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8/7/2019 A responsabilidade civil do cirurgio-dentista em face ao cdigo de defesa do consumidor
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A RESPONSABILIDADE CIVIL DO CIRURGIO DENTISTA EM FACE AO
CDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
WANDER PEREIRA (PESQUISADOR) - PROJETO N. F-002/2005, FADIR,
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLNDIA, Rua Nordau Gonalves Melo 1020,
Bairro Santa Mnica, Uberlndia/MG, CEP: 38408218, e-mail: wanderww@hotmail.com.
CARLOS JOS CORDEIRO (ORIENTADOR) - FADIR, UNIVERSIDADE FEDERAL DE
UBERLNDIA, Rua Joaquim Cordeiro, 145, Apartamento 700, Bairro Centro,
Uberlndia/MG, CEP: 38400030, e-mail: carlosjcordeiro@aol.com.
RESUMO
O objetivo deste trabalho analisar o Direito das relaes sociais, em especial, o instituto da
responsabilidade civil do cirurgio dentista aps a vigncia da Constituio Federal de 1988,
do Cdigo de Defesa do Consumidor e do Cdigo Civil de 2002. A importncia de se estudar
a responsabilidade civil do cirurgio dentista justificou-se pela averiguao do aumento no
nmero de demandas judiciais em desfavor a esse profissional valendo-se desse instituto de
direito. Os problemas enfrentados por pacientes, como a dificuldade em provar a ocorrncia
da leso ou dano causado, os empecilhos encontrados pelos operadores do direito em
fundamentar suas pesquisas e decises pelo fato de que so parcas as obras que tratam o tema
de forma especfica. A metodologia utilizada foi uma reviso bibliogrfica de textos, artigos e
livros atinentes ao tema e da anlise dos julgados dos juzes e tribunais brasileiros. A partir da
anlise da literatura, das sentenas, dos acrdos referentes ao erro odontolgico, tratou-se de
refletir sobre questes significativas levantadas em torno da importncia de se observar que o
paciente um ser humano carente de ajuda, que deseja obter a opinio de um profissional
capacitado, desejando ser bem tratado, ouvido e informado de sua real situao e o tratamentoa ser adotado. O profissional cirurgio dentista tambm almeja ter uma segurana jurdica de
que poder desenvolver suas atividades laborais de forma que no fique exposto a um grande
nmero de aes processuais.
PALAVRAS CHAVE: Direito 1, Responsabilidade 2, Civil 3, Dentista 4, Consumidor 5
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THE CIVILIAN RESPONSIBILITY OF THE DENTIST RELATED TO THE
CONSUMER DEFENSE CODE
ABSTRACT
The objective of this project is to analyse the Law of the social relation, and, in special, the
institute of civilian responsibility of the dentist after the 1988 Federal Constitution validity,
the Consumer Defense Code and the 2002 Civilian Code. The importance to study the civilian
responsibility of the dentist was justify by the averiguation in the increase on the law process
numbers in disfavour to this professional using this law institute. The problems that the
patients have to face, like the difficulty to prove the occurrence of the lesion or caused
damage, the difficulty founded by the law operators in validate their researches and decisions
because of the small number of works that treat the theme in a specific way. The methodology
used was the bibliography review of texts, articles and books about the theme and the analysis
of the judges and courts of justice decisions in Brazil. Then, by the analysis of the literature,
the judge decisions and courts of justice decisions about the odontological mistakes, began to
reflect about significatives questions based in the importance that we have to observe that the
patient is a human being that needs help, that wants to have a capacity professional opinion,
wondering to be well treated, listened and informed about the real situation and the adopted
treatment. The dentist profession also wants to have a law security that he can do his
professional work in a way that he will not be exposure to a large number of law process.
KEY- WORDS: Law 1, Responsibility 2, Civilian 3, Dentist 4, Consumer 5
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INTRODUO
Atendendo aos objetivos
propostos do plano de pesquisa desse
projeto, procurou-se analisar o instituto da
Responsabilidade Civil em face ao Cdigo
de Defesa do Consumidor, verificando as
relaes sociais de consumo existente entre
o dentista e o seu paciente/cliente.
Constatou-se durante o
desenvolvimento das etapas indicadas no
cronograma de execuo da pesquisa, que
ocorreu considervel transformao no
Direito positivado brasileiro com o advento
da Constituio Federal de 1988,
principalmente, porque ela fez a previso,
em seu art. 48 dos Atos das Disposies
Constitucionais Transitrias, da elaborao
de um Cdigo de proteo e de defesa do
consumidor, que foi concretizado somente
em 11 de setembro de 1990, com a gnese
da Lei 8.078, intitulado Cdigo de Defesa
do Consumidor (CDC).
Pde-se averiguar que os
institutos da Responsabilidade Civil e do
Cdigo de Defesa do Consumidorcontriburam sobremaneira, para melhoria
das relaes sociais no mbito da sade
brasileira, e, de forma especfica, das
relaes de consumo envolvendo os
Cirurgies-dentistas e seus pacientes.
Assim como no Direito
brasileiro, observou-se tambm naOdontologia brasileira inmeras mudanas,
a sociedade ps-moderna capitalista
caracterizada por um intenso movimento
do consumo, influenciou tanto na
multiplicao do nmero de Faculdades de
Odontologia, quanto na legislao vigente
para tutelar os direitos e deveres presentes
nas relaes de consumo advindas dessas
relaes sociais.
Analisando o contexto
histrico-poltico atual, constatou-se que a
Odontologia brasileira, passa por um
momento de transio, se antes da dcada
de 1980, existia uma prestao de servio
odontolgico no qual o vnculo de
confiana do cliente no profissional era
essencial e determinante na escolha do
cirurgio pelo paciente, atualmente,
observa-se que ocorreu a massificao dos
servios de sade bucal que vendida
pelos convnios e empresas/clnicas
especializadas como mero produto de
consumo.
Sendo assim, pode-se traar
um divisor de guas nas relaes sociais
entre os dentistas e seus pacientes, se,
anteriormente era uma relao deconfiana, de proximidade e, s vezes, at
de familiaridade, ou seja, falava-se no
dentista da famlia, hoje, nota-se uma
relao superficial e frgil entre os
profissionais da sade bucal e seus
clientes, a Odontologia prestada virou, na
maioria das vezes, produto de consumo,fornecido por clnicas e convnios que
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exigem uma prestao otimizada, em
outras palavras, passou-se a exigir o
atendimento do maior nmero de pacientes
no menor tempo possvel.
A proliferao do nmero
de Faculdades de Odontologia aumentou
substancialmente o nmero de
profissionais no mercado de trabalho,
tornando-o cada vez mais competitivo.
Nota-se que grande parte dos recm-
formados se sujeita a trabalhar nas ditas
clnicas odontolgicas populares, as
quais no oferecem, na maioria das vezes,
condies favorveis para realizao de um
bom trabalho, e, exigem do profissional
uma produtividade mxima, tornando
tnue o elo de dialogo entre o paciente e
esse dentista, pois esse ltimo tem seu
tempo limitado, e sob o risco de no ter
uma boa produo, no tem prazo nem
disponibilidade para esclarecer todas as
dvidas, hipteses e conseqncias do
tratamento para o paciente, resultando,
assim, em desentendimentos, contendas,
litgios e no incremento do nmero de
demandas judiciais em desfavor a esseprofissional da sade.
MATERIAL E MTODOS
A seleo de material foi
realizada por meio de um levantamento e
uma reviso bibliogrfica doutrinria ejurisprudencial referente ao tema,
observando-se os fatores que levaram ao
aumento de demandas judiciais em face
aos cirurgies dentistas, chamados a
efetuarem reparao de danos
experimentados pelos servios prestados, a
re-execuo de trabalhos mal realizados,
ou s vezes, a devoluo de quantias pagas
e as indenizaes advindas de aes
culposas.
Para uma realizao
satisfatria da pesquisa foram utilizados os
pressupostos tericos bsicos propostos
por doutrinadores do Direito Civil, tais
como: Caio Mrio da Silva Pereira (1996),
Maria Helena Diniz (1998), Washigton de
Barros Monteiro (1982), Nelson Nery
Junior (1992), Olavo Bergamaschi (1998),
entre outros, apresentados nas referncias
bibliogrficas, visando apreender
elementos concernentes s questes
processuais resultantes das relaes sociais
entre o dentista e o paciente/cliente.
A primeira tarefa cumprida
foi realizar fichamentos das principais
obras atinente s questes que circundam
os direitos do consumidor e aresponsabilidade civil o que possibilitou a
delimitao do corpus. Posteriormente,
realizou-se a coleta e a anlise de dados
trazidos pelas jurisprudncias e pelos
acrdos, buscando subsdios para
sustentar e corroborar as assertivas trazidas
pelos pressupostos tericos adotados, natentativa de elucidar questes referentes
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responsabilidade civil do cirurgio dentista
aps o advento do Cdigo de Defesa do
Consumidor e demais diplomas legais
citados.
Aps a anlise das Obras e
dos dados coletados, passou-se para fase de
redao de alguns artigos e apresentaes
em Congressos e Seminrios de Pesquisas
Jurdicas, de maneira que juntamente com
o apontamento trazidos por outros
pesquisadores, realizaram-se leituras
complementares em outros tericos, o que
resultou em um enriquecimento da
pesquisa e facilitou a confeco do
relatrio final.
RESULTADOS
evidente que a
Odontologia hodierna tomou rumos
diferentes dos adotados anteriormente a
Constituio Federal de 1988 e do Cdigo
de Defesa do Consumidor, inmeros
acontecimentos e situaes comearam a
se verificar na sociedade brasileira aps a
vigncia dessas normas, verificando-secomo evoluo imperativa de atualizao
das Leis as necessidades da sociedade ps-
moderna, de meios e procedimentos que se
incorporam e delimitam direitos e deveres
relativos a regulamentao da atuao dos
profissionais da Odontologia.
O tempo em que o dentistaatuava de forma solidria, familiar e
amigvel, estreitando os laos de afinidade
entre ele e a famlia do seu paciente,
tornou-se histria do passado, pode-se
afirmar que o dentista de famlia j
morreu, e, se ainda existe algum, esse a
exceo rara que serve para confirmar a
regra.
Esse Odontlogo do
passado cedeu lugar ao dentista tcnico
especializado, que trabalha de forma
impessoal e distante do paciente, que tenta
sobreviver concorrncia do mercado de
trabalho e as imposies dos convnios e
clnicas odontolgicas.
No se pode responsabilizar
exclusivamente o cirurgio dentista pelo
aumento do nmero de demandas judiciais,
o incremento dessas aes em desfavor a
esse profissional se deu tambm por
mudanas de comportamentos dos
pacientes. Anteriormente, os ltimos no
duvidavam da capacidade do dentista e
estabeleciam uma relao de confiana
olhando os doutores como detentores do
conhecimento, e eram preocupados com
suas obrigaes enquanto pacientes,atualmente, como consumidores mais
esclarecidos, esses pacientes/clientes tm
conhecimentos dos seus direitos e, vem
esses profissionais como pessoas humanas
que tambm so passveis de cometerem
erros e que devem responder por eles.
A sociedade brasileira atual,segue uma tendncia mundial direcionada
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pela intensificao das prticas e aes de
consumo. Sob essa tica, analisou-se a
profisso odontolgica que por sua
natureza e circunstncias criam riscos de
danos aos pacientes.
Sendo assim, a
responsabilidade civil do Dentista provoca
algumas controvrsias que podem ser
analisadas no campo contratual ou pelo
vis extracontratual, porm ficando notrio
a tendncia de se colocar a relao
dentista/paciente na forma contratual e sua
obrigao classificada como de meio ou de
resultado para se aferir e indicar a
responsabilidade do profissional da sade
bucal.
Em alguns casos o dentista e
o paciente no se encontram ligados por
um contrato de servios odontolgicos.
Isto no indica que no exista um vnculo
de direito e deveres entre os dois. O elo
jurdico existe independentemente de
contrato, pois o dentista tem o dever
profissional ex oficio, de maneira que tem
com seu paciente/cliente os mesmos
deveres, mesmo se exista ou no umcontrato formal.
As relaes sociais vigentes
entre o cirurgio dentista e o paciente se
fundamentam em um princpio geral no
qual mesmo que haja a existncia de um
contrato nada impede que deva reconhecer
o direito real de que poder existir umaresponsabilidade civil extracontratual do
dentista. Pode-se citar como exemplo, o
caso da prestao de servios facultativa
que deve ser realizada a quem tenha
sofrido um acidente, circunstncia em que
o acidentado no tem condies fsicas e
mentais de expressar seu consentimento,
porm o cirurgio dentista tem o dever
profissional de dar a devida assistncia
pessoa sob os auspcios de preservao da
humanidade e do dever para com a vida
humana. Nesse caso, a recusa de ajuda,
pode se configurar em omisso de socorro,
previsto como crime no nosso Cdigo
Penal, ou seja, vai alm de uma simples
obrigao de indenizar.
Tambm podem se verificar
outros casos de responsabilidade
extracontratual, alm do citado
anteriormente, em que o paciente no tem
condies de dar o consentimento para o
dentista realizar o tratamento, o que
acontece, principalmente, na rea dos
dentistas especializados em cirurgia buco-
maxilo-fascial, h tambm, casos em que o
dentista tenha realizado um contrato com
um terceiro pelo qual se obriga a prestarseus servios aos pacientes encaminhados
por esse profissional. A responsabilidade
no contratual tambm se verifica na
questo do dentista de empresa, ou do
cirurgio dentista que trabalha para uma
clnica particular, e, por fim, pode-se
apontar o exemplo dos dentistas queatendem como funcionrios pblicos
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cumprindo sua funo, ao atender um
paciente o mesmo ter uma relao de
responsabilidade extracontratual, e poder
responder pelos danos que causar.
Por outro lado, temos a
relao contratual entre o odontlogo e
seus pacientes, por meio da qual por
vontade prpria de cada um se obrigam
mutuamente. O primeiro contrata a
prestao de servios em troca do
pagamento que se torna, a partir desse
momento, uma das obrigaes do paciente.
Independente de ser
contratual ou extracontratual, a sociedade
clama por justia quando ocorre a leso de
um direito, ou seja, apurado o erro
odontolgico durante a interveno do
tratamento, surge o dever de indenizar se
caso for comprovado que esse profissional
no cumpriu seus deveres de forma
adequada segundo preceitua a Odontologia
contempornea.
Nos prximos tpicos
levantaram-se alguns aspectos essenciais
para o entendimento de como se encontra a
responsabilidade desse profissional nosdias de hoje, tentando colaborar de forma
significativa para os atuantes e operadores
do direito, propiciando e facilitando a
atuao no caso concreto de ao judicial
por prticas envolvendo a
responsabilizao civil do cirurgio
dentista.
A RESPONSABILIDADE CIVIL
A responsabilidade civil tem
sua origem advinda de diversos fatores,
dentre eles, destaca-se o descumprimento
obrigacional, a desobedincia de uma regra
contratual, ou simplesmente, o fato de no
se respeitar um preceito normativo que
regula a vida em sociedade.
De acordo com Maria
Helena Diniz (1998, p.34), a
responsabilidade civil est relacionada
com: [...] a aplicao de medidas que
obriguem algum a reparar dano moral ou
patrimonial causado a terceiros, em razo
de ato prprio imputado, de pessoas por
quem ele responde, ou de fato de coisa ou
animal sob sua guarda (responsabilidade
subjetiva) ou, ainda de simples imposio
legal (responsabilidade objetiva).
Observa-se no conceito de
responsabilidade civil trazido pela autora,
uma classificao de duas espcies de
responsabilidade presente no ordenamento
jurdico brasileiro, a subjetiva e a objetiva.
Conforme o fundamento dagnese da responsabilidade civil ela poder
ser subjetiva ou objetiva, caracterizando-se
como subjetiva a responsabilidade que tem
como requisito a culpa do agente. Dever
nesse caso concreto, ser comprovada a
existncia da culpa para gerar a obrigao
de indenizar. O causador do dano deverter agido com culpa no sentido lato sensu,
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ou seja, dolo ou culpa no sentido stricto
sensu (impercia, imprudncia e
negligncia), esses so elementos
essenciais para configurar o dano
indenizvel advindo da responsabilidade
civil subjetiva.
A lei determina, em
situaes especficas, a obrigao de
reparar o dano independente da verificao
da existncia de culpa do agente. Essa a
modalidade de responsabilidade civil
objetiva, ou seja, em determinados casos
prescinde e no exige comprovao da
culpa para que ocorra o dever de indenizar
o dano. Na responsabilidade civil objetiva
basta ocorrer o dano e haver o nexo de
causalidade para nascer obrigao de
indenizar.
Segundo Jos de Aguiar
Dias (1944, p. 94-95), a distino entre
responsabilidade civil subjetiva e objetiva
deve ser analisada no sistema da culpa,
sem ela, real ou artificialmente criada, no
h responsabilidade: no sistema objetivo,
responde-se sem culpa, ou melhor, esta
indagao no tem lugar.
Portanto, em consonncia
com Dias, deve-se averiguar a presena ou
no da culpa, se tiver o dever de indenizar
independente da existncia da culpa o
agente infrator responder objetivamente
segundo determinao legal.
Deve-se ter conscincia queo instituto da responsabilidade civil est
permeado pelo princpio de que todo
aquele que causar dano a outrem
obrigado a repar-lo. O Cdigo Civil
brasileiro de 2002 em seu artigo 186
positivou esse princpio, tornando-o um
pressuposto para se caracterizar a
responsabilizao civil. Sendo assim o
art.186 estabelece que: Aquele que, por
ao ou omisso voluntria, negligncia
ou imprudncia, violar direito e causar
dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilcito.
Observa-se no artigo acima
a presena da possibilidade de tipificao
do dano moral como ato ilcito passvel de
indenizao, baseando-se nos seguintes
pressupostos, a saber: conduta humana
(ao ou omisso), culpa ou dolo do
agente, relao de causalidade nexo de
causalidade entre a ao e omisso e o
dano e, por fim a existncia do dano
sofrido pela vtima.
Apesar do direito positivo
brasileiro ter priorizado a responsabilidade
civil objetiva, deve-se atentar para
importncia essencial de averiguar a culpacomo elemento essencial da
responsabilidade civil em alguns casos
concretos.
Nesse sentido, afirmou Caio
Mario da Silva Pereira (1997, p.391): A
abolio total do conceito da culpa vai dar
num resultado anti-social e amoral,
dispensando a distino entre o lcito e o
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ilcito, ou desatendendo qualificao da
boa ou m conduta, uma vez que o dever
de reparar tanto corre para aquele que
procede na conformidade da lei, quanto
para aquele outro que age ao seu arrepio.
Dessa maneira, pode-se
inferir que de acordo com esse autor a
responsabilidade civil no deve assentar
exclusiva e simplesmente na culpa ou no
risco fixado em lei, pois as relaes sociais
e os casos concretos mostram que a adoo
de um critrio nico seria ineficiente para
dar uma prestao isonmica aos
jurisdicionados.
Apesar de se observar uma
tendncia de prevalncia da
responsabilidade civil objetiva nos
julgados dos tribunais brasileiros, no se
deve pensar em substituir completamente a
responsabilidade civil subjetiva pela
objetiva, mas que h uma necessidade de
completar e integrar essas duas
modalidades de responsabilidade para
conseguir trazer uma justia que trate os
desiguais na medida das suas
desigualdades.
O CIRURGIO DENTISTA E O
CDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR
Para Oscar Ivan Prux (1998,
p.144) o Cdigo de Defesa doConsumidor, fundamentalmente, prev trs
tipos de situaes das quais se podem
deduzir responsabilidade civil do
fornecedor, destacando-se dentre elas: O
fato do produto ou do servio; o vcio do
produto ou do servio, as condutas e
prticas abusivas (...) fornecedor o
profissional liberal que adentra o
mercado para prestar servios ao
consumidor, sempre o fazendo em carter
pessoal e profissional. (grifos do
pesquisador).
Diante do exposto, pode-se
inferir que o cirurgio dentista se
enquadrar nesse ltimo tipo de fornecedor
de servios ao consumidor, visto que suas
atividades como profisso liberal tem
carter pessoal e profissional sendo,
consequentemente, regidas pela Lei
8.078/1990 (CDC).
necessrio que os
dentistas estejam conscientes dos riscos as
que esto expostos em ter de responder,
frente aos juzes e sociedade, pelas
obrigaes e nus a que eventualmente,
possam estar sujeitos, decorrentes de
prejuzos ocasionados a seus pacientes,quando do exerccio da atividade
profissional.
A responsabilidade civil a
qual esta sujeita o cirurgio dentista
quando atua como profissional liberal
subjetiva, ou seja, conforme descrito
anteriormente, exige como requisitos alm
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do dano e do nexo causal, a comprovao
da configurao da culpa.
Pode-se averiguar de forma
clara, que o Cdigo de Defesa do
Consumidor em seu artigo 14, pargrafo
quarto, cria uma forma de exceo
responsabilidade geralmente objetiva
trazido por esse Cdigo. Segundo reza o
art. 14 4 A responsabilidade pessoal dos
profissionais liberais ser apurada
mediante verificao de culpa.
Dessa forma, no se pode
apenas enfatizar a existncia do dano
causado, sem traar uma correlao entre a
culpa do cirurgio dentista frente a tais
leses. Deve-se ter, de forma efetiva, a
comprovao da responsabilidade do
profissional liberal.
A culpa do profissional
poder ser constatada quando o dentista
age, por ao ou omisso, sem o intuito de
lesar, mas assume tal risco. Tal ao ou
omisso decorre de atos de negligncia,
imprudncia ou impercia do agente do ato
ilcito causador do dano.
O cirurgio dentista terculpa quando sua ao ou omisso
mereciam ser censuradas, quando entender
que em face s circunstncias do caso
concreto o profissional poderia ou deveria
ter agido de forma diversa.
A negligncia pode ser
entendida como descuido, menoscabo,falta de ateno, omisso displicente, ou
seja, poder ser entendida como a falta de
cuidados e precaues que a profisso
exige. Portanto, pode-se afirmar que age
com negligncia o dentista que no se
precaveu em evitar a fratura de uma lima
endodntica velha dentro do canal de um
dente, visto que ela deveria ser substituda
por uma nova, ou at mesmo o ortodontista
que deveria fazer exames radiogrficos
preventivos e no o fez, o implantodontista
que observa que o implante instalado no
logrou sucesso, tendo uma
osteointegrao deficiente devido a uma
osteoporose que devia ter sido previamente
diagnosticada e no foi; o dentista que
deveria aguardar o prazo para recuperao
do paciente para iniciar uma prxima
interveno e no espera o momento
adequado para atuar. Sendo assim, toda
vez que o profissional da sade bucal tiver
a obrigao de agir ou de ser omisso e no
faz, estar sendo negligente.
A imprudncia
caracterizada pela atuao precipitada, de
maneira intempestiva e sem se preocupar
com os resultados adversos e nocivos queaquela conduta sem os devidos cuidados
poder causar. O exemplo clssico do dia-
a-dia o motorista habilitado que confiante
na sua capacidade, dirige em alta
velocidade em uma via repleta de
pedestres. No caso da odontologia podem-
se citar aquelas situaes em que o dentistacapacitado para atender o paciente no
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toma os devidos cuidados e age com
excesso de confiana na sua habilidade.
Como exemplo pode-se citar o cirurgio
que faz uma extrao em uma mulher
grvida prxima ao perodo do parto, e que
por excesso de confiana, no se preocupa
com uma possvel antecipao do parto.
Outro exemplo seria o dentista que por se
achar muito competente marca muitos
pacientes para o mesmo dia tendo pouco
tempo para fazer a interveno e faz de
forma rpida, agindo sem os devidos
cuidados na extrao do terceiro molar
(dente siso) ocasionando fratura de ngulo
da mandbula.
A impercia ser
configurada quando o cirurgio dentista,
sem a devida qualificao tcnica, ou seja,
sem os conhecimentos necessrios para
desenvolver tal interveno faz o
atendimento fora do ramo de sua
competncia causando dano. Quando o
dentista atua praticando um ato de natureza
complexa, sem a devida atualizao
profissional. Por exemplo, age com
impercia o cirurgio dentista que formadocomo clnico geral, sem experincia, tenta
realizar uma cirurgia que deveria ser
encaminhada para um especialista, outro
caso seria o odontlogo tentar fazer uma
cirurgia de reconstruo de orelha,
excedendo as prerrogativas que lhe so
atribudas pelo seu diploma. Pode-se citartambm os casos em que o profissional
deveria se reciclar por meio de cursos
aperfeioamento, para aprender as tcnicas
atuais para trabalhar com os materiais
modernos, se nesse caso concreto, o
dentista age sem ter os conhecimentos
necessrios para realizar tal trabalho
causando dano, ele estar agindo com
impercia.
Alm da classificao da
culpa por meio da negligncia,
imprudncia e negligncia tem-se tambm,
outros trs graus de diviso da culpa.
Podendo dividi-la em grave quando ela se
aproxima do dolo, por serem causadas por
total desconhecimento dos elementos
mnimos que o profissional liberal no
pode desconhecer e ignorar, a culpa leve
que poderia ser evitada com aplicao de
medidas preventivas que deveriam ser
tomadas, nesse caso, coloca-se como
parmetro quais seriam as atitudes que
deveriam ser tomadas por um homem
mdio, ou seja, utiliza-se do bom senso
para aferir o que um profissional mediano
faria em determinado caso. Por fim, a
culpa levssima, identifica-se com asutileza, sendo necessria uma ateno
extrema para ser evitada.
Os doutrinadores trazem
que independente do agente (entenda-se
cirurgio dentista) ter agido como dolo ou
culpa, ao causar dano ao paciente ser
obrigado a indeniz-lo, independente se foiculpa por imprudncia, negligencia ou
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impercia ou se foi grave, leve ou
levssima, esse ltimo servir de auxilio
para o juiz determinar o quantum (valor)
indenizatrio, pois no seria justo que um
agente que concorreu com uma culpa
levssima arcasse com as mesmas
obrigaes de indenizar de um agente que
atuou com dolo ou culpa grave.
A RESPONSABILIDADE CIVIL DO
DENTISTA E AS OBRIGAES DE
MEIO E DE RESULTADO
Aps analisado as aes
judiciais interposta contra dentistas
observou-se que a maioria dos processos
teve sua origem em diagnstico falho,
ineficiente e, s vezes incorreto. Pode-se
constatar uma tentativa por parte dos
Conselhos de classe em motivar e exigir do
cirurgio dentista maior ateno nessa fase
do tratamento, considerada uma das
principais e de maior importncia, pois
dela resultar o prognstico favorvel para
cura da doena.
O Cdigo de ticaOdontolgica (2003, p. 9) artigo 5 inciso
XII impe como dever fundamental:
assumir responsabilidade pelos atos
praticados.
Desta sorte, devem-se trazer
quais so os tipos de obrigaes do
cirurgio dentista e como esse deveresponder mediante ela.
O cirurgio dentista ao
elaborar um diagnstico dever estruturar
um pronturio completo do paciente, com
os exames complementares, quando
necessrio, exame fsico geral e bucal,
alm de ter de realizar uma avaliao
chamada anamnsica, na qual realizado
um questionrio inquirindo ao paciente
todas suas condies fsicas e psquicas
que possivelmente poderia interferir no
tratamento, desde uma alergia a um
determinado tipo de medicamento ou
anestesia at a presena de doenas infecto
contagiosas que exigiram maiores cuidados
do dentista responsvel.
Depois de realizados essa
etapa inicial, realiza-se um diagnstico
final da situao em que se encontra o
paciente e determinam-se quais sero as
necessidades de tratamento desse paciente,
que dever fazer parte do plano de
tratamento, indicando para ele qual o
prognstico, ou seja, como ser o possvel
resultado aps a realizao da teraputica.
O profissional deve
preocupar-se em efetuar cursos deatualizao e participao em Congressos
para se manter a par da evoluo das
tcnicas e das inovaes odontolgicas,
para poder evitar falhas e ter um melhor
recurso durante a confeco do
diagnstico.
Devem-se citar tambmalguns outros importantes elementos
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capazes de originar aes contra os
dentistas, alm do erro ou falha no
diagnstico inicial, tem-se tambm, a falta
de um pronturio completo e do
consentimento por escrito do paciente ou
do seu responsvel durante cada etapa do
tratamento. O cirurgio dentista quando
tem seus pronturios deficientes e
incompletos sem as assinaturas de
consentimento do paciente/cliente fica
exposto, durante um processo, a ter
dificuldade de trazer provas de sua
inocncia. Por isso, aconselhvel que
esses profissionais se resguardem,
guardando todos os documentos e exames
clnicos, juntamente com os atestados e
contratos de prestao de servios
(oramentos) formas de pagamentos.
Portanto, o profissional
dever ser diligente, arquivando e
registrando por escrito todo e qualquer
procedimento efetuado, inclusive acerca
das advertncias dadas ao paciente em
relao ao tratamento.
Ainda segundo o Cdigo de
tico Odontolgica (2003, p.10) em seuart. 7. Constitui infrao tica: IV
deixar de esclarecer adequadamente os
propsitos, riscos, custos e alternativas do
tratamento. Dessa maneira entende-se que
a responsabilidade civil do cirurgio
dentista comea desde o planejamento e
orientao do paciente quanto conduo
do tratamento.
Outro fator importante nos
processos contra os profissionais da sade
bucal a ocorrncia de falha na relao de
comunicao entre o paciente e o cliente.
O dentista deve tentar esclarecer e
informar todas alternativas de tratamento e
agir de acordo com o consentimento do
paciente, as instrues devem ser passadas
de forma inteligvel para o paciente, de
maneira que possibilite at mesmo para o
leigo entender como se dar a prestao de
servio.
A boa comunicao entre as
duas partes paciente/dentista evita
ocorrncia de enganos e falhas de
entendimento que possivelmente poderiam
ensejar uma demanda judicial.
Atualmente, tem-se uma
populao melhor informada quanto aos
seus direitos, o que tambm incrementa o
nmero de aes judiciais, para no ficar
dvida de que consumidor/paciente foi
lesado ou no, o dentista dever manter
uma relao cordial com seu paciente. Emgrande parte das inmeras das aes
judiciais propostas contra os dentistas
notaram-se certa rispidez e animosidade
entre os litigantes, enquanto de um lado
observou-se um profissional que no deu
as devidas informaes ao seu paciente
por, s vezes, achar que ele no iria sercapaz de entender; do outro se tinha o
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paciente indignado por achar que sua
inteligncia tinha sido menosprezada por
um profissional prepotente e falho em sua
conduta.
de suma importncia que
depois de instaurado a ao judicial para
avaliao da responsabilidade civil do
cirurgio dentista, a verificao do tipo de
obrigao do mesmo. De acordo com o
plano de tratamento e o resultado esperado,
a obrigao poder ser de meio ou de
resultado, ao propor o tratamento, deve
averiguar se o dentista prometeu ou no
um resultado final.
A principal diferena que
existe entre a obrigao de meio e a de
resultado, que na primeira o profissional
no se responsabiliza e no tem como
prever como ser o resultado final do
tratamento, pois ele pode variar de acordo
como o organismo de cada paciente.
Porm, se caso for possvel prever o
resultado, ou se o dentista prometer ao
paciente uma possibilidade de resultado ele
dever cumprir o prometido sob pena de
ter que indenizar o dano e/ou a insatisfaodo paciente. Nessa modalidade de
obrigao de resultado o cirurgio dentista
est automaticamente assumindo a
responsabilidade de atingir e alcanar uma
expectativa dada ao seu cliente, que
normalmente, fica pr-estabelecido no
plano de tratamento proposto. Se opaciente entender que o resultado obtido
no atingiu e no coincidiu com aquele
anunciado pelo dentista, ele poder levar
seu caso para deciso em uma lide judicial.
relevante destacar que a
obrigao de meio conforme relatado
anteriormente, no h como se prever o
resultado, mas no exime o dentista de
empregar todos meios necessrios para a
cura ou soluo do problema, apesar de
no poder assumir a responsabilidade
quanto ao desenvolvimento final do
tratamento, ele dever utilizar-se de todos
os meios e recursos disponveis para
conseguir o melhor resultado possvel para
a sade dos seus pacientes.
Atualmente, no se
constatou na jurisprudncia uma
unanimidade de opinio, nem os
legisladores e nem os juristas chegaram a
um acordo se a profisso de cirurgio
dentista lhe impe uma obrigao de meio
ou de resultado. Grande parte dos juristas
entendem que o dentista diferentemente do
mdico tem obrigao de resultado, pois
para eles a maioria dos tratamentos
odontolgicos so passveis de se preverum resultado final. Desta maneira, os
tratamentos dentrios teriam como regra
geral o comprometimento com o resultado
final, ficando o dentista responsvel por
alm de empregar todos os recursos
disponvel, alcanar o fim esperado pelo
seu paciente.
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Porm, apesar de que na
maioria das sentenas e acrdos
analisados ter-se observado essa tendncia
de entendimento dos juzes de que a
obrigao do dentista de resultado, pode-
se afirmar que se deve avaliar o caso
concreto, pois no se pode generalizar sob
pena de cometer injustias.
Interessante se faz destacar,
como a definio dessa obrigao do
cirurgio dentista poder interferir no
andamento e no final do julgamento da
lide, pois conforme descrito antes, a culpa,
em suas modalidades de negligncia,
imprudncia e impercia, s poder ser
imputada ao profissional liberal mediante
concreta verificao de sua existncia, e
no apenas diante de uma suposio
fatdica. O requisito da verossimilhana no
que pese as alegaes declaradas pelo
paciente/consumidor fator intrnseco e
necessrio para interposio de uma ao
judicial.
O possvel dano resultante
da ao do cirurgio dentista, advindo da
sua prestao de servios, dever serindenizado mediante comprovao da
culpa, se o paciente se sentir lesado esse
poder ingressar com uma ao judicial,
porm no caber ao prprio profissional
liberal o nus de provar a sua no-
culpabilidade no fato gerador da lide.
A razo desse tratamentodiferenciado est justificada pelo fato do
dentista como prestador de servios ser
considerado um profissional liberal. Ele
faz parte juntamente com mdicos,
advogados, enfermeiros entre outros que
nas relaes de consumo, ao contratarem
com seus pacientes e clientes, dependendo
da situao no tem como prometer ou
prever o resultado. Seja a eliminao da
doena, seja o ganho da ao judicial, ou
at mesmo, a eliminao de uma
odontalgia, esses profissionais liberais tm
o compromisso de desempenhar o melhor
trabalho possvel para solucionar o
problema dos seus pacientes/clientes.
Portanto, no pacfico se o
dentista tem obrigao de meio ou de
resultado, mas j possvel constatar nos
julgados analisados que se a obrigao for
de resultado, o profissional da sade bucal
quando chamado para responder em juzo
dever provar que conseguiu chegar ao
resultado prometido ao seu paciente.
Porm, se for considerado que a obrigao
do cirurgio dentista de meio caber ao
paciente o nus de provar a culpa do
dentista.Assim, entende-se que a
legislao brasileira tentou e ainda procura
colocar a salvo a justia nas relaes
sociais, pois permite a avaliao de cada
caso concreto, valendo-se de todos os tipos
de provas lcitas para formar o livre
convencimento do juiz.
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O dentista que atua como
profissional liberal deve exercer sua
atividade respeitando as normas prprias,
seguindo os ditames do Cdigo de Defesa
do consumidor, os regulamentos dos
Conselhos Federal e Estadual de
Odontologia, assim como o Cdigo de
tica, porque se o cirurgio dentista
conseguir atuar respeitando todos os
ditames legais, quando chamado para
responder a um processo judicial acusado
de ter causado um dano ao seu paciente,
conseguir provar e convencer o juiz de
que fez tudo que estava ao alcance para
fornecer o melhor tratamento possvel e,
sendo assim, no poder ser condenado a
indenizar o dano sob pena de se estar
cometendo uma injustia.
CONCLUSO
O objetivo dessa pesquisa
foi apresentar aos cirurgies dentistas,
pacientes e operadores do direito uma
contribuio terica, na tentativa de
colaborar para eximir as principais dvidasconcernentes a responsabilidade civil do
cirurgio dentista em face ao Cdigo de
Defesa do Consumidor.
Observou-se que o aumento
do nmero de demandas judiciais contra os
cirurgies dentistas foi resultado de vrios
fatores, dentre eles pode-se destacar: amaior conscientizao da populao
brasileira quanto aos seus direitos, uma
melhoria do acesso ao judicirio, avano
dos diplomas legais na tentativa de tutelar
a supremacia do interesse pblico, e, de
forma especfica os direitos do
consumidor, o aumento do nmero de
profissionais no mercado de trabalho
determinando uma crescente interveno
odontolgica e atendimentos a pacientes,
majorando-se conseqentemente o risco de
erros e de iatrognias cometidas pelos
cirurgies dentistas.
Finalmente, pode-se dizer
que a vida em sociedade requer cuidados,
e, principalmente, exige-se cautela dos
profissionais que lidam com alguns dos
bens mais valiosos do ser humano: a sade
e a vida.
O cirurgio dentista dessa
sociedade ps-moderna deve ter
obrigatoriamente, o conhecimento tcnico-
cientfico e, sobretudo, deve saber atender
dentro dos limites ticos que a profisso
lhe impe, tendo sempre a conscincia de
que seu trabalho tem a funo de (re)
estabelecer o sorriso dos seus pacientes eno de causar-lhe danos e transtornos que
os levem a procurar guarida do judicirio
brasileiro.
Os pacientes tambm
devem entender que alm de seus direitos
nesse trabalho apontados, tambm
necessitam cumprir seus deveres nessarelao social, de seguir todas
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recomendaes trazidas pelo seu dentista,
agindo de boa f, para com o profissional
que est tentando ajudar na cura da sua
patologia.
Quanto aos operadores do
Direito: advogados, promotores e juzes,
eles devem servir de exemplo para a
comunidade, esclarecendo sempre que
possvel qual o melhor caminho que as
relaes sociais devem tomar, para que
sejam harmnicas e tranqilas, e, mediante
questes, s vezes, to delicadas que a
discusso de um dano sade e de sua
respectiva responsabilidade, devem eles
saber conferir de quem verdadeiramente,
a responsabilidade civil de tal fato, e, por
fim, punindo se necessrio, e se for para o
bem e pelo interesse de manter a ordem
nas relaes sociais.
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AGRADECIMENTOS
Preliminarmente, gostaramos de agradecer aos organizadores dos Encontros
Internos de Iniciao Cientfica, que permite a divulgao dos trabalhos e o enriquecimento
atravs da troca de informaes entre os pesquisadores e orientadores.
Agradecemos ao CNPq/UFU pela concesso da bolsa de estudos sem a qual
no seria possvel o desenvolvimento desse trabalho acerca da responsabilidade civil do
cirurgio dentista em face ao cdigo de defesa do consumidor.
Aos organizadores dos seminrios de iniciao cientfica que permitem o
intercmbio de conhecimento entre os alunos da Universidade Federal de Uberlndia.
No podemos deixar de registrar a satisfao de ser aluno da Universidade
Federal de Uberlndia que tem a Pr-reitoria de Pesquisa e Ps-Graduao, uma Diretoria de
Pesquisa e uma comisso institucional de iniciao cientfica atuando de forma conjunta de
maneira a possibilitar o desenvolvimento de importantes pesquisas no seio da comunidade
uberlandense.
Tive a satisfao de ser orientado pelo Professor Dr. Carlos Jos Cordeiro,
professor, Juiz, amigo que confiou no meu potencial e permitiu que essa pesquisa fosse
desenvolvida.
Agradecimentos a todos aqueles que de forma direta ou indireta contriburam
para realizao dessa pesquisa.
E, finalmente, de corao agradeo ao Supremo Arquiteto do Universo, Deus
nosso criador por iluminar meus pensamentos e abrir o caminho para mais uma etapa
concluda e por dar a sensao feliz de ter mais uma tarefa cumprida.
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