo Eduardo de Paula Machado Luíz Carlos Trabuco CappiManuel Teixeira Rodrigues Fontes Márcio Castro de Almeida Marco Antônio Sampaio Moreira Leite Marco Polo Moreira Leite Mário da Cunha Raposo Marta Maria Ferreira ArakakiMaurício de Castilho Dinepi Mauro José Miranda GandraMauro Moreira Mauro Ribeiro Viegas Nelson Janot Marinho Olavo Egydio Monteiro de Carvalho Olympio Faissol Pinto Omar Carneiro da Cunha Oscar Böechat Filho Patrick Larragoiti Lucas Paulo Mário Freire Pedro Ernesto Mariano de Azevedo Renato Ribeiro AbreuRoberto Paulo Cezar de Andrade Rodrigo Paulo de Pádua Lopes Roger Agnelli Rogério Marinho Ronaldo Chaer do Nascimento Ronaldo Petis FernandesRondon Pacheco Rubens Bayma DenysSérgio Andrade de Carvalho Sérgio Guilherme Lyra de Aguiar Suely da Costa V. Mendes de Almeida Theóphilo de Azeredo Santos

COnSELhO DIREtOR

Alberto Paulo de Garcia MonneratAlberto Soares de Sampaio GeyerAlessandro D’Ecclesia FaraceAndré GuimarãesAndreya Mendes de Almeida S. NavarroArethuza F.H.S. de AguiarArmando Guedes CoelhoAry da Silva Graça FilhoAugusto de Rezende MenezesCarlos Alberto VieiraCarlos Armbrust LohmannCarlos Augusto Coelho SallesCarlos Geraldo LangoniCarlos Henrique MoreiraCarlos Moacyr Gomes de AlmeidaCarlos Roberto Mendonça Alves DiasCarmen Fridman SirotskyCelso Fernandez QuintellaConstantino Luis Nunes de MendonçaCorintho de Arruda Falcão FilhoCristiano Buarque Franco NetoDaniel PláDilio Sérgio PenedoDomingos BulusEdson de Godoy BuenoEduardo Eugenio Gouvêa VieiraFrancisco Soares BrandãoGeorge Eduardo R. EllisGeraldo César MotaGeraldo Rezende CiribelliGermano H. Gerdau Johannpeter

Gilberto Caruso RamosHaroldo João Naylor RochaHekel de Miranda RaposoHumberto Eustáquio César Mota FilhoIgnacio de Loyola Benedicto OttoniJaime RotsteinJoel KornJosé de Souza e SilvaJosé Francisco de Araújo Lima NetoJosé Gustavo de Souza CostaJosé Roberto MarinhoJosé Wilhami Fernandes de OlivieraJúlio IsnardJúlio Luiz Baptista LopesLaudelino da Costa Mendes NetoLélis Marcos TeixeiraLucy Villela Barreto Luiz Antônio de Godoy AlvesLuiz Ildefonso Simões LopesMarcelo Henriques de BritoMárcio João de Andrade FortesMarcos Castrioto de AzambujaMaria Aguinaga de MoraesMaria de Lourdes Teixeira de MoraesMaria Regina de A. Corrêa da CâmaraMaria Silvia Bastos MarquesMaurício AgnelliMaurício Souza AssisMilton Ferreira TitoNelson Manoel de Mello e SouzaNelson SendasOrlando LimaOsvaldo Henrique Meireles TorresOswaldo Aranha NetoOtávio Marques AzevedoPaulo Manoel Protásio FilhoPaulo Roberto MeinerzPedro Arthur Villela PedrasPedro José Mª Fernandes WähmannRaul Eduardo David de SansonRenato Ferreira MotaRicardo Costa GarciaRicardo Cravo AlbinRicardo Lagares HenriquesRicardo Pernambuco BackheuserRicardo VarellaRonaldo Goytacaz CavalheiroRudolf HohnRui PatrícioSávio Luís Ferreira Neves FilhoSergio Cavina BoanadaSérgio Reis da Costa e SilvaSidney Levy Tácito Naves SanglardTeresa Cristina Gonçalves PantojaTomas Tomislav Antonin Zinner Vera Costa GissoniZieli Dutra Thome Filho

DIREtORES COnVOCADOSAldo Carlos de Moura GonçalvesJoaquim de Arruda Falcão Neto José Pires de SáMaria Luiza Corker C. N. de AlmeidaRonaldo Cezar Coelho Sérgio Gomes Malta

Sócios honoráriosJosé Luiz de Magalhães LinsJúlio Alberto de Morais Coutinho

COnSELhO FISCAL

EfetivosAbel Mendes Pinheiro JúniorCarlos Henrique de Carvalho FróesEduardo Costa GarciaPaulo Sobrino Marques D’OliveiraSérgio Francisco M. de C. Guimarães

SuplenteAureo Ricardo Salles de BarrosFerdinando Bastos de SouzaHelena Spyrides

Secretário GeralNestor Rolim Lacerda

5

r e v i s t a d o e m p r e s á r i o d a a c r j n o v e m b r o / d e z e m b r o d e 2 0 0 8

SumáRIO

Presidenteolavo monteiro de carvalho

Editora/Jornalista Responsávelandréa mury (mtb no 23.787)

Reportagemandréa muryandrea Ferretti mariana santoscida belford

REVISTA DOEMPRESÁRIO DA ACRJASSOCIAÇÃO COMERCIAL DO RIO DE JANEIRO

Fotografiaivanoé Gomes pereira

CapaFotomontagem Washington rodrigues

Projeto Gráfico / Diagramaçãodueto brasil (21) 3238-3352www.duetobrasil.com.br

36

10

especial: retrospectiva 2008

Órgão técnico e consultivo do Governo Federal no estudo

dos problemas que se relacionam com a economia nacional.

decreto-Lei nº6348, de 26/09/1940

06

capa: inovar para crescer... e vencer

entrevista: marcílio marques moreira

marcílio marques moreira fala de política externa e crise global

inovação e empreendedorismo foram temas constantes nas ações e projetos da acrj em 2008

Fotolito e Impressãozoomgraf-k (21) 2127-7308Redaçãorua da candelária, 9 /11º andarcep: 20091-020 - centro - rj(21) 2514-1219/1269 Publicidade(21) 2514-1211/1204/1208

www.acrj.org.br

42opinião

32Força do rio

17acontece na acrj

34perfil

31almoço do empresário

retropectiva 2008: o que foi notícia na acrj

16artigo

Redação e Revisãoandréa muryandrea Ferretti

6

r e v i s t a d o e m p r e s á r i o d a a c r j n o v e m b r o / d e z e m b r o d e 2 0 0 8

ENTREVISTA : mARcíLIO mARquES mOREIRA

andréa mury

presidente do conselho empresarial de políticas econômicas da

acrj e ex-presidente da instituição, marcílio marques moreira foi

embaixador do brasil em Washington, de 1986 a 1991, e ministro

da economia, Fazenda e planejamento, de 1991 a 1992. ocupou

cargos-chave no Unibanco, bndes, merrill Lynch e presidiu a

comissão de Ética pública da presidência da república. integra os

conselhos de administração da energisa, abn-brazil e FGv, entre

outros, além de presidir o conselho consultivo do etco e ser sócio-

gerente da conjuntura e contexto. marques moreira falou sobre

política externa e comentou a crise financeira global.

7bASTIDORES

r e v i s t a d o e m p r e s á r i o d a a c r j n o v e m b r o / d e z e m b r o d e 2 0 0 8

ENTREVISTA : mARcíLIO mARquES mOREIRA

O que o Brasil pode esperar do go-verno Obama?

marcílio - Acho que a principal pauta que podemos esperar do governo Obama é uma ação muito determinada e até ousada para dar um fim a essa fase aguda da crise econômica, que se iniciou com a crise financeira e agora está se traduzindo numa recessão econômica nos EuA, na Europa e no Japão, com o potencial de desacelerar, significativamente, o crescimento dos países emergentes.

Como deverá ser a relação entre Brasil e EUA, referente à questão ener-gética?

marcílio - quanto à questão energética, de-verá haver maior abertura para uma cooperação positiva, pois Obama tem dado grande prioridade ao tema por duas razões: a dependência dos EuA das importações de petróleo e, em vista da questão ambiental, a realização da conferência de copenhagen, que discutirá a reformulação dos acordos de Kioto que estão para expirar. Essa conferência será muito importante. No brasil, devemos fazer uma reflexão. No fim dos anos 80, início dos 90, embora tenhamos superado uma posição muito defensiva em relação ao meio ambiente e até protagonizado uma liderança ao sediar a Rio 92, ultimamente o país voltou um pouco à defensiva, sobretudo não querendo assumir praticamente nenhum compromisso em relação ao desmatamento.

O sr. acredita que possa evoluir a Rodada de Doha? Como o Brasil deve se posicionar?

marcílio - Os presidentes e chefes de governo dos países que compõem o G-20 assumiram um compromisso verbal, e não formal, de não aumen-tar as tarifas até que uma das duas coisas aconte-ça: o fim da recessão ou a conclusão da Rodada de Doha. A probabilidade de haver a conclusão da Rodada de Doha é baixa. mas o agravamento da situação econômica mundial e o esforço de articulação global na resposta dos países a essa

situação reacenderam as esperanças e a expecta-tiva de uma conclusão de Doha. O brasil terá uma posição mais pragmática, que o caracterizou no fim da Rodada porque, para nós, que não temos praticamente nenhum acordo bilateral, que temos apenas o mercosul, que está sitiado, num estado grave, digamos de periclitação. Doha, mesmo não sendo ótima, é importante. Acho que o brasil deve prosseguir numa posição mais pragmática e construtiva, fundamental para possibilitar uma conclusão de Doha, que se não for a ideal, que seja relativamente positiva.

Como avalia as relações bilaterais do Brasil com seus países vizinhos, conside-rando a crise com o Equador e Paraguai, Bolívia e Venezuela querendo agir de modo semelhante?

marcílio - Este é um desafio, um momen-to importante que temos que enfrentar com realismo e muita firmeza. O brasil, com seu crescimento e sua política macroeconômica bem posicionada, assumiu na América do Sul um papel de proeminência tão destacada que – com fundamento ou não – passou a ser considerado um país imperialista. Somos vistos por esses países como antigamente olhavam os EuA. com o nosso desenvolvimento e os investimentos e financiamentos que fizemos nesses países, é uma reação natural. Isso é um lado. O outro é um neopopulismo nesses países. um amigo, grande figura nas relações interamericanas, chama isso de populismo “com plata”, ou seja, populismo lastreado por petróleo a preços muito altos. Talvez este populismo retraia-se um pouco, devido à queda do preço do petróleo. certamente estamos numa situação bem incômoda.

“Este é um desafio, um momento importante que temos que enfrentar com realismo e muita firmeza“

8

r e v i s t a d o e m p r e s á r i o d a a c r j n o v e m b r o / d e z e m b r o d e 2 0 0 8

ENTREVISTA : mARcíLIO mARquES mOREIRA

A situação é preocupante? Como o Brasil deve se resguardar?

marcílio - chávez está se armando muito, com o apoio da Rússia; o Equador também, com Rafael correa. Na bolívia, a situação é muito séria, com o risco até de se desintegrar. O Paraguai quer rever o Tratado de Itaipu. A Argentina está entrando numa fase muito crítica da sua economia, com inflação crescente, desindustrialização e o agronegócio sofrendo a queda dos preços de matérias-primas. Todo o contorno sul-americano está muito difícil. Por outro lado, nós estamos bem e o chile é a economia mais amadurecida, mais moderna. O Peru resgatou Alan Garcia, o populista de 20 anos atrás – agora um neopragmático, neoconservador – e está se fortalecendo. A colômbia, apesar de tudo, está economicamente razoável.

É uma pena que, mais uma vez, não tenhamos nos preparado para essa situação. O brasil, há décadas, vem se recusando a entrar em acordos de garantias de investimentos. um pouco por conta de que esta era uma posição dos países desenvolvidos para os investimentos aqui. mas esquecemos que iríamos nos tornar grandes investidores nesses países. Algumas empresas da Petrobras, na bolívia, fizeram investimentos, violando acordos de prote-ção, e acabaram não apelando por uma arbitragem a que teriam direito. Perdemos a oportunidade de

ter um marco jurídico para nos resguardar. Este marco não é impermeável, mas dá uma firmeza maior. Perdemos também uma grande oportuni-dade com a ALcA, que podíamos ter modificado, mas prevaleceu a idéia de que seria uma anexação da América Latina pelos EuA.

Qual o seu diagnóstico sobre a crise glo-bal? O pior já passou ou ainda vem por aí?

marcílio – Há indícios de que a pior fase da crise financeira tenha passado, mas é muito arriscado afirmar que já passou. No rastro da depressão de 29, o presidente Roosevelt disse, em 31, que o pior havia passado. Então, vários bancos americanos e europeus faliram e houve um ressurgimento muito forte da depressão. A crise está começando no setor chamado real da economia e o pior ainda está por vir. A crise pela qual passamos é, de fato, a mais grave ocorrência desse tipo desde a depressão de 29. Algumas características – como seu escopo global e sua profundidade – a diferenciam das crises anterio-res, em geral mais curtas, menos intensas e não tão sintonizadas como agora.

Esta crise vem, de certo modo, para corrigir de-sequilíbrios econômicos internacionais e nacionais, não meramente financeiros, que se acumularam durante várias décadas e acabaram vindo à tona de uma maneira dramática, detonados pela crise dos papéis de menor qualidade que financiaram habitações nos EuA. É importante saber que a crise do subprime, do setor imobiliário nos EuA, não foi a causa, mas sim o detonador da crise. Após a quebra do Lehman brothers, o crédito mundial praticamen-te travou. Estivemos perto de quase um desmanche do sistema bancário financeiro mundial. Isso foi evitado por ações, ousadas até, dos bancos centrais e dos tesouros dos países desenvolvidos. A partir daí, a crise financeira contagiou de maneira muito forte a economia real. Além das situações reais, também os boatos acabam prosperando. Por isso é tão importante que o governo, os sistemas bancário e econômico e o empresariado passem um grau suficiente de credibilidade, porque a crise passou a ser também uma crise de confiança. E crédito é credibilidade, confiança.

Preocupa-me um certo descompasso no brasil, a dissonância entre a retórica mais amena do governo e suas ações e propostas de legislação agressivas, algumas até desnecessárias, como a autorização da caixa e do banco do brasil para comprarem empresas, construtoras, financeiras

“a crise pela qual passamos é, de fato, a mais grave ocorrência desse tipo

desde a depressão de 29”

9bASTIDORES

r e v i s t a d o e m p r e s á r i o d a a c r j n o v e m b r o / d e z e m b r o d e 2 0 0 8

ENTREVISTA : mARcíLIO mARquES mOREIRA

e até bancos. O cidadão fica um pouco perplexo, perde a confiança. Seria ótimo que alguém do go-verno dissesse à população, com mais sinceridade: “sim, o mundo está passando por um momento extremamente difícil e nós participamos deste mundo. Nos últimos anos, melhoramos muito esta inserção e nossa sustentabilidade externa. mas o brasil é um ator global e, assim, tem que arcar com sua porção de certas realidades adversas.”

O governo está certo em ressaltar que não estamos diante de nenhum desastre, nem mesmo de uma depressão, mas sim de uma severa desace-leração em função da crise, que é global. Acho que é preciso instigar a confiança da população, mas não dizendo, simplesmente, “consumam mais”. uma desaceleração muito significativa é quase inevitável. qualquer projeção, neste momento, é arriscada, mas já está havendo uma queda, provocando a retração das atividades industriais e demissões. Algumas consultorias já projetam um crescimento negativo no quarto trimestre.

Quais são os principais desafios impostos pela crise ao Brasil? Como podemos vencê-los?

marcílio - É preciso tomar medidas e dar con-tinuidade a elas, procurando que sejam mais ho-lísticas, mais globais; que não sejam tão pontuais, porque a experiência no brasil de crédito direciona-do ou de grandes presidências de bancos públicos não é das melhores. creio que medidas mais gerais propiciam melhores resultados. Hoje a economia é em rede; são cadeias de produção e, assim, toda a cadeia precisa ser reforçada. Se as medidas forem mais gerais, serão mais eficazes, evitando, depois, certos desequilíbrios. Em algumas regiões do brasil a crise não chegou, em outras chegou mais rápido, como nas metrópoles, nos centros industriais e nos setores do agronegócio e da pecuária, que sofrem uma série de restrições. Para o comércio exterior, vai ser muito difícil. Em novembro, houve queda nas exportações. caíram a demanda mundial e os preços. Houve queda também das importações, porque diminuiu o crescimento interno.

Numa crise como esta, problemas que não vinham à tona, agora vêm. A primeira coisa que as empresas devem procurar fazer é sobreviver. Dando autoridade ao caixa – em momentos de crise financeira, caixa é o rei –, e evitando se en-dividar e tomar medidas que pareçam benéficas a curto prazo mas sejam um veneno para o futuro. Na política fiscal e na política monetária, não

assumir novos endividamentos e custos fixos deve ser prioridade. É preocupante, neste momento, ver o congresso discutindo aumentos de gastos. Às vezes até são situações justas mas, agora, a coisa mais justa é sobreviver.

Como fica a China neste contexto?marcílio - As Nações unidas projetaram

cenários pessimistas, apontando para uma re-cessão muito severa nos países desenvolvidos e desaceleração também muito severa nos países emergentes. Projetam um crescimento de apenas 0,5% no brasil e de 7% na china. uma redução de quase a metade do crescimento que este país apresentou nos últimos anos. Embora a crise não esteja resumida à relação EuA x china, é possível dizer que a metáfora desse desequilíbrio é essa simbiose espúria entre esses dois países. com a fúria consumista alimentada pelo governo ame-ricano, através da manutenção da taxa de juros até negativa, de 1% ao ano, a china entrou num grande impulso de desenvolvimento. manteve uma taxa de juros artificialmente depreciada, invadindo assim o mercado americano. criou-se uma situação artificial. Então, é uma loucura a dois, pois um país não consome demais se não houver alguém financiando e mandando produtos para lá. Por isso, a china será um dos países mais afetados pela crise americana.

“se as medidas forem mais gerais, serão mais eficazes, evitando depois certos desequilíbrios“

r e v i s t a d o e m p r e s á r i o d a a c r j n o v e m b r o / d e z e m b r o d e 2 0 0 8

cAPA – INOVAçãO E EmPREENDEDORISmO – REcEITA PARA cREScER E VENcER

2º Prêmio Inovar

para Crescer

revela novos

talentos

cida belford e andréa mury

A Associação Comercial do Rio de Janeiro,

por meio dos seus conselhos empresariais, vem

realizando diversos programas, seminários e

debates destinados a promover a inovação e

o empreendedorismo como condições essen-

ciais ao desenvolvimento socioeconômico do

estado do Rio de Janeiro. Com isso, a ACRJ

pretende estimular o empreendedorismo

desde cedo, já no ambiente escolar;

multiplicar o conhecimento sobre

novas metodologias e tecnologias;

e contribuir para o crescimento e

fortalecimento das empresas flu-

minenses, de todos os portes. A

troca de experiências e a discus-

são de temas prioritários, como

a maior interação entre os

setores acadêmico e produtivo,

legislação e incentivos à pesquisa

e à inovação dentro das empresas,

reuniram diferentes especialistas,

acadêmicos, empresários e re-

presentantes do poder público na

ACRJ, ao longo de 2008.

Um dos destaques desse amplo

leque de projetos e ações é, sem dúvida, o

Prêmio Inovar para Crescer, que completa

seu segundo ano de existência comemorando

a ampliação das atividades realizadas e já

fazendo planos para 2009. Uma iniciativa do

Conselho Empresarial de Inovação e Tecno-

logia da ACRJ, o Prêmio Inovar para Crescer

foi criado para promover a criatividade e o

empreendedorismo no cotidiano escolar. Des-

tinado a professores e estudantes dos ensinos

fundamental, médio e técnico, de escolas

públicas e privadas, o Inovar para Crescer

2008 teve 133 projetos inscritos, que tiveram

como ponto de partida o tema “Planeta

Terra”, com ênfase na questão ambiental e

no desenvolvimento sustentável. O tema é

o mesmo que vem sendo desenvolvido pela

ONU/UNESCO no triênio 2007-2009.

Em 7 de novembro passado, antecipando-

se à Semana Global do Empreendedorismo

(17 a 23/11), a ACRJ promoveu a cerimônia

de entrega do 2º Prêmio Inovar para Crescer,

com a exposição dos 13 trabalhos finalistas

no imponente hall de entrada da instituição,

ao longo do dia. O anúncio dos vencedores,

marcado pela expectativa e pela alegria dos

jovens estudantes, aconteceu no fim da tarde,

no Centro de Estudos Sociais e Econômicos da

ACRJ, que ficou completamente lotado.

público confere os 13

trabalhos finalistas do prêmio

inovar para crescer 2008, em

exposição na acrj

10

11

r e v i s t a d o e m p r e s á r i o d a a c r j n o v e m b r o / d e z e m b r o d e 2 0 0 8

cAPA – INOVAçãO E EmPREENDEDORISmO – REcEITA PARA cREScER E VENcER

Além do presidente da ACRJ, Olavo

Monteiro de Carvalho, e dos presidentes

dos Conselhos Empresariais de Inovação

e Tecnologia, de Educação e de Políticas

Econômicas, Antônio Sérgio Fragomeni,

Vera Gissoni e Marcílio Marques Moreira,

respectivamente, participaram da solenidade

de premiação do Inovar para Crescer 2008

os diretores do Sebrae/RJ, Cezar Vasquez e

Evandro Peçanha; Julio Lagun Filho, Sérgio

Teixeira e José Ricardo Sartini, representando

as secretarias estaduais de Ciência e Tecno-

logia, de Desenvolvimento Econômico e de

Educação; a gerente Lisangela Gnocchi Reis,

de Furnas Centrais Elétricas; e Gisele Avena,

diretora do Instituto Unibanco.

Os grandes vencedores, com projetos

classificados nos primeiros lugares, foram

o Colégio Israelita Brasileiro A. Liessin e

a Escola Técnica Estadual Henrique Lage,

nas categorias Ensino Fundamental e En-

sino Médio/Técnico, respectivamente. As

instituições de ensino, classificadas em

primeiro lugar, ganharam um computa-

dor, impressora e periféricos cada uma;

os professores orientadores dos projetos

que ficaram em 1º lugar receberam um

laptop, enquanto seus alunos, integrantes

das equipes, ganharam aparelhos de MP4

e medalhas.

Os vencedores do 2º e 3º lugares, nas duas

categorias, ganharam medalhas e certificados

indicando sua classificação no Prêmio. A

menção honrosa foi para a equipe da Escola

Técnica Estadual de Transporte Engenheiro

Silva Freire, com o projeto Trem-Escola.

O 1º lugar do Ensino Fundamental ficou

com o professor Charles Esteves Lima e os

estudantes Daniel Nasajon e Jaques Honig-

baum, do A. Liessin, que desenvolveram o

projeto “Sistema de Geração de Energia por

Indução Eletromagnética”, cuja finalidade

é produzir energia limpa e gratuita. Para

eles, o prêmio é um reconhecimento para a

vida toda. “O prêmio vai me ajudar na vida

profissional e pessoal também. Vou poder

mostrar para os meus filhos, com orgulho,

o que fiz”, disse Daniel Nasajon.

Já na categoria Ensino Médio/Técnico,

o 1º lugar foi conquistado pelos alunos da

Escola Técnica Henrique Lage, Thiago Silva

de Castro, Luigi Maciel Ribeiro e Carlos

Daniel de Melo Sampaio, orientados pelo

professor Altair Martins dos Santos. Eles

criaram o Sistema de Visão Complementar,

para auxiliar o motorista em manobras,

quando ocorre o chamado ponto cego, que

impede a visualização dos cantos à esquer-

da e à direita do veículo pelos retrovisores.

Orgulhoso, o professor atribuiu a vitória ao

o centro de convenções

da acrj lotado para

conhecer os vencedores do

inovar para crescer 2008

r e v i s t a d o e m p r e s á r i o d a a c r j n o v e m b r o / d e z e m b r o d e 2 0 0 8

empenho dos alu-

nos. “Eles tiveram a

idéia inicial. Depois,

eu apenas orientei.

Esse prêmio coroa

um ano de traba-

lho”, disse Altair

dos Santos.

O presidente da

ACRJ, Olavo Mon-

teiro de Carvalho, afirmou que “o Inovar

para Crescer é uma importante ferramenta

para o desenvolvimento do estado”. Já o

diretor do Sebrae/RJ, Cezar Vasquez, desta-

cou a importância do projeto por despertar

no jovem o espírito empreendedor. “Inovar

é uma atitude que pode mudar a história

de cada um de nós”, disse, aconselhando

os estudantes a dar continuidade às suas

pesquisas. O presidente do Conselho

Empresarial de Ino-

vação e Tecnologia

da ACRJ, Antonio

Sergio Fragomeni,

disse que o país não

pode deixar de in-

vestir em pesquisa,

se quiser continuar

crescendo.

O incentivo à

educação foi apon-

tado como um dos

principais fatores

que levaram empresas e instituições a

apostarem no programa do Inovar para

Crescer. “Temos foco na educação. Esta é

uma questão muito discutida na sociedade

do conhecimento e não se pode pensar

em igualdade sem educação”, afirmou a

diretora do Instituto Unibanco, Gisele Ave-

na. A gerente de Furnas Centrais Elétricas,

Lisangela Gnocchi Reis, ressaltou que o

apoio às pesquisas é fundamental para o

desenvolvimento cultural dos estudantes.

Ao longo do ano, a ACRJ promoveu

diferentes oficinas pedagógicas gratuitas,

destinadas à capacitação de professores e

profissionais de ensino em metodologias

e novas ferramentas de pesquisa voltadas

ao processo de criação e elaboração de

projetos. A proposta das oficinas é que

os professores multipliquem os conheci-

mentos adquiridos junto aos seus alunos,

incentivando-os a colocar em prática suas

idéias, participando do Prêmio Inovar

para Crescer.

Inovar para Crescer 2009: idéias para a Megalópole Brasileira

Mal terminou o ciclo 2008 e as coor-

denadoras do Prêmio Inovar para Crescer,

a vice-presidente do Conselho Empresarial

de Inovação e Tecnologia da ACRJ, Marí-

lia Brito, e a professora e conselheira de

Cultura, Maria Teresa Moreira, já estão

preparando as novidades para 2009. Se-

gundo Marília Brito, a intenção é ampliar

as parcerias envolvidas no programa, para

poder oferecer mais oficinas pedagógicas,

todas gratuitas, além de recursos que pos-

sibilitem aos vencedores dar continuidade

aos seus projetos.

O ciclo 2009 do Prêmio Inovar para

Crescer será lançado em março. A primeira

oficina pedagógica acontecerá no dia 17 de

março, com a participação dos vencedores

de 2008, que vão relatar suas experiências

na participação do Inovar. Na ocasião, tam-

bém será apresentado o cronograma das

oficinas e detalhado o tema de 2009.

O tema Planeta Terra será mantido, mais

com ênfase, desta vez, nas questões relacio-

olavo monteiro de carvalho e

a equipe do colégio israelita

brasileiro a. Liessin: professor

charles esteves Lima e os

alunos daniel nasajon e

jaques Honigbaum. 1º lugar na

categoria ensino Fundamental

marcílio marques moreira e

a equipe da escola técnica

estadual Henrique Lage:

professor altair martins dos

santos e os estudantes thiago

silva de castro, Luigi maciel

ribeiro e carlos daniel de melo

sampaio. 1º lugar na categoria

ensino médio/escola técnica

cAPA – INOVAçãO E EmPREENDEDORISmO – REcEITA PARA cREScER E VENcER12

13

r e v i s t a d o e m p r e s á r i o d a a c r j n o v e m b r o / d e z e m b r o d e 2 0 0 8

empreender com éticacida belford

O diretor do Instituto Gênesis da

PUC-Rio, José Alberto Sampaio Aranha,

foi o convidado da reunião conjunta dos

Conselhos Empresariais de Ética e de

Jovens Empreendedores (Conjove), em 12

de novembro. Na ocasião, ele discutiu a

importância da ética como diferencial nas

ações empreendedoras.

Sampaio Aranha afirmou que, para

uma empresa alcançar o sucesso, é neces-

sário que o empreendedor, o líder, possua,

além do capital, conhecimentos que o

auxiliem na tomada de decisões e carac-

terísticas como habilidade de comunica-

ção, caráter e ousadia, importantes para

conseguir colocar em prática suas idéias.

“A inovação é coletiva. As pessoas preci-

sam umas das outras. O relacionamento

é a base para as nossas ações e o cará-

ter é fundamental

para conquistar a

confiança de al-

guém”, afirmou.

Outro aspecto da

visão empreende-

dora abordado foi

o da solidariedade. “As empresas precisam

de compromisso social”, destacou. O pre-

sidente do Conselho de Ética enfatizou o

discurso. “A solidariedade é a virtude mais

importante do ser humano”, disse Janot,

recordando Aristóteles.

O Instituto Gênesis da PUC Rio desenvolve

atividades que orientam seus alunos na prática

do empreendedorismo e dispõe, além das in-

cubadoras, da Empresa Júnior, que desde 1995

oferece soluções em consultoria. Informações

no site www.genesis.puc-rio.br

sampaio aranha e nelson

janot discutem a ética

nas empresas

maria teresa moreira e marília

brito, trabalho incansável à

frente do inovar para crescer,

desde sua 1ª edição, em 2007

cAPA – INOVAçãO E EmPREENDEDORISmO – REcEITA PARA cREScER E VENcER

nadas à formação da megalópole brasileira,

como infra-estrutura, logística, recursos natu-

rais e meio ambiente, tráfego urbano, relações

sociais e reforma da legislação tributária. “A

Megalópole Brasileira” é um dos projetos

prioritários da ACRJ. Formada pelas cidades do

eixo Campos (RJ)-Campinas (SP)- Juiz de Fora

(MG), incluindo as capitais Rio de Janeiro e São

Paulo, a megalópole brasileira tem sido objeto

de vários fóruns de discussão promovidos pela

ACRJ, com o objetivo de propor a implantação

de projetos, a partir da ação integrada dos

estados e municípios que a compõem, que

contribuam para o desenvolvimento susten-

tável desse imenso território.

O Prêmio Inovar para Crescer, realizado

pelo Conselho Empresarial de Inovação e

Tecnologia da ACRJ, em parceria com o Con-

selho Empresarial de Educação, o Sebrae/RJ,

o Instituto Unibanco e Furnas, tem o apoio

da UNESCO, do Governo do Estado – por

meio das secretarias de Educação, de Ciência

e Tecnologia, e de Desenvolvimento Econô-

mico, Energia, Indústria e Serviços (Sedeis),

do Instituto Nacional da Propriedade Indus-

trial (INPI), da Universidade Castelo Branco,

da Folha Dirigida, do Instituto Tecnológico

Inovador e do SinepeRio, contando também

com a colaboração da Cristália Produtos

Químicos Farmacêuticos.

r e v i s t a d o e m p r e s á r i o d a a c r j n o v e m b r o / d e z e m b r o d e 2 0 0 8

cAPA – INOVAçãO E EmPREENDEDORISmO PARA cREScER E VENcER

seminário na acrj

debateu as melhores

práticas de gestão de

empresas vitoriosas

boas práticas de gestão –

Garantia de produtividade

e competitividade

andrea Ferretti e mariana santos

Em parceria com o Sebrae/RJ, os Con-

selhos da Micro e Pequena Empresa e de

Jovens Empreendedores da ACRJ promove-

ram, no dia 25 de novembro, o seminário

“As melhores práticas de gestão para

micro e pequenas empresas”. Destinado

a empresários e empreendedores em ge-

ral, o objetivo do encontro foi estimular a

discussão sobre as práticas de gestão mais

modernas, a partir da apresentação de

experiências bem-sucedidas.

A presidente e o vice-presidente dos

Conselhos Empresariais da Micro e Pequena

Empresa e de Jovens Empreendedores da

ACRJ, Marta Arakaki e Áureo Ricardo Salles

de Barros, respectivamente; o gerente da

Área de Estratégias e Diretrizes do Sebrae/RJ,

Cezar Kirszenblatt; e Luiz Fernando Bergamini

de Sá, coordenador do Programa Qualidade

Rio da Secretaria Estadual de Desenvolvimen-

to Econômico, abriram o encontro que reuniu

mais de 400 pessoas, entre profissionais e

empresários, no Salão Nobre da ACRJ.

Em suas breves apresentações, eles ressal-

taram que, a partir da discussão de experi-

ências bem sucedidas de empresas que já se

destacam no mercado, a proposta do seminá-

rio era contribuir com novos conhecimentos

que, postos em prática, podem propiciar

melhores resultados e vantagens competiti-

vas para os empreendimentos. Eles também

destacaram aspectos como a boa gestão de

recursos humanos, o conhecimento específi-

co sobre o mercado e o gosto pelo risco – que

deve ser calculado – como fundamentais ao

sucesso de uma empresa. Os casos de suces-

so, marcados por dificuldades e superação

dos desafios, foram apresentados e discutidos

na segunda parte do seminário.

Em sua palestra, Cláudio Nasajon, diretor

da Nasajon Sistemas, empresa especializada

no desenvolvimento de softwares de gestão,

afirmou que o engajamento dos funcionários

é fundamental para qualquer empresa, seja

de qual porte for. “É preciso encantar o clien-

te. Qualidade é entregar o prometido e ex-

ceder as expectativas. Para isso, é necessário

investir em mão-de-obra”. Ele também frisou

a importância de reter talentos. É preciso

pagar salários em dia, tratar as pessoas com

respeito e promover atividades de integração

da equipe”, disse ele, acrescentando que

coisas simples, como música ambiente, boa

iluminação e decoração agradável, além de

equipamentos adequados, aumentam a pro-

dutividade. A Nasajon Sistemas foi apontada

cAPA – INOVAçãO E EmPREENDEDORISmO – REcEITA PARA cREScER E VENcER14

15

r e v i s t a d o e m p r e s á r i o d a a c r j n o v e m b r o / d e z e m b r o d e 2 0 0 8

como uma das 25 melhores empresas para se

trabalhar no estado do Rio de Janeiro, numa

pesquisa recente realizada pelo instituto Gre-

at Place to Work, em parceria com a ABRH-RJ

(Associação Brasileira de Recursos Humanos

do Rio de Janeiro) e o jornal O Globo.

Mônica Reis Buriche, proprietária da

Laundry Service, expôs as dificuldades que

enfrentou até resolver investir em conheci-

mento. “A lavanderia tinha vários problemas.

Fazer os cursos no Sebrae/RJ me deu idéias

que proporcionaram grandes mudanças”,

disse ela, que desenvolveu programas para

estimular seus funcionários e fidelizar seus

clientes. Em 2006 e 2007, ganhou o Prêmio

“Mulher Empreendedora” do Sebrae/RJ.

O vice-presidente do Conjove, Áureo Ri-

cardo Salles, começou a trabalhar na empresa

da família, a A. Salles Engenharia, aos 14

anos. Com 28, montou uma fábrica de dutos

de ar condicionado e criou uma empresa de

prestação de serviços de manutenção predial.

Para ele, empreender é mais do que o ato de

abrir uma empresa. “O empreendedor iden-

tifica, analisa e implementa oportunidades

de negócios, sempre com foco na inovação

e na criação de valor”, afirmou.

Cristina Rocha, proprietária da CR Viagens

e Turismo, também fez um relato sobre o

seu negócio, que prioriza a excelência no

atendimento ao cliente, com plantão 24

horas. O empreendimento tem oito anos

de existência. “O segredo não é fazer o que

gostamos, mas gostar do que fazemos”,

disse a empresária, que acaba de ganhar o

Prêmio Top of Quality 2008 da Ordem dos

Parlamentares do Brasil.

Jaime de Barros Rego, analista do Sebrae/

RJ, analisou aspectos sobre administração

financeira. De acordo com ele, a gestão do

caixa de uma empresa é determinante para a

liquidez e a rentabilidade do negócio. “A falta

de planejamento financeiro é uma das prin-

cipais causas do fechamento de empresas”,

afirmou, com base em dados de pesquisa do

Sebrae/RJ realizada em 2007, que revela o

aumento da taxa de sobrevivência das micro

e pequenas empresas, nos dois primeiros

anos de atividade, de 51% para 78%. Em-

bora a maior qualificação profissional tenha

sido um dos fatores para o crescimento da

taxa, segundo ele 68% dos empresários que

fecharam suas portas apontaram as falhas

gerenciais como o principal motivo do fra-

casso, destacando-se a falta de planejamen-

to financeiro e a formação inadequada de

preços de produtos e serviços. Ele destacou

que, para o sucesso de um empreendimento,

é necessário preparar um plano de negócios,

projetar os recursos financeiros necessários,

implementar controles adequados e gerir cor-

retamente o fluxo de caixa. Já o presidente do

Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis

do Rio de Janeiro (Sescon-RJ), Lindeberger

Augusto da Luz, descreveu as atribuições de

um contador, ressaltando a importância de

uma contabilidade correta como ferramenta

para o bom desempenho de uma empresa.

“É um erro crer que o contador é um mero

emissor de guias de pagamento. O trabalho

do contador envolve comunicação constante

com o empresário, confiança e aconselha-

mento para melhorar a gestão e o controle

da empresa”, concluiu.

“Fazer os cursos no sebrae/rj me deu idéias que proporcionaram grandes mudanças”

cAPA – INOVAçãO E EmPREENDEDORISmO – REcEITA PARA cREScER E VENcER

16

r e v i s t a d o e m p r e s á r i o d a a c r j n o v e m b r o / d e z e m b r o d e 2 0 0 8

ARTIGO

de filantropia, mas verdadeiramente responsá-

veis pela fiscalização e aplicação dos recursos,

pois têm interesse e direito de acompanhar os

resultados e de ajudar no êxito dos projetos

patrocinados. Os Conselhos de Direitos de

diversos estados estimulam que o aporte dos

recursos seja feito com a escolha dos projetos

e dos executores dos mesmos.

Estudo da Secretaria de Fazenda do Estado

do Rio de Janeiro estimou em 600 milhões de

reais a possibilidade de destinação dos contri-

buintes fluminenses – pessoas físicas até 6%

e pessoas jurídicas 1% do imposto de renda

devido – para os Fundos geridos pelos Conse-

lhos de Direitos. Contudo, é de pouco mais de

1 milhão os recursos hoje existentes no Fundo

do Rio de Janeiro.

Qual a razão dessa penúria? A falta de es-

trutura até então existente para a administração

do Fundo e a falta de regras claras. Mas, tais

obstáculos foram superados. O Governo Sérgio

Cabral dotou o Conselho da Criança de estrutu-

ra, de pessoal e material, que permite uma boa

e eficiente administração do Fundo. O CEDCA/

RJ aprovou deliberações, planos de ação e de

aplicação orçamentária – documentos que se en-

contram disponíveis no site (www.cedca.rj.gov.

br) – que tornam claras as regras de doação e

de aplicação dos recursos.

Essa transparência permitirá a escolha dos

projetos constantes no Banco de Projetos, e

serão muito bem-vindos os recursos daqueles

que quiserem contribuir para a garantia da efe-

tivação dos direitos fundamentais de crianças e

adolescentes fluminenses e para a melhoria da

qualidade de vida de todos os cidadãos.

siro darlan *

Doações para o Fundo para a Infância e Adolescência

A democracia participativa consagrada na

Constituição da República estimulou a co-respon-

sabilidade na discussão e elaboração das políticas

públicas através da criação dos Conselhos de

Direitos, formados paritariamente com represen-

tação governamental e da sociedade civil.

O legislador, ao regulamentar o artigo 227

da Carta Magna através do Estatuto da Crian-

ça e do Adolescente, dotou os Conselhos de

Direitos com orçamento próprio para financiar

os projetos públicos e privados que priorizem

os eixos garantidores da efetivação dos direitos

das crianças e adolescentes. O Fundo para a

Infância e Adolescência, alimentado por verbas

originárias dos orçamentos públicos, de doações

de pessoas físicas e jurídicas através da renúncia

fiscal, e as receitas das multas aplicadas pelo

Judiciário em razão do descumprimento das

medidas de proteção à infância e à juventude,

destinam-se ao financiamento dessa política de

proteção integral.

Tanto a definição desses eixos como o regis-

tro e aprovação dos projetos a serem financiados

são tarefas dos Conselhos de Direitos, que têm

a função de discutir e deliberar políticas públi-

cas em suas plenárias com as representações

governamentais e da sociedade civil.

Os estados da federação estruturaram e

organizaram seus Conselhos de Direitos, assim

como todos os municípios, e promovem a arre-

cadação dos recursos livremente, inclusive com

a possibilidade dos doadores definirem junto

aos Conselhos as prioridades e os projetos que

deverão ser beneficiados.

Essa prática, além de democratizar a dis-

cussão, faz dos doadores não meros agentes

* o desembargador siro darlan é presidente do conselho estadual de defesa dos direitos de crianças e adolescentes do rio de janeiro.

17

r e v i s t a d o e m p r e s á r i o d a a c r j n o v e m b r o / d e z e m b r o d e 2 0 0 8

AcONTEcE NA AcRJ

Arthur Sendas: homem simples e de grande fé

cida belford

Homem simples e de uma fé inabalável.

Assim Arthur Sendas foi lembrado, durante

a homenagem póstuma realizada pelos Con-

selhos Superior e Diretor da ACRJ, em 26 de

novembro, que reuniu familiares e amigos do

empresário, morto em outubro.

Sinônimo de liderança empresarial, Sendas

tratava a todos com igualdade e respeito. “Ele era

um homem religioso, simples e carismático. A fé de

Arthur poderia mover montanhas”, disse o presi-

dente da ACRJ, Olavo Monteiro de Carvalho.

O presidente do Conselho Superior da ACRJ,

Humberto Mota, também destacou a religiosi-

dade e devoção de Sendas. “Ele estava sempre

preocupado com o próximo. Na igreja de São Ju-

das Tadeu, todos paravam para cumprimentá-lo.

Arthur Sendas, acima de tudo, amou o próximo

como a si mesmo”, disse, emocionado.

Mota acrescentou que Sendas era uma pes-

soa de bem com a vida e que a homenagem,

ainda que causasse comoção, servia para deixar

claro que “mesmo ausente, Sendas se fazia

presente e seria imortalizado”. Já o presidente

do Clube de Regatas Vasco da Gama, Roberto

Dinamite, descreveu a paixão e o orgulho do

empresário em ser vascaíno, ressaltando que

ele sempre participou dos momentos mais

importantes do clube, inclusive os mais difíceis,

ajudando, muitas vezes, financeiramente.

O sucesso como empresário de uma das

maiores redes de supermercados do Brasil

não foi conquistado da noite para o dia. “O

jovem Arthur carregava caixas de mercadorias

nas costas e, mesmo à frente da empresa e

de entidades de classe, como a Associação

Brasileira de Supermercados (Abras) e ACRJ,

o empresário dava exemplo. Ele chegava no

escritório às 7h, como se fosse seu primeiro

dia de trabalho”, contou o vice-presidente do

Conselho Administrativo do Grupo Sendas,

Aprígio Lopes Xavier.

A homenagem reuniu a família do empresá-

rio, diretores e funcionários da ACRJ. Estavam

presentes os filhos Márcia Maria e Nelson,

acompanhado de sua mulher Mariana, e a irmã

de Sendas, Érika Sendas Bione. Nelson destacou

o amor de seu pai pela ACRJ e pelo trabalho

desenvolvido na Casa do Empresário. “A gente

via a alegria que meu pai tinha em vir pra cá.

Ele se sentia bem aqui, tanto que escolheu a

ACRJ para anunciar um fato importantíssimo

para a nossa empresa, que foi a associação com

o grupo Pão de Açúcar”, destacou.

Compareceram à homenagem, que lotou o

Centro de Estudos Sociais e Econômicos da ACRJ

– construído por Sendas – grandes beneméritos,

beneméritos, vários diretores e presidentes dos

Conselhos Empresariais da Casa, como Célio Borja,

Áureo Salles de Barros, Maria Aguinaga, Francisco

Pinto, Francisco Horta, Marta Arakaki, Maria Luíza

olavo monteiro de carvalho,

familiares de arthur sendas e

Humberto mota

18

r e v i s t a d o e m p r e s á r i o d a a c r j n o v e m b r o / d e z e m b r o d e 2 0 0 8

AcONTEcE NA AcRJ

Nobre, Daniel Klabin, Guilherme Arinos Franco,

Mauro Gandra e Haroldo Bezerra da Cunha, entre

muitos outros. O diretor-superintendente do Se-

brae/RJ, Sergio Malta, e o presidente do Clube de

Diretores Lojistas do Rio, Aldo Gonçalves, ambos

diretores da ACRJ, também estiveram presentes,

além de amigos como Antônio Lopes, ex-técnico

do Vasco da Gama, e o Padre João Navarro Reber-

te. O governador Sérgio Cabral e o secretário de

Desenvolvimento Econômico, Julio Bueno, foram

representados pela superintendente de Projetos

Especiais da secretaria, Mara Lucia Paquelet.

Arthur Sendas começou a freqüentar a

Associação Comercial do Rio de Janeiro há

40 anos, quando se associou à instituição. Foi

diretor, conselheiro, vice-presidente e Grande

Benemérito. Em 1997 foi eleito, por unani-

midade, pelo Conselho Superior, presidente

da ACRJ e permaneceu à frente da Casa do

Empresário por dois mandatos, sendo sucedido

pelo atual presidente do Conselho Superior,

Humberto Mota.

Um momento de grande emoção marcou

a homenagem, no final, quando foi exibido

um vídeo com fotos que ilustravam passagens

da trajetória de Sendas, desde menino, no Ar-

mazém Trasmontano, em São João de Meriti,

até seus últimos dias.

nelson sendas lembra

o carinho que o pai

tinha pela acrj

rubens migliaccio discute a

ética na liderança

Café com Ética mariana santos

Ao longo deste

semestre, o Conselho

Empresarial de Ética

da ACRJ promoveu

debates a partir de

temas contidos no li-

vro “Ética na Gestão

Empresarial - da Cons-

cientização à Ação”

(Editora Saraiva), de

Francisco Gomes de Matos, no ciclo de palestras

Café com Ética. O ciclo terminou em dezembro,

com a realização do quinto e último encontro.

Na ocasião, o professor e conselheiro Rubens

Migliaccio abordou o tema “Competências éticas

e modelo de gestão”. Entre outras questões, ele

ressaltou que a ética está na consciência humana

e na cultura das organizações, onde se desenvolve

a consciência coletiva. “A liderança é formadora

de consciências, vontades e estratégias transfor-

madoras, direcionadas ao bem comum. Ser líder

implica no compromisso ético”, destacou. Para ele,

o primeiro grande desafio é motivar nos líderes

a competência para ser ético. Assim, é possível

desenvolver um modelo de ética na gestão, por

meio do diagnóstico e de ações estratégicas, cujos

fundamentos sejam a cultura renovada, a liderança

integrada e a estratégia consensual. O autor do

livro, Francisco Gomes de Matos, declarou que a

ética faz parte da essência da liderança autêntica.

A bandeira do líder é a renovação contínua de

pessoas, estruturas e tecnologias. “Uma ‘empresa

do ser’ é uma corporação fundada na ética da

solidariedade. Todas as organizações possuem

líderes competentes, mas o que faz a diferença é

a liderança integrada”, afirmou.

20

r e v i s t a d o e m p r e s á r i o d a a c r j n o v e m b r o / d e z e m b r o d e 2 0 0 8

AcONTEcE NA AcRJ

andré Urani, nizan

Guanaes e olavo

monteiro de carvalho

marcelo szpilman explica

como será o aquario

andrea Ferretti

cida belford

Claro Rio SummerPresidente da ACRJ debate

o valor da Moda

O presidente da Associação Comercial do

Rio de Janeiro participou do seminário “O Valor

da Moda”, no Forte de Copacabana, durante

o Claro Rio Summer, evento de moda-praia

internacional, que aconteceu entre os dias 5 e

8 de novembro. Olavo Monteiro de Carvalho

ressaltou a importância da indústria criativa

no momento em que se discute com o poder

público a melhoria do ambiente de negócios

no estado. “A ACRJ tem conseguido resultados

concretos e estabeleceu um diálogo, um rela-

cionamento de respeito com os diferentes níveis

de governo que não existia antes”, afirmou.

Para ele, o carnaval com o desfile das escolas

de samba e eventos, como o Claro Rio Summer,

demonstram “o poder da arte no Rio de Janei-

ro”. No seminário, o economista do IETS, André

Urani, frisou que a redução da carga tributária

dos micro e pequenos empresários ajudaria o

negócio da moda no estado.

No encerramento do Claro Rio Summer,

o presidente da ACRJ participou, ao lado do

governador Sérgio Cabral, do publicitário Nizan

Guanaes e de várias autoridades, do movimento

pela candidatura do Rio de Janeiro como Patri-

mônio Natural e Cultural da Humanidade.

O diretor do AquaRio, Marcelo Szpilman,

foi o convidado da reunião do Conselho Em-

presarial de Turismo Pró-Rio da ACRJ, em 3 de

novembro. Ele apresentou o projeto do maior

aquário da América Latina, que será construído

na Zona Portuária, no prédio da antiga Cibrazen,

cedido pela Prefeitura. O espaço terá 25 mil m²

de área construída e capacidade para expor 12

mil animais, de 400 espécies diferentes, em 5,4

milhões de litros de água.

Segundo Szpilman, o AquaRio, proposta

do Instituto Museu Aquário Marinho do Rio de

Janeiro, será construído no início de 2009, sendo

concluído em dois anos. O biólogo marinho frisa

que o empreendimento vai alavancar a econo-

mia da cidade, revitalizando a Zona Portuária e

trazendo mais turistas. Para realizar o projeto,

a iniciativa privada deverá investir pelo menos

R$ 84 milhões. A estimativa é de que passem

pelo local cerca de 1,5 milhão de pessoas/ano.

O valor do ingresso deverá ficar em torno de

R$ 20,00. A previsão é de que o AquaRio te-

nha um faturamento anual de R$ 31 milhões,

podendo alcançar até R$ 40 milhões. No local,

além de espaço de lazer, centro de pesquisas,

museu, exposições sobre a vida marinha e escola

de mergulho, haverá também um centro de

recuperação da fauna marinha, para cuidar de

animais capturados na natureza até que possam

ser reinseridos em seu habitat.

Rio terá o maior aquário

da América Latina

21

r e v i s t a d o e m p r e s á r i o d a a c r j n o v e m b r o / d e z e m b r o d e 2 0 0 8

AcONTEcE NA AcRJ

mariana santos

Boas perspectivas

para a indústria naval

A ACRJ promoveu, em 27 de novembro,

mais uma edição do Café da Manhã Empresa-

rial, com a participação do diretor financeiro e

administrativo da Transpetro. Rubens Teixeira

analisou o crescimento da indústria naval no

país e a geração de empregos no setor.

O Brasil chegou a ser o maior produtor mun-

dial de embarcações nos anos 70, mas passou,

depois, por uma década de estagnação. Agora,

com o impulso decorrente das descobertas de

petróleo e do comércio mundial, os estaleiros

ganharam novo impulso. “Temos condições de

olhar para o futuro. Existe uma grande demanda

por embarcações de todos os tipos”, afirmou. A

indústria naval representa um segmento impor-

tante de geração de empregos e de multiplicação

de empresas de serviços e de fornecimento de

peças e componentes. “Precisamos desenvolver

a nossa tecnologia e exportá-la.”

Para o diretor da Transpetro, o Rio de Janei-

ro, por sua vocação histórica para a construção

naval, ganha destaque nesse contexto e isso

contribuirá para a revitalização da indústria

fluminense. A perspectiva é de que o setor

naval se reestruture e se torne cada vez mais

competitivo internacionalmente”.

sérgio Fragomeni,

rubens teixeira

e reinaldo cardoso

22

r e v i s t a d o e m p r e s á r i o d a a c r j n o v e m b r o / d e z e m b r o d e 2 0 0 8

AcONTEcE NA AcRJ

victor raúl ojeda,

marco polo moreira

Leite e Lício araujo

james Gwartney e marcílio

marques moreira

cida belford

cida belford

V Fórum Saída para o Pacífico

A ACRJ realizou, em 25 de novembro, o

V Fórum Saída para o Pacífico, para discutir

a integração terrestre sul-americana e o

acesso para o Oceano Pacífico. O projeto

da Rodovia Interoceânica foi apresentado

pelo diretor de Transportes da Câmara

Brasil-Paraguai, Ignácio Ottoni. Com cerca

de três mil km de extensão, ela ligará os

Oceanos Atlântico e Pacífico, passando pelo

Brasil, Bolívia e Chile.

O presidente do Conselho de Comércio

Exterior da ACRJ, Marco Polo Moreira Lei-

te, disse que a rodovia beneficiará o setor

agropecuário, aumentando a comercializa-

ção de grãos e produtos para o mercado

externo, especialmente para a Ásia. A

construção da Rodovia Interoceânica é um

dos mais importantes projetos entre os 31

selecionados pelo programa IIIRSA (Inicia-

tiva de Integração da Infra-estrutura da

América do Sul), cujos eixos de integração

foram definidos na Cúpula de Cuzco em

dezembro de 2004.

Estiveram presentes o cônsul-geral do

Paraguai, Ricardo Aquino, o presidente e

o vice-presidente da Câmara de Comércio

Brasil-Paraguai, Victor Ojeda e Lício Araújo,

respectivamente, o presidente da Câmara

de Comércio Brasil-Venezuela da ACRJ,

Darc Costa, e a coordenadora de projetos

de grande vulto do Ministério do Planeja-

mento, Ely Takasaki. Os ex-presidentes da

ACRJ, Paulo Protásio e Ruy Barreto, rece-

beram o Prêmio Capricórnio, pelo apoio ao

desenvolvimento econômico dos países da

América do Sul.

O editor-chefe do relatório Liberdade

Econômica no Mundo, James Gwartney,

apresentou, na ACRJ, em 14 de novembro,

um estudo feito pelo Economic Freedom

Network, grupo formado por representan-

tes em 75 países, cujo objetivo é promover

os benefícios da liberdade econômica. O

relatório de 2008 mostra o Brasil em 96º

lugar no ranking das 141 economias mais

livres do mundo, uma queda significativa,

comparada a 2007, quando ocupou a 70ª

posição. Hong Kong está no topo da lista,

seguida por Cingapura e Nova Zelândia. EUA

e Austrália ocupam o 8º lugar. O Chile ficou

em 6º lugar, sendo o único país da América

Latina entre os 10 melhores. Segundo Gwar-

tney, as contas públicas pesam na avaliação.

“Quanto mais o governo aumenta os gastos,

mas a pontuação diminui”, explicou. Han-

nes Gissurarson, do Banco Central islandês,

mostrou que a renda dos 10% da população

mais pobre é quase 10 vezes maior em países

com economia mais livre.

O presidente do Conselho de Políticas

Econômicas da ACRJ, Marcílio Marques

Moreira, refutou a idéia de que a crise seja

fruto de muita liberdade econômica. “É

importante que tenhamos bons argumen-

tos para responder a essas insanidades”,

disse. O encontro foi coordenado pelo

Conselho Empresarial de Jovens Empre-

endedores da ACRJ.

Liberdade econômica - Brasil é o 96º do ranking

23

r e v i s t a d o e m p r e s á r i o d a a c r j n o v e m b r o / d e z e m b r o d e 2 0 0 8

AcONTEcE NA AcRJ

Presidente da ABIR

é o novo conselheiro

de Políticas Econômicas

cida belford

O presidente da Associação Brasileira

das Indústrias de Refrigerantes e de Be-

bidas Não Alcoólicas (ABIR), Hoche José

Pulcherio, é o novo integrante do Conse-

lho Empresarial de Políticas Econômicas

da ACRJ, presidido por Marcílio Marques

Moreira. A posse de Pulcherio foi oficiali-

zada em 13 de novembro, na reunião do

Conselho que debateu a crise financeira

americana e seus efeitos no Brasil e no

mundo. Hoche Pulcherio afirmou que o

setor de bebidas não alcoólicas ainda não

sofreu grande impacto.

Segundo a BDO Trevisan, o setor de re-

frigerantes e bebidas não alcóolicas é com-

posto por 835 fabricantes de refrigerantes,

512 de sucos, 238 de outras bebidas não

alcoólicas (chás, isotônicos, energéticos,

água de côco etc) e 505 fabricantes de

águas, concentrados nas regiões Sudeste e

Sul, especialmente em São Paulo. Um dos

desafios das empresas de refrigerantes e

bebidas não alcoólicas é elevar a forma-

lidade fiscal do mercado produtor, o que

propiciará maior igualdade de competição e

melhorias na qualidade do produto – desde

as condições sanitárias até o atendimento

ao consumidor final. Outro desafio é a re-

dução da carga tributária, fator que trava o

crescimento da atividade econômica.

marcílio marques moreira

entrega a Hoche pulcherio

seu diploma como novo

conselheiro de políticas

econômicas

24

r e v i s t a d o e m p r e s á r i o d a a c r j n o v e m b r o / d e z e m b r o d e 2 0 0 8

AcONTEcE NA AcRJ

Cedae se

moderniza e

investe em obrascida belford

O presidente da Nova Cedae, Wagner

Victer, participou da reunião do Conselho

Diretor da ACRJ, em 19 de novembro, para

apresentar as medidas que vêm sendo toma-

das para modernizar a empresa, em termos

de gestão e de infra-estrutura.

Segundo Victer, após 15 anos, a Cedae

registrou lucro. “Foram R$ 160 milhões em

2007 e esperamos fechar 2008 com um lucro

maior”. Ele explicou que está investindo em

confiabilidade e reservação de água, comba-

tendo intensamente as ligações clandestinas

– os chamados gatos - e a inadimplência,

e reduzindo custos. “Quando cortamos o

fornecimento de água de um condomínio

da Barra por falta de pagamento, no mês

seguinte a arrecadação aumentou na região,

porque outros condomínios tiveram receio

de passar pela mesma situação”.

De acordo com Wagner Victer, hoje, no

estado do Rio, estão em andamento mais de

300 frentes de obras, 33 delas só na Barra

da Tijuca, para acabar com o lançamento de

esgoto nas lagoas. A Cedae está investindo

R$ 2 bilhões no estado, sendo que parte

deste valor, R$1,2 bilhões, é recurso do PAC

(Programa de Aceleração do Crescimento).

Ele aproveitou a ocasião para declarar a

grande admiração que tinha pelo empresário

Arthur Sendas e anunciou que um dos vivei-

ros de mudas da Cedae, usado para reflores-

tamento, receberá o nome do ex-presidente

e Grande Benemérito da ACRJ.

Durante a reunião do Conselho Diretor,

presidida por Monteiro de Carvalho, o em-

presário Ronaldo Cezar Coelho e o advogado

Joaquim de Arruda Falcão tomaram posse

como novos diretores convocados da ACRJ.

Além do presidente da ACRJ, participaram

da reunião o vice-presidente do Conselho

Superior, Rubens Bayma Denys, o presidente

do Conselho Empresarial de Meio Ambiente,

Haroldo Mattos de Lemos, e outros integran-

tes do Conselho Diretor.

monteiro de carvalho e os novos

diretores convocados da acrj

Haroldo mattos de Lemos,

Wagner victer, olavo monteiro

de carvalho, bayma denys,

joaquim de arruda Falcão e

ronaldo cezar coelho

25

r e v i s t a d o e m p r e s á r i o d a a c r j n o v e m b r o / d e z e m b r o d e 2 0 0 8

AcONTEcE NA AcRJ

26

r e v i s t a d o e m p r e s á r i o d a a c r j n o v e m b r o / d e z e m b r o d e 2 0 0 8

AcONTEcE NA AcRJ

banco central alerta sobre falsificaçãomariana santos

O analista do Departamento do Meio Cir-

culante do Banco Central, José Francisco Silva,

esteve na ACRJ, em novembro, para divulgar

os elementos de segurança do Real e como

identificar cédulas fora do padrão. Em 2002,

o Banco Central descobriu 180 mil notas de

R$ 50 falsificadas e, até agosto deste ano, o

número chegava a 168 mil. A cédula verdadeira

tem fio de segurança magnético, de cor escura

embutido no papel; marca d‘água (vista contra

a luz, com a figura da República visível na área

branca); fibras luminescentes (pequenos fios no

papel que ficam da cor lilás, quando expostos

à luz ultravioleta); impressão em alto-relevo (da

figura da República, da tarja com a palavra “re-

ais”, dos números indicativos de valor e do nome

“Banco Central do Brasil”); registro coincidente

do desenho das armas nacionais, cujas metades

se complementam na frente e no verso); e fibras

coloridas (pequenos fios dos dois lados da nota

nas cores vermelho, verde e azul).

Em dezembro, o chefe-adjunto da gerência

da Área Operacional do Banco Central, José dos

Santos Barbosa, participou da reunião do Conse-

lho de Comércio Varejista da ACRJ. Na ocasião,

ele informou que o Banco Central vem tomando

medidas para solucionar a falta de troco em moe-

das e cédulas de R$2 e R$5, depois de observar a

queda na participação da cédula de R$5 no meio

circulante, a baixa movimentação de R$1 e R$5

em saques e depósitos bancários e o aumento de

reclamações devido à falta de troco. Ele disse que

já melhorou o equilíbrio entre a movimentação da

rede bancária e a composição do meio circulante,

o que indica boa circulação, maior disponibilidade

e renovação das cédulas.

mariana santos

O Conselho Empresarial de Logística e Trans-

porte da ACRJ recebeu, em 12 de novembro, a

diretora comercial e de marketing do Metrô Rio,

Regina Amélia, que apresentou o projeto de refor-

mulação das linhas 1 e 2, já aprovado pelo governo

do estado. A mudança permitirá a ligação das duas

linhas sem a baldeação na estação do Estácio, o

que reduzirá os intervalos entre as composições

e aumentará a capacidade de passageiros. Hoje,

a empresa transporta 550 mil pessoas por dia. O

projeto, de R$1,15 bilhão, prevê a ligação entre

Pavuna e Botafogo com a construção da estação

Cidade Nova, a compra de mais 114 carros e a

extensão da linha 1, com as estações General

Osório, em Ipanema, e Uruguai, na Tijuca, além

de melhorias nas bilheterias, nas instalações e na

sinalização externa.

Também em novembro, o subsecretário esta-

dual de Transportes, Delmo Pinho, participou da

reunião do Conselho Empresarial de Energia sobre

o trem-bala que ligará o Rio a São Paulo, com exten-

são para Campinas. O trem-bala mudará a dinâmica

do crescimento econômico entre as duas maiores

metrópoles do país. “Quando sair do papel, será

o maior investimento em infra-estrutura de trans-

porte do país”, afirmou Pinho, destacando que o

trem-bala também aquecerá o mercado imobiliário

ao longo de seu percurso. O trajeto Campinas-Rio,

na linha mais rápida, seria feito em 104 minutos, e

São Paulo-Rio, em 80 minutos.

acrj debate projetos do metrô rio e do trem-bala

milton tito, Francisco

pinto e regina amélia

delmo pinho e renato

vasconcellos

27

r e v i s t a d o e m p r e s á r i o d a a c r j n o v e m b r o / d e z e m b r o d e 2 0 0 8

AcONTEcE NA AcRJ

andrea Ferretti

monteiro de carvalho discursa

ao lado de pezão, do ministro

das cidades, márcio Fortes, e

de outras autoridades

acrj apóia pacto pela cidadania e propõeintegração com o Fórum do rio

O presidente da ACRJ, Olavo Monteiro

de Carvalho, assinou, em 11 de novembro, o

Pacto pela Cidadania, numa solenidade que

reuniu diversas autoridades, representantes

de entidades e líderes comunitários na sede

da Caixa Econômica Federal. Firmada entre a

CEF e o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e

Econômicas (Ibase), juntamente com represen-

tantes da sociedade civil e das três esferas de

governo, a iniciativa visa unir esforços para que

as obras do PAC nas favelas se tornem um fator

de inclusão social.

O primeiro passo será a criação do Fórum

da Cidadania, no Complexo de Manguinhos,

formado por associações de moradores e outras

entidades locais, instituições representativas da

iniciativa privada e universidades.

A presidente da Caixa Econômica Federal,

Maria Fernanda Ribeiro, afirmou que “o PAC

é mais do que a execução de obras; traz um

conceito de inclusão e é carregado de simbolis-

mo”. Monteiro de Carvalho reafirmou o apoio

a iniciativas que estimulem o desenvolvimento

socioeconômico da cidade e recordou que, em 3

de setembro, o Fórum do Rio, liderado pela ACRJ

e formado por várias empresas e instituições,

como a própria Caixa, entregou ao governo

do estado o plano de dinamização econômica

para as áreas do PAC. “Proponho que o nosso

plano se integre ao Pacto pela Cidadania, unindo

esforços”, declarou.

O plano de dinamização econômica para

áreas beneficiadas pelo PAC visa à elaboração

conjunta de políticas públicas para melhorar o

ambiente de negócios de micro e pequenos em-

preendedores e reduzir a informalidade nessas

comunidades, e propõe ações que viabilizem

a instalação de empresas de médio e grande

porte nessas regiões, o que geraria emprego

e renda. Encomendado pela ACRJ em parceria

com o Sebrae/RJ, o plano de dinamização foi

elaborado a partir de um estudo do IETS e da

Macroplan e entregue ao vice-governador Luiz

Fernando Pezão.

Lançamento do pacto

da cidadania lotou o

auditório da ceF

28

r e v i s t a d o e m p r e s á r i o d a a c r j n o v e m b r o / d e z e m b r o d e 2 0 0 8

AcONTEcE NA AcRJ

No início do encontro, o presidente do

Conselho, Condorcet Rezende, informou

que foi entregue a sete senadores – Francis-

co Dornelles (PP-RJ), Tasso Jereissati (PSDB-

CE), Arthur Virgílio (PSDB-AM), Heráclito

Fortes (DEM-PI), Marco Maciel (DEM-PE),

Pedro Simon (PMDB-RS) e Romero Jucá

(PMDB-RR) – uma carta e uma minuta de

Projeto de Emenda Constitucional ou de Lei

com propostas defendidas pelos conselhei-

ros na área tributária.

Rezende informou também que en-

viou à vereadora Andréa Gouveia Vieira

(PSDB) uma carta sobre as atividades do

Conselho e solicitando apoio na elabora-

ção de uma minuta de projeto do Código

Municipal de Defesa do Contribuinte, e

para a apresentação de projeto de lei que

altere a denominação do Conselho de

Contribuintes para Conselho Municipal de

Recursos Fiscais. O presidente apresentou

ainda uma publicação da “Oficina de De-

fensa Del Contribuyente da Municipalidad

de Madrid” – pertencente à estrutura da

administração fazendária – que dedica-se à

melhor defesa dos direitos e garantias dos

contribuintes nas suas relações com o fisco

municipal da capital espanhola.

andrea Ferretti

Luiz Felipe Gonçalves

de carvalho

Processo

administrativo

tributário

federal

O advogado tributarista Luiz Felipe Gon-

çalves de Carvalho, sócio do escritório Ulhôa

Canto, Rezende e Guerra Advogados, fez

uma palestra sobre processo administrativo

tributário federal, na reunião de 24 de no-

vembro do Conselho Empresarial de Assuntos

Jurídicos e Tributários da ACRJ.

Ele fez uma ampla exposição sobre as

etapas desse tipo de processo e criticou

algumas alterações nos regimentos internos

dos Conselhos de Contribuintes e da Câmara

Superior de Recursos Fiscais. Há cerca de um

ano, os dois órgãos têm realizado mudanças

em seus regimentos internos.

Na sua opinião, há alterações que re-

presentam um retrocesso e prejudicam as

empresas. “Um exemplo é o privilégio do pro-

curador da Fazenda Nacional, que pode ter

vista dos autos fora da secretaria da Receita.

Tal direito não é concedido ao advogado do

contribuinte”, afirmou o tributarista, acres-

centando que, nas Delegacias da Receita Fe-

deral, o empresário não tem acesso às sessões

de julgamento, ferindo os princípios básicos

da defesa. Gonçalves de Carvalho disse ainda

que, já que a Fazenda não consegue ingressar

em juízo, tenta chegar ao Supremo Tribunal

Federal através de recurso hierárquico.

29

r e v i s t a d o e m p r e s á r i o d a a c r j n o v e m b r o / d e z e m b r o d e 2 0 0 8

AcONTEcE NA AcRJ

30

r e v i s t a d o e m p r e s á r i o d a a c r j n o v e m b r o / d e z e m b r o d e 2 0 0 8

AcONTEcE NA AcRJ

Seja Sócioa associação comercial do rio de janeiro (acrj) oferece a seus associados diferentes

oportunidades de realização de negócios, de ampliação do networking e de contato com

autoridades e representantes dos governos municipal, estadual e federal. a instituição realiza

eventos altamente qualificados, como seminários, debates, workshops e, mensalmente,

promove o almoço do empresário com personalidades da economia e da política.

também oferece aos seus associados vários benefícios, como descontos, por meio de

convênios e parcerias com renomadas empresas. a acrj é uma entidade de classe sem fins

lucrativos, mantida exclusivamente pela contribuição de seus sócios, sem ajuda financeira

oficial. isso garante à instituição independência e transparência em sua atuação.

Informações pelos telefones [21] 2514-1229 e 2514-1282 ou acesse www.acrj.org.br

Um Natal diferentecida belford

O Conselho Empresarial de Segurança Pública

e Cidadania da Associação Comercial do Rio de

Janeiro, presidido por Francisco Horta, recebeu

em 8 de dezembro, o Frei Neylor Tonin, do Con-

vento de Santo Antônio, para transmitir em sua

última reunião do ano, uma mensagem de paz,

com a palestra Um Natal Diferente.

O frade franciscano afirmou que, para fazer

um Natal diferente, as pessoas precisam voltar

suas atenções para o próximo. Sempre genero-

so, Frei Neylor dedica parte do seu tempo a dar

atenção aos moradores de rua que se instalam

no Largo da Carioca, onde se encontra o Con-

vento. Além de aconselhar os mendigos, ele lhes

oferece alimento. “No Natal, somos chamados a

nos aproximar de nossos irmãos”.

O frei destacou ainda o papel da mulher

como símbolo da vida e ressaltou que todas as

sociedades deveriam ter um monumento em sua

homenagem. “A mulher rasga o seu corpo para

dar à luz seus filhos. Se vocês tiverem suas mães

vivas, façam tudo por ela, porque ela fez tudo

por você”, afirmou. Francisco Horta concordou

com o frade franciscano. “Não há nada mais

importante na vida de cada um de nós do que a

nossa mãe”, concluiu.

O encontro teve atrações como o Grupo de

Dança do Instituto Ary Carvalho, formado por

crianças do Complexo do Arará, em Benfica, que

apresentaram coreografias de estilos variados, en-

tre elas, Hip Hop, capoeira e um pas-de-deux .

Participaram do evento o cantor Wil Sinatra,

o baterista da Orquestra Tabajara, Plínio Araújo,

a Banda da Polícia Militar do Estado do Rio de

Janeiro e o Coral das Associações da Caixa Eco-

nômica Federal. Os conselheiros Lúcia Regina de

Lucena, Theresa Amayo e Gerdal Renner dos San-

tos fizeram um recital de poesias, que também

contou com a participação do vice-presidente

Aureo Salles de Barros.

Frei neylor tonin,

do convento de

santo antônio

Grupo de dança do

instituto ary carvalho,

formado por crianças

do complexo do

arará, em benfica

31

r e v i s t a d o e m p r e s á r i o d a a c r j n o v e m b r o / d e z e m b r o d e 2 0 0 8

ALmOçO DO EmPRESáRIO

muniz Lopes recebe o diploma

visconde de mauá de olavo

monteiro de carvalho e josé

Luiz alquéres

ACRJ homenageia Presidente da Eletrobrás

andrea Ferretti

O presidente da Eletrobrás foi o convidado

especial do Almoço do Empresário da ACRJ,

em 9 de dezembro. José Antonio Muniz Lopes

afirmou que 2009 será um ano promissor para a

estatal, que tem R$ 9 bilhões em caixa, e infor-

mou que o governo pretende licitar a concessão

do complexo hidrelétrico do rio Tapajós, no Pará,

em junho de 2010.

Muniz Lopes confirmou o leilão da usina hi-

drelétrica de Belo Monte, também no Pará, para

setembro de 2009. Belo Monte terá capacidade

para gerar 11,2 mil megawatts e o complexo de

Tapajós, composto por cinco usinas, 10,6 mega-

watts. A estatal é a maior companhia do setor de

energia elétrica da América Latina e controla grande

parte dos sistemas de geração e transmissão no país

por meio das subsidiárias Chesf, Furnas, Eletrosul,

Eletronorte, CGTEE e Eletronuclear, além de possuir

metade do capital da Itaipu Binacional.

Lopes explicou que o modelo implantado pelo

governo para os leilões de energia garante uma

tarifa fixa e, por isso, não está preocupado com

a queda de consumo prevista pela Empresa de

Pesquisa Energética (EPE), que estimava uma alta

de 5,8% no consumo e agora prevê 5,2%. “Não

temos variação de fluxo de caixa porque a receita

está definida, e a energia está vendida. Temos

belos empreendimentos e obras maravilhosas”.

Ele adiantou que o governo estuda a construção

de seis usinas no Peru para comercialização de

energia para o Brasil e afirmou que a crise global

não vai atrapalhar os planos de investimentos da

Eletrobrás.

Ao entregar a Muniz Lopes o diploma Vis-

conde de Mauá, o presidente da ACRJ, Olavo

Monteiro de Carvalho, disse que “Muniz Lopes

se tornou um grande amigo da Casa”. Monteiro

de Carvalho anunciou a parceria da Eletrobrás

na obra de restauro da fachada do Palácio do

Comércio, integrando o grupo de empresas que

patrocinam a reforma. O vice-presidente da ACRJ

e presidente da Light, José Luiz Alquéres, desta-

cou o preparo e a capacidade de Muniz Lopes

como administrador. “O setor elétrico é muito

complexo, e o José Antônio é um engenheiro

realizador, com notável competência”.

Estiveram presentes Aristóteles Drummond

(Benemérito e vice-presidente de Relações com o

Legislativo da ACRJ), Maurício Dinepi (presidente

do Jornal do Commercio, Benemérito da ACRJ),

Othon Luiz Pinheiro da Silva (presidente da Ele-

tronuclear), Miguel Colasuonno (presidente do

Conselho Administrativo da Eletronuclear), Albert

Geber de Melo (diretor-geral do Centro de Pes-

quisas de Energia Elétrica/Cepel), Paulo Roberto

Pinto (diretor de Gestão Corporativa da Light)

e Renato Vasconcellos (presidente do Conselho

Empresarial de Energia da ACRJ), além de outros

empresários e executivos do setor de energia.

O Almoço do Empresário da ACRJ é patro-

cinado pelo Banco Bradesco e pela Bradesco

Seguros e Previdência.

32

r e v i s t a d o e m p r e s á r i o d a a c r j n o v e m b r o / d e z e m b r o d e 2 0 0 8

fORçA DO RIO

andrea Ferretti

Temporada de cruzeiros marítimos

movimenta Porto do Rio

A crise financeira mundial está passando

a milhas de distância dos luxuosos navios e

transatlânticos, que abriram, em novembro, a

temporada de cruzeiros marítimos pela costa

brasileira. No Rio de Janeiro, o movimento

deve bater novo recorde e ultrapassar a marca

de meio milhão de turistas até abril de 2009,

com a entrada de cerca de US$ 160 milhões na

economia da cidade, de acordo com dados da

Associação Brasileira de Operadores de Turismo

Receptivo Internacional.

Na temporada anterior (2007/2008), o Rio

recebeu 39 navios, com 410 mil turistas. Agora,

está prevista a chegada de 34 embarcações, mas

de maior porte. O Porto do Rio é considerado o

home port nacional, sendo o primeiro do ranking

nacional na recepção de cruzeiros marítimos in-

ternacionais e o segundo na movimentação total

de passageiros, com um aumento de 680% do

número de turistas, da temporada 98/99 – 81

mil pessoas – até os números atuais.

O crescimento do turismo marítimo no Rio é

da ordem de 30% ao ano, contra os 11% regis-

trados, em média, no resto do mundo, conforme

dados do Píer Mauá, à frente do terminal de pas-

sageiros do Porto há 10 anos. Segundo o gerente

Pedro Guimarães, “o sucesso da atividade de cru-

zeiros marítimos vem demonstrando o potencial

de diversos destinos turísticos do estado, com a

geração de empregos, fomento à economia e a

oferta, aos turistas, de uma prazerosa visitação

das cidades, com seus diversos atrativos”.

O aquecimento desse mercado acontece

num momento em que o projeto de revitalização

da Zona Portuária ganha força, com a reestru-

turação dos acessos ao Porto do Rio (terrestre,

marítimo e ferroviário) e a reurbanização do en-

torno com empreendimentos imobiliários – em-

presariais, habitacionais e de cultura e lazer. O

projeto, considerado prioritário pela Associação

Comercial do Rio de Janeiro, integra a lista entre-

gue ao prefeito eleito do Rio, em novembro, com

transatlânticos

mudam a paisagem

da baía de Guanabara

33

r e v i s t a d o e m p r e s á r i o d a a c r j n o v e m b r o / d e z e m b r o d e 2 0 0 8

fORçA DO RIO

cultura, entretenimento e lazer, a partir de 2009.

“Nosso objetivo é fazer do Porto do Rio um dos

mais importantes pontos turísticos da cidade”,

afirmou Cerqueira. As previsões do Píer Mauá

indicam que a temporada 2010/2011 registrará

a marca de um milhão de turistas.

O navio que abriu a temporada 2008/2009

em águas cariocas foi o italiano MSC Música,

pela primeira vez no país, vindo de Veneza, que

depois seguiu para Buenos Aires. Com capaci-

dade para 3.100 passageiros, o navio possui

12 andares, três restaurantes, piscinas, SPA,

biblioteca, teatro, cassino, shopping e mais uma

infinidade de opções de lazer. Segundo a Asso-

ciação Brasileira de Representantes de Empresas

Marítimas, 18 portos nacionais receberão mais

de 200 cruzeiros programados pela costa do

país, gerando cerca de 10 mil empregos diretos.

Um dos destaques é o luxuoso Queen Mary 2,

da tradicional companhia britânica Cunard, com

dois roteiros que fazem parte da Volta ao Mundo

2009, passando pelo Rio no fim de janeiro, vindo

da Flórida, e depois seguindo para Santiago,

com escala em Montevidéu.

o presidente do píer

mauá em frente ao

transatlântico música,

pela primeira vez no rio

turistas desembarcam

no porto do rio

propostas para o desenvolvimento da cidade e

a melhoria do ambiente de negócios.

Eduardo Paes designou o assessor-chefe para

Assuntos Econômicos, Felipe Góes, responsável

por atrair investimentos para o Rio e identificar

potenciais econômicos do município, para cui-

dar da revitalização da Zona Portuária. Paes já

conversou com a Companhia Docas, Instituto

Pereira Passos, BNDES e governos estadual e fe-

deral, para reunir dados e identificar as questões

mais relevantes. À Prefeitura caberá também o

papel de promover a redefinição dos padrões

urbanísticos da área.

Para a temporada 2008/2009 do turismo

marítimo, o Píer Mauá investiu cerca de R$ 12

milhões na melhoria da infra-estrutura e na

ampliação da área para as operações de em-

barque, desembarque e trânsito. “Apesar das

notícias preocupantes da economia, continua-

mos navegando de vento em popa”, afirma o

diretor de Operações, Américo Rocha. “Estamos

trabalhando para oferecer aos principais arma-

dores do mundo as condições para receber um

número cada vez mais significativo de navios de

grande porte”, frisou. As reformas incluíram a

restauração do armazém 2, com novos balcões

de check-in, banheiros e equipamentos de se-

gurança modernos. As obras incluem ainda a

abertura de janelas para a Avenida Rodrigues

Alves e a pavimentação de áreas externas, além

de estacionamento no armazém 3, casa de câm-

bio e serviço de táxis comuns cadastrados para

atendimento aos turistas. O armazém 1 ainda

é utilizado como área de bagagem, com novos

postos para fiscalização da Alfândega e da Polícia

Federal. Na área da antiga estação, foi ampliado

o centro médico e os quiosques comerciais e de

informações turísticas ganharam novo design.

Segundo o presidente do Píer, Luiz Antônio

Cerqueira, os investimentos não se destinam

apenas ao turismo marítimo, mas a todo o com-

plexo do terminal, com a criação de pólos de

34

r e v i s t a d o e m p r e s á r i o d a a c r j n o v e m b r o / d e z e m b r o d e 2 0 0 8

PERfIL

Rui PatrícioCidadão do Mundo

andréa mury

“Será que a cada manhã acordo mais brasilei-

ro e a cada noite adormeço menos português?”

Com esta pergunta, cunhada para um discurso

feito em 1978, quando ainda era praticamente

um recém-chegado aqui, ele acostumou-se a res-

ponder, com um largo sorriso, a quem o interpela

para saber se prefere Portugal ou o Brasil.

Nascido em Lisboa, em 17 de agosto de

1932, neto e filho de diplomatas, casado duas

vezes, com uma portuguesa, com quem teve

quatro filhos, depois com uma francesa, que

lhe deu mais dois filhos, avô de cinco netos e

vivendo no Brasil há quase 40 anos, Rui Patrício,

ou melhor, Rui Manuel de Medeiros D´Espiney

Patrício, é a tradução perfeita de um cidadão do

mundo. E, sendo membro do Conselho Diretor da

Associação Comercial do Rio de Janeiro, é a per-

sonalidade que fecha a última edição da Revista

da ACRJ de 2008, ano em que comemoramos os

200 anos da chegada da família real portuguesa

e a abertura dos portos às nações amigas.

Árduo defensor dos valores do estudo e do

trabalho, sua formação intelectual começou no

Colégio Moderno, de visão liberal e considerado

à época um dos melhores do país. Formou-se

em Direito, pela Universidade de Lisboa, como

o melhor classificado, onde se aperfeiçoou em

Ciências Político-Econômicas. Aos 22 anos, já era

professor-assistente na faculdade, dando início

a uma intensa vida acadêmica. Na Universidade

de Lisboa fez amigos como Jorge Sampaio,

ex-presidente de Portugal, e teve alunos como

Pinto Balsemão e Freitas do Amaral, ex-primeiros-

ministros, e Alberto Xavier, hoje um dos grandes

tributaristas do Brasil.

Dono de sólidos conhecimentos nas áreas do

direito internacional público, fiscal e corporativo,

da economia política, das finanças, e da orga-

nização e administração de empresas, Patrício

conciliou, durante alguns anos, suas atividades

acadêmicas com a carreira de consultor econô-

mico da Sociedade Anônima Concessionária da

Refinação de Petróleo em Portugal/SACOR.

Ele explica que foi parar na política por uma

circunstância. “Entrei na política por causa do

petróleo, para resolver o problema em Angola.

Eram tempos agitados, em plena guerra fria,

com a África já convulsionada por conflitos.

Mas Patrício recorda-se com gosto dessa épo-

ca. “Foi uma das tarefas mais absorventes da

minha vida. Como subsecretário de Estado do

Fomento Ultramarino (1965-70), consegui dar

condições vantajosas a empresas que já estavam

lá e abrir novas áreas à pesquisa e exploração,

em condições vantajosas e com contratos mo-

dernos”. O petróleo é, hoje, o principal produto

de exportação de Angola, tendo como maior

mercado consumidor a China.

Tornou-se ministro dos Negócios Estrangei-

ros do governo Marcelo Caetano, em 1970,

cargo que ocupou até abril de 1974.

35

r e v i s t a d o e m p r e s á r i o d a a c r j n o v e m b r o / d e z e m b r o d e 2 0 0 8

PERfIL

Nesta função, equivalente ao nosso ministro

de Relações Exteriores, Patrício destaca dois

grandes momentos de sua atuação, ambos

ligados aos 150 anos da Independência do

Brasil: o primeiro, carregado de simbolismo, foi

a devolução ao Brasil dos restos mortais de Dom

Pedro I (em Portugal, Dom Pedro IV), que hoje se

encontram no Monumento do Ipiranga.

O outro feito foi a Convenção sobre igual-

dade de direitos e deveres entre brasileiros

e portugueses, firmada em Brasília, em 7 de

setembro de 1971, por ele e pelo ministro

das Relações Exteriores Mário Gibson Bar-

bosa, cujo decreto-lei foi promulgado pelo

Congresso logo depois. “Essa convenção foi

muito importante”. Ele explica que, quando

houve o golpe, em 74, a lei facilitou a vinda

de muitos portugueses para o Brasil. “Vieram

empresários, profissionais liberais, banqueiros”,

disse, acrescentando que “ironicamente, a lei

também o beneficiou, pela mesma razão.”

Rui Patrício veio para o Brasil, para São

Bernardo do Campo (SP), em outubro de 1974,

convidado pelo empresário Joaquim Francisco

Monteiro de Carvalho - o Baby - para trabalhar

na financeira da Volkswagen do Brasil. Um

amigo comum os havia apresentado, em Paris,

no momento em que ocorreu o golpe militar

de 25 de Abril, a chamada Revolução dos Cra-

vos. Com o golpe, o ministro Rui Patrício não

voltaria a Portugal.

Em São Paulo, tratou logo de fazer o curso

de Administração da Fundação Getúlio Var-

gas, para se aprofundar nas leis brasileiras e

na gestão moderna. A partir de 76, foi para a

Monteiro Aranha S.A., onde atuou como diretor-

superintendente e, depois, vice-presidente,

durante quase 20 anos. Participou de momen-

tos importantes na empresa, como a venda de

metade da participação acionária da Monteiro

Aranha (que detinha 20%) na Volkswagen para

o governo do Kuwait, e a aquisição do controle

acionário da Ericsson no Brasil.

A partir dos anos 90, passou a dividir ainda

mais o seu tempo entre Brasil e Portugal. Hoje,

Patrício é membro dos Conselhos de Admi-

nistração da Monteiro Aranha S.A., da Klabin

S.A., da Espírito Santo International Holding,

do Grupo Jerónimo Martins-Portugal, e da Vivo

Participações S.A..

Neto do diplomata António Patrício (1878-

1930), grande poeta e dramaturgo português, ele

acaba de ingressar na Academia Luso-Brasileira

de Letras e pertence ao Conselho Consultivo do

Real Gabinete Português de Leitura. Gostaria de

ver editadas, aqui, peças que considera essenciais,

como Pedro o Cru (1918), Dinis e Isabel (1919), e

D. João e a Máscara (1924). Em 2000, a Lacerda

Editores publicou duas obras, “Serão Inquieto” e

“Poemas Reunidos de António Patrício”.

Em suas poucas horas de folga, gosta de

ler e ouvir música clássica. Em Portugal, elege

Cascais como lugar favorito. Adora Búzios, no

litoral norte fluminense, onde gosta de nadar

no mar. Não pratica esportes, mas, defende-se:

“jogava muito bem ping-pong”.

r e v i s t a d o e m p r e s á r i o d a a c r j n o v e m b r o / d e z e m b r o d e 2 0 0 8

andréa mury*Retrospectiva 2008

Dezembro 07

- A ACRJ, em parceria com a Light, promoveu o seminário A Megalópole

Brasileira, com a presença do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e

autoridades governamentais do Rio e de São Paulo.

- O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, foi homenageado

pela ACRJ e pela Alerj, no Almoço do Empresário, por sua atuação que possi-

bilitou a instalação da Companhia do Atlântico no Rio de Janeiro (foto 1).

- O secretário de Estado da Casa Civil, Régis Fichtner, também foi ho-

menageado pelo Almoço do Empresário (foto 2).

- O ministro Pedro Brito, secretário nacional de Portos, esteve na ACRJ

para discutir a nova política portuária e anunciar investimentos no setor.

ao longo deste ano, a associação comercial do rio de janeiro, presidida pelo empresário olavo monteiro de

carvalho, promoveu inúmeros eventos, reunindo as mais distintas personalidades do mundo empresarial, do

poder público e da sociedade. os conselhos empresariais da acrj realizaram seminários, ciclos de palestras

e debates em torno dos mais variados temas.

a primeira etapa das obras de restauro das fachadas do prédio-sede da acrj foi concluída com sucesso

e a segunda fase encontra-se em andamento. os três macroprojetos da casa – revitalização do centro

do rio; a megalópole brasileira; e o Fórum do rio – ganharam força, com o desenvolvimento de ações e

projetos complementares, como o are (área de revitalização econômica), rede turis, inovar para crescer,

revitalização da zona portuária, rede ello empreendedor e muitos outros.

a seguir, alguns dos eventos que movimentaram a acrj, entre dezembro de 2007 e novembro de 2008.

RETROSPEcTIVA 200836

01

ari K

aye

37

r e v i s t a d o e m p r e s á r i o d a a c r j n o v e m b r o / d e z e m b r o d e 2 0 0 8

RETROSPEcTIVA 2008

- Olavo Monteiro de Carvalho recebeu o Prêmio Qualidade Rio, ofere-

cido pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Desenvolvimento

Econômico.

Janeiro 08

- Em visita à ACRJ, o ministro das Cidades, Márcio Fortes, manifestou

seu apoio ao projeto ARE (Áreas de Revitalização Econômica).

- ACRJ, Light, Associação Brasileira de Veículos Elétricos, Fetranspor,

Instituto Pereira Passos e Instituto Nacional de Eficiência Energética firma-

ram parceria para desenvolver estudos de viabilidade do uso de ônibus

elétricos no Rio.

Fevereiro 08

- Encontro no Palácio Laranjeiras marcou a vinda do Lloyd’s of London

para o Rio. A vice-presidente Maria Silvia Bastos Marques representou a

ACRJ, que liderou o movimento para tornar o Rio um pólo internacional

de seguros e resseguros.

- O Ministro do STF, Carlos Alberto Menezes Direito, recebeu o Diploma

Visconde de Mauá, no Almoço do Empresário (foto 3).

Março 08

- Para marcar os 200 anos da chegada da família real portuguesa ao

Brasil e a abertura dos portos, a ACRJ homenageou a Princesa Thereza

Teodora de Orleans e Bragança, neta da Princesa Isabel. Houve exposição

de documentos históricos que pertenceram a D. Pedro II (foto 4).

- O presidente da Eletrobrás, José Antônio Muniz Lopes, tomou posse

em cerimônia realizada na ACRJ, com a presença do ministro das Minas e

Energia, Edison Lobão, do vice-governador Luiz Fernando Pezão e de várias

autoridades e empresários do setor (foto 5).

- O Conselho Empresarial de Ética da ACRJ homenageou Marcílio Mar-

ques Moreira, pelo trabalho realizado à frente da Comissão de Ética Pública

da Presidência da República.

- O empresário Sávio Neves tomou posse como presidente do Conselho

de Turismo Pró-Rio da ACRJ.

- O Rio ganhou o Consulado do Paquistão, tendo como cônsul-honorário

o presidente do Conselho Empresarial de Comércio Exterior da ACRJ, Marco

Polo Moreira Leite.

02

03

04

05

38

r e v i s t a d o e m p r e s á r i o d a a c r j n o v e m b r o / d e z e m b r o d e 2 0 0 8

RETROSPEcTIVA 2008

Abril 08

- O presidente da ACRJ, Olavo Monteiro de Carvalho, foi eleito

Personalidade do Ano 2007 pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-

Brasileira. Horácio Roque, presidente do Banco Banif, foi o empresário

português eleito. A entrega do título ocorreu em Lisboa. Na ocasião,

ele firmou acordo de cooperação econômica entre as duas instituições.

Também em Lisboa, Monteiro de Carvalho e Humberto Mota participaram

do Seminário “1808-2008 e o futuro da relações econômicas Portugal/

Brasil” (foto 6).

- O Conselho Diretor da ACRJ promoveu palestra sobre os 200 anos do

Jardim Botânico, com o seu presidente Liszt Vieira.

- Os empresários Lázaro Brandão e Daniel Klabin foram eleitos Grande

Benemérito e Benemérito da ACRJ, respectivamente, em reunião do Con-

selho Superior da ACRJ.

- O Governo do Estado inaugurou o Colégio Estadual Monteiro de

Carvalho em Santa Teresa.

Maio 08

- A ACRJ debateu o voto distrital com o ex-presidente Fernando Hen-

rique Cardoso, Fernando Gabeira e o cientista político Amaury de Souza

(foto 7).

- Darc Costa tomou posse como presidente da Câmara de Comércio

Brasil-Venezuela da ACRJ. Na ocasião, o embaixador Samuel Guimarães

Neto, secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, recebeu a

medalha Visconde de Mauá, Grau Ouro (foto 8).

- A ACRJ promoveu seminário sobre os 20 anos da Constituição.

- Foi reativado o Instituto Mauá, fundado em 1980, na gestão de Ruy

Barreto. O Instituto possibilitará a captação de recursos para projetos nas

áreas cultural, de meio ambiente e de responsabilidade social.

Junho 08

- A ACRJ, em parceria com o Sebrae/RJ, lançou a RedeTuris, com o

objetivo de integrar e elaborar ações para o desenvolvimento sustentável

do turismo no Rio de Janeiro (foto 9).

- A Rede Vida comemorou seus 13 anos, na ACRJ, onde estão instalados

seus estúdios do Rio de Janeiro.

- O embaixador do Brasil na China, Luiz Augusto de Castro Neves, foi

o convidado especial do Conselho de Comércio Exterior, para falar sobre

a economia chinesa.

- Foi realizada a 1ª Dufry Brazilian Fair, com a presença do governador

Sérgio Cabral, secretários estaduais e vários empresários e representantes

de marcas comercializadas pela Dufry em todo o mundo (foto 10).

07

08

09

06

39

r e v i s t a d o e m p r e s á r i o d a a c r j n o v e m b r o / d e z e m b r o d e 2 0 0 8

RETROSPEcTIVA 2008

- O secretário estadual de Fazenda, Joaquim Levy, falou de gestão

pública e fez um balanço da secretaria no Conselho Empresarial de Jovens

Empreendedores da ACRJ.

- A secretária estadual de Cultura tomou posse como conselheira do

Conselho Empresarial de Cultura.

Julho 08

- O presidente de honra da FIFA, João Havelange, foi homenageado no

Almoço do Empresário. Personalidades do Esporte, empresários, autoridades

governamentais e vários diretores da ACRJ estiveram presentes (foto 11).

- O deputado federal Sandro Mabel debate reforma tributária na ACRJ,

com a participação do deputado federal Otávio Leite (foto 12).

- O Conselho Diretor da ACRJ se reuniu com o secretário de Estado

de Planejamento e Gestão, Sérgio Ruy Barbosa, que apresentou o Plano

Estratégico 2007-2010.

Agosto 08

- A ACRJ promoveu uma série de encontros com os candidatos à Pre-

feitura do Rio, abrindo espaço para que apresentassem suas propostas, nos

meses de agosto e setembro.

- O advogado Condorcet Rezende assumiu a presidência do Conselho

Empresarial de Assuntos Jurídicos e Tributários da ACRJ.

- O homenageado do Almoço do Empresário foi Armando Vergílio dos

Santos Júnior, titular da Superintendência de Seguros Privados (Susep). A ação

liderada pela ACRJ trouxe para o Rio empresas como o Lloyd´s (foto 13).

- O Conselho Superior promoveu um almoço em homenagem ao Exército

Brasileiro, por ocasião das comemorações da Semana do Exército.

- O cineasta norte-americano David Lynch foi o convidado especial do

Conselho Empresarial de Segurança Pública e Cidadania da ACRJ, para falar

da educação consciente contra a violência.

- O Conselho de Telecomunicações da ACRJ promoveu mesa redonda

sobre as perspectivas do Audiovisual.

- Foram eleitos como Grande Benemérito e Benemérito, respectivamen-

te, o jurista e ex-ministro Célio Borja e o engenheiro Mauro Moreira.

Setembro 08

- O Fórum do Rio, liderado pela ACRJ e formado por várias empresas e

instituições, entregou ao vice-governador Luiz Fernando Pezão o Plano de

Dinamização Econômica para as comunidades beneficiadas pelo PAC.

- Foi realizado o I Fórum Brasil-Venezuela, organizado pela Câmara de Co-

mércio e Indústria Brasil-Venezuela da ACRJ, no Hotel Marriot, reunindo empre-

sários e representantes de órgãos de classe e dos governos dos dois países.

10

11

12

13

40

r e v i s t a d o e m p r e s á r i o d a a c r j n o v e m b r o / d e z e m b r o d e 2 0 0 8

RETROSPEcTIVA 2008

- Foi realizado o V Seminário ExportAção, com participação de empre-

sários e representantes do governo estadual, Sebrae/RJ, Correios, Caixa

Econômica Federal, Inmetro, Instituto Nacional de Tecnologia, Firjan e Banco

do Brasil (foto 14).

- Foi realizado o Feirão do Imposto, pelo Conselho Empresarial de

Jovens Empreendedores da ACRJ, em parceria com o Conjove (Conselho

Nacional de Jovens), na Central do Brasil.

- Assembléia Geral da ACRJ, aprovou, por unanimidade, as contas da

gestão de Olavo Monteiro de Carvalho, do período de julho de 2007 a

junho de 2008.

Outubro 08

- Reunião do Conselho Empresarial de Segurança Pública e Cidadania

da ACRJ contou com a participação do secretário estadual de Segurança,

José Mariano Beltrame (foto 15).

- Almoço do Empresário homenageou a presidente da Embratur, Jea-

nine Pires, que recebeu o diploma Visconde de Mauá (foto 16).

- Os Conselhos Diretor e de Cultura realizaram uma homenagem ao

centenário de Adolpho Bloch, com a presença da viúva, Anna Bentes, e

outros familiares, como o jornalista Arnaldo Bloch, do acadêmico Murilo

Melo Filho, e amigos do empresário que criou a Manchete.

Novembro 08

- O prefeito eleito Eduardo Paes esteve na ACRJ, que lhe apre-

sentou 12 propostas para o desenvolvimento do Rio. Mais de 200

pessoas, entre diretores, conselheiros e associados, participaram do

encontro (foto 17).

- Entrega do Prêmio Inovar para Crescer 2008. Dos 133 trabalhos

inscritos, foram selecionados 13. Os primeiros lugares foram conquistados

pelo Colégio Israelita Brasileiro A. Liessin e pela Escola Técnica Estadual

Henrique Lage.

- Entrega do prêmios do Rio de Bar em Bar, concurso patrocinado pela

ACRJ dentro da Semana Rio+Design. A premiação aconteceu durante

a 5ª Mostra Morar Mais por Menos. As designers Cirlei Santos e Maria

Helena Torres conquistaram o 1º lugar e o prêmio de 10 mil reais com o

projeto “Pandeiro”.

- Foi realizado, em parceria com o Sebrae/RJ, o Seminário Melhores

Práticas de Gestão para Micro e Pequenas Empresas, com mais de 400

participantes.

14

15

16

17

42

r e v i s t a d o e m p r e s á r i o d a a c r j n o v e m b r o / d e z e m b r o d e 2 0 0 8

OPINIãO por Humberto mota

presidente do

conselho superior

da acrj

Feliz 2009O Ano de 2009 se inicia sob o signo da in-

certeza. As previsões são de um período difícil e

complexo. Os analistas se dividem entre os mo-

deradamente otimistas e os céticos catastróficos.

A crise atual ficará na história como o marco

demolidor da capacidade analítica das agências

de riscos e de economistas renomados. De um

modo geral, todos falharam em suas análises.

A história do século XX e a primeira década

do XXI comprovam que os ciclos econômicos se

alternam com sistemática periodicidade. Pode-se

até fixar uma década para diferenciar as fases

de prosperidade dos períodos de desaceleração

econômica. Os tempos recentes confirmam essa

visão com os choques do petróleo, a quebra do

padrão ouro para o dólar, as duas grandes guerras

mundiais, as crises cambiais da Ásia e da América

Latina, o fim do Império Soviético, a abertura

comercial chinesa, o renascimento japonês e a

consolidação do Brasil, Rússia, Índia e China como

atores importantes do cenário internacional.

Tendo vivido as turbulências mais significa-

tivas dos últimos 30 anos, sinto que estamos

diante de apenas mais uma crise, cuja extensão e

duração ainda são imprevisíveis. Tenho a certeza

de que não será a última.

O saudoso presidente Juscelino Kubitschek

afirmava que, no Brasil, os otimistas e confiantes

podem até errar, mas os pessimistas já começam

derrotados. A história da humanidade é a per-

manência da esperança superando os medos,

dos covardes ultrapassados pelos corajosos e

dos prudentes vencendo a irresponsabilidade

dos aventureiros.

Quem souber, governos e empresas, se con-

duzir dentro das oscilações próprias das tempes-

tades, chegará a porto seguro até em melhores

condições das em que se encontravam antes. Se

não nos é dada a possibilidade de utilizarmos os

óculos mágicos do Dr. Pangloss, também não

devemos nos inspirar nas profecias de Cassandra.

Nossa tradicional sabedoria popular tem a receita

para a hora atual, sintetizada na expressão de

que caldo de galinha e cautela são os melhores

remédios para o mau tempo.

Quem, como eu, nascido no Vale do

Jequitinhonha, assistiu à chegada da televisão,

à conquista da Lua, à revolução da informática,

à telecomunicação por satélite, ao nascimento e

avanços da engenharia genética e ao transporte

com velocidades supersônicas, ao longo de cinco

décadas, não tem o direito de duvidar do futuro

e de descrer da capacidade humana de superar

desafios e inovar soluções.

Para os que têm o privilégio da fé em Deus,

não há razões de desânimo, perplexidade ou

angústias existenciais. O mundo sairá das di-

ficuldades que está atravessando melhor do

que antes. O trabalho sério, árduo e criativo

continua sendo a fórmula indicada para buscar

alternativas e encontrar soluções revolucionárias.

O Brasil em 2008, com o pré-sal, se incorporou

aos dez maiores países detentores de reservas

de óleo e gás. Assumimos a liderança na pro-

dução e no comércio de commodities agrícolas.

O etanol, combustível alternativo desenvolvido

pelos brasileiros, está consagrado como solução

energética verde.

O momento exigirá de todos – governos,

empresas e cidadãos – mobilização e criatividade

para encontrar caminhos que minimizem, no cur-

to prazo, os impactos negativos do desemprego

e da queda de renda.

Por tudo isso, com fé em Deus e com as bên-

çãos de Santa Rita e São Judas Tadeu, desejamos

a todos um Feliz 2009!