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ANÁLISE DA EFICÁCIA DA MICROCORRENTE EM EDEMA INFRAPALPEBRAL DE PELES MADURAS: UM ESTUDO DE CASO
Giovana Daniele Stolf
1, Silvia Patrícia de Oliveira
2
1 Acadêmica do curso de Tecnologia em Estética e Imagem Pessoal da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR); 2 Fisioterapeuta Dermato Funcional, Prof. Adjunta da Universidade Tuiuti do Paraná.
Endereço para correspondência: Giovana Daniele Stolf, giovanadaniele86@hotmail.com
RESUMO: O equipamento gerador de microcorrente é uma das opções no tratamento
estético do edema infrapalpebral em peles maduras na tentativa de amenizar e/ou reverter o
quadro. Essa técnica eletroterapêutica produz sinais elétricos similares ao do corpo humano,
os quais ficam diminuídos com o passar dos anos. Este trabalho teve como objetivo obter os
resultados preliminares acerca do tratamento usando a microcorrentes para redução de
edema encontrado na região infrapalpebral de mulheres com idade entre 42 a 54 anos. A
pesquisa foi realizada com uma amostra constituída por cinco mulheres que receberam
individualmente dez aplicações da técnica de microcorrente distribuídas em duas aplicações
semanais, sem uso de princípio ativo associado. Os resultados encontrados não
apresentaram diferença estatística significativa em relação ao edema infrapalpebral, porém
observou-se resposta positiva quanto à hidratação da pele na região, atenuando as linhas
ocasionadas pela desidratação. Quanto à ação da microcorrente no edema, sugerem-se
mais pesquisas na área em busca do embasamento científico que comprove seus reais
efeitos.
Palavras-chave: Edema, Peles Maduras, Microcorrentes.
_________________________________________________________________________
ABSTRACT: The microcurrent generator is one of the options for aesthetic treatment for
infra eyelid edema in mature skins trying to assuage and/or reverse the situation. This electro
therapy technique produces electric signals suchlike human body’s, wich are reduced as the
years go by. This project has the purpose of collecting preliminary results about treatment
using microcurrents to reduce the edema found in the infra eyelid area of women in between
42 and 54 years old. The research was done by five women which took individually ten
applications of microcurrents twice a week without using the active principle associated. The
results found do not show statistic difference relative to infra eyelid edema, however it was
possible to see that the hydration was effective in the applied area, attenuating the lines
made by dehydration. As for the action of microcurrents on edema, there must be more
researches in the zone finding the scientific basement to prove it’s real effects.
Keywords: Edema, Mature Skins, Microcurrents.
__________________________________________________________________________
2
1. INTRODUÇÃO
O edema infrapalpebral caracteriza-se pelo acúmulo de líquido
intersticial, formando uma bolsa na região inferior dos olhos. Diversas técnicas
eletroterapêuticas têm sido usadas ao longo dos tempos para tratar condições
inestéticas. Atualmente, devido ao maior interesse da população por
tratamentos que melhorem os aspectos cutâneos, tem havido grande procura
por diferentes recursos eletroestimulantes dito como rejuvenescedores.1
A microcorrente é um desses recursos. O tratamento por microcorrente é
um método não invasivo, subsensorial, que não causa desconforto ao paciente.
O aparelho de microcorrente é indicado para vários procedimentos na estética,
dentre os quais destacamos seu efeito no rejuvenescimento facial. Promove a
regeneração celular e consequente melhora ou prevenção do edema e da
flacidez facial.2
Esse trabalho se justifica pela importância do conhecimento e divulgação
dos estudos nessa área, no auxílio e na base sólida que isso pode fornecer ao
tecnólogo em estética que trabalha com a eletroterapia. O objetivo do mesmo
foi reunir os estudos divulgados e, através de um estudo de caso, relatar a
ação da microcorrente em edema infrapalpebral em peles maduras.
1.1 Edema
O edema é caracterizado como o acúmulo de quantidades anormais de
líquidos nos espaços intercelulares ou nas cavidades do organismo. Sendo
resultado de um acréscimo nas forças que tendem a mover os fluidos do
compartimento intravascular ao intersticial, gerando como consequência um
desequilíbrio entre o aporte de líquido retirado dos capilares sanguíneos pela
filtragem e a drenagem deste líquido.3,4,5,6,7
O estado de equilíbrio é atingido quando as vias de drenagem evacuam
de maneira satisfatória o líquido trazido pela filtragem. Assim, ocorre uma
constante renovação do líquido intersticial. Se não houver interrupção, não
ocorrerá edema 5,7
Quando o aporte de líquido filtrado se torna maior, e o sistema de
drenagem não aumenta em decorrência disso, ocorre um desequilíbrio entre a
filtragem e a evacuação fazendo com que os tecidos se encham de líquido, a
pressão intratecidual aumente e a pele se distenda. Então, ocorre o inchaço do
3
interstício resultando em edema. Esse edema vinculado ao excesso de aporte
líquido é de origem vascular.5,7
O edema decorrente do sistema linfático é caracterizado quando a rede
de evacuação é precária, enquanto o aporte por filtragem é normal. As vias
linfáticas possuem um grande poder de adaptação, podendo drenar em média
de 24 a 30 litros de linfa por dia. Porém, quando ocorre uma alteração da rede
linfática é evidenciado a presença de edema localizado em determinadas
regiões do corpo, onde poderá ocorrer a formação de um tecido fibroso,
encapsulando o edema e assim as possibilidades de evacuação dependerão
do seu grau de evolução e de organização.5
Em todos os tipos de edema, a maior parte do líquido acumulado deriva
do compartimento intravascular. Somente uma pequena parcela provém do
compartimento intracelular.6
Alguns dos motivos da formação do edema são: aumento da pressão
hidrostática, varizes, flebites, insuficiência cardíaca, redução da pressão
oncótica, alteração da parede vascular, obstrução da drenagem linfática,
aumento da permeabilidade vascular, por processos cirúrgicos ou
anormalidades nos vasos linfáticos. Microscopicamente o edema se caracteriza
por uma maior separação entre os elementos figurados do conjuntivo e,
macroscopicamente, apresenta-se como uma ampliação de volume do
segmento em questão.3,4,5,6
Observa-se que as diferentes causas do surgimento do edema são
concomitantes, caracterizando uma patologia mista, na qual nota-se uma
insuficiência venosa ligada a uma insuficiência do próprio sistema linfático. A
grande adaptabilidade do sistema linfático permite a drenagem de até 30 litros
de linfa em 24 horas. Em muitos casos, essa capacidade do sistema linfático
permite evitar-se o edema.5
1.2. Microcorrente
A microcorrente produz corrente de amplitude muito baixa. A saída
desses aparelhos é medida em microamperagem, produzindo milionésimos de
ampéres. Por essa razão, a saída elétrica de tais aparelhos de corrente
constante é dita como subsensorial, não sendo suficiente para ativarem tecidos
(nervos e músculos) eletricamente excitáveis. Seus efeitos ocorrem em nível
4
celular, normalizando a bioeletricidade. O modo normal de aplicação do
aparelho de microcorrentes ocorre em níveis em que não ativam as fibras
nervosas sensoriais cutâneas, e, como resultado, não é perceptível ao paciente
ou cliente sensações de formigamento que costumam estar associadas a
procedimentos eletroterapêuticos, além de não apresentar efeitos colaterais,
ser de baixo custo e de fácil aplicação. Essa forma de eletroterapia foi
chamada de estimulação subliminar.8,9,10,11
Apesar de existirem diversos tipos e modelos de aparelhos de
microcorrentes, não há nenhum padrão industrial desenvolvido para a
constituição destes.8 Os eletroestimuladores que utilizam microcorrentes
podem liberar correntes contínuas, alternadas e pulsadas ou não em uma
ampla variedade de formas de ondas.10,11
1.2.1. Efeitos Fisiológicos da Microcorrente
Seus efeitos fisiológicos estão fundamentados na excitação da
microcirculação cutânea, com consequente melhora da nutrição e oxigenação
do tecido, que provoca um efeito revitalizante nos tecidos. Observa-se na
literatura que o uso da microcorrente poderá gerar uma estimulação dos
fibroblastos (produzindo colágeno em maior quantidade e de melhor qualidade)
e do sistema linfático, bem como de suas funções.1,11. Entre os efeitos
fisiológicos citam-se: o restabelecimento da bioeletricidade tecidual com o
incremento do transporte pela membrana plasmática, o aumento da síntese de
adenosina trifosfato e do transporte de aminoácidos, a aceleração da síntese
de proteínas e o estímulo ao crescimento do tecido conjuntivo.9,11
1.2.1.1. Microcorrente no Restabelecimento da
Bioeletricidade Tecidual
Quando ocorre um dano ou lesão tecidual e há o rompimento de sua
atividade elétrica normal, a estimulação produzida pela microcorrente pode
gerar sinais elétricos análogos aos que acontecem no corpo humano quando
estiver ocorrendo o processo de recuperação do tecido danificado. Os
equipamentos de microcorrente são projetados para trabalhar da mesma forma
que os sinais bioelétricos do corpo. Estes equipamentos trabalham a nível
5
celular criando um veículo de corrente elétrica para compensar a diminuição da
corrente bioelétrica disponível para o tecido lesionado.7,12,13
Em tratamentos estéticos, o restabelecimento da bioeletricidade atua na
renovação celular, melhorando a oxigenação tecidual e assim proporcionando
resultados significativos no rejuvenescimento facial.7
1.2.1.2. Estimulação da síntese de Adenosina Tri Fosfato
(ATP) pela microcorrente
Quando um músculo ou tecido sofre um trauma, a passagem da corrente
bioelétrica é obstruída, resultando em impedância elétrica. A impedância
elétrica causa uma redução no suprimento sanguíneo, oxigênio, e nutrientes
para o tecido, conduzindo a espasmos teciduais. A circulação diminuída causa
um acúmulo de resíduos metabólicos nocivos que levam em hipóxia local,
isquemia e metabólicos nocivos que levam à dor. Quando isto ocorre, é sinal
que a produção de ATP está reduzida e os impulsos elétricos do corpo
precisam de uma corrente necessária para superar a barreira de impedância
inerente ao tecido traumatizado. Isto também, resulta em um obstáculo da
própria habilidade do corpo para começar o processo curativo até o tecido se
recuperar substancialmente do trauma.7,13
Para que os nutrientes fluam novamente para dentro das células
traumatizadas e os resíduos dos produtos metabólicos fluam para fora das
células, a estimulação com a microcorrente é uma alternativa por promover o
reabastecimento de ATP. Isto é essencial para a evolução da saúde dos
tecidos. A ATP também produz o fornecimento de energia necessária aos
tecidos para gerar novas proteínas e ampliar o transporte de íons através das
membranas.7,13
1.2.1.3. Microcorrente no Transporte Ativo dos
Aminoácidos
As moléculas da maioria dos aminoácidos são excessivamente
volumosas para difundirem através dos poros das membranas celulares. Então
o único meio de transporte expressivo dessa substância para dentro da célula é
através do transporte ativo.7,14
6
Esta forma de transporte ativo é diretamente dependente da energia
liberada pelas moléculas de ATP, e o aumento de ATP disponível para célula
eleva o transporte de aminoácidos consequentemente aumentando a síntese
de proteínas.7,14
A produção aumentada de ATP também provê a energia que tecidos
exigem para elevar a síntese de proteína e aumentar o transporte de íons.
Juntos, estes artifícios são elementos iniciais para o desenvolvimento de
tecidos saudáveis. Devido o aumento da produção de ATP, ocorre a
intensificação do transporte ativo através da membrana.7,13
1.2.1.4. Microcorrente na Drenagem Linfática
A microcorrente tem uma ação significante no sistema linfático.
Uma pequena quantidade das proteínas plasmáticas é liberada
ininterruptamente, através dos poros capilares para o liquido intersticial. Se não
forem restituídas ao sangue circulante, a pressão coloidosmótica do plasma
diminuirá significativamente, fazendo com que grande parte de seu volume
sanguíneo permaneça nos espaços intersticiais. Uma importante função do
sistema linfático é a de restituir as proteínas plasmáticas do líquido intersticial à
circulação sanguínea.7,13,14
Eventualmente, acontecem irregularidades no mecanismo das trocas
líquidas nos capilares que resultam em edema, que significa passagem
exagerada de líquido para fora do plasma e para o líquido intersticial,
acarretando a tumefação dos tecidos. E entre as várias causas, está o bloqueio
do sistema linfático, que dificulta o regresso da proteína, que fica no interstício
para o plasma, ocasionando a redução das proteínas plasmáticas, enquanto
que o agrupamento de proteína no liquido intersticial fica acrescida; duas das
causas que, isoladas ou em conjunto, causam a transudação abusiva de
líquido para os tecidos.7,13,14
A microcorrente aumenta a mobilização de proteína para o sistema
linfático. Quando são aplicadas microcorrentes em tecidos lesados, proteínas
carregadas são colocadas em agitação, e a migração para o interior dos tubos
linfáticos torna-se mais rápida. A pressão osmótica dos canais linfáticos é
então aumentada, acelerando a entrada de fluido no espaço intersticial. Com a
ação da microcorrente no sistema linfático, potencializando a absorção do
7
liquido intersticial, podem ocorrer respostas positivas na diminuição de
edemas.7,13,15
1.3. Técnicas de Aplicação da Microcorrente
As microcorrentes podem ser utilizadas com eletrodos convencionais
(borracha de silicone, auto-adesivo, etc.), ou com eletrodos tipo sonda, em
forma de "dupla-caneta" (bastonetes, cotonetes, garfo, etc.). Alguns aparelhos
oferecem outras opções de eletrodos como luvas, máscaras, entre outros.7,11,13
1.4. Indicações da Microcorrente
Na estética a utilização da microcorrente deve se basear nos seus efeitos
fisiológicos e terapêuticos. As aplicações podem ser realizadas em
acne (antiinflamatório, cicatrizante, bactericida e antiedematoso); Involução
cutânea (aumento do número de fibroblastos e realinhamento das fibras
colágenas, potencializa a circulação linfática diminuindo edema); Pós-
operatório de cirurgia plástica (cicatrizante, antiinflamatório e
antiedematoso); Estrias (rearranjo das fibras colágenas); "Cansaço" muscular
facial (eliminação de metabólitos celulares, relaxamento muscular,
restabelecimento da bioeletricidade tecidual); Celulite (antiedematoso); Pós
peeling (cicatrizante, antiinflamatório, restabelecimento da bioeletricidade
tecidual).7,11,13
Os efeitos da microcorrentes são cumulativos, sendo normalmente
necessárias várias sessões para que seja alcançada a eficácia do tratamento,
embora resultados iniciais possam ser vistos durante ou após as primeiras
sessões.7,13
1.5. Contra-indicações da Microcorrente
A microcorrente é contra-indicada em: casos de alergia ou irritação à
corrente elétrica; sobre útero grávido; deve-se ter precaução porque a
excitação elétrica pode afetar, teoricamente, os sistemas de controle
endócrinos (ainda não há comprovação); sobre o eixo cardíaco e sobre o eixo
de marca-passo.7,11,13
8
2. MATERIAIS E MÉTODOS
A pesquisa caracteriza-se por um estudo de caso descritivo de caráter
experimental. Primeiramente fez-se uma pesquisa bibliográfica para um melhor
aprofundamento do tema através de levantamento bibliográfico com
publicações entre os anos de 1987 e 2012, por meio de livros e site da Bireme
para consulta de seus acervos de dados como Lilacs, Medline, PubMed e
Scielo. Em um segundo momento realizou-se uma pesquisa descritiva através
da observação, análise e correlação dos fatos e uma pesquisa experimental
através da avaliação das fotos de antes e depois das voluntárias frente ao
tratamento.
O estudo de caso baseou-se em cinco voluntárias do sexo feminino entre
42 e 54 anos de idade que apresentaram bolsas na região inferior dos olhos,
caracterizando edema infrapalpebral.
A análise dos fatos foi realizada a partir de relatórios fotográficos obtidos
na primeira e na última sessão, com o objetivo de selecionar os aspectos
relevantes e pertinentes do estudo, verificando a ação eletroestimulante da
microcorrente em edema infrapalpebral.
O processo de coleta de dados constituiu em um protocolo de anamnese
e avaliação, onde também as voluntárias assinaram um termo de
consentimento livre e esclarecido, este termo contém a autorização de uso de
imagem. Utilizou-se também de uma câmera fotográfica marca SONY para
registrar as imagens da primeira e da última sessão para posterior avaliação da
eficácia da técnica de microcorrente em edema infrapalpebral.
No protocolo de anamnese foram levantados os dados relacionados à
identificação, idade e história facial levando em consideração qualquer tipo de
intervenção para amenização do edema infrapalpebral; se faziam uso de filtro
solar ou cosméticos rejuvenescedores e drenantes diariamente. Na avaliação
foram observados dados referentes à classificação quanto ao tipo de pele
(mista, lipídica, alípica e eudérmica), quanto ao fototipo (classificação de
Fitzpatrick, descrito no Quadro 1), sensibilidade (normal, sensível, muito
sensível, pouco sensível), envelhecimento, observando textura, coloração,
discromias, presença de rítides superficiais e profundas e edema na região
infrapalpebral (pouco edemaciado, muito edemaciado).
9
Quadro 1. Classificação dos Fototipos de Fitzpatrick
Fototipos Características Sensibilidade ao sol
l- Branca Queima com facilidade, Muito sensível
nunca bronzeia
ll-Branca Queima com facilidade, Sensível
bronzeia muito pouco
lll-Morena Clara Queima moderadamente, Normal
bronzeia moderadamente lV-Morena Moderada Queima pouco, bronzeia Normal
com facilidade V-Morena Escura Queima raramente, Pouco sensível
bronzeia bastante
Vl-Negra Nunca queima, totalmente Insensível
pigmentada
Fonte: Borges, 2010
A microcorrente atua estimulando a atividade celular, assim aumenta a
produção de colágeno e elastina promovendo uma pele mais firme; intensifica a
circulação, aumentando a oxigenação celular, suaviza discromias causadas
pela circulação sanguínea.1
Após a obtenção dos dados necessários iniciou-se a aplicação do
protocolo na seguinte ordem:
Inicialmente realizou-se uma limpeza de pele nas voluntárias, diminuindo
a impedância e melhorando a eficácia da passagem da microcorrente.
Na sessão seguinte, iniciaram-se as aplicações da técnica de
microcorrentes com o aparelho STIMULUS FACE da marca HTM, realizadas
com movimentos leves, agradáveis e relaxantes com a caneta metálica de
ponteiras esféricas.
1º PASSO: Higienização rigorosa para a retirada do excesso de oleosidade e
outros acúmulos diminuindo a resistência à passagem da corrente.
2º PASSO: Microesfoliação para provocar a liberação de células mortas
devolvendo a maciez e a vitalidade da pele.
3º PASSO: Tonificação da pele com um tônico equilibrante.
4º PASSO: Realizou-se a drenagem com a microcorrente e um gel condutor no
seguinte movimento:
10
Movimentação suave das canetas, mantendo-as unidas, no modo
inversão de polaridade (a cada 3 segundos, ocorria automaticamente a
mudança de polaridade), deslizando do canto interno da pálpebra inferior para
o canto externo acompanhando a trajetória fisiológica da linfa para a linha das
águas (região de linfonodos), buscando uma possível normalização.
O objetivo foi ativar o metabolismo cutâneo atuando na circulação
sanguínea periférica, na mobilização da linfa e líquidos intersticiais e, ainda,
acentuando as trocas iônicas celulares e teciduais, proporcionando alguns
efeitos fisiológicos importantes como: otimização do metabolismo, aumento da
síntese de ATP e colágeno, incremento da drenagem, aumento das trocas
iônicas intracelulares, e mobilização de líquidos provenientes das circulações
linfática e sanguínea.
Cada movimento com as canetas teve duração de aproximadamente 7
segundos e se repetiu cerca de 80 vezes cada pálpebra inferior.
Essa técnica representa um avanço expressivo em relação aos
tratamentos disponíveis até há pouco tempo, pois o equipamento permite
alcançar melhorias visíveis desde a primeira aplicação.
5º PASSO: A sessão finalizava-se com a aplicação de fator de proteção solar.
Foram realizadas 10 sessões de microcorrentes com duração de 20
minutos, sendo 10 minutos em cada pálpebra inferior, durante 05 semanas, 02
vezes por semana, onde na 1º e última sessões foram fotografadas, com o
intuito de se fazer a avaliação antes/depois, (com a retirada de quaisquer
maquiagens e adornos e mesma câmera fotográfica).
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados foram analisados a partir das características do edema
infrapalpebral apresentados pelas voluntárias e, evidenciados nas fotos e na
ficha de anamnese.
O edema palpebral pode ocorrer em uma das pálpebras (inferior ou
superior) ou mesmo em ambas. Existem algumas situações que podem levar a
ocorrência deste tipo de edema. Dentre elas: processos alérgicos, calázio,
hordéolo (terçol), além de irritações oculares que podem ser causadas por uma
grande quantidade de agentes como poeira, agentes químicos, cosméticos,
insetos, etc. Além disso, podem-se ter outras causas menos comuns, como
11
tumores palpebrais, alterações da tireóide, além de outras. Não foi detectado
nas voluntárias da pesquisa presença de edema correlacionado a alterações
patológicas ou qualquer outro agente anteriormente citado, assim como não
possuíram nenhuma contra indicação para a aplicação da técnica. As
voluntárias não relataram se o edema apresentava-se mais intenso no período
da manhã ou noite e a queixa principal era a alteração estética comumente
observada na região infrapalpebral.
Ao longo das sessões foi observada uma melhora visual na pele
infrapalpebral pela ação da microcorrente na estimulação da microcirculação,
estímulo de ATP, restabelecendo o processo celular natural, evidenciando um
aspecto mais viçoso da região.
É importante salientar que para realização desse estudo não se utilizou
nenhum recurso cosmético para que não interferisse no resultado da pesquisa,
sendo evidenciado apenas a utilização da microcorrente com gel de carbopol
sem qualquer princípio ativo.
As comparações das fotos, do antes e depois das aplicações da técnica
de microcorrentes, trazem uma resposta significativa independente da idade
das voluntárias da pesquisa.
Voluntária 1 - 54 anos
FONTE: a autora
Voluntária 2 - 50 anos
FONTE: a autora
12
Voluntária 3 - 48 anos
FONTE: a autora
Voluntária 4 - 44 anos
FONTE: a autora
Voluntária 5- 42 anos
FONTE: a autora
De acordo com os registros fotográficos foram verificadas as
características de melhora do aspecto cutâneo referente ao edema
infrapalpebral, rugas, desidratação e coloração da pele na região da pálpebra
inferior. Quadro 2.
QUADRO 2
1ª sessão 10 sessão
Voluntária 1 Discreta bolsa infrapalpebral, rugas estáticas, horizontais, coloração escura, flacidez tissular e desidratação cutânea
diminuição de bolsa infrapalpebral, suavização da profundidade das rugas estáticas e horizontais, melhora da flacidez cutânea e melhora da coloração da pele e aspecto mais viçoso e hidratado da região
13
Voluntária 2 Bolsa infrapalpebral mais evidente, rugas estáticas, horizontais, coloração escura, flacidez tissular e desidratação cutânea
diminuição significativa da bolsa infrapalpebral, suavização da profundidade das rugas estáticas e horizontais,melhora da flacidez cutânea e da coloração da pele e aspecto mais viçoso e hidratado da região
Voluntária 3 Discreta bolsa infrapalpebral, rugas gravitacionais, estáticas, horizontais, coloração discretamente escura, flacidez tissular e desidratação cutânea
diminuição discreta da bolsa infrapalpebral, ligeira suavização das rugas estáticas e horizontais, melhora da coloração da pele e aspecto mais viçoso e hidratado da região
Voluntária 4 Discreta bolsa infrapalpebral, rugas estáticas, horizontais, coloração escura, flacidez tissular e desidratação cutânea
Diminuição da profundidade das rugas estáticas e horizontais, sutil melhora da coloração da pele e aspecto mais viçoso e hidratado da região
Voluntária 5 Discreta bolsa infrapalpebral, rugas estáticas, horizontais, coloração escura, flacidez tissular e desidratação cutânea
diminuição discreta da bolsa infrapalpebral, ligeira suavização da profundidade das rugas estáticas e horizontais, melhora significativa da coloração da pele e aspecto mais viçoso e hidratado da região
FONTE: a autora
Após o tratamento observou-se melhora sutil no quadro de edema de quatro
das voluntárias, pois estas não apresentavam edema de grande impacto na
região. Das cinco voluntárias, apenas uma apresentava edema mais
significativo, nesta a melhora foi mais perceptível. Entretanto, foi observada
melhora significativa na hidratação das pálpebras inferiores de todas as
colaboradoras assim como na coloração da pele possivelmente devido a
melhor irrigação do local.
É certo que essas melhorias são temporárias, mas conforme o tratamento
vai sendo realizado, os benefícios tornam-se mais duradouros, pois o efeito da
corrente continua agindo mesmo após a aplicação. Esses benefícios não são
definitivos visto que os efeitos do tempo continuarão a incidir sobre o
organismo.
14
4. CONCLUSÃO
A origem do edema está vinculada à circulação linfática, seja
diretamente, devido o aumento do aporte líquido ou, indiretamente, em
consequência de estresse por noites mal dormidas, uso de medicamentos,
consumo excessivo de sal, bebida alcoólica, fumo, entre outras, levando a uma
alteração do tecido com presença de bolsas, desidratação cutânea e
hiperpigmentação devido ao acúmulo de ferro, acometendo principalmente a
região infrapalpebral.
É notória, nesse estudo de caso, uma resposta significativa na qualidade
do tecido cutâneo de todas as voluntárias dessa pesquisa. Porém, pode-se
observar que, mesmo com hábitos saudáveis, não fazendo uso de tabaco e
não ingerindo álcool, a possível presença de bolsas e hiperpigmentação
periorbitária seja decorrente de estresse e noites mal dormidas.
Os resultados foram satisfatórios, porém sugerem-se novos estudos,
com mais modelos e mais sessões do protocolo, sendo então possível a
comprovação ainda mais visível de resultado. A pesquisa desenvolvida é de
grande importância para os profissionais de estética, pois comprova a eficácia
desta técnica utilizada em tratamentos faciais e oportunizou a experiência da
teoria com a prática vivenciada neste estudo.
5. REFERÊNCIAS
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