View
218
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
8/17/2019 5a Aula - Legislação Social - o Empregado
1/29
LEGISLAÇÃO SOCIAL
O EMPREGADO
8/17/2019 5a Aula - Legislação Social - o Empregado
2/29
8/17/2019 5a Aula - Legislação Social - o Empregado
3/29
2 – DIFERENÇA ENTRETRABALHADOR E EMPREGADO
Trabalhador é aquele que presta um serviço. (serviço não
subordinado)
O que interessa ao Direito do Trabalho é o trabalhador
empregado.
Não é somente a subordinação que caracteriza um trabalho com
vínculo.
Além da subordinação, existem a pessoalidade, a nãoeventualidade e o salário.
8/17/2019 5a Aula - Legislação Social - o Empregado
4/29
3 – CARACTERIZAÇÃO LEGALDO EMPREGADO
O art. 3º da CLT menciona os elementos caracterizadores do
empregado, que são: o t rabalho pessoal de fo rma não
even tual, sob dependência e mediante salário .
Vejamos cada um desses elementos
8/17/2019 5a Aula - Legislação Social - o Empregado
5/29
3.1 – TRABALHO PESSOAL
É o princípio da pessoalidade.
Através desse princípio, diz-se que o trabalho é exercido em caráter pessoal, ou
seja, intuitu personae, pois só a pessoa física é que pode ser empregado, e este
não pode se fazer substituir por outrem na execução dos serviços.
Obs: Se houver uma relação de trabalho na qual o prestador de serviço seja uma
pessoa jurídica, estaremos diante de uma situação que interessa no Direito
Comercial ou Direito Civil.
Obs: Pode haver casos que a substituição esporádica do serviço por outra pessoa
que não o empregado não descaracterizará este. (Exemplo: O professor que num
determinado dia não pode comparecer na faculdade e pede para outro colega
ministrar a aula e com a concordância do empregador)
8/17/2019 5a Aula - Legislação Social - o Empregado
6/29
3.2 – SERVIÇOS NÃO EVENTUAIS
Serviço não eventual é aquele prestado de forma contínua dentro do que
foi combinado pelas partes, ou seja, de forma repetitiva.
Obs: O trabalho poderá ser prestado de 2ª às 6ª feiras, das 8:00 às 17:00
hs, ou, apenas 1 vez por semana, durante um certo horário.
Exemplo: ( Prof. de Legislação Social)
Serviço eventual é aquele prestado de forma não costumeira. Exemplo: O
pedreiro que é contratado para executar um serviço numa residência porum determinado período. Neste caso não há a continuidade; logo não é
constante e não há que se falar em vínculo de emprego.
8/17/2019 5a Aula - Legislação Social - o Empregado
7/29
3.3 – DEPENDÊNCIA DO EMPREGADOR
Alguns autores entendem que essa dependência é financeira, ou seja, oempregado depende unicamente do salário que o empregador lhe paga,
para a sua subsistência e de sua família.
Outros autores entendem que o termo “dependência”, utilizado pela lei,
está a indicar a subordinação.
Essa dependência se exterioriza quando o empregador toma decisões
quanto ao funcionamento de sua empresa.
É o empregador quem escolhe o local de trabalho, quem adquire
ferramentas, utensílios, uniformes de trabalho e, ainda, tem o empregador
a prerrogativa de dar ordens ao empregado, determinando a este o quê,
onde e como fazer suas tarefas profissionais.
8/17/2019 5a Aula - Legislação Social - o Empregado
8/29
3.4 – SALÁRIO
Um dos elementos do contrato de trabalho é a onerosidade.
Não há contrato de trabalho se este for gratuito, ou seja, se uma pessoa física que
presta serviços de forma não eventual sob a dependência de um empregador, masque não tenha o elemento salário.
Exemplo: É o caso das atividades religiosas (pastor ou freira que trabalha num
hospital, diariamente,mas sem receberem salário, pois é inerente a essas
atividades a gratuidade, não sendo, portanto, considerados empregados.
8/17/2019 5a Aula - Legislação Social - o Empregado
9/29
SALÁRIO
Vejamos um julgado onde um pastor ingressou uma reclamação
trabalhista pedindo o reconhecimento judicial do vínculo de emprego:
“ ontrato de emprego – Pastor – Inexistência. Inexiste contrato de
emprego entre Pastor e sua Igreja, face à natureza espiritual e
vocacional do vínculo. Aquele que exerce atividade subordinada
unicamente à sua crença, mantendo com a instituição um liame
puramente religioso, não é dela um trabalhador comum. Não restando
caracterizada a relação empregatícia entre os litigantes, confirma-se
decisão que julgou o autor carecedor dos direitos de ação nesta Justiça
especializada”
TRT
–
MG, RO 2.042/90, Tarcísio Giboski, Ac. 2ª T.).
8/17/2019 5a Aula - Legislação Social - o Empregado
10/29
4 – EMPREGADOE
TRABALHADOR AUTÔNOMO
Trabalhador autônomo é aquele que presta seu serviço sem qualquer
subordinação a quem quer que seja.
Exemplo: O médico, o advogado, o dentista e o representante comercial autônomo.
Atenção: Na prática, muitas vezes, uma relação de trabalho autônoma pode estarocultando uma relação de emprego.
Exemplo: Um representante comercial autônomo que tenha assinado um contrato
de representação comercial com uma empresa, recolhendo o mesmo as verbas
devidas à Previdência Social, que tenha registro em seu órgão de classe, poderá
ser considerado um empregado, se o mesmo se enquadrar na definição do art. 3
da CLT.
Pergunta-se: O contrato assinado entre as partes não tem valor ? Não tornou-se
lei entre eles ?
8/17/2019 5a Aula - Legislação Social - o Empregado
11/29
4 – EMPREGADO ETRABALHADOR AUTÔNOMO (CONTINUAÇÃO...)
O Art. 9º da CLT diz:
“Serão
nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de
desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na
presente Consolidação.
”
Portanto, se uma pessoa física prestar serviços não eventuais a
empregador, sob a dependência deste e mediante salário, será
empregado e aquele contrato assinado como representante comercial é
nulo, não gerando efeito jurídico.
8/17/2019 5a Aula - Legislação Social - o Empregado
12/29
5 - EMPREGADO DOMÉSTICO
O art. 3º da CLT não é aplicável aos empregados domésticos.
A Lei n. 5.859/72 é a que dispõe sobre a profissão de empregado doméstico e dá
outras providências.
O art. 1º dessa lei, dispõe:
“Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que presta serviços de
natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no
âmbito residenciais destas, aplica-se o disposto nesta lei.”
Logo, empregado doméstico é aquele que trabalha de forma não eventual e sem
finalidade lucrativa no âmbito familiar.
8/17/2019 5a Aula - Legislação Social - o Empregado
13/29
5 - EMPREGADO DOMÉSTICO (CONTINUAÇÃO)
DIREITOS ASSEGURADOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
-- salário mínimo
-- irredutibilidade do salário
-- 13º salário
-- repouso semanal remunerado
-- férias anuais remuneradas + 1/3
-- licença à gestante
-- licença paternidade
-- aviso-prévio
-- aposentadoria
8/17/2019 5a Aula - Legislação Social - o Empregado
14/29
5 - EMPREGADO DOMÉSTICO (CONTINUAÇÃO)MUDANÇAS OCORRIDAS NA LEI QUE TRATA DOS EMPREGADOS DOMÉSTICOS:
O que já era garantido pela lei?
- Carteira de trabalho assinada
- salário mínimo,
- irredutibilidade do salário,
- décimo terceiro salário,
- repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos,
- folga nos feriados civis e religiosos,
- férias de 30 dias remuneradas,
- férias proporcionais, no término do contrato de trabalho,
-- estabilidade no emprego na gravidez,
8/17/2019 5a Aula - Legislação Social - o Empregado
15/29
5 - EMPREGADO DOMÉSTICO (CONTINUAÇÃO)
-- licença à gestante,
- licença-paternidade de cinco dias,
- auxílio-doença pago pelo INSS,
- aviso prévio de 30 dias, aposentadoria,
- vale-transporte,
- FGTS opcional,
- seguro-desemprego (para quem recolhe FGTS, de até três parcelas correspondentes ao
mínimo).
8/17/2019 5a Aula - Legislação Social - o Empregado
16/29
5 - EMPREGADO DOMÉSTICO (CONTINUAÇÃO)
Os empregados passam a ter os mesmos direitos dos demais trabalhadores. As
novas regras valem também para domésticos que trabalhem ao menos três vezes
por semana em uma mesma residência.
Já estão em vigor:
• jornada regulamentar diária de até 8 horas e semanal de 44 horas
• hora extra de 50% sobre a hora normal
• redução dos riscos de trabalho
• proibição de diferença de salário, função e critério de admissão devido a sexo,
idade, cor, estado civil e deficiência
• proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre para menor de 18 anos
8/17/2019 5a Aula - Legislação Social - o Empregado
17/29
5 - EMPREGADO DOMÉSTICO (CONTINUAÇÃO)
Precisam de regulamentação:
• reconhecimento de convenções e acordos coletivos de trabalho
• assistência gratuita a filhos de até 6 anos em creches e pré-escolas
• Seguro-desemprego• FGTS obrigatório e multa de 40% sobre o saldo do Fundo nas demissões sem justa
causa
• adicional noturno (20% sobre a hora normal)
• salário-família
• seguro contra acidente de trabalho
8/17/2019 5a Aula - Legislação Social - o Empregado
18/29
5 - EMPREGADO DOMÉSTICO (CONTINUAÇÃO)
ATENÇÃO: Deve-se tomar cuidado com a contratação de um
empregado doméstico. Pode ocorrer a contratação de um
motorista como empregado doméstico, e este, ao mesmo
tempo servir no âmbito familiar como também servir ao pai da
família quando este está investido nas funções de empresário.
Nestes casos, pode-se configurar uma relação de emprego nos
moldes do art. 3º, da CLT e não nos moldes da Lei n.
5.859/72.
8/17/2019 5a Aula - Legislação Social - o Empregado
19/29
5.1 – O PROBLEMA DA DIARISTA
É comum a prestação de serviços pelas chamadas diaristas que prestam serviços uma vez
por semana em determinadas casas, ou seja, cada dia trabalha numa residência.
Trata-se de trabalhador eventual.
Na prática criou-se uma jurisprudência “matemática”, a saber:
-- 1 dia p/ semana não caracteriza a não eventualidade;-- 3 dias p/semana caracterizam a não eventualidade, e
-- 2 dias p/ semana fica ao arbítrio do juiz.
OBS: Se forem encontrados os demais elementos da relação de emprego, tal diaristaserá considerada empregada.
OBS: Tendo em vista as recentes mudanças ocorridas na lei que trata dos empregados
domésticos, nada mudou com relação às diaristas, porém vale para as mensalistas.
8/17/2019 5a Aula - Legislação Social - o Empregado
20/29
6 – EMPREGADO RURAL
Da mesma forma que o empregado doméstico, o empregado rural tem
a sua definição traçada fora da CLT.
Sua definição está no art. 2º da Lei 5.889/73:
“Art. 2º Empregado rural é toda pessoa física que, em propriedade rural
ou prédio rústico, presta serviço de natureza não eventual a
empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário.
”
A diferença do empregado rural com relação ao empregado urbano (art.
7º da CLT) é a prestação de serviços em propriedade rural ou prédio
rústico.
8/17/2019 5a Aula - Legislação Social - o Empregado
21/29
8/17/2019 5a Aula - Legislação Social - o Empregado
22/29
7 – TERCEIRIZAÇÃO
Muito difundido hoje dia o vocábulo “ter eiriz ção” tem levado à Justiça
do Trabalho várias causas, com enormes prejuízos para empresas que,
num primeiro momento, entendiam não serem empregadoras.
A “terceirização” consiste na possibilidade de uma empresa passar
para“terceiros”
parte de seus serviços.
Todavia, este procedimento poderá gerar transtornos do ponto de vista
jurídico, particularmente quanto à existência de vínculo de emprego;
8/17/2019 5a Aula - Legislação Social - o Empregado
23/29
7 – TERCEIRIZAÇÃO (...CONTINUAÇÃO)
De acordo com a Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho, a “terceirização”
somente será válida, em se tratando de:
-- trabalho temporário;
-- serviços de vigilância;
-- serviços de conservação e limpeza;
-- serviços ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a
pessoalidade e a subordinação direta.
-Obs: É comum os empregados da empresa “terceirizada” ingressarem com ações
trabalhistas e se essas não pagarem os seus direitos, poderá tal encargo recair
sobre a tomadora dos serviços.
8/17/2019 5a Aula - Legislação Social - o Empregado
24/29
7 – TERCEIRIZAÇÃO (...CONTINUAÇÃO)
SÚMULA 331 DO TST:“I
–
A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o
vínculo diretamente com o tomador do serviços, salvo o caso de trabalho temporário
Lei n. 6.019, de 3-1-1974).
II
–
A contratação irregular de trabalhador, através de empresa interposta, não gera
vínculo de emprego com órgãos da Administração Pública direta, indiretamente ou
funcional art. 37, inc. II, da Constituição Federal).
III – Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de
vigilância Lei n. 7.102, de 20-6-1983), de conservação e limpeza, bem como a de
serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente
a pessoalidade e a subordinação direta.
IV – O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica
na responsabilidade subsidiária do tomador de serviços quanto àquelas obrigações,
inclusive quanto aos órgãos da administração direta, das autarquias, das fundações
públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista, desde que
hajam participação da relação processual e constem também do título executivo
judicial”
art. 71 da Lei 8.666/93 ).
8/17/2019 5a Aula - Legislação Social - o Empregado
25/29
8 – TRABALHO TEMPORÁRIO
O trabalho temporário é regulamentado pela Lei n. 6.019, de 3 de janeiro de 1974.
Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física a uma empresa, para
atender à necessidade transitória de substituição de um pessoal regular a
permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços (cf. art. 2º da Lei n.
6.019/74).Empresa de trabalho temporário, é a pessoa física ou jurídica urbana, cuja
atividade consiste em colocar à disposição de outras empresas, temporariamente,
trabalhadores, devidamente qualificados, por ela remunerados e assistidos . (Art.
4º).Obs: Essas empresas dependem de registro no Departamento Nacional de
Mão de Obra do Ministério do Trabalho.
8/17/2019 5a Aula - Legislação Social - o Empregado
26/29
8 – TRABALHO TEMPORÁRIO (...CONTINUAÇÃO)
No trabalho temporário existem 2 contratos, que deverão ser escritos:
-- Um contrato de caráter civil: entre a empresa de trabalho temporário e
a sua cliente;
-- Um contrato de trabalho: entre o prestador de serviço e a empresa detrabalho temporário.
-Obs: O contrato entre a“empresa
de trabalho
temporário”
e a
“empresa
tomadora”
com relação a um mesmo empregado, não
poderá exceder 3 meses, salvo autorização concedida pelo órgão local
do Ministério do Trabalho
8/17/2019 5a Aula - Legislação Social - o Empregado
27/29
8 – TRABALHO TEMPORÁRIO (...CONTINUAÇÃO)
Direitos do trabalhador temporário (art. 12º) :
a) Remuneração equivalente à percebida pelos empregados da mesma categoria da
empresa tomadora ou cliente calculados à base horária, garantida, em qualquer
hipótese, a percepção do salário-mínimo regional;
b) jornada de trabalho de oito horas, remuneradas as horas extarordinárias nãoexcedentes de duas, com acréscimo de 20%;
c) férias proporcionais;
d) repouso semanal remunerado;
e) adicional por trabalho noturno;
f) indenização por dispensa sem justacausa ou término normal do contrato,
correspondente a 1/12 (um doze avos) do pagamento recebido;
g) seguro contra acidente do trabalho; h)proteção previdenciária nos termos da Lei
Orgânica da Previdência Social;
8/17/2019 5a Aula - Legislação Social - o Empregado
28/29
9 – ESTAGIÁRIOS
O estagiário não é empregado.
O art. 1º da Lei n. 11.788/08 dispõe o seguinte:
“Art.1º Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvidono ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalhoprodutivo de educandos que estejam frequentando o ensino regularem instituições de educação superior, de educação profissional, deensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensinofundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e
adultos.”
A Lei n. 11.788/08 trouxe relevantes alterações nas relações de estágio,
tais como: .
8/17/2019 5a Aula - Legislação Social - o Empregado
29/29
ESTAGIÁRIOS (CONTINUAÇÃO)
-- a jornada de trabalho do estagiário não poderá ultrapassar seis horas
diárias;
-- o número de estagiários a serem contratados dependerá do números de
empregados da empresa;
-- os casos de contratos de no mínimo um ano de duração, o estagiário terá
direito a um recesso de 30 dias, sendo que este período será remunerado.
-Obs: O descumprimento de qualquer item da lei, implicará no
reconhecimento
Recommended