Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer

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Universidade do Sul de Santa Catarina Campus Trajano Curso: Direito Disciplina: Direito processual Civil IV Docente: Msc. Carina Milioli Corra Discente: Joo Felipe Salom Pereira

Fundamentao doutrinria e jurisprudencial das assertivas referentes primeira avaliao (liquidao e execuo de ttulos judiciais):1) Assinale a alternativa correta:

Na ao que tenha por objeto o cumprimento de obrigao de fazer ou no fazer, no pode o juiz, de ofcio, modificar o valor ou a periodicidade da multa , mesmo que se observe que se tornou insuficiente; (gn) Extrai-se de Slvio de Salvo Venosa o modelo do Cdigo de 1939 sobre o descumprimento da obrigao de fazer e em seguida como se procede de acordo ao Cdigo de 1973:Na sistemtica do CPC de 1939, havia a ao cominatria prescrita no art. 302. O autor, credor de uma obrigao de fazer, pedia a citao do ru para prestar o fato, sob pena de pagar a multa contratual, ou aquela pedida pelo autor, se nenhuma clusula penal tivesse sido avenada. A funo da cominao da multa era constranger o devedor a cumprir a obrigao, quer em espcie, quer em seu substitutivo, ou seja, um pagamento em dinheiro. O CPC aboliu esse procedimento da ao cominatria, talvez porque na sistemtica anterior, na prtica, a ao no tenha surtido bons efeitos. O cumprimento coativo das obrigaes de fazer e de no fazer est disciplinado nos arts. 632 ss do CPC. A execuo das obrigaes de fazer possui instrumentos processuais efetivos, inclusive com tutelas antecipatrias, merc das ltimas alteraes efetuadas no estatuto processual (art. 273 e 461). A redao original do estatuto no era suficientemente clara a respeito desse processo, o que dava margem a dificuldades na prtica, pois os dispositivos dos artigos citados deveriam ser adaptados ao processo de conhecimento. Os atuais arts. 461 e 461 do -A CPC, com as novas redaes trazidas pela Lei n 8.952, de 13-12-1994, e pela Lei n 10.444, de 7-05-2002, para onde remetemos o leitor, vieram aclarar a situao, com os contornos ora modernizados da antiga ao cominatria. Outorga-se amplo poder discricionrio ao juiz no sentido de que a obrigao seja efetivamente adimplida. O juiz poder, de ofcio ou a requerimento das partes, para obter o resultado especfico,

determinar a imposio de multa, busca e apreenso, remoo de pessoas e coisas etc. Essa nova redao presente no CPC aproximada reproduo do que j consta do Cdigo de Defesa do Consumidor (art. 84). Desse modo, uma disposio inicialmente voltada para as relaes de consumo passou a regular de forma ampla a tutela das obrigaes especficas. na esfera das obrigaes de fazer (e nas de no fazer) que se encontra campo para as denominadas astreintes, multa cominatria diria, de ndole pecuniria, por dia de atraso no cumprimento da obrigao. A orientao do artigo 461 do CPC permitir a imposio dessa multa tanto na tutela liminar, como na sentena, independentemente de requerimento da parte. No entanto, seu valor reverter sempre para o autor. O princpio j constava do art. 644 do CPC, quando se trata de execuo de obrigaes de fazer e de no fazer. A multa deve ser de montante tal que constranja o devedor a cumprir a obrigao. Nada impede que as partes, contratualmente, j estipulem a multa e seu valor, mas caber sempre ao juiz coloc-la em seus devidos parmetros. Essa multa dever ter um limite temporal, embora a lei no o diga, sob pena de transformar-se em obrigao perptua. (gn)

Acrescentamos as colocaes de Alexandre Freitas Cmara (2008, p. 241) referentes alterao e periodicidade das astreintes, conforme dispe o 6 do artigo 461 do CPC:Em primeiro lugar preciso dizer que a norma aqui referida fala em multa diria para se referir a uma unidade de tempo que, no necessariamente, corresponde a um dia. Assim, pode ser a multa fixada no apenas por dia de atraso na satisfao do direito, mas por semana, ms, semestre de atraso, ou outra unidade de tempo qualquer (desde que possvel sua decomposio em dias, o que significa dizer que ser inaceitvel a fixao de multa por hora de atraso). A multa pelo atraso no cumprimento da obrigao, em linha de princpio, deve ser fixada na sentena condenatria, de ofcio ou mediante pedido do autor do processo de conhecimento (art. 461, 4, c/c art. 287 do CPC). Omissa a sentena, porm, pode o prprio juiz da execuo fix -la ao despachar a petio inicial no processo executivo. Afirma o 6 do art. 461 do CPC, anteriormente transcrito, que o juiz da execuo poder alterar a multa, aumentando-a se insuficiente, ou reduzindo -a, se excessiva. A presente regra tem em vista a necessidade de que as astreintes atinjam sua finalidade, de servir como meio de presso psicolgica sobre o executado, constrangendo-o a cumprir a obrigao. Multa excessiva ou insuficiente perde seu poder coercitivo, razo pela qual permite-se sua alterao. (gn)

Consistentemente, a jurisprudncia quanto aplicao do meio coercitivo de cumprimento da obrigao de fazer ou de no fazer:TJPA AGRAVO DE INSTRUMENTO. AG 200930017634. SEGUNDA CMARA CVEL ISOLADA. RELATORA: EXMA. SRA. DESA. CARMENCIN MARQUES CAVALCANTE. AGRAVO DE INSTRUMENTO N. 2009.3.001763-4 COMARCA DA CAPITAL. AGRAVANTE: MIGUEL JORGE PAES MARTINS (ADV. JORGE MANUEL T. FERREIRA MENDES) . AGRAVADO: UNIBANCO UNIO DOS BANCOS BRASILEIROS S/A (ADVS. LUIS GALENO ARAJO BRASIL E OUTROS) . EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO DIREITO PROCESSUAL CIVIL CUMPRIMENTO DE SENTENA - MULTA DIRIA ASTREINTES REDUO POSSIBILIDADE -

HONORRIOS ADVOCATCIOS CONDENAO ART. 20, 4, DO CPC LITIGNCIA DE M-F MULTA E INDENIZAO CONDENAO PREVISO LEGAL. I - A FIXAO DAS ASTREINTES TEM POR OBJETIVO COMPELIR O DEVEDOR A CUMPRIR A OBRIGAO QUE LHE FOI IMPOSTA, ENTRETANTO, O VALOR DA MULTA DEVE ESTAR EM CONFORMIDADE COM O PRINCPIO DA RAZOABILIDADE E VEDAO DO ENRIQUECIMENTO ILCITO DA OUTRA PARTE, IMPONDO-SE A REDUO QUANDO O SEU VALOR TORNAR -SE EXCESSIVO, NOS TERMOS DO ART. 461, 6, DO CPC. II HONORRIOS ADVOCATCIOS CABVEIS NA FASE DE CUMPRIMENTO DE SENTENA, BEM ASSIM, NA HIPTESE DE NO ACOLHIMENTO DA IMPUGNAO, ARBITRADOS NA FORMA DO ART. 20, 4 DO CPC. III DE ACORDO COM O ART. 17, IV, V E VII, DO CPC, CONFIGURA LITIGNCIA DE M-F A RESISTNCIA DO IMPUGNANTE/AGRAVADO EM DEVOLVER AO IMPUGNADO/AGRAVANTE O VECULO QUE SAB E LHE PERTENCER E CUJA DEVOLUO J FOI DETERMINADA EM SENTENA TRANSITADA EM JULGADO QUE EST SENDO EXECUTADA, UTILIZANDO-SE DE RECURSOS PROCRASTINATRIOS E PROCEDENDO DE MODO TEMERRIO, PARA NO CUMPRIR A DECISO JUDICIAL, MERECENDO, ASSIM, SER CONDENADO AO PAGAMENTO DE MULTA E INDENIZAO AO AGRAVANTE, CONSOANTE O FIXADO NO ART. 18, 2, DO CPC. AGRAVO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. DECISO UNNIME. Inicialmente reclama o Agravante contra a deciso do MM. Juiz "a quo" que reduziu a multa cominatria. Destarte, observa-se da legislao processual em vigor a possibilidade de ser a multa cominatria reduzida pelo MM. Juiz, conforme disposio do 3 do art. 461-A c/c o 6 do art. 461, todos do CPC, quando se verificar que se tornou excessiva, in verbis: Art. 461-A. Na ao que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela especfica, fixar o prazo para o cumprimento da obrigao. (Includo pela Lei n. 10.444, de 7.5.2002) 3oo Aplica-se ao prevista neste artigo o disposto nos 1oo a6oo do art.4611. (Includo pela Lei n. 10.444, de 7.5.2002) Art.4611. Na ao que tenha por objeto o cumprimento de obrigao de fazer ou no fazer, o juiz conceder a tutela especfica da obrigao ou, se procedente o pedido, determinar providncias que assegurem o resultado prtico equivalente ao do adimplemento. (Redao dada pela Lei n. 8.952, de 13.12.1994) 6o6o O juiz poder, de ofcio, modificar o valor ou a periodicidade da multa, caso verifique que se tornou insuficiente ou excessiva. (Includo pela Lei n. 10.444, de 7.5.2002) No presente caso, h que se reconhecer o excesso da mesma. Conforme se observa dos autos, determinada a devoluo do bem em 24 horas, fixou-se multa diria no importe de R$500,00 (quinhentos reais), a contar de 06.02.2006, at o cumprimento da obrigao. Como sabido, o objetivo da fixao de astreinte no compelir a parte ao pagamento do valor da multa, mas fazer com que a mesma cumpra a obrigao que lhe foi imposta . Neste sentindo, a doutrina de Nelson Nery Jnior e Rosa Maria de Andrade Nery, abaixo transcrita: Deve ser imposta a multa, de ofcio ou a requerimento da parte. O valor deve ser significativamente alto, justamente porque tem natureza inibitria. O juiz no deve ficar com receio de fixar o valor em quantia alta, pensando no pagamento. O objetivo das astreintes no obrigar o ru a pagar o valor da multa, mas obrig-lo a cumprir a obrigao na forma especfica. A multa apenas inibitria. Deve ser alta para que o devedor desista de seu intento de no cumprir a obrigao especfica. Vale dizer, o devedor deve sentir ser prefervel cumprir a obrigao na forma especfica a pagar o alto valor da multa fixada pelo juiz. (Cdigo de Processo Civil Comentado e legislao extravagante. 9. ed. rev., atual. e ampl. So Paulo: RT, 2006, p.588). No se deve olvidar, outrossim, que a quantia fixada no pode ser irrisria a ponto de ser mais vantajoso ao devedor pag-la do que cumprir a obrigao. Isto porque, apesar da fixao de multa ter por objetivo a

coero do devedor, visando ao cumprimento da obrigao de entregar a coisa, o valor da mesma no pode proporcionar o enriquecimento sem causa da outra parte, estando em conformidade com os princpios da razoabilidade e vedao do enriquecimento ilcito. Diante de tal situao, impe-se a sua reduo, devendo ser observada a regra contida no art. 412 do CC. Sobre o tema, seguem-se os julgados: EXECUO - OBRIGAO DE FAZER - ASTREINTES - FIXAO DE TERMO FINAL. - lcito ao juiz modificar o valor e a periodicidade da astreinte - CPC, art. 461, 6. No possvel, entretanto, fixar-lhe termo final, porque a incidncia da penalidade s termina com o cumprimento da obrigao .(STJ Acrdo Unnime da 3 Turma publicado em 13.05.2008 REsp. 890.900 - SP Rel. Ministro Humberto Gomes de Barros) EXECUO SENTENA EMBARGOS EXECUO - OBRIGAO DE FAZER - EXCLUSO DA INSCRIO NO CADASTRO DE INADIMPLENTES - DESCUMPRIMENTO DA DECISO - MULTA COMINATRIA - VALOR EXCESSIVO REDUO. A multa diria um meio de coao, um instrumento coercitivo cuja utilizao pressupe a necessidade de que a deciso judicial seja cumprida, e no menor tempo possvel, em face do prejuzo que o atraso pode acarretar parte que venceu a demanda. Revelando-se excessivo o valor da multa cominatria, pode a instncia revisora proceder sua reduo, em obedincia ao disposto no 6 do artigo 461 do Cdigo de Processo Civil. (TJMG. Processo n. 1.0702.05.235815-8/001. Rel. Des. Osmando Almeida, j. 04.09.2007) EMBARGOS INFRINGENTES. MULTA DIRIA. ASTREINTE. REDUO. PRECLUSO. INOCORRNCIA. MATRIA DE ORDEM PBLICA. VEDA O AO ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA. O juiz poder, at mesmo de ofcio, reduzir o valor da multa ou fixar um teto para sua cobrana quando esta se mostrar excessiva, pois, apesar da fixao de multa/astreinte ter por objetivo a coero do devedor, visando o cumprimento da obrigao especfica de fazer que lhe foi determinada, seu valor no pode proporcionar o enriquecimento sem causa da parte que requereu sua aplicao, devendo-se observar os princpios da razoabilidade e vedao do enriquecimento ilcito, impondo-se diante de tal situao sua reduo, nos termos do preceito do art. 412 do CC. (TJMG. Processo n. 1.0024.05.703980-2. Rel. Des. Irmar Ferreira Campos, j. 09.08.2007) AGRAVO DE INSTRUMENTO OBRIGAO DE FAZER - MULTA COMINATRIA - POSSIBILIDADE DE REDUO QUANDO O VALOR SE REVELAR EXCESSIVO - ART. 461 6, DO CPC. A multa cominatria imposta em caso de determinao de cumprimento de obrigao de fazer tem funo evidentemente coercitiva, objetivando estimular o requerido a observar a determinao judicial. Segundo a doutrina predominante, a fixao das astreintes no sof e os r efeitos da coisa julgada, por abranger to-somente o litgio (conflito de direito material) levado apreciao do Poder Judicirio. Na dico do art. 461, do CPC, permitido ao juiz balizar o valor da multa, de molde a no torn-lo excessivo ou insuficiente, servindo, efetivamente, para que se realize a determinao judicial. (TJMG. Processo n. 1.0145.05.280423-7/001. Rel. Des. Elias Camilo, j. 15.03.2007). No caso em anlise, portanto, muito embora o veculo at o present momento no e tenha sido devolvido, o valor cobrado quanto astreinte acabou por se tornar excessivo, excedendo em muito a obrigao principal, fazendo -se necessrio limit-la, nos termos do art. 461, 6, do CPC, motivo pelo qual, mantenho a reduo das astreintes em 30%, conforme determinado na deciso ora combatida. _____________________________________________________ ___________________________ _

Na ao que tenha por objeto o cumprimento de obrigao de fazer ou no fazer, a obrigao s se converte em perdas e danos se o autor requerer ou se impossvel a tutela especfica ou a obteno do resultado prtico correspondente; Nas lies de Humberto Theodoro (2009, p. 28):O credor tem o direito de exigir, por meio de tutela jurisdicional, a tutela especfica, de maneira que o juiz no pode, em regra, for-lo a se satisfazer com a indenizao de perdas e danos. A obrigao, como prev o art. 461, 1, somente se converter no equivalente econmico em duas hipteses: a) quando o prprio credor, diante do inadimplemento, prefira pleitear a reparao dos prejuzos, em lugar do cumprimento in natura; b) quando a prestao especfica, por sua natureza ou pelas circunstncias do caso concreto, se torne possvel, o mesmo ocorrendo com a obteno do resultado prtico equivalente. [...] Do inadimplemento nasce para ao credor a opo natural entre executar a obrigao em sua prestao especfica ou convert-la em perdas e danos, de maneira que, tendo sido descumprida a obrigao, ao credor que compete definir o caminho a seguir para reparar a infrao cometida pelo inadimplente. (gn)

Continua o doutrinador (2009, p. 35), em referncia obrigao e no -fazer:Tornando-se impossvel o completo desfazimento do evento contrrio obrigao de no fazer, dar-se sua converso em perdas e danos e o cumprimento da sentena processar-se- nos moldes da execuo das obrigaes por quantia certa. (gn) A sentena que probe a concorrncia desleal ou o uso de marca ou nome comercial, v.g, quando violada no tem, em regra, como ser executada de forma especfica. O inadimplemento irremedivel e somente poder ser reparado por meio de indenizao. Medidas de apoio, no entanto, podero ser adotadas, como a busca e apreenso dos bens objetos da contrafao, ou a interdio do estabelecimento onde a prtica ilcita est se desenvolvendo. (gn)

Aqui a jurisprudncia, quanto ao 1 do artigo 461 do CPC, objeto de averiguao:O art. 461, 1, do CPC diz que a obrigao de fazer se converter em perdas e danos se impossvel a tutela especfica ou a obteno do resultado prtico correspondente. O Tribunal de origem condenou a recorrente a indenizar a autora em perdas e danos, pois as informaes de que esta necessitava para a confeco da lista telefnica foram apresentadas de forma equivocada, o que tornou ineficaz a obrigao de fazer requerida na ao. Entendeu o Colegiado que o erro em que laborou a recorrente somente a ela poderia ser imputado, razo por que foi a obrigao de fazer convertida em perdas e danos. Do voto do condutor, destaca-se o seguinte fragmento: A conseqncia foi a juntada daqueles documentos aos autos principais, inviabilizando o conhecimento e o consequente cumprimento atempado da obrigao. Nesse contexto, seria at mesmo desnecessrio referir que no se prestam os embargos de declarao juntada de documento porque a s,

oportunidade h muito j preclusa. Diante da natureza da obrigao, j se acenava, por ocasio do julgamento da ao cominatria, que a demora no cumprimento da determinao judicial tornaria ineficaz a prestao para a autora. E foi o que, de fato, veio a ocorrer, porquanto no mais possvel a elaborao da listagem para circulao no ano em curso. E os documentos juntados no se presta mais pretensa edio anual, qui sua distribuio aos assinantes. Da a necessidade da converso da obrigao em perdas e danos, j deferida, evidente os prejuzos experimentados pela autora ante a impossibilidade de comercializao da lista telefnica. No se mostra possvel, nesse contexto, ftica ou juridicamente, a simples modificao do julgado, de mo a reverter a do deciso do Colegiado, isentando a parte de suportar os prejuzos em razo do, embora lamentvel, equvoco em que laborou, cuja omisso no pode ser imputvel parte contrria. No h falar, portanto, na incidncia do art. 535, do CPC. Assim, o cumprimento da obrigao mostrou-se tardio e ineficaz. De conseguinte, mantm-se, integralmente, a deciso hostilizada. O voto, pois, no sentido de desacolher os embargos (fls. 196-197). Nesse ponto, portanto, no houve violao do art. 461 do CPC. Embora tenha a recorrente apresentado as informaes reclamadas pelo Juzo, o documento que as continha foi juntado ao processo errado por equvoco somente imputvel recorrente. Assim, a obrigao de fazer perseguida pela autora, cumprida de forma equivocad a, tornou-se ineficaz, fato que d ensejo converso em perdas e danos, nos termos do art. 461 1, do CPC. (REsp n. 91.382 RS (2006/02484567).(gn) STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL: AgRg no REsp 1213061 RS 2010/0176592-1Processual Civil. Recurso Especial. Execuo de Fazer. Descumprimento. Astreintes. Aplicao Contra a Fazenda Pblica. Possibilidade. Multa. Termo Final. Cumprimento Integral. Agravo Desprovido. I - Esta Corte Superior tem jurisprudncia firmada no sentido de que, em se tratando de obrigao de fazer, permitido ao Juiz, de ofcio ou a requerimento da parte, a imposio de multa cominatria ao devedor (astreintes), mesmo que seja contra a Fazenda Pblica. No h razo para se estabelecer exceo onde o legislador no o fez. II - Se a obrigao de fazer ou no fazer, a multa diria deixa de correr, assim que o devedor cumpre aquilo que foi ordenado, tambm deixa de correr se e quando o credor requer a converso da obrigao em perdas e danos, ou tornar-se impossvel o cumprimento da obrigao especfica ou a obteno do resultado prtico correspondente. III- O termo inicial, para incidncia da multa, ser o dia subsequente ao prazo designado pelo juiz para o cumprimento da ordem e o termo final o dia anterior ao do efetivo e integral cumprimento do preceito, ou do dia em que for pedida a converso em perdas e danos IV - Agravo interno desprovido. (gn) _________________________________________________________________________________

A tutela antecipada pode ser modificad a a qualquer tempo, em deciso fundamentada, mas no pode ser revogada ; Sobre a possibilidade de revogao d o provimento de tutela antecipatria, o subentendimento presente em Recurso Especial do STJ:

Acresa-se que o adiantamento dos efeitos do provimento jurisdicional ocorre de forma precria e provisria, at sua posterior confirmao por sentena, de sorte que a revogao implica na perda de eficcia da ordem inicialmente concedida, no se sustentando a tese de que operam enquanto permaneceu em vigor. A propsito, o seguinte julgado: PREVIDENCIRIO E PROCESSUAL CIVIL. DEVOLUO ANTECIPADA POSTERIORMENTE REVOGADA. POSSIBILIDADE. LIMITAO DO DESCONTO A 10% SOBRE O VALOR LQUIDO DA PRESTAO DO BENEFCIO 1. A tutela antecipada provimento jurisdicional de carter provisrio, que, nos termos do art. 273, 3 e 475-O do CPC, tem a sua execuo realizada por iniciativa, conta e responsabilidade do exeqente, que se obriga, se a deciso for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido. 2. De acordo com o art. 115 da Lei 8.213/91, que disciplina os planos de benefcios da Previdncia Social, havendo pagamento alm do devido, como no caso, o ressarcimento ser efetuado por meio de parcelas, nos termos determinados em regulamento, ressalvada a ocorrncia de mf. 3. Tendo em vista a natureza alimentar do benefcio previdencirio e a condio de hipossuficincia do segurado, reputa -se razovel o desconto de 10% sobre o valor lquido da prestao do benefcio, a fim de restituir os valores pagos a mais, decorrente da tutela antecipada posteriormente revogada. 4. Embora possibilite a fruio imediata do direito material, a tutela antecipada no perde a sua caracterstica de provimento provisrio e precrio, da porque a sua futura revogao acarreta a restituio dos valores recebidos em decorrncia dela (art. 273, 3 e 475-O do CPC). 5. Recurso Especial do INSS provido. (5 Turma, REsp n. 988.171/RS, Rel. Min. Napoleo Nunes Maia Filho, unnime, DJU de 04.12.2007) (gn)

Por Alexandre Freitas Cmara (2007, p. 478):Afirma, ainda a lei processual (art. 273, 4) que a deciso que antecipa a tutela jurisdicional pode ser revogada ou modificada a qualquer tempo, desde que em deciso fundamentada (o que, alis, decorre dos princpios gerais do Direito Processual). Esta possibilidade de revogao ou modificao conseqncia da natureza sumria da cognio exercida para o fim de conceder a antecipao da tutela jurisdicional, sendo possvel toda vez que surgirem novas circunstncias de fato ou de direito que sejam capazes de alterar a convico do juiz. Pode-se mesmo dizer que a tutela antecipada sempre concedida rebus sic stantibus. (gn)

S pode ser concedida a antecipao dos efeitos da tutela se, ao mesmo tempo, houver receio de dano irreparvel, e ficar caracterizado o abuso do direito de defesa do ru;

Novamente a leitura gil do professor Alexandre Cmara (2007, p. 243), na intertextualidade do caput do artigo 273: probabilidade de existncia do direito do autor dever aderir outro requisito, sendo certo que a lei processual criou dois outros (inciso I e II do art. 273). Estes dois requisitos, porm, so alternativos, bastando a presena de um deles, ao lado da probabilidade de existnc ia do direito, para que se torne possvel a antecipao da tutela jurisdicional.

Continua o autor (2007, pp. 474-75, apud Luiz Fux, 1996, pp. 48-49), para a coerncia e distino dos incisos I e II do artigo 273, do CPC: de se notar que tal hiptese no de tutela cautelar, no sendo possvel a confuso entre as duas modalidades de tutela jurisdicional. Isto porque tanto a tutela cautelar com a tutela antecipada prestada com base neste inciso I do art. 273 tm como fundamento de concesso o periculum in mora, o risco de dano. Ocorre que na tutela cautelar o que corre risco de sofrer dano irreparvel (ou de difcil reparao) a efetividade do processo, do provimento jurisdicional. O direito substancial, nesta hiptese, no est em risco. J na tutela antecipada o que corre o risco de perecer o prprio direito material. A tutela cautelar uma modalidade de tutela do processo, enquanto a tutela antecipada destinada a proteger o direito substancial. Estar-se-, aqui, diante do que se poderia chamar tutela antecipada de segurana, uma vez que esta modalidade de tut la e antecipatria destinada a assegurar o direito material que se encontra em estado de periclitncia.(...) A outra modalidade de tutela antecipatria, prestada com fulcro no inciso II do art. 273 do CPC, no tem relao com o estado de perigo do direito, razo pela qual se mostra inadequada a denominao tutela de segurana. Trata-se de hiptese em que, ao lado da probabilidade de existncia do direito do autor, ocorre abuso do direito de defesa do demandado, o qual apresenta defesa manifestamente protelatria. Nesta hiptese caber tambm a antecipao da tutela jurisdicional, que se pode chamar, aqui, tutela antecipada de evidncia. Tem-se, aqui, pois, uma verdadeira antecipao-sano, j que aqui a tutela antecipada atua como sano contra o abuso do direito de defesa. (gn)

Confirmando a necessidade de requisito do artigo 273 do CPC, a sua aplicao em jurisprudncia:TJSP - Agravo de Instrumento: AI 428161720118260000 SP 004281617.2011.8.26.0000 Relator(a): Andreatta Rizzo. Julgamento: 30/03/2011 rgo Julgador: 26 Cmara de Direito Privado. Publicao: 05/04/2011. Ementa. Agravo de instrumento - Tutela antecipada indeferida - Ausncia dos requisitos previstos no artigo 273 do CPC - Abertura do contraditrio Necessidade - Recurso desprovido. Segue a jurisprudncia no mesmo sentido: A tutela antecipada adianta o exerccio do prprio direito alegado pela parte, ostentando carter nitidamente satisfativo e reclamando, como diz a lei, prova inequvoca da verossimilhana da alegao e de fundado receio de dano irreparvel ou de abuso de defesa ou protelao do ru. (gn) _________________________________________________________________________________

A fase de liquidao poder ser utilizada diante de sentena de cunho genrico antes do trnsito em julgado da ao respeitando conforme o caso, o efeito suspensivo recursal. A doutrina de Humberto Theodoro (2007, p.329), constata a utilizao da liquidao par sentenas genricas: O procedimento liquidatrio especial regulado pelos arts. 475 -A a 475-H cuida apenas das sentenas genricas proferidas sobre obrigaes de prestao em dinheiro, ou substitudas por prestaes dessa natureza. (gn) Quanto ao perodo em que realizada a fase de liquidao, Alexandre Cmara orienta:Considerando a execuo da sentena mera fase de processo nico (de condenao e execuo), a liquidao da sentena estaria inserida nesse processo nico como fase de liquidao, inserida entre a fase condenatria e a fase executiva.

Entretanto, devemos ficar atentos quanto ao enunciado, que se refere questo do trnsito em julgado. Marioni e Arenhart (2008, pp. 121 -122) ensinam:A liquidao poder ocorrer tanto para subsidiar execues de decises transitadas em julgado quanto execues de decises provisrias. Porm, o art. 475-A, 2, afirma textualmente que a liquidao poder ser requerida na pendncia do recurso, de onde se conclui que a liquidao pode ser feita na pendncia de recurso de apelao, comumente recebido no efeito suspensivo. Quer dizer que a norma autoriza a liquidao da deciso provisria, ainda que a sua execuo esteja suspensa pelo recurso. (gn)

Por fim os doutrinadores revelam a independncia da liqu idao com relao aos efeitos dos recebimentos recursais. _________________________________________ __________________________ Proceder-se- a liquidao por arbitramento quando o valor da condenao depender de clculo aritmtico. Freitas Cmara distingue a liquidao por arbitramento de mero clculo aritmtico (2008, p. 217):b) a sentena condenatria ordinria que exige, para determinao do quantum debeatur, da realizao de clculos aritmticos, os quais devero ser realizados pelo credor, para que se possa iniciar o processo executivo (...); c) a sentena condenatria genrica em que, para a determinao do quantum debeatur, faz-se necessria uma avaliao de coisas, servios ou prejuzos, hiptese em que ser necessria a liquidao da obrigao por arbitramento; (...) (gn)

A jurisprudncia distingue as duas formas de avaliar o quantum debeatur:

TJSP Agravo de Instrumento: AI 0567642-842010.8.26.0000CADERNETA DE POUPANA COBRANA - Fase de cumprimento de sentena - Necessidade de liquidao por arbitramento Disparidade entre os valores apresentados entre as partes - Inteligncia do art. 475-C, I e II, do CPC - Recurso provido. Relator(a): Melo Bueno. Julgamento:14/03/2011 rgo Julgador: 35 Cmara de Direito Privado . Publicao: 17/03/2011.Com efeito, na fase de cumprimento de sentena, o agravado inicialmente apresentou a sua memria de clculo, no valor de R$ 243.094,68 (fls. 208/209), procedendo-se pelo critrio legal do clculo aritmtico, prevista no art. 475-B, caput, do CPC. Do mesmo modo, o agravante procede ao depsito judicial da quantia de R$ 430,43(fls. 236), e justificando tal valor com a apresentao de planilha de clculo (fls. 245/256). E, diante da discordncia do agravado com os clculos apresentados pelo agravante, aquele peticionou requerendo a remessa dos autos ao contador judicial para a apurao real do valor devid (fls. 263); o porm, houve o indeferimento que ora objeto do presente recurso, alm da ordem de que o credor apresentasse, por meio de clculos aritmticos, o valor do dbito. Em cumprimento ao ordenado, o agravado apresenta novos clculos de liquidao, agora remontando a R$39.552,36 (fls. 276/277). Com a apresentao de trs valores totalmente dispares entre si, restou evidente que a liquidao dos clculos requer interveno de um perito tcnico para se definir o real crdito em favor do agravado, e nos termos do quanto decidido na fase de conhecimento. A complexidade dos clculos em questo tambm restou evidenciada, bem como ambas as partes pleitearam a liquidao dos clculos por arbitramento (fls. 263; 274); razo pela qual o encaminhamento dos autos a perito judicial contbil o meio hbil a dirimir a presente questo, e com base legal prevista no art. 475-C, I e II, do CPC. (gn) _________________________________________________________________________________

O juiz poder na liquidao modificar a sentena que julgou a ao procedente, julgando-a, em face da nova prova colhida, na fase de liquidao, improcedente. Os comentrios de Humberto Theodoro (2007, p. 332) esclarecem a correo da norma presente no artigo 475 -G: A liquidao de sentena no pode ser utilizada como meio de ataque sentena liquidanda, que h de permanecer intacta . Sua funo apenas a de gerar uma sentena declaratria do quantum debeatur. (gn) Na jurisprudncia se confirma o entendimento:DIREITO PREVIDENCIRIO. AGRAVO INTERNO. TTULO EXECUTIVO. REAJUSTE DE BENEFCIO. I- No possvel na liquidao do julgado a alterao de critrio de reajuste de benefcio determinado na sentena de mrito, sob pena de afrontar a coisa julgada. II- Os clculos que instruem os embargos execuo foram elaborados em conformidade com a sentena liquidanda, aplicando-se o Verbete n. 260 da Smula do Tribunal Federal de Recursos at a entrada em vigor do artigo 58 do Ato das Disposies Constitucionais Transitrias, razo pela qual devem prevalecer. III- Agravo interno desprovido. (gn)

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A fase de liquidao requisito indispensvel para que se promova o cumprimento da sentena sob pena de ser considerado inexigvel o ttulo judicial. Marioni e Arenhart (2008, p. 125) esclarecem este ponto , o qual destacamos a possibilidade (e no obrigatoriedade) de instaurar a fase de liquidao :De fato, clara a opo legislativa por outorgar liquidao a natureza jurdica de incidente, a ocorrer como fase posterior sentena e anterior fase voltada ao seu cumprimento. (...) Tal processo instaurado por uma nica ao, atravs da qual se pede a tutela jurisdicional do direito que exige sentena e pode depender de liquidao e execuo. (gn)

Continuando, Alexandre F. Cmara (2008, p 217), que indica a exigibilidade do ttulo judicial em sentena que apresente quantum debeatur determinado, ou seja, sem necessidade de liquidao da sentena :Pode-se encerrar esta exposio acerca da liquidao de sentena mostrando que aqui tambm h uma escalada de situaes envolvendo a sentena condenatria (sendo certo que esta uma escala descendente, em que se apresenta, em primeiro lugar, a mais completa das sentenas condenatrias, e caminhando-se em direo quela que est mais distante de permitir a instaurao do mdulo processual executivo): a) A sentena condenatria ordinria que j contm a determinao precisa do quantum debeatur, prescindindo de qualquer atividade posterior para que possa ser instaurada a execuo; (gn)

Pela jurisprudncia, a exigibilidade do ttulo judicial quando j apresentados os clculos pelo credor:TJSP - Agravo de Instrumento: AI 5272223720108260000 SP 0527222 37.2010.8.26.0000. Agravo de Instrumento. Prestao de Servios de Energia Eltrica. Declaratria C.c. Exibio de Documentos e Repetio de Indbito.Relator(a): Felipe Ferreira. Julgamento: 02/02/2011. rgo Julgador: 26 Cmara de Direito Privado.Publicao:07/02/2011. Em que pese o inconformismo da executada, de fato a apurao do valor devido depende de simples clculo aritmtico, no desnaturando o ttulo executivo judicial da liquidez necessria para a devida execuo. Ora, a condenao se deu em valor determinado, bastando apenas a atualizao monetria a partir de janeiro de 2006 e acrescida de juros de mora de 1 ao ms a partir da citao, mais custas processuais e honorrios advocatcios, nos exatos termos do ttulo executivo judicial. Portanto, se os clculos da execuo foram apresentados em conformidade com a sentena, presentes os requisitos de liquidez, certeza e exigibilidade do ttulo executivo judicial. Quanto s demais alegaes contidas no presente recurso tambm se mostram despropositadas alm de j terem sido decididas anteriormente, tanto em primeira como em segunda instncia, como be m observado pela juza de primeiro grau. Portanto, se j foram decididas as questes, no cabendo mais nenhum recurso, no h como rever tais matrias. (gn) _________________________________________________________________________________

As partes jamais podero, na fase de liquidao, discutir novamente a lide, ou seja, revendo e apreciando novas provas quando ao mrito do que j foi decidido no processo de conhecimento . A doutrina de Alexandre Cmara (2008, p. 209) d o entendimento do artigo 475-G do CPC, agora sobre as limitaes das arguies das partes na fase de liquidao:Em outros termos, no se pode permitir qualquer discusso, no incidente de liquidao de sentena, sobre a existncia ou no do direito do credor. Isto j ficou resolvido no mdulo processual de conhecimento condenatrio e no integra o objeto deste incide nte processual. (gn)

No mesmo sentido a interpretao da jurisdio:TRF2 - APELAO CIVEL: AC 199151010165855 RJ 1991.51.01.016585-5 Relator(a):Desembargador Federal ANDR FONTES. Julgamento: 24/11/2010. rgo Julgador: SEGUNDA TURMA ESPECIALIZADA . Publicao: E-DJF2R - Data::03/12/2010 - Pgina::84/85. PROCESSO CIVIL. AGRAVO INTERNO. TTULO EXECUTIVO JUDICIAL. COISA JULGADA. REDISCUSSO. Por certo, olvidou-se a autarquia previdenciria de que o processo j se encontra em fase de liquidao de sentena e a discusso a respeito de qual lei seria aplicvel aos reajustes dos benefcios dos autores est superada desde o trnsito em julgado.I No sendo caso de flagrante inexequibilidade de ttulo judicial ou afronta direta Constituio da Repblica, no cabe, em fase de liquidao de sentena, discusso a respeito do mrito que embasou o referido ttulo, em respeito coisa julgada . II - Agravo interno desprovido. (gn)

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Na desistncia da execuo sero extintos os embargos que versarem apenas sobre questes processuais, pagando o credor as custas e os honorrios advocatcios. Humberto Theodoro (2007, p. 441) destaca a questo :O pargrafo nico do art. 569, acrescentado pela Lei n 8.953, de 13.12.94,faz uma distino entre os embargos puramente processuais (de forma) e aqueles que suscitam questes substanciais (de mrito). No primeiro caso, a desistncia da execuo acarreta tambm a extino dos embargos do devedor, mesmo porque extinta a relao processual executiva ficaria sem objeto a ao de embargos. Ao credor, porm, sero imputados os encargos sucumbenciais, isto , a responsabilidade pelas custas e honorrios advocatcios. No segundo caso, ou seja, nos embargos de mrito, o credor no poder desistir sem o assentimento do embargante, justamente porque lhe assiste o direito de prosseguir na ao incidental para encontrar uma soluo judicial definitiva para o vnculo obrigacional litigioso. (gn)

A jurisprudncia confirma o enunciado :

PROCESSUAL. EMBARGOS DE DIVERGNCIA. EXECUAO. EXECUAO EMBARGADA. DESISTNCIA DO EXEQUENTE. VERBA HONORRIA. 1. Operada a desistncia da execuo aps a oposio dos embargos pelo devedor, tanto mais quando provido o recurso adesivo deste ltimo, no Tribunal" a quo ", sobre o tema, os nus da sucumbncia recaem sobre o exequente, inclusive, honorrios advocatcios. 2. Embargos de divergncia recebidos, para fazer prevalecer a tese do aresto paradigma concorde com entendimento das Turmas integrantes da Primeira Seo, condenando o exequente na verba honorria, como estabelecido na sentena." (EREsp 75057/MG, Corte Especial, Rel. MIN. PEANHA MARTINS, DJ de 22/03/1999.) (gn) EXECUAO. DESISTNCIA. EMBARGOS DO DEVEDOR VERSANDO QUESTAO DE DIREITO MATERIAL. DISCORDNCIA MANIFESTADA PELOS EMBARGANTES EXECUTADOS. EXECUAO JULGADA EXTINTA SEM O CONHECIMENTO DO MRITO, COM O PROSSEGUIMENTO DOS EMBARGOS EM SEUS ULTERIORES TERMOS DE DIREITO. - O exeqente tem a faculdade de, a qualquer tempo, desistir da execuo, atento ao princpio segundo o qual a execuo existe em proveito do credor, para a satisfao de seu crdito. - Versando os embargos do devedor questo de direito material, a sua extino depende da anuncia do executado embargante. Em caso de discordncia, tero eles seguimento de forma autnoma. Recurso especial conhecido e provido para decretar a extino da execuo, sem o conhecimento de mrito." (REsp 489.209/MG, 4. Turma, Rel. Ministro BARROS MONTEIRO, DJ de 27/03/2006.) (gn)

vedado ao rgo de Ministrio Pblico quando fiscal da lei promover o cumprimento da sentena quando necessrio. A jurisprudncia de Eliana Calmon mostra o subentendimento da viabilidade do ministrio Pblico, como custus legis, promover a execuo, pois interpreta que:Na espcie em exame, no se pode admitir que o MINISTRIO PBLICO ingresse no feito como substituto processual sem que a lei assim o indique, no se prestando, para a legitimao pleiteada (...). Poder-se-ia at admitir a atuao do MINISTRIO PBLICO como custus legis, amparando-se, a sim, nos dispositivos apontados como vulnerados pelo acrdo impugnado. (REsp 410023/RS, 2 T. STJ, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 04.05.2004) (gn)

Simone Diogo Carvalho Figueiredo (2009. p. 1 80) explica sinteticamente:O rgo do parquet, quanto atua como fiscal da lei para ajuizar a execuo, depende de autorizao legal. Ex.: em ao civil pblica em matria de consumidor, quando decorre o prazo de um ano sem que se habilitem interessados em nmero compatvel com a gravidade do dano, lcito ao MP promover a execuo (Lei n. 8.78/90, art. 100) (gn)

Rizzatto Nunes (2007, p. 812) tambm afirma o entendimento:Logo, na sentena a condenao genrica, devendo o juiz apenas reconhecer a responsabilidade do ru, condenado-o a ressarcir os danos causados. A lei, ento, oferece o prazo de um ano para que os consumidores, individualmente atingidas, habilitem-se no processo da ao coletiva, pleiteando as indenizaes a que tm direito. Todavia, pode

acontecer de nenhum consumidor em particular se habilitar ou das habilitaes feitas se verificar que no representam o universo significativo compatvel com a gravidade do dano apurado. Neste caso, os legitimados do art. 82 podero promover a liquidao e execuo da indenizao devida. (gn)

Observao: o artigo referido o da lei n. 8.078/80. Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vtimas poder ser exercida em juzo individualmente, ou a ttulo coletivo. Pargrafo nico. A defesa coletiva ser exercida quando se tratar de : (...) Art. 82. Para os fins do art. 81, pargrafo nico, so legitimados concorrentemente: (Redao dada pela Lei n 9.008, de 21.3.1995) I - o Ministrio Pblico; (...)

vedado ao credor, mesmo sendo idntico devedor cumular vrias execues, ainda que fundadas em ttulos diferentes, desde que para todas elas seja competente o juiz e idntica a forma do processo. Aqui, trs jurisprudncias. A terceira contm aparato doutrinrio : Pode a execuo, uma nica execuo, fundar -se em mais de um ttulo extrajudicial (Smula 27/STJ) . No pode, porm, o credor promover duas execues, cobrando a mesma dvida ao mesmo tempo e separad amente (Ac. Da 3 T. do STJ de 22.2.94, no REsp. n 34.195-8/RS, Rel. Min. Nilson Naves, DJU 6.6.94, p. 14.274). (gn)"APELAO CVEL. EMBARGOS DO DEVEDOR. 1. CUMULAO DE EXECUES. TTULO EXECUTIVO JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL. MESMO DEVEDOR, MESMA COMPETN CIA E IDNTICO RITO PROCESSUAL. POSSIBILIDADE. 2. CONTRATO DE LOCAO. INCNDIO. REFORMA DO IMVEL. NECESSIDADE DE AO DE CONHECIMENTO ANTERIOR. AUSNCIA DE LIQUIDEZ. EXTINO DA EXECUO NESSE PONTO. REFORMA DA SENTENA. PROVIMENTO DO RECURSO. "1. admissvel a cumulao de execues, ainda que decorrentes de ttulos executivos judiciais e extrajudiciais, desde que presentes trs exigncias estatudas no art. 573 do Cdigo de Processo Civil: a) identidade de partes; b) identidade de competncia; c) identidade de meio executrio."(TJSC, Apelao Cvel n. , de Blumenau, Rel. Des. Subst. Henry Petry Junior, j. em 17.06.2008). (gn)

Apelao Cvel n. 2010.014731-6, de Porto Unio. Relator: Des. Jaime Ramos EMBARGOS DO DEVEDOR EXECUO DE SENTENA DIRECIONAMENTO CONTRA O DEVEDOR SOLIDRIO EXECUTADO EXECUO CONTRA A FAZENDA PBLICA. (...) o art. 573 do CPC prev: "Art. 573. licito ao credor, sendo o mesmo devedor, cumular vrias execues, ainda que fundadas em ttulos diferentes, desde que para todas elas sejam competente o juiz e idntica a forma do processo."Sobre esse dispositivo, HUMBERTO THEODORO JUNIOR ensina que: "Para admissibilidade da unificao de execues, exigem -se os seguintes requisitos: "a) identidade do credor nos diversos ttulos. [...] "b) Identidade de devedor. As execues reunidas tero obrigatoriamente que se dirigir contra "o mesmo devedor" (art. 573). [...] "c) Competncia do mesmo juiz para todas as execues. Se a competncia para uma das execues for apenas relativa, no poder ser declarada ex officio, mas apenas atravs de regular exceo. A natureza diversa dos ttulos no impede a cumulao, que perfeitamente vivel entre a hipoteca e cambial, por exemplo. [...] "d) Identidade de forma do processo. No se permite cumulao, por exemplo, de execuo de obrigaes de dar com de fazer. O tum ulto processual decorrente da diversidade de ritos e objetivos seria evidente, caso se reunissem num s processo pretenses to diversas. [...] "Havendo mais de um responsvel pela dvida, permitido ao credor faz -las atuar cumulativamente numa nica execuo forada. Os diversos co-devedores ou co-responsveis figuraro como litisconsortes passivos. Esse cmulo subjetivo facultativo, no estando o credor jungido a form-lo sempre que, no plano material houver mais de uma pessoa sujeita a sofrer a execu o. O que no razovel e, por isso, no se aceita o paralelo ajuizamento de execues separadas para cada um dos coobrigados ou co -responsveis. Essa diversidade de execues para realizar a mesma dvida oneraria excessivamente os devedores, contrariando o princpio de que toda execuo deve ser feita" pelo modo menos gravoso para o devedor "(art. 620)." (Processo de execuo e cumprimento de sentena. 24. ed. So Paulo: Livraria e Editora Universitria de Direito. 2007, p. 105-107). (gn)

Pode-se afirmar, durante do novo modelo processual executivo, que ainda existe no cumprimento da sentena a necessidade de segurana de juzo para fluir o prazo de impugnao? Explique. Simone Diogo Carvalho Figueiredo (2009. p. 179 ):Buscando agilizar o cumprimento da sentena, a lei permite que, mesmo sendo-lhe atribudo o efeito suspensivo, ela possa prosseguir se o exeqente requerer e prestar, nos prprios autos, cauo suficiente e idnea, arbitrada pelo juiz. (gn)

O entendimento jurisprudencial, destacando explicaes das vias de impugnao sem efeito suspensivo e com efeito suspensivo no conformes do artigo 475-M 1 do CPC:EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - IMPUGNAO AO CUMPRIMENTO DE SENTENA SEM EFEITO SUSPENSIVO LEVANTAMENTO DE PENHORA - CAUO - DESNECESSIDADE INTELIGNCIA DO ART. 475-M, 1 DO CPC. Aps a modificao da sistemtica da execuo dos ttulos executivos judiciais e a introduo do artigo 475-M do CPC, pela Lei n 11.232/2005, a regra passou a ser a

atribuio impugnao - atual defesa do executado - de, somente, efeito devolutivo.Quando atribudo efeito suspensivo impugnao, lcito ao exeqente requerer o prosseguimento da execuo mediante cauo. Por outro lado, quando no atribudo o mencionado efeito, a execuo pode prosseguir sem a necessidade de se prestar cau Interpretao do o. art. 475-M, 1, do CPC. AGRAVO N 1.0024.06.084799-3/002 COMARCA DE BELO HORIZONTE - AGRAVANTE (S): RODRIGO OTAVIO DE SALLES PEREIRA - AGRAVADO (A)(S): JOS LOPES DO AMARAL RELATOR: EXMO. SR. DES. NILO LACERDA No caso em tela, como se extrai do julgamento do agravo de instrumento n 1.0024.06.084799-3/001, no qual as mesmas partes discutiam acerca da atribuio do efeito suspensivo impugnao ao cumprimento de sentena, a impugnao foi recebida apenas em seu efeito devolutivo. Foi mantida a deciso do douto Juiz a quo que, ento, no vislumbrou os requisitos para a concesso do efeito suspensivo e determinou que a impugnao fosse processada em autos apartados. Importante, neste ponto, trazer colao a redao do art. 475-M e seu pargrafo primeiro: "Art. 475-M. A impugnao no ter efeito suspensivo, podendo o juiz atribuir-lhe tal efeito desde que relevantes seus fundamentos e o prosseguimento da execuo seja manifestamente suscetvel de causar ao executado grave dano de difcil ou incerta reparao. 1. Ainda que atribudo efeito suspensivo impugnao, lcito ao exeqente requerer o prosseguimento da execuo, oferecendo e prestando cauo suficiente e idnea, arbitrada pelo juiz e prestada nos prprios autos." Interpretando o citado dispositivo, verifica-se que ainda quando atribudo o efeito suspensivo impugnao ao cumprimento de sentena, pode o credor prosseguir com os atos de execuo mediante a prestao de cauo. Lado outro, a contrariu sensu, quando o mencionado efeito no atribudo impugnao, a execuo segue seu curso normal, sem que seja necessria a prestao de cauo por parte do exeqente para o seu prosseguimento. Importante consignar que a execuo corre por conta e risco do credor que, em caso de reforma da deciso por fora do julgamento da impugnao, dever restituir ao devedor o seu status quo ante. Por esta razo, DOU PROVIMENTO AO AGRAVO DE INSTRUMENTO, para reformar a r. deciso agravada e possibilitar que a quantia penhorada seja levantada pelo exeqente sem a necessidade de cauo, nos termos da fundamentao supra. Custas recursais pelo agravado, suspensa a exigibilidade face justia gratuita deferida. (gn)

Diante da atual sistemtica processual, na pendncia de tr nsito em julgado da ao, com interposio de recurso com o benefcio do efeito suspensivo, ser possvel utilizar-se do instituto da execuo provisria? Explique de acordo com o CPC. O entendimento jurisprudencial confirma a no possibilidade de execuo provisria na pendncia de recurso com efeito suspe nsivo:AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUO PROVISRIA DA SENTENA. PENDNCIA DE RECURSO COM EFEITO SUSPENSIVO. NULIDADE DO PROCESSO. Inicialmente, no conheo do agravo regimental, uma vez que, nos termos do art. 527, pargrafo nico, do CPC, a deciso que aprecia a liminar no agravo de instrumento no recorrvel. Nos termos do retrocitado artigo, ela somente passvel de reforma no momento do julgamento do agravo. Conheo, contudo, do agravo de instrumento, porque presentes os pressupostos de admissibilidade. A agravanteexecutada sustenta ofensa ao princpio do devido processo legal. Segundo afirma, inadmissvel o processamento da execuo provisria da sentena enquanto pender julgamento de recurso recebido no efeito suspensivo.Conforme afirmou a agravante-executada, vedado o

cumprimento provisrio da sentena na pendncia de recurso com efeito suspensivo. Contudo, no obstante na data da interposio do agravo de instrumento pendesse julgamento de recurso com efeito suspensivo (apelao interposta pela agravante-executada), o bice ao processamento da execuo provisria desapareceu antes mesmo de ser produzido ato judicial constritivo de direito. (AI 113587820098070000, 1 Turma Cvel do TJDFeT de 15.10.09, Rel. Min. Vera Andrighi) (gn) falta doutrina

Sobre a liquidao de sentena correto a firmar:

Na modalidade de liquidao de sentena por artigos observa -se a formao de um procedimento incidente, onde o devedor dever apresentar defesa, seguindo se no que couber o procedimento comum, rito sumrio ou ordinrio. Este enunciado necessita de uma combinao entre o artigo 475 -A e o artigo 475-E para coadunar com a realidade da liquidao por artigos: Na doutrina, Humberto Theodoro Junior (2007, p.329 e p.332) assevera que:O procedimento liquidatrio especial regulado pelos arts. 475-A a 475-F cuida apenas das sentenas genricas proferidas sobre obrigaes de prestao em dinheiro, ou substitudas por prestaes dessa natureza. Com as mudanas trazidas pela lei n 11.232, de 22.12.20 05, a liquidao de sentena deixou de ser um procedimento novo e separado para se tornar um simples incidente processual [...] O texto legal, ao prever a aplicao do procedimento comum, deixa claro que o rito sumrio tambm ter incidncia na fase liquidatria em todas as hipteses em que na fase inicial de conhecimento aquele rito for o adequado (art. 275). (gn)

Alexandre Cmara confirma o entendimento (2008, p. 213 e p. 215, respectivamente):A segunda modalidade de liquidao de sentena a chamada liquidao por artigos, a qual nos termos do art. 475-E do CPC, feita quando, para determinar o valor da condenao, houver necessidade de alegar e provar fato novo. Verifica-se, pela redao do dispositivo citado, que o elemento que torna adequada esta modalidade de liquidao a existncia de fato novo, que deve ser alegado e provado, para tornar possvel a determinao do quantum debeatur. (gn) O procedimento da liquidao por artigos o comum, ordinrio ou sumrio, conforme dispe o art. 475-F do CPC. Tem entendido a doutrina, de forma unnime, que a liquidao por artigos seguir o mesmo procedimento do mdulo processual de conhecimento condenatrio . Tendo este seguido o procedimento ordin rio, ser o mesmo observado na liquidao. J no caso de o mdulo processual de conhecimento condenatrio ter observado o procedimento sumrio, tambm ser este o utilizado no incidente de liquidao . (gn)

Humberto Theodoro (2007, p.331) fortifica o raciocnio, caracterizando os fatos novos descritos em lei:

Na liquidao por artigos no cabe discusso indiscriminada de quaisquer fatos novos arrolados ao puro arbtrio da parte. Sero arrolados apenas os fatos que tenham influncia na fixao do valor da condenao ou na individuao do seu objeto. (gn)

Marioni e Arenhart (2008, p. 133) completam a correo do que existe nesta espcie de liquidao :Apresentado o requerimento de liquidao por artigos, ser o requerido intimado, quando possvel na pessoa de seu advogado (art. 475 1), -A, para impugnar os fatos narrados no requerimento de liquidao (ou na petio inicial) no prazo de quinze dias. Alegando -se, nesta defesa, questo processual ou exceo substancial indireta, dever o juiz permitir a rplica do autor. (gn)

Extramos da jurisprudncia uma interpretao fazendo referncia ao artigo 272 do CPC e outra mera interpretao literal da norma. Ambas confirmam o disposto no artigo 475 -F do CPC:TJSP - Apelao: APL 994020606808 SP. Processo:101050207069630011 MG 1.0105.02.070696-3/001(1). Relator(a): ALBERTO ALUZIO PACHECO DE ANDRADE.Julgamento: 07/10/2008 Publicao:17/10/2008. Ementa AGRAVO DE INSTRUMENTO - LIQUIDAO DE SENTENA POR ARTIGOS - PEDIDO DE PRODUO DE PROVAS IMPERTINENTES DISCUSSO DA LIDE - VEDAO - DESTINATRIO DA PROVA - JUIZ INDEFERIMENTO - POSSIBILIDADE - VOTO VENCIDO. Pondere-se que, de acordo com o artigo 475-F, a liquidao por artigos deve seguir, no que couber, o procedimento previsto pelo artigo 272 do Cdigo de Processo Civil, garantindo-se o exerccio do contraditrio. (gn) TJMG: 101050207069630011 MG 1.0105.02.070696 -3/001(1) Processo: 101050207069630011 MG 1.0105.02.070696 -3/001(1) Relator(a): ALBERTO ALUZIO PACHECO DE ANDRADE Julgamento:07/10/2008 Publicao:17/10/2008. AGRAVO DE INSTRUMENTO - LIQUIDAO DE SENTENA POR ARTIGOS - PEDIDO DE PRODUO DE PROVAS IMPERTINENTES - DISCUSSO DA LIDE - VEDAO - DESTINATRIO DA PROVA - JUIZ - INDEFERIMENTO - POSSIBILIDADE - VOTO VENCIDO. Em Liquidao de sentena, no pode o ru alegar fatos e pugnar pela produo de provas, que no tm ligao direta com a apurao do 'quantum debeatur'. O destinatrio da prova o magistrado, que pode indeferir sua produo sempre que entenda impertinente ou por considerar suficiente o conjunto probatrio dos autos. Agravo no provido. VVp.: Nos termos do artigo 475-F do CPC, a liquidao por artigos assumir, no que couber, o procedimento comum , assim sendo, a dilao probatria garantida s partes, devendo ser limitada aos fatos novos argidos e deciso exeqenda. (Des. Marcos Lincoln) (gn) Se a sentena liquidanda no determinou a forma de liquidao, inexistindo fatos novos a serem provados (a parte no comprovou a necessidade de se provar fato novo) e sendo suficiente a prova pericial para quantificar a indenizao, correta a liquidao por arbitramento. (...)

(STJ, 2 T., REsp 302755/PR, rel. Min. Eliana Calmon, DJU 22.10.2001) (gn)

Quando a sentena no determinar o valor devido, procede -se sua liquidao, podendo ser requerida na pendncia de recurso , salvo quando do recebimento do mesmo com efeito suspensivo . Quando a sentena no deter minar o valor devido, procede -se sua liquidao, podendo ser requerida na pendncia de recurso independentemente dos efeitos em que tal recurso seja recebido pelo tribunal, processando -se em autos apartados. A interpretao da jurisdio , em especial a ltima exposta, que completa, esclarece as distines de contedo informativo das duas assertivas acima, afirmando, assim, a veracidade da segunda:RECURSO ESPECIAL N 1.189.679 - RS (20090004136-6) PROCESSO CIVIL. PROJETO "CADERNETA DE POUPANA" DO TJRS. SUSPENSO, DE OFCIO, DE AES INDIVIDUAIS PROPOSTAS POR POUPADORES, AT QUE SE JULGUEM AES COLETIVAS RELATIVAS AO TEMA. PROCEDIMENTO CONVALIDADO NESTA CORTE EM JULGAMENTO DE RECURSO REPRESENTATIVO DE CONTROVRSIA REPETITIVA. CONVERSO, DE OFCIO, DA AO INDIVIDUAL, ANTERIORMENTE SUSPENSA, EM LIQUIDAO, APS A PROLAO DE SENTENA NA AO COLETIVA. REGULARIDADE. RELATORA: MINISTRA NANCY ANDRIGHI Recurso de apelao na ao coletiva: foi interposto para impugnao da sentena que decidiu a ao coletiva. O juzo conferiu efeito suspensivo limitado ao recurso de apelao, impedindo sua execuo provisria, mas possibilitando, de maneira expressa, a liquidao do julgado na pendncia do recurso de apelao. (gn) RECURSO ESPECIAL N 1.221.975 - MG (2010/0197818-0) EMENTA ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE REJEIAO DA LIQUIDAAO POR ARBITRAMENTO. REVISAO. REVOLVIMENTO FTICO. SMULA 07/STJ. PRESSUPOSTOS PARA EFEITO SUSPENSIVO. REVISAO. SMULA 07/STJ. DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL. COMPETNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. O EXMO. SR. MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES (Relator). Quanto a alegao da agravante de que deveria ser em autos apartados, cabe ressaltar que o art. 475-A, 2 do CPC, alterao introduzida pela Lei n. 11.232/05, por medida de economia processual, visou permitir ser requerida a liquidao de sentena, mesmo pendente recurso interposto contra a sentena liquidanda, e m esmo que o recurso tenha sido recebido com efeito suspensivo. Por isso a permisso de se processar em autos apartados, como fator de celeridade processual, e como no o presente caso, no h que se falar em qualquer irregularidade. Enfatiza-se que a reforma empreendida pela Lei n. 11.232/05 simplificou o rito procedimental da liquidao, tratando-a na prtica como mera extenso e continuao da ao de conhecimento que lhe antecedeu. (gn)

Quanto doutrina, Marioni e Arenhart (2008, pp. 121 -122), em pendncia recursal e seus efeitos, na relao com a liquidao, ensinam:A liquidao poder ocorrer tanto para subsidiar execues de decises transitadas em julgado quanto execues de decises provisrias. Porm, o art. 475-A, 2, afirma textualmente que a liquidao poder ser requerida na pendncia do recurso, de onde s conclui que a liquidao pode ser e feita na pendncia de recurso de apelao, comumente recebido no efeito suspensivo. Quer dizer que a norma autoriza a liquidao da deciso provisria, ainda que a sua execuo esteja suspensa pelo recurso. (gn)

Complementando a doutrina, agora no que diz respeito ao procedimento da liquidao com pendncia de recurso, em autos apartados, Humberto Theodoro (2009, p. 97): Quando couber execuo provisria (arts. 475 -O e 521), liquida-se a sentena em autos apartados formados com cpias das peas processuais pertinentes (art. 475-A, 2). (gn)

Em qualquer situao, ser vedado ao magistrado proferir deciso ilquida em sede de processo sob procedimento comum sumrio, conforme a nova redao dada da lei 11. 232/2005 .Marioni e Arenhart (2008, p. 122): Diz o art. 475-A, 3 do CPC que as sentenas proferidas em procedimento sumrio, tratando de ressarcimento por danos causados em acidente de veculo de via terrestre e de cobrana de seguro relativamente aos danos causados em acidente de veculo (art. 275, II, d e e, do CPC), devem ser necessariamente lquidas, no admitindo liquidao ulterior. Pressupe a lei que sempre possvel, em tais casos, chegar-se a um valor lquido na sentena, de modo a se dispensar futura liquidao. Em alguns casos, particularmente naqueles que demandam mera valorao do dano patrimonial acarretado ao veculo acidentado, em que as partes podem apresentar oramentos ou avaliaes privadas, no h grande dificuldade em se fixar o montante do dano. Mas haver situaes em que ser virtualmente impossvel ter-se, de pronto, o valor lquido da indenizao, ainda que digam respeito a litgios que se enquadrem nas referidas normas do art. 275, II. (gn) APELAO CVEL N 31628/09. 14 CMARA CVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIA DO ESTADO DO RJ . RELATOR: DESEMBARGADOR JOS CARLOS PAES. APELAO CVEL. ACIDENTE DE TRNSITO. COLISO DE CAMINHES. DANO MATERIAL NO COMPROVADO. DANO MORAL INEXISTENTE. A demanda foi ajuizada com pretenso de reparao por prejuzos materiais e morais sofridos em virtude de coliso entre os veculos das partes. Quanto aos danos materiais, foi devolvido ao conhecimento do Tribunal a apreciao dos lucros cessantes e da diferena do valor do reboque tanque. Pois bem. A recente reforma pela qual passou o Cdigo de Processo Civil, atravs da Lei n 11232/05, acrescentou o artigo 475-A, 3 do CPC, o qual veda que seja proferida sentena ilquida em processo

sob o rito sumrio, com fundamento no artigo 275, II, d, ou seja, em processo que envolva ressarcimento por danos causados em acidente de veculo de via terrestre. Veja se: 3 Nos processos sob procedimento comum sumrio, referidos no art. 275, inciso II, alneas d e e desta Lei, defesa a sentena ilquida, cumprindo ao juiz, se for o caso, fixar de plano, a seu prudente critrio, o valor devido. (Includo pela Lei n 11.232, de 2005) . Sobre o tema, confira-se o comentrio de Nelson Nery e Rosa Maria Nery: " 3:14. Proibio de sentena ilquida . Nas hipteses do CPC 275 II d e e (ao de ressarcimento por danos causados em acidente de veculo de via terrestre e ao de cobrana de seguro, relativamente aos danos causados em acidente de veculo), o juiz do processo de conhecimento de tem de proferir sentena lquida. Quando o pedido for liquido o problema no existe (CPC 128 e 460). Entretanto, no caso de o autor no indicar o valor do dano ou do seguro a ser pago, ainda assim a sentena deve ser liquida. Para tanto, o CPC 475-A, 3 autoriza o juiz a fixar o quantum de acordo com o seu "prudente critrio". Com isso, evita-se a liquidao e o credor pode, in continenti, requerer o cumprimento de sentena na forma do CPC 475-I.". Confira-se o precedente do Tribunal de Justia de Minas Gerais: APELAO CVEL - AO DE REPARAO ACIDENTE DE VECULO - RITO SUMRIO -RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL -COLISO NA TRASEIRA - ENGAVETAMENTO AQUAPLANAGEM - MOMENTO DE CHUVA -ACONTECIMENTO PREVISVEL - CUIDADOS DO MOTORISTA - ATENO REDOBRADA ART. 475-A DO CPC - SENTENA ILQUIDA -IMPOSSIBILIDADE ARBITRAMENTO A CRITRIO DO JUIZ - ALTERAO PELA LEI 11.232/05. Presume-se a culpa do condutor que colide na traseira porquanto tem ele obrigao de manter regular distncia do veculo que vai frente, de modo que, diante do imprevisto, tenha condies de frear e evitar o sinistro, pois deve dirigir com ateno e cuidados indispensveis segurana no trnsito. A aquaplanagem fato previsvel em momento de chuva, devendo ser evitada pelo condutor do veculo com velocidade adequada e ateno redobrada na direo, no elidindo a cu pela coliso lpa na traseira do automvel sua frente. De acordo com o 3 do art. 475-A do CPC, includo por fora da Lei 11.232/05, vedado seja proferida sentena ilquida em feitos do procedimento comum sumrio referidos no art. 275, inciso II, alneas 'd' e 'e' do CPC, cumprindo ao juiz, se for o caso, fixar de plano, a seu prudente critrio, o valor devido . (gn)

Sobre o novo modelo executivo inserido pela Lei 11.232/2005, correto afirmar que:

Dever ser promovida a liquidao por artigos quando for determinado pela sentena ou convencionado pelas partes. Essa conveno poder ser pactuada durante ou aps trnsito em julgado do processo. A doutrina, por Marioni e Arenhart (2008, pp. 131 -133), certifica as caractersticas inerentes ao enunciado sobre liquidao por artigo:A liquidao por artigo deve ser feita quando, para a determinao do valor da condenao, houver necessidade de se alegar e provar fato novo (art. 475-E). Entende-se por fato novo o que ficou fora da condenao por no ter sido alegado, em virtude de auto rizao legal, na fase de conhecimento e que tenha influncia direta na apurao do quantum debeatur. (...) Assim, se o autor da ao ressarcitria, depois que a prope,

ou mesmo aps a sentena, continua a sofrer danos decorrentes do ato ilcito danos esses de impossvel pr-determinao no momento da propositura da ao -, obter sentena ilquida, dita de condenao genrica, que ser liquidada na medida em que os danos ocorrerem e forem sendo especificados. (...) Apresentado o requerimento de liquidao por artigos, ser o requerido intimado, quando possvel na pessoa de seu advogado (art. 475-A, 1), para impugnar os fatos narrados no requerimento de liquidao (ou na petio inicial) no prazo de quinze dias. Alegando-se, nesta defesa, questo processual ou exceo substancial indireta, dever o juiz permitir a rplica do autor. (...) (gn)

Na forma Jurisprudencial, podemos atravs da interpretao, observar a necessidade de procedimento de requerimento do interessado, alegando fatos novos, em sentena que est ilquida :Se a sentena liquidanda no determinou a forma de liquidao, inexistindo fatos novos a serem provados (a parte no comprovou a necessidade de se provar fato novo) e sendo suficiente a prova pericial para quantificar a indenizao, correta a liquidao por arbitramento. (...) (STJ, 2 T., REsp 302755/PR, rel. Min. Eliana Calmon, DJU 22.10.2001) (gn)

Dentre as modalidades de liquidao de sentena, somente a liquidao por artigos admitir defesa, pois na liquidao por arbitramento as partes participaram da mesma mediante manifestaes sobre o laudo pericial. Marioni e Arenhart (2008, p. 133) descrevem as caractersticas de ambos os institutos, esclarecendo a assertiva da espcie por artigos:Apresentado o requerimento de liquidao por artigos, ser o requerido intimado, quando possvel na pessoa de seu advogado (art. 475 1), -A, para impugnar os fatos narrados no requerimento de liquidao (ou na petio inicial) no prazo de quinze dias. Alegando -se, nesta defesa, questo processual ou exceo substancial indireta, dever o juiz permitir a rplica do autor. (gn)

J Humberto Theodoro (2007, p. 331), confirma o entendimento da parte final do mesmo enunciado:O revogado art. 607 dispunha sobre a possibilidade do juiz designar audincia de instruo e julgamento, caso fosse necessrio. A lei n 11.232, de 22.12.2005, no preservou no art. 475-D o termo instruo e julgamento consagrando, assim, posio j adotada na praxe forense de que a audincia ser to somente para a prestao de eventuais esclarecimentos.

Confirmando o entendimento, a jurisprudncia :Agravo de instrumento 2010.80605-6, TJSC, Relator: Jnio Machado. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AO DECLARATRIA DE QUITAO CUMULADA COM REPETIO DO INDBITO. INSTRUMENTO PARTICULAR DE VENDA E COMPRA COM FINANCIAMENTO, PACTO ADJETO DE HIPOTECA E CESSO DE CRDITO HIPOTECRIO.

CUMPRIMENTO DA SENTENA. EXIBIO DE MEMRIA DISCRIMINADA DA DVIDA PELO CREDOR. OFERECIMENTO DE IMPUGNAO APS A PENHORA DE VALORES. ALEGAO DE NULIDADE DA EXECUO, SOB O FUNDAMENTO DE QUE NECESSRIA A INSTAURAO PRVIA DO PROCEDIME NTO DE LIQUIDAO. REALIZAO DE PERCIA JUDICIAL, DIANTE DA CONTROVRSIA EXISTENTE, QUE SUPRE EVENTUAL NECESSIDADE DA PROVIDNCIA RECLAMADA. MANUTENO DA DECISO AGRAVADA. RECURSO DESPROVIDO. A outra questo, sobre no saber o perito converter taxa anual em mensal, destaca-se no haver a necessria e prvia quesitao nesse sentido, de modo que o assistente tcnico da parte no pode ultrapassar os limites ditados pelo advogado do seu cliente. Na hiptese nenhum quesito a respeito de taxas anual, mensal ou converso foi feito e sequer isso foi objeto de discusso. Portanto, porque o laudo pericial observa detidamente o comando da sentena e que a impugnao no foi capaz de apontar vcios ou erros do laudo pericial, levando-se em conta que os clculos periciais devem prevalecer sobre os pareceres das partes que, para terminar de vez com a discusso, homologo o laudo para definir o dbito da instituio financeira requerida para com a autora em R$(conforme fl. 270), valor esse que dever ser corrigido pelo INPC mais juros de 1% ao ms a contar da data da protocolizao do laudo (16.06.2010). Intime-se a requerida para, em 15 dias, efetuar o pagamento da diferena entre o valor depositado e o indicado pelo perito, acrescido do valor dos honorrios periciais (R$ 3.000,00) adiantados pela autora, sob pena de acrscimo de 10% do artigo 475-J do CPC, que incidir sobre a diferena e honorrios periciais."(grifo no original) (fls. 313/314).(...)(gn)

Quando for necessria mera atualizao dos clculos para o devido cumprimento da sentena, dever ser aplicado o disposi tivo previsto no artigo 475-J e seguintes do CPC), o qual destinado aos t tulos executivos judiciais no que toca a execuo por quantia certa contra dev edor solvente e nos casos previstos nos 461 e 461-A do CPC. A doutrina explana as assertivas em seus pontos respectivos: Humberto Theodoro (p. 2009, p. 98):Como a lei marca um prazo (15 dias) para o devedor cumprir a prestao a que foi condenado (art. 475-J), a ele tambm cabe a elaborao da memria de clculo, se o credor no diligenci antes do -la referido termo. bom lembrar que o devedor tem no s a obrigao de pagar a prestao devida, mas tambm tem o direito de faz -lo, para se libertar do vnculo jurdico que o prende ao credor. de se ressaltar, ainda, que o no-pagamento no prazo legal ( tempus iudicanti) acarretalhe pesada sano representada pela multa de 10% prevista no art. 475-J. Da seu legtimo interesse em providenciar tempestivamente o clculo necessrio ao cumprimento da sentena.

Em outra de suas obras (2007, p. 311 -12):A Lei n 8.952/94 criou uma nova disciplina, no art. 461, para as sentenas que julgarem aes relativas ao cumprimento das obrigaes de fazer e

no fazer. Em regra, o juiz est obrigado a conceder a tutela especfica da obrigao, determinando providncias que assegurem o adimplemento (caput). (...) Com o advento do art. 461-A, institudo pela Lei n 10.444/02, o que era exceo passou a regra: nenhuma senten que condena entrega a de coisa se submeter ao sistema de duplicidade de aes. Uma nica relao processual proporcionar o acertamento e a realizao do direito do credor coisa. Apenas se empregar a actio iudicati para os ttulos executivos extrajudiciais. O procedimento unitrio est assim disciplinado: a) reclamando o credor a entrega de coisa, o juiz lhe con ceder a tutela especfica, fixando, na sentena, o prazo para o cumprimento da obrigao (art. 461-A, caput), cuja contagem ser a partir do respectivo trnsito em julgado; transcorrido o prazo sem que haja o cumprimento da obrigao, expedir-se- em favor do credor mandado para sua realizao compulsria por oficial de justia (ser de busca e apreenso, se se tratar de coisa mvel; e de imisso na posse, se coisa imvel art. 461-A, 2). No primeiro caso, o oficial toma fisicamente posse da coisa e a entrega ao credor; no segundo, os ocupantes so desalojados do imvel, de modo que o exeqente seja colocado na posse efetiva e desembaraada do imvel disputado; c) alm de ser suprimido a ao de execuo de sentena para as obrigaes de entrega de coisa, a Lei n 10.444/02 reforou a exeqibilidade com enrgicas medidas de apoio, mandando aplicar lhes os mesmos procedimentos coercitivos previstos para a execuo das obrigaes de fazer e no fazer e que se acham elencadas nos 2, 4 e 5 do art. 461 (art. 461-A , 3), dentre as quais merece destaque a possibilidade de imposies de multa pelo atraso no cumprimento da sentena. (gn)

Uma jurisprudncia com a aplicao do artigo 475 -B do CPC:Processo: AC 200851010069261 RJ 2008.51.01.006926-1. Relator(a):Desembargador Federal POUL ERIK DYRLUND. Julgamento: 26/10/2010. rgo Julgador: OITAVA TURMA ESPECIALIZADA Publicao: E-DJF2R - Data::09/11/2010 - Pgina::538. Ementa. PROCESSUAL. EXECUO DE OBRIGAO DE PAGAR. ART. 475-B, DO CPC. EXISTNCIA DE MEMRIA ATUALIZADA DO CLCULO. SENTENA REFORMADA. Ao que se apura dos autos, a conta de fls. 23 encontra-se atualizada at 19/9/2008, sendo certo que a demanda foi aforada em 8/5/2008. Desse modo, existe nos autos memria atualizada do clculo, no havendo que se falar, portanto, em qualquer malferimento ao art. 475-B, do CPC (Quando a determinao do valor da condenao depender apenas de clculo aritmtico, o credor requerer o cumprimento da sentena, na forma do art. 475-J desta Lei, instruindo o pedido com a memria discriminada e atualizada do clculo), conforme acenado, o que desgua na reforma da sentena objurgada, para que seja dado prosseguimento ao curso da ao executiva. Ante o exposto, dou provimento ao recurso. (gn)

Outra jurisprudncia caracterizando a obrigao de fazer ou de no fazer como contedo do artigo 461 do CPC:Processo:AG 12166 RS 2009.04.00.012166-9. Relator(a):MRCIO ANTNIO ROCHA. Julgamento:02/09/2009 . rgo Julgador:QUARTA TURMA. Publicao: D.E. 21/09/2009. Ementa. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUO/CUMPRIMENTO DE SENTENA. ASTREINTE. OBRIGAO DE FAZER. HON ORRIOS. - No que tange manuteno das astreintes a deciso inquinada est de acordo com o

esprito do art. 461 do CPC, no que prega que, "Na ao que tenha por objeto o cumprimento de obrigao de fazer ou no fazer, o juiz conceder a tutela especfica da obrigao ou, se procedente o pedido, determinar providncias que assegurem o resultado prtico equivalente ao do adimplemento". - devida a fixao de verba honorria em cumprimento de sentena, a partir do momento em que a parte devedora no cumpre espontaneamente com a obrigao, tendo, o credor, de envidar esforos no sentido de compelir o devedor a adimplir o dbito. (gn)

Um outro julgado, confirmando a inaplicabilidade dos artigos 461 e 461-A do CPC para obrigaes por quantia certa:Processo: APL 990101344653 SP. Relator(a): Doneg Morandini. Julgamento: 27/04/2010. rgo Julgador: 3 Cmara de Direito Privado. Publicao: 03/05/2010. Ementa. Promessa de cesso e transferncia de direitos hereditrios e contrato de permuta de imvel. Ao de obrigao de fazer visando compelir os rus ao pagamento de quantia derivada dos contratos. Inaplicabilidade do disposto nos arts. 461 e 461-A do CPC aos processos que tenham por finalidade o pagamento de quantia certa. Extino do feito preservada. APELO IMPROVIDO. (gn)

8) Sobre a execuo de ttulo judicial correto afirmar que:Diante das novas regras de competncia, o cumprimento da sentena dar -se- perante os tribunais das causas de competncia ordinria, o juiz que processou a causa em primeiro grau de jurisdio. Destaca -se ainda, a opo do local onde se encontram os bens ou pelo atual domiclio do devedor, agora normas de competncia absoluta. Diante das novas regras de competncia, o cumprimento da sentena dar -se- perante os tribunais das causas de competncia ordinria, o juiz que processou a causa em primeiro grau de jurisdio. Destaca -se ainda, a opo do local onde se encontram os bens ou pelo atual domiclio do d evedor, agora normas de competncia relativa.

Diante da nova sistemtica processual executiva dispensada, em qualquer hiptese, a utilizao do termo citao devido o procedimento hoje ser classificado como sincrtico.Nos casos de sentena civil dependente de execuo, sentena homologatria de conciliao ou de transao, acordo judicial homologado judicialmente e certido de partilha (art. 475-N, I, III, V, VII, do CPC), a execuo se d no mesmo processo, em uma nova fase do procedimento, independentemente de nova ao e de novo processo. D esta situao decorrem sutis diferenas. Assim, por exemplo, sendo necessrio formar processo novo, haver a necessidade de elaborar petio inicial e citar o executado. (Marioni e Arenhart, Execuo, V.3, p. 242) (gn)

A interpretao jurisprudencial literal, pois norma de contedo arbitrrio :TRIBUTRIO. EXECUO DE SENTENA. IRPF. PREVIDNCIA PRIVADA. REQUISITOS PARA INCIO DA EXECUO. CLCULOS

ARITMTICOS. ART. 614, II, DO CPC. 1. As condies para que a execuo por quantia certa seja perpetrada esto no art. 614, II, do CPC, que cumpre ao credor, ao requerer a execuo, pedir a citao do devedor e instruir a petio inicial com o demonstrativo do dbito atualizado at a data da propositura da ao. (AC 33033 DF 2001.34.00.033033-2. Relator(a): DESEMBARGADORA FEDERAL MARIA DO CARMO CARDOSO. Julgamento: 14/08/2009 rgo Julgador: OITAVA TURMA Publicao: 28/08/2009 e-DJF1 p.696) (gn)

Para deflagrar a execuo provisria, prevista no artigo 475 -O do CPC, h de ser depositada uma cauo pelo credor determinada pelo juiz da causa, sob pena de indeferimento da pea executiva. Humberto Theodoro (2009, p. 137):(...) sendo definitiva a execuo, todos os atos executivos sero praticados, inclusive a alienao dos bens penhorados e o pagamento ao credor, sem necessidade de cauo. Quando for provisria, observar -se- os ditames do art. 475-O, praticar-se-o os atos previstos para a execuo definitiva, com a ressalva, porm, de que o levantamento de depsito em dinheiro e os atos que importem alienao de propriedade ou dos quais possa resultar grave dano ao executado dependero de cauo suficiente e idnea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos prprios autos (art. 475O, inc. III). (gn) STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO: AgRg no Ag 1327228 SP 2010/0117123-3.Agravo Regimental. Execuo Provisria. Verba Alimentar. Cauo. Desnecessidade.Deciso Agravada. Manuteno. Rel. Min. Sidnei Beneti. Julgado em 28.9.2010. 1. Em se tratando de verba de natureza alimentar, em considerao a seu aspecto social, no tem cabimento a exigncia da cauo na execuo provisria. Precedentes. 2. Agravo Regimental improvido. RELATRIO O EXMO. SR. MINISTRO SIDNEI BENETI (Relator): 1.- BRAMBILLA TRANSPORTE E TURISMO LTDA. - EMPRESA DE PEQUENO PORTE interpe agravo interno contra deciso que negou provimento ao Agravo de Instrumento, ao entendimento de incidncia da jurisprudncia desta Corte (e-STJ fls. 309/311). 2.- Pede a reforma da deciso hostilizada, sob a alegao de que deve ser afastada a jurisprudncia aplicada. o breve relatrio. VOTO: O EXMO. SR. MINISTRO SIDNEI BENETI (Relator): 3.-No merece prosperar a irresignao. 4. - Embora evidente o esforo da agravante, no trouxe nenhum argumento capaz de alterar os fundamentos da deciso agravada, a qual, frise-se, est absolutamente de acordo com a jurisprudncia consolidada desta Corte, devendo, portanto, a deciso agravada ser mantida por seus prprios fundamentos (e-STJ fls. 309/311): (...) 4.- Extraise do acrdo recorrido que o Tribunal de origem decidiu nestes termos (eSTJ fls. 281): O recurso no comporta provimento, na parte que dele se conhece. que, cuidando-se de execuo e verba de natureza alimentar (penso mensal), desnecessria a prestao de cauo, em execuo provisria, pra a prtica de atos de alienao (CPC, 475-O, 2, I), de sorte que correta a r. deciso agravada ao determinar a avaliao e o praceamento do bem penhorado, irrelevante a circunstncia de que se cuida de nibus utilizado pela agravante no desenvolvimento de sua atividade empresarial. Verifica-se que o acrdo encontra-se alinhado com a jurisprudncia desta Corte.Veja-se: RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. APELAAO CVEL. REVISAO DE PROVENTOS DE

APOSENTADORIA. EXECUAO PROVISRIA. CAUAO. DISPENSA. ART. 588 DO CPC. CRDITO DE NATUREZA ALIMENTAR. J forte a jurisprudncia desta Corte no sentido de que, tratando -se de crdito de natureza alimentar (reviso de proventos), em considerao a seu aspecto social, no tem cabimento a exigncia da cauo na execuo provisria (Art. 588, do CPC). Precedentes. Recurso desprovido. (REsp 434723/AL, Relator Ministro JOS ARNALDO DA FONSECA, DJU de 24/3/2003). (gn)

Bibliografia

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