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comité de co-gestão comunidade pesqueira gestão participativa comissão de adminis-tração pesqueira co–gestão conselho co-munitário de pesca comité de co-gestão comunidade pesqueira gestão participativa comissão de administração pesqueira co–gestão conselho comunitário de pesca comi té de co-gestão comunidade pesqueira ges tão participativa comissão de administra ção pesqueira co–gestão conselho co-muni tário de pescadministração pesqueira co–gestão conselho comunitário de pesca comi té de co-gestão comunidade pesqueira ges tão participativa comissão de administra ção pesqueira co–gestão conselho co-muni tário de pesca comissão de administração pesqueira co–gestão conselho comunitário de pesca comité de co-gestão comunidade pesqueira gestão participativa comissão de administração pesqueira co–gestão conse lho comuni tário de pesca comissão de administração pesqueira co–gestão conse-lho comunitário de pesca comité de co-ges tão comunidade pesqueira gestão partici pativa comissão de administração pesquei ra co–gestão conselho comunitário de pesca comité de co-gestão comunidade pesqueira gestão participativa comissão de
a gestão participava
das pescarias
ADMINISTRAÇÃO NACIONAL DAS PESCAS
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
MINISTÉRIO DAS PESCAS
a gestão participativa das pescarias
1
reflexão
sobre a gestão participava
das pescarias
J. Russo de Sá
maputo - outubro - 2011
a gestão participativa das pescarias
2
SIGLAS USADAS
ADNAP
CAP
CCG
CCP
CGP
DPP
GoD
IDPPE
IIP
LOLE
MdP
MICOA
MINEP
MITUR
PDP I
PDP II
REPMAR
RLOLE
SDAE
WWF
Administração Nacional das Pescas
Comissão de Administração Pesqueira
Comité de Co-Gestão
Conselho Comunitário de Pesca
Conselho de Gestão das Pescarias
Direcção Provincial de Pescas
Governo Distrital
Instituto Nacional de Desenvolvimento da Pesca de Pequena Escala
Instituto Nacional de Investigação Pesqueira
Lei dos Órgãos Locais do Estado
Ministério das Pescas
Ministério para a Coordenação Ambiental
Ministério das Pescas
Ministério do Turismo
Plano Director das Pescas (1995-2005)
Plano Director das Pescas (2010-2019)
Regulamento Geral da Pesca Marítima
Regulamento da LOLE
Serviços Distritais de Actividades Económicas
World Wild Fund
a gestão participativa das pescarias
3
Índice
RESUMO ................................................................................................................................................................................... 4
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................................... 6
O MODELO DE GESTÃO PARTICIPATIVA ............................................................................................................................. 7
O PROCESSO DE GESTÃO DAS PESCARIAS ............................................................................................................. 8 A CO-GESTÃO DAS PESCARIAS .............................................................................................................................. 8 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA CO-GESTÃO ................................................................................................... 10
A GESTÃO PARTICIPATIVA DAS PESCARIAS ................................................................................................................... 13
A COMISSÃO DA ADMINISTRAÇÃO PESQUEIRA (CAP)............................................................................................. 14 O COMITÉ DE CO-GESTÃO (CCG) .......................................................................................................................... 14 O CONSELHO COMUNITÁRIO DE PESCA (CCP) ....................................................................................................... 15
O SEMINÁRIO ......................................................................................................................................................................... 16
OS PROBLEMAS .................................................................................................................................................. 16 A acção dos CCP nas actividades de apoio à gestão das pescarias é fraca .............................................................................. 16 A competência dos SDAE no domínio das pescas é exercida com deficiências ....................................................................... 17 Os mecanismos de monitorização e de avaliação do funcionamento dos CCG são deficientes ............................................. 17 Os planos de gestão das pescarias locais não estão eleborados ou em aplicação................................................................... 18 Recursos financeiros para o funcionamento da administração local das pescas, dos CCG e dos CCP são insuficientes .. 18
ESTRATÉGIA PARA UMA GESTÃO PARTICIPATIVA DAS PESCARIAS .......................................................................... 19
ORGANIZAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DO SISTEMA DE CO-GESTÃO ........................................................................... 20 A Comissão de Administração Pesqueira (CAP) ............................................................................................................................ 20 O Comité de Co-Gestão (CCG) ......................................................................................................................................................... 21 O Conselho Comunitário de Pesca (CCP) ....................................................................................................................................... 22
CONCLUSÕES ........................................................................................................................................................................ 24
TABELA 1 ................................................................................................................................................................................... 25
TABELA 2 ................................................................................................................................................................................... 26
TABELA 3 ................................................................................................................................................................................... 27
TABELA 4 ................................................................................................................................................................................... 28
a gestão participativa das pescarias
4
RESUMO
1. Os recursos pesqueiros enquadram-se na categoria dos recursos naturais renováveis
de uso comum. Por esta razão, os sistemas de gestão destes recursos lidam com uma
série de questões relacionadas, entre outras, com a definição e limitação dos usuários,
a regulação das modalidades possíveis de apropriação e uso e a sua adequação às
características ecossistémicas.
2. Paralelamente e de forma complementar a gestão dos recursos pesqueiros remete-
nos para os regimes de propriedade dos recursos comuns. Estes podem ser divididos
em quatro: (1) o livre acesso, (ausência de direitos de propriedade bem definidos; (2)
a apropriação privada, (existência direitos de propriedade privados); (3) apropriação
estatal (existência de direitos de propriedade estatatais) e (4) apropriação
comunitária (existência de direitos de propriedade comunitária). Com excepção do
regime de acesso livre, que parece estar destinado ao fracasso, os recursos
pesqueiros podem ser geridos de maneira ecológica e socialmente sustentável com
base nos outros regimes ou em regimes mistos de apropriação.
3. Por outro lado, questiona-se a crença de que a solução efectiva para os problemas
da gestão sustentável dos recursos pesqueiros reside simplesmente na privatização
dos mesmos e ou na acção estatal. Estas soluções não têm em consideração o
potencial existente em sistemas comunitários de gestão ou co-geridos. As evidências
em várias partes do globo, incluindo em Moçambique, sugerem que, se o uso
sustentável dos recursos for compartilhado pela comunidade, aumentam as
probabiliddes de êxito e de uma distribuição equitativa da riqueza gerada. Os
regimes de apropriação comunitária, geralmente preservam a coerência com a
cultura e o estilo de vida existentes em cada contexto comunitário.
4. A pesca artesanal em Moçambique tem vindo a registar aumentos do volume de
capturas por via das melhorias do sistema estatístico implantado e por via de
melhorias introduzidas na capacidade de pesca (tecnologias e motorização). Com a
abertura das vias de acesso aos principais centros de pesca é de esperar que a
procura aumente e que a pressão sobre os recursos pesqueiros cresça. Este
crescimento exige que a gestão desses recursos seja eficaz. O que predomina, hoje,
um pouco por todos os centros de pesca é um baixo grau de participação das
comunidades na gestão dos recursos e dos ecossistemas. A questão-chave que se
coloca é: como sair da situação prevalecente e alcançar níveis elevados de práticas
de gestão paticipativa?
5. As comunidades locais não são homogéneas e têm um grau de preparação
diferenciado. Hierarquias de poder quanto à tomada de decisões existem dentro das
comunidades ou entre elas ou entre estas e a administração pesqueira. As
comunidades têm sido envolvidas nos processos de gestão dos recursos pesqueiros
mas, apesar disso, é necessário um processo de aprendizagem na criação e
manutenção de sistemas de co-gestão. O fortalecimento político das comunidades
de pescadores é crucial neste processo. Por outro lado, muitos agentes da
administração das pescas não estão ainda preparados para lidarem com um
processo de gestão participativa.
a gestão participativa das pescarias
5
6. O estabelecimento da confiança e do respeito entre agentes da administração das
pescas e as autoridades comunitárias, bem como a devolução e a divisão do poder,
para a tomada de decisão, da administração a grupos comunitários, sob regência
das autoridades tradicionais, constituem passos importantes para o alcance da
legitimidade na gestão partilhada. O empoderamento das comunidades não é
simples e directo. Há muitas vezes, por um lado a disponibilidade para atribuir
responsabilidades às comunidades e, por outro lado, a resistência em dividir de forma
plena e genuína o poder sobre as decisões.
7. Na medida em que favorece as mudanças que possam afectar a eficácia da co-
gestão, a organização institucional é importante nos regimes de apropriação
comunitária dos recursos pesqueiros. Neste sentido, a presença institucional no terreno
e a capacitação dos agentes da administração das pescas é importante. A gestão
compartilhada envolve uma transformação da cultura organizacional das instituições,
pois desencadeia a alteração de valores e de comportamentos. Prévio à introdução
da gestão partilhada ou compartilhada é essencial que sejam identificadas e se
removam as barreiras culturais, metodológicas, organizacionais e outras que impeçam
a edificação de um novo modelo de pensar e de agir.
8. Uma estratégia de co-gestão das pescarias em Moçambique deve ter em
consideração a existência da CAP, dos CCG, dos CCP e das Associações sócio-
económicas que constituem o universo do sector das pescas. Fora do sector das
pescas é crucial, em algumas zonas, o envolvimento de operadores turísticos e de
organizações de defesa do ambiente. Do lado da administração pública, são parte
da co-gestão a Administração Pesqueira e os Órgãos Locais do Estado. Na
comunidade, não podem deixar de ser envolvidos os Régulos (autoridades
tradicionais) cuja intervenção não pode estar ao mesmo nível da organização de
base comunitária dos pescadores artesanais (os CCP) do seu regulado. Estes, os CCP,
encontram-se num escalão hirárquico abaixo e devem-lhe obidiência.
9. Os CCG jogam um importante papel na implementação da estratégia, quiçá o mais
importante. São estes órgãos, parte do sistema de co-gestão, que têm o papel de
juntar todas as partes interessadas numa pescaria, colocá-las a dialogar até que se
encontrem as soluções que tenham em conta todos os interesses neles representados
e, ao mesmo tempo, mantenha a pescaria a ser gerida a níveis sustentáveis. Quanto
menos escalões de CCG houver mais eficiente será a gestão. O funcionamento do
sistema requer que a estratégia concentre os seus esforços ao nível local (CCG de
Distrito) e ao nível nacional (CAP), até à sua consolidação.
a gestão participativa das pescarias
6
INTRODUÇÃO
10. O Plano Director das Pescas (PDP I) identificou a existência de um sistema centralizado
de gestão das pescarias com particular destaque para as pescarias artesanais. Esta
centralização mostrou-se desajustada à realidade que se vivia nos diferentes centros de
pesca artesanal. A fraca implantação no terreno da administração pesqueira resultava
num fraco conhecimento, por parte das comunidades de pescadores artesanais e não
só, das medidas de gestão e das normas relativas à gestão das pescarias.
11. Ao mesmo tempo, a falta de meios para controlar a aplicação das medidas de gestão
das pescarias e o cumprimento da legislação reguladora das actividades de pesca,
levavam a que se verificasse um aumento do uso indiscriminado de artes de pesca não
regulamentadas e nocivas para os recursos pesqueiros. Agravaram-se os conflitos entre
os operadores e a administração.
12. As mudanças que ocorreram no plano socioeconómico tornaram cada vez mais difíceis
as relações entre os pescadores e a administração e entre os próprios operadores. A
nível mundial começam a surgir experiências bem sucedidas de gestão partilhada. Os
modelos de gestão participativa começam a ser seguidos em substituição da gestão
centralizada.
13. Durante a década de noventa, regista-se uma mudança na gestão das pescarias com
o desenvolvimento de uma abordagem mais ampla que reconhece a participação dos
pescadores, da administração local e a partilha da tomada de decisão na gestão das
pescarias. Esta abordagem é designada por co-gestão.
14. O conceito de co-gestão tem vindo a ganhar aceitação entre a administração
pesqueira, as agências de desenvolvimento e os profissionais da pesca como uma
estratégia de gestão alternativa à gestão centralizada. No entanto, o processo de co-
gestão tem sido muitas vezes problemático. A complexidade das questões, das
relações, do tempo envolvido, gera problemas na implementação da co-gestão.
15. A co-gestão ou gestão compartilhda pode ser definida como uma parceria em que a
comunidade de utilizadores de recursos pesqueiros locais (pescadores), do governo
(administração) e outros interessados (proprietários de barcos, comerciantes de
pescado, carpinteiros navais, empresas e instituições extensão e de investigação)
partilham a responsabilidade e a autoridade da gestão das pescarias.
16. Em Moçambique, há relatos de práticas de partilha da gestão das pescarias a partir de
meados dos anos oitenta e, em 2002 o Ministério das Pescas adoptou um Plano
Estratégico de Co-gestão das Pescarias Artesanais. O REPMAR aprovado em 2003
consagra o modelo de gestão participativa como sendo o modelo preferencial na
gestão das pescarias.
a gestão participativa das pescarias
7
O MODELO DE GESTÃO PARTICIPATIVA
17. Neste novo século, o grande desafio do mundo organizacional não é tanto o de criar
novas tecnologias ou novos produtos, pois esse, pode ser com maior ou menor
dificuldades facilmente superado. O verdadeiro desafio consiste em criar modelos de
gestão que afastem os métodos autocráticos os quais aprisionam a criatvidade e a
responsabilidade dos que constituem o grupo, a equipa, em suma, o colectivo.
18. O verdadeiro desafio não depende tanto do conhecimento dos gestores mas sim da
sua habilidade para contribuirem para a facilitação e coordenação dos seu grupo ou
colectivo. A busca de hoje é por uma gestão compartilhada, participativa – a co-
gestão.
19. O trabalho em colectivo, em equipa, é a base da co-gestão e constitui uma ferramenta
essencial para a contínua superação dos desafios. A filosofia de trabalho é diferente da
que estávamos habituados.
20. Para se alcançar um modelo de co-gestão prático e funcional, não basta atribuir a um
número elevado de individuos, organizados segundo os seus interesses, o direito de
participarem na tomada de decisões colectivamente. É necessário que sejam
chamados a escolher os que deverão decidir. As decisões em grupo são tomadas por
indivíduos e não pelo grupo.
21. É errónea e sem fundamento a ideia de que a gestão participativa promove o fim dos
dirigentes e que, no futuro, os directores, gestores e dirigentes serão substitídos por
grupos auto-geridos. No regime de gestão participativa o dirigente assume o papel de
orientador, planificador e organizador das actividades do seu colectivo, grupo ou
equipa, abandonando a postura de detentor do poder.
22. A gestão participativa implica maior envolvimento do grupo nas decisões e não a
abolição das funções de chefia e de liderança. Praticar a gestão participativa não
significa deixar de administrar ou gerir. Pelo contrário, a gestão participativa não resolve
os problemas cuja solução depende das atribuições e competências do administrador.
O mito de que as decisões tomadas em grupo têm melhor qualidade e são
intrinsecamente as melhores pode transformar a gestão compartilhada num modelo de
“ditadura colectiva” com resultados negativos para o processo de co-gestão.
23. A co-gestão exige tempo, exige reuniões e discussões que encorajam o conflito e,
portanto, precisa de saber como lidar com ele. Cria uma grande procura de
informações e obriga a introduzir novos métodos de comunicação, A adopção de
modelos de gestão participativa é sobretudo mudança de postura e não simplesmente
mudança de procedimentos.
a gestão participativa das pescarias
8
24. Vivemos numa época em que o desenvolvimento é caracterizado pela hegemonia do
pessamento económico. O conceito de desenvolvimento tem vindo a ser conotado
com a dinamização do crescimento económico. O crescimento económico é
necessário mas não é suficiente para gerar desenvolvimento. O desenvolvimento requer
o crescimento dos níiveis de confiança, cooperação, ajuda mútua e organização
social. Quanto maior for a capacidade das pessoas de se associarem em torno de
interesses comuns melhor são as condições de desenvolvimento. Quanto mais elevado
for o nível de confiança numa comunidade maior é a possibilidade de haver
cooperação.
O processo de gestão das pescarias
25. A adopção do modelo de gestão particiativa como modelo a ser adoptado na gestão
das pescarias encontra-se plasmada na legislação vigente, nos documentos de política
e nos planos estratégicos adptados pelo sector das pescas de Moçambique.
26. A gestão das pescarias é um processo onde as políticas e os planos de desenvovimento
são implementados. As políticas de pescas descrevem os objectivos gerais sobre como
os recursos pesqueiros devem ser usados e geridos, incluindo os mecanismos de gestão
onde a co-gestão é parte. Para cada pescaria os objectivos da política de pescas são
implementados através de planos de gestão das pescarias.
27. O processo de gestão é um processo cíclico que envolve várias fases. As fases principais
resumem-se na formulação das políticas e dos planos de desenvolvimento, na
formulação e implementação desses planos e na avaliação da implementação das
políticas e dos planos de gestão.
A co-gestão das pescarias
28. A co-gestão é definida como sendo a partilha, entre o governo (admnistração
pesqueira) e os utilizadores locais dos recursos (pescadores locais), da responsabilidade
e ou da autoridade, na gestão de um recurso ou de uma pescaria específica. Sistemas
de co-gestão da pesca são reconhecidos mundialmente como uma alternativa viável
para a efectiva participação de ambos, governo e usuários, na administração da
pesca, e como um caminho para a descentralização da gestão das pescarias.
29. A figura 1 representa, sob a forma esquemática, o funcionamento do sistema de co-
gestão. A interacção entre todos os usuários, isto é, o método de partilha é inerente ao
sistema.
a gestão participativa das pescarias
9
Figura 1 – Sistema de co-gestão
30. Tais sistemas implicam mecanismos que actuem nos diferentes níveis de tomada de
decisão: local, distrital, provincial e nacional. As relações institucionais destes níveis
podem ser horizontais, através do espaço geográfico, ou verticais, através dos níveis de
organização.
31. A co-gestão é um processo com fases distintas, graficamente representadas na figura 2.
Essas fases não se realizam todas ao mesmo tempo e de forma igual em todas as
comunidades onde se pretenda implementar a co-gestão como modelo da gestão
participativa das pescarias. Elas, por norma, coexistem no espaço e no tempo.
a gestão participativa das pescarias
10
32. A figura anterior apresenta as fases principais do processo de co-gestão. Em todas as
fases o pressuposto é a existência de mecanismos de consulta às comunidades. A
primeira fase (informativa), é aquela em que o Governo toma de forma exclusiva as
decisões sobre as medidas de gestão a serem implementadas e informa as
comunidades; a segunda fase (consultiva), o Governo consulta as comunidades mas
continua a tomar as decisões; a terceira fase (parceria), é a que as partes se consultam
e são co-responsáveis pelas decisões tomadas; a quarta fase (assessoria), é aquela em
que o Governo apenas aconselha e valida as decisões que lhe são propostas; a quinta
fase (delegada), è aquela em que o Governo delega competências e apenas é
informado das decisões que são tomadas.
Vantagens e desvantagens da co-gestão
33. Como em todos os sistemas é importante que administração tenha definidos com
clareza os objectivos da co-gestão. Por outro lado, os pescadores devem estar
representados por pessoas aceites na comunidade e motivados para defenderem os
seus interesses.
34. De entre as vantagens, que a co-gestão pode ter na gestão das pescarias, destacam-
se:
a) Sistema participativo, democrático, responsável, transparente e autónomo;
10% 25% 50% 75% 90%
Figura 2 – Fases da co-gestão
Gestão Comunitária
Informativa
Consultiva
10%
Delegada
Assessoria
Parceria
Gestão do Governo
25% 50% 75% 90%
Os mecanismos de
consulta existem. O Go-
verno toma as decisões
e informa os utilizado-res. A decisão é ex-
clusiva do Governo.
Os mecanismos de
consulta existem. O Go-
verno consulta os utiliza-
dores e decide. O Gover-
no toma as decisões.
Os mecanismos de
consulta existem. O Go-
verno consulta os utiliza-
dores. O Governo e os
utilizadores co-decidem.
Os mecanismos de
consulta existem. Os utili-
zadores aconselham e
propõem as decisões a
tomar. O Governo aprova
as propostas de decisão .
Os mecanismos de con-
sulta existem. O Governo
delegou competências. Os
utilizadores tomam as de-
cisões e informam o Go-
verno.
a gestão participativa das pescarias
11
b) Mais económico do que a gestão centralizada pois, a longo prazo, exige
menores custos de administração e de execução;
c) Grande parte das funções de gestão inerentes ao sistema são transferidas e
assumidas pela comunidade aliviando os órgãos do governo;
d) Concilia o conhecimento e as experiências locais com as informações
provenientes do conhecimento científico;
e) Garante, através da comunidade, a execução dos planos locais de gestão das
pescarias e a aplicação de medidas mais adequadas às condições locais,
(soluções locais, para problemas locais);
f) Confere às medidas de gestão das pescarias um maior grau de legitimidade, de
aceitação e de conformidade com os respectivos planos, através do
envolvimento directo da comunidade;
g) Maior eficácia na aplicação das medidas pois a comunidade impõe padrões
de comportamento social que melhoram a comunicação e a coesão e
minimizam os conflitos;
h) Confere aos pescadores um sentimento real de propriedade sobre os recursos
pesqueiros o que incentiva o seu envolvimento nas actividades de co-gestão.
35. Apesar das vantagens enumeradas a co-gestão tem várias desvantagens e problemas:
a) Avultados investimentos iniciais (recursos financeiros e recursos humanos) para
estabelecer o sistema de co-gestão;
b) Altos riscos de ineficácia com a mudança de estratégia na gestão das
pescarias;
c) Os custos de participação nas estratégias de co-gestão (dinheiro e tempo)
podem vir a não superar os benefícios esperados;
d) Resitência, por parte dos funcionários da administração pesqueira, em partilhar
os poderes com a comunidade;
e) Pescadores ou armadores, não pertencentes à comunidade, podem dificultar
ou impossibiliar que a comunidade assuma a co-gestão;
f) A necessidade de se encontrar um consenso pode alongar o processo de
tomada de decisão e resultar em medidas de compromisso menos
abrangentes;
g) A co-gestão pode ser considerada muito cara e que consome muito tempo
podendo ser substituída, em alternativa, pela introdução e aplicação mais
rigorosa de regulamentação específica;
a gestão participativa das pescarias
12
h) Possibilidade de utlização da co-gestão por parte de líderes políticos ou
comunitários em benefício dos seus propósitos e interesses.
36. A intervenção do Estado ainda que necessária e imprescindível mas não é suficiente
para promover o desenvolvimento. Os maiores responsáveis pelo desenvolvimento de
uma comunidade e consequentemente da localidade onde está inserida, são as
pessoas que a compõem e nela vivem. Sem o interesse, o envolvimento, o compromisso
e a adesão da comunidade local, da autoridade tradicional, nenhuma medida de
gestão terá êxito.
37. A participação da comunidade local nas estratégias de gestão partilhada permitem-
lhe, através da expereriência prática, poder identificar potencialidades, oportunidades,
vantagens comparativas e competitivas, problemas e obstáculos ao desenvolvimento,
a partir dos quais poderá definir estratégias, estabelecer prioridades e metas, monitorizar
e avaliar resultados, numa base compartilhada.
38. As estratégias compartihadas, por serem participativas, contribuem para o crescimento
humano e para o aumenta das possibilidades de empoderamento da população local,
que são elementos indispensáveis para garantir a sustentabilidade das pescarias e o seu
desenvolvimento.
a gestão participativa das pescarias
13
A GESTÃO PARTICIPATIVA DAS PESCARIAS
39. Foram várias as razões que levaram o Ministério das Pescas a plasmar na legislação e na
política pesqueira a adopção do modelo de gestão participativa como o modelo
preferencial na gestão das pescarias. De entre outras, podem enumerar-se:
a) A incapacidade da administração, por si só, de lidar com os sinais de
sobrepesca em algumas zonas;
b) O surgimento em número cada vez maior de conflitos locais entre os principais
utilizadores dos recursos pesqueiros;
c) A defesa de direitos preferenciais de acesso aos recursos por parte das
comunidades locais;
d) A necessidade de se implementar a reforma do sector público no capítulo da
desconcentração.
40. O Regulamento da Pesca Marítima – REPMAR1 e o Regulamento da Pesca em Águas
Interiores – REPAI2 consagram um capítulo à gestão participativa e indica-a, como
sendo “o modelo preferencial para assegurar a gestão das pescarias”.
41. O modelo de gestão participativa destinado a assegurar a gestão das pescarias
prossegue “os seguintes objectivos principais3:
a) Garantir uma gestão responsável das pescarias;
b) Assegurar o direito de acesso às pescarias das comunidades pesqueiras tendo
em vista a protecção e a promoção do seu bem-estar;
c) A promoção da participação das comunidades pesqueiras na planificação e
aplicação das medidas de ordenamento pesqueiro;
d) O fomento de actividades de formação através da extensão pesqueira;
e) A criação de um ambiente favorável à coexistência de pescadores artesanais,
armadores de pesca semi-industrial e de pesca industrial.”
42. A Comissão de Administração Pesqueira e o Comité de Co-Gestão são o fórum do
sistema de gestão participativa onde todos os grupos de interesse se encontram
representados. Pronunciam-se sobre matérias do interesse e do âmbito da preservação
dos recursos pesqueiros e da gestão das pescarias.
1 Decreto nº 43/2003, de 10 de Dezembro (BR nº 50 – I Série)
2 Decreto nº 57/2008, de 30 de Dezembro (BR nº 52 – I Série, 9º Sup.)
3 In artigo 15 do REPMAR,
a gestão participativa das pescarias
14
43. A legislação estabelece ainda o Conselho Comunitário de Pesca (CCP) como uma
forma de associação que, a requerimento dos interessados, o Ministro das Pescas
autoriza que desenvolvam as suas actividades “com vista a assegurar a gestão
participativa das pescarias, a garantir o cumprimento das medidas de gestão vigentes e
a gerir conflitos resultantes da actividade de pesca”.
44. Ao abrigo da lei geral sobre o associativismo podem, por iniciativa de armadores de
pesca ou de outros operadores económicos, ser criadas associações com vista a
defenderem os respectivos interesses.
A Comissão da Administração Pesqueira (CAP)
45. A Comissão de Administração Pesqueira é um fórum consultivo da administração
pesqueira, com periodicidade trimestral, para se pronunciar sobre matérias do interesse
e do âmbito da preservação dos recursos pesqueiros e da gestão das pescarias,
nomeadamente:4
a) Planos de desenvolvimento;
b) Limites de esforço de pesca e níveis de captura;
c) Medidas de gestão das pescarias ou de preservação do meio aquático.
46. Participam na CAP a administração pesqueira, as associações de armadores de pesca
e representantes das organizações comunitárias de pescadores artesanais – os CCP.
O Comité de Co-Gestão (CCG)
47. O CCG é fórum onde a gestão participativa é exercida. A sua composição, para além
da autoridade de administração pesqueira, inclui os representantes dos CCP, os
armadores de pesca representados pelas respectivas associações, as autoridades locais
e tradicionais e outros grupos de interesse na pesca. O CCG devem emitir pareceres
sobre diferentes aspectos relativos à gestão das pescarias, nomeadamente as propostas
de fixação de períodos de veda e de defeso, de legislação pesqueira, os programas de
pesca experimental e de extensão pesqueira, de licenciamento da pesca e respectivas
taxas, de conflitos de pesca e fiscalização.
48. Nos termos do REPMAR o CCG5 deve reger-se por um regulamento-tipo aprovado pelo
Ministro das Pescas. Este regulamento estabelece “a sua composição, o regimento das
suas sessões bem como as formas de articulação com a Comissão de Administração
Pesqueira (CAP) e com os órgãos do Ministério das Pescas”.
49. À semelhança da CAP, o CCG é um fórum de consulta, neste caso, da autoridade local
de administração pesqueira. Pretendeu-se com esta terminologia “autoridade local de
administração pesqueira” harmonizar com a usada no REPMAR, para significar a
representação das pescas a nível local.
4 In artigo 16 do REPMAR.
5 Diploma Ministerial nº.49/2007, de 24 de Maio, que aprova o Regulamento-Tipo de funcionamento dos Comités de Co-Gestão, (BR nº.21, I Série)
a gestão participativa das pescarias
15
50. Sendo os CCG um instrumento da gestão das pescarias é aceitável que a sua
competência primária incida sobre a emissão de pareceres/recomendações relativas à
gestão das pescarias, sem prejuízo de outros assuntos que não sejam deste domínio,
mas que interessam à autoridade local da administração pesqueira e que nelas
interferem.
O Conselho Comunitário de Pesca (CCP)
51. O CCP é uma associação de operadores com interesse na pesca que se regem pelos
princípios da livre adesão e benefícios mútuos para os seus membros, da unicidade do
voto, isto é, cada membro tem direito a um voto e da gestão participativa dos recursos
pesqueiros. Têm como objectivo principal contribuir para a preservação dos
ecossistemas costeiros.
52. O Estatuto-Tipo indica os CCP6 como sendo organizações comunitárias de base com
responsabilidades e envolvimento no controlo da observância das medidas de
conservação e de gestão de pescarias, da protecção do meio marinho ou das águas
continentais, da participação na fiscalização da pesca e no cumprimento das
disposições da legislação pesqueira aplicáveis.
53. Os CCP também são chamados a garantir o cumprimento das medidas de gestão
vigentes e a gerir os conflitos resultantes da actividade da pesca. Não são órgãos de
gestão participativa mas sim representantes de interesses comunitários nos órgãos de
gestão participativa.
54. O CCP é uma associação do tipo não reconhecida. A falta de reconhecimento significa
que não goza de personalidade jurídica, não é pessoa colectiva, mas a sua existência
não pode deixar de ter repercussões de direito. Assim, a falta de reconhecimento não
envolve necessariamente a falta de autorização que é necessária para tornar lícitas as
actividades a serem desenvolvidas, libertando os CCP das sanções (penais ou policiais)
que são aplicadas às associações ilícitas.
55. Nos centros de pesca, de uma forma geral, encontramos os pescadores artesanais
organizados em CCP. Estão melhor organizados nas zonas de implantação dos projectos
integrados devido ao facto de serem apoiados financeiramente e de serem objecto
das acções de extensão que estes projectos desenvolvem.
56. A legalização dos CCP tem sido feita a uma velocidade lenta devido ao processo ser
tramitado centralmente. A legalização formal é importante para que, aos olhos da
comunidade, os CCP sejam reconhecidos como uma autoridade capaz de dialogar em
pé de igualdade com as autoridades e de poderem agir com autoridade perante os
infractores e os pescadores migrantes.
57. A falta de legitimação formal e as dificuldades de se sustentarem financeiramente tem
sido a causa de desistências por parte dos seus membros o que os transforma num
grupo de pessoas cristalizadas, sem iniciativa e sem renovação nas chefias.
6 Aviso da Direcção Nacional de Administração Pesqueira indicando o Estatuto-Tipo dos Conselhos Comunitários de Pesca, (BR nº.21, III Série)
a gestão participativa das pescarias
16
SEMINÁRIO
58. Com base na experiência do processo de implementação da gestão participativa em
Moçambique, a ADNAP concluiu haver necessidade de realizar uma reflexão com o
objectivo de esboçar uma estratégia consentânea com a realidade socioeconómica e
politico-estratégica do país e do sector das pescas que garanta uma eficiência e
eficácia no processo da gestão participativa das pescarias.
59. Participaram no seminário representantes do MINEP, MITUR, MICOA, ADNAP, IIP, IDPPE,
FFP, Administradores de Distrito, Directores Provinciais, WWF, Armadores de Pesca e
quadros de nível central e provincial com ligações à gestão participativa.
Os problemas
60. Os intervenientes no processo de gestão participativa são a administração pesqueira e
os pescadores artesanais, na qualidade de intervenientes directos e os representantes
dos órgãos locais do Estado, os líderes comunitários, os operadores de turismo, entre
outros. Consta da Tabela 1 o inventário dos intervenientes no processo de gestão
participativa.
61. No decurso dos debates foram sendo enunciados e discutidos os problemas enfrentados
pelos intervenientes em todo o processo da gestão participativa das pescarias. A
listagem dos problemas constam da Tabela 2.
62. Dos diferentes problemas identificados e formulados foi posível definir o problema focal,
como sendo:
“O funcionamento do CCG distrital é deficiente e a participação dos CCP é fraca”
63. Permitiram, igualmente, identificar os problemas tidos como causas principais do
deficiente funcionamento do CCG distrital e da fraca participação dos CCP (Tabelas 3
e 4):
C1. A acção dos CCP nas actividades de apoio à gestão das pescarias é fraca
C1.a) Aos CCP compete-lhes incentivar o licenciamento da pesca, apoiar as
acções de fiscalização, mediar conflitos, promover a adopção e o uso de
artes de pesca regulamentadas e com sinalização adequada, apoiar a
extensão pesqueira, promover acções de carácter informativo e didáctico
sobre a necessidade de protecção do meio ambiente aquático e
acompanhar as acções de recolha de informação sobre as actividades de
pesca. Os CCP não têm conseguido encontrar formas de actuar em todas as
frentes para os quais existem o que influencia o funcionamento do sistema de
co-gestão.
C1.b) As comunidades e os membros dos CCP têm pouco conhecimento sobre os
direitos e obrigações dos CCP devido à falta de regulamentos internos de
a gestão participativa das pescarias
17
funcionamento e de manuais de procedimentos causando debilidade na
sua actuação.
C1.c) A natureza dos CCP não está bem esclarecida. Subsistem dúvidas se a forma
de associação é a que melhor se adequa aos CCP. Apesar do Estatuto-tipo
indicar que se trata de uma associação de tipo associação não
reconhecid,a, esta, não tem sido considerada a figura jurídica adequada
para a natureza de organização de base comunitária que se pretende para
os CCP.
C1.d) Os CCP já legalizados e autorizados a realizar as sua actividades não têm
realizado as respectivas Assembleias Gerais. Este factor não permite que os
Comités de Direcção dos CCP se renovem. A alternânciia não tem lugar.
Como resultado, os CCP aparecem como se fossem pertencentes a um
grupo de elementos fundadores e que determinam sobre tudo. Os corpos
directivos, por seu lado, também não estão familiarizados com as suas
atribuições.
C2. A competência dos SDAE no domínio das pescas é exercida com deficiências
C2.a) A LOLE estabeleceu competências para as administrações distritais e postos
administrativos, no domínio do licenciamento e da fiscalização da pesca.
Esta competência, ao nível de distrito, deve ser exercida pelos SDAE. Para
que os SDAE o possam fazer é necessário que estejam capacitados quer em
termos de meios humanos e respectiva capacitação, quer em termos de
meios financeiros.
C2.b) A nível dos SDAE o número de técnicos para atenderem os assuntos da
pescas é insuficiente. A potencialização em termos de recursos humanos dos
SDAE é urgente. São os SDAE que têm a responsabilidade de fazer funcionar
os CCG de Distrito cujo funcionamento tem sido considerado deficiente ou
mesmo inexistente.
C3. Os mecanismos de monitorização e de avaliação do funcionamento dos CCG são
deficientes
C3.a) O funcionamento dos CCG é considerado deficiente. Os objectivos pelos
quais foram instituídos, passados quatro anos, não foram ainda alcançados.
A monitorização do funcionamento dos CCG não tem sido feita e os
mecanismos de coordenação entre os vários níveis possíveis são inexistentes.
C3.b) Identifica-se a inadequação da composição dos CCG como uma das
causas do seu fraco desempenho. O desajustamento da composição dos
CCG tem como consequência a não participação de interesses
considerados importantes tais como os operadores turísticos, entre outros.
a gestão participativa das pescarias
18
C3.c) O facto dos CCG não estarem previstos existirem ao nível de posto
administrativo e de localidade é considerado como sendo uma das razões
para o inssucesso dos mesmos.
C3.d) A ADNAP não tem marcado presença nas reuniões dos CCG. Este facto
pode ter influenciado o fraco desempenho dos CCG e a falta de
mecanismos de monitorização e de avaliação do seu funcionamento.
C4. Os planos de gestão das pescarias locais não estão eleborados ou em aplicação
C4.a) A inexistência de planos de gestão das pescarias locais é tida como uma das
causas do fraco funcionamento dos CCG de nível local.
C4.b) As instituições centrais responsáveis pela dinamização da gestão
participativa (ADNAP e IDPPE) não têm assumido a totalidade das suas
responsabilidades institucionais o que é visto como sendo uma das causas
para a inexistência de planos locais de gestão das pescarias e
consequentemente para o fraco desempenho dos CCG com destaque para
os de nível distrital.
C4.c) A representação da administração pesqueira ao nível distrital está incluída
nos SDAE. Contudo, os SDAE não têm sido capazes de criar as condições
para alavancar os processos da gestão participativa com destaque para os
CCG. O fraco nível dos recursos humanos e financeiros colocados nos SDAE é
tido como sendo a causa principal da incapacidade dos SDAE.
C5. Recursos financeiros para o funcionamento da administração local das pescas, dos
CCG e dos CCP são insuficientes.
C5.a) Recursos financeiros para a realização das reuniões dos CCG e para que os
seus membros compareçam às sessões de trabalho convocadas, é referido
como sendo uma causa do seu fraco desempenho. As receitas do
licenciamento da pesca artesanal local não têm sido canalizadas para este
fim.
C5.b) Os recursos financeiros para manter a sustentabilidade dos CCP são escassos
ou mesmo inexistentes. Os CCP, cuja área de actuação é abrangida por
projecto de desenvolvimento apoiado por fundos externos, têm vindo a
funcionar com alguma regularidade ainda que com dificuldades
organizacionais.
C5.c) Este facto, periga a sustentabilidade financeira dos CCP cujos membros
desconhecem as principais fontes que estão identificadas nos estatutos
como sendo as contribuições dos membros (quota), os valores consignados
pelo licenciamento da pesca, as doações, a consignação de valores
provenientes de multas aplicadas com o apoio dos CCP, entre outras.
a gestão participativa das pescarias
19
ESTRATÉGIA PARA UMA GESTÃO PARTICIPATIVA DAS PESCARIAS
64. A participação dos utilizadores dos recursos pesqueiros nas estratégias de gestão
partilhada permitem-lhe, através da expereriência prática, poder identificar
potencialidades, oportunidades, vantagens comparativas e compeitivas, a partir das
quais podem definir estratégias e produzir recomendações de gestão.
65. O sistema de co-gestão assenta num conjunto de pressupostos que deverão estar
reunidos para que o sistema funcione com sucesso. São pressupostos importantes a
existência de:
a) Planos de gestão de pescarias locais;
b) Legislação enquadradora;
c) Organizações comunitárias de base estruturadas, organizadas e em
funcionamento;
d) Associações de armadores de pesca ou de pescadores ou pescadores
individuais organizados em estruturas comunitárias legitimadas;
e) Membros da administração das pescas e da comunidade capacitados e
habilitados;
f) Recursos financeiros e orçamentos estabelecidos;
g) Garantias de que os benefícios económicos são distribuídos pelas comunidades.
66. A estratégia deverá conduzir a gestão participativa das pescarias para uma situação
em que os fórum de co-gestão de diferentes níveis funcionem com periodicidade e
com efectiva participação de todos os grupos de interesse neles representados.
67. No sistema de co-gestão o trabalho é quase totalmente realizado em equipa, por essa
razão, há responsabilidade partilhada na procura de soluções e na tomada de decisão
aos vários níveis. Esta interacção ocorre não só entre subordinados ou entre superiores
mas também entre subordinados e superiores.
68. Como todos os sistemas descentralizados o modelo de gestão participativa apresenta
vantagens e desvantagens:
Vantagens Desvantagens
Decisões tomadas por quem está mais próximo dos
acontecimentos;
Maior e melhor envolvimento na tomada de decisões
criando maior responsabilidade e motivação;
Estimula um ambiente de competitividade entre as
organizações;
Aumenta a criatividade local na procura de soluções
para os problemas locais.
Ocorrência de falta ou fraca informação sobre a
gestão;
Fraco envolvimento dos elementos não
pertencentes à comunidade;
Monitorização e tratamento uniformizado dos
assuntos mais difícil;
Actuação e procedimentos diferenciados entre
organizações similares.
a gestão participativa das pescarias
20
Organização e representação do sistema de co-gestão
69. A co-gestão é por definição um sistema compartilhado. Do lado da administração das
pescas a coordenação cabe ao coordenador do sub-sistema de gestão das pescarias,
ou seja, à ADNAP. Os usuários têm a sua própria coordenação seja ao nível de
associações ou de confederações de associações.
70. Há, porém, a particularidade dos CCP. Estes, embora com carácter de associação,
devem ter um acompanhamento especial. A extensão pesqueira, institucionalmente
representada pelo IDPPE, deve tomar a seu cargo a coordenação e a promoção dos
CCP, bem como zelar para que a sua efectiva representatividade, nos fórum de co-
gestão, esteja assegurada.
71. São fórum do sistema de co-gestão das pescarias: a Comissão de Administração
Pesqueira (CAP) e os Comité de Co-Gestão (CCG). A CAP é o fórum de nível central e
os CCG são os fórum de nível local podendo ser instituído aos vários níveis do poder
local.
72. São membros dos órgãos de co-gestão (CAP e CCG) de um lado, os representantes da
administração das pescas e, do outro lado, os utilizadores dos recursos pesqueiros.
Devem ser definidos membros efectivos. Esses, são os que obrigatoriamente têm assento
permanante nas sessões dos órgãos de co-gestão.
73. Entre a CAP e o CCG não existe qualquer dependência hierárquica. Existe apenas
dependência técnica7. Os assuntos em agenda são analisados e esgotam-se no nível
onde são discutidos. As recomendações saídas de cada fórum são de aplicação ao
nível da área de influência de cada fórum, isto é, nacional ou local.
74. Para a materialização da independência hierárquica, que os CCG devem ter com
relação à CAP, é importante e necessário que sejam clarificadas as competências para
o nível local.
A Comissão de Administração Pesqueira (CAP)
75. A CAP deverá ser ajustada à nova estrutura de administração pesqueira. A ADNAP tem
o papel principal na dinamização da CAP tornando-a num verdadeiro fórum de co-
gestão em detrimento da situação agora prevalecente.
76. O estatuto da ADNAP prevê a existência de um Conselho de Gestão de Pescarias
(CGP). A gestão deste conselho e da CAP deve ser feita de forma a se evitarem
duplicações ou recomendações de sentido contrário para o mesmo assunto. A CAP
deve ser o fórum onde as recomendações saídas do CGP sejam referendadas para a
tomada das decisões finais.
7 Entendida a dependência técnica como sendo a emanação de metodologuas e métodos de trabalho que devem ser harmonizados e uniformizados por forma a se poder
monitorizar a actividade dos CCG com mais facilidade.
a gestão participativa das pescarias
21
77. Deve ser evitado que a CAP se transforme no árbitro que vai desempatar as posições ou
diferenças cujo consenso não foi alcançado nos CGP. As matérias saídas do CGP, que
careçam de ser referendadas na CAP, devem estar devidamente consensualizadas
para serem incluídas na agenda das suas sesssões.
78. A CAP não toma decisões. É um fórum de consulta. Como tal, emite recomendações.
As recomendações da CAP devem estar fundamentadas e consensualizadas de tal
forma que levem a quem tem que tomar as decisões finais a tomá-las sem qualquer
devolução para esclarecimentos. Ao mesmo tempo, devem conter a abrangência
necessária para se evitar o recurso, hoje usado com frequência, ao poder político.
O Comité de Co-Gestão (CCG)
79. As funções que a legislação vigente confere aos CCG é suficiente e inclusiva cobrindo
a gestão das pescarias locais. É um fórum onde deve ser analisada a situação das
pescarias correspondentes à sua área de influência.
80. Os CCG têm um papel muito importante no ordenamento e no controlo da aplicação
de medidas destinadas a controlar o esforço de pesca ou de regulação do direito de
acesso aos recursos locais, na procura de soluções tendentes a mitigar conflitos, no
estabelecimento de critérios de acesso a oportunidades que envolvam diferentes
comunidades, na gestão de recursos migratórios ou partilhados.
81. Embora a legislação permita que existam CCG de nível provincial, esta permissão exige
maior organização e uma elevada capacidade financeira. O modelo de gestão
participativa deve ser evolutivo e ter em consideração a realidade concreta. Sugere-se
que os Comités de Co-Gestão se estruturem, numa fase inicial, apenas ao nível distrital.
Fica reservado para a administração pesqueira provincial o papel de promover e
monitorizar a actividade dos CCG distritais.
82. Em circunstâncias especiais pode ser necessário a existência de um CCG cobrindo
vários distritos. Nestes casos, a administração pesqueira provincial pode ser chamada a
organizar e a dirigir um CCG. Os casos das baías cujas margens são repartidas por vários
distritos sugerem esta forma de organização. Estão identificados os casos da baía de
Maputo e muito provavelmente os das baías de Inhambane, de Nacala, de Pemba,
entre outras de natureza semelhante. Um mapeamento com vista a determinar onde
podem surgir este tipo CCG é necessário e urgente.
83. O representante da administração pesqueira é chamado a presidir às sessões dos CCG.
No distrito, o Director do SDAE é quem deve dirigir as sessões dos CCG. Ao nível de
província, quando as circunstâncias especiais anteriormente identificadas tiverem lugar,
será o representante da entidade que representa ADNAP ou, existindo, o delegado
provincial da ADNAP. Esta estruturação permite que, tanto o Administrador Distrital
como o Director Provincial de Pescas possam, numa fase inicial, tomar decisões
segundo as recomendações dos CCG.
a gestão participativa das pescarias
22
84. Para a tomada de decisões é importante que as competências sejam legalmente
desconcentradas. Sugere-se, no entanto, que essas competências sejam delegadas
pontualmente à medida que se forem consolidando os CCG e à medida que os CCP
tenham, de facto, assumido a parte que lhes cabe neste processo. A tomada de
decisão nomeadamente sobre: a determinação de áreas interditas à pesca; a
declaração dos períodos de paralização temporária; as artes de pesca a serem
autorizadas ou interditas, entre outras, são alguns exemplos de competências a delegar.
85. Com vista a apurar as competências concretas a desconcentrar, deve ser feito um
levantamento/estudo apoiado numa participação ampla dos agentes envolvidos no
processo de co-gestão.
86. Um sistema de monitorização do funcionamento dos CCG, incluindo das decisões
tomadas e da sua eficácia, deve ser introduzido.
O Conselho Comunitário de Pesca (CCP)
87. Os CCP definidas como sendo organizações comunitárias de base são inquestionáveis
no funcionamento do sistema de gestão participativa das pescarias. Assim como o são,
a título de exemplo, as associações de armadores de pesca, de processadores de
pescado ou de operadores turísticos.
88. Os seus membros, deverão incentivar o licenciamento da pesca, apoiar as acções de
fiscalização, mediar conflitos e promover a adopção e o uso de artes de pesca
regulamentadas e com sinalização adequada. No domínio do apoio à extensão
pesqueira deverão promover acções de carácter informativo e didáctico sobre a
necessidade de protecção do meio ambiente aquático, acompanhar as acções de
recolha de informação das actividades de pesca.
89. A participação dos CCP no modelo de gestão participativa das pescarias será melhor
sucedida se a sua legalização for oficial e pública. Isto dá-lhes o reconhecimento que
necessitam para agirem embuidos de autoridade junto dos seus membros e junto da
comunidade. O processo de reconhecimento dos CCP deve estar desconcentrado
dando poderes aos Administradores de Distrito para autorizarem a sua constituição.
90. Os CCP devem ser revitalizados. A extensão pesqueira deverá criar um programa de
reciclagem e restruturação dos CCP existentes. É importante que seja verificada a
representatividade da Direcção de cada CCP e que a comunidade, através de um
processo de eleições, ratifque a respectiva os legitime.
91. A direcção, ou melhor, o corpo directivo dos CCP manisfetam a pretensão de os seus
membros poderem ostentar determinados símbolos (uniforme, braçadeira, colete,
crachá, etc.) para fazerem valer a sua autoridade na comunidade. Esta pretensão que
mais parece um detalhe é muito importante para a afirmação dos CCP. A extensão
pesqueira terá que se debruçar sobre este aspecto e propor a institucionalização de um
a gestão participativa das pescarias
23
símbolo que não seja um uniforme, por razões de conotação com uma força de
repressão, a ser ostentado pelos membros dos CCP.
92. Outro aspecto que motiva e incentiva o trabalho dos membros do CCP é o
financiamento das suas actividades. A efectiva alocação de valores provenientes das
taxas de licenças de pesca emitidas na área de influência do CCP deve ter lugar.
93. Ao CCP está reservado um papel educativo e dissuasor em relação às más práticas de
pesca (redes mosquiteiras, pesca ilegal), apoio à fiscalização da pesca, mobilização
para o licenciamento da pesca, intermedição e arbitragem de conflitos entre
pescadores, apoio na recolha de estatísticas de captura, entre outros.
a gestão participativa das pescarias
24
CONCLUSÕES
94. São fórum do sistema de co-gestão das pescarias: a Comissão de Administração
Pesqueira (CAP) e os Comité de Co-Gestão (CCG). A CAP é o fórum de nível central e
os CCG são os fórum de nível local podendo ser instituído aos vários níveis do poder
local.
95. O sistema de co-gestão assenta num conjunto de pressupostos que deverão estar
reunidos: (1) planos de gestão de pescarias locais; (2) legislação enquadradora;
(3) organizações comunitárias, associações de armadores de pesca ou de pescadores
ou pescadores individuais organizados e a funcionar; (4) membros da administração e
da comunidade capacitados e habilitados; (5) recursos financeiros e orçamentos
estabelecidos.
96. No distrito, o Director do SDAE preside às sessões dos CCG. Para a tomada de decisões
é importante que as competências sejam legalmente desconcentradas. Os
Administradores de Distrito e o Directores Provinciais de Pescas deverão ter
competência para tomar decisões locais de gestão das pescarias quando
recomendadas pelos CCG.
97. Os CCP deverão ter um papel educativo em relação à importância do licenciamento e
do cumprimento das medidas de gestão das pescarias e dissuasor em relação às más
práticas de pesca (redes mosquiteiras, pesca ilegal) como forma de apoiar a
fiscalização da pesca,
98. A representatividade do corpo directivo dos CCP deve ser referendada pela
comunidade, através de um processo de eleições. Um símbolo que identifique os CCP
deverá ser adoptado.
99. Acções de capacitação, em matérias de gestão compartilhada, devem ser
equacionadas tanto para os membros das organizações de base comunitárias, para os
membros das associações e para os funcionários da administração pública envolvidos
no processo.
100. Fundos para o funcionamento do sistema de co-gestão das pescarias, com origem nos
valores cobrados pelo licenciamento da pesca, terão que ser alocados com vista a
torná-lo auto sustentável.
a gestão participativa das pescarias
25
Tabela 1
LISTA DOS INTERVENIENTES
(Seminário)
1. Administradores de Distrito
2. Serviços Distritais de Actividades Económicas
3. Administração Nacional das Pescas
4. Líderes comunitários
5. Pescadores artesanais membros dos CCP
6. Pescadires artesanais não membros dos CCP
7. Pescadores de subsistência
8. Extensionistas
9. Amostradores
10. Fiscais de pesca
11. Operadores de turismo
12. Comerciantes de pescado e de insumos
13. Administração marítima local
a gestão participativa das pescarias
26
Tabela 2
LISTAGEM dos PROBLEMAS
1. As Assembleias Gerais dos CCP não são realizadas; (p1)
2. Os CCP não possuem regulamentos internos de funcionamento;(p2)
3. Os líderes comunitários são pouco consultados pelas lideranças dos CCP;(p3)
4. Os CCP apenas actuam nos períodos do licenciamento;(p4)
5. Os direitos e as obrigações dos CCP são pouco conhecidos pela comunidade e pelos seus membros;(p5)
6. Os recursos financeiros para manter sustentáveis as actividades dos CCP são insuficientes;(p6)
7. A natureza dos CCP não está clara;(p7)
8. A decisão de autorização para a legalização dos CCP não está desconcentrada;(p8)
9. A participação dos CCP no licenciamento e na fiscalização da pesca é deficiente;(p9)
10. O envolvimento na denúncia de conflitos e na sua resolução é fraco;(p10)
11. A articulação entre os CCP e as autoridades da administração local e com as autoridades comunitárias é deficiente;(p11)
12. Os membros dos CCP não estão a pagar quotas;(p12)
13. O funcionamento dos CCP não cobertos por projecto de desenvolvimento tem actuação deficiente ou nula;(p13)
14. A acção dos CCP no apoio à gestão das pescarias é fraco; (p14)
15. O conhecimento das atribuições dos Comités de Direcção dos CCP é fraco; (p15)
16. Recursos financeiros para o funcionamento regular dos CCG e da administração local das pescas insuficientes;(p16)
17. Insuficiente conhecimento das responsabilidades institucionais do IDPPE e da ADNAP na co-gestão;(p17)
18. Os níveis de posto administrativo e de localidade não estão equacionados no sistema de gestão participativa vigente;(p18)
19. A administração das pescas não está representada ao nível da base;(p19)
20. As recomendações dos CCG não têm correspondência de mesmo nível na tomada de decisão;(p20)
21. O funcionamento dos CCG de distrito é deficiente; (p21)
22. A composição dos CCG está desajustada;(p22)
23. Planos de gestão das pescarias locais não estão elaborados;(p23)
24. A gestão das pescarias locais não está sendo feita por falta de planos locais de gestão;(p24)
25. A composição dos CCG não está adequada às condições locais concretas;(p25)
26. Fluxo de informação entre a CAP e os CCG inexistente;(p26)
27. Os CCP têm fraca participação nas discussões da CAP;(p27)
28. A agenda da CAP é determinada pelos assuntos relacionados com as pescarias marítimas semi-industrial e industrial;(p28)
29. Os SADAE não estão capacitados para assumirem a liderança dos CCG;(p29)
30. Os CCG de Província não têm os mecanismos definidos de coordenação com os CCG de Distrito ou de outro nível;(p30)
31. Os técnicos dos SDAE são insuficientes para cobrir o sector das pescas do Distrito;(p31)
32. A formação sobre o sector das pescas dos técnicos dos SDAE é fraca;(p32)
33. A competência dos SDAE no domínio das pescas é exercida deficientemente;(p33)
34. As actividades do CCG não estão a ser planificadas e orçamentadas;(p34)
35. Os mecanismos de monitorização e de avaliação do desempenho dos CCG e CCP são deficientes;(p35)
a gestão participativa das pescarias
27
Tabela 3
Problema focalO funcionamento do CCG distrital é
deficiente e a participação dos CCP é fraca
Os CCP não possuem regulamentos internos de funcionamento;(p2)
SADAE não estão capa-
citados para assumirem a liderança dos CCG;(p29)
A natureza dos CCP não
está clara;(p7)
Os direitos e a obriga-
ções dos CCP são pouco conhecidos pela comu-
nidade e pelos seus
membros; (p5)
A competência dos SDAE (pescas) é exercida com
deficiência;(p33)
Insuficiente conheci-mento das responsa-bilidades institucio-
nais (IDPPE e ADNAP) na cogestão; (p17)
Os mecanismos de moni-torização e de avaliação do funcionamento dos
CCG são deficientes;(p35)
A articulação entre os CCP e as
autoridades da administração local e com as autoridades co-munitárias é deficiente; (p11)
A.Gerais dos CCP não são
realizadas (p1)
O fluxo de informação
entre a CAP e os CCG é inexis-tente;(p26)
A participação dos CCP no licenciamento e na
fiscalização da pesca é deficiente;(p9)
CCG/Província ñ têm
definidos mecanismos de coordenação com os
CCG de Distrito ou a
outro nível;(p30)
Os níveis de posto
administrativo e de lo-calidade não estão
equacionados no sis-
tema de gestão parti-cipativa vigente;(p18)
Os líderes comunitários são
pouco consultados pelas lideranças dos CCP;(p3)
Os CCP têm fraca participação
nas discussões da CAP;(p27)
Os técnicos dos SDAE para cobrir o sector das pescas
do Distrito são
insificientes;(p31)A composição dos CCG
está desajustada;(p22)
A gestão das pescarias locais não está sendo feita por falta de pla-nos locais de gestão;
(p24)
Planos de gestão das pescarias locais não es-tão elaborados ou em
aplicação;(p23)
A administração das pescas não está
representada ao nível da base;(p19)
A agenda da CAP é determinada
pelos assuntos relacionados com as pescarias marítimas semi-industrial e industrial;(p28)
A composição dos CCG não está adequada às
condições locais concretas;(p25)
A participação da
ADNAP nas reuniões dos CCG é nula;(p36)
A formação dos técnicos dos SDAE sobre o sector das
pescas é fraca;(p32)
O funcionamento dos
CCP não cobertos por projectos de desenvol-vimento têm actuação
deficiente ou nula;(p13)
Recursos financieros para o funcionamento dos CCG e
da administração no terreno insuficientes; (p16)Recursos financeiros p/ manter sustentá-veis as
actividades dos CCP
insuficientes;(p6)
Gestão participativa - árvore dos problemas
O conhecimento das atribuições dos Comités
de Direcção dos CCP é
fraco (p15)
A acção dos CCP no apoio à gestão das pescarias é
fraco;(p14)
a gestão participativa das pescarias
28
Tabela 4
Funcionamento do CCG distrital com efectivo envolvimento dos CCP melhorados
Elabordos e aprovados os regulamentos internos dos CCP
SADAE capacitados para
assumirem a liderança dos CCG
A natureza dos CCP
clarificada na revisão do Estatuto-tipo
Divulgados os direitos e
as obrigações dos CCP pela comunidade e pelos
seus membros
A acção dos SDAE no âmbito das suas
competências melhorada
Responsabilidades institucio-nais (IDPPE e
ADNAP) na co-gestão
definidas
Mecanismos de monitoriza-ção e de avaliação do fun-cionamento dos CCG ela-borados e em execução
A articulação entre os
CCP e as autoridades da administração
local e com as
autoridades comunitárias
melhrada
Periodicamente são rea-
lizadas AGerais nos CCP
Fluxo de informação entre a
CAP e CCG estabelecido e em execução
Participação dos CCP no licenciamento e na
fiscalização da pesca efe-ctiva e eficiente
Mecanismos de coor-denação (CCG)
entre os níveis de província e os de
distrito estabeleci-
Inseridos no sistema de gestão
participativa os níveis de posto
admi-nistrativo e de localidade
Os líderes comunitários são
com frequência consulta-dos pela Direcção CCP
Participação dos CCP nas CAP
melhorada
Os técnicos dos SDAE em número suficiente para cobrirem o sector
das pescas do Distrito
A composição dos CCG revissta e adequada às
condições locais
Planos de gestão das pescarias locais ela-
borados e em execução
Administração
das pescas re-presentada ao nível da base
Agenda da CAP determinada
pelos assuntos de gestão das pescarias no seu todo
Melhorada a partici-
pação da ADNAP nas reuniões dos CCG
Os técnicos dos SDAE formados sobre o sector das pescas
Melhorada a susten--
tabilidade financeira do dos CCP
Recursos financeiros para o funcionamento dos CCG e
da administração das pescas local suficientes
Financiamento das actividades dos CCP
melhorado
Gestão participativa - árvore dos objectivos
Melhorado o conheci -mento das atribuições
dos Comités de Direcção
dos CCP
Participação dos CCP na gestão das
pescarias melhorada
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