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A importância da Fruticultura na Ilha

Terceira

David João Horta Lopes

Jornadas Agrícolas da Praia da Vitória

Casa do Povo da Fonte de Bastardo 9 a 11 de março de 2012

Amaro & Baggiolini (1982)

Planta no centro do ecossistema

Culturas : Macieira, Citrinos, Bananeira,

Castanheiro e Oliveira

(INE, 2008) (Lopes,2010) (SREA,2007)

CITRINOS

(INE, 2008)

24.610 hectares 271.496 toneladas

215 hectares 3.180 toneladas

566 hectares 6.279 toneladas

28,7%

Madeira

141,2 ha 1.037,8 T

90 ha 1126T

146,7 ha 2.444,2 T

(SREA,2007)

5

(Lopes et al., 2005) (Lopes et al., 2008) (Lopes et al., 2009)

CITRINOS

Principais problemas fitossanitários dos citrinos: - a mineira-dos-citrinos (Phyllocnistis citrella Staiton); - as moscas-brancas-dos-citrinos (Aleurotrixus floccosus Maskell e Paraleyrodes minei Laccarino). - a mosca-do-Mediterrâneo (Ceratitis capitata Wied) - os afídeos; - e as cochonilhas

afídeos

tripes ácaro

cochonilhas moscas brancas

cochonilhas

Mosca-do-Mediterrâneo

moscas brancas

Mineira

Inimigos ocasionais: - ácaro-dos-citrinos (Panocychus citri Mc Gregor) - e tripes (Anisopilothrips venustulus Priesner, Heliothrips haemorrhoidalis Bouché e Haplothrips sp.)

6

CITRINOS

Métodos de estimativa do risco e NEA

Exemplo de quadro com diferentes meios de protecção

aplicáveis no combate à mosca-do-Mediterrâneo

Afídeos Moscas brancas e Lagarta-mineira

mosca-do-Mediterrâneo

Avaliação de prejuízos nos frutos

(Lopes et al., 2005) (Lopes et al., 2008) (Lopes et al., 2009)

tripes

(Lopes et al., 2009)

Meios de protecção usados nos citrinos

(INE, 2009) (SREA,2007)

MACIEIRAS

(INE, 2009)

20.205 hectares 243.262 toneladas

86,3 hectares 661,4 toneladas

44,1 ha 355 T

9,6 ha 74,6T

17,9 ha 119,4 T

SREA,2007)

8

MACIEIRAS

Principais problemas fitossanitários das macieiras: - bichado-da-macieira (Cydia pomonella (L.); - traça-oriental (Cydia molesta Busck); - mosca–do-Mediterrâneo (Ceratitis capitata Wiedemann); - aranhiço-vermelho (Panonychus ulmi Koch); - afídeos; - tripes; - cancro; - oídio; - antracnose

(Pimentel et al., 2009)

ácaros

tripes

afídeos

antracnose

traça-oriental

oídio cancro

vírus

bichado Mosca-do-Mediterrâneo Inimigos ocasionais:

- mineiras - cochonilha-de-São José (Q. perniciosus) - podridão–radicular (Rosellinia necatrix ou Armillaria spp.)

www. rivistadiagraria.org www.eppo.org

Ordem Meios de Protecção

Leptidoptera Biológicos Culturais Biotécnicos

Traça Oriental

Cydia molesta Buck

- Bacillus thuringiensis - spinosade

- Eliminação e queima dos rebentos e frutos atacados.

- Utilização de armadilhas Delta com feromona sexual (Fig.22)

* DGADR (2009)

MACIEIRAS

Métodos de estimativa do risco e NEA • Observação visual, com determinação das percentagens de ocupação de ramos, folhas, inflorescências e frutos no caso dos ácaros, afídeos, tripes, mineiras e cochonilhas, Nos frutos, também poderão estimar a percentagem de frutos atacados pelo bichado, traça-oriental e mosca-do-Mediterrâneo • Armadilhas com feromona sexual especifica para os adultos de : bichado, traça-oriental, mosca-do Mediterrâneo e placas cromotrópicas para tripes Existem NEA publicados (DGPC, 2006; 2008), no caso da Madeira e Açores, estes são utilizados apenas como meras referências Meios de protecção usados nas macieiras

(Pimentel et al., 2009)

Avaliação de prejuízos nos frutos

Observação visual

Armadilhas

(INE, 2008) (SREA,2007) (DRE, 2008)

BANANEIRA

(INE, 2008)

1% da produção Nacional

País 1.113 hectares 29.500 toneladas

93 hectares 1.599 toneladas

Madeira 550 hectares 17.325 toneladas

RAA: 324 hectares 5.800 toneladas

92,7 ha 1599,1 T

160,7 ha 3214,1T

(SREA,2007)

(Lopes et al., 2005) (Lopes et al., 2008) (Lopes et al., 2009)

BANANEIRA

Principais problemas fitossanitários das bananeiras: - gorgulho (Cosmopolites sordidus Germar) - tripes - traça-da-bananeira (Opogona sacchari Bojer) - mal-do-Panamá - e charuteiro

tripes

gorgulho

mal-do-Panamá

traça-da-bananeira

charuteiro

caracol

vírus

Inimigos ocasionais: - caracol; - cochonilhas (Hemiberlesia lataniae Signoret) - afídeos (Aphis fabae Scopoli e Pentalonia nigronervosa Coquerel) - alternariose - antracnose

BANANEIRA Métodos de estimativa do risco e NEA

Exemplo de quadro com diferentes meios de protecção aplicáveis no combate ao gorgulho-

da-bananeira

(Lopes et al., 2005) (Lopes et al., 2008) (Lopes et al., 2009)

tripes

(Lopes et al., 2009)

(Lopes et al., 2009)

tripes

gorgulho

caracol

Meios de protecção usados na bananeira

Observação visual de estragos

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CASTANHEIRO

(INE, 2008)

16,2 ha 45,6 T

10,5 ha 37 T

)

(INE, 2008) (SREA, 2007; 2008 ) (DRE, 2007; 2008)

30.133 hectares 21.646 toneladas

RAA: 97,4 hectares 280 toneladas

RAM: 64 hectares 760 toneladas

70,7 ha 187,1 T

(Abreu, 2007) (Lopes et al., 2009)

CASTANHEIRO

Principais problemas fitossanitários do castanheiro

- bichado-da-castanha (Cydia splendana Hb.); - cancro- do-castanheiro (Cryphonectria parasitica (Murr.) Barr.) - tripes

Vasquez et al., 2000

(www.cals.ncsu.edu)

bichado-da-castanha

cancro- do-castanheiro

tripe

gorgulho

tinta- do-castanheiro

Inimigos ocasionais - gorgulho (Curculio elephas Hb) - tinta-do-castanheiro (Phytophthora cinnamomi Rands e P. cambivora (Petri) Buiss))

(Aguin-Pombo et al.,2009) (Lopes et al., 2009)

CASTANHEIRO

Métodos de estimativa do risco e NEA Métodos de amostragem indirectos como sejam a: -utilização de armadilhas com feromonas sexuais específicas - placas cromotrópicas com cola A observação visual das percentagens de ocupação dos frutos (no caso do bichado-da-castanha e gorgulho)

(Quadro exemplo do bichado da castanha)

Photo CEHM

Meios de protecção usados no castanheiro

OLIVEIRA

(INE, 2008)

Produção de azeite 379.616 hectares 203.968 toneladas Azeitona de mesa 11.219 hectares 8.277 toneladas Não há qualquer referência à produção Regional (existe no Pico e na Terceira)

13,38 hectares

(Figueiredo,2003) (Figueiredo et al.,2003) (INE, 2008) (Lopes et al., 2007; 2008a;2008b; 2009a)

17

OLIVEIRA

Principais problemas fitossanitários da oliveira - mosca-da-azeitona (Bactrocera oleae Gmelin.), é a praga-chave mais importante pelos estragos que provoca nos olivais da Ilha Terceira; - traça-da-oliveira (P. oleae Bern.); - algodão-da-oliveira (Euphyllura olivina Costa); - tuberculose (Pseudomonas savastanoi Smith).

(Figueiredo,2003) (Figueiredo et al.,2003) (Lopes et al., 2007; 2008a;2008b; 2009a)

algodão-da-oliveira

borboleta-do-jasmim caruncho tripe

mosca-da-azeitona

traça-da-oliveira

tuberculose

mosca-da-azeitona

cochonilhas

Inimigos ocasionais - borboleta-do-jasmim (Palpita unionalis Hübn); - caruncho-da-oliveira (Phloeotribus scarabaeoides Bern.); - cochonilha-negra (Saissetia oleae Olivier); - cochonilha-algodão (Pseudococus adonidum L.); - cochonilha violeta (Parlatoria oleae Colvée) - tripe (Liothrips oleae Costa).

OLIVEIRA

Métodos de estimativa do risco e NEA Observação visual com a determinação das percentagens de ocupação de ramos, folhas, inflorescências e frutos: - algodão-da-oliveira (E. olivina) - inflorescências - traça-da-oliveira (P. oleae) - o tipo de órgão a observar varia com a geração e análise das capturas dos adultos em armadilhas com feromona sexual específíca - mosca-da-azeitona (B. oleae) - análise das capturas dos adultos em armadilhas com feromona sexual e observação de frutos Os NEA adoptados a nível nacional apenas serão tomados como referência

(Figueiredo,2003) (Figueiredo et al.,2003) (Lopes et al., 2007; 2008a;2008b; 2009a)

(Lopes et al., 2009)

algodão-da-oliveira

traça-da-oliveira

tripes

borboleta-do-jasmin

mosca-da-azeitona

s de protecção usados na oliveira (ex: Quadro da mosca-da-azeitona)

Armadilha Malaise

Técnica das pancadas ou batimentos

LEVANTAMENTO DA ENTOMOFAUNA DAS DIVERSAS CULTURAS – IDENTIFICAÇÃO DA FAUNA AUXILIAR

Triagem, separação e identificação

Colecção de referência

Conhecimento Integrado das culturas

Monitorização das pragas

Estimativa do risco

Cálculo de prejuízos Informação aos produtores

Tomada de decisão Solução dos problemas

DIFICULDADE

24 Fruticultores e Viticultores acompanhados quinzenalmente pela

Universidade dos Açores, SDAT e FRUTER

Reuniões periódicas com Fruticultores e Viticultores

Universidade dos Açores, SDAT e FRUTER

Elaboração e divulgação de informação aos

técnicos e produtores

3 Manuais (Livros)

Realização de cursos temáticos de formação prática dos

técnicos e fruticultores

8 Ações de formação de curta duração

– “Análise de dados Científicos”

– “Introdução ao estudo de doenças fúngicas”

– “Poda em Verde Pomóideas”

– “Identificação de Tripes”.

– “Técnicas e materiais de aplicação de

produtos fitofarmacêuticos”.

– “Problemas fitossanitários de Proteas”.

– “Identificação de Ácaros”.

– “Fertilização de vinhas e pomares”.

Realização de Workshop e de um Congresso Regional de

fruticultura para técnicos e fruticultores

Worshop de Fruticultura I Congresso Regional

Produtores

Universidade Serviços de Desenvolvimento

Agrário

Diagrama de relações que deve ser mantido e reforçado para o futuro estabelecimento de um verdadeiro

Serviço de Extensão Agrária dos Açores e que permitira uma adopção natural

da Protecção Integrada por parte do agricultor

Associações de produtores

(FRUTER ou AAIT)

Legislação Medidas Agro-ambientais (Portaria nº 693/94 de 23 de Junho)

• Medidas Agro-ambientais:

– Práticas agrícolas compatíveis com as exigências da protecção do ambiente e preservação do espaço natural;

– Protecção das águas contra poluição de origem agrícola

– Luta química aconselhada

– Protecção Integrada (Decreto-Lei n.º 180/95 de 26.07. Regula os

métodos de protecção e produção integradas das culturas agrícolas)

– Produção Integrada

– Agricultura Biológica (única em vigor na Região)(REG. (CE) N.°

2092/1991 de 24.06.)

Falta de adaptação à Região dos apoios a adoção e desenvolvimento

da Proteção Integrada

• Beneficiários : Produtores agrícolas que revistam a natureza pública ou privada e os seareiros no caso de culturas hortícolas, horto-industriais e arroz

• Exploração de uma área mínima de: – 0,50 ha de fruticultura

– 0,20 ha de limoeiros

– 0,30 ha de culturas arvenses anuais de regadio, ou horto-industriais ou de arroz

– 0,30 ha de hortícolas ao ar livre

– 0,10ha de hortícolas em estufa

Ajudas Produção Integrada (http://www.inga.min-agricultura.pt/ajudas/agroamb/pdi/regras.html)

- Ajudas majoradas em 20% nos 2 primeiros anos - Montante total até 600€/ha/ano culturas anuis e 900€/ha/ ano culturas permanentes

Tipo de Ajuda Área Montante (por ha)

Pomóideas, Prunóideas e Citrinos

Até 5 ha 549 euro

5 a 10 ha 399 euro

10 a 25 ha 299 euro

> 25 ha 200 euro

Vinha e kiwi

Até 5 ha 380 euro

5 a 10 ha 276 euro

10 a 25 ha 207 euro

> 25 ha 138 euro

Olival

Até 5 ha 195 euro

5 a 10 ha 142 euro

10 a 25 ha 106 euro

> 25 ha 71 euro

Arroz

Até 10 ha 231 euro

10 a 25 ha 190 euro

25 a 50 ha 175 euro

> 50 ha 125 euro

Arvenses de Regadio de Outono-Inverno

Até 10 ha 136 euro

10 a 25 ha 109 euro

25 a 50 ha 82 euro

> 50 ha 54 euro

Arvenses de Regadio de Primavera-Verão

Até 10 ha 177 euro

10 a 25 ha 142 euro

25 a 50 ha 82 euro

> 50 ha 54 euro

Horto-industruais

Até 5 ha 258 euro

5 a 10 ha 206 euro

10 a 25 ha 155 euro

> 25 ha 103 euro

Hortícolas ao ar livre

Até 5 ha 539 euro

5 a 10 ha 392 euro

> 10 ha 196 euro

Hortícolas em estufa

Até 2 ha 550 euro

2 a 5 ha 400 euro

> 5 ha 200 euro

Valor da Ajuda Produção Integrada

• É importante estar disponível informação sobre :

– Registos de importações de fruta na Ilha e na Região => ajustamento da produção às necessidades do Mercado interno;

– Conhecimento e regulação dos preços praticados aos produtores;

– Registo das produções das culturas frutícolas;

– Saber na realidade quais são as áreas produtivas;

– Definição das áreas de aptidão para determinadas culturas dentro da Ilha, atendendo às suas exigências climáticas, disponibilidade hídrica e de solo;

• É importante :

• Tomar a consciência que a partir de 1 de janeiro de 2014 é obrigatória a adoção da proteção integrada no (Resolução do Conselho de 2008 – Diretiva do Uso Sustentável dos Pesticidas) ;

• Tomar consciência do problema causado pela saída até 2014 de grande parte das substâncias ativas dos pesticidas do mercado com redução drástica do seu número destes e necessidade de informação das alternativas ao produtor;

• Haver mecanismos de impedimento de introdução de novos organismos não existentes na Região;

• Haver uma inspeção fitossanitária adequada e eficiente a todo o material vegetal que entra na Região (ex: mosca de Cabo Verde);

• Incentivar as produções vegetais hortícolas e frutícolas como complemento da produção de carne e de leite:

• Acordar com as principais superfícies comerciais e fornecedores a preferência pelos produtos regionais valorizando assim a produção vegetal da Região e incentivando desta forma o aumento da sua área;

• Avançar para a criação de clubes de produtores em algumas situações garantindo assim a excelente qualidade dos produtos produzidos e desta forma assegurando o seu valor comercial elevado, envolvendo no processo as associações de produtores;

• Deve -se a curto prazo:

– Restruturar e reformular o apoio técnico dados aos produtores em parceria ativa entre a Universidade, Serviços e Associação de produtores;

– Arrancar com uma extensão rural que o produtor reconheça que é uma mais valia e um suporte técnico a tudo o que produz;

– Incentivar o apoio e medidas para promover a criação de condições para aumentar as produções vegetais (hortícolas e frutícolas) para tentara garantir o autoconsumo;

– Criar adequados circuitos de comercialização desde a produção ao consumidor que garantam um preço aos produtores e permitam a preferência por produtos regionais;

• Deve o produtor:

– Ter aplicada à Região a possibilidade de optar pela Protecção / Produção Integrada e beneficiar das ajudas previstas

– Ter um serviço técnico que verdadeiramente o apoie (EXTENSÃO RURAL)

– Conhecer o que lhe aparece em termos de problemas fitossanitários na sua cultura

– Recorrer a apoio técnico através de um serviço técnico adequado à realidade na resolução dos problemas fitossanitários que afetam a sua cultura, englobando as técnicas de estimativa do risco;

– Tomar a decisão de aplicar diferentes formas de combate aos problemas que lhe surgem com preocupação do impacte ambiental das mesmas preservando a fauna auxiliar

– Escolher diferentes meios de protecção deixando na última opção os químicos

Este é o meu contributo para a discussão desta problemática e deste tema porque a fruticultura tem o seu

espaço e o seu papel importante dentro da produção agrícola da Ilha

Terceira e dos Açores

OBRIGADO PELA VOSSA ATENÇÃO

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