Ação coletiva, participação e políticas regulatórias Por Sérgio Azevedo

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Ação coletiva, participação e

políticas regulatórias

Por Sérgio Azevedo

Ação Coletiva, Participação e Ação Coletiva, Participação e Políticas RegulatóriasPolíticas Regulatórias

Pressupostos teóricosPressupostos teóricos ATORES (individuais e coletivos)- ATORES (individuais e coletivos)-

Interesses (lato sensu)Interesses (lato sensu) INSTITUIÇÃO : Economia de Energia; INSTITUIÇÃO : Economia de Energia;

formato institucional, “path dependence”formato institucional, “path dependence” CULTURA (pré-Reflexiva): “pano de CULTURA (pré-Reflexiva): “pano de

fundo”, que possibilita certas alternativas fundo”, que possibilita certas alternativas e inibe outras;e inibe outras;

AÇÃO COMUNICATICA: importância e AÇÃO COMUNICATICA: importância e limiteslimites

Governabilidade e Governança

GOVERNABILIDADE: remete ás condições sistêmica sob as quais se dá o exercício do poder (condicionantes do exercício da autoridade Política)

GOVERNANÇA ; o modo de uso dessa autoridade (eficácia da máquina pública e legitimidade)

GOVERNANÇA DEMOCRÁTICA

Fluxos com autonomia Fluxos com autonomia relativarelativa

Questões, Problemas e Agenda Questões, Problemas e Agenda GovernamentalGovernamental

““Politics” (Ação política: atores sociais e Politics” (Ação política: atores sociais e políticos)políticos)

““Policy” : Políticas Públicas ( ser Policy” : Políticas Públicas ( ser elaborada em função de um “problema” elaborada em função de um “problema” ou “estar disponível” e construir um ou “estar disponível” e construir um “problema”“problema”

Agenda governamental versus Agenda Agenda governamental versus Agenda DecisionalDecisional

É tudo que um governo faz, deixa de fazer e os impactos de suas ações e de suas omissões.

Conceito mais geral de política pública

  

Duas dimensões das políticas públicas

a busca do consenso – quanto maior o consenso, melhores

condições de ser aprovada e de ser implementada

determinar normas e processar conflitos

Quem financia ? Quem financia ?

Quem serão os beneficiados ?

Quem serão os beneficiados ?

Quem vai implementar ?

Quem vai implementar ?

Três perguntas básicas

Políticas públicas redistributivas

Políticas públicas redistributivas

Políticas públicas distributivas

Políticas públicas distributivas

Políticas públicas regulatórias

Políticas públicas regulatórias

Tem objetivos setoriais ou pontuais

Tem objetivos setoriais ou pontuais

Tem por objetivo regular determinado setor

Tem por objetivo regular determinado setor

Tem por objetivo redistribuir rendaTem por objetivo redistribuir renda

As políticas públicas podem ser divididas em três tipos

1.Políticas Redistributivas

FinanciamentoQuem

financia: estratos sociais de alta renda

Os beneficiários:

estratos sociais de

baixa renda

Exemplos de Políticas Redistributivas

Isenção de IPTU para camadas sociais mais pobres na cidade

programas de renda mínima

Políticas Redistributivas

São percebidas como direitos sociais

Atingem grandes grupos sociais

Um dificuldade na implantação de Políticas Redistributivas

O setores sociais que serão penalizados tendem a se

organizar com mais força do que a numerosa parcela

social que vai ser beneficiada.

Um alternativa é a implantação de Políticas Redistributivas

Mitigadas

Um exemplo de aplicação é a realocação de recursos orçamentários para os setores mais pobres da

população.

Tem a vantagem de apresentar menor resistência

pela parcela da sociedade que está financiando

Políticas Redistributivas Mitigadas

Financiamento

Quem financia: a sociedade, através

do orçament

o geral

Os beneficiários:

estratos sociais de

baixa renda

2.Políticas Distributivas

Financiamento

O 0

o o O 0 0 0 0

0 00 0 o0 O 0

O 0

o o O 0 0 0 0

0 00 0 o0 O 0

Quem financia: a sociedade, através

do orçament

o geral

Os beneficiários:

pequenos grupos, em diferentes

estratos sociais

Políticas Distributivas

Ela atende demandas pontuais de grupos sociais

específicos.

Ela não é universal

É de fácil implantação, porque não tem opositor ao atendimento dessas

demandas fragmentadas, pontuais e quase individuais

Políticas Distributivas

É o tipo de política que existe em maior quantidade no Brasil

Em muitos casos, acaba tendo uma conotação clientelista.

Boa parte das políticas desenvolvidas pelo legislativo, são distributivas. Isso por duas

razões: a população pobre levanta demandas pontuais e

individuais e porque sua implantação reproduz o poder

Atenção

Nem toda política distributiva é uma política clientelista. Por

exemplo, políticas de emergência e solidariedade às

vítimas de enchentes e terremotos.

Mas, em um contexto de grandes desigualdades sociais, esse tipo de política pode ser usado como moeda de troca.

Atenção

As políticas distributivas podem ser implantadas sem

clientelismo.

A forma de processar as demandas pontuais pode ser

regulada e controlada socialmente (através de políticas regulatórias).

Como veremos a seguir, algumas políticas regulatórias

- como a LOAS – podem possibilitar que se

implementem políticas distributivas municipais a

partir de critérios universalistas evitando as

práticas clientelistas.

Um exemplo é a implantação dos conselhos, que permite o atendimento de demandas

pontuais com base em critérios mais justos.

3.Políticas Regulatórias

A política regulatória se refere a legislação.

É um instrumento que permite aplicar políticas

redistributivas e distributivas.

Exemplo: Lei do Uso do Solo

Tem efeitos de longo prazo e não trazem nenhum benefício

imediato

Políticas Regulatórias

Geralmente as pessoas só percebem sua existência

quando se sentem prejudicadas

A dificuldade de entendimento não está só

ligada à linguagem, mas ao fato das pessoas não

conseguirem articular essas políticas ao seu cotidiano

concreto.

Algumas problemas relativos à

implementação das políticas públicas

Interfaces entre as políticas setoriais

Diz respeito a inter-relação entre as diversas políticas.

Entre as dificuldades de tratar as interfaces entre as

políticas, destaca-se a crescente especialização do poder público e a tendência

de maximização do desempenho de cada um dos

órgão do poder público

Efeitos não esperados

São tantas as variáveis que é impossível prever todos os

impactos da implementação das políticas públicas.

Sempre há impactos. Estes podem ser de dois níveis:

a. positivos e b. perversos.

Efeitos não esperados

Não há formas de evitar totalmente os efeitos

perversos, mas pode-se diminuir os riscos, prevendo os

atores que vão ser influenciados pelas políticas

Políticas essencialmente padronizadas tem maior risco

de gerar efeitos perversos.

Não política

Não realizar determinada ação, não representa uma

neutralidade.

A não atuação pode ter impactos negativos.

Redundância

Quando vários órgãos atuam no mesmo programa, pode haver uma sobreposição de ações, acarretando efeitos

positivos, como dupla fonte de financiamento para o mesmo

projeto.

Opções trágicas

Frente a escassez de resursos, qualquer governo se depara com a necessidade de

fazer opções, escolher prioridades.

É possível fazer essas opções de forma mais participativa ou

centralizada.

Tragédia dos Comuns

A maximização dos interesses individuais pode gerar

situações de perda para todos (tragédias coletivas).

Exemplo: se todos compram dois carros para enfrentar o rodízio de placas, o trânsito

tende a piorar.

ATENÇÃO

Frente a um problema não existe apenas uma solução.

Há várias gamas de alternativas boas, muito ruins

e razoáveis.

Associativismo e tipos de

participação em políticas públicas

Cada tipo de associativismo tem uma

lógica própria de interagir com políticas públicas.

Restrito ou societal

Restrito ou societal

Organizações ReivindicativaOrganizações Reivindicativa

• São organizações que demandam bens materiais.

• Reivindicam bens coletivos ou bens públicos.

• Tem relação com as debilidades do poder público.

• O que une as pessoas é a busca de um bem concreto.

• São organizações que demandam bens materiais.

• Reivindicam bens coletivos ou bens públicos.

• Tem relação com as debilidades do poder público.

• O que une as pessoas é a busca de um bem concreto.

Não necessitam ter contato com o poder público para

atingir seus objetivos, restritos a ações societárias. Exemplos de Associativismo:

clubes de esportes, o Rotary, grupos bíblicos

Não necessitam ter contato com o poder público para

atingir seus objetivos, restritos a ações societárias. Exemplos de Associativismo:

clubes de esportes, o Rotary, grupos bíblicos

Tipos de Associativismo

Movimentos Sociais Clássicos

Movimentos Sociais Clássicos

• São organizações por demandas de bens não materiais.• As pessoas se organizam com

base em valores• Tem por objetivo mudar (ou conservar)

determinada dimensão social.Exemplo: movimentos feminista,

ambientalista e anti-racista.

• São organizações por demandas de bens não materiais.• As pessoas se organizam com

base em valores• Tem por objetivo mudar (ou conservar)

determinada dimensão social.Exemplo: movimentos feminista,

ambientalista e anti-racista.

ATENÇÃO

Um movimento de um tipo pode se transformar em um

outro tipo por diversos motivos.

Existem motivos muito diferentes que juntam as

pessoas.

Para pensar a participação em políticas públicas, é

importante pensar esses tipos de associação

Restrita ou InstrumentalRestrita ou Instrumental

• Tem relação com um projeto específico.

• Está mais focalizada espacialmente. • Geralmente se estrutura em torno de

políticas distributivas.

• Tem relação com um projeto específico.

• Está mais focalizada espacialmente. • Geralmente se estrutura em torno de

políticas distributivas.

Ampliada ou Neo-coorporativa

Ampliada ou Neo-coorporativa

• Em geral, é a forma de participação dos conselhos.

• Tem muito a ver com políticas regulatórias.• Diz respeito à definição de diretrizes gerais

para as políticas públicas setoriais.

• Em geral, é a forma de participação dos conselhos.

• Tem muito a ver com políticas regulatórias.• Diz respeito à definição de diretrizes gerais

para as políticas públicas setoriais.

Dois grandes tipos de participação

• As associações de tipo reivindicativo tendem

a priorizar a participação restrita.

• As associações de tipo reivindicativo tendem

a priorizar a participação restrita.

• Os movimentos sociais clássicos tendem a priorizar

a participação ampliada.

• Os movimentos sociais clássicos tendem a priorizar

a participação ampliada.

ATENÇÃO

As organizações de tipo reivindicativo de carater municipal

também tem interesse na participação ampliada.

O avanço da participação ampliada (e dos Conselhos) é

permitir que os vários interesses reunidos possam ser discutidos. Este processo gera maiores possibilidades de negociação e

criação de consensos.

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