13º Curso Intensivo em Dislexia e Transtornos de Aprendizagem

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13º Curso Intensivo em Dislexia e

Transtornos de Aprendizagem

“A importância do treino

psicomotor na aprendizagem”;

Drª Márcia Maria Toledo

Psicóloga Psicomotricista

AGENDA

• Psicomotricidade

Definição e conceitos

Objetivo

Níveis de Atuação

Abordagens

• Movimento – Neurodesenvolvimento - Aprendizagem

• Modelo de Psicomotricidade

Instrumental

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“É a expressão de um pensamento através de um ato motor preciso, harmonioso e econômico.” (Ajuriaguerra,

1946, 2001)

“É uma ação pedagógica, psicológica e terapêutica que utiliza o corpo com o fim de melhorar o comportamento da criança.” (Picq e Vayer, 1997)

“Ciência que estuda o homem por meio de seu corpo em movimento, nas relações com seu mundo interno e externo.”

(Sociedade Brasileira de Psicomotricidade, 1982)

PSICOMOTRICIDADE - DEFINIÇÃO

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PRÁTICA TERAPÊUTICA que surgiu no início do século XX

Dirigida a pessoas que necessitam de habilitar ou reabilitar alguma função

PSICOMOTRICISTA - Compensa as condutas

inadequadas e inadaptadas em situações geralmente relacionadas a déficits:

Desenvolvimento e maturação psicomotora, Aprendizagem Comportamento Psicoafetivo (Sassano, 2003; Fonseca, 2001)

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OBJETO

O indivíduo e suas relações com o corpo.

OBJETIVOS

Adaptar a criança ao seu meio, promovendo um melhor

investimento de sua corporalidade, situando-a no

espaço, no tempo, no mundo dos objetos, estimulando

a harmonia em seus modos de relação com o outro.

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NÍVEIS DE ATUAÇÃO

1. Preventivo – Estimulação do desenvolvimento neuropsicomotor e o potencial de aprendizagem e a melhoria ou manutenção de competências de autonomia em todas as fases da vida;

2. Educativo - Quando a dinâmica do desenvolvimento e da aprendizagem está comprometida – estimular o desenvolvimento neuropsicomotor e o potencial de aprendizagem;

3. Reeducativo ou Terapêutico - Necessário manejar problemas psicoafetivos que comprometem a adaptabilidade da pessoa – intervenção nos problemas de desenvolvimento ou aprendizagem e problemas emocionais.

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ABORDAGENS

1 - Psicomotricidade Relacional

É uma prática que permite à criança, ao jovem e ao adulto, a expressão e superação de conflitos relacionais, interferindo de forma clara, preventiva e terapêutica, sobre o processo de desenvolvimento cognitivo, psicomotor e socioemocional, na medida em que estão diretamente vinculados a fatores psicoafetivos relacionais (Lapierre, 2002).

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ABORDAGENS

2 - Psicomotricidade Instrumental

Fundamentação cognitiva e neuropsicológica

Situação problema deve envolver linguagem oral –Antecipação - Avaliação da atividade efetuada

Comparar o resultado final e inicial

Criança analisa seu próprio desempenho

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ABORDAGENS

S – R Fase de mediação cognitiva que favoreça Processos de análise, integração e elaboração da informação. (Martins, 2001).

Experimentação sensório-motora Sensações ligadas ao movimento, integração tônico postural, percepção do corpo, noção do espaço e tempo e coordenação práxica dos movimentos

Sínteses mais complexas e elaboradas

9

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Consciência, conhecimento e controle do próprio corpo

Domínio do equilíbrio

Adaptação ao mundo exterior (velocidade, ritmo, espaço)

Controle e eficácia das coordenações globais e parciais

Controle e inibição voluntária da respiração

Organização do esquema corporal e orientação no espaço

Estruturação do espaço e do tempo

Exercícios específicos

Ponto de partida - Desenvolvimento Psicobiológico da criança

Retomar as etapas mal sucedidas do desenvolvimento

Programação - Em função dos objetivos esperados em períodos determinados

TRABALHO PSICOMOTOR

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HISTÓRIA DO DESENVOLVIMENTO

Fatores Biogenéticos Fatores Ambientais

Maturação e Desenvolvimento SNC

Estruturas Subcorticais Feedback Bidirecional Estruturas Corticais

Capacidade Intelectual, Cognitiva e Perceptiva

Inteligência Verbal Raciocínio e Abstração

e Não verbal Processamento Visual

Processamento Auditivo

e Fonológico e Memória

Manifestações Acadêmica, Comportamental e Psicossocial

Ambiente familiar Ambiente Social Ambiente Escolar

Psicopatologia Expectativas

Recursos Socioeconômicos Estilo/Metodologia

Estilo Parental

Ontogênese

Neurônios

Agrupam

Módulos Funcionais

Característicos em muitas áreas corticais

Unidades de Processamento da Informação

Formação dos sistemas funcionais

Hemisférios cerebrais

Áreas corticais

Primária Secundária

Terciária

Formação dos sistemas funcionais

Todas as informações aferentes

Visuais

Auditivas

Táteis

Proprioceptivas

Áreas Primárias

Processamento da Informação

Áreas Límbicas

Mecanismos de

Memória e Emoção

Córtex Pré-frontal

Memória Operacional

Funções Executivas

Córtex Temporal

Reconhec.

De Objetos

Córtex Parietal

Atenção Espacial

Córtex Pré-motor

Planejamento Ato Motor

Áreas Secundárias

Áreas Terciárias

• Raciocínio

• Pensamento abstrato

• Processo de simbolização

• Resolução de problemas

• Cálculo mental

• Formulação de objetivos

• Planos de vida

• Ajuste social do comportamento

• Processos motivacionais

• Produzem estratégias de comportamento, enviando instruções para a área motora

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INFÂNCIA

Desenvolvimento das zonas secundárias

Não poderia ocorrer

Sem a integridade das zonas primárias

S

ATIVIDADE SENSÓRIO-MOTORA

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Formação das zonas terciárias

Depende das zonas secundárias

Fornece S necessários

SÍNTESES COGNITIVAS MAIS COMPLEXAS

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DIFERENTES REGIÕES CORTICAIS 1. MATURAÇÃO EM DIFERENTES PERÍODOS 2. DEPENDE DAS INFLUÊNCIA EXTERNAS Ex.: 3-4 meses – Máximo Sinaptogênese - Córtex Visual Primário 4 anos – Córtex Pré-frontal (Giro Frontal Médio) (Huttenlocher et al., 1997, apud Damasceno, 2006)

2-3 anos 6-7 anos Picos de velocidade de desenvolvimento Córtex Terciário pré-frontal

Movimento

tarefa

ambiente indivíduo

M

Percepção Cognição Ação

Motricidade é a manifestação visível do funcionamento do sistema nervoso. É o que permite ao homem expressar seus

pensamentos e suas emoções. (Rebollo, 2003)

INTENÇÃO

REPRESENTAÇÃO

EXECUÇÃO

Nível 1

Nível 2

Nível 3

Análise das

estratégias

Info

rmaçõ

es S

en

so

riais

Maturação => processos neuropsicológicos. Aprendizagem => conexão entre estímulos e determinadas

respostas.

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Áreas 2ª e 3ª

Planificação

Antecipação

Área 1ª

Execução

Respostas

Output

Soluções

Áreas 2ª e 3ª

Processamento (simultâneo e

sequencial)

Áreas 1ª Atenção e

integração

Estímulos

Input

Problemas

Wallon e Ajuriaguerra

Determinantes biológicos e culturais do desenvolvimento da criança

DIALÉTICOS

NÃO COMO REDUTÍVEIS UNS AOS OUTROS

Importância para elaborar uma teoria que estabeleça relações

entre o comportamento e o desenvolvimento da criança e a maturação do sistema nervoso, pois só nessa medida se podem construir estratégias educativas, terapêuticas e

reabilitativas adequadas às suas necessidades específicas (Fonseca, 1992)

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CRIANÇA MUNDO PERCEPÇÃO DE SI DO OUTRO DO ESPAÇO COORDENANDO MOVIMENTOS GLOBAIS ESPECÍFICOS APRIMORANDO EQUILÍBRIO E. EQUILÍBRIO D.

DEFININDO DOMINÂNCIA

DESCOBRINDO E ADAPTANDO-SE AO TEMPO

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NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO DO COMPORTAMENTO

Sensório-Motor

Estruturação Perceptiva

Representação Mental - Simbolização

Conceitualização EDUCAÇÃO - Estimular o Potencial

PSICOMOTRICIDADE

AÇÃO X SIMBOLIZAÇÃO

FUNÇÕES MENTAIS MAIS ELEVADAS

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A partir das experiências sensório-motoras Representações

Pensamento

Organizado pela linguagem oral e pelo desenho

RETRANSCRIÇÃO

ASPECTOS PSICOMOTORES

Pressupõe

Atenção seletiva a identificações perceptivo-motoras

Simbolização de signos convencionais que fixam linguagem oral

Através da linguagem escrita

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Levar a criança a uma situação de busca - Planejamento

Expressão Verbal - Função Simbólica

Consciência de Si Autoconfiança

Autonomia Socialização

Possibilidades e Limites Atenção

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DN.08/ 02 /2007

Faixa Etária - 5 anos

Escolaridade: Ensino Infantil

Sessão: 1

Data Tempo Função Objetivo Atividade Material Observações

01/10/12 40 min Diálogo

Tônico;

Equilibrio

.

Explorar o

ambiente e

materiais da

sala de

atendimento

.

Brincar

livremente

pela sala,

utilizando

os

materiais

que

desejar.

Todos os

materiais

existentes

na sala.

Escolheu pular corda,

prancha de equilíbrio e

tábua articulada;

Solicita ajuda quando

precisa;

Muita dificuldade em

atividades que exigem

equilíbrio;

Criança prefere brincar

interagindo com a

profissional;

Criança bem

comunicativa e se sente

a vontade na sala e com

a profissional.

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Sessão 4

Data Tempo Função Objetivo Atividade Material Observações

11/10/12 40 min. Tonicidade

e

equilibração

Esquema e

imagem

corporal;

Estruturaçã

o espacial.

-Explorar

movimentos-

resgate da

ontogênese;

-Observar os

tipos de

movimento

que a

criança

realiza;

-Explorar as

habilidades

motoras

básicas.

Realizar movimentos:

-balanceios: trata-se de um

movimento de ir e vir no espaço,

que a criança realiza em diferentes

posições, sem que haja

deslocamento;

-giros: movimentos verticais sobre o

corpo ou sobre objetos (em um

eixo), em que a criança não

experimenta qualquer tipo de

deslocamento;

-quedas: desnivelamento do corpo

sob efeito do peso produzido por

uma perda voluntária do equilíbrio,

referente a “se deixar cair”;

- volteio: volta rápida dada no solo;

- caminhadas: andar e se mover

dando passos;

-corridas: mover-se ou deslocar-se

com velocidade;

- bancos de

diversos

tamanhos

(ordem

crescente).

-espelho.

- criança faz

grande esforço

para realizar os

movimentos de

resgate da

ontogênese;

-foi necessário

intervenção

constante, para

a execução

corretas dos

movimentos;

- criança realiza

com grande

interesse e

aceita muito

bem todas as

propostas

feitas.

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Sessão 4 Data Tempo Função Objetivo Atividade Material Observações

11/10/12 40 min. Tonicidade

e

equilibração

Esquema e

imagem

corporal;

Estruturaçã

o espacial.

-Explorar

movimentos-

resgate da

ontogênese;

-Observar os

tipos de

movimento

que a

criança

realiza;

-Explorar as

habilidades

motoras

básicas.

Realizar movimentos:

--saltos: movimentos nos quais está

implicado um deslocamento do

corpo (realizado por um ou dois

pés) que fica suspenso no ar e logo

volta a tocar o solo;

-rolagens: movimentos que

implicam deslocamento horizontal

do sujeito, tanto sobre um eixo

como sobre si mesmo, não sendo

estática a atividade provocada pela

criança;

-reptações: deslocar-se tocando o

solo com o ventre;

-engatinhamentos: movimento de

deslocamento sobre as mãos e com

as pernas flexionadas recolhidas

sob os quadris;

-subidas: passar de um lugar a

outro superior ou mais alto.

- bancos de

diversos

tamanhos

(ordem

crescente).

-espelho.

- criança faz

grande esforço

para realizar os

movimentos de

resgate da

ontogênese;

-foi necessário

intervenção

constante, para

a execução

corretas dos

movimentos;

- criança realiza

com grande

interesse e

aceita muito

bem todas as

propostas

feitas.

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Sessão: 5

Data Tempo Função Objetivo Atividade Material Observações

18/10/1

2

40 min Esquema e

imagem

corporal-

sensibilida

des;

Estruturaçã

o espacial;

Equilibraçã

o e

tonicidade;

-Perceber as

diferentes

texturas e

formas dos

objetos por meio

do tato.

-Identificar

cores,

tamanhos,

contornos e o

espaço que

ocupam pela

visão.

-Identificar os

sons de objetos,

animais,

elementos da

natureza;

Estereognosia

Discriminação

auditiva-

diversos sons:

natureza,

animais, meio

de

transportes,

instrumentos

musicais; -

onde está o

som?

-Caixa tátil;

-Tapete das

sensações;

- Venda

para os

olhos;

-Objetos

como:

borracha,

bexiga,

algodão,

bolinha de

borracha,

carrinho,

boneco,

pano,

massinha

de

modelar,

lápis;

- conseguiu

reconhecer a

maioria dos

objetos através

do tato;

- teve facilidade

em reconhecer

os sons de

diversos

componentes;

- demonstra

muita alegria e

satisfação ao

executar as

atividades;

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Sessão: - Cont.

Data Tempo Função Objetivo Atividade Material Observações

18/10/12 40 min Esquema e

imagem

corporal-

sensibilida

des;

Estruturaçã

o espacial;

Equilibraçã

o e

tonicidade;

-Sentir o

cheiro e

provar o sabor

por meio do

olfato e

paladar.

- Explorar

movimentos

sobre o plano

horizontal e

em postura

bípede.

-Deslocamentos

sobre o plano

horizontal:

arrastar,

balancear, rolar,

engatinhar, girar

passiva e

ativamente.

-Deslocamento

ativos em

postura bípede:

caminhar,

correr, subir,

descer, trepar,

saltar.

Objetos de

cores

variadas,

bolas de

diversos

tamanhos,

figuras

geométrica

s de

diversos

tamanhos,

objetos de

diversos

pesos;

- conseguiu

reconhecer a

maioria dos

objetos através

do tato;

- teve

facilidade em

reconhecer os

sons de

diversos

componentes;

-demonstra

muita alegria e

satisfação ao

executar as

atividades;

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Sessão: - Cont.

Data Tempo Função Objetivo Atividade Material Observações

18/10/12 40 min Esquema e

imagem

corporal-

sensibilidad

es;

Estruturaçã

o espacial;

Equilibraçã

o e

tonicidade;

-Sentir o cheiro

e provar o

sabor por meio

do olfato e

paladar.

- Explorar

movimentos

sobre o plano

horizontal e em

postura

bípede.

-Jogos sobre a

recreação em

sua imagem:

olhar-se no

espelho

enquanto são

realizadas as

diferentes

atividades.

-Tapete

com

diferente

texturas:

bucha

natural,

lixa,

tampinhas

, saco

plástico

bolha,

plástico

liso,

espuma.

- apresenta

grande

desequilíbrio

nos

movimentos em

postura bípede.

- está

realizando com

maior harmonia

os movimentos

sobre o plano

horizontal.

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Sessão 13

Data Tempo Função Objetivo Atividade Material Observações

26/11/12 40 min Esquem

a e

imagem

corporal;

Lateralid

ade

Praxia

fina;

Tonicida

de.

-Identificar e

nomear as

partes do

corpo;

-Mostra a

simetria

corporal;

-Reproduzir no

papel todas as

partes do

corpo;

-Introduzir as

noções direita e

esquerda

durante a

execução do

desenho do

corpo;

-Trabalhar a

relaxação.

-retomar atividade da

sessão anterior, através

do espelho a criança

deverá nomear e

identificar em si e no

desenho as partes do

corpo;

- finalizar atividade da

sessão anterior: com tinta

guache e pincel a criança

deverá pintar o seu

desenho da figura

humana.

- pedir para a criança

recortar o desenho da

figura humana;

- depois de pronto,

comparar o desenho com

seu próprio corpo;

-realizar a relaxação.

-Papel

Kraft;

-Lápis,

borracha;

-Barbante;

-Tinta

guache;

-Pincel;

-Tesoura;

- aparelho

de som e

CD;

-Espelho.

- consegue nomear

a maioria das

partes do corpo e

identificar;

- observou com

atenção a simetria

corporal, com

minha intervenção,

utilizei um barbante

para dividir seu

corpo em duas

partes. Para

facilitar a

explicação sobre

os lados direito e

esquerdo.

- apresenta muita

sincinesias bucal

ao pintar com

pincel e ao recortar

o desenho.

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Intervenção Psicomotora é MAIS UMA

Avaliações e visões complementares são bem-vindas

• Formulação diagnóstica integrada

• Seleção de estratégias: Clínicas

Farmacológicas

Reabilitação

ADEQUADAS À SINGULARIDADE E

DIVERSIDADE DO

FENÓTIPO COMPORTAMENTAL

Drª Márcia Maria Toledo

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Obrigada pela atenção

Bom Curso!

www.ciapre.org.br

disapre.wordpress.com

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