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PUERPÉRIO NORMAL E AMAMENTAÇÃO Humberto Magalhães

Puerpério

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PUERPÉRIO NORMAL E AMAMENTAÇÃO

Humberto Magalhães

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PUERPÉRIO

Sobreparto ou pós-parto.

Período que inicia-se com o secundamento aparecem manifestações de involução e recuperação da genitália materna; por conseguinte a cessação da atividade endócrina.

Tempo de duração variável (6 a 8 semanas)

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PUERPÉRIO

1 - Pós-parto imediato ( 0 ao 10º dia )

2 - Pós-parto tardio ( 11º ao 45º dia )

3 - Pós-parto remoto ( além do 45º dia )

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Puerpério imediato

CRISE GENITAL; Fenômenos involutivos das estruturas hipertrofiadas ou hiperplasiadas.

O (FUNDUS UTERI ) fundo uterino regride, contrações uterinas persistem, provocando algumas cólicas dolorosas, (palpamos o útero a 12cm da sínfise púbica).

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Puerpério imediato

Há uma hemostasia fisiológica provocada pela trombose dos orifícios vasculares na implantação placentária.

O elemento principal desta hemostasia é o útero de consistência firme; chamado globo de segurança – ligaduras vivas de Pinard.

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Puerpério imediato

Vulva e vagina edemaciadas. Por volta de 48h a congestão desaparece.

O colo uterino hiperemiado e edemaciado. Encontramos uma fenda transversal (parto normal). É sempre necessário uma revisão sistemática do colo no pós-parto.

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Puerpério imediato

A involução acelerada dos primeiros 10 dias propicia condições de regeneração da ferida uterina ocasionada pela cesariana.

Na lactente ( amamentação ), observaremos o reflexo útero-mamário, contração uterina (Reflexo de Fergusson ).

Nas primíparas o rítmo de involução uterina é mais rápido que nas multíparas.

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Puerpério imediato RECUPERAÇÃO GENITAL; Fase regenerativa

endometrial, por proliferação hormonal estrogênica (a partir do 25º dia); não raro aparecem ciclos ovulatórios.

O processo de involução e regeneração do sítio placentário, vinculados a produção e eliminação de exsudatos e transudatos, misturados com elementos celulares e sangue, chamamos de LÓQUIOS.

Lóquios sanguíneos (3 a 4 dias), lóquios serosanguíneos (após este período), lóquios serosos (próximo ao puerpério tardio).

Em algumas situações, pela anteversão uterina acentuada, haverá retenção dos lóquios (loquiométra) predispondo a infecções.

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Puerpério tardio

É o período de transição no qual todas as funções são influenciadas pela lactação.

O útero continua regredindo, mais lentamente.

A cavidade uterina acha-se epitelizada por volta do 25º dia.

A vagina continua mantendo um padrão atrófico.

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Puerpério remoto

É um período impreciso. A vagina torna-se normoestrogênica. A menstruação retorna, podendo ser

precedida de ovulação ( 80% das puérperas ovulam antes da primeira menstruação ).

As lactantes podem ficar amnorréicas por 8-12 meses e as não lactantes pouco menos de 2 meses.

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PUERPÉRIO - Manifestações Gerais

No pós-parto imediato o comportamento da paciente revela alívio e tranquilidade, e uma manifesta exaustão física.

Calafrios, hipotermia, há um resfriamento rápido do corpo e em seguida sudorese.

Sede; desidratação e perdas sanguíneas. Psíquica; imediata preocupação: nasceu

bem? Tem malformação? Em seguida euforia…

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PUERPÉRIO – Manifestações Gerais

A temperatura deve manter-se abaixo de 38°.Quando há turgência mamária ou proliferação de germes na vagina a temperatura eleva-se.

O sistema endócrino apresenta queda dos níveis de gonadotrofina coriônica, estrogênios, progesterona.

O rendimento cardíaco, os volumes plasmáticos e a resistência vascular retornam aos valores pré-gravídicos.

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PUERPÉRIO – Manifestações Gerais

Alterações sanguíneas; série vermelha, série branca.

Risco aumentado de trombose por aumento do fibrinogênio e fator VIII associado a limitação da atividade física.

Sistema urinário e digestivo; Ingesta hídrica e deambulação precoce.

Os distúrbios psicológicos são individuais (DEPRESSÃO).

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ASSISTÊNCIA PÓS-NATAL

Medidas higiênicas e dietéticas. LEVANTAR PRECOCE: Profilaxia da

síndrome tromboembólica. Cuidado com as mamas, diurese e função

intestinal. Exame físico diário: Tax, pulso, útero,

bexiga, lóquios, cicatrizações, hemorróidas.

REVISÃO DO PARTO ( 6º semana ).

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ALOJAMENTO CONJUNTO Alojamento conjunto e amamentação

(1970). SUS (1993); obrigatoriedade. RN sadio permanece ao lado da mãe em

um mesmo ambiente até a alta hospitalar.

ACONSELHAMENTO!!! (OBSTÉTRA). Tipagem sanguínea e fator Rh, VDRL. Episiotomia e ferida operatória.

ROTINAS EM OBSTETRÍCIA – FERNANDO FREITAS

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AMAMENTAÇÃO FISIOLOGIA MAMÁRIA

Mamogênese (desenvolvimento da mama)Lactogênese (início da lactação, produção do

leite)Lactopoese (manutenção da lactação, ejeção do

leite)OBS; são controladas por arcos reflexos neurais

que se iniciam com o estímulo das terminações nervosas do complexo aréolo-mamilar, (OCITOCINA/PROLACTINA)

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GLÂNDULA MAMÁRIA:15-25- ductos terminando no mamilo e conectados aos alvéolos.Cada ducto limita um lóbulo.Os lóbulos são suportados por tecido conectivoe tecido adiposo. Mamilo+Auréola recebem fibras neurais sensíveis ao estiramento durante a lactação

http://www.oup.com/uk/booksites/content/0198585276/

Na mulher, aos20 anos, a mama atinge sua maturidade.Composta por 20lobos e subdivididosem lóbulos que possuemde 10 a 100 alvéolos, terminandonos ductos lactíferos.

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MAMOGÊNESE

O desenvolvimento da mama tem origem endócrina e manifesta-se a partir da puberdade feminina.

Ação coordenada dos hormônios: prolactina, estrogênio, progesterona, esteróides supra-renais, insulina, hormônio do crescimento e hormônio tireoidiano.

O estrogênio promove o crescimento ductal. A progesterona e a prolactina desenvolvem a estrutura lóbulo-alveolar.

Durante a gravidez a mama aumenta o volume e a densidade, as aréolas mais escuras, os mamilos mais proeminentes e erectos. A hipófise anterior produz mais prolactina.

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LACTOGÊNESE

O determinismo da secreção láctea é basicamente de natureza endócrina, não havendo participação nervosa.

Complexo Lactogênico formado principalmente pela prolactina e o hpl (hormônio lactogênio placentário), agindo na célula mamária e responsável pela síntese de proteínas do leite.

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LACTOPOESE

A manutenção da secreção láctea se dá por mecanismo reflexo, estimulado pela sucção da mama.

O estímulo chegando no Hipotálamo Hipófise, produz ocitocina, responsável pela ejeção láctea.

A mama em repouso (produz o leite), mantém um reflexo neuroendócrino e atividade secretória.

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AMAMENTAÇÃO

COLOSTRO(1 semana)

LEITE DE TRANSIÇÃO(2 a 3 semanas)

LEITE MADURO

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FORMAÇÃO DO LEITE

A produção do leite acontece no intervalo das mamadas, ficando o leite armazenado até o esvaziamento seguinte.

Nos primeiros dias, a glândula produz o COLOSTRO, de conteúdo protéico elevado e composto por gamaglobulinas.

O leite é composto por: água 85%, proteínas 6%, gorduras 4%, lactose 5%. Pode atingir volumes de 500ml, 1litro ou 2 litros/dia.

Alguns fármacos podem aparecer no leite.

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COLOSTRO

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LEITE MATERNO

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AMAMENTAÇÃO

O aleitamento materno é considerado uma questão de saúde pública e apresenta VANTAGENS INFINITAS.

É um alimento equilibrado e completo para o RN nos 6 primeiros meses. Contribui para o desenvolvimento físico, emocional e intelectual. É econômico e não o consideramos fraco. Todas as mulheres podem produzí-lo.

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AMAMENTAÇÃO

Não existe horário fixo para o RN mamar. Inicia-se na sala de parto.

Não é necessário complementar com água, chá ou outro alimento.

Não recomenda-se aumentar a quantidade de alimento para a puérpera, apenas a qualidade (água , sucos naturais).

Evitar: condimentos, álcool, café, chocolates, fumo. Todos os medicamentos têm potencial passagem para o leite.

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AMAMENTAÇÃO

Apresenta efeitos contraceptivos (anovulação fisiológica), quando há amamentação plena. Se ocorrer a menstruação este efeito se reduz.

Cuidado com as mamas: mantê-las suspensas e confortáveis (sutiã); massagear durante o banho; exercícios na aréola e papila; exposição ao sol.

Escolher uma posição confortável para amamentar. Oferecer sempre as duas mamas. O RN deve fazer uma boa pegada (abocanhar).

Após cada mamada a mãe deve retirar o leite residual através de expressão manual ou uma bomba de sucção.

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AMAMENTAÇÃO

Pode reduzir o risco de câncer de ovário e mama.

Pode prevenir a osteoporose. A amamentação queima calorias (diminui

peso materno) Contra-indicações: maternas; câncer de

mama, mulheres HIV +, neonatais; baixo peso e imaturidade, fenda palatina.

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VANTAGENS MATERNAS

PREVENÇÃO :Ca MAMACa OVÁRIOOSTEOPOROSEANEMIA

MAIOR ESPAÇO ENTRE AS GESTAÇÕES

MAIS RÁPIDO RETORNO AO PESO IDEAL

MENOS DEPRESSÃO

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Principais intercorrências da lactação

INGURGITAMENTO MAMÁRIO: aumento do volume mamário, turgência e distensão das mamas. Há um desequilíbrio entre a produção e drenagem. Tratamento: promover o esvaziamento.

RACHADURAS E FISSURAS DA PAPILA: acontece por má aplicação da boca do RN ao mamilo. Não suspender a amamentação.

MASTITE: processo inflamatório agudo de origem infecciosa. Febre alta, calafrios e vermelhidão das mamas. Antibióticos.

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PADRÃO OURO

AMAMENTAÇÃO EXCLUSIVA ATÉ 6 MESES DE VIDA.

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PADRÃO OURO

MANUTENÇÃO DA AMAMENTAÇÃO POR 2 ANOS

E A INTRODUÇÃO ADEQUADA DE ALIMENTAÇÃO

COMPLEMENTAR

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CONSTITUIÇÃO FEDERAL - LEI DO SUS

Carta de Ottawa: 1986; VIII Conferência Nacional de Saúde: 1986; Constituição Federal: 1988; Leis do SUS (8.080 e 8.142): 1990

Art. 196: “A saúde é um direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.

Lei 8.080 (art.2º): “A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso a bens e serviços sociais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do país (par. 3º).

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