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Ano XIII | 219 | Setembro 2013
ISSN
217
8-57
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Administração Rural No mês do administrador, histórias de quem conseguiu a emancipação do próprio negócio
Nutrição animal na seca
Suplementação correta é sinônimo de boa
produção o ano todo
Reprodutores de alta linhagemMelhoramento genético do gado de corte garante eficiência na atividade
Quem tem seu próprio negócio é um especialista. Mas para começar ou melhorar a sua empresa, até um especialista precisa de especialistas em pequenos negócios. Vai empreender? Vai ampliar? Vai inovar? Conte com o Sebrae.
Educação Empreendedora Consultoria Gestão Inovação Resultados
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PALAVRA DO PRESIDENTE
A revista Campo é uma publicação da Federação da
Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional
de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela
Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR,
com distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos
assinados são de responsabilidade de seus autores.
CAMPO
COnselhO editOriAl
Bartolomeu Braz Pereira; Claudinei Rigonatto;
Eurípedes Bassamurfo da Costa; Marcelo Martins
editores: Francila Calica (01996/GO)
reportagem: Catherine Moraes e Leydiane Alves
Fotografia: Larissa Melo e Mendel Cortizo
revisão: Cleiber Di Ribeiro (2227/GO)
diagramação: Rowan Marketing
impressão: Gráfica Talento tiragem: 12.500
Comercial: (62) 3096-2200
revistacampo@faeg.com.br
diretOriA FAeG
Presidente: José Mário Schreiner
Vice-presidentes: Mozart Carvalho de Assis; José Manoel
Caixeta Haun. Vice-Presidentes institucionais: Bartolomeu
Braz Pereira, Estrogildo Ferreira dos Anjos. Vice-Presidentes
Administrativos: Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Pal-
hares Ribeiro. suplentes: Wanderley Rodrigues de Siqueira,
Flávio Faedo, Daniel Klüppel Carrara, Justino Felício Perius,
Antônio Anselmo de Freitas, Arthur Barros Filhos, Osvaldo
Moreira Guimarães. Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da
Costa, Vilmar Rodrigues da Rocha, Antônio Roque da Silva
Prates Filho, César Savini Neto, Leonardo Ribeiro. suplentes:
Arno Bruno Weis, Pedro da Conceição Gontijo Santos, Mar-
gareth Alves Irineu Luciano, Wagner Marchesi, Jânio Erasmo
Vicente. delegados representantes: Alécio Maróstica, Dirceu
Cortez. suplentes: Lauro Sampaio Xavier de Oliveira,
Walter Vieira de Rezende.
COnselhO AdMinistrAtiVO senAr
Presidente: José Mário Schreiner
Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Elias D’Ângelo Borges,
Osvaldo Moreira Guimarães, Tiago Freitas de Mendonça.
suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva,
Alair Luiz dos Santos, Elias Mourão Junior, Joaquim Saêta
Filho. Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Edmar
Duarte Vilela, Sandra Pereira Faria do Carmo. suplentes:
Henrique Marques de Almeida, Wanessa Parreira Carvalho
Serafim, Antônio Borges Moreira. Conselho Consultivo:
Bairon Pereira Araújo, Maria José Del Peloso, Heberson
Alcântara, José Manoel Caixeta Haun, Sônia Maria Domingos
Fernandes.
suplentes: Theldo Emrich, Carlos Magri Ferreira, Valdivino
Vieira da Silva, Antônio Sêneca do Nascimento, Glauce
Mônica Vilela Souza.
superintendente: Marcelo Martins
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José Mário SchreinerPresidente do Sistema
FAEG/SENAR
No mês do Administrador comemoramos os inúmeros casos de famílias do campo que participaram de nos-sos treinamentos, cursos e programas na área de ad-
ministração e gestão rural e, com isso, ganharam segurança e independência para gerir seus negócios. Conquistaram uma melhor qualidade de vida e se mantêm com a atividade que desempenham.
Com frequência temos em nossos programas, cursos e treinamentos, sobretudo, pequenos produtores que apren-dem os princípios da administração, se emancipam e questio-nam as estruturas do assistencialismo governamental.
São pessoas que sobreviviam de alguns reais do Bolsa Família, como nossa personagem de capa, a pequena produ-tora Maria Aparecida, mas que agora sentem orgulho de ter capacidade e força de trabalho para gerar a renda do próprio sustento.
Na história de vida de nossa personagem, o velho jargão “aprender a pescar ao invés de só ganhar o peixe” passa a ter muito sentido. É justamente nessa linha que trabalhamos. Prezamos por dar condições para que as famílias rurais se emancipem, mudem suas realidades por meio do próprio tra-balho e contribuam para o desenvolvimento de nosso estado.
ensinando a pescar
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PAINEL CENTRAL
Emancipação administrativaPequenos produtores, como Maristela Vieira, aprendem a gerir seus próprios negócios e dão novos rumos à vida
Agenda Rural 06
Fique Sabendo 07
Delícias do Campo 33
Campo Aberto 38
Cursos e treinamentos do Senar 36
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Gestão de propriedades familiaresMaria Teresa Roscoe, Professora da Fundação Dom Cabral fala sobre evolução nos processos de sucessão familiar e desafios a serem enfrentados
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Doma Racional Uenes Peixoto aprendeu a ensinar sem uso da força e ganhou a confiança dos animais na base do carinho
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4 | CAMPO Setembro / 2013 www.sistemafaeg.com.br
Maria Aparecida em sua plantação de pimentas, no municípo de Cocalzinho de Goiás. Foto produzida por Mendel Cortizo.
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Nutrição animal na seca
Goiás Leite
Produtores enfrentam o desafio da estiagem e garantem bom alimento ao rebanho
Rodada de seminários leva a produtores de leite informações sobre gestão e sanidade
O pneu adequado Saiba mais sobre o desempenho de pneus agrícolas em diferentes terrenos e plantios
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Método dá celeridade aos processos de desmame, ganho de peso, abate e favorece a precocidade sexual
Melhoramento genético 26
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AGENDA RURAL
13 e 14 / 09 13 e 14 / 09
4ª Conferência Estadual do Meio Ambiente
Local: Pousada Serras de Goyas, Setor Bueno, Goiânia
Informações: (62) 3201 - 5163
Campo Saúde
Locais: Britânia e Jussara
Informações: (62) 3096-2114
9 A 13 / 09 27 e 28 / 09
XXV Semana da Veterinária UFG
Local: Escola de Veterinária e Zootecnia da UFG
Informações: (62) 9642 - 1158
Campo Saúde
Locais: Campos Belos e Monte Alegre
Informações: (62) 3201-2114
21 de SetembroDia de Campo Goiás Mais Leite
Local: Formosa (GO) – Fazenda da Felicidade, Região do Bonito
Informações: (62) 3545-2600
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FIQUE SABENDO
armazém
Dividido em dois volumes, o livro Agricultura Tropical fala do desenvolvimento brasileiro e faz uma avaliação sobre desafios fu-turos e possíveis soluções. Entre os questionamentos respondidos está o fato de o Brasil ter passado da condição de importador para a de grande exportador de alimen-tos. Os temas explorados são: pro-dução e produtividade; utilização sustentável de recursos naturais; impacto das inovações e desafios á agricultura tropical.
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Faeg comemora empenho de deputados no setor rural
Agricultura tropical
registro
O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás, José Mário Schreiner, almoçou, no último dia 27 de agosto, com deputados es-taduais para agradecer o empenho dos parlamentares na apreciação dos projetos que dizem respeito ao setor rural. Realizado nas dependências da sede da Faeg, o almoço contou ain-da com a presença do secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Leonardo Vilela e o secretário da Agri-cultura, Pecuária e Irrigação, Antônio Flávio Camilo de Lima.
Na abertura do almoço, José
Mário agradeceu aos presentes em nome dos produtores goianos e res-saltou a recente aprovação do Códi-go Florestal estadual. “Ando não só pelo Estado, mas pelo país dizendo que temos muito orgulho da nossa Frente Parlamentar do Agronegócio e dos nossos deputados. No ano pas-sado tivemos uma decisão muito im-portante que foi a retirada da matéria sobre as taxas agropecuárias. Agora, tivemos o Código Florestal que deba-temos por quatro anos. A sociedade ganha com isso”, completou.
Pesquisa
Uvas no combate a diabetes tipo 2
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Estudo publicado no British Medical Journal afirma que comer frutas como mirtilo, uvas e maçãs pode diminuir o ris-co de desenvolvimento do tipo 2 de dia-betes. Enquanto outras frutas diminuem o risco em 2%, o mirtilo atua com 26%.
A pesquisa avaliou também a relação entre o consumo de fruta e o de sucos naturais. A conclusão foi de que é mais saudável ingerir as frutas. Isso porque além de maior quantidade de açúcar, o suco leva quantidade maior de frutas do que se comeria em estado bruto.
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PROSA RURAL
Sucessão familiar
Catherine Moraes | catherine.moraes@faeg.com.br
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Professora da Fundação Dom Cabral,
Maria Teresa Roscoe é a entrevistada
desta edição e fala sobre a gestão de
empresas familiares. Seus estudos se referem
aos problemas em repassar os negócios aos
filhos e a forma como isso deve ocorrer. Como
pontos importantes ela cita a preservação do
alinhamento com o mercado, do alinhamento
estratégico e do alinhamento societário,
fundamentais durante todo o processo.
MARiA TeReSA RoSCoeé Professora da Fundação Dom Cabral
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revista Campo: No que a gestão
de empresas familiares evoluiu nas
últimas décadas?
Maria teresa: A gestão de empre-
sas familiares evoluiu muito nas últi-
mas décadas. Questões que no passa-
do não eram tratadas e interferem no
processo e nos resultados passaram
a ser mais frequentemente cuidadas.
Para se ter um exemplo de questões
hoje encaminhadas de forma mais
efetiva podemos citar: questões de
relacionamento e conflitos, escolhas
quanto ao encaminhamento dos jo-
vens dentro e fora dos negócios,
transmissão de patrimônio, capa-
citação dos sócios para atuarem na
gestão, participações societárias, pre-
paração de sucessores, desenvolvi-
mento de relações de confiança com
familiares e profissionais de merca-
do, clarificação de papéis e estrutu-
ração da gestão e da governança da
família e das empresas.
revista Campo: Qual a primeira
etapa que deve ser cumprida pelos
empresários que desejam iniciar a
sucessão familiar em seus negócios?
Maria teresa: A primeira etapa a
ser cumprida por empresários que
desejam iniciar a sucessão familiar
em seus negócios é uma reflexão e
um posicionamento genuíno sobre
o propósito do processo e sua real
disposição para implantá-lo. Esta eta-
pa é fundamental para a eficácia do
processo. Uma medida importante é
cuidar, com antecedência, do desen-
volvimento das pessoas envolvidas,
evitando a polarização do processo
apenas no sucedido e sucessor, pois
a sucessão impacta todo o sistema –
família, gestão e patrimônio.
revista Campo: Como o empresá-
rio pode reconhecer o momento cer-
to de repassar a batuta dos negócios
aos herdeiros?
Maria teresa: Muitas vezes a pas-
sagem do bastão está relacionada a
um acontecimento inesperado como
a falta de uma pessoa chave. Outras
vezes está relacionada a uma mudan-
ça natural no estágio do ciclo de vida
da geração. A nível dos indivíduos o
que observamos no trabalho com fa-
mílias empresárias é a possibilidade
de um amadurecimento natural, que
começa aos poucos a trazer novas
questões para o sujeito, fazendo com
que ele passe a refletir e “flertar” com
outro estilo de vida, com novas for-
mas de realização, com alguns desa-
fios e limitações quanto aos próximos
estágios. A busca por apoio externo
através de participação em programas
voltados para o desenvolvimento de
famílias empresárias, como os que a
Fundação Dom Cabral oferece tem se
mostrado um facilitador do processo.
revista Campo: Quais práticas de
gestão são imprescindíveis para con-
ferir uma atmosfera mais profissional
à administração do negócio familiar?
Maria teresa: A adoção de um
modelo de gestão adequado ao está-
gio em que a empresa se encontra e
aos desafios da próxima fase é fun-
damental. O compartilhamento do
projeto empresarial e o desdobra-
mento do mesmo em desafios nas
dimensões econômico/financeira, de
mercado, de processos e de pessoas
tem se mostrado uma prática capaz
de gerar resultados diferenciados ao
longo do tempo.
revista Campo: Como lidar com o
desinteresse dos herdeiros em assu-
mir os negócios da família?
Maria teresa: Nossa recomendação
é que o observador, seja ele familiar
ou profissional de mercado, não se as-
suste com a situação atual. Por vezes
nos deparamos com jovens ansiosos
por contribuir e por identificarem seu
lugar no contexto de atuação profis-
sional. O que ao primeiro olhar pode
parecer desinteresse pode na verdade
estar escondendo dificuldades não
ditas que devem ser identificadas e
cuidadosamente tratadas. Por outro
lado, quando bem acompanhados,
os jovens têm em geral respondido
muito bem aos processos de desen-
volvimento, sendo capazes de superar
expectativas apresentando resultados
consistentes e diferenciados.
revista Campo: Os herdeiros de-
vem ser influenciados em suas esco-
lhas?
Maria teresa: Os herdeiros podem
e devem ser influenciados pelos valo-
res da família. Faz parte do papel de
pai e mãe, como educadores, orien-
tar, dar diretrizes, dizer o que pode
e o que não pode. Este processo de
educação influencia as escolhas dos
jovens, mas esta influência é legitima
e desejável. A influência que pode
prejudicar o processo seria uma im-
posição e não a influência saudável
que as crianças e jovens devem rece-
ber no seio da família.
revista Campo: Como fazer com
que os familiares não atuantes na
gestão não se sintam excluídos e
não haja ruídos nas relações?
Maria teresa: Para que familiares
não atuantes na gestão não se sintam
excluídos existem práticas que devem
ser adotadas com disciplina e regu-
laridade. Um exemplo de boa prática
adotada por famílias empresárias é a
iniciativa de sistematicamente, pelo
menos cada seis meses, promover
uma reunião para apresentação dos
resultados do período anterior e os
planos para o próximo período.
Algumas famílias tem por hábito in-
cluírem nos encontros atividades de
integração e desenvolvimento dos
participantes com ótimos resultados.
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AÇÃO SINDICALAÇÃO SINDICAL
inhumas
Cuiabá
alexânia
rio Verde
O Sindicato Rural e a prefeitura de Inhumas realizaram uma cavalgada para marcar a abertura da edição 2013 da ExpoInhumas. O presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner acompanhou o prefeito do município, Dioji Ikeda e o presidente do Sindicato, José Ruy Garcia durante a cavalgada pelas ruas da cidade.
Uma delegação formada por 38 produtores rurais goianos participou, no último mês de agosto, da Bienal dos Negócios da Agricultura do Brasil Central, em Cuiabá. O Grupo teve como coordenador o Gerente Sindical Antelmo Teixeira Alves e o presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner de Goiás foi representado pelo Vice-Presidente Institucional Bartolomeu Braz Pereira, que também foi moderador do Painel “Como enfrentar o apagão da mão de obra”. O Superintendente Executivo Claudinei Antônio Rigonatto fez o discurso de encerramento pela Faeg.
Crianças com idade de 8 a 10 anos, integrantes do programa Agrinho visitaram, no último dia 27 de agosto, a sede do Sistema Faeg/Senar. Os alunos são da Escola Municipal Irenize Laurindo de Souza, localizada no município de Alexânia (GO). Eles aproveitaram a oportunidade para falar um pouco do projeto Atuação, desenvolvido por eles para o concurso Agrinho 2013, com o tema Responsabilidade Social e Meio Ambiente.
Com 333 votos, a Chapa 1, foi eleita para assumir a diretoria do Sindicato Rural de Rio Verde pelo próximo triênio. O resultado reelege Walter Baylão Júnior à presidência da entidade. As eleições, realizadas dia 22 de agosto, registraram um número recorde de votantes. Dos 780 aptos a votar, compareceram às urnas 553.
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Cavalgada marca abertura da expoinhumas
delegação goiana participa da Bienal da Agricultura
Alunos do Agrinho visitam Goiânia
sindicato rural realiza eleições
itaberaí
Uma delegação japonesa da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) participou, no último mês, de uma visita técnica no município de Itaberaí. O objetivo principal foi identificar formas de trabalho que possam ser usadas como exemplo de desenvolvimento local em Moçambique, onde eles pretendem trabalhar nos próximos anos. Conheceram na teoria como funciona a avicultura de corte, visitaram uma Unidade Demonstrativa do Programa Balde Cheio e, por fim, um parreiral que foi transformado após um curso do Programa Empreendedor Rural (PER), do Senar Goiás em parceria com o Sebrae Goiás.
Japoneses conhecem ações do senar Goiás
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Porangatu
Cristalina
itauçu
morrinhos
Uma cavalgada organizada pelo Sindicato Rural de Porangatu, realizada dia 23 de agosto, marcou a abertura oficial da 42ª Exponorte. Houve hasteamento das bandeiras com presença do presidente do Sindicato Rural de Porangatu, Carlos Garcia, do presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, do prefeito municipal, Eronildo Valadares, do presidente da Câmara Municipal, Pedro Rodrigues e do comandante do Batalhão da Polícia Militar, Valdir Lira, representando o governador de Goiás, Marconi Perillo.
O Sindicato Rural de Cristalina realizou, nos dias 11 a 14 de junho, Treinamento em Produção Caseira de Doces. O Treinamento foi realizado na APAE de Cristalina e contou com a participação de mais de 20 pessoas. (Colaborou: Malva Lúcia Caixeta)
O programa Pronatec do Senar Goiás vai ajudar a impulsionar a piscicultura no Estado. A formação de turmas para capacitar jovens a atuarem na aquicultura vai ser intensificada em regiões como a de Itauçu, que obteve do Ministério da Pesca e Aquicultura a liberação de R$ 15 milhões para a instalação de unidade de produção de farinha de peixe e fábrica de ração.
O Sistema Faeg/Senar realizou, no último mês, duas visitas técnicas às Unidades Assistidas do Programa Balde Cheio, em Morrinhos. As visitas fizeram parte da programação da Tecnoleite Complem 2013 - a maior feira da cadeia leiteira de Goiás. O objetivo do encontro foi apresentar ao público os resultados da produção leiteira após o Balde Cheio e mostrar os benefícios do programa para a propriedade, tanto na gestão, como na produção do leite. A primeira visita foi no Sítio Bela Vista, propriedade do produtor rural João Batista. A segunda foi no Sítio Primavera, de Antônio Eduardo Sobrinho.
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Cavalgada abre 42ª edição da exponorte
APAe recebe treinamento de doces
Pronatec impulsionará piscicultura
Balde Cheio promove visitas técnicas
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MERCADO E PRODUTO
Mais uma safra de grãos, nos EUA é castigada pelo clima
quente e seco. Já passa de 40 dias sem chuva no Meio Oeste americano - centro da produ-ção de milho e soja do país -, e as perdas já contabilizadas nas lavouras devem chegar a 10%.
Caso não chova nestes primeiros dias de setembro ou se a chuva não compensar a falta de umidade do solo, as consequências serão bem piores, embora não sejam tão catastróficas como na safra do ano passado. Na época, a colheita de milho ficou em torno de 273 milhões de tone-ladas e a de soja próxima de 82 milhões de toneladas; uma das piores da história da agri-cultura americana.
O cenário para a safra dos Estados Unidos é de prós e contras. Ao seu favor está um plantio que atrasou entre 20 e 30 dias por excesso de chuva e que não ocorreu na veloci-dade dos anos anteriores. Por ter chovido até mais tarde, a umidade do solo está acima da registrada no mesmo perí-odo do ano passado.
Outro ponto positivo é que as lavouras de soja apre-sentam estágios diferenciados desde a formação dos grãos até a fase do amadurecimen-to, isso faz com que, em caso de restrição hídrica, as plan-tas não sejam afetadas na
mesma medida. O lado negativo é que esse
atraso do plantio vem preocu-pando o produtor americano diante do risco de um clima frio, com possível ocorrência de geada a partir do dia 19 de setembro, conforme pre-visões climáticas. Isto pode afetar as lavouras semeadas mais tarde, justamente, as que apresentam melhor quali-dade, sobretudo na soja.
Diante de todas estas in-formações, que ainda podem sofrer variações e terem efei-tos diferenciados na produção final da safra de grãos dos EUA, acreditamos que entre 7% e 10% desta safra já está comprometida.
Isto ocasionará uma perda na safra de milho da ordem de 30 milhões de toneladas, que reduz a estimativa inicial de 359 milhões de toneladas para próximo de 330 milhões. A soja poderá perder em tor-no de seis milhões de tonela-das, reduzindo a estimativa de colheita para em torno de 86 milhões de toneladas.
Diante deste comporta-mento da safra grãos nos EUA, os preços internacionais já re-agiram bastante nos últimos quinze dias, oferendo ótimas oportunidades de mercado ao produtor brasileiro para os fechamentos futuros de parte da safra. Esse fator pode até resultar num certo aumento de
produção, porém, não muito, pois embora ainda faltem 30 dias para o início do plantio no Brasil, a aquisição dos insumos já está praticamente realizada. A maior influência será sobre o nível tecnológico utilizado que poderá ser ampliado.
Vale alertar ao produtor para que feche a venda de parte da sua produção e não espere que momentos melho-res ocorram. Primeiro, porque a safra americana ainda po-derá sofrer alguma mudança para mais ou para menos. E, segundo é que a safra do Bra-sil ainda está muito distante para previsões mais seguras.
Podemos ter uma super-safra se as condições do cli-ma forem muito favoráveis, o que poderá comprimir um pouco os preços, podemos ter problemas com logística que deve se agravar diante de uma grande safra ou ter perdas de plantio que podem favorecer a alta dos preços.
Com as cotações acima de R$ 55 o saco de 60 quilos de soja os custos estão cobertos e há uma certa margem. A su-gestão é que o produtor ven-da o produto de forma a co-brir custos e, principalmente, honrar com os compromissos financeiros que vencem em março e abril, quando a logís-tica deverá estar muito mais complicada e os preços po-dem sofrer uma baixa.
Perdas na safra de grãos nos EUAPedro Arantes | pedro@faeg.com.br
Pedro Arantes
é economista e
analista de
mercado da Faeg
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12 | CAMPO Setembro / 2013 www.sistemafaeg.com.br
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Pequenos produtores aprendem os princípios da administração, se emancipam e questionam as estruturas do assistencialismo
Karina Ribeiro | revistacampo@faeg.com.br
Especial para a Revista Campo
Donos do próprio destino
ADMINISTRAÇÃO RURALM
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Foi nas pimentas que Maria Aparecida e o marido se agarraram para conseguir manter a família no campo
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“Eu não pretendo mais pre-cisar do Bolsa Família, eu perdi muito tempo.
Na verdade isso aqui é só o come-ço”, diz a produtora de pimenta ma-lagueta, Maria Aparecida Campos, de 45 anos.
A fala carregada de felicidade e, sobretudo, orgulho, não é a única percepção que impressiona ao ouvi--la discorrer sobre o novo negócio familiar. A sensação é de que uma espécie de cortina foi arrancada da frente de seus olhos e um novo ho-rizonte começa a se desenhar.
Maria Aparecida é apenas um exemplo entre dezenas de produto-res rurais que agarraram com unhas e dentes a oportunidade de realizar cursos, treinamento e programas gratuitos, oferecidos pelo Sistema Faeg/Senar, sobre o tema adminis-tração rural.
A assentada conta que, por qua-se 12 anos, vivendo na Fazenda San-ta Felicidade, em um assentamento próximo ao município de Cocalzi-nho de Goiás, a vida era matar um leão por dia. Ela atravessava o mês com apenas uma renda certa, R$ 102 oriunda do Programa Bolsa Família.
Na parcela de um assentamento de cerca de 20 hectares, moram ela, o marido e três filhos, Rangel, 22, João Pablo, 21 e Jonathan, de 19 anos. Os quatro, quando conseguiam, faziam pequenos serviços na cidade próxi-ma. “Mas era tudo muito difícil, era
conseguir a comida para o dia se-guinte”, diz.
ReviravoltaA guinada na vida da produto-
ra ocorreu este ano. Ela afirma que conheceu uma produção de pimenta malagueta e decidiu plantar. Com mil mudas da espécie, ainda ensacadas, ou seja, sem mesmo passar para a terra, foi alertada sobre a oportu-nidade de participar do programa Negócio Certo Rural (NCR), desen-volvido pelo Sistema Faeg/Senar em parceria com o Sebrae Goiás. “Foi quando coloquei a ideia em prática e plantei as mudas”, diz.
Com pouco conhecimento, foi adquirindo experiência ao longo do curso. Depois de aprender a colo-car tudo na ponta do lápis, calcular os gastos, manejo da cultura, entre outras atribuições, surgiu uma nova empreendedora. Encorajada, em poucos meses, mais que dobrou a produção.
Atualmente, são quase 2,5 mil mudas e Aparecida já batalha para plantar outras mil. Ela garante que não faltam compradores. Eles batem a porta e acirram a concorrência, o que a leva a negociar preços mais elevados. “Teve mês que já tirei R$ 800”, afirma. A mudança não foi só na renda, a estrutura familiar já é outra. Agora, marido e filhos tam-bém se dedicam à produção de pi-menta malagueta.
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O instrutor do Senar Goiás, Hé-lio Antônio Silva Rodrigues, conta que o Programa NCR é voltado para produtores com baixa escolaridade, mas com oportunidade de modificar a vida de pequenos produtores. “As pequenas produções costumam ter grande margem de lucro”, diz.
Ele explica que a tendência desses pequenos produtores é angariar recur-sos em instituições financeiras para dar o pontapé inicial a um pequeno negócio. Entretanto, diz, não possuem noções dos próprios bens e de custos de produção. Em geral, explica, o di-nheiro que eles precisam está dentro da propriedade. “Se a mulher tem uma visão boa de um negócio, porque não vender uma vaca e custear a ideia? O melhor dinheiro está lá dentro e não no banco”, rebate.
oportunidade aos que não a tem
Instrutor do Senar Goiás, Hélio Antônio ressalta o estímulo à quebra de tabus e à inovação promovido pelas ações da entidade
Setembro / 2013 CAMPO | 15www.senargo.org.br
Outro exemplo de que uma ideia rentável aliada à capacitação profis-sional e perseverança são as chaves para um bom negócio, vem de outro assentamento próximo ao município de Acreúna.
Um grupo composto por 12 mu-lheres e um homem, decidiu abrir uma panificadora dentro do Assentamento Genipapo, localizado a 27 quilôme-tros de Acreúna. A iniciativa, a princí-pio, pode parecer estranha, já que, no local, moram apenas 27 famílias. Mas a história não parou por aí.
Uma das proprietárias da Panifi-cadora Doçuca, Maristela Vieira de Sousa, de 35 anos, conta que traba-lhava no curral com o marido e na ci-dade durante a semana. Ela e outras assentadas copiaram o formato de outro assentamento, localizado em Goiatuba, onde um grupo de pesso-as abriu uma panificadora. “Tem três anos que abrimos, mas a gente acha-va que não podíamos vender para fora”, diz.
Esse foi o pulo do gato. Enquan-to participavam do NCR, o instru-
tor Hélio Antônio explicou que ha-via possibilidade de expansão dos negócios. “Depois do curso, nós abrimos a cabeça. A gente ganhava dinheiro, mas não sabia os custos. Aumentamos a produção e vamos investir mais na panificadora”, diz.
Venda garantidaMaristela explica que fecharam
contrato com a Conab e, atualmente, fornecem pão caseiro de mandioca, rosca de mandioca, pão de queijo e bolo para cinco escolas municipais, três estaduais, quatro creches, dois Centros Municipais de Educação In-fantil (Cmei) e um abrigo de idosos.
Só para se ter ideia, são produ-zidos, diariamente, cinco mil pães e dois mil bolos. A renda gira em torno de R$ 1,8 mil para cada um dos par-ticipantes. “Muitos acharam que es-távamos doidos e diziam que íamos quebrar a cabeça. Hoje, muitos que-rem fazer parte do negócio, mas tudo tem um custo”, explica Maristela.
A perspectiva agora é firmar um terceiro projeto com a Conab e o Plano Nacional de Ação a Inclusão (Pnai). Em um futuro não muito dis-tante, o objetivo é investir em fornos e armários e assim aumentar a pro-dução da panificadora. Tudo isso, devidamente analisado.
“Colocamos tudo na ponta do lápis. Usamos planilhas no compu-tador, antes era tudo feito no cader-ninho”, conta Maristela. A chacoa-lhada, como diz a microempresária, serviu para abrir os horizontes. “Es-tamos montando nosso próprio es-critório”, diz.
Produzindo o pão de cada diaExemplo feminino
Ele conta que as mulheres são fundamentais na administração rural. Conseguem perceber a potencialida-de de pequenos negócios, ao contrá-rio de muitos homens. “Eles querem já começar com 20 vacas leiteiras, elas não. São mais dedicadas, eco-nômicas e conseguem começar por baixo”, diz. Não raro, quando a opor-tunidade é colocada em prática, é o negócio feminino que vira o alicerce do orçamento familiar.
O exemplo de Aparecida, diz, ainda tem outro fator extremamente importante: a fixação dos filhos no campo. Ele diz que essa sucessão, in-dependente do formato do negócio, seja pequeno, médio ou de grande proporções, precisa ser feito gradati-vamente. “Assim a sucessão é menos traumática”, ensina.
Hélio diz que muitos pais temem que as ideias inovadoras dos filhos possam limar o negócio. Nesse caso, a dica é: assumir um papel de lideran-ça, delegar funções aos filhos e, aos poucos, imprimir a inovação.
Muito mais que ensinar produto-res a gerir seus negócios, os treina-mentos, cursos e programas do Senar Goiás para a área de administração rural estão imbuídos em ampliar a visão do produtor rural, ao ponto de exigir posicionamento político, parti-cipação na sociedade e mudanças de estruturas sociais.
Observar o mundo de outra forma leva o produtor a refletir sobre aspec-tos que ocorrem do lado de fora da porteira. Problemas de escoamento, estradas e portos, esbarram na com-petitividade e desempenho da ativida-de. O maior benefício é a formação de lideranças no interior, como vereado-res, líderes sindicais e prefeitos. “Mui-to de nossos programas fazem com que eles questionem o posicionamento das pessoas na sociedade”, diz.
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Do curral à panificadora. Ao associar-se a outros pequenos produtores Maristela passou a levar “doçura” aos demais assentados do local onde vive
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Já no assentamento Água Boni-ta, localizado na divisa dos muni-cípios de Rio Verde e Jataí, o casal, Antônio Coutinho e Neide Rita Sil-va, começou a produção de frango caipira melhorado. O casal adquiriu 100 pintinhos, cuja ideia inicial era vender a produção para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “Pegamos orientação durante o cur-so, aprendemos a calcular os custos e conseguimos fechar o contrato com a Conab”, diz Neide.
A melhor solução encontrada foi reunir um grupo de produtores de frango caipira para fechar o negócio. “Tem um mini abatedouro aqui pró-ximo, então reunimos um pessoal e todos entregam frango para a Co-nab”, diz Antônio. Ele conta que não tinha ideia de como fazer os cálculos e não sabia quanto entrava e quan-
to saia de dinheiro na propriedade. Hoje, está na ponta da língua. “Ga-nhávamos por mês algo como R$ 1,5 mil e hoje são R$ 3 mil”, diz Antônio.
Mas parte dessa renda vem de outra iniciativa simples aprendida no decorrer do curso. O casal vende até 40 frangos, todos os domingos, em uma feira instalada em Jataí. Os filhos, Ricardo Coutinho, de 18 anos e Rodrigo Coutinho, de 12, já ajudam nos afazeres.
O instrutor do Senar Goiás, Hélio Antônio explica que a comercialização é um dos principais gargalos enfrenta-dos por pequenos produtores. Depois que começam a enxergar a viabilidade do negócio, travam no próximo passo: a venda. “Eles começam a pensar por si só e enxergar problemas de logísti-ca, escoamento. Compra e venda tam-bém é uma arte”, explica.
Produtores superam dificuldades da gestão rural
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Criando galinha caipira, Antônio e a família aprenderam a arte do comprar e vender
Para escolher o material adequado é preciso avaliar para qual finalidade será utilizado
Catherine Moraes | catherine.moraes@faeg.com.br
Especial para a Revista Campo
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Pneu adequado para máquina agrícola
ADMINISTRAÇÃO RURAL
Pneus são diferentes no quesito durabilidade, força e autolimpeza, por exemplo
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Qual a diferença entre um pneu convencional e um radial? O desenho é só estético ou in-
fluencia na durabilidade e funciona-mento? Qual peso e velocidade que um pneu agrícola pode suportar? Es-tas e outras perguntas precisam ser respondidas e levadas em considera-ção na hora de comprar um pneu para sua máquina agrícola. Isto porque po-dem refletir no resultado da produção e a escolha acertada pode garantir du-rabilidade e economia no bolso.
No pneu comum, os fios de aço que ficam por baixo da borracha se encontram na diagonal e no Radial, os fios são voltados para o centro do pneu. Instrutor de Treinamento da Loja do Borracheiro, Marcos Paulo Santos explica que não existe o me-lhor pneu, mas o que é adequado para devida finalidade. Ele explica que é preciso saber o terreno no qual o equipamento será utilizado assim como o peso e a velocidade que ele precisa suportar.
“No Brasil o pneu convencional acaba sendo o melhor na maioria das vezes porque ele suporta maior impacto a buracos, por exemplo. Já o pneu radial deve ser usado em áreas mais planas porque aí se tor-na mais resistente. Com um buraco, muito peso e alta velocidade ele pode ser danificado de forma definitiva”, completa o instrutor.
Entre as constantes preocupa-ções dos produtores rurais está a
compactação do solo, causada pelo peso dos tratores e colheitadeiras. De forma inevitável, as máquinas deixam trilhas, mas a compactação é prejudicial porque reduz espaços vazios e dificulta o movimento do ar e da água no solo. Isto, por conse-quência diminui a produtividade das plantas. Nas plantações de cana-de--açúcar, por exemplo, as máquinas chegam a 20 toneladas e ampliam a problemática. Uma das técnicas que
Instrutor Marcos Paulo afirma que terreno, peso e velocidade são importantes para escolha
Pneu radial agrícola para uso em tratores e colhedoras. O desenho, com centro aberto proporciona excelente tração e autolimpeza em qualquer tipo de solo. Feito para uso com cargas mais pesa-das e possui maior área de conta-to que contribui para minimizar a compactação do solo.
Pneu radial agrícola produzi-do no Brasil com 25% de aumen-to na altura das barras (R1). Dura-bilidade maximizada e economia de combustível. Tração extra e maior área de contato que poupa trator e minimiza compactação.
Radial agrícola para uso em trato-res e colhedoras com 25% de au-mento na altura das barras (R1). Os desenhos das barras formam ângulos de 45º que proporcionam melhor auto-limpeza. Tração ex-tra e maior área de contato pou-pam o trator e minimizam a com-pactação do solo.
Aplicações em tratores, co-lhedoras e implementos de áre-as alagadas (rizicultura). Maior agarre e alto torque em solos in-consistentes. Desenho exclusivo da Goodyear com “garra-sete”.
Aplicações agrícolas gerais: tra-tores, colhedoras e implementos. Desenho de barra curta/barra longa beneficiando auto-limpeza e tração. Estabilidade e dirigibili-dade melhoradas com minimiza-ção da vibração.
Equilíbrio entre tração e resis-tência dos serviços florestais. Construído com amortecedores de aço que preservam a carcaça dando maior proteção a furos e danos.
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pode minimizar o problema é usar um pneu que garanta maior contato ao solo. Se o assunto for o desenho externo, não é apenas estética, acredite! Um desenho que deixe o centro aberto pode
colaborar com a tração e autolimpeza. Amortecedores de aço podem evitar furos, por exemplo. O peso e a velocidade também são fatores importantes no momento de escolher o material adequado. Para ajudar, separamos alguns pneus com funções distintas. Confira a seguir:
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Suplementação correta do gado garante boa produção o ano todo
Leydiane Alves | leydiane@faeg.com.br
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Alimentação na seca
NUTRIÇÃO ANIMAL
A pastagem irrigada faz contraste com o pasto sem irrigação
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Alimentar o gado de forma cor-reta e saudável sem perder a produtividade. Essa é uma
das maiores preocupações dos produ-tores rurais, principalmente entre os meses de maio a outubro, período de seca. É nessa época que o capim não cresce com a mesma qualidade que em condições climáticas mais adequadas e tem seu valor nutricional reduzido, prejudicando a quantidade e a quali-dade da forragem das pastagens que servem de alimento para os animais. O resultado da má alimentação pode va-riar de perda de peso à queda na pro-dução de leite e na taxa de fertilidade, além de maior predisposição à con-trair doenças e correr risco de morte.
O veterinário, Sáudio Vieira Pei-xoto, explica que por esses motivos, é necessária a suplementação do re-banho, pois os animais apresentam exigências superiores as que o capim pode oferecer. “Normalmente, o pro-dutor espera que as vacas emagreçam, para depois iniciarem a suplementação
das mesmas. Isso leva a vários proble-mas, como a diminuição na produção, falhas reprodutivas e degradação das pastagens. As plantas diminuem a ve-locidade de crescimento, diminuindo assim o suporte de animais.”
De acordo com Sáudio, existem algumas opções de alimentação volu-mosa para o período seco, dentre elas cana-de-açúcar com a ureia, silagens, feno e irrigação de pastagem. “Hoje, boa parte dos produtores de leite con-finam seus animais no período seco fornecendo volumoso no cochos. Sa-bemos que essa transição não deve ser efetuada de maneira brusca. Devemos começar a tratar dos animais assim que se encerra o período de chuvas e seguir tratando até que as pastagens se restabeleçam, nos meses de outu-bro e novembro.”
Ele destaca que no período da seca o animal deve ingerir de 2% a 3% de volumoso e alimento concentrado que suplemente as exigências produtivas dos animais.
Ele acrescenta que para confina-mentos de animais, é necessário pre-ocupar com alguns aspectos. “Em pri-meiro lugar a água deve ser fornecida à vontade e em volume necessário (um animal adulto pode ingerir de 60 a 120 litros de água por dia). Em segundo, o alimento deve ser fornecido mais ve-zes ao dia.”
Além disso, é necessário nos pre-ocupar com o bem-estar animal. “Por isso, os cochos devem ser cobertos. Fora deles devemos proporcionar sombra para todos os animais, algo em torno de 4 a 5 m² de sombra por animal)”, explica.
Sáudio salienta que na hora de ali-mentar o rebanho, não existe a melhor ou pior opção, e sim saber usar da me-lhor forma possível as mais variadas dietas para o período seco. “Toda die-ta animal deve ser acompanhada por um médico veterinário ou zootecnista que irá balancear adequadamente a alimentação para o seu rebanho.”
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Está na dúvida de qual alimento escolher para o rebanho? Seguem algumas Entre as opções que podem contribuir para atender às necessidades dos rebanhos no período seco.
Orlando Resende, do município de Ani-cuns, acredita que alimentar o gado com a pastagem na época das chuvas e dar continuidade na produção dentro do confinamento é a melhor opção. Ele con-ta que há oito confina o gado na seca. “Essa foi a melhor opção, dessa maneira a qualidade da carne produzida não cai.”
Ele acrescenta que para ter certeza da quantidade exata de concentrado e vo-lumoso a usar, tem um veterinário que faz esse acompanhamento. “Ter um bom profissional analisando a suplementação me traz confiança. Porque dessa maneira sei o quanto devo usar de cada alimento e não comprometo a produtividade.”
Em sua propriedade, Orlando conta que faz somente duas fases do processo de produção. “Aqui faço a recria e engorda. A fase na terminação é sempre no perío-do seco com o confinamento. Para mim essa combinação de pasto e depois con-finar o gado me garante uma produção com qualidade”, conta.
Fonte: Médico veterinário, Sáudio Vieira Peixoto.
Alternativas nutritivas
Confinar para produzir
Tem como qualidade estar no auge de sua produção no período seco quan-do mais se necessita alimentar as vacas, a cana exige pouca mecanização, quando adubada apresenta boa produtividade (80 a 120 toneladas/hec-tare). Porém, a cana apresenta alguns pontos negativos, tais como baixa concentração de proteínas e minerais, por isso faz-se necessário uma boa mineralização e a correção com ureia (ureia + sulfato de amônio).
Cana-de-açúcar:
Essa é a maneira pela qual é possível conservar, através da fermen-tação, uma forrageira colhida no período de chuva para que a mesma possa ser usada no período de seca. As silagens mais comumente usa-das são de milho e sorgo, mas também podem ser silagens de cana, capim milheto, etc.
ensilagem:
São pouco utilizadas, pois são de difícil manejo e normal-mente o seu consórcio com o capim é de pouca eficácia.
Leguminosas:
Podem ser usadas, porém, atentando-se ao fato de que a melhor altura de corte está por volta de 1,5 metro, pois as capineiras com alturas superiores a esta são de baixo valor nutritivo para os animais. Podem ser utilizadas por dois a três cortes no período de chuvas e mais um corte no período de seca.
Capineiras:
É uma técnica muito utilizada para gado de corte, ou para atender categorias menos exigentes em gado de leite (novilhas). Nesta técnica deixamos o capim passar do ponto de corte normalmente utilizado em manejos de pastagens rotacionadas, utilizando dessas sobras no perí-odo seco. Apesar de que com esse manejo o capim apresenta menores teores de nutrientes (proteína e NDT) e menor digestibilidade, sendo incapaz de suprir o balanceamento de dietas para animais leiteiros.
Diferimento de pastagens:
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Há três anos o produtor de leite, Antônio Eduardo Sobrinho, garante a alimentação do seu rebanho no período da seca. O método escolhido por ele foi a irrigação do pasto. Para ele, a distribuição de água de maneira artificial em pastagens é a garantia para se produzir como planejado, sem que a falta de chuvas altere os índices de produtividade e de rentabilidade previamente estabelecidos.
Antônio, que faz parte do Programa Balde Cheio do Serviço Nacional de Apren-dizagem Rural (Senar Goiás), em Morrinos, conta que na época da seca usava a cana--de-açúcar e concentrado para alimentar o gado. “Isso não garantia a sobrevivência do rebanho. Durante os 10 anos que usei esse tipo de alimentação, sempre perdia uma ou duas cabeças no período seco.”
O produtor explica que a mudança au-mentou o lucro da família. “A pastagem au-mentou a produção diária do leite e diminui o custo, o que no fim do mês gera uma re-ceita positiva”, garante.
Pasto verdinho o ano todoO produtor Antônio Eduardo e esposa, Maria Aparecida cuidam da alimentação do gado com pastagem irrigada
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PECUáRIA DE CORTE
Melhoramento genético possibilita eficiência do plantel e garante desempenho econômico
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Melhoramento genético do gado de corte é considerado ferramenta fundamental para a
eficiência da atividade
Karina Ribeiro | revistacampo@faeg.com.br
Especial para a Revista Campo
Superioridade no rebanho
Diante da competitividade da pecuária de corte no País e no mercado exter-
no, a busca por melhores resul-tados em um menor espaço de tempo é um caminho sem volta. E é aí que entra a importância do melhoramento genético que pos-sibilita a eficiência do plantel.
O método dá celeridade aos processos de desmame, ganho de peso, abate e favorece a precoci-dade sexual. Em decorrência dis-so, um dos principais resultados é um melhor desempenho econô-mico da propriedade.
Segundo criadores e técnicos do setor, o plantel de Goiás é considerado de alto padrão, mas com grande espaço para cresci-mento. Para isso, é necessário difundir os benefícios da tecno-logia. Segundo o técnico da As-sociação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), Izarico Camilo Neto, é possível ampliar mais a qualidade do gado local.
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Ele explica que, para isso, os cria-dores devem ficar atentos a aplica-ções de regras básicas. “Ele precisa atentar para a área comercial. Hoje em dia, se ele for um produtor que está visando venda de touros, tem que investir em genética”, resume. A mesma orientação aplica-se aos produtores que visam comercializar bezerros, já que a finalidade é que o animal ganhe carne e musculosida-de em um menor espaço de tempo.
Passo por passoPara Izarico, o primeiro passo é
implantar um programa de melho-ramento genético na propriedade. Embora existam alguns no merca-do, ele aconselha a implantação do Programa de Melhoramento Gené-tico (PMGR), considerado o maior banco de dados da raça zebuína. “Assim ele consegue identificar as matrizes com maior funcionalida-de, melhorar o rebanho e facilitar o descarte”, diz.
Entretanto, explica que para ter bons resultados dois fatores precisam andar juntos. Para ele, de nada adian-ta ter um bom plantel se a alimenta-ção não for de boa qualidade ou vice--versa. A união desses dois quesitos faz com que os animais de melhor capacidade genética se sobressaiam.
O manejo também precisa ser ra-cional, diminuindo a quantidade de acidentes com animais. “Também pre-cisa investir em funcionários e melho-rar a qualidade de vida dos colabora-dores”, afirma. Izarico afirma, ainda, que é fundamental o investimento em material genético de ponta. Ou seja, touros melhoradores, são reproduto-res que vão garantir maior desempe-nho do plantel.
Para facilitar o manejo, o ideal é que o pecuarista invista em um pro-grama de estação de monta. As va-cas que estiverem saudáveis entram para o programa. “Assim, elas pode-rão parir e gestar no mesmo período. Isso facilita todo o manejo”, ensina.
Em comum, os dois criadores trabalham com ferramentas que di-minuem as margens de erro. Uma delas é a Diferença Esperada da Progênie (DEP). A técnica é utiliza-da para comparar o mérito genético de animais de várias características e indica o valor genético de um ani-mal que é transmitido a seus filhos.
É importante salientar que um animal, não necessariamente, pos-sui todas as características positi-vas. Portanto, é importante que a seleção seja feita de acordo com os objetivos e do que se pretende bus-car com o melhoramento genético do rebanho.
“Quem utiliza uma vez a técni-ca para conhecer seus atributos não
volta mais atrás. Meu pai matava um boi com seis anos de vida, hoje fazemos isso com 24 meses”, diz o pecuarista e presidente da Associa-ção Goiana de Criadores de Zebu, Clarismino Luiz Pereira Júnior. Ele explica que ao integrar o programa, o pecuarista percebe as vantagens do desmame precoce, do ganho rá-pido de peso, dos intervalos curtos entre partos.
Ele ressalta que o melhoramen-to genético impede que pecuaristas recorram às observações físicas do animal para escolha como futu-ro gerador dos próximos animais. “Tem animais que são bonitos, mas não foram feitos para serem tou-ros”, avalia.
Produtores buscam no método os benefícios da precocidade
Presidente da Associação Goiana dos Criadores de Zebu, Clarismino Luiz ressalta que nem todos os animais possuem todas as características positivas
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A criadora de gado Nelore, Nelcy Palhares, está há 32 anos na ativida-de e sempre trabalhou na busca por aprimorar o melhoramento genético do gado Nelore. Ela conta que, no início, as únicas informações que tinha do gado era de resultado de pista. “Só sabíamos se o gado tinha sido campeão”, diz.
Atualmente, a gama de infor-mações é vasta. Existem catálogos, com todos os dados disponíveis do animal. E, com isso, os resultados são sentidos na prática. A busca pela precocidade pode ser compa-rada a uma engrenagem: matrizes que gestam mais precocemente ge-ram novilhas com maior ganho de peso, resultando em abates mais rápidos. Tudo isso atrelado às carac-terísticas raciais.
É preciso todo um cuidado nas seleções dos animais, já que serão os pais das próximas gerações. “Quan-do comecei, o touro mais pesado era de 800 quilos, hoje você vê com extrema facilidade touros com mais de uma tonelada em vários plantéis. O ganho de peso é surpreendente”, diz. Os machos, filhos de animais com essas características, são aba-tidos com apenas 20 meses de vida e as fêmeas são encaminhadas mais
cedo para a reprodução.Na Fazenda Brasília, localizada
no município de Inaciolândia, Nelcy possui 1,2 mil matrizes para repro-dução de touros. “Cerca de 90% do nosso gado é para fazer touros e fê-meas melhoradas”, diz. Os animais cujas características não são as espe-radas, são destinados ao abate.
AvançosPara o pecuarista, Marco Auré-
lio Fernandes, o melhoramento ge-nético tem papel fundamental na evolução da pecuária brasileira. “A pecuária estava ficando para traz, se comparada com a agricultura e vi-
mos a necessidade de procurar no-vos caminhos”, avalia.
Em suas propriedades locali-zadas em Anápolis e Palestina de Goiás, o pecuarista possui 400 ma-trizes, onde cada cabeça passou por um processo de identificação. Apontando as deficiências e virtu-des de cada animal, é possível fazer os acasalamentos corretivos com alto grau de acerto.
“Nossos animais são mensu-rados desde os três meses até 18 meses”, afirma. Dessa forma são descartados os animais inferiores e potencializada, ao máximo, a multi-plicação dos superiores.
Pecuaristas caminham em passos largos para a evolução
Marco Aurélio Fernandes possui 400 matrizes em suas propriedades rurais
Criadora de gado Nelore, Nelcy Palhares está há 32 anos na atividade e diz que é preciso cuidado na seleção de animais
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Seminários apresentam medidas simples de administração e aprimoramento da atividade leiteira
Leydiane Alves | leydiane@faeg.com.br
Sanidade e gestão em debate
GOIáS LEITE
Durante duas semanas, três mil produtores e técnicos se reu-niram nos seminários regio-
nais de pecuária leiteira do 4ª Goiás Leite, realizados entres os dias 5 e 16 de agosto. Ao todo, nove seminários foram promovidos em municípios lo-calizados nas principais bacias leitei-ras do Estado com o objetivo de levar informações técnicas e oportunidades de aprimoramento da atividade.
José Mário Schreiner, presidente do Sistema Faeg/Senar reiterou que discutir a produção de leite, hoje, é de extrema importância para a situação
que o Brasil vai se encontrar daqui a 30 anos. “Nós seremos os principais produtores de alimento no mundo. A expectativa é de que, até 2040, a população mundial passe de sete para nove milhões de pessoas. Assim sen-do, nós precisamos estar conscientes do nosso papel de produtores de ali-mentos nessa cadeia”, afirma.Painéis
Dois painéis dividiram o evento. O primeiro falou sobre a Sanidade Ani-mal, com a palestra Controle da Bru-celose e Tuberculose: Menos prejuízo ao produtor. O pesquisador da Embra-
pa Gado de Leite, Antônio Cândido Cerqueira, afirmou, na ocasião, que o rebanho infectado diminui a produção com valores entre 20% e 25%.
O evento apresentou também o painel Gestão da Atividade de Lei-teira, que tratou do Programa Balde Cheio como ferramenta de gestão do produtor. A responsável pelas pales-tras foi Rosângela Zoccal. Ela alertou sobre a importância da pastagem na atividade leiteira. “Para ser um bom produtor de leite é preciso ser um bom agricultor. O leite vem do pasto. O que a vaca come é o que ela vai pro-
Presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner discursa em auditório lotado no município de Silvânia
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duzir”, ressaltou. O instrutor do Senar Goiás e téc-
nico do programa Balde Cheio, Carlos Eduardo Freitas, encerrou os trabalhos do dia com a palestra: Programa Balde Cheio Como Ferramenta de Gestão do Produtor. Ele explicou o funcionamen-to do programa realizado pelo Sistema Faeg/Senar com visitas de produtores às unidades demonstrativas e visitas do técnico responsável às propriedades.
Experiência O tema discutido no último painel
soa familiar para o produtor de São João da Paraúna, Eber Gomes Brandão. Ele sabe bem a importância de uma boa gestão para o aumento da produ-ção. Há exatos dois anos e um mês ele passou a fazer parte do Programa Bal-de Cheio e, hoje, comemora os resulta-dos de um trabalho bem feito.
Eber que fez questão de levar toda a família para o evento, conta que o negócio é tocado somente por ele, a esposa e os três filhos. “Não tenho funcionários, é um trabalho de pai para filho. Depois do Balde Cheio nossa atividade e melhorou muito. No início eu produzia uma média de 50 a 100 litros diários. Hoje, consigo pro-duzir mais de 300 litros”, comemora o pecuarista.
Com apenas 18 anos, Lucas Gabriel Bonifácio Silveira, do município de Acreúna, já sabe o caminho que deseja seguir. “Quero trabalhar na proprieda-de do meu pai como produtor de leite e ter o meu próprio ne-gócio.” Ele é um dos alunos do Pronatec do Senar que estiveram presentes no evento.
Lucas conta que seu pai sem-pre foi produtor de leite, mas o alimento produzido na fazenda era apenas para consumo pró-prio. Participando do Programa e acompanhando as palestras do 4º Goiás Leite, o jovem decidiu o seu futuro. “Fui criado na fazen-da e sempre gostei muito dessa vida. Quero dar continuidade ao trabalho do meu pai. Mas, a dife-rença é que quero produzir para fora”, fala.
Durante o ano passado, Lu-cas participou do curso de Bo-vinocultor de Leite do Pronatec. Pensando em agregar mais co-nhecimentos para a futura pro-fissão, nesse ano, ele fez o curso de Inseminação Artificial. “Acho
muito importante nos preparar para a atividade. Com esses dois cursos, já deu para ter uma boa noção do que me espera.” O pró-ximo plano de Lucas é ingressar na faculdade. “Quero juntar um dinheiro e começar o meu curso de graduação. Não decidi qual, mas com certeza vai ser na área da pecuária. Talvez, pode ser até zootecnista”, diz
Sucessão familiar garantida
Lucas Gabriel, de 18 anos, quer trabalhar na propriedade do pai e ser produtor de leite
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DELÍCIAS DO CAMPO
Receita elaborada por tecnólogo em gastronomia e instrutor do Senar Goiás, Cristiano Ferreira da Silveira.
INGREDIENTES6 maçãs de preferência verdes8 pimentas dedo de moça1 Kg de açúcar½ litro de água
MODO DE FAzER:Descascar as maçãs em água com sal e tirar as sementes. Picar as maçãs em pedaços pequenos.Partir a pimenta ao meio e tirar as sementes. Leve todos os ingredientes ao fogo, deixe ferver 30 minutos.Bata no liquidificador.Volte o líquido batido para a panela e dê o ponto de geleia.
Geleia de Pimenta
INGREDIENTES:2 copos de morango pi-cados e sem os cabos1 copo de açúcar1 copo de água1 copo de pectina
MODO DE FAzER:Fora do fogo, misture bem o morango picado, a água e o açúcar.Leve os ingredientes mexidos ao fogo baixo e es-pere a calda engrossar e cozinhar os morangos.Depois que o morango cozinhou coloque a pec-tina (veja receita abaixo) e misture bem até o ponto de geleia.
Pectina é a substância usada para dar consistên-cia às geleias.
INGREDIENTES:5 maracujás descascados e sem sementes3 copos de água
MODO DE FAzER:colocar para cozinhar na panela de pressão por cinco minutos e depois bater no liquidi-ficador. Guardar o líquido obtido em vidro esterilizado e rotulado na geladeira, por um período de cinco dias no máximo.
Geleia de Morango
Pectina Caseira
Envie sua sugestão de receita pararevistacampo@faeg.com.br ou ligue (62) 3096-2200.
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CASO DE SUCESSOM
endel Cortizo
Uenes Peixoto aprendeu a Doma Racional de Equinos por meio de Curso do Senar
34 | CAMPO Setembro / 2013 www.sistemafaeg.com.br
Ensinar sem força e ganhar a con-fiança dos animais na base do carinho. Esse foi o desafio en-
frentado pelo trabalhador rural Uenes Peixoto de Alcântara, 42, ao participar do treinamento em Doma Racional de Equinos promovido pelo Serviço Na-cional de Aprendizagem Rural (Senar Goiás) em parceria com o Sindicato Rural de Britânia e Aruanã. Traba-lhando com a doma de cavalos e mu-las desde a infância, ele não acredita-va em uma outra forma de educação, mas agora garante que a Doma Racio-nal traz grandes benefícios.
“No começo eu achei que era bes-teira, bobagem fazer um curso de do-mar animais, achava até desnecessá-rio. Acontece que muitos produtores do município de Britânia começaram a procurar o curso e eu me interessei. Antes, domar mulas e cavalos demo-rava de quatro a oito meses. Agora, com a doma racional, em uma semana o animal já começa a trabalhar. Eu não obrigo mais o animal a fazer alguma coisa, eu ensino ele fazer”, completa.
Para Uenes, o trabalho está facilita-do. Sem lesões e com uma tropa dócil, afirma que ganharam ele e o patrão. O trabalhador já participou de dois cur-sos do Senar Goiás e passou a acreditar que a qualificação é essencial. “Hoje eu utilizo 90% de tudo o que aprendi nos cursos e tem dado resultado. Eu sempre tento unir a técnica e a prática”, finaliza.
Razão e respeitoPara o Sindicato Rural de Britânia
e Aruanã essa parceria com o Siste-
ma Faeg/Senar foi muito importante, porque deu aos produtores e traba-lhadores a oportunidade de atuar com capacitação adequada. Segundo o presidente do Sindicato, Wagner Marchesi, a demanda pelo treina-mento tem aumentado cada vez mais, o que ele considera extremamente positivo. “Produtores e trabalhado-res deixaram a doma com violência e passaram a entender o animal, tor-nando a prática uma forma de ganho para ambos”, diz.
De acordo com o instrutor do trei-namento em Doma Racional do Senar Goiás Thiago Borges, a técnica ajuda o trabalhador a entender o animal. “A doma é como a base de uma casa, co-meça pelo alicerce, depois as paredes e por último o teto, que é quando o profissional aprende lidar com o ani-mal. A partir do momento que você conhece o animal e conhece as técni-cas fica tudo mais fácil. Animal e o ser humano se tornam mais próximos e deixam de sofrer”, explica.
Trabalhador rural participa de cursode Doma Racional de equinos e afirma que
ganho para o trabalho foi inestimável
Amanda Ariel | revistacampo@faeg.com.br
Especial para a Revista Campo
Ensinando com carinho
Os interessados em treinamentos e cursos do Senar, em Goiás, no município de Britânia devem entrar em contato com o Sindicato Rural pelo telefone (62) 33831244
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eM AGOstO, O senAr PrOMOVeU
377 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL 82 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL
5.211PRODUTORES E
TRABALHADORES
RURAIS
CAPACITADOS
41 149 14 10 9 102 48 37 2 4 12 23 4
Na área de
agricultura
Em atividade
de apoio
agrossilvipastoril
Na área de
silvicultura
Na área de
agroindústria
Na área de
aquicultura
Na área de
pecuária
Em atividades
relativas à
prestação de
serviços
Alimentação
e nutrição
Organização
comunitária
Saúde e
alimentação
Prevenção de
acidentes
Artesanato Educação para
consumo
CURSOS E TREINAMENTOS
terapia do cavalgar
Laris
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Lançado em 2011, o Programa Equoterapia está presente em 21 cidades goianas e atende, em média, 300 pessoas com necessidades especiais. Promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás (Se-
nar Goiás), em parceria com as prefeituras e sindicatos rurais dos municípios, o programa deve crescer, em breve. Neste mês de agosto, assessoras técnicas do Senar Central visitaram centros goianos para avaliar a possibilidade de na-cionalizar programa.
A terapia surgiu no Brasil na década de 1970 e é indicada para: amputação, portadores de síndrome de Down, dependência química, autismo paralisia ce-rebral, hiperatividade, postura, estresse, depressão e obesidade, entre outros diagnósticos. Gabriel Luz, de 2 anos e oito meses, é portador de paralisia infan-til nível 1. Prematuro e com paralisia no nascimento, ele aprendeu, com o cavalo, a dar os primeiros passos e aos poucos recupera todos os movimentos.
O aprendizado ocorre porque o cavalo simula, para o paciente, o movi-mento que a coluna faria caso ele estivesse caminhando. Para o cérebro é um estímulo e, além da reabilitação, o tratamento proporciona educação e socialização. Os resultados incluem ainda autoconfiança, estimulação tátil, orientação espacial e memória.
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eM AGOstO, O senAr PrOMOVeU
377 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL 82 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL
5.211PRODUTORES E
TRABALHADORES
RURAIS
CAPACITADOS
41 149 14 10 9 102 48 37 2 4 12 23 4
Na área de
agricultura
Em atividade
de apoio
agrossilvipastoril
Na área de
silvicultura
Na área de
agroindústria
Na área de
aquicultura
Na área de
pecuária
Em atividades
relativas à
prestação de
serviços
Alimentação
e nutrição
Organização
comunitária
Saúde e
alimentação
Prevenção de
acidentes
Artesanato Educação para
consumo
Gabriel Luz, de 2 anos, nasceu com paralisia e, hoje, começa a andar após participar de equoterapia em Piracanjuba
Para mais informações sobre treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar, em Goiás, o contato é pelo telefone (62) 3545-2600 ou pelo site www.senargo.org.br
*Cursos promovidos entre os dias 1º e 25 de agosto
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CAMPO ABERTO
“Ninguém se escu-sa de cumprir a lei, alegando que
não a conhece”. Assim está es-tabelecido no art. 3º da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro. No entanto, como ter conhecimento de todas as obri-gações se somente em 2013, até o mês de julho, já foram aprova-das pela Câmara dos Deputados duas novas Emendas Constitu-cionais, duas Leis Complementa-res e 64 Leis Ordinárias? O mais incrível é que tal produção está somente em âmbito federal. Se trouxermos para o âmbito das leis estaduais e municipais, a to-talização será um número ainda mais atormentador.
A Lei nº 10.267, de 2001, mais conhecida como Lei do Georrefe-renciamento, é uma dessas que, mesmo com 12 anos de existên-cia, ainda é desconhecida por grande parte dos proprietários ru-rais, causando transtorno aos que nessa obrigação legal esbarram.
Ao modificar a Lei nº 6.015, de 1973 (Lei dos Registros Públi-cos) passou a determinar que o georreferenciamento do imóvel rural deve ser averbado em sua matrícula junto ao Cartório de Registro de Imóveis.
Por meio do georreferencia-mento, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) gerencia e promove o or-denamento da estrutura fundiária nacional, mantém atualizado um cadastro nacional de imóveis ru-rais, de proprietários e detentores
de imóveis rurais e de arrendatá-rios e parceiros.
Para isso é preciso que o inte-ressado contrate um profissional da área de agrimensura creden-ciado junto ao Incra e apresente documentação necessária para a certificação do imóvel.
Sem ela, o imóvel rural não poderá ser vendido, partilhado, permutado, doado, desmem-brado, remembrado, alienado fi-duciariamente e nem poderá ser realizada a contratação de em-préstimos agrícolas que permi-tam a execução da função social do imóvel rural.
O que pode redundar, no caso de descumprimento da fun-ção social da propriedade, na de-sapropriação por interesse social para fins de reforma agrária, com o recebimento como pagamento de Títulos da Dívida Agrária res-gatáveis do 2º ao 20º ano.
A finalidade maior do geor-referenciamento é acabar, defi-nitivamente, com a sobreposição de imóveis, concedendo assim uma maior segurança jurídica ao sistema fundiário brasileiro.
A despeito da boa intenção da norma jurídica, o Incra não está aparelhado para dar respos-ta à demanda nacional de ge-orreferenciamento de todos os imóveis rurais. Motivo gerador de outros dois decretos-lei que alteraram o prazo final de obri-gatoriedade do averbamento do georreferenciamento na escritu-ra pública do imóvel rural.
O Decreto-Lei nº 4.449, de
2002, fixa a data de 20 de no-vembro de 2003 como início de contagem para esses prazos, ou seja, a partir de novembro de 2013 todos os imóveis com área de 250 hectares ou maiores são obrigados a proceder com o ge-orreferenciamento.
É importante frisar que to-dos os processos administrati-vos de mesma natureza trazem como objeto a solicitação de certificação dos serviços de ge-orreferenciamento, gerando uma sobrecarga de atividades para a Autarquia Fundiária.
Isso compele o proprietário a precaver-se e a solicitar, o quan-to antes, o georreferenciamento de seu imóvel sob pena de so-frer elevados prejuízos quando necessitar realizar quaisquer das operações já citadas. Se empre-ender no Brasil já é um desafio naturalmente oneroso, o indiví-duo ser surpreendido com obri-gações legais novas e antigas é uma situação ainda mais des-confortável.
De acordo com a lei, os pro-prietários de imóveis rurais es-tão obrigados a georreferenciar imediatamente seus imóveis. É prudente e recomendável que tal operação seja realizada o quanto antes, até mesmo para evitar prejuízos, já que o Incra, não conseguindo expedir a cer-tificação em prazos razoáveis, vem atendendo prioritariamente os pedidos emergenciais solici-tados por meio de medidas ex-trajudiciais e judiciais cabíveis.
Georreferenciamento: uma necessidade latente?
Fabrício Borges
Machado
é advogado
Fábio Antônio silva
de Oliveira
é advogado e
administrador de
empresas
Arqu
ivo
pess
oal
Arqu
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Fábio Antônio Silva de oliveira | fabio.aso@gmail.comFabrício Borges Machado | fborgesmachado@gmail.com
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