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5\ PROMOTORIA DEJUSTIÇA DECATALÃOAv. Cristiano Aires, esq. c/ Rua Nicolau Abrahâo, n°. 125Centro, Catalão/Goiás - CEP 75701-380Fones: (64) 3441-4434/3411-0722/3442-5448Combate à corrupção/denúncias: combateacorrupcao.mpgo.mp.brE-mail 5a.PJC: 5catalao@mpgo.mp.brDisque Denúncia: 127
Ministério Público Ido Estado de Goiás |
AO JUIZ DE DIREITO DA 2a. VARA CÍVEL, FAZENDAS PÚBLICAS, REGISTROS PÚBLICOSE AMBIENTAL DA COMARCA DE CATALÃO - ESTADO DE GOIÁS.
Inquéritos Civis n°.: 076/2015Autos Extrajudiciais ns°.. 201.300.511.252
"Para evitar que os governos se
transformem em tirania, cumpre que opoder detenha o poder, porque o podervai até onde ele encontra limites".
(SECONDANT. Chartes-Louis de Barão do Mcniesquieu:Espirito das Leis. Tradução de Cristina Murachco. SP.Martins Fontes. 1996).
O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS, pela Promotora de Justiça
titular da 5a Promotoria de Justiça de Catalão/Goiás, com fundamento nos artigos 37, §4°.,
127, caput, 129, e inciso III, da Constituição Federal, artigo 117, inciso III. da Constituição
Estadual, artigo 46, inciso VI, alínea "a", da Lei Complementar Estadual n°. 25/98, e Leis n°
7.347/85 e 8.429/92, bem como em vista do apurado no INQUÉRITO CIVIL n°.
076/2015/5a.PJC, autuado extrajudicialmente sob o n°. 201.300.511.252, propõe a presente
AÇÃO CIVIL PÚBLICA DE OBRIGAÇÃO DE FAZER E DE
NÃO FAZER C/C com pedido de DECLARAÇÃO
INCIDENTAL DE INCONSTITUCIONALIDADE e de NULIDADE
C/C pedido de TUTELA DE URGÊNCIA em face de
• ROLVANDER PEREIRA WANDERLEY. brasileiro, Prefeito do Município
de Três Ranchos/Goiás, nascido em 10/setembro/1960, filho de Antônio Ivo Saldanha
Wanderley e Maria Pereira Saldanha, inscrito no C. P. F. n°. 010.510.208-32, residente
na Avenida Coronel Levino Lopes, n°. 36, Centro, Três Ranchos/Goiás,
• MUNICÍPIO DE TRÊS RANCHOS, pessoa jurídica de direito público
interno, com sede na Av. Coronel Levino Lopes, n°. 17, Centro, Três
Ranchos/Goiás, representado pelo Chefe do Poder Executivo, Prefeito ROLVANDER
PEREIRA WANDERLEY, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos.
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ARÍETE CATALÃO 2016/PETIÇÔES/ACP NEPOTISMO TRÊS RANCHOS - obrigação fazer e nào fazer - ROLVANDER PEREIRAWANDERLEY- MUNICÍPIO • IC 076-2015- AE 201.300.511.252 _ -rr**T—•»AGLR ARIEJ^ÇlS3WA££>BfilGUES VALE
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5a. PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE CATALÃOAv. Cristiano Aires, esq. c/ Rua Nicolau Abrahão, n°. 125Centro, Catalão/Goiás - CEP 75701-380
Fones: (64) 3441-4434/3411-0722/3442-5448
Combate à corrupção/denúncias: combateacorrupcao.mpgo.mp.brE-mail 5\PJC: 5catalao@mpgo.mp.brDisque Denúncia: 127
Ministério Público Ido Estado de Goiás |
I - DOS FATOS
O Ministério Público do Estado de Goiás, via 5a. Promotoria de Justiça de
Catalão/Goiás, órgão de execução com atribuição no combate à improbidade administrativa e
proteção do patrimônio público e social, instaurou o Inquérito Civil n°. 076/2015/5a.PJC, autuado
extrajudicialmente sob o n°. 201.300.511.252, para apurar suposta prática de ato de improbidade
administrativa e os danos causados ao erário em razão da prática de nepotismo no Município
de Três Ranchos/Goiás.
No bojo do citado Inquérito Civil consta ofício recebido do Ministério Público do
Trabalho apontando diversas irregularidades em relação aos servidores públicos do Município
de Três Ranchos/Goiás, como desvio de função, excesso de servidores comissionados, falta de
controle de ponto, falta de reajuste anual da renumeração, prática de nepotismo, dentre outros
atos ilícitos e improbos, supostamente praticado pelo prefeito ora requerido ROLVANDER
PEREIRA WANDERLEY e outros gestores (f. 16/43 - IC).
O Prefeito do Município de Três Ranchos/Goiás, ora requerido, encaminhou relação
de todos os servidores efetivos, comissionados e dos agentes políticos daquele município,
informando inclusive que o referido município tinha, em 28/julho/2014, 12 (doze) agentes
políticos, 82 (oitenta e dois) servidores comissionados e 199 (cento e noventa e nove) servidores
efetivos (f. 50/76-IC).
Considerando que a prática do nepotismo configura aro de improbidade
administrativa que fere os princípios da administração, conforme artigo 11, inciso I da Lei n°
8.429/92: "praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto na
regra de competência", podendo ainda causar prejuízo ao erário e enriquecimento ilícito, foi
expedida a RECOMENDAÇÃO MINISTERIAL n°. 032/2017/5a. PJC, na qual recomendou ao
Prefeito do Município Três Ranchos/Goiás, Sr0. ROLVANDER PEREIRA WANDERLEY que:
a) que se ABSTENHA(M) de realizara admissão, contratação ou o credenciamento
de servidores para o exercício de cargo em comissão, temporário ou contratações esporádicas
para os cargos disponíveis em toda estrutura do Poder Legislativopor pessoas que ostentem a
condição de cônjuge, companheiro e parentesco (consangüinidade, afinidade ou civil), até
terceiro grau. com Vereadores. Prefeito/a Municipal, Vice-Prefeito Municipal. Secretários
Municipais, os presidentes ou dirigentes de autarquias, institutos, agências empresas públicas,
sociedades de economia mista e fundações públicas e outros detentores de cargos em2dc44
ARÍETE CATALÃO 2016/PETIÇÕES/ACP NEPOTISMO TRÊS RANCHOS - obrigação fazer o nâo fazer - ROLVANDER PEREIRAWANDERLEY - MUNICÍPIO - IC 076-2015 - AE 201.300.511.252 ^^s-—T^=ÇSAGIR ARÍETE CRISTtHA ROjHgHJES VALE
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5a. PR0M0T0RIA DEJUSTIÇA DE CATALÃOAv. Cristiano Aires, esq. c/ Rua Nicolau Abrahão, n°. 125Centro, Catalão/Goiás - CEP 75701-380Fones: (64) 3441-4434/3411-0722/3442-5448Combate à corrupção/denúncias: combateacorrupcao.mpgo.mp.brE-mail 5".PJC: 5catalao@mpgo.mp.br
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comissão, em afronta aos regramentos legais que vedam a prática do nepotismo, para bem
cumprir seus elevados misteres constitucionais, fazendo recair suas escolhas em pessoas
profissionalmente capacitadas ao exercício da função e que não ostentem qualquer tipo de
parentesco com qualquer servidor, integrante não efetivo ou detentor de cargo eletivo de Pessoa
Jurídica Municipal local, nos exatos moldes da Súmula Vinculantes n". 13 do Supremo
Tribunal Federal;
b) que promova(m) a imediata EXONERAÇÃO, RESCISÃO CONTRATUAL ou o
DESCREDENCIAMENTO dos ocupantes de cargos comissão, funções gratificadas, temporários
ou contratados que estejam em situação configuradora de nepotismo, conforme o item supra, no
prazo de 20 (vinte) dias.
Tais vínculos deverão ser verificados, além dos meios próprios empregados pela
Administração Pública Municipal, por disponibitização, a todas as pessoas que exerçam cargos
em comissão/função comissionada ou gratificação, contratos temporários e credenciamentos, de
cópia da declaração que segue anexa, a fim de ser devidamente preenchida e encaminhada a
esta Promotoria de Justiça, no mesmo prazo.
c) a partir do recebimento da presente recomendação, PASSE(M) A EXIGIR que o
nomeado para cargo comissionado ou designado para função gratificada, contratação
temporária ou credenciamento, antes da posse/exercicio. declare, por escrito, não ter relação
familiar ou de parentesco consanguineo, em linha reta ou colateral, ou por afinidade, até o
terceiro grau. inclusive, com o Prefeito, Vice-Prefeito, Secretários Municipais, Vereadores,
presidentes ou dirigentes de autarquias, institutos, agências empresas públicas, sociedades de
economia mista e fundações públicas, bem como com todos os demais ocupantes de cargos de
direção, chefia ou assessoramento, tanto da administração pública municipal direta como da
indireta, conforme modelo de declaração anexa a esta Recomendação, cujas cópias deverão ser
encaminhadas, dentro de 30 dias da contratação/nomeação ou credenciamento, ao Ministério
Público do Estado de Goiás, endereçadas à Promotora subscritora;
d) NÃO PERMITA(M) a realização, manutenção, aditamento ou prorrogação de
contrato de prestação de serviços com empresa que venha a contratar empregados que sejam
cônjuges, companheiros ou parentes em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro
grau, inclusive, de Prefeito Municipal, Vice-Prefeito Municipal, Secretários Municipais, Presidente
da Câmara de Vereadores, ocupantes da Mesa Diretiva da Casa Legislativa Municipal e
respectivos Vereadores, sob pena de adoção das medidas extrajudiciais e judiciais cabíveis de
parte do Ministério Público, devendo haver a rescisão unilateral dos contratos acaso existentes
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ARÍETE CATALÃO 2016/PETIÇÔES/ACP NEPOTISMO TRÊS RANCHOS - obrigação fazer e nâo fazer - ROLVANDER PEREIRAWANDERLEY - MUNICÍPIO - IC 076-2015 - AE 201.300.511.252 ^-—^EST>AGLR ARjETfCBjSTWSjíreRIGUES VALE
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\
com esse vício dentro do prazo máximo de 90 (noventa) dias, providência esta permitida pelos
artigos 78, XII, e 79, I, da Lei n. 8.666/93.
\ (f. 80/86-IC).
Com o intuito de aferir o atendimento (ou não) da recomendação acima
mencionada, foi fixado o prazo de 20 (vinte) dias. para que o requerido ROLVANDER PEREIRA
WANDERLEY, informasse a esta 5a. Promotoria de Justiça de Catalão/Goiás seu acolhimento,
ocasião mesma em que foi advertido de que o não acolhimento da mencionada recomendação
importaria na "adoção das medidas legais cabíveis, principalmente no que se refere a
propositura de ação civil público por ato de improbidade e condenatória na obrigação de reparar
os danos causados ao erário municipal." (f. 80/86-IC).
Nesse diapasão, foi requisitado do então requerido ROLVANDER PEREIRA
WANDERLEY, os seguintes documentos e informações:
a) que providenciasse a publicidade e divulgação adequada e imediata dos seus
termos em local visível no âmbito de todas as repartições do Poder Executivo Municipal;
b) encaminhasse para este órgão de Execução, no mesmo prazo acima fixado
(vinte dias), o seguinte:
b.1. cópia de todos os atos de exoneração, rescisão contratual e
descredenciamento dos servidores relacionadas às hipóteses de nepotismo;
b.2. a relação completa de todos os servidores públicos do Poder Executivo
Municipal de Três Ranchos/Goiás, com a indicação individualizada da forma de provimento de
cada um deles, se comissionado ou concursado;
b.3. DECLARAÇÃO DE AUSÊNCIA DE PARENTESCO devidamente preenchida e
assinada {individualmente) por todos os servidores comissionados/nomeados, conforme modelo
anexo." (f. 80/86-IC)
Ignorando a RECOMENDAÇÃO MINISTERIAL n°. 032/2014/5". PJC, o ora
requerido e então Prefeito do Município de Três Ranchos/Goiás, apesar de ter recebido
pessoalmente a mencionada recomendação em 24/novembro/2014, até o dia 05/agosto/2015
(data que consta do oficio recebido pelo Prefeito está inelegível -f. 127-IC, considerando a data
de juntada no referido Inquérito Civil), manteve-se absoluta e totalmente inerte, ignorando as
requisições ministeriais formuladas no bojo da citada RECOMENDAÇÃO MINISTERIAL.
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PromQtora-do
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SS/IMinistério Público I
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\
Comprovando a atitude dolosa do Prefeito do Município de Três Ranchos/Goiás,
ROLVANDER PEREIRA WANDERLEY. em 10/março/2015 foi recebido pelo mesmo o OFÍCIO
REQUISIÇÃO N°. 350/2015/5a. PJC/ACRV (f. 94/95-IC), via do qual foram requisitadas, MAIS
UMA VEZ, informações por escrito quanto às providências efetivadas para atendimento da
RECOMENDAÇÃO MINISTERIAL n°. 032/2014/5". PJC, tendo sido, inclusive, salientado
naquela oportunidade que deveria ser impreterivelmente encaminhada DECLARAÇÃO DE
AUSÊNCIA DE PARENTESCO, a ser firmada pelos servidores do Município de Três
Ranchos/Goiás, todavia e mais uma vez, o requerido ignorou o pleito ministerial, mantendo, da
mesma forma, inerte (f. 96-IC).
Somente após proposta a Ação Civil Pública por Ato de Improbidade Administrativa
em razão do descumprimento às requisições ministeriais o Prefeito do Município de Três
Ranchos/Goiás, encaminhou algumas "declarações de ausência de parentesco" assinadas pelos
servidores municipais (f. 127/229-IC e 334/354-IC).
Diante da inércia do requerido ROLVANDER PEREIRA WANDERLEY em cumprir
ou responder às requisições ministeriais especificadas na RECOMENÇÃO n°. 032/2014/5".PJC,
e em razão da gravidade da conduta do Prefeito, foram ouvidos vários servidores, os quais
relataram claramente a pratica de nepotismo no Município de Três Ranchos/Goiás.
Ouvido neste órgão de execução, a testemunha JOSÉ LUIZ DO NASCIMENTO,
assim elucidou: "que o/a declarante é Vereador na Cidade de Três Ranchos/Goiás, pelo que
tem conhecimento de parentes dos Secretários, Vereadores etc. exercendo cargo
comissionado no mesmo Município; que o declarante pode declinar os seguintes nomes:
ISRAEL ALVES DO NASCIMENTO, comissionado na saúde e irmão do Vereador MARCOS
ALVES DO NASCIMENTO; ELIANE MARIA COELHO, Assistente Social do CAPS, madrasta
do Vereador DENISSON PEREIRA DE REZENDE; EVOMAR DIVINO PEREIRA,
comissionada na saúde, trabalha como guarda e é irmão da Vereadora EVANBERTA; LUÍS
MÁRIO DE FREITAS, comissionado na saúde, pai da esposa do Vereador JOÃO BATISTA
FERREIRA DA FONSECA; JOSÉ RENATO PEREITA GUEDES, comissionado da Prefeitura,
atua como Secretária da Câmara de Vereadores e tio do Vereador DIEGO APARECIDO
GUEDES; CÁRITO CARVALHO DE MELO, Diretor de Desporto e Ação Urbana, Obras e
Engenharia, pai do Vereador DIEGO, é o encarregado das máquinas; CÉLIA
BERNAREDES DA SILVA, comissionada na Creche Pinguinho de Gente, irmão do
Secretário de Transportes JOSÉ CARLOS BERNARDES; WILSON GOMES, Assessor
Jurídico do Município, cunhado do Vereador MARCOS ANTÔNIO DO NASCIMENTO;
LUCÉLIA GICELE DE FREITAS, Chefe de Divisão de Iluminação Pública, esposa do5de44
ARÍETE CATALÃO 2016/PETIÇÔESíACP NEPOTISMO TRÊS RANCHOS - obrigação fazer e nâo fazer - ROLVANDER PEREIRAWANDERLEY - MUNICÍPIO - IC 076-2015 - AE 201.300.511.252 ___ ~^=t\AGIR ARIETE-CRISjyNA-RJjpRIGUES VALE
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///|\IMinistério Públicodo Estado de Goiás
Vereador JOÃO BATISTA DA FONSECA; MARCELA TATIANA SANTANA ALVES,
Secretária Municipal de Agricultura e Abastecimento, filha do ANTÔNIO ALEIXO ALVES;
MARGARETE ALVES DO NASCIMENTO, Secretária do Conselho Tutelar (Chefe de Área),
irmão do Vereador MARCOS ANTÔNIO DO NASCIMENTO; MARIA LUISA CARVALHO
ELIAS, Assessora Administrativa, sobrinha do Vereador WILSON MENDES SANTANA;
MONICA ELIAS CARVALHO, é efetiva mas recebe como Chefe de Divisão de Protocolo
Geral nível I, sobrinha do Vereador WILSON MENDES SANTANA, Presidente da Câmara;
FERNANDA DE ALMEIDA SOUZA, Chefe de Setor NÍVEL I, esposa do Vereador DENISSON
PEREIRA DE REZENDE; que são só estes que são do conhecimento do declarante; que
conhece FLÁVIA BALBINO BELCHIOR, que trabalha como Superintendente no IPASTRE,
e é prima do Vereador DENISSON PEREIRA DE REZENDE; que tem também VANELI
PEREIRA DE RESENDE, trabalha na Creche Pinguinho de Gente e é irmão do Vereador
DENISSON PEREIRA DE REZENDE; que VINÍCIUS CALAÇA é Secretário de Esportes e
primo do Vice Prefeito ARALDO CALAÇA COELHO; que HUGO DELON dizem que foi
exonerado, mas se foi é de dois meses pra cá; que tem também DANILA VIEIRA, que é da
Assistência Social e fica doando remédio, "ela que domina a Ação Social", nomeada para
o cargo de Secretária Municipal de Cidadania e Assistência Social; que o declarante não
se lembra de outros nomes de servidores comissionados parentes; que são Vereadores
da oposição, de fato, o declarante e a Vereadora EVANBERTA DORNELAS; que
oportunizado o declarante não quis fazer mais nenhum esclarecimento complementar." (f.
123/124-IC).
Considerando o teor das informações prestadas às f. 123/124-IC, e a comparação
das mesmas com os documentos de f. 127/229-IC e 334/354-IC, restou constatado o seguinte:
1. CÀRITO CARVALHO DE MELO - Diretor de Desporto e Ação Urbana do
Município de Três Ranchos/Goiás - pai Vereador DIEGO CARVALHO APARECIDO GUEDES (f.
143);
2. CÉLIA BERNARDES DA SILVA - Lotada no Departamento de Cultura do
Município de Três Ranchos/Goiás - irmã do Secretário de Transporte JOSÉ CARLOS
BERNARDES (f. 138 e 326-IC);
3. ELIANE MARIA COELHO - Lotada no CAPS de Três Ranchos/Goiás - madrasta
Vereador DENISSON PEREIRA DE REZENDE (f. 168); (exonerada em 31/12/2015 - f. 318)
4. EVQMAR DIVINO PEREIRA - Lotado na Secretária de Saúde do Município de
Três Ranchos/Goiás - irmão Vereadora EVAMBERTA PEREIRA DA SILVA DORNELAS (f. 129);6de44
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5. ISRAEL ALVES DO NASCIMENTO - Lotado na Secretária de Saúde do
Município de Três Ranchos/Goiás - irmão Vereador MARCOS ANTÔNIO ALVES NASCIMENTO
(f. 142);
6. JOSÉ RENATO PEREIRA GUEDES - Lotado na Câmara Municipal de Três
Ranchos/Goiás câmara - Tio Vereador DIEGO APARECIDO DIAS (f. 141);
7. LUÍS MÁRIO DE FREITAS - Lotado na Secretária de Saúde do Município de
Três Ranchos/Goiás - pai da esposa (sogro) VereadorJOÃO BATISTA FERREIRA DA SILVA;
8. MARGARETE ALVES DO NASCIMENTO - Lotada no Conselho Tutelar do
Município de Três Ranchos/Goiás - irmã Vereador MARCOS ANTÔNIO ALVES DO
NASCIMENTO (f. 131);
9. MARIA LUISA CARVALHO ELIAS - Assessora Administrativa do Município de
Três Ranchos/Goiás - sobrinha Vereador WILSON MENDES SANTANA;
10. ILSON GOMES - Assessor Jurídico do Município de Três Ranchos/Goiás -
cunhado Vereador MARCOS ANTÔNIO DO NASCIMENTO.
Em afronta à legalidade pelo fato de que a Súmula Vinculante n°. 13 tem força
normativa e vincula todo o Poder Executivo, tendo verdadeira força de lei. Desta forma, uma
vez que o requerido ROLVANDER PEREIRA WANDERLEY descumpriu o mandamento
sumular, feriu a legalidade.
Observa-se que a referida Súmula Vinculante assim se explicita:
"A NOMEAÇÃO DE CÔNJUGE, COMPANHEIRO OU PARENTE EM LINHA RETA, COLATERAL
OU POR AFINIDADE, ATÉ O TERCEIRO GRAU, INCLUSIVE, DAAUTORIDADE NOMEANTE OU DE SERVIDOR
DA MESMA PESSOA JURÍDICA INVESTIDO EM CARGO DE DIREÇÃO, CHEFIA OU ASSESSORAMENTO,
PARA O EXERCÍCIO DE CARGO EM COMISSÃO OU DE CONFIANÇA OU, AINDA, DE FUNÇÃO GRATIFICADA
NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA EM QUALQUER DOS PODERES DA UNIÃO, DOS
ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS MUNICÍPIOS, COMPREENDIDO O AJUSTE MEDIANTE
DESIGNAÇÕES RECÍPROCAS, VIOLA ACONSTITUIÇÃO FEDERAL".
Como se observa, o ato perpetrado pelo requerido além de ilegal é inconstitucional,
por ofensa à Carta Magna. O requerido foi desleal dolosamente para com a Suprema Corte
deste Pais, vez que permanece desobedecendo um comando que possui eficácia erga omnes.
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ARÍETE CATALÃO 2016/PETIÇÔES/ACP NEPOTISMO TRÊS RANCHOS - obrigação fazer e não fazer - ROLVANDER PEREIRAWANDERLEY - MUNICÍPIO - IC 076-2015 - AE201.300.511.252 ^—-"^S^-rr—^>AGLR ARipE^aDhlA^RpJJftftíUES VALE
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Chegou ao conhecimento deste órgão de execução as seguintes nomeações em
afronta à Constituição Federal:
• MARGARETE ALVES DO NASCIMENTO - é Servidora Pública Municipal,
exercendo cargo comissionado, lotada na Secretaria do Conselho Tutelar do Município de
Três Ranchos/Goiás, sendo irmã do Vereador MARCOS ANTÔNIO ALVES DO
NASCIMENTO (f. 309/310-IC).
• MARIA LUIZA CARVALHO ELIAS - é Servidora Pública Municipal,
exercendo cargo comissionado, lotada na Secretaria do Município de Educação de Três
Ranchos/Goiás, sendo sobrinha do Vereador MILSON MENDES SANTANA e prima do
Vereador DIEGO CARVALHO APARECIDO GUEDES (f. 312-IC).
• CÁRITO CARVALHO DE MELO - é Servidor Público Municipal efetivo,
recebendo gratificação em razão do cargo ocupado de Diretor de Transportes do Município
de Três Ranchos/Goiás, o qual é pai do Vereador DIEGO CARVALHO APARECIDO
GUEDES (f. 314/315-IC).
• ILSON GOMES - é Servidor Público Municipal, exercendo cargo
comissionado, lotado na Secretaria do Município de Administração de Três Ranchos/Goiás,
é cunhado do Vereador MARCOS ANTÔNIO ALVES DO NASCIMENTO (f. 321-IC).
• CÉLIA BERNARDES DA SILVA - é Servidora Pública Municipal, exercendo
cargo comissionado, lotada no Departamento de Cultura do Município de Três
Ranchos/Goiás, irmã do Secretário de Transporte JOSÉ CARLOS BERNARDES (f.
323/324-IC).
• EVOMAR DIVINO PEREIRA - é Servidor Público Municipal, exercendo
cargo comissionado, lotado na Secretária de Saúde do Município de Três Ranchos/Goiás -
irmão Vereadora EVAMBERTA PEREIRA DA SILVA DORNELAS (f. 329-IC).
• ISRAEL ALVES DO NASCIMENTO - é Servidor Público Municipal,
exercendo cargo comissionado, lotado na Secretaria de Saúde do Município de Três
Ranchos/Goiás, sendo irmão do Vereador MARCOS ANTÔNIO ALVES DO NASCIMENTO
(f. 356/357 - IC).
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Fones: (64) 3441-4434/3411-0722/3442-5448Combate à corrupção/denúncias: combateacorrupcao.mpgo.mp.brE-mail 5a.PJC: 5calalao@mpgo.mp.brDisque Denúncia: 127
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do Estado de Goiás
• JOSÉ RENATO PEREIRA GUEDES - é Servidor Público Municipal,
exercendo cargo comissionado, lotado na Secretaria do Município de Administração de Três
Ranchos/Goiás, exercendo de fato a função de Chefe de Secretaria na Câmara Municipal
de Três Ranchos/Goiás câmara, sendo tio do Vereador DIEGO CARVALHO APARECIDO
GUEDES e primo distante do Prefeito ora requerido ROLVANDER PEREIRA WANDERLY
(f. 360/361/IC).
• PEDRO GUEDES NETO - é Servidor Público Municipal, exercendo cargo
comissionado, lotado no Gabinete do Secretário de Transportes do Município de Três
Ranchos/Goiás, é tio do Vereador DIEGO CARVALHO APARECIDO GUEDES
(Informações prestadas por JOSÉ RENATO PEREIRA GUEDES - f. 360/361/IC).
• FLÁVIA BALBINO BELCHIOR - é Servidora Pública Municipal, exercendo
cargo comissionado, lotada na Secretaria do Município de Administração de Três
Ranchos/Goiás, exercendo o cargo de Superintendente do IPASTRE, é prima por afinidade
do Vereador DENISSON PEREIRA DE RESENDE (seu marido RODRIGO CÉZAR
RESENDE é primo do VEREADOR DENISSON PEREIRA DE RESENDE (f. 407-IC).
• VANELY PEREIRA REZENDE - é Servidora Pública Municipal, exercendo
cargo comissionado, lotada no Departamento de Ensino Fundamental, com função de
Diretora de Departamento de Expediente, exercendo de fato a função de Professora na
Creche Municipal Pingo de Gente, é irmão do Vereador DENISSON PEREIRA DE
RESENDE (f. 410-IC).
• LUÍS MÁRIO DE FREITAS - é Servidor Público Municipal, Lotado no
Departamento de Ensino Fundamental, exercendo a função de Diretor de Apoio
Administrativo, é sogro do Vereador JOÃO BATISTA FERREIRA DA FONSECA.
Em consulta realizada no dia 14/abril/2016, no site do Tribunal de Contas
dos Municípios do Estado de Goiás, constatou que MARGARETE ALVES DO
NASCIMENTO, MARIA LUIZA CARVALHO ELIAS, CÁRITO CARVALHO DE MELO,
ILSON GOMES, CÉLIA BERNARDES DA SILVA, EVOMAR DIVINO PEREIRA, ISRAEL
ALVES DO NASCIMENTO, JOSÉ RENATO PEREIRA GUEDES, PEDRO GUEDES
NETO, FLÁVIA BALBINO BELCHIOR, VANELY PEREIRA REZENDE e LUÍS MÁRIO
DE FREITAS, fazem parte da folha de pagamento do Município de Três
Ranchos/Goiás, salientando que a consultas referem-se ao mês de janeiro/20169de44
ARÍETE CATALÃO 2016/PETIÇÔES/ACP NEPOTISMO TRÊS RANCHOS - obrigação fazer e nâo fazer - ROLVANDER PEREIRAWANDERLEY - MUNICÍPIO - IC 076-2015 - AE 201.300.511.252 ^__ -. »-~^—AGIR A^ffTeCRWTlNA^DfíJGOES VALE
/ ProTrrofõraHÕJusliça
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do Estado de Goiás
(consultas anexas em 10 (dez) laudas), vez que as informações disponibilizadas pelo
Município de Três Ranchos ao TCM/GO não estão atualizadas, e ainda, requisitado ao
Prefeito do referido Município, ora requerido ROLVANDER PEREIRA WANDERLEY,
cópia dos decretos de nomeação e caso tenha ocorrido alguma exoneração dos
mencionados servidores (f. 384/385-IC), o mesmo mais uma vez se manteve inerte (f.
416-IC). conduta esta que, na verdade, é prática reiterada do mesmo.
II- DO DIREITO
11.1. DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA
A Ação Civil Pública, ex vi do disposto no artigo 1o. da Lei n°. 7.347/85, como fator
de mobilização social, é a via processual adequada para impedir a ocorrência ou reprimir danos
ao patrimônio público, meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico, protegendo, assim, os interesses difusos, coletivos e
individuais homogêneos da sociedade, sendo que, diante de sua magnitude e excelência,
mereceu assento constitucional.
Não se presta a ação civil pública, à luz dos ensinamentos do insigne JOÃO
BATISTA DE ALMEIDA1, a amparar direitos individuais subjetivos, cujos titulares deverão valer-
se das vias ordinárias para pleito de ressarcimento de dano sofrido ou para sustaçao de ato que
possa afetar seu direito. Tutelados são apenas os interesses dimensionados coletivamente,
transcendentes do indivíduo e os direitos individuais homogêneos socialmente relevantes, como
se pretende demonstrar no caso em tela.
11.2. DA LEGITIMIDADE ATIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO
A Constituição Federal de 1988, além de conferir ao Ministério Público o status de
guardião da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais
indisponíveis, estabeleceu expressamente dentre suas funções a de promover o inquérito civil e
a ação civil pública.
Na esteira da Magna Carta, diversas leis foram chancelando ao Ministério Público
a iniciativa da ação civil pública, como parte pública legitimada ativamente à defesa do interesse
público, verbi gratia: artigos 114, caput, e 117, inciso III, §3°., ambos da Constituição Estadual;
artigos 25, IV, alíneas "a" e "b" e 26, inciso I, da Lei n°. 8.625/93; preceptivos da Lei n°. 7.347/85.
1 ALMEIDA. João Batisla de. Aspectos Controvertidos da Açio Civil Pública. Sâo Paulo: Revisia dos Tribunais. 200110de44
ARÍETE CATALÃO 2016/PETIÇÔES/ACP NEPOTISMO TRÊS RANCHOS - obrigação fazer e nâo fazcrj^BQLVANDER PEREIRAWANDERLEY - MUNICÍPIO - IC 07S-2015 - AE 201.300.511.252AGLR
5a. PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE CATALÃOAv. Cristiano Aires, esq. c/ Rua Nicolau Abrahão, n°. 125Centro, Catalào/Goiãs - CEP 75701-380Fones: (64) 3441-4434/3411-0722/3442-5448Combate à corrupção/denúncias: combateacorrupcao.mpgo.mp.brE-mail 5a.PJC: 5catalao@mpgo.mp.brDisque Denúncia: 127
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Pela Constituição Federal o Ministério Público tem, dentre a suas atribuições, a
defesa do patrimônio público, verbis:
"Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do
patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e
coletivos;
IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que
compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a
consultoria jurídica de entidades públicas."
Considerando sua pertinência, eis o que reza o Manual de Atuação na Defesa do
Patrimônio Público do Ministério Público do Estado de Goiás:
"A legitimação do Ministério Público está ancorada nos artigos 127,
caput, e 129, III, da Constituição Federal".
Na verdade, o Ministério Público atua na defesa de interesse público primário
consistente na conservação daquilo que pertence a toda coletividade, por intermédio das
gerações atuais e futuras.
Na legislação infraconstitucional. a Lei n°. 8.625/1993, artigo 25, IV, "b", prevê que
compete ao Ministério Público promover o inquérito civil e a ação civil pública, na forma da lei:
b) para a anulação ou declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio público ou à
moralidade administrativa do Estado ou do Município, de suas administrações indiretas ou
fundacionais ou de entidades privadas de que participem. Entendendo-se a tutela do patrimônio
público como interesse difuso, a Lei de Ação Civil Pública aponta a legitimidade do Ministério
Público nos artigos 1o, IV, 5o e 8o.
No sentido da legitimidade do Ministério Público para defesa do patrimônio público
cita-se a Súmula 329 do STJ:
"O Ministério Público tem legitimidade para propor ação civil pública em
defesa do patrimônio público".Hde44
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5e Justiça
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Com efeito, da simples interpretação sistemática dos artigos apresentados, verifica-
se que não há qualquer dúvida de que o Ministério Público possui legitimidade para propor
ação civil pública por ato de improbidade administrativa.
Ao dissertar sobre o tema, FREDIE DIDIER ensina:
"O inquérito civil é um instrumento de atuação exclusiva do
Ministério Público. Trata-se de um procedimento administrativo
investigatório, de caráter inquisitivo, instaurado e presidido pelo Ministério
Público, sem maiores formalidades. Como simples procedimento, não é
imperativo o respeito contraditório, embora em muitos casos possa ser
aconselhável. Seu objeto é, basicamente, a coleta de elementos de prova e
de convicção para as atuações processuais e extraprocessuais a cargo do
Parquet. Daí que: 'O inquérito Civil também serve para que o Ministério
Público colha elementos de convicção que lhe permitam desempenhar
algumas atuações subsidiárias, como a tomada de compromissos de
ajustamento, a realização de audiências públicas, a emissão de relatórios e
recomendações". (In Curso de Direito Processual Civil. Processo Coletivo. Vol. 4, 5o edição,
Ed.JusPodivm:2010, p. 226).
Na mesma linha, a lição de HUMBERTO THEODORO JÚNIOR:
"A legitimação ativa para a ação civil pública é, naturalmente, do
Ministério Público, a quem compete realizar o inquérito civil para apurar
dados necessários à propositura da causa (Lei n2 7.347/85, art. 82, § 12), e
quem cabe receber informações, de qualquer interessado ou das
autoridades judiciárias, para ensejar a propositura da ação em foco (idem,
art. 69 e 72)." (In Curso de Direito Processual Civil. Volume III, 36a edição, Ed. Forense, p.
537).
Dirimindo-se. portanto, quaisquer controvérsias sobre tal legitimidade,
especialmente, quanto ao manejo da presente ação para anular nomeações maculadas pela
repugnante prática do nepotismo, a jurisprudência pátria assim se manifestou
"Ação Civil Pública. Atos de improbidade administrativa. Defesa do patrimônio público.
Legitimidade do Ministério Público. O Ministério Público tem legitimidade para propor ação civil
pública que objetiva a proteção do erário municipal. 2. Sentença ultra e extra petita. Não há se falar em
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\
sentença ultraou extra petita quando ela é proferida nos estritos limites do petitum. 3. Nomeação de
menor impúbere para o exercício de cargo comissionado. Caracteriza-se ato de improbidade
administrativa a nomeação de filho menor de 18 anos para a função pública, uma vez que ofende os
princípios da administração. Apelo conhecido e improvido. Decisão unânime". (TJGO, 2a CC, AP n°
54530-7/188, rei. Des. Fenelon Teodoro Reis, j. em 21/11/00, DJ de 06/12/00, p. 6).
"AGRAVO REGIMENTAL CONTRA DECISÃO MONOCRÁTICA NO AGRAVO INSTRUMENTO.
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. LEGITIMIDADE ATIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA PROMOVER O
INQUÉRITO CIVIL. LEGITIMIDADE PASSIVA CONFIGURADA. PRESCRIÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. LIMINAR
DE QUEBRA DO SIGILO BANCÁRIO E FISCAL. INDISPONIBILIDADE DE BENS. REQUISITOS PRESENTES.
AUSÊNCIA DE FATOS NOVOS A JUSTIFICAR O PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO. I - Segundo o disposto no
artigo 129. inciso III da Constituição Federal, estabelece que, dentre as funções institucionais do
Ministério Público é promover o Inquérito Civil e ação civil pública. II - É parte legítima para figurar no
polo passivo da ação por improbidade administrativa todo aquele que, mesmo não sendo agente
público induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie direta ou
indiretamente. III - Já está pacificado o entendimento na Corte Superior de Justiça, que a pretensão de
ressarcimento por prejuízo causado ao erário, manifestada na via da ação civil pública, é imprescritível,
nos moldes do preconizado no artigo 37, § 5o, da Constituição Federal. IV - O deferimento ou não de
liminar na ação civil pública por ato de improbidade administrativa é ato de livre arbítrio, inserindo-se
no poder de cautela do julgador. Somente o abuso de autoridade ou quando restar configurada a
ocorrência de decisão teratológica autoriza a imediata reforma da decisão pela instância recursal. V -
Inexistindo fundamento ou fato novo capaz de conduzir o julgador a nova convicção, nega-se
provimento ao Agravo Regimental. AGRAVO REGIMENTAL CONHECIDO, MAS IMPROVIDO". (TJGO.
AGRAVO DE INSTRUMENTO 8883-22.2014.8.09.0000. Rei. DES. AMÉLIA MARTINS DE
ARAÚJO, 1A CÂMARA CÍVEL, julgado em 01/07/2014, DJe 1583 de 14/07/2014).
"AÇÃO CÍVIL PÚBLICA POR ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. SERVIDOR PÚBLICO.
AVALIADOR OFICIAL. MINISTÉRIO PÚBLICO. LEGITIMIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA.
INQUÉRITO CIVIL. INOCORRÊNCIA. COMPROVAÇÃO DE ATO IMPROBO PREVISTO NO ARTIGO 11 DA LEI
N° 8.429/92. O Ministério Público é parte legítima ad causam para propor ação civil pública, sendo sua
função institucional zelar pela moralidade administrativa. 2. A doutrina e a jurisprudência majoritárias
entendem que o Inquérito Civil é medida administrativa destinada à averiguação de fatos, servindo
apenas para formar a convicção do Ministério Público. Como tal, é procedimento inquisitivo, não sendo
necessário que nele se obedeça ao princípio constitucional do contraditório. 3. (...) Apelação conhecida
13de44
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PronioiorãjÕJusUça
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e desprovida". (TJGO, 3° CC, 303604- 25.2010.8.09.0128-Ap. Cív. 201093036044, Des. Walter
Carlos Lemes, DJ 1388 de 17/09/2013).
Patente, portanto, que o Ministério Público é parte legítima para aforar ação civil
pública em defesa do patrimônio público e da moralidade e legalidade administrativa.
II.3. DA PRÁTICA DE NEPOTISMO
O nepotismo no âmbito da Administração Pública consiste na nomeação de
parentes para o exercício de cargo ou função pública que não exigem a regra geral do
concurso público para provimento. Trata-se de uma conduta ilícita consubstanciada na forte
influência do vinculo familiar como motivação do ato administrativo de nomeação.
As relações de parentesco são sustentadas por laços afetivos e de
solidariedade familiar inegáveis. O principal pilar da sociedade é a família. Assim, é natural
que a autoridade queira dar preferência a um parente seu, em lugar de um desconhecido ou
estranho (não parente), para ocupar cargos ou funções gratificadas de livre nomeação.
Com a prática do nepotismo, o critério do parentesco para o preenchimento dos
cargos e funções públicas é um fator determinante, valorizando o favorecimento pessoal,
em detrimento das regras da ética, da moral, da impessoalidade, da igualdade e da
eficiência, valores necessários ao bom andamento do serviço público.
A nomeação eivada pelo nepotismo torna o ato administrativo viciado, pelo fato
de violar os Princípios Constitucionais norteadores da Administração Pública.
Lamentavelmente, o nepotismo tem sido, apesar da edição da súmula acima
transcrita, uma prática corriqueira na administração pública brasileira, seja de forma
declarada, seja na forma dissimulada, como é o caso nepotismo cruzado.
É de conhecimento geral no pais o costume dos gestores públicos tornarem os
cargos comissionados e funções de confiança e gratificadas, em quase sua totalidade, em
verdadeiros "cabides de emprego" para seus familiares, que passam a ser remunerados às
expensas do Poder Público, sem qualquer outro critério de seleção, e ainda, como "troca de
favores políticos".
14dc44
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II.4. DA VIOLAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PUBLICA
Inicialmente, cumpre ressaltar que o requerido ROLVANDER PEREIRA
WANDERLEY, na condição de agente público - prefeito municipal - devia estrita observância
aos princípios constitucionais, especialmente os da legalidade e moralidade administrativa,
conforme dispõe o artigo 37, caput, da Constituição Federal.
A Administração Pública, destarte, só pode atuar secundum legem, caracterizando-
se como atividade infra legal. Na Administração Pública não há liberdade nem vontade pessoal.
Ao agente público incumbe, pois, o dever de aplicar a lei e a proibição de agir contra legem.
Il.4.a. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
O principio da legalidade significa que o administrador público está, em toda sua
atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do bem comum, e deles não
pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido e expor-se à responsabilidade
disciplinar, civil e criminal.
"O princípio do estado de direito cifra-se na legalidade como
medida do exercício do poder, ou seja, o exercício do poder deve processar-
se mediante processos jurídicos. É a autolimitação do Estado perante os
direitos subjetivos e a vinculação da atividade administrativa à
Constituição. No estado de direito, governam as leis e não os homens. É a
supremacia da lei. Porque assim é, exige-se sua observância incondicional,
o que implica a proibição de que seja violada". (PAZZAGLINI FILHO, Marino. In
Improbidade Administrativa.4a.eü., São Paulo; Atlas, 2005, p.52).
Portanto, persiste o conhecido ensinamento no sentido de que o administrador
somente poderá fazer o que estiver expressamente autorizado em lei e nas demais espécies
normativas, está proibido de agir contra legem e praeter legem, ao contrário só pode agir
secundum legem.
Il.4.b. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Segundo o principio da moralidade administrativa, o comportamento da
Administração Pública e de seus agentes não pode ofender a moral, os bons costumes e as
regras de boa administração; a atuação tem de estar em conformidade com princípios éticos, os
quais não foram respeitados pelo requerido ROLVANDER PEREIRA WANDERLEY.
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\
"Além de atender à legalidade, o ato do administrador público
deve conformar-se com a moralidade e a finalidade administrativas para
dar plena legitimidade à sua atuação. Administração legítima só é aquela
que se reveste de legalidade e probidade administrativas, no sentido de
que tanto atende às exigências da lei como se conforma com preceitos da
instituição pública. Cumprir simplesmente a lei na frieza de seu texto não é
o mesmo que atendê-la na sua letra e no seu espírito. A administração, por
isso, deve ser orientada pelos princípios do Direito e da Moral, para que ao
legal se ajunte o honesto e o conveniente aos interesses sociais".
(MEIRELLES, Hely Lopes. In Direito Administrativo Brasileiro. 30 ed., São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2005, p. 88).
Aparente legalidade não implica necessariamente em moralidade.
"Por considerações de direito e de moral, o ato administrativo
não terá que obedecer somente à lei jurídica, mas também à lei ética da
própria instituição, porque nem tudo que é legal é honesto, conforme já
proclamavam os romanos - 'non omne quod licet honestum est'. A moral
comum, remata Hauriou, é imposta ao homem para sua conduta externa; a
moral administrativa é imposta ao agente público para a sua conduta
interna, segundo as exigências da instituição a que serve, e a finalidade de
sua ação: o bem comum. (...). O certo é que a moralidade do ato
administrativo, juntamente com a sua legalidade e finalidade, constituem
pressupostos de validade, sem os quais toda atividade pública será
ilegítima". fMEIRELLES, Hely Lopes. In Direito Administrativo Brasileiro. 15a edição, São
Paulo: Revista dos Tribunais, 1990, p. 79-80).
Segundo JOSÉ AUGUSTO DELGADO "o valor jurídico do ato
administrativo não pode se afastado de seu valor moral, implicando isso
um policiamento ético na administração. A motivação e o modo de agir do
agente público submetem-no a controles, especialmente ante o princípio da
moralidade administrativa. Ações maliciosas ou imprudentes devem ser
reprimidas. A doutrina há de buscar alcance largo ao princípio da
moralidade". (O principio da moralidade administrativa e a Constituição Federal de 1988, RT
680/38, junho de 1992, apud Fábio Osório Medina, Improbidade Administrativa, 2.a ed., Porto
Alegre, 1998, p. 144).
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///l\IMinistério Públicodo Estado de Goiás
Outrossim, a escolha de parentes de seus aliados políticos para ocupar cargos
comissionados e funções gratificadas implica a adoção de critério que afetam a isonomia entre
os eventuais concorrentes à vaga e que favorecem o atendimento a interesses pessoais da
autoridade e do servidor parente, em detrimento do interesse público.
II.4.C. PRINCÍPIO DA IGUALDADE e DA IMPESSOALIDADE
Pelo principio da igualdade, a Administração Pública tem que tratar a todos os
administrados sem discriminações, benesses, favoritismos, perseguições, simpatias ou qualquer
animosidade pessoal, política ou ideológica, que possa interferir na atuação administrativa, e
muito menos com interesses pessoais ou de grupos de qualquer espécie.
O interesse público é que deve ser sopesado sempre, e somente em nome do
interesse público é que pode haver tratamento desigual por parte da Administração entre seus
administrados.
A nomeação ou indicação de parentes de seus aliados políticos para cargos em
comissão ou funções gratificadas, configurado o nepotismo, acaba por violar a igualdade entre
os administrados, sem a devida fundamentação ou justificativa fincada no interesse público.
Nesse ponto, os princípios da igualdade e da impessoalidade têm fundidos seus
conteúdos, impedindo a atuação arbitrária e personalista do Estado.
A atuação direcionada da Administração, de forma desigual, em relação a um
indivíduo só encontra legitimidade quando o fator de discriminação guarda correlação direta com
o fim alcançado, e quando este tem amparo no ordenamento jurídico.
Do contrário, não havendo tais elementos, próprios da discriminação "positiva", a
atuação administrativa será juridicamente ilegítima, contrária ao conteúdo normativo da
Isonomia. e mais, especificamente, da sua vertente da Impessoalidade.
Por outro lado, a norma de vedação à pessoalidade também proíbe que a
Administração seja personificada pelo indivíduo que a representa. É o chamado Princípio da
Impessoalidade.
O administrador não pode vincular o seu nome á sua administração e, por
conseguinte, fazer de seus parentes e os parentes de seus aliados políticos (o que é o caso)
ocupantes de cargos comissionados ou de funções gratificadas, como uma marca pessoal na
Administração. O agente não pode tomar para si a figura de sua função pública, tornando-a
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ARÍETE CATALÃO 2016IPETIÇÔESÍACP NEPOTISMO TRÊS RANCHOS - obrigação fazer e nao fazer - ROLVANDER PEREIRAWANDERLEY. MUNICÍPIO - IC 076-2015 - AE 201.300.511.252 ^ "^_~^.AGLR ARÍETE CRISÍffJÃROQmGUES VALE^^ PfcuJTweta*5É-Justica
5a. PROMOTORIA DEJUSTIÇA DECATALÃOAv. Cristiano Aires, esq. c/ Rua Nicolau Abrahão. n°. 125Centro. Catalão/Goiás - CEP 75701-380Fones: (64) 3441-4434/3411-0722/3442-5448Combate à corrupção/denúncias: combateacorrupcao.mpgo.mp.brE-mail 5a.PJC: 5catalao@mpgo.mp.brDisque Denúncia: 127
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parte de sua esfera pessoal, uma extensão de sua individualidade, em total contraposição às
noções de coletividade e sociedade pelas quais deveria primar.
Trata-se de conduta condenada pelo sistema constitucional brasileiro, como anota
JOSÉ AFONSO DA SILVA:
"O princípio ou regra da impessoalidade da Administração
Pública significa que os atos e provimentos administrativos são imputáveis
não ao funcionário que os pratica, mas ao órgão ou entidade administrativa
em nome do qual age o funcionário. Este é um mero agente da
Administração Pública, de sorte que não é ele o autor institucional do ato.
Ele é apenas o órgão que formalmente manifesta a vontade estatal". (SILVA,
José Afonso da. In Curso de Direito Constitucional Positivo. 23 ed. São Paulo: Malheiros, 2004).
Embora intimamente ligados aos princípios anteriores, vejamos o que significa o
principio da Impessoalidade, buscando a lição de MÁRIO PAZZAGLINI FILHO:
"Administrar é um exercício institucional e não pessoal. A
conduta Administrativa deve ser objetiva, imune ao intersubjetivismo e aos
liames de índole pessoal, dos quais são exemplos o nepotismo, o
favorecimento, o clientelismo e a utilização da máquina administrativa
como Promoção pessoal. Pautada na lei, a conduta administrativa deve ser
geral e abstrata, jamais focalizada em pessoas ou grupos. Sua finalidade é
a realização do bem comum, síntese tradutora dos objetivos fundamentais
do Estado Brasileiro. (...). Também é a impessoalidade afetada pelo
princípio republicano que impõe ao Administrador o dever de, como mero
gestor da res publica, não fazer seu ou de alguns aquilo que é de todos. A
prevalência do interesse social sobre eventuais anelos individuais ou
grupais reclama uma conduta administrativa impessoal". (//) Improbidade
Administrativa. 2.a ed. São Paulo, Atlas, 1997, p. 50/51)
A violação do principio tia impessoalidade pela prática do nepotismo já foi
reconhecida pelo Superior Tribunal de Justiça:
"ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. CONTRATAÇÃO DE ADVOGADO COM FUNÇÕES DE
PROCURADOR GERAL DO MUNICÍPIO. LICITAÇÃO. DESOBEDIÊNCIA AO PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE. 1.
Contratação do ex-Procurador Geral, vencedor do certame. Transmudação do cargo de Procurador Geral
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Promotora de JustiçaARII
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em advogado de confiança no afã de permitir ao profissional o exercício simultâneo da função pública e
do munus privado da advocacia. 2. O princípio da impessoalidade obsta que critérios subjetivos ou anti-
isonômico influam na escolha dos exercentes dos cargos públicos; mãxime porque dispõem os órgãos
da Administração, via de regra, dos denominados cargos de confiança, de preenchimento insindicável.
3. A impessoalidade opera-se pro populo, impedindo discriminações, e contra o administrador, ao
vedar-lhe a contratação dirigida intuito personae. (...)". (RECURSO ESPECIAL 2002/0001958-0
Relator(a) Ministro LUIZ FUX (1122) Órgão Julgador T1 - PRIMEIRA TURMA Data do
Julgamento 01/10/2002 Data da Publicação/Fonte DJ 28.10.2002 p. 231).
Tem-se que o Supremo Tribunal Federal já reconheceu que o nepotismo viola o
Princípio da Impessoalidade ao proferir DECISÃO de MÉRITO nesse sentido, através do voto do
relator Ministro Carlos Ayres Brito, ao julgar a Ação Declaratória de Constitucionalidade n°
12/2006, repetindo os termos da decisão liminar:
"Em palavras diferentes, é possível concluir que o spiritus rectus da Resolução do CNJ é
debulhar os próprios conteúdos lógicos dos princípios constitucionais de centrada regência de toda a
atividade administrativa do Estado. Princípios como: I - o da impessoalidade, consistente no descarte
do personalismo. Na proibição do marketing pessoal ou da autopromoção com os cargos, as funções, os
empregos, os feitos, as obras, os serviços e campanhas de natureza pública. Na absoluta separação
entre o público e o privado, ou entre a Administração e o administrador, segundo a republicana
metáfora de que "não se pode fazer cortesia com o chapéu alheio". Conceitos que se contrapõem à
multi-secular cultura do patrimonialismo e que se vulnerabilizam, não há negar, com a prática do
chamado "nepotismo". Traduzido este no mais renitente vezo da nomeação ou da designação de
parentes não-concursados para trabalhar, comissionadamente ou em função de confiança, debaixo da
aba familiar de seus próprios nomeantes. Seja ostensivamente, seja pela fórmula enrustida do
"cruzamento" (situação em que uma autoridade recruta o parente de um colega para ocupar cargo ou
função de confiança, em troca do mesmo favor); II - (...); III - o princípio da igualdade, por último, pois
o mais facilitado acesso de parentes e familiares aos cargos em comissão e funções de confiança traz
consigo os exteriores sinais de uma prevalência do critério doméstico sobre os parâmetros da
capacitação profissional (mesmo que não seja sempre assim). Isto sem mencionar o fato de que essa
cultura da prevalente arregimentaçâo de mão-de-obra familiar e parental costuma carrear para os
núcleos familiares assim favorecidos uma superafetação de renda, poder político e prestígio social".
Também o Supremo Tribunal Federal, nos autos do Recurso Extraordinário n°
579.951-4/RN, no voto do Relator Ricardo Lewandowshi, já reconheceu expressamente:
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"Além de ofensiva à moralidade administrativa, a nomeação de parentes para cargos e
funções que não exigem concurso público, como já se viu acima, fere o princípio da impessoalidade e,
por extensão, o basilar princípio da isonomia, porque prevalece o nefasto "Ql", o popular "quem
indica", mencionado pelo Ministro Marco Aurélio em seu voto pioneiro sobre o nepotismo, na ADI
1.521/RS, em que o Plenário indeferiu pedido de medida cautelar para suspender a eficácia de
dispositivos da Constituição do Estado do Rio Grande do Sul, que traziam normas vedando a
contratação de parentes de autoridades públicas".
Portanto, seja tomando como ponto de vista o tratamento antieconômico (ou
pessoal) ofertado aos administrados, ou a personalização da Administração Pública na figura do
agente competente para promovê-la, a prática do nepotismo encontra obstáculos insuperáveis
nos princípios da isonomia e da impessoalidade.
Apesar de ter poder discricionário na escolha do ocupante de cargo em comissão
ou função de confiança, o administrador público não pode fundar-se na afinidade, na
consangüinidade, ou por ligações "política partidária" pois, se tal conduta fosse permitida, o
preenchimento de cargos e funções públicas estariam sujeitos ã transmissão hereditária, que
teve vigência nos períodos régios, em detrimento do interesse público para beneficiar o interesse
familiar do agente público.
Il.4.d. PRINCÍPIO DA MORALIDADE
Por sua vez, a moralidade administrativa é desenhada pela doutrina como o
nexo, a "ponte" de ligação entre os comandos jurídicos e os valores éticos da sociedade em
geral2. Trata-se de ponto de intersecção entre as esferas jurídica e ética em sentido estrito, fator
legitimador da própria produção jurídico-administrativa.
Com efeito, a ordem jurídica que não mantenha ferramenta de constante
atualização de seus indicadores axiológicos frente à sociedade, fonte primeira de todos os
comandos éticos3, perde legitimidade perante a mesma, que é a própria razão de sua existência.
É assim que toda a produção legislativa ordinária e todos os atos administrativos
nacionais, a fim de que não firam a norma principiolõgica referida, devem coadunar-se à "moral
2 RANGEL JÚNIOR, Hamilton. Principio da moralidade Institucional: conceito, aplicabilidade e controle na Constituição de 1988. SãoPaulo: Juarez de Oliveira. 2001. pp, 27-30.3 O qualificativo "ético" é aqui manejado de forma ampla, a abranger todas as formas de manifestações deontológicas que a humanidadeseja capaz de produzir (sejam elas éticas cm sentido estnto. jurídicaou moralI.
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administrativa nacional'1", conjunto de valores éticos tidos como obrigatórios ã máquina
administrativa para o desempenho de suas funções.
Nada obstante, os modelos, ou "standards" de normas morais utilizados para a
aplicação do princípio não devem guardar semelhança com aqueles componentes dos códigos
morais subjetivos inerentes a cada pessoa humana. A "moral administrativa" aqui delineada
contém ares de objetividade que a tornam prevalente no seio da comunidade em que está
ancorada. É dizer, a Constituição, ao estabelecer o princípio de legitimidade ética da Administra
Pública não delegou ao hermeneuta a definição, de acordo com suas concepções pessoais, do
que vem a ser a moralidade administrativa. Assim apregoa a doutrina especializada:
"Nada obstaria que afirmássemos que, em vez de tornar
imperativa a prevalência de uma determinada moral, o Direito vem para
fazer conviverem as diversas morais. Aproveitando-se o pensamento de
Walzer, o Direito se relaciona com a moral, não no sentido de impor a cada
grupo uma determinada escultura modal específica (moral minimalista),
mas, e apenas, no sentido de fornecer a todos os grupos a pedra moral
genérica (moral maximalista), para que cada um, a partir dela, lapide sua
artesanal que o Direito virá a preservar". (RANGEL JÚNIOR, Hamilton. In Princípio
da moralidade institucional: conceito, aplicabilidade e controle na Constituição de 1988. São
Paulo: Juarez de Oliveira. 2001. pp. 29-30).
0 trato da matéria, outrossim, deve sempre obedecer a um juízo de adequação
entre a atuação administrativa concreta e a "moral administrativa", estabelecendo, de pronto, se
a medida é compatível ou não com o conjunto de valores que a sociedade erigiu objetivamente
como modelos à condução de sua máquina administrativa. É a partir da análise exdudente que
se verifica o grau de moralidade de um ato infraconstitucional, já que é inviável a delimitação
exata das prescrições éticas objetivamente aceitas pela sociedade brasileira5.
Tomando o caso examinado em específico, infere-se que a reprovação social ao
nepotismo, como visto, vem de longa data. A concepção de que uma pessoa, por deter atributos
parentais diversos de outras, deve receber melhores oportunidades profissionais é contrária ao
sentimento ético de uma forma geral, ultrapassando consideravelmente as barreiras de tempo e
espaço.
•s *Nào se Irala — ciz Haunou, o sistematizado? de tal cencetlo — da moralcomum, mas sim de uma moral jurídica, entendida como 'o conjunto do regrasde conouta tiradasda disciplina do interior da administração" (MEIRELLES, HelyLopes apuaMORAES. Aleiar.dre InDireito Constitucional. 21 cd SP.Malneres. 1995 p. 82).5 José dos Santos Carvalho Filho (•« CxerioAdmmtrativo, 10*ed. RJ: Uimtn Juns, 2C03. p. 15) oprossa bem essa tendendo de Kfent>6coçao direta daimcralidado do ato)
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( ProirtotonrãeJustiça
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Isso se deve muito à natureza das normas ofendidas pela prática do nepotismo.
Deveras, os valores da igualdade e da indisponibilidade da coisa pública só não encontram
guarida jurídica, ética ou moral em sociedades que abonem a confusão patrimonial dos bens
estatais com os de seus soberanos ou que estejam sob regime de exceção.
Além disso, a nomeação de "nepotes", ainda que tomada de per si (sem se
considerar as normas do Direito posto), é tida como antiética.
A consciência coletiva nacional tende a se sentir repugnada com a manipulação da
máquina estatal em prol de interesses próprios, pelos representantes de seu titular, o povo —
mormente na atualidade, quando a população tem se deparado constantemente com a omissão
penosa do Estado em vários serviços de ordem essencial. Essas alegações são bem
corroboradas por EMERSON GARCIA:
"Em um primeiro momento, a conduta acima mencionada
(nomeação de parentes para o provimento de cargos em comissão) poderia
ser considerada como dissonante do princípio da moralidade
administrativa, pois fere o senso comum imaginar que a administração
pública possa ser transformada em um negócio de família". (GARCIA, Emerson.
O nepotismo. Disponível em: htiDs://www2.mppa.mp.br/sisternasygcsubsites/upload/40/o nepotismo.pdf.
Acesso em 14 de abril de 2016).
Referidas considerações são facilmente transmissíveis ao âmbito administrativo,
compondo a denominada "Moral Administrativa". A prevenção de intrusões indevidas da esfera
particular do indivíduo no exercício de sua função pública é, certamente, meta almejada pelo
conjunto de regras morais-administrativas brasileiras, assim como o combate à personalização
da coisa pública.
Tais valores adequam-se ao conceito de moralidade administrativa adotado pelo
Direito brasileiro, como acentua HAMILTON RANGEL, citando TÉRCIO SAMPAIO:
"A imoralidade faz com que a obrigação jurídica perca o sentido (...).
Sentido, assim, tem a ver com a valia das coisas, com sua dignidade intrínseca. (...)
A noção de sentido tem algo a ver, afinal, com a ideia de senso comum. (...) senso
comum é algo que o homem experimenta em contato com os outros e não
solitariamente. Por isso, também nestes termos, a exigência moral de justiça é uma
espécie de condição para que o direito tenha um sentido. A arbitrariedade, assim,
priva o direito do seu sentido porque torna as normas de conduta mera imposição,22de44
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5rfftre3ustiça
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unilateral, que prescinde dos outros enquanto um mundo comum. (...). Para esse
autor, então, a imoralidade de uma conduta humana normatizada corresponde à
perda de seu sentido, de sua valia, em virtude de o comportamento individual ter-se
desviado do senso comum, manifestando-se arbitrário. A contrário sensu, a
moralidade de uma conduta humana normatizada corresponde à manutenção de seu
sentido, de sua valia, em virtude de a prática ter respeitado o senso comum, fugindo
à arbitrariedade. Ora, se é o senso comum que define as fronteiras do que é
subjetivo (individual) e do que é objetivo (coletivo), desrespeitar essa
fronteira é fugir ao senso comum, e, na linha desse autor, manifestar-se
arbitrário, fugidio ao sentido, à valia, à dignidade intrínseca das coisas;
eivado de imoralidade, então". (RANGEL JÚNIOR, Hamilton. In Principio da moralidade
institucional: conceito, aplicabilidade e controle na Constituição de 1988. São Paulo: Juarez de
Oliveira, 2001. pp. 18-19)
Como se vê, a contratação ou nomeação de parentes por aqueles que detenham
tais prerrogativas no serviço público, pela sua frontal contraposição ao conjunto de regras éticas
afetas à Administração Pública brasileira, revelam-se faltas ao Principio Constitucional da
Moralidade Administrativa.
Anotem-se, ainda, as oportunas considerações do Ministro CARLOS AYRES DE
BRITO, relator da ADC n°. 12, que tem por objeto a Resolução n°. 07 do Conselho Nacional de
Justiça, acrescentando empecilhos à concreção do principio da eficiência, a partir da prática de
nepotismo:
"36.(...) II - o princípio da eficiência, a postular o recrutamento de mão-de-obra qualificada
para as atividades públicas, sobretudo em termos de capacitação técnica, vocação para as atividades
estatais, disposição para fazer do trabalho um fiel compromisso com a assiduidade e uma constante
oportunidade de manifestação de espírito gregário. real compreensão de que servidor público é, em
verdade, servidor do público. Também estes conceitos passam a experimentar bem mais difícil
possibilidade de transporte para o mundo das realidades empíricas, num ambiente de projeção do
doméstico na intimidade das repartições estatais, a começar pela óbvia razão de que já não se tem a
necessária isenção, em regra, quando se vai avaliar a capacitação profissional de um parente ou
familiar. Quando se vai cobrar assiduidade e pontualidade no comparecimento ao trabalho. Mais
ainda, quando se é preciso punir exemplarmente o servidor faltoso (como castigar na devida medida
um pai, a própria mãe, um filho, um(a)esposo (a) ou companheiro (a), um(a) sobrinho (a), enfim, com
quem eventualmente se trabalhe em posição hierárquica superior?). E como impedir que os colegas
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não-parentes ou não-familiares se sintam em posição de menos obsequioso tratamento funcional? Em
suma, como desconhecer que a sobrevinda de uma enfermidade mais séria, um trauma psicofísico ou um
transe existencial de membros de uma mesma família tenda a repercutir negativamente na rotina de um
trabalho que é comum a todos? O que já significa a paroquial fusão do ambiente caseiro com o espaço
público. Pra não dizer a confusão mesma entre tomar posse nos cargos e tomar posse dos cargos, na
contramão do insuperável conceito de que "administrar não é atividade de quem é senhor de coisa
própria, mas gestor de coisa alheia". (Rui Cirne Lima).
Também o Supremo Tribunal Federal, nos autos do Recurso Extraordinário n°.
579.951-4/RN, no voto do Relator Ricardo Lewandowshi, já reconheceu expressamente:
"E no mais das vezes, a nomeação de parentes, dada absoluta inapetência destes para o
trabalho e o seu completo despreparo para o exercício das funções que alegadamente exercem,
vulnera também o princípio da eficiência, introduzido pelo constituinte derivado no caput do art. 37 da
Carta Magna, por meio da EC 19/1998, num evidente desvio de finalidade, porquanto permite que o
interesse privado, isto é, patrimonial, no sentido sociológico e também vulgar da expressão, prevaleça
sobre o interesse coletivo".
Para o Ministro, o que está em causa "não é o trabalho desempenhado por esses
"servidores-parentes", mesmo porque a obrigação de bem trabalhar constitui dever de todos os
ocupantes de cargos públicos, sejam eles concursados ou não. O que está em debate, com efeito, não é
a qualidade do serviço por eles realizado, mas a forma do provimento dos cargos que ocupam, que se
deu em detrimento de outros cidadãos igualmente ou mais capacitados para o exercício das mesmas
funções, gerando a presunção de dano à sociedade como um todo". Não se questiona a
competência, a aptidão ou a capacidade dos parentes nomeados, mas a força propulsora da
indicação para o cargo ou função.
Por outro lado, a nomeação de parentes aumenta as chances de comprometer a
excelência na prestação do serviço público. Isto também porque a hierarquia administrativa
acaba por ser viciada pela prática do Nepotismo. Afinal, se o servidor foi galgado ao cargo em
razão das fortes relações de parentesco que têm com a autoridade pública, não é crível que
seus deslizes funcionais sejam reprimidos pela Administração com o rigor exigido pela lei.
Também é de se supor que ao servidor parente, em razão do parentesco, sejam
reservadas as tarefas mais amenas, os trabalhos menos penosos, as oportunidades mais
cobiçadas. Afinal, ele é da família.
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Não é desarrazoado presumir, ainda, que as cobranças e as exigências de
resultados sejam reservadas apenas aos servidores não parentes. Afinal, eles não são da
família. Novamente, o interesse público cede diante do interesse familiar e o principio da
impessoalidade é malferido.
II.5. DA PROIBIÇÃO DA PRÁTICA DE NEPOTISMO PELA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
O próprio texto Constitucional em vigor, ao tratar da Administração Pública, prever
expressamente os princípios norteadores de toda máquina administrativa, já veda, proibe, a
prática do nepotismo.
Il.õ.a. DA APLICABILIDADE IMEDIATA E FORÇA NORMATIVA DOS
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
Há muito a Doutrina vem acentuando a força normativa dos princípios
constitucionais. As lições de que os seus conteúdos devem ser encarados como meras
declarações de vontade ou normas programáticas sem eficácia imediata já foram ultrapassadas,
em homenagem ao corolário da supremacia constitucional.
Com efeito, se é certo que as normas constitucionais detêm superioridade material
e formal frente à legislação ordinária, com mais razão ainda deve-se atribuir maior efetividade à
sua principiológica. Os princípios, como normas gerais, informadoras e regentes de todo o
sistema jurídico representam prescrições de ordem fundamental, necessárias à própria
existência válida da norma jurídica.
Sem esse alicerce — ou sem a sua correspondente efetividade, a ordem
constitucional tende a sofrer um colapso irreversível, pondo em risco a própria base do sistema
jurídico.
Portanto, os princípios não são meras recomendações. São, sim, comandos
normativos, de caráter cogente, impositivo e aplicação imediata.
A aplicação impositiva e imediata dos princípios constitucionais em matéria de
nepotismo foi entendimento sufragado pelo Supremo Tribunal Federal, nos autos do Recurso
Extraordinário n° 579.951-4/RN, no voto do Relator Ricardo Lewandowshi, quando reconheceu
expressamente:
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UêtíçaARÍETE
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"É que os princípios constitucionais, longe de configurarem meras recomendações de
caráter moral ou ético, consubstanciam regras jurídicas de caráter prescritivo, hierarquicamente
superiores às demais e "positivamente vinculantes", como ensina Gomes Canotilho.7 A sua
inobservância, ao contrário do que muitos pregavam até recentemente, atribuindo-lhes uma natureza
apenas programática, deflagra sempre uma conseqüência jurídica, de maneira compatível com a carga
de normatividade que encerram. Independentemente da preeminência que ostentam no âmbito do
sistema ou da abrangência de seu impacto sobre a ordem legal, os princípios constitucionais, como se
reconhece atualmente, são sempre dotados de eficácia, cuja materialização pode ser cobrada
judicialmente se necessário. (...). Ora, tendo em conta a expressiva densidade axiologica e a elevada
carga normativa que encerram os princípios abrigados no caput do artigo 37 da Constituição, não há
como deixar de concluir que a proibição do nepotismo independe de norma secundária que obste
formalmente essa reprovável conduta. Para o expurgo de tal prática, que lamentavelmente resiste
incólume em alguns "bolsões" de atraso institucional que ainda existem no País, basta contrastar as
circunstâncias de cada caso concreto com o que se contém no referido dispositivo constitucional".
E citou a manifestação do Ministro GILMAR MENDES sobre a mesma matéria:
"Dentre tais pronunciamentos, destaco a manifestação do Ministro Gilmar Mendes, nos
seguintes termos: "Essa moralidade não é elemento do ato administrativo, como ressalta GORDILLO, mas
compõe-se dos valores éticos compartilhados culturalmente pela comunidade e que fazem parte, por
isso, da ordem jurídica vigente. A indeterminação semântica dos princípios da moralidade e da
impessoalidade não podem ser um obstáculo à determinação da regra da proibição ao nepotismo. Como
bem anota GARCÍA DE ENTERRIA, na estrutura de todo conceito indeterminado é identificável um 'núcleo
fixo' (Begriffkern) ou 'zona de certeza', que é configurada por dados prévios e seguros, dos quais pode ser
extraída uma regra aplicável ao caso. A vedação ao nepotismo é regra constitucional que está na zona
de certeza dos princípios da moralidade e da impessoalidade". (...). "Assim, o argumento, data venia
falacioso, de que, se a Carta Magna não vedou expressamente a ocupação de cargos em comissão ou de
confiança por parentes, essa prática seria lícita, não merece prosperar, pois totalmente apartada do ethos
que permeia a "Constituição-cidadã" a que se referia o saudoso Ulisses Guimarães".
E concluiu dizendo:
"Por tudo quanto até aqui exposto, entendo que carece de plausibilidade a exegese
segundo a qual que o nepotismo seria permitido simplesmente porque não há lei que o proíba".
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Desta feita, assentado que os conteúdos normativos dos princípios constitucionais
administrativos vedam a contratação ou nomeação de parentes de forma arbitrária e que a
vinculação e efetividade plenas dessas normas são insitas á própria organização constitucional
e amplamente reconhecidas pela Doutrina especializada, é forçoso reconhecer a
inconstitucionalidade e, por conseguinte, a nulidade dos atos que revelem a prática de
Nepotismo.
Il.5.b. DA SÚMULA VINCULANTE N°. 013 - STF
A celeuma do nepotismo foi, em tese, pacificada pela edição da Súmula Vinculante,
do Supremo Tribunal Federal, publicada no DOU de 29/08/2008.
Os limites do nepotismo, bem como sua vedação, foram definidos e reconhecida
por esta Súmula, que estabeleceu expressamente o que se caracteriza como nepotismo,
vedando essa prática, nos seguintes termos: "A nomeação de cônjuge, companheiro ou
parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da
autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de
direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de
confiança, ou, ainda, de função gratificada na Administração Pública direta e indireta, em
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios,
compreendido o ajuste mediante designações reciprocas, viola a Constituição Federal".
Em resumo, a súmula diz que não pode haver dois parentes (definidos dentro do
contexto do nepotismo: até 3o grau) exercendo cargos em comissão ou mesmo funções
gratificadas ao mesmo tempo, no mesmo quadro de pessoal do serviço público, em qualquer
dos Poderes. Há um impedimento claro.
Por outro lado, a súmula não exigiu a ocorrência de hierarquia entre os
cargos/funções para a caracterização do nepotismo, não sendo mais necessário apurar essa
subordinação para constatar o nepotismo. Desse modo, havendo parentesco,
independentemente de haver ou não subordinação direta, está caracterizado o nepotismo,
conforme a Súmula n°. 13.
A súmula também não previu a possibilidade do servidor concursado, que seja
parente do agente político ou de qualquer servidor comissionado do mesmo quadro de pessoal,
poder ocupar cargo comissionado ou função de confiança ou gratificada. Desse modo, a
ocupação desses cargos não pode ser feita por parentes, mesmo que tenham se submetido a
concurso público para o provimento de cargo efetivo no mesmo nível de escolaridade.
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\
Por fim, a súmula previu expressamente a proibição, também, do nepotismo
cruzado, ou seja, a troca de favores (nomeações de parentes) entre Poderes. Frise-se que
essa Súmula possui aplicação imediata.
II.5.C. DA NULIDADE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS POR DESVIO DE
FINALIDADE
O controle de constitucionalidade de atos normativos encontra fundamento em uma
dessas normas básicas: a de Supremacia do texto constitucional frente aos demais
componentes da ordem jurídica. O alicerce dessa norma principiologica está situado na
concepção atual de que a Constituição é elaborada por um órgão de vontade popular imediata,
detentor do Poder Constituinte originário.
Assim é que o ato infraconstitucional que esteja em desconformidade com a Lei
Maior perde o seu fundamento de validade, já que as normas contidas nesta última expressam a
vontade imediata do órgão popular soberano (seja ele Assembléia, Comissão, ou, como no
Brasil convencionou-se denominar, com relação à experiência de 1988, "Congresso
Constituinte").
Partindo-se de um raciocínio lógico direto, é imperioso reconhecer que a
Constituição Federal, por ser hierarquicamente superior (seja tão-somente por situar-se no mais
alto patamar hierárquico formal, seja pela alta carga axiologica de seu conteúdo) comanda toda
a produção legislativa e administrativa que estejam insertos em determinada ordem jurídico-
constitucional.
Portanto, toda produção administrativa ou legislativa deve obedecer aos comandos
constitucionais, sob pena de nulidade.
O ato de nomeação viciado por desvio de finalidade (pressuposto de validade do
ato infraconstitucional) torna o ato eivado de inconstitucionalidade, insanável por meio de
convalidação, retificação ou ratificações6.
No caso do nepotismo, o desvio de finalidade causado pelo favorecimento pessoal
é considerado um vicio de natureza absoluta, insanável, por violação aos princípios
constitucionais da Administração Pública (impessoalidade, eficiência e moralidade). O agente
6 Ale mesmo a interpretação conforme a constituição, método de declaração de Inconstitucionalidade de norma ou ato admlnislrativo semredução de texto, considera esse primado, ja que exclui uma das interpretações oriundas daquele lexlo escrito. Ainda que não hajareduçãodo texto literal do ato. a alividadefiscalizatóna do órgão Judiciário determinaa exclusão (incidentalmente ao caso fãticotratadoou de forma abstrata, geral) de uma das normas extraídas daquele diploma administrativo ou legal a partir do processo de exegese. Há,em verdade, redução normativa, sendo inviável cogitar-se de convalidação do ato impugnado.
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motivador do ato de nepotismo desvia o foco da máquina administrativa, da consecução do
interesse público para a realização de demandas particulares, revelando de forma cristalina o
vicio de finalidade no seu agir funcional.
A nomeação abalizada em parentesco constitui vício de motivação na formulação
do ato administrativo, redundando em privilégio sem amparo jurídico. A pessoalidade, então, é
motivo que desnatura a higidez jurídica do ato, eivando-o de vício insanável. O interesse público
fica relegado a segundo plano.
Desta feita, todos os atos de nomeação e posse de servidores em situação de
nepotismo devem ser declarados nulos pelo Poder Judiciário, em face da inércia no exercício do
poder de autotutela pela própria Administração Pública demandada.
Somente com a proibição do nepotismo é que o interesse público estará a salvo
dessas e de outras mazelas. Do contrário, havendo desvio de finalidade no ato administrativo,
pela incidência do nepotismo em sua motivação, o ato será sempre viciado, portanto, nulo de
pleno direito.
Il.5.d. DO NÃO ATENDIMENTO DA RECOMENDAÇÃO MINISTERIAL
A Lei Orgânica Nacional do Ministério Público prevê que, no exercício de suas
atribuições, incumbe à Instituição emitir "recomendações" dirigidas aos poderes estaduais ou
municipais, órgãos da Administração Pública Estadual ou Municipal, direta ou indireta,
concessionários e permissionários de serviço público e entidades que exerçam outra função
delegada do Estado ou do Município ou executem serviço de relevância pública. As
recomendações podem ser acompanhadas de requisição, ao destinatário, de divulgação
adequada e imediata de seu conteúdo, assim como resposta por escrito.
É a recomendação um dos fortes mecanismos de atuação extrajudicial do
Ministério Público, que decorre da Constituição e está prevista expressamente no plano
infraconstitucional, a qual poderá ser dirigida ao Poder Público em geral, a fim de que sejam
respeitados os direitos assegurados constitucionalmente.
A RECOMENDAÇÃO MINISTERIAL se expressa como uma sugestão, convite,
formulada com a força persuasiva, moral e política do emissor, para que a anomalia seja sanada
a partir da modificação, anulação ou revogação do ato praticado, oportunizando que os poderes
de Estado, órgãos e entidades da Administração ou pessoas privadas atuem, com prioridade e
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\
sem ingerência externa, no sentido de sanar desvios e infrações detectados em sua própria
estrutura funcional.
"Tomada de forma geral, a recomendação pode ter um sentido positivo
(realizar determinada tarefa ou suprir uma omissão) ou uma acepção negativa
(deixar de agir de determinado modo. Mas ela também é apta a gerar efeitos
indiretos, notadamente:
a) condiciona comportamentos jurídicos, influenciando na tomada de
decisões;
b) tem um caráter psicologicamente conformador e influi nos mecanismos
psicológicos de escolha, sem tolher a liberdade decisória do destinatário;
c) gera o referido dever de pronunciamento do destinatário (a nossa lei
prevê a possibilidade de exigir dele uma resposta escrita);
d) quando acatada, pode ser útil como elemento atenuador de certas
responsabilidades ou repercutir na esfera jurídica de terceiros (nomeadamente nos
casos que envolvem direitos supraindividuais);
e) quando não acatada, pode servir de elemento demarcador da
responsabilidade civil e criminai e não empece que os fatos venham a
constituir objeto de outras medidas;
f) no campo interno, as recomendações vinculam o próprio Ministério
Público.
Também a possibilidade de articular a recomendação e a divulgação
adequada e imediata do seu conteúdo (como expressamente permite a lei orgânica
nacional) traz outros inegáveis benefícios institucionais:
a) revela aos cidadãos o nível de zelo institucional pelos direitos e
interesses da comunidade, com atos vocacionados, em primeiro momento, à
orientação e à presunção de boa-fé, repelindo a idéia de que o intuito da instituição é
exclusivamente repressivo;
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///l\IMinistério Públicorio Estado de Goiás
b) desperta no meio social a atenção para questões que passam
anônimas por parte daqueles que não militam na área jurídica e que são, muitas
vezes, reveladoras da forma como está sendo gerido o interesse público;
c) permite que atos ou fatos correlatos ao objeto da recomendação
venham à tona, desvendando detalhes que poderiam não ser conhecidos ou
alcançados pela investigação ministerial;
d) mobiliza as forças de pressão popular alavancadas pelos veículos de
comunicação. Medidas que podem assumir grandes proporções são prontamente
encaradas como sinais evidentes de perigo para a desestabilização de certos grupos
ou interesses estatais e, muitas vezes, fecundam soluções céleres em prol do
interesse público;
e) a simples expedição e publicidade da recomendação produzem, por si
só, efeitos pedagógicos". (RAUL DE MELO FRANCO JÚNIOR. In A Importância do Instituto
da "Recomendação" na Tutela do Patrimônio Público e Social).
Salienta, ainda, o mesmo doutrinador:
"A recomendação figura, nesses casos, como uma medida
salutar, administrada mais com o propósito da vacina do que com a magia
do remédio. Brota de um pressuposto mais otimista: a crença de que a
orientação, o conselho, a advertência possuem uma força intrínseca
reformadora provida de luz capaz de desnudar as reais intenções dos
desonestos e, quando partem de pessoas ou instituições de reconhecida
autoridade morai, não há como ser ignorada por gente de bem". (RAUL DE
MELO FRANCO JÚNIOR. In A Importância do Instituto da "Recomendação" na Tutela do
Patrimônio Público e Social)
Tem-se, então, nas lições de RAUL DE MELO FRANCO JÚNIOR, que a finalidadeprimária da recomendação é a "... de fazer ver, o de iluminar situações anômalas que
merecem correção. Mas para as finalidades da tutela do patrimônio público, não é
certamente o seu único objetivo. A recomendação funciona como um marcador
fincado no leito da atividade administrativa. A partir dela, o agente responsável
não mais poderá alegar ignorância acerca da ilegalidade que exige
providências". (RAUL DE MELO FRANCO JÚNIOR. In A Importância do Instituto da
-Recomendação" na Tutela do Patrimônio Público e Social).31do44
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Stíça
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///•\IMinistério Público
do Estado de Goiás
Cabe a seu destinatário optar por não a acatar, porém ao fazê-lo assume, como
não poderia deixar de ser, as conseqüências legais desta ou de sua escolha. Como alegar o
administrador destinatário da recomendação ministerial que os erros foram cometidos ou
mantidos por ignorância, por boa-fé, sem o vezo da desonestidade que grava os verdadeiros
atos de improbidade? Para as hipóteses de ação judicial, a comprovação do elemento subjetivo,
quando isso se faça necessário, deixará o campo da pura subjetividade para ancorar-se num
elemento objetivo, indicador de inequívoco conhecimento da situação e do dever de repará-la.
Inquestionável e desmerecedor de mais comentários o dolo do Prefeito Municipal,
que fez, livre e conscientemente, a escolha de não acatar a recomendação ministerial, na qual
recomendou:
a) que se ABSTENHA(M) de realizara admissão, contratação ou o credenciamento
de servidores para o exercício de cargo em comissão, temporário ou contratações esporádicas
para os cargos disponíveis em toda estrutura do Poder Legislativo por pessoas que ostentem a
condição de cônjuge, companheiro e parentesco (consangüinidade, afinidade ou civil), até
terceiro grau, com Vereadores, Prefeito/a Municipal, Vice-Prefeito Municipal, Secretários
Municipais, os presidentes ou dirigentes de autarquias, institutos, agências empresas públicas,
sociedades de economia mista e fundações públicas e outros detentores de cargos em
comissão, em afronta aos regramentos legais que vedam a prática do nepotismo, para bem
cumprir seus elevados misteres constitucionais, fazendo recair suas escolhas em pessoas
profissionalmente capacitadas ao exercido da função e que não ostentem qualquer tipo de
parentesco com qualquer servidor, integrante não efetivoou detentor de cargo eletivo de Pessoa
Jurídica Municipal local, nos exatos moldes da Súmula Vinculantes n°. 13 do Supremo
Tribunal Federal;
b) que promova(m) a imediata EXONERAÇÃO. RESCISÃO CONTRATUAL ou oDESCREDENCIAMENTO dos ocupantes de cargos comissão, funções gratificadas, temporários
ou contratados que estejam em situação configuradora de nepotismo, conforme o item supra, no
prazo de 20 (vinte) dias.
Tais vínculos deverão ser verificados, além dos meios próprios empregados pela
Administração Pública Municipal, por disponibilizaçâo, a todas as pessoas que exerçam cargos
em comissão/função comissionada ou gratificação, contratos temporários e credenciamentos, de
cópia da declaração que segue anexa, a fim de ser devidamente preenchida e encaminhada a
esta Promotoria de Justiça, no mesmo prazo.32de44
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///Ministério Públicodo Estado de Goiás h
c) a partir do recebimento da presente recomendação. PASSE(M) A EXIGIR que o
nomeado para cargo comissionado ou designado para função gratificada, contratação
temporária ou credenciamento, antes da posse/exercício, declare, por escrito, não ter relação
familiar ou de parentesco consanguineo, em linha reta ou colateral, ou por afinidade, até o
terceiro grau. inclusive, com o Prefeito, Vice-Prefeito, Secretários Municipais, Vereadores,
presidentes ou dirigentes de autarquias, institutos, agências empresas públicas, sociedades de
economia mista e fundações públicas, bem como com todos os demais ocupantes de cargos de
direção, chefia ou assessoramento, tanto da administração pública municipal direta como da
indireta, conforme modelo de declaração anexa a esta Recomendação, cujas cópias deverão ser
encaminhadas, dentro de 30 dias da contratação/nomeação ou credenciamento, ao Ministério
Público do Estado de Goiás, endereçadas ã Promotora subscritora;
d) NÃO PERMITA(M) a realização, manutenção, aditamento ou prorrogação de
contrato de prestação de serviços com empresa que venha a contratar empregados que sejam
cônjuges, companheiros ou parentes em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro
grau, inclusive, de Prefeito Municipal, Vice-Prefeito Municipal, Secretários Municipais, Presidente
da Câmara de Vereadores, ocupantes da Mesa Diretiva da Casa Legislativa Municipal e
respectivos Vereadores, sob pena de adoção das medidas extrajudiciais e judiciais cabíveis de
parte do Ministério Público, devendo haver a rescisão unilateral dos contratos acaso existentes
com esse vicio dentro do prazo máximo de 90 (noventa) dias, providência esta permitida pelos
artigos 78, XII, e 79, I, da Lei n. 8.666/93.
". (f. 80/86-IC).
Evidenciada a vontade livre e consciente do mesmo de praticar e de insistir na
prática do ato ímprobo, mesmo após o recebimento da recomendação ministerial para que
promovesse a imediata exoneração, rescisão contratual ou o descredenciamento dos ocupantes
de cargos comissão, funções gratificadas, temporários ou contratados que estejam em situação
configuradora de nepotismo.
III. DA TUTELA DE URGÊNCIA
Da mesma forma que o Ministério Público está atuando para cumprir com o seu
papel de fiscal da lei. no resguardo dos direitos da sociedade, espera-se do Poder Judiciáriosensibilidade e acurado senso social no trato da questão, sob pena de inércia e co-
responsabilidade por dano difuso de natureza irreversível à lisura nas contratações do Poder
Público.
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Ministério Público Ido Estado de Goiãs |
A antecipação dos efeitos da tutela do pedido inicial, se pauta precipuamente, na
obrigação de fazer, no sentido de fazer cessar as ilegalidades de nomeações pautadas pelo
critério de parentesco (nepotismo cruzado), e como tal pedido está pautado na interpretação
concretista de norma cogente positiva, vinculado aos preceitos de impessoalidade, igualdade e
eficiência, justifica-se a verossimilhança da alegação, e ainda, exonerando todos os servidores
que se enquadrem na situação descrita na Súmula Vinculante n°. 13 do STF e na obrigação de
não fazer, vedando a nomeação de parentes (tanto no Poder Executivo quanto no Poder
Legislativo) para os cargos em comissão e função de confiança, que se enquadrem na situação
descrita na Súmula Vinculante n°. 13 do STF.
Está evidenciada a necessidade de pronto impedimento desta nefasta prática, ante
o prejuízo material e imaterial afetado ao patrimônio público do Município administrado pelo
requerido ROLVANDER PEREIRA WANDERLEY, o que reforça, com base em fundamentos
jurídicos, os requisitos legais da 'verossimilhança da alegação' e do 'fumus bonijúris'.
A antecipação dos efeitos de tutela visa obrigar, desde logo, o requerido a utilizar
todos os meios administrativos que sejam necessários para coibir prática vedada pela lei e pela
Constituição, fazendo, desde logo, cessar ou impedir que aconteça o ato danoso de nomeação
por critérios pessoais, que causa prejuízo ao patrimônio público.
Note-se, desde logo, que o Ministério Público, antes da propositura da ação,
expediu Recomendação ao Prefeito do Município de Três Ranchos/Goiás ora requerido
ROLVANDER PEREIRA WANDERLEY exigindo a tomada das providências, sendo que até o
presente momento, nenhuma medida administrativa satisfatória foi tomada, pelo contrário, foram
efetivadas medidas fraudulentas, como a imposição de assinatura por parte de alguns servidores
em declarações com informações falsas.
A medida postulada como tutela de urgência não só está revestida de todos os
requisitos legais exigiveis, como, por outro lado, é medida de cautela necessária para evitar, que
situações ilegais/imorais continuem a serem praticadas, situações estas que vem consumando
ao longo de anos, frustando esforços do Ministério Público que RECOMENDOU ao requerido
ROLVANDER PEREIRA WANDERLEY que promovesse a imediata EXONERAÇÃO,
RESCISÃO CONTRATUAL ou o DESCREDENCIAMENTO dos ocupantes de cargos comissão,
funções gratificadas, temporários ou contratados que estejam em situação configuradora de
nepotismo, e este ao contrário, fez com que servidores assinarem declarações falsas.
Lembre-se que o Judiciário é dotado constitucionalmente de poderes para fiscalizar
o exercício de atividades administrativas, cabendo-lhe desempenhar "atividade de34de44
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fiscalização propriamente jurídica, na acepção de que se trata de verificar a
compatibilidade dos atos administrativos com as normas jurídicas de
hierarquia mais elevada". (JUSTEN FILHO, Marcai. In Curso de Direito Administrativo.
Editora Saraiva, 2005).
A possibilidade de concessão de medida acautelatória liminar, na ação civil pública,
é expressamente prevista no artigo 12 da Lei 7.347/85:
"Art. 12. Poderá o juiz conceder mandado liminar, com ou sem
justificação prévia, em decisão sujeita a agravo.
Tal dispositivo concretiza, no âmbito da jurisdição coletiva, o poder geral de cautela
do magistrado, a ser exercido, na forma e observados os requisitos expressos no artigo 300, do
Código de Processo Civil, in verbis:
"Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos
que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo."
Assim, no exercício do poder geral de cautela poderá (poder/dever) o magistrado
determinar medidas provisórias, a fim de assegurar o resultado prático do processo, presentes o
fumus boni iuris e o periculum in mora.
Oportuno salientar que a medida impõe análise do magistrado sem a ouvida prévia
dos requeridos ROLVANDER PEREIRA WANDERLEI e do MUNICÍPIO DE TRÊS
RANCHOS/GOIÁS.
O artigo 2°.. da Lei n°. 8.437/92 dispõe que na ação civil pública, a liminar será
concedida após a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que
deverá se pronunciar no prazo de setenta e duas horas.
Não obstante a dicção legal, o Superior Tribunal de Justiça e o Tribunal de Justiça
do Estado de Goiás têm firmado o entendimento pela relativização do referido dispositivo em
razão da possibilidade de graves danos decorrentes da demora no cumprimento da liminar, uma
vez observada a referida norma. Vejamos:
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ARÍETE CATALÃO 2016/PETIÇÔES/ACP NEPOTISMO TRÊS RANCHOS - obrigação (azer o nao fazer - ROLVANDER PEREIRAWANDERLEY - MUNICÍPIO - IC 076-2015 - AE201.300.511.252 __ —~~~Z-==^~^\AGLR ^fíIETE.ÇJSISTnfA^RC^RieuES VALE
>ra-dir3ustiça
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///|\IMinistério Públicodo Estado de Goiás
"ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. CONCESSÃO DE LIMINAR SEM OITIVA DO
PODER PÚBLICO. ART. 2o DA LEI N. 8.437/1992. POSSIBILIDADE. PRAZO DECADENCIAL DE 120 DIAS.
IMPETRAÇÃO PREVENTIVA. INAPLICABILIDADE. 1. No caso dos autos, o Tribunal a quo. ao indeferir o
pedido cie suspensão da segurança, concluiu que não se afigurava o risco de grave lesão aos bens
protegidos pela Lei n. 8.437/1992. mas, por outro lado, afirmou que a plausibilidade do direito se
encontrava presente na ação em razão de sustentada interferência direta nas atividades do recorrido, já
que este determinou a prestação de serviços sem interesse dos estabelecimentos afetados e o ato
impugnado influiria na livre iniciativa cias empresas. 2. Sobre a alegada ofensa ao art. 2o da Lei n.
8.437/92, cumpre observar que esta Corte Superior tem mitigado, com base em uma interpretação
sistemática, a aplicação do citado dispositivo, sobretudo quando o Poder Público, embora não tenha
sido ouvido antes da concessão da medida liminar, deixa de comprovar prejuízo. Precedentes. (...). 4.
Recurso especial não provido." (REsp 1052430/MG, Rei. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,
SEGUNDA TURMA, julgado em 12/04/2011. DJe 27/04/2011).
"RECURSO ESPECIAL. AUDIÊNCIA PRÉVIA. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO.
LIMINAR. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. ART. 2o DA LEI N.° 8.437/92.PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE. PRINCÍPIO
DA IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA. MITIGAÇÃO. PODER GERAL DE CAUTELA. 1. A medida liminar foi
requerida em ação civil pública, em face do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis - IBAMA, quando ainda tramitava o processo perante a justiça estadual, ocasião na qual a
autarquia federal, após ser devidamente intimada, nos termos do art. 2° da Lei n.° 8.437/92, preferiu
manifestar-se apenas sobre a incompetência absoluta daquele juízo. À luzdos princípios da eventualidade
c da impugnação especifica, informadores do sistema processual brasileiro, o recorrente não suscitou
toda a matéria de defesa, disponível no momento em que foi chamado a manifestar-se nos autos,
deixando de impugnar os fatos alegados pelo autor, que serviram de fundamento para a concessão da
cautelar, acarretando a preclusão consumativa do direito processual que lhe foi outorgado, por força do
art. 2o da Lei n.° 8.437/92. Precedentes. 3. O Superior Tribunal de Justiça tem flexibilizado o disposto no
art. 2o da Lei n.° 8.437/92 a fim de impedir que a aparente rigidez de seu enunciado normativo obste a
eficiência do poder geral de cautela do Judiciário. Precedentes. 4. Recurso especial não provido." (AgRg
Ag 1314453/RS, Rei. Min. HERMAN BENJAMIN, 2a.T., julgado em 21/09/2010, DJe
13/10/2010).
"AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. PERMUTA DE IMÓVEIS. LEI
MUNICIPAL N° 1483/2008. PRELIMINAR. AUSÊNCIA DE OITIVA PRÉVIA DO ENTE PÚBLICO. VIOLAÇÃO
DO ART. 2o DA LEI N° 8437/92. AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO PESSOAL DO REPRESENTANTE LEGAL DO
36dc44
ARÍETE CATALÃO 2016/PETIÇÔES/ACP NEPOTISMO TRÊS RANCHOS - obrigação fazer e não fazer - ROLVANDER PEREIRAWANDERLEY - MUNICÍPIO - IC 076-2015 - AE 201.300.511.252AGIR AglETRCRTSTINA ROQRjgUÈS VALE
HíTjustlça
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///Ministério Públicodo Estado de Goiás h
MINISTÉRIO PÚBLICO. APRESENTAÇÃO DAS CONTRARRAZÕES ATEMPADAMENTE. NULIDADE NÃO
CONFIGURADA. DECISÃO ULTRA PETITA CONFIGURADA. I- Não é ilegal a decisão judicial proferida na
ação civil pública sem a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito público para
pronunciamento no prazo de setenta e duas (72) horas, pois tal ordem encontra-se mitigada no nosso
ordenamento jurídico em face da possibilidade de ocorrer graves danos decorrente da demora no
cumprimento da liminar, mormente se há nos autos provas suficientemente fortes. II - Éde se rejeitar a
arguição de nulidade de intimação do órgão ministerial ante a ausência de intimação pessoal se a sua
representante legal ofertou, dentro do prazo legal, a peça de defesa, fato que supriu a suposta falha sem
que houvesse prejuízo a quaisquer das partes. III- Em sendo a decisão recorrida proferida além da
quantificação indicada na petição inicial pelo autor, deve-se reconhecer a sua nulidade em relação ao
excesso, cabendo ao órgão recursal extirpá-lo, adequando-a ao pleito inicial. AGRAVO DE INSTRUMENTO
CONHECIDO E PROVIDO." (TJGO. AGRAVO DE INSTRUMENTO 260359-57.2010.8.09.0000, Rei.
DES. JEOVÁ SARDINHA DE MORAES, 6A CÂMARA CÍVEL, julgado em 05/04/2011. DJe 800
de 14/04/2011)
"AGRAVO DE INSTRUMENTO. ACAO CIVIL PUBLICA. LIMINAR CONTRA O PODER PUBLICO.
INAUDITA ALTERA PARS. EXCEPCIONALIDADE. PERIGO DE DANO IRREVERSÍVEL. PRESENÇA DO FUMUS
BONI IURIS. EMBORA O ARTIGO 2 DA LEI N. 8.437/92 ESTABELEÇA QUE A CONCESSÃO DE LIMINAR EM
ACAO DE MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO E EM ACAO CIVIL PUBLICA ESTA CONDICIONADA A
PREVIA AUDIÊNCIA DO REPRESENTANTE DA PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PUBLICO, QUE DEVERA
PRONUNCIAR-SE NO PRAZO DE SETENTA E DUAS HORAS, NAO TEM A REGRA CARÁTER ABSOLUTO.
DEVENDO SER INTERPRETADA EM CONFORMIDADE COM O ARTIGO 12 DA LEI N. 7347/85, SENDO QUE
A LEI N. 8.437/92 VISOU APENAS COIBIR ABUSO NO MANEJO DE MEDIDAS CAUTELARES CONTRA A
ADMINISTRAÇÃO PUBLICA. MAS NAO TEM O EFEITO DE SOBREPOR-SE A PRÓPRIA EFICIÊNCIA DA TUTELA
JURÍDICA QUE O ESTADO REALIZA POR MEIO DO PROCESSO. AGRAVO DE INSTRUMENTO IMPROVIDO"
(TJGO, AGRAVO DE INSTRUMENTO 69490-0/180, Rei. DES. CARLOS ESCHER, 4a. CCiv,
julgado em 23/04/2009. DJe 337 de 20/05/2009)
"AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DECLARATÕRIA. NULIDADE DE ATO LEGISLATIVO.
PEDIDO LIMINAR. OITIVA DO ÓRGÃO PÚBLICO MUNICIPAL. DESNECESSIDADE. PRESSUPOSTOS.
EVIDENCIAÇÃO. 1. Comprovada a possibilidade de dano irreparável e/ou de difícil reparação (periculum
in mora) e relevante o fundamento do recurso (fumus boni iuris), em face da situação concreta dos
fatos relatados nos autos, impõe-se a concessão da medida liminar independentemente de prévia
oitiva do órgão público municipal. 2. Omissis. 3. Omissis. Recurso conhecido e improvido". (TJGO, 4a
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Justiça
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'"IMinistério Público I
do Estado de Goiás |
\
Câmara Civel, DJ 272 de 09/02/2009, acórdão de 27/11/2008, Al 65512-0/180, reator DES.
STENKA I. NETO.)
Oportuno lembrar que a tutela de urgência pode ser concedida contra a Fazenda
Pública, como perfilha o mestre NELSON NERY7, desde que respeitados os limites
constitucionais impostos às execuções contra a fazenda, devidamente observados no caso em
apreço. Neste diapasão, os Tribunais têm aquilatado seus areslos:
-AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO ORDINÁRIA. ANTECIPAÇÃO DE
TUTELA. FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS. BLOQUEIO DE VALORES.
POSSIBILIDADE. I - Ao Estado cabe o dever de fornecer gratuitamente
tratamento médico a pacientes necessitados, conforme artigos 62 e 196 da
constituição federal. II - Possibilidade de bloqueio de valores nas contas do
Estado. O bloqueio de valores não é uma imposição ao Estado, mas sim
alternativa que somente será imposta no caso de descumprimento de sua
obrigação de fornecer os medicamentos à demandante sendo inclusive
menos onerosa à Fazenda Pública do que a imposição de multa diária.
Precedente desta Câmara. Negaram provimento ao agravo de
instrumento". (TJRS, Agr. n° 70014150627, 3a CC, rei. Des. Matilde Chabar Maia, Julgado
em 08/06/2006)
Estão evidenciados, portanto, os requisitos do periculum in mora tendo em vista
que, ante o descumprimento da ordem constitucional, está havendo latente desrespeito ao texto
constitucional e, de conseqüência, ao principio da legalidade a que deve estar subsumido
qualquer um que age em nome do Município/Estado. Evidenciado, ainda, o fumus boni iuris.
diante da lesão a direito, dado o rompimento com os princípios administrativos da
impessoalidade, eficiência e igualdade (previstos no artigo 37 da Constituição Federal), bem
como pelo descumprimento, por parte do Município, de imposição de órbita constitucional.
Requer, portanto, baseado nos requisitos primários do deferimento da tutela de
urgência e na verossimilhança da alegação (tudo conforme o artigo 300, do Código de Processo
Civil), notadamente, pelo risco de dano irreparável de tutela coletiva, uma vez que a utilização de
parentes em hipóteses de nomeação em cargos em comissão ou funções de confiança fere os
princípios administrativos e causa incessante prejuízo ao patrimônio público e aos
administrados.
7 NERY. Nelson Júnior e NERY. Rosa Maria de Andrade Código de Processo CivilComentado 9° ed. São Paulo: Revisia dos Tnbunais.2006.
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///l\Ministério Público
do Estado de Goiás
IV - DOS PEDIDOS
Para bem tutelar patrimônio público e moral da Administração Pública como
verdadeiro interesse difuso, buscando anular e desconstituir atos administrativos eivados de
ilegalidade e irregularidades, no caso in concreto resultantes na nomeação, contratação e
concessão de gratificações a servidores que se enquadram na descrição da Súmula Vinculante
n°. 13, do Supremo Tribunal Federal, fatos que conforme descrito, viola regras e princípios
consagrados no ordenamento jurídico, a pretensão do Ministério Público, cumprindo com o
seu dever de tutelar os interesses sociais, garantir o respeito á Constituição e Leis, repassando
e compartilhando a responsabilidade com o próprio Poder Judiciário, consubstancia-se nos
seguintes REQUERIMENTOS:
1. o recebimento a distribuição e autuação da presente petição, juntamente
com os autos do INQUÉRITO CIVIL autuado extrajudicialmente sob o n°. 076/2015/5a.PJC,
autuado extrajudicialmente sob o n°. 201.300.511.252 (anexo), com um total de 418
(quatrocentos e dezoito) laudas, a ser admitido inteiramente como meio de prova;
2. a concessão de tutela de urgência liminarmente, SEM a prévia oitiva dos
requeridos - ROLVANDER PEREIRA WANDERLEI e MUNICÍPIO DE TRÊS
RANCHOS/GOIÁS -, nos termos do artigo 12, da Lei 7.347/85, determinando, de
IMEDIATO, ao Prefeito do Município de Três Ranchos/Goiás, ora requerido ROLVANDER
PEREIRA VANDERLEI, o seguinte:
2.1. que exonere dos cargos em comissão, chefia ou assessoramento e
funções de confiança todas as pessoas que mantenham, até o terceiro grau. vinculo de
parentesco (consanguineo, afinidade ou civil), com o Prefeito Municipal, Vice-Prefeito
Municipal, Secretários Municipais, os Presidentes, Dirigentes de Autarquias, Institutos,
Agências Empresas Públicas, Sociedade de Economia Mista, Fundações Públicas,
Presidente da Câmara de Vereadores, ocupantes da Mesa Diretiva da Casa Legislativa
Municipal e respectivos Vereadores, bem como com os demais ocupantes de cargos em
comissão, chefia ou assessoramento, tanto na administração pública municipal direta ou
indireta, em afronta aos regramentos legais que vedam a prática do nepotismo, nos exatos
moldes da Súmula Vinculante n° 13, do Supremo Tribunal Federal, em especial os
seguintes:
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ARÍETE CATALÃO 2016/PETIÇÔES/ACP NEPOTISMO TRÊS RANCHOS - obrigação fazer o nâo fazor-ROJ.VANDER PEREIRAWANDERLEY -MUNICÍPIO - IC 076-2015 - AE 201.300.511.252 —~^~~~Z-^*^=~>>>AGLR ^RfÉTE CRJSTTNAjgOJJgJQlÍES VALE
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///l\IMinistério Públicodo Estado de Goiás
• MARGARETE ALVES DO NASCIMENTO - Servidora Pública Municipal,
comissionada lotada na Secretaria do Conselho Tutelar do Município de Três
Ranchos/Goiás, irmã do Vereador MARCOS ANTÔNIO ALVES DO NASCIMENTO (f.309/310-IC);
• MARIA LUIZA CARVALHO ELIAS - Servidora Pública Municipal,
comissionada lotada na Secretaria do Município de Educação de Três Ranchos/Goiás,
sobrinha do Vereador MILSON MENDES SANTANA e prima do Vereador DIEGO
CARVALHO APARECIDO GUEDES (f. 312-IC);
• ILSON GOMES - Servidor Público Municipal, comissionado lotado na
Secretaria do Município de Administração de Três Ranchos/Goiás, cunhado do Vereador
MARCOS ANTÔNIO ALVES DO NASCIMENTO (f. 321-IC);
• CÉLIA BERNARDES DA SILVA - Servidora Pública Municipal,
comissionada, lotada no Departamento de Cultura do Município de Três Ranchos/Goiás,
irmã do Secretário de Transporte JOSÉ CARLOS BERNARDES (f. 323/324-IC);
• EVOMAR DIVINO PEREIRA -Servidor Público Municipal, comissionado,
lotado na Secretária de Saúde do Município de Três Ranchos/Goiás - irmão Vereadora
EVAMBERTA PEREIRA DA SILVA DORNELAS (f. 329-IC);
• ISRAEL ALVES DO NASCIMENTO - Servidor Público Municipal,
comissionado, lotado na Secretaria de Saúde do Município de Três Ranchos/Goiás, irmão
do Vereador MARCOS ANTÔNIO ALVES DO NASCIMENTO (f. 356/357 - IC);
• JOSÉ RENATO PEREIRA GUEDES - Servidor Público Municipal,
comissionado, lotado na Secretaria do Município de Administração de Três Ranchos/Goiás,
o qual exerce, de fato a função de Chefe de Secretaria na Câmara Municipal de Três
Ranchos/Goiás câmara, tio do Vereador DIEGO CARVALHO APARECIDO GUEDES (f.
360/361/IC);
• PEDRO GUEDES NETO - Servidor Público Municipal, comissionado, lotado
no Gabinete do Secretário de Transportes do Município de Três Ranchos/Goiás, tio do
Vereador DIEGO CARVALHO APARECIDO GUEDES (Informações prestadas por JOSÉ
RENATO PEREIRA GUEDES - f. 360/361/IC):
40do44
ARÍETE CATALÃO 2016/PETIÇÔES/ACP NEPOTISMO TRÊS RANCHOS - obrigação fazer e nao fazer - ROLVANDER PEREIRAWANDERLEY - MUNICÍPIO - IC 076-2015 - AE 201.300.511.252 _.—• ~^n i- .AGLR ARÍETECÇI$KHA\BQDRJÇUES VALE
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Ministério Público Ido Estado de Goiás |
• FLÁVIA BALBINO BELCHIOR - Servidora Pública Municipal, comissionada,lotada na Secretaria do Município de Administração de Três Ranchos/Goiás, exerce o cargo
de Superintendente do IPASTRE, prima por afinidade do Vereador DENISSON PEREIRA
DE RESENDE e seu marido RODRIGO CÉZAR RESENDE é primo do VEREADOR
DENISSON PEREIRA DE RESENDE (f. 407-IC);
• VANELY PEREIRA REZENDE - Servidora Pública Municipal, comissionada,
lotada no Departamento de Ensino Fundamental, cargo de Diretora de Departamento de
Expediente, mas exerce de fato a função de Professora na Creche Municipal Pingo de
Gente, irmã do Vereador DENISSON PEREIRA DE RESENDE (f. 410-IC);
• LUÍS MÁRIO DE FREITAS - Servidor Público Municipal, lotado no
Departamento de Ensino Fundamental, função de Diretor de Apoio Administrativo, sogro do
Vereador JOÃO BATISTA FERREIRA DA FONSECA;
2.2. revogue o ato de concessão de gratificação em razão do cargo exercido
pelo servidor CÁRITO CARVALHO DE MELO, o qual é Servidor Público Municipal efetivo,
porém recebe gratificação em razão do cargo ocupado de Diretor de Transportes do
Município de Três Ranchos/Goiás, pois é pai do Vereador DIEGO CARVALHO
APARECIDO GUEDES (f. 314/315-IC);
2.3. se abstenha de nomear pessoas para cargos em comissão, chefia ou
assessoramento e funções de confiança todas as pessoas que mantenham, até o terceiro
grau, vínculo de parentesco (consanguineo, afinidade ou civil), com o Prefeito Municipal,
Vice-Prefeito Municipal, Secretários Municipais, os Presidentes, Dirigentes de Autarquias,
Institutos, Agências Empresas Públicas. Sociedade de Economia Mista. Fundações
Públicas, Presidente da Câmara de Vereadores, ocupantes da Mesa Diretiva da Casa
Legislativa Municipal e respectivos Vereadores, bem como com os demais ocupantes de
cargos em comissão, chefia ou assessoramento, tanto na administração pública municipal
direta ou indireta, em afronta aos regramentos legais que vedam a prática do nepotismo,
nos exatos moldes da Súmula Vinculante n° 13, do Supremo Tribunal Federal;
2.4. em aplicação ao artigo 497, do Código de Processo Civil, uma vez
concedida a tutela de urgência, e com vista a assegurar a sua efetividade. REQUER seja
fixada ao Prefeito do Município de Três Ranchos/Goiás e ora requerido ROLVANDER
PEREIRA WANDERLEY pena de multa pordia de omissão ou descumprimento em valores4lde44
ARÍETE CATALÃO 2016/PETIÇÔES/ACP NEPOTISMO TRÊS RANCHOS - obrigação fazer e não fazer - ROLVANDER PEREIRAmiiinrni ev m ikitf*lmr\ tf me nnic AC irn ino C<1 ICO _*••—~~J— J_—^^>,WANDERLEY - MUNICÍPIO - IC 076-2015 - AE 201.300.511.252AGLR ^ETÉ^RÍ^NA^DiWeajESVALE
r Õrade Justiça
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equivalentes ao custo do salário/mês dos servidores do Município de Três Ranchos/Goiás
que eventualmente mantenham vínculo de parentesco (consanguineo, afinidade ou civil),
com o Prefeito Municipal, Vice-Prefeito Municipal, Secretários Municipais, os Presidentes,
Dirigentes de Autarquias, Institutos, Agências Empresas Públicas, Sociedade de Economia
Mista, Fundações Públicas, Presidente da Câmara de Vereadores, ocupantes da Mesa
Diretiva da Casa Legislativa Municipal e respectivos Vereadores, bem como com os demais
ocupantes de cargos em comissão, chefia ou assessoramento, tanto na administração
pública municipal direta ou indireta, em afronta aos regramentos legais que vedam a prática
do nepotismo, nos exatos moldes da Súmula Vinculante n° 13, do Supremo Tribunal
Federal, sem prejuízo de outros mecanismos pertinentes e da responsabilidade por ato de
improbidade administrativa praticado pelo requerido ROLVANDER PEREIRA
WANDERLEY;
3. seja recebida a inicial e determinada/efef/Vada a citação pessoal do/a(s)
requerído/a(s) ROLVANDER PEREIRA WANDERLEY e o MUNICÍPIO DE TRÊSRANCHOS/GOIÁS para apresentar(em) contestação no prazo legal, com as advertências
dos artigos 242 e 335, do Código de Processo Civil;
4. o reconhecimento/declaração incidental da inconstitucionalidade dos atos
de nomeação dos seguintes servidores públicos municipais comissionados: MARGARETE
ALVES DO NASCIMENTO, MARIA LUIZA CARVALHO ELIAS, ILSON GOMES. CÉLIA
BERNARDES DA SILVA, EVOMAR DIVINO PEREIRA, ISRAEL ALVES DO NASCIMENTO.
JOSÉ RENATO PEREIRA GUEDES. PEDRO GUEDES NETO, FLÁVIA BALBINO
BELCHIOR, VANELY PEREIRA REZENDE e LUÍS MÁRIO DE FREITAS, para os cargos
previstos na estrutura do Município de Três Ranchos/Goiás, por violação aos princípios dalegalidade, moralidade, impessoalidade e eficiência, previstos no artigo 37, caput, da
Constituição Federal;
5. a declaração de nulidade dos atos administrativos que culminaram na
nomeação dos servidores públicos comissionados MARGARETE ALVES DONASCIMENTO, MARIA LUIZA CARVALHO ELIAS, ILSON GOMES, CÉLIA BERNARDESDA SILVA, EVOMAR DIVINO PEREIRA, ISRAEL ALVES DO NASCIMENTO, JOSÉRENATO PEREIRA GUEDES. PEDRO GUEDES NETO, FLÁVIA BALBINO BELCHIOR,
VANELY PEREIRA REZENDE e LUÍS MÁRIO DE FREITAS para os cargos previstos na
estrutura do Município de Três Ranchos/Goiás por violação aos princípios da legalidade,42de44
ARÍETE CATALÃO 2016/PETIÇÓES/ACP NEPOTISMO TRÊS RANCHOS - obrigação fazer o nao fazerjJOLVANDER PEREIRAWANDERLEY - MUNICÍPIO - IC 076-2015 - AE 201.300.511.252AGLR J*
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///lMinistério Público Ido Estado de Goiás |
\
moralidade, impessoalidade e eficiência, previstos no artigo 37, caput. da Constituição
Federal;
6. o reconhecimento/declaração incidental da inconstitucionalidade do ato
que culminou na concessão de gratificação em razão do cargo exercido por CARITOCARVALHO DE MELO, no Município de Três Ranchos/Goiás, por violação aos princípios
da legalidade, moralidade, impessoalidade e eficiência, previstos no artigo 37, caput, da
Constituição Federal;
7. a declaração de nulidade do ato administrativo que culminou na concessão
de gratificação em razão do cargo exercido por CARITO CARVALHO DE MELO no
Município de Três Ranchos/Goiás, por violação aos princípios da legalidade, moralidade,
impessoalidade e eficiência, previstos no artigo 37, caput, da Constituição Federal;
8. a condenação dos requeridos ROLVANDER PEREIR WANDERLEY e
Município de Três Ranchos/Goiás na obrigação cie não fazer, consistente na não
nomeação, para cargos em comissão, chefia ou assessoramento e funções de confiança,
para sua estrutura administrativa, neste ou em mandato futuro, de qualquer pessoa que
tiver, até terceiro grau, vínculo de parentesco (consanguíneo, afinidade ou civil), com o
Prefeito Municipal, Vice-Prefeito Municipal, Secretários Municipais, os Presidentes,
Dirigentes de Autarquias, Institutos, Agências Empresas Públicas, Sociedade de Economia
Mista, Fundações Públicas, Presidente da Câmara de Vereadores, ocupantes da Mesa
Diretiva da Casa Legislativa Municipal e respectivos Vereadores, bem como com os demais
ocupantes de cargos em comissão, chefia ou assessoramento, tanto na administração
pública municipal direta ou indireta, em afronta aos regramentos legais que vedam a prática
do nepotismo, nos exatos moldes da Súmula Vinculante n° 13, do Supremo Tribunal
Federal, sob pena de multa pecuniária diária a ser imposta pessoalmente ao requerido
então Prefeito do Município de Três Ranchos/Goiás, no valor equivalente ao dobro do
salário estabelecido para cada servidor, indevidamente nomeado, por violação ã ordem
judicial;
9. de igual modo, seja(m) também o/a(s) requerido/a(s) condenado/a(s) ao
pagamento das custas e emolumentos processuais, bem como nos ônus da sucumbência;
10. seja expedido ofício requisitando do Chefe do Controle Interno do
Município de Três Ranchos/Goiás - SR. DIOGO RIBEIRO SILVA, no prazo de 20 (vinte)
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ARÍETE CATALÃO 2016/PETIÇÕES/ACP NEPOTISMO TRÊS RANCHOS - obrigação fazer e nâo fazer-RQLVâNTJER PEREIRAWANDERLEY-MUNICÍPIO-IC 076-2015-AE 201.300.511.252 ^ " J>AGLR >RiÉTE CRJSaWWtgnKÍGUES VALE
C —Promotora deJustiça
5a. PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE CATALÃOAv. Cristiano Aires. osq. c/ Rua Nicolau Abrahão, n°. 125Centro, Catalão/Goiás - CEP 75701-380
Fones: (64) 3441-4434/3411-0722/3442-5448Combate à corrupção/denúncias: combateacorrupcao.mpgo.mp.brE-mail 5a.PJC: 5catalao@mpgo.mp.brDisque Denúncia: 127
/S/1Ministério Público Ido Estado de Goiás |
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dias, cópia dos decretos de nomeação e, caso tenha ocorrido alguma, também de
exoneração dos seguintes servidores:
10.1. CARITO CARVALHO DE MELO. CÉLIA BERNARDES DA SILVA. JOSÉ
CARLOS BERNARDES, ELIANE MARIA COELHO, EVOMAR DIVINO PEREIRA, ISRAEL
ALVES DO NASCIMENTO, JOSÉ RENATO PEREIRA GUEDES. LUÍS MÁRIO DE
FREITAS, MARGARETE ALVES DO NASCIMENTO. MARIA LUISA CARVALHO ELIAS,
ILSON GOMES, MARCELA TATIANA SANTANA ALVES, ANTÔNIO ALEIXO ALVES,
MONICA ELIAS CARVALHO, FERNANDA DE ALMEIDA SOUZA, FLÁVIA BALBINO
BELCHIOR, VANELY PEREIRA DE RESENDE, VINÍCIUS CALAÇA SOAREAS e HUGO
DELEON DE CARVALHO COSTA;
11. por fim. protesta o Ministério Público provar o alegado por todos os meios
de prova admitidos em direito, notadamente provas documentais, pleiteando desde já a
juntada dos documentos anexos que fazem parte do conjunto probatório materializado no
bojo do Inquérito Civil autuado extrajudicialmente sob o n°. 201.300.511.252, bem como a
testemunhai, se porventura necessária, cujo rol será oportunamente apresentado, sem
prescindir do depoimento pessoal dos requeridos, que fica desde já requerido.
Dá-se a causa o valor de RS 500.000,00 (quinhentos mil reais).
Catalão, 19 de abril de 2016.
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ARÍETE CATALÃO 2016/PETIÇOES/ACP NEPOTISMO TRÊS RANCHOS • obrigação fazer e nao fazor - ROLVANDER PEREIRAWANDERLEY - MUNICÍPIO - IC 076-2015 - AE 201.300.511.252AGLR ARÍETE CRISTINA RODRIGUES VALE
Promotora de Justiça
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