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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
MINISTÉRIO DA SAÚDE
ANÁLISE DA
MORTALIDADE
NACIONAL
INTRA-HOSPITALAR
MOÇAMBIQUE
Sistema de Informação de Saúde-Registo de Óbitos
Hospitalares (SIS-ROH)
Análise de 3 anos - 2009-2011
Maputo, Novembro de 2012
Com apoio técnico da MOASIS/Jembi Health Systems
Análise da mortalidade nacional intra-hospitalar - Moçambique - SIS-ROH 2009-2011
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Lista dos conteúdos
I. Prefacio 2
II. Abreviações 3
1. Sumário executivo 4
2. Introdução 8
3. Objectivos da análise 9
4. Metodologia utilizada para apuração dos dados 9
5. Resultados 10
5.1. Secção I – Análise dos dados nacionais 10
5.1.1. Resultados gerais 10
5.1.2. Análise detalhada sobre algumas condições específicas 34
5.1.2.1. HIV/SIDA 34
5.1.2.2. Tuberculose 38
5.1.2.3. Malária 40
5.1.2.4. Doenças evitáveis com vacinas 41
5.1.2.5. Doenças do aparelho cardiovascular 42
5.1.2.6. Doenças do aparelho respiratório 43
5.1.2.7. Tumores 45
5.1.2.8. Diabete 48
5.1.2.9. Causas externas 49
5.1.2.10. Mortalidade materna 52
5.1.3. Comparação dos resultados do SIS-ROH com outros dados de mortalidade de
Moçambique 54
5.2. Secção II – Análise dos dados do Hospital Central de Maputo (HCM) 59
6. Análise da qualidade dos dados do SIS-ROH 73
6.1. Resultados da análise da qualidade 73
6.2. Algumas medidas para aumentar a qualidade dos dados 74
7. Conclusões 75
8. Anexos 76
8.1. Anexo 1 – Distribuição dos óbitos por causa básica de morte (capitulo CID-10) por cada hospital
8.2. Anexo 2 – Distribuição de todos os óbitos por causa básica de morte (subcategorias 4 dígitos), numero,
percentagem e percentagem cumulativa, 2009-2011
8.3. Anexo 3 – Distribuição de todos os óbitos por causa directa de morte (subcategorias 4 dígitos), numero,
percentagem e percentagem cumulativa, 2009-2011
8.4. Anexo 4 – Inconsistência entre sexo do falecido e tipo de causa básica de óbito
8.5. Anexo 5 – Frequência dos códigos lixo por ano, 2009-2011
8.6. Anexo 6 – Percentagem de óbitos com intervalo de internamento=0 minutos, por hospital, 2009-2011
8.7. Anexo 7 – Analise da plausibilidade da causa directa tendo uma determinada causa básica
8.8. Anexo 8 – Distribuição de todos os óbitos do 2009-2011 por causa básica de morte na base da lista dos
agrupamentos de causas de óbito do Certificado de Óbito
Análise da mortalidade nacional intra-hospitalar - Moçambique - SIS-ROH 2009-2011
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Prefácio
Pela primeira vez em o Ministério da Saúde da República de Moçambique publica estatísticas sobre
as causas de óbito de âmbito nacional obtidas através de um sistema de informação de rotina.
Desde 2008 o “Sistema de Registo de Óbitos Hospitalares” (SIS-ROH) está sendo progressivamente
implementado com êxito no País permitindo recolher informações de alta qualidade. O sistema irá
ser expandido ulteriormente abrangendo todos os hospitais do País. No âmbito dos esforços
multissectoriais visando o fortalecimento das estatísticas vitais em Moçambique o SIS-ROH poderá
servir como ferramenta para o registo das causas de óbito de indivíduos que morrem fora do Serviço
Nacional de Saúde, tornando-se assim uma ferramenta essencial para medição da mortalidade e das
suas causas em Moçambique.
As estatísticas de mortalidade e a sua evolução ou tendência no tempo permitirão subsidiar acções
de promoção/prevenção à saúde e avaliar o impacto dos programas de saúde, dentre os quais o
Programa Nacional de Controlo do HIV/SIDA, o Programa da Tuberculose, o da Malária, o da Saúde
Materno-Infantil e outros, em termos de redução da mortalidade. As estatísticas de mortalidade
permitirão também individualizar e quantificar novos e emergentes desafios tais como a prevenção
e controlo das doenças não infecciosas, dos acidentes de transporte, do seguimento dos pacientes
portadores de doenças crónicas. Informações de qualidade sobre as causas de óbito serão cada vez
mais utilizadas para orientar ainda melhor as políticas e as estratégias do sector de saúde,
melhorando assim a situação de saúde e a qualidade de vida do povo Moçambicano.
Espera-se que o presente relatório seja útil para os gestores de saúde e comunidades aos diferentes
níveis, a leitura e análise das informações reportadas fornecem subsídios motivadores para
acompanhar a Política Nacional de Saúde em Moçambique, a implementação do PARP, a proposição
de soluções custo-efectivas que permitem ganhos em Saúde e o entendimento de que dados
padronizados também contribuem para salvar vidas.
Análise da mortalidade nacional intra-hospitalar - Moçambique - SIS-ROH 2009-2011
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Abreviações
CDC - Center of Disease Control and Prevention
CID-10 - Classificação Internacional das Doenças, 10ª versão
CO - Certificado de Óbitos
DIS - Departamento de Informação para a Saúde
DPC - Direcção de Planificação e Cooperação
HCB - Hospital Central de Beira
HCM - Hospital Central de Maputo
HCN - Hospital Central de Nampula
HGJM - Hospital Geral de José Macamo
HIV/SIDA - Vírus da Imunodeficiência Humana / Síndrome de imunodeficiência adquirida
HPC - Hospital Provincial de Chimoio
HPI - Hospital Provincial de Inhambane
HPL - Hospital Provincial de Lichinga
HPP - Hospital Provincial de Pemba
HPQ - Hospital Provincial de Quelimane
HPX - Hospital Provincial de Xai-Xai (HPX)
INCAM - Inquérito sobre Causas de Mortalidade
MISAU - Ministério da Saúde
MOASIS - Mozambican Open Architectures, Standards and Information Systems
OMS - Organização Mundial da Saúde
SIS-ROH - Sistema de Registo de Óbitos Hospitalares
SNS - Serviço Nacional de Saúde
UEM - Universidade Eduardo Mondlane
Análise da mortalidade nacional intra-hospitalar - Moçambique - SIS-ROH 2009-2011
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1. Sumário executivo
O “Sistema de Registo de Óbitos Hospitalares” (SIS-ROH) foi desenvolvido em 2008 no âmbito da
parceria entre o Ministério da Saúde (MISAU), através do Departamento de Informação para a Saúde
(DIS), a MOASIS (Mozambican Open Architectures, Standards and Information Systems) e Jembi
Health Systems. O SIS-ROH permite o registo electrónico individual de cada óbito ocorrido dentro
dos Hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Os dados são recolhidos através do novo
Certificado de Óbito (CO) e as causas de óbito são seleccionadas e codificadas segundo a
Classificação Internacional das Doenças, 10ª versão (CID-10). Inicialmente o SIS-ROH foi instalado no
Hospital Central de Maputo (HCM) e, até Setembro de 2012 foi expandido a 28 locais em todo o
país, entre os quais todos os hospitais de nível IV e III e 23% de nível II. Esta é a primeira análise
completa e exaustiva dos dados estatísticos do SIS-ROH, recolhidos desde o ano de 2009 até 2011.
Os objectivos da análise são: 1) apresentar os principais resultados de nível nacional, 2) apresentar a
evolução de alguns indicadores no tempo para o HCM, e 3) avaliar a qualidade e cobertura dos
dados do SIS-ROH.
Análise nacional
Em total, os dados de 10 hospitais (cerca de 20% de todos os hospitais de Moçambique) foram
incluídos; com exclusão de Tete e Maputo Província, todas as outras províncias estão representadas.
O total de óbitos registados foi 5.259 de 2009 (somente HCM), 8.995 no ano de 2010 e 15.063 no
ano de 2011, mostrando uma rápida expansão da abrangência do sistema.
A análise das características demográficas dos falecidos mostra que o ratio de óbitos entre homens e
mulheres é 1.3 (variação entre hospitais: 0.99 - 1.77); os óbitos intra-hospitalares são maiores no
sexo masculino em todas as faixas etárias com excepção da faixa 15-24 anos. A idade média de óbito
é 26.7 anos (variação entre hospitais: 18.1 e 33.1); a distribuição por idade mostra dois picos, nas
crianças com menos de um ano (28% de todos os óbitos) e nos jovens adultos de 25-34 anos (16%).
No âmbito da mortalidade infantil, a mortalidade neonatal precoce é a mais importante (17% de
todos os óbitos). Mais da metade dos óbitos é residente na Cidade e Província de Maputo (40% e
12% respectivamente); 0.2% dos óbitos são de estrangeiros. 99.4% dos óbitos ocorreram em
indivíduos de raça negra.
Globalmente, os tipos de admissão mais frequentes para os doentes que morrem durante o
internamento são “admissão urgente dum serviço de urgência” (58%) e “transferência doutra
unidade sanitária” (22%). O padrão de distribuição do tipo de admissão é substancialmente parecido
entre os vários níveis de assistência hospitalar (II, II e IV). 43% dos óbitos aconteceram nas primeiras
48 horas de internamento (variação entre hospitais: 29% - 58%). Na maioria dos hospitais, a
mortalidade nas primeiras 48 horas é maior nos departamentos/serviços de urgência, mas a
diferença entre urgência e serviços normais é muito pequena em alguns hospitais (Hospital Central
(HC) da Beira, Hospitais Provinciais (HP) de Chimoio e Inhambane).
A análise das causas básicas de óbito, agrupadas por capítulos CID-10, mostra que 38% dos óbitos
são devidos a doenças infecciosas e parasitárias, 19% a afecções originadas no período perinatal, 8%
a doenças do aparelho circulatório, 5% a doenças do aparelho respiratório e 5% a neoplasias; todas
as outras causas originam uma proporção inferior a 4% dos óbitos. Este padrão é parecido na
maioria dos hospitais, todavia os HP de Quelimane e Xai-Xai destacam-se por ter uma percentagem
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de óbitos por doenças infecciosas mais elevada à da média nacional (57% e 65% respectivamente);
pelo contrário, o HP de Inhambane tem uma baixa percentagem de óbitos por doenças infecciosas
(23%) e alta por doenças do aparelho cardiovascular (13%). A proporção de óbitos por afecções
perinatais é alta no Hospital Geral ´José Macamo´ (HGJM) (29%) e baixa no HP de Inhambane (4%).
Comparando os óbitos em hospitais de nível diferente aferentes ao mesmo território, o HCM (nível
IV) e HGJM (nível II), o HCM regista um número de óbitos maior por causas que requerem cuidados
mais especializados sugerindo que esta unidade sanitária está a ser realmente utilizada como
hospital de referência.
Em detalhe, as causas de óbito mais frequentes são “Doença pelo HIV” que é responsável por 28%
de todos os óbitos (17% é HIV não especificado (NE), 7% é HIV resultando em doenças infecciosas,
1% resultando em neoplasias malignas, 3%, resultando em outras doenças especificadas como
síndrome de emaciação, demência, etc.); a co-infecção HIV/TB causa 3.8% de todos os óbitos. A
seguir, as causas mais frequentes são os transtornos relacionados com a gestação de curta duração e
baixo peso ao nascer (9%; sendo 6% em recém-nascidos pré-termo, entre 28 e 37 semanas). Entre
algumas das patologias de interesse de saúde pública, a malária (por P. falciparum e NE) causa 4%
dos óbitos e a TB 2.1 % (1.3% por TB respiratória); entre as causas não infecciosas a hipertensão
essencial causa 3% dos óbitos e a diabete 1%. Os acidentes de transporte causaram 1% dos óbitos
(entre estes 62% são devidos a atropelamento de pedestre). Entre as neoplasias, a localização mais
frequente são os órgãos digestivos (75% são tumores do fígado e das vias biliares intra-hepáticas)
que causam 1% dos óbitos totais. Houve 43 óbitos devidos a doenças para as quais a vacinação é
incluída no Programa Alargado de Vacinações (PAV) em Moçambique. Em quase todos os hospitais o
HIV e alguns transtornos perinatais são as causas mais frequentes; destacam-se o HC de Nampula
onde a malária causa 16% dos óbitos reportados e o HP de Inhambane que registou uma prevalência
muito baixa de óbitos por HIV e onde nenhuma das causas totaliza mais de 5%.
A distribuição dos óbitos por causa básica e causa directa é muito diferente sugerindo que a
diferença conceptual entre os dois tipos de causas foi entendida e bem preenchida pelos médicos e
codificadores. Entre as causas directas mais frequentes e de interesse para gestão hospitalar há a
septicemia bacteriana do recém-nascido (5.8%) e a septicemia do adulto (5.2%); assepsia
insuficiente foi reportada em 0.2% dos óbitos. Outras causas directas frequentes são
broncopneumonia NE (3.8%), insuficiência respiratória aguda (2.2%), anemia NE (2.4%) e choque
hipovolêmico (1.2%).
A análise das causas de óbito por faixa etária mostra que as doenças infecciosas e parasitárias são as
mais frequentes em todas as faixas etárias (variando de 38% a 61%), com excepção dos recém-
nascidos (0-28 dias) e os maiores de 64 anos entre os quais as causas de morte predominantes são,
respectivamente, as afecções do período perinatal (84%) e as doenças do aparelho circulatório
(30%). Em geral, a idade média de óbito em maiores de 1 ano é significativamente inferior nos óbitos
por HIV que nos óbitos por qualquer outra doença, sendo respectivamente 34.9 e 39.1 (p<0.005). A
percentagem das doenças do aparelho circulatório aumenta progressivamente com o aumento da
idade, sendo cerca de 5% até 44 anos, 19% na faixa de 45-64 anos e 30% nos maiores de 64 anos. As
neoplasias são mais frequentes nas faixas etárias de 5-14 anos (8%, principalmente neoplasias
malignas do tecido linfóide e hematopoiético), e maiores de 64 anos (11%). As causas externas são
mais frequentes nos homens e tem distribuição não homogénea entre faixas etárias: entre 1-14 anos
causam 11% dos óbitos (principalmente por queimaduras e corrosões) e entre 15-24 anos 13%
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(principalmente por acidentes de transporte e agressões – nenhum óbito por síndrome dos maus
tratos e agressão sexual foi reportado). A diabete, nas suas várias formas, representa globalmente
apenas 1.4% das causas básicas de óbito; todavia a percentagem varia entre faixas etárias registando
um aumento constante com o aumentar da idade.
As causas da mortalidade infantil mudam nas diferentes faixas etárias. A mortalidade neonatal
precoce é devida principalmente a nascimento pré-termo (28-37 semanas) (27%) e asfixia ao nascer
(19%); óbitos por extrema imaturidade (<28 semanas) e peso ao nascer <1000 gramas são mais raros
(respectivamente 7% e 9% dos óbitos). A mortalidade neonatal tardia é devida principalmente a
nascimento pré-termo (26%) e septicemia bacteriana do recém-nascido (18%). A mortalidade pós-
neonatal depende principalmente de HIV NE (13%), desnutrição grave (9%), diarreia de origem
infecciosa e a broncopneumonia NE (ambas 7%). A mortalidade entre 1-4 anos é devida
principalmente a HIV NE (13%), desnutrição grave (12%) e malária confirmada complicada (10%). Em
geral, 40% dos óbitos por malária acontece nas crianças de 0-4 anos (31% destes óbitos são devido à
malária por P. falciparum com complicações cerebrais).
Nas mulheres adultas (>14 anos), o HIV causa cerca de metade dos óbitos nas faixas etárias de 15-24
anos (44%), 25-34 anos (59%) e 35-44 anos (50%). As patologias e condições ligadas à gravidez, parto
e puerpério (GPP) são entre as causas de óbitos mais frequentes causando 9% dos óbitos de
mulheres de 15-24 anos, 6% nas de 25-34 anos e 4% nas de 35-44 anos; 60% dos óbitos por GPP
aconteceram nas primeiras 48 horas de internamento. A modalidade de admissão foi “urgente” em
56% dos casos e transferência doutra unidade sanitária em 40%. Nos homens adultos (>14 anos), o
HIV causa cerca da metade dos óbitos na faixa etária de 25-34 anos (51%) e 35-44 anos (51%);
contrariamente às mulheres, na faixa de 15-24 anos a mortalidade por HIV não é especialmente alta
(28%). As causas externas são entre as causas de óbitos mais frequentes, com percentagem elevada
entre os jovens adultos (19% e 11% respectivamente em 15-24 e 25-34 anos).
Análise HCM
Os dados do SIS-ROH do HCM são muito completos para o triénio 2009-2011 (SIS-ROH registou 10%
mais óbitos que o censo hospitalar), permitindo avaliar de maneira fiável a mudança de alguns dados
no tempo. Houve uma diminuição importante de óbitos entre os admitidos em urgência (de 60%
para 35%) e os nascimentos, com um aumento importante de óbitos entre transferidos por outras
unidades de saúde; houve também diminuição da percentagem de óbitos nas primeiras 48 horas (de
45% para 37%). Isso poderia estar ligado ao esforço de utilizar cada vez mais o HCM como hospital
de referência e menos como primeiro ponto de assistência. As doenças infecciosas são a causa
principal desde 2008, com um pico de 38% no ano de 2009 e uma prevalência de 31% no ano de
2011. A principal causa de óbito é a doença pelo HIV, que está em ligeiro declínio depois de 2009
(causou 35% dos óbitos em 2008, 29% dos óbitos em 2009 e 24% em 2010 e 2011). As afecções do
período perinatal mostram um leve mas constante aumento desde 2008. Entre as causas de óbitos
neonatais, os óbitos por imaturidade extrema (<28 semanas) estão em ascensão sendo 11% em
2009, 15% em 2010 e 25% no ano de 2011. As doenças do aparelho circulatório, as neoplasias e a
GPP mostram um aumento leve mas constante. Desde 2009 até 2011 nota-se um aumento de óbitos
por hipertensão essencial e uma diminuição dos por malária por p. falciparum: estes dados parecem
coerentes com a modificação do perfil epidemiológico das causas de óbitos em área urbana.
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Analisando as causas directas, observa-se que a causa principal é a septicemia NE e a septicemia do
recém-nascido, ambas com tendência a aumentar de 2009 até 2011.
Cobertura e qualidade
A representatividade dos dados do SIS-ROH para a mortalidade nacional tem limitações porque o
SIS-ROH ainda não foi instalado em todos os hospitais e, por enquanto, abrange somente os óbitos
intra-hospitalares (estimados ser cerca de um quinto de todos os óbitos). Na base da comparação
dos dados do SIS-ROH e os dados estimados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) ou estudos
nacionais como o INCAM (Inquérito Nacional sobre Causas de Mortalidade), o SIS-ROH tem uma
cobertura geral de 4% de todos os óbitos anuais em Moçambique; a cobertura é de 5% para os
óbitos infantis e 12% para os óbitos neonatais. A cobertura não é homogénea em todas as
províncias, sendo igual ou menor de 3% na maioria das províncias e muito alta nas províncias de
Maputo Cidade (43%) e Maputo Província (15%). A comparação entre SIS-ROH e INCAM mostra que
a proporção dos óbitos devido a HIV/SIDA é parecida.
Em geral a qualidade dos dados é boa. O número de óbitos cuja causa básica foi mal definida
(codificada como “Sintomas, sinais e achados anormais” e “Fatores que influenciam o estado de
saúde”), codificada com códigos “lixo” ou condições pouco prováveis é limitado, sendo em total
menos de 5%. A plausibilidade entre causa básica e causa directa é muito alta e sugere ausência de
erros sistemáticos na atribuição das causas de óbito. Cerca a metade dos óbitos por causas externas
foram codificadas utilizando códigos de “Consequências de causas externas” limitando a
possibilidade de obter estatísticas sobre o tipo de causa externa (ex. acidentes de transporte,
quedas, etc.). A qualidade de dados poderá ser mantida e melhorada através de algumas validações
automáticas já incluídas no aplicativo SIS-ROH e da promoção de algumas ferramentas como o
mICD-10 que permitem fácil acesso aos código CID-10 por parte do pessoal que preenche os COs e
que codifica as causas. Nos locais onde a formação sobre a codificação CID-10 e a supervisão sejam
problemáticas, uma lista standard de códigos seleccionados e agregados poderá ser introduzida.
Em conclusão, o SIS-ROH fornece informações sobre a mortalidade intra-hospitalar que podem guiar
decisões a nível de gestão hospitalar, de gestão dos pacientes no território e de gestão dos
programas de saúde pública. Apesar duma cobertura do sistema ainda baixa, o mesmo teve um bom
desempenho: em 3 anos foi expandido a 18 hospitais em todo o pais fornecendo dados de boa
qualidade. Actualmente a cobertura do SIS-ROH é já muito alta para os residentes da Cidade e
Província de Maputo e os dados podem ser considerados representativos da mortalidade intra-
hospitalar nesta área, permitindo medir directamente e monitorar as mudanças no perfil
epidemiológico da população no que diz respeito à mortalidade específica por causa e o impacto de
programas de controlo de condições como HIV/SIDA. Actualmente a cobertura do SIS-ROH é
também bastante elevada para os óbitos neonatais; as informações sobre as causas de morte
podem ser orientadoras para a saúde materno-infantil e o fortalecimento dos cuidados pediátricos
neonatais nos hospitais. No imediato, o plano para aumentar a abrangência do sistema inclui a sua
instalação em todos os hospitais até 2014 e o registo dos óbitos extra-hospitalares por causas
externas (violentas ou acidentes) até 2013. A médio/longo prazos, com a devida coordenação com
outros setores dentre os quais o Registo Civil, o SIS-ROH tem condições para tornar-se no sistema de
registo de todos os óbitos nacionais para os quais será preenchido um certificado de óbito ou outro
documento oficial nacional com indicação de causas ou circunstâncias de óbito.
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2. Introdução
Em 2008 o Ministério da Saúde (MISAU) através do Departamento de Informação para a Saúde (DIS)
da Direcção de Planificação e Cooperação (DPC) e o MOASIS (Mozambican Open Architectures,
Standards and Information Systems)1 embarcaram numa parceria visando o desenvolvimento de
iniciativas e sistemas que facilitem o processo de gestão no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e
contribuam para o sucesso das políticas nacionais de saúde. Um dos sistemas desenvolvidos no
âmbito desta parceria é o “Sistema de Registo de Óbitos Hospitalares” (SIS-ROH) - um sistema de
recolha de dados e um aplicativo informático desenvolvido pelo MOASIS para apoiar o MISAU na
obtenção e tratamento de informação relevante para o conhecimento das causas de morte das
unidades sanitárias do SNS de nível II, III e IV (Hospitais). O SIS-ROH é uma evolução do projeto piloto
de introdução da codificação CID-10 para as causas de morte implementado no Hospital Geral de
Mavalane em 2006, posteriormente melhorado, informatizado e expandido ao Hospital Central de
Maputo no ano de 2007.
Com início em 2008 o SIS-ROH foi desenvolvido como sistema mais abrangente que permite o
registo electrónico individual de cada óbito ocorrido dentro dos Hospitais do Serviço Nacional de
Saúde (SNS), fazendo uso da codificação internacional CID-10, e recolhe variáveis mínimas para a
realização de estatísticas de saúde nomeadamente relacionadas com as causas de morte,
importante suporte para melhorar a qualidade da atenção hospitalar e ajuste das políticas de saúde
pública a nível nacional e regional.
No início o sistema baseava-se sobre uma ficha de recolha ´ad hoc´ sendo o certificado de óbito (CO)
oficial pouco ou nada utilizado; ademais, somente uma cópia do CO era preenchida e transferida
para o registo civil, não podendo ser utilizada para o armazenamento de dados localmente, no
sector de saúde. Sucessivamente, no ano de 2009, como consequência positiva da introdução do SIS-
ROH o CO foi revisto em termos de conteúdos e procedimentos: actualmente 3 cópias (vias) são
preenchidas e uma destas é arquivada no Hospital onde acontece o evento de morte e é assim usada
como fonte que alimenta o SIS-ROH sem necessidade de uma ficha específica. Por conseguinte, a
actual fonte de dados e único input para o SIS-ROH é o novo Certificado de Óbitos (CO) (Mod. SIS-
D06). Na actualidade o SIS-ROH regista somente os óbitos que acontecem nos hospitais, entre os
pacientes ou pessoas internados; todavia o CO é um documento oficial a ser preenchido para todos
os óbitos, intra e extra-hospitalares, e o SIS-ROH tem condições para tornar-se no sistema de registo
de toda a mortalidade nacional.
O sistema assim reformado teve uma rápida aceitação pelos utilizadores e foi adoptado a nível
nacional e apresentado em vários fóruns internacionais como exemplo de boas práticas.
Esta é pois a primeira análise completa e exaustiva dos dados estatísticos do SIS-ROH, recolhidos
desde o ano de 2009 até 2011 em todos os hospitais onde o SIS-ROH foi instalado com base do plano
de expansão então elaborado e acordado.
1 MOASIS é uma organização moçambicana sem fins lucrativos ligada à investigação e prestação de serviços,
filiada à Universidade ‘Eduardo Mondlane’ (UEM) e integrante duma rede que persegue o objectivo de fortalecer as capacidades africanas na área de e-Health envolvendo os sectores público, privado e de investigação.
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3. Objectivos da análise
A análise que a seguir se apresenta tem como objectivos essenciais:
Apresentar os principais resultados de nível nacional, em todos os hospitais, nos anos 2010-
2011;
Apresentar a evolução de alguns indicadores no tempo para o Hospital Central de Maputo;
Avaliar a qualidade e cobertura dos dados do SIS-ROH.
4. Metodologia utilizada para apuração dos dados
Foi feita uma análise descritiva das bases de dados dos óbitos dos anos 2009-2011 fornecidas pelos
principais hospitais do país onde o SIS-ROH foi instalado e está sendo usado.
Para a apresentação dos dados nacionais foram utilizados os dados grupados dos anos 2009, 2010 e
2011 de todos os hospitais cuja base de dados estava disponível. Todavia, para apresentação de
indicadores estratificados por hospital, foram selecionados somente os dados de 2010 e 2011, sendo
que só o Hospital Central de Maputo tem dados para o ano 2009. A comparação entre 2010 e 2011
não será apresentada neste trabalho porque para 2010 alguns dos hospitais têm uma base de dados
de menos de 12 meses, isto devido à expansão gradual do SIS-ROH no País ao longo do ano 2010;
todavia os dados de 2010 e 2011 foram confrontados em termos de distribuição por principais
características (causas de morte, sexo, faixa etária, etc.) tendo resultado serem muito parecidos.
Alguns indicadores selecionados foram analisados estratificados por hospital para permitir uma
comparação entre as unidades sanitárias e como proxy para uma comparação entre províncias.
Para o Hospital Central de Maputo, foram analisados os dados do triénio 2009-2011 permitindo
assim a análise da tendência de alguns indicadores neste triénio. Os dados do censo diário hospitalar
(contagem a cada 24 horas do número de camas ocupadas) foram utilizados para: 1) calcular a taxa
de mortalidade intra-hospitalar (geral e por departamento); 2) confrontar o número de óbitos
registados através do censo diário e pelo SIS-ROH e obter uma avaliação da cobertura do SIS-ROH no
HCM.
Nas análises sobre causa básica de óbito não foram retirados os capítulos de causas mal definidas e
os dois capítulos que não podem, segundo a OMS, serem classificados como causa básica do óbito:
“XIX. Lesões, envenenamento e algumas outras consequências de causas externas” e “XXI. Factores
que influenciam o estado de saúde e o contato com os serviços de saúde”, pretendendo assim
quantificar os óbitos que foram impropriamente classificados com o objectivo de usar os dados para
melhorar a qualidade de dados do SIS-ROH.
Análise da mortalidade nacional intra-hospitalar - Moçambique - SIS-ROH 2009-2011
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5. Resultados gerais
5.1 Secção I – Análise dos dados nacionais
5.1.1 Resultados gerais
Até Agosto 2012 o SIS-ROH foi implementado em 17 dos 53 hospitais do país (32%), ou seja em
todos os 3 hospitais centrais, todos os 7 hospitais provinciais, 4 dos 6 hospitais gerais, 3 dos 27
hospitais rurais, e nenhum dos hospitais distritais e especializados. Os dados incluídos na presente
análise são de 10 destes 17 hospitais (equivalentes a 19% de todos os hospitais de Moçambique). Os
3 hospitais rurais foram excluídos porque o SIS-ROH foi implementado somente em 2012 e não
tinham dados de 2010-2011; as bases de dados do Hospital Provincial de Tete e dos Hospitais Gerais
de Chamanculo (Cidade de Maputo), Machava (Província de Maputo) e Mavalane (Cidade de
Maputo) não estavam disponíveis para esta análise devido a: (i) problemas de perda de dados na
sequência do roubo do computador onde estava fisicamente colocada a base de dados, (ii)
problemas técnicos e (iii) falta de introdução atempada de dados por falta de pessoal dedicado. Com
exclusão de Tete e Maputo Província, todas as outras províncias estão representadas.
A tabela 1 mostra o número de óbitos registados no SIS-ROH por hospital e por ano e incluídos nesta
análise.
Tabela 1 - Número de óbitos registados no SIS-ROH, por hospital e por ano
Hospital Província Ano
Total 2009 2010 2011
Central de Beira (HCB) Sofala - 1480 1911 3391
Central de Maputo (HCM) Maputo Cidade 5259 4970 5279 15508
Central de Nampula (HCN) Nampula - 72 945 1017
Geral de José Macamo (HGJM) Maputo Cidade - - 2657 2657
Provincial de Chimoio (HPC) Manica - - 616 616
Provincial de Inhambane (HPI) Inhambane - 313 453 766
Provincial de Lichinga (HPL) Niassa - 522 838 1360
Provincial de Pemba (HPP) Cabo Delgado - 242 268 510
Provincial de Quelimane (HPQ) Zambézia - 1270 1413 2683
Provincial de Xai-Xai (HPX) Gaza - 126 683 809
Total 5259 8995 15063 29317
O ratio de óbitos entre homens e mulheres é 1.3 em geral, com uma variação (range) entre 0.99 no
hospital provincial de Xai-Xai e 1.77 no hospital central de Nampula, mostrando uma prevalência de
óbitos registados no sexo masculino. Os óbitos sem informação sobre o sexo são menos de 1% em
todos os hospitais com excepção do hospital provincial de Lichinga onde falta a informação para
3.8% dos óbitos (fig.1).
Análise da mortalidade nacional intra-hospitalar - Moçambique - SIS-ROH 2009-2011
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Figura 1 – Distribuição dos óbitos registados no SIS-ROH, por hospital e sexo, 2009-2011
A idade média de óbito é 26.7 anos, com uma variação entre 18.1 e 33.1 entre os vários hospitais.
Em muitos hospitais e especialmente nos hospitais de Nampula, Chimoio e Lichinga a média
desacosta-se muito da idade mediana, sugerindo que a distribuição da idade dos óbitos não é
normal (gaussiana) (tab.2). De facto, a distribuição por idade mostra dois picos, nas crianças e nos
jovens-adultos, como discutido a seguir.
Tabela 2 – Idade média e idade mediana de óbito por hospital, 2009-2011
Hospital Idade Média Idade Mediana
HC Beira 27.3 27
HC Maputo 30.5 28
HC Nampula 18.1 28
HG José Macamo 22.2 27
HP Chimoio 20.9 27
HP Inhambane 33.1 28
HP Lichinga 19.1 28
HP Pemba 28.3 28
HP Quelimane 30.7 28
Total 26.7 27
A distribuição por idade dos óbitos mostra uma mortalidade intra-hospitalar elevada nas crianças
com menos de um ano (28%); a seguir as faixas de idade com mais mortalidade são os jovens
adultos de 25-34 anos (16%) e de 35-44 anos (13%). No âmbito da mortalidade infantil, a
mortalidade neonatal precoce é a mais importante representando 17% de todas as mortes intra-
hospitalares. (Fig.2)
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Não especificado
Masculino
Feminino
Análise da mortalidade nacional intra-hospitalar - Moçambique - SIS-ROH 2009-2011
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Figura 2 – Distribuição dos óbitos registados no SIS-ROH, por faixa etária, 2009-2011
A distribuição por idade é parecida em todos os hospitais, todavia algumas faixas etárias têm piques
em alguns hospitais; nomeadamente a mortalidade neonatal precoce oscila entre menos de 5% nos
hospitais de Inhambane e Xai-Xai até mais de 26% nos hospitais de Chimoio e José Macamo.
Também na faixa etária de 1-4 anos tem uma grande variabilidade, indo de 5% nos hospitais da Beira
e Quelimane a 19% no hospital de Nampula (fig.3)
Figura 3 – Percentagem de óbitos registados no SIS-ROH, por faixa etária e hospital, 2009-2011
A distribuição dos óbitos por província de residência mostra que mais da metade dos óbitos é
residente na Cidade de Maputo (40%), na Província de Maputo (12%) e de Sofala (14%); sendo todas
as outras províncias sub-representadas, especialmente pensando que províncias como Nampula e
Zambézia têm 20% e 19% da população do Moçambique, respectivamente (tab.3).
1-4 7%
5-14 4%
15-24 8%
25-34 16%
35-44 13%
45-54 10%
55-64 7%
65+ 8%
0-7d 17%
8-28d 4%
29d-12m 7%
<1 28%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%HCB
HCM
HCN
HGJM
HPC
HPI
HPL
HPP
HPQ
HPX
Análise da mortalidade nacional intra-hospitalar - Moçambique - SIS-ROH 2009-2011
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Tabela 3 – Distribuição dos óbitos por província de residência (2010-2011) e comparação com a distribuição da população por província em Moçambique (população projectada para o ano 2012 – Instituto Nacional de Estatística)
Província de residência Numero % População projectada. 2012 (INE)
%
Cabo Delgado 508 2% 1.797.335 8%
Cidade de Maputo 9664 40% 1.194.121 5%
Gaza 908 4% 1.344.095 6%
Inhambane 876 4% 1.426.684 6%
Manica 617 3% 1.735.351 7%
Província de Maputo 3005 12% 1.506.442 6%
Nampula 1005 4% 4.647.841 20%
Niassa 1364 6% 1.472.387 6%
Sofala 3339 14% 1.903.728 8%
Tete 23 0% 2.228.527 9%
Zambézia 2749 11% 4.444.204 19%
Total 24058 23.700.715
0.2% dos óbitos são de estrangeiros. 99.4% dos óbitos ocorreram em indivíduos de raça negra.
Observando a correspondência entre província de residência e província onde se encontram os
hospitais, nota-se que o Hospital Central de Maputo e o Hospital Geral José Macamo têm um
excesso de óbitos não residentes em Maputo Cidade, o 23% dos quais são residentes na Província de
Maputo; em reflexo, os hospitais em Gaza e Inhambane tem um número de óbitos totais inferior ao
número de óbitos residentes na mesma província (fig.4). Este achado é consequencial ao forte papel
de hospital de referência para toda a Região Sul do HCM e a vizinhança do HGJM à Província de
Maputo; infelizmente faltam os dados dos hospitais situados na Província de Maputo para dispôr de
um quadro ainda mais claro do fluxo dos pacientes nesta Região.
A análise do fluxo de pacientes que morrem nos hospitais na Região Norte é afectada pela falta de
dados do Hospital Provincial de Tete.
Análise da mortalidade nacional intra-hospitalar - Moçambique - SIS-ROH 2009-2011
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Figura 4 – Discrepância entre os óbitos totais registados nos hospitais de cada província e os óbitos
por província de residência dos falecidos, 2010-2011
Globalmente, os tipos de admissão mais frequentes para os doentes que morrem durante o
internamento são “admissão urgente dum serviço de urgência” (58%) e “transferência doutra
unidade sanitária” (22%; somente para uma pequena percentagem é especificado se a transferência
foi em modalidade urgente ou normal) (fig. 5).
Figura 5 – Distribuição dos óbitos por tipo de admissão, 2009-2011
Na maioria dos hospitais o tipo de admissão “urgente dum serviço de urgência” é o mais frequente,
com excepção dos hospitais de Inhambane e Pemba onde os nascimentos e consultas externas são
as mais frequentes. Esta diferença poderia depender duma real diferença de organização e gestão
-400
-300
-200
-100
0
100
200
300
400
500
600
Cab
o D
elga
do
C. d
e M
apu
to
Gaz
a
Inh
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Man
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Pro
v. M
apu
to
Nam
pu
la
Nia
ssa
Sofa
la
Tete
Zam
béz
ia
Nascimento nesta US
11%
Normal das Consultas Externas
3% Normal de outras US
0.5%
Sem informação 3%
Transferência doutra US
20%
Urgente de consultas externas
3% Urgente doutra
US 2%
Urgente dum serviço de urgência
58%
Residência em uma província
diferente da onde se encontra o
hospital onde aconteceu o óbito
Residência na mesma
província
Análise da mortalidade nacional intra-hospitalar - Moçambique - SIS-ROH 2009-2011
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dos hospitais e dos serviços territorial ou de uma errada codificação e atribuição de tipo de admissão
(fig.6).
Figura 6 – Distribuição do número de óbitos por hospital e por tipo de admissão (agrupamento em
3 grupos), 2010-2011
A comparação entre tipo de hospital mostra um padrão de distribuição do tipo de admissão
substancialmente parecido entre os vários níveis de assistência hospitalar (fig.7). É esperado que o
perfil dos hospitais centrais (nível IV) e provinciais (nível III) seja parecido. No entanto, surpreende
que não haja uma diferença maior entre hospitais centrais, - onde deveria prevalecer as
transferências doutra unidade de saúde para cuidados especializados -, e hospitais gerais (nível II),
onde deveriam prevalecer as urgências. Infelizmente, nesta fase de implementação do SIS-ROH,
ainda a comparação entre o nível IV e nível II é possível somente para Maputo e os achados não são
estendíveis às outras províncias.
Figura 7 – Distribuição em percentagem dos óbitos por tipo de hospital (hospitais centrais – HC,
provinciais –HP e gerais – HG) e por tipo de admissão (agrupamento em 3 grupos), 2010-2011
0
1000
2000
3000
4000
5000
HCB HCM HCN HGJM HPC HPI HPL HPP HPQ HPX
Transferencia doutra US Nascimentos e consultas externas
Urgente dum servico de urgencia
3448 816
1174
2053
520
1323
8346 1321
4247
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
HC HG HP
Urgente dum servico deurgencia
Nascimentos e consultasexternas
Transferencia doutra US
Análise da mortalidade nacional intra-hospitalar - Moçambique - SIS-ROH 2009-2011
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A distribuição dos óbitos por mês foi analisada só para o ano de 2011 porque, ao longo dos anos
anteriores, o SIS-ROH foi implementado cada vez em mais hospitais, portanto a tendência de
aumento de óbitos de janeiro até dezembro é fictícia. Em 2011 o número de óbitos parece ser maior
entre julho e outubro (fig.8). Esta tendência é difícil de ser explicada porque este período não
corresponde ao pico epidémico de algumas doenças infecciosas nem com o período das chuvas e
cheias, nem mesmo com o pique de frio. Analisando as curvas por cada hospital, os hospitais com
um padrão parecido ao geral, são o Hospital Central de Beira (Sofala) e o Hospital Provincial de
Chimoio (Manica): nestes hospitais este efeito poderia ser explicado pelo fortalecimento do SIS-ROH
durante o ano de 2011 (fig.9). No Hospital Geral de ´José Macamo’ (Cidade de Maputo) a diminuição
de casos em dezembro parece claramente ligada a um atraso na introdução de dados estatísticos de
um mês no sistema. O registo de mortalidade parece não ter ainda uma cobertura de dados que
permita interpretar tendências sazonais de mortalidade.
Figura 8 – Distribuição de todos os óbitos por mês, ano-2011
Figura 9 – Distribuição dos óbitos por mês e hospital, ano-2011
A análise dos óbitos por departamentos e serviços de internamento não é possível a nível nacional
por falta de padronização da estrutura organizacional hospitalar que não permitiu a codificação dos
departamentos e serviços. Ademais, com excepção do Hospital Central de Maputo - cuja análise é
1000
1100
1200
1300
1400
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dec
0
100
200
300
400
500
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dec
HCB
HCM
HCN
HGJM
HPC
HPI
HPL
HPP
HPQ
HPX
Análise da mortalidade nacional intra-hospitalar - Moçambique - SIS-ROH 2009-2011
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mostrada a seguir, - não foi possível obter os dados de internamentos e então foi impossível calcular
a taxa de mortalidade específica por departamento/serviço.
43% dos óbitos aconteceu nas primeiras 48 horas de internamento, com uma variação entre um
mínimo de 29% em Xai-Xai (Província de Gaza) e um máximo de 58% em Chimoio (Província de
Manica). Na maioria dos hospitais, a mortalidade nas primeiras 48 horas é maior nos
departamentos/serviços de urgência, mesmo se a diferença é muito pequena em alguns dos
hospitais (Hospital Central da Beira, Hospitais Provincial de Chimoio e Provincial de Inhambane) (fig.
10).
Figura 10 – Distribuição dos óbitos por intervalo de tempo entre internamento e morte, por
departamentos/serviços de urgência e não urgência, por hospital, 2010-2011 (a análise foi feita
para os hospitais que permitiam diferenciar claramente entre serviços de urgência e normais)
A análise das causas básicas de óbito, grupadas na base dos capítulos CID-10, mostra que mais do
que um terço dos óbitos é devido a doenças infecciosas e parasitárias e quase um quinto é devido a
afecções originadas no período perinatal; 43% dos óbitos é devida a todas as outras causas, entre as
quais as principais são as doenças do aparelho circulatório, do aparelho respiratório e neoplasias
(tab.4).
Tabela 4 – Distribuição dos óbitos por causa básica de morte (capítulo CID-10), 2009-2011
Causa básica de óbito (capitulo CID-10) Número % % Cumulativa
Doenças infecciosas 11110 37.9 37.9
Afecções do período perinatal 5448 18.6 56.5
Doenças do aparelho circulatório 2369 8.1 64.6
Doenças do aparelho respiratório 1534 5.2 69.8
Neoplasias 1391 4.7 74.5
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Não
urg
enci
a
Urg
enci
a
Não
urg
enci
a
Urg
enci
a
Não
urg
enci
a
Urg
enci
a
Não
urg
enci
a
Urg
enci
a
Não
urg
enci
a
Urg
enci
a
Não
urg
enci
a
Urg
enci
a
Não
urg
enci
a
Urg
enci
a
Não
urg
enci
a
Urg
enci
a
Não
urg
enci
a
Urg
enci
a
HCB HCM HCN HGJM HPC HPI HPL HPQ HPX
>48h
<48h
Análise da mortalidade nacional intra-hospitalar - Moçambique - SIS-ROH 2009-2011
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Causa básica de óbito (capitulo CID-10) Número % % Cumulativa
Doenças endócrinas e nutricionais 1093 3.7 78.3
Consequências de causas externas 971 3.3 81.6
Causas externas 793 2.7 84.3
Doenças do sistema nervoso 739 2.5 86.8
Doenças hematológicas e imunitárias 737 2.5 89.3
Doenças do aparelho digestivo 643 2.2 91.5
Gravidez, parto e puerpério 525 1.8 93.3
Sintomas, sinais e achados anormais 481 1.6 94.9
Doenças do aparelho geniturinário 431 1.5 96.4
Malformações congênitas e anomalias cromossômicas 361 1.2 97.6
Factores que influenciam o estado de saúde 159 0.5 98.2
Não especificada 132 0.5 98.6
Doenças do sistema osteomuscular 124 0.4 99.1
Doenças do olho e anexos 94 0.3 99.4
Doenças da pele e do subcutâneo 90 0.3 99.7
Transtornos mentais 81 0.3 100.0
Doenças do ouvido e da mastóide 11 0.0 100.0
Total 29317
A análise das causas básicas de óbito por capítulos CID-10 mostra um padrão parecido na maioria
dos hospitais, sendo as doenças infecciosas e as afecções do período perinatal as mais prevalentes
(anexos 1). Todavia, alguns hospitais têm características salientes. Os hospitais provinciais de
Quelimane e Xai-Xai têm uma percentagem de óbitos por doenças infecciosas significativamente
mais elevada da média nacional (57% e 65% respectivamente). Ao contrário, o Hospital de
Inhambane tem uma percentagem significativamente menor de óbitos por doenças infecciosas
(23%) e significativamente maior de óbitos por doenças do aparelho cardiovascular (13%). A
proporção de óbitos por afecções perinatais é significativamente muito maior no Hospital Geral
´José Macamo´ (29%) e muito menor no Hospital Provincial de Inhambane (4%).
As tabelas 5 e 6 permitem uma comparação da distribuição dos óbitos por causa básica
(agrupamento dos capítulos do CID-10) entre todos os hospitais incluídos nesta análise.
Tabela 5 – Número de óbitos por causa básica de morte (capitulo CID-10) e hospital, 2010-2011
Causa básica (Capítulo CDI-10)
HCB HCM HCN HGJM HPC HPI HPL HPP HPQ HPX Total
D. infecciosas 1056 3158 504 1280 256 176 444 215 1517 524 9130
Afecções do período perinatal 843 2008 125 764 167 34 291 72 270 34 4608
D. hematológicas e imunitárias
257 98 45 56 11 41 49 7 95 14 673
Neoplasias 221 654 23 27 2 104 28 8 60 26 1153
D. do aparelho respiratório 209 409 86 161 40 50 129 43 121 29 1277
D. do aparelho circulatório 141 1148 60 100 19 97 71 28 118 49 1831
D. endócrinas e nutricionais 102 393 52 90 20 41 79 22 68 28 895
Análise da mortalidade nacional intra-hospitalar - Moçambique - SIS-ROH 2009-2011
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Causa básica (Capítulo CDI-10)
HCB HCM HCN HGJM HPC HPI HPL HPP HPQ HPX Total
D. do sistema nervoso 94 258 28 26 12 45 32 8 68 13 584
D. do sistema osteomuscular 73 23 2 2 3 2 6 5 116
Fatores que influenciam o estado de saúde
58 47 1 1 4 3 15 129
Consequências de causas externas
50 288 12 22 17 57 62 39 98 39 684
D. do aparelho digestivo 50 300 23 9 4 17 40 17 47 14 521
Sintomas, sinais e achados anormais
47 140 16 36 14 39 37 20 43 7 399
Malformações congênitas e anomalias cromossômicas
46 189 7 18 3 5 6 15 1 290
D. do olho e anexos 40 7 3 2 1 16 20 3 92
Causas externas 29 474 12 6 16 14 16 11 25 8 611
Gravidez, parto e puerpério 26 254 5 28 33 14 38 9 90 9 506
Transtornos mentais 17 19 2 8 - 1 6 2 6 2 63
D. do aparelho geniturinário 15 224 7 16 - 6 7 6 15 5 301
D. da pele e do subcutâneo 13 39 4 5 1 2 3 2 2 71
D. do ouvido e da mastóide 4 3 - - - - - - 1 - 8
Não Especificada - 116 - - - - - - - - 116
Total 3391 10249 1017 2657 616 766 1360 510 2683 809 24058
Tabela 6 – Percentagem de óbitos por causa básica de morte (capítulo CID-10) e hospital, 2010-
2011
Causa básica (Capítulo CDI-10) HCB HCM HCN HGJM HPC HPI HPL HPP HPQ HPX Total
D. infecciosas 31.1 30.8 49.6 48.2 41.6 23.0 32.6 42.2 56.5 64.8 37.9
Afecções do período perinatal 24.9 19.6 12.3 28.8 27.1 4.4 21.4 14.1 10.1 4.2 19.2
D. hematológicas e imunitárias 7.6 1.0 4.4 2.1 1.8 5.4 3.6 1.4 3.5 1.7 2.8
Neoplasias 6.5 6.4 2.3 1.0 0.3 13.6 2.1 1.6 2.2 3.2 4.8
D. do aparelho respiratório 6.2 4.0 8.5 6.1 6.5 6.5 9.5 8.4 4.5 3.6 5.3
D. do aparelho circulatório 4.2 11.2 5.9 3.8 3.1 12.7 5.2 5.5 4.4 6.1 7.6
D. endócrinas e nutricionais 3.0 3.8 5.1 3.4 3.2 5.4 5.8 4.3 2.5 3.5 3.7
D. do sistema nervoso 2.8 2.5 2.8 1.0 1.9 5.9 2.4 1.6 2.5 1.6 2.4
D. do sistema osteomuscular 2.2 0.2 0.2 0.1 0.0 0.4 0.1 0.0 0.2 0.6 0.5
Fatores que influenciam o estado de saúde
1.7 0.5 0.1 0.0 0.0 0.5 0.2 0.0 0.6 0.0 0.5
Consequências de causas externas 1.5 2.8 1.2 0.8 2.8 7.4 4.6 7.6 3.7 4.8 2.8
D. do aparelho digestivo 1.5 2.9 2.3 0.3 0.6 2.2 2.9 3.3 1.8 1.7 2.2
Sintomas, sinais e achados anormais
1.4 1.4 1.6 1.4 2.3 5.1 2.7 3.9 1.6 0.9 1.7
Malformações congênitas e anomalias cromossômicas
1.4 1.8 0.7 0.7 0.5 0.7 0.4 0.0 0.6 0.1 1.2
D. do olho e anexos 1.2 0.1 0.3 0.1 0.2 2.1 1.5 0.0 0.1 0.0 0.4
Causas externas 0.9 4.6 1.2 0.2 2.6 1.8 1.2 2.2 0.9 1.0 2.5
Gravidez, parto e puerpério 0.8 2.5 0.5 1.1 5.4 1.8 2.8 1.8 3.4 1.1 2.1
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Causa básica (Capítulo CDI-10) HCB HCM HCN HGJM HPC HPI HPL HPP HPQ HPX Total
Transtornos mentais 0.5 0.2 0.2 0.3 0.0 0.1 0.4 0.4 0.2 0.2 0.3
D. do aparelho geniturinário 0.4 2.2 0.7 0.6 0.0 0.8 0.5 1.2 0.6 0.6 1.3
D. da pele e do subcutâneo 0.4 0.4 0.4 0.2 0.2 0.3 0.0 0.6 0.1 0.2 0.3
D. do ouvido e da mastóide 0.1 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Não Especificada 0.0 1.1 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.5
Total 3391 10249 1017 2657 616 766 1360 510 2683 809 24058
Comparando os óbitos em hospitais de nível diferente aferentes ao mesmo território, o Hospital
Central de Maputo (nível IV) e Hospital Geral ´José Macamo´ (nível II), a distribuição por
agrupamentos de causas parece ser coerente com o nível de especialização: o HGJM apresenta uma
mortalidade elevada por doenças infecciosas (notavelmente HIV) e doenças perinatais; o HCM
regista um número de óbitos considerável também por outras causas (doenças do aparelho
circulatório, causas externas, neoplasias) sugerindo que esta unidade sanitária esta a ser utilizada
como hospital de referência para casos que requerem cuidados mais especializados (tab.7). Estes
dados sugerem também a necessidade de fortalecer os cuidados para doentes com HIV e os
cuidados neonatais a nível dos hospitais de nível II, pelo menos na província de Maputo Cidade .
Todavia, este tipo de comparação deveria ser feito em conjunto com dados sobre a morbilidade para
poder guiar recomendações sobre a gestão dos doentes no território.
Tabela 7 – Distribuição dos óbitos por causa básica de morte (capítulo CID-10) nos hospitais
Central de Maputo e Geral José Macamo, em número, percentagem e intervalos de confiança 95%,
2010-2011
Hosp. Geral José Macamo Hosp. Central de Maputo
Causa de morte No. % CI95% No. % CI95%
Afecções do período perinatal 764 29% 27% 31% 2848 18% 18% 19%
Causas externas 28 1% 1% 2% 1231 8% 7% 9%
Doenças do aparelho circulatório 100 4% 3% 5% 1686 11% 10% 11%
Doenças do aparelho digestivo 9 0% 0% 1% 422 3% 2% 3%
Doenças do aparelho geniturinário 16 1% 0% 1% 354 2% 2% 3%
Doenças do aparelho respiratório 161 6% 5% 7% 666 4% 4% 5%
Doenças do sistema nervoso 26 1% 1% 1% 413 3% 2% 3%
Doenças infecciosas 1280 48% 46% 50% 5138 33% 32% 34%
Neoplasias 27 1% 1% 2% 892 6% 5% 6%
Uma comparação entre níveis hospitalares à escala nacional é mais difícil de interpretar não só
porque os dados não são representativos para o nível II (só 1 hospital incluído nesta categoria) mas
também porque os dados de mortalidade deveriam ser analisados em conjunto com dados sobre a
morbilidade. Todavia pode-se observar que no nível IV, mais especializado, os óbitos por doenças
infecciosas são menos frequentes que nos outros níveis (32% contra 46-48%), e os por doenças do
aparelho circulatório são mais frequentes (9% contra 6-4%); também os óbitos por neoplasias e
causas externas são mais frequentes nos níveis de atendimento mais elevados (tab.8).
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Tabela 8 – Distribuição dos óbitos por causa básica de morte (capitulo CID-10) e nível de hospital,
em número, percentagem e intervalos de confiança 95%, 2010-2011
Hospital Central (nível IV)
Hospital Provincial (nível III)
Hospital Geral (nível II)
Causa de morte No. % CI95% No. % CI95% No. % CI95%
Doenças infecciosas
4718 32% 31% 33% 3132 46% 45% 48% 1280 48% 46% 50%
Afecções do período perinatal
2976 20% 20% 21% 868 13% 12% 14% 764 29% 27% 31%
Doenças do aparelho circulatório
1349 9% 9% 10% 382 6% 5% 6% 100 4% 3% 5%
Neoplasias 898 6% 6% 7% 228 3% 3% 4% 27 1% 1% 2%
Causas externas 865 6% 5% 6% 402 6% 5% 7% 28 1% 1% 2%
A seguir, a análise por causa básica de óbito é feita com maior detalhe. A estrutura da classificação
CID-10 permite ter uma descrição das causas de óbito extremamente detalhada (códigos de 4
dígitos), muito detalhada (códigos de 3 dígitos) e por grupamentos de patologias homogéneos
(bloques). Apresentamos a análise com estes 3 níveis de detalhe para dar uma ideia o mais completa
da mortalidade intra-hospitalar.
Utilizando as categorias de 4 dígitos da classificação CID-10 (o nível de codificação mais específico),
observa-se que 84 dos 2365 códigos2 registados na base de dados representam 70% de todas as
causas de óbitos (Anexo 2). As causas mais frequentes são doença pelo HIV - não especificada (17%),
recém-nascidos pré-termo (entre 28 e 37 semanas) (6%), hipertensão essencial (3%) e HIV
resultando em doenças infecciosas (2.5%). As outras doenças têm uma prevalência de 2% ou menor;
nesta comprida lista de causas de óbito, algumas de particular interesse para a saúde pública são:
gastroenterite de origem infecciosa presumível (1.5%), doenças pelo HIV resultando em infecções
múltiplas (1.4%) e outras doenças (1%), malária por plasmodium falciparum com ou sem
complicações cerebrais (respectivamente 1.1% e 1.0%), malária não especificada (0.8%), diabete
melito (0.7%), marasmo nutricional e Kwashiorkor marasmático (respectivamente 0.7% e 0.6%). A
tuberculose respiratória com e sem confirmação bacteriológica é respectivamente só 0.3% e 0.2%
das causas de óbito. A causa externa de óbito mais frequente é queimaduras (0.4%) e os acidentes
de transporte não especificados e quedas são ambos 0.2% das causas.
Entre as causas de óbito de interesse da gestão hospitalar pode-se evidenciar que a septicemia
bacteriana do recém-nascido, não especificada e genérica, causam respectivamente 1.1% e 0.7% dos
óbitos; a septicemia do adulto causa 0.5% dos óbitos.
2 No sistema de classificação CID-10, existem 12,455 códigos em total. Alguns não são admitidos como causas
de óbito.
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Utilizando as categorias de 3 dígitos da classificação CID-10, onde algumas condições são agrupadas
em categorias específicas3 (por exemplo todas as condições devidas a infecção por plasmodium
falciparum) é mais fácil individualizar grupos de causas de óbito que podem ter um interesse de
saúde pública. Observa-se que 37 dos 1088 códigos de 3 dígitos registados na base de dados
representam 70% de todas as causas de óbitos (tab.9). As causas mais frequentes são doença pelo
HIV (não especificada 17%, resultando em doenças infecciosas 7%, resultando em neoplasias
malignas 1%, resultando em outras doenças especificadas 1%, resultando em outras doenças 2%) e
transtornos relacionados com a gestação de curta duração e peso baixo ao nascer (9%). Entre
algumas das patologias de interesse de saúde pública, a malária por P. falciparum e não especificada
causa 4% dos óbitos e a TB 2,5% (2% por TB respiratória e 0.5% por TB miliar); entre as causas não
infecciosas a hipertensão essencial causa 3% dos óbitos e a diabete 1%.
Tabela 9 – Distribuição de todos os óbitos por causa básica de morte (categoria de 3 dígitos, CID-
10), numero, percentagem e percentagem cumulativa, 2009-2011
Código Descrição da causa de óbito Total % % Cum.
B24 Doença pelo HIV, não especificada 4850 17% 17%
P07 Transtornos relacionados com a gestação de curta duração e peso baixo ao nascer não classificados em outra parte
2774 9% 26%
B20 Doença pelo HIV, resultando em doenças infecciosas e parasitárias
2169 7% 33%
P21 Asfixia ao nascer 1093 4% 37%
J18 Pneumonia por microorganismo não especificada 897 3% 40%
I10 Hipertensão essencial (primária) 889 3% 43%
B50 Malária por plasmodium falciparum 795 3% 46%
P36 Septicemia bacteriana do recém-nascido 557 2% 48%
B23 Doença pelo HIV resultando em outras doenças 503 2% 50%
A09 Diarreia e gastroenterite de origem infecciosa presumível 445 2% 51%
B22 Doença pelo HIV resultando em outras doenças especificadas
402 1% 52%
I64 Acidente vascular cerebral, não especificado 350 1% 54%
A41 Outras septicemias 345 1% 55%
G00 Meningite bacteriana não classificada em outra parte 249 1% 56%
P95 Morte fetal de causa não especificada 240 1% 56%
E14 Diabetes mellitus não especificado 240 1% 57%
B21 Doença pelo HIV, resultando em neoplasias malignas 239 1% 58%
P20 Hipoxia intra-uterina 228 1% 59%
D64 Outras anemias 228 1% 60%
B54 Malária não especificada 228 1% 60%
V09 Pedestre traumatizado em outros acidentes de transporte e em acidentes de transporte não especificados
215 1% 61%
3 Algumas condições não têm um quarto dígito, sendo o código a 3 dígitos o máximo nível de especificação:
por exemplo A09=Diarreia e Gastroenterite de Origem Infecciosa Presumível ou I10=hipertensão primaria
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Código Descrição da causa de óbito Total % % Cum.
E41 Marasmo nutricional 213 1% 62%
C22 Neoplasia maligna do fígado e das vias biliares intra-hepáticas
206 1% 63%
A15 Tuberculose respiratória, com confirmação bacteriológica e histológica
203 1% 63%
J15 Pneumonia bacteriana não classificada em outra parte 193 1% 64%
E42 Kwashiorkor marasmático 189 1% 65%
A16 Tuberculose das vias respiratórias, sem confirmação bacteriológica ou histológica
188 1% 65%
N18 Insuficiência renal crônica 179 1% 66%
T30 Queimadura e corrosão, parte não especificada do corpo 176 1% 66%
D50 Anemia por deficiência de ferro 174 1% 67%
S06 Traumatismo intracraniano 169 1% 68%
I50 Insuficiência cardíaca 155 1% 68%
I42 Cardiomiopatias 149 1% 69%
111 Não especificado 132 0.5% 69%
A19 Tuberculose miliar 132 0.5% 70%
D84 Outras imunodeficiências 123 0.4% 70%
P22 Desconforto (angústia) respiratório(a) do recém-nascido 118 0.4% 70%
Outras doenças 8682 30% 100%
Apesar de uma diferença de distribuição das causas básicas entre hospitais, para a maioria dos hospitais as primeiras 15 causas da tabela acima, cobrem pelo menos a metade de todas as causas de óbito, indicando que o HIV e alguns transtornos perinatais são umas das causas mais frequentes. Vale a pena evidenciar que no Hospital Central de Nampula a malária por P. falciparum causa 15% dos óbitos (mais 1% por malária não especificada); ao contrário de todos os outros hospitais, o Hospital Provincial de Inhambane tem uma prevalência muito baixa de óbitos por HIV e nenhuma das causas de óbito totaliza mais de 5% (tab.10).
Tabela 10 – Distribuição dos óbitos por causa básica de morte (categoria de 3 dígitos, CID-10) e por
hospital, percentagem, 2009-2011
Código CID-10 (3 dígitos)
Hospitais (%)
HCB HCM HCN HGJM HPC HPI HPL HPP HPQ HPX
B24 4 18 14 21 12 5 5 4 27 37
P07 13 11 6 11 10 0.3 6 6 0 2
B20 11 6 1 13 21 0.1 13 19 4 6
P21 4 3 2 8 10 4 5 2 1 1
J18 3 2 6 5 5 5 5 6 3 2
I10 1 5 0.3 2 0 0.3 1 2 0 3
B50 1 2 15 2 4 0.3 5 5 4 4
P36 4 2 1 3 1 0 4 4 0.3 0.5
B23 3 0.2 2 4 0 0 0.3 0.4 6 11
A09 1 1 4 2 1 2 3 3 1 1
B22 3 0.5 1 2 0.5 0 1 0.4 6 1
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Código CID-10 (3 dígitos)
Hospitais (%)
HCB HCM HCN HGJM HPC HPI HPL HPP HPQ HPX
I64 1 2 1 1 2 1 1 1 1 0
A41 1 1 5 1 1 1 1 5 2 1
G00 0.3 1 1 0.2 0.5 0 0.4 0.2 0.1 1
P95 0 1 0 5 4 0 0 0 0.3 0
Outras causas 50 45 41 21 30 83 51 42 43 30
Um outro tipo de análise de dados é a análise por agrupamentos (bloques) de códigos CID-10 que
são um nível intermédio entre o agrupamento em capítulos e os códigos de 3 dígitos; mesmo
perdendo um nível fino de detalhe, mantém-se um nível de especificação suficiente para orientar
intervenções de saúde pública (tab.11). Sobre 239 agrupamentos que existem no sistema CID-10,
220 são registados na base de dados e 26 constituem 80% de todas as causas básicas de óbito. A
análise por bloques permite em um olhar ver o enorme impacto da doença por HIV, em todas as
suas manifestações clínicas, sobre a mortalidade intra-hospitalar: mais que um quarto dos óbitos
(28%) são relacionados com HIV/SIDA. Para poder fortalecer os cuidados para os doentes com
HIV/SIDA é importante tentar melhorar a codificação dos óbitos por HIV reduzindo o uso do código
genérico B24 e promovendo o uso dos códigos de quatro dígitos das categorias B20-B23 (B24 foi
utilizado para 17% dos óbitos e os códigos B20-B23 somente para 11%).
Além das observações sobre o HIV/SIDA, esta análise não acrescenta muito à tabela 9, por categoria
de 3 dígitos. Todavia vale a pena comentar que a quase totalidade dos transtornos relacionados com
a duração da gestação e crescimento fetal, 99% dependem de curta duração e baixo peso ao nascer.
No bloque “Gripe e pneumonia”, a Pneumonia por microorganismo não especificada é 77% do total
e a Pneumonia bacteriana não classificada em outra parte é 17%; entre os diabetes mellitus, 58% é
representado por diabetes mellitus não especificado; estes dois exemplos indicam que existe uma
baixa tendência a efectuar uma diagnose mais cuidadosa em algumas patologias. Esta tendência
pode depender da limitada capacidade diagnóstica (ex. por falta de laboratórios para análises
microbiológicas, bioquímicas ou serológicas) ou de um insuficiente treinamento dos codificadores
que escolhem códigos genéricos ao invés dos mais específicos.
80% das doenças hipertensivas é a hipertensão essencial; este dado parece compatível com o perfil
epidemiológico deste grupo de doenças. Somente 7% das doenças causadas por agentes
protozoários não é ligado a plasmodia (P. falciparum e não especificados). Os óbitos por tuberculose
são devidos a TB respiratória em 62% (códigos A15 e A16).
Entre a grande variedade de acidentes de transporte, o tipo mais frequente é atropelamento de
pedestre (pedestre traumatizado em acidentes de transporte outros e não especificados) sendo
quase dois terços dos acidentes (62%).
As neoplasias são só 4,8% de todas as causas de óbito (tab.6); entre as neoplasias malignas, a
localização mais frequente são os órgãos digestivos (1%), dos quais 75% são tumores do fígado e das
vias biliares intra-hepáticas.
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Tabela 11 – Distribuição de todos os óbitos por causa básica de morte (agrupamentos, bloques
CID-10), número, percentagem e percentagem cumulativa, 2009-2011
Grupos de códigos
Descrição da causa de óbito Total % % Cum.
B20-B24 Doença Pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) 8163 28% 28%
P05-P08 Transtornos relacionados com a duração da gestação e crescimento fetal
2813 10%
37%
P20-P29 Doenças respiratórias e cardiovasculares específicas do período perinatal
1597 5%
43%
J09-J18 Gripe e pneumonia 1158 4% 47%
I10-I15 Doenças hipertensivas 1118 4% 51%
B50-B64 Doenças causadas por protozoários 1105 4% 54%
A15-A19 Tuberculose 626 2% 57%
P35-P39 Infecções próprias do período perinatal 579 2% 59%
I60-I69 Doenças cerebrovasculares 576 2% 60%
E40-E46 Desnutrição 550 2% 62%
A00-A09 Doenças infecciosas intestinais 507 2% 64%
G00-G09 Doenças inflamatórias do sistema nervoso central 472 2% 66%
A30-A49 Outras doenças bacterianas 442 2% 67%
E10-E14 Diabetes mellitus 416 1% 69%
I30-I52 Outras formas de doença cardíaca 413 1% 70%
V01-V99 Acidentes de transporte 348 1% 71%
T20-T32 Queimaduras e corrosões 347 1% 72%
D60-D64 Anemia aplástica e outras 319 1% 74%
N17-N19 Insuficiência renal 305 1% 75%
C15-C26 Neoplasias malignas dos órgãos digestivos 274 1% 75%
P90-P96 Outras afecções originadas no período perinatal 264 1% 76%
D00-D09 Carcinomas in situ 254 1% 77%
K70-K77 Doenças do fígado 253 1% 78%
S00-S09 Lesões na cabeça 226 1% 79%
R50-R69 Sintomas e sinais gerais 224 1% 80%
C81-C96 Neoplasias malignas, declaradas ou presumidas ser primárias, do tecido linfóide, hematopoiético e afins
203 1%
80%
Outras causas 5765 20% 100%
A análise das causas directas de óbito por capítulos CID-10 mostra uma distribuição diferente das
causas básicas, mesmo sendo as doenças infecciosas e as afecções do período perinatal as mais
frequentes (23% e 19% respectivamente). Todavia as doenças do aparelho respiratório são
significativamente mais frequentes entre as causas directas que entre as causas básicas (13% versus
5%); as doenças hematológicas e as do sistema nervoso são importantes, sendo respectivamente 7%
e 6%; também os sintomas, sinais e achados anormais são 4,2% contra 1.6% entre as causas básicas
(tab.12 e tab.4)
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Tabela 12 – Distribuição dos óbitos por causa directa de morte (capítulo CID-10), 2009-2011
Causa directa de óbito (capitulo CID-10) Número % % Cum.
Doenças infecciosas 6630 22.6% 23%
Afecções do período perinatal 5574 19.0% 42%
Doenças do aparelho respiratório 3829 13.1% 55%
Doenças do aparelho circulatório 2402 8.2% 63%
Doenças hematológicas e imunitárias 2027 6.9% 70%
Doenças do sistema nervoso 1767 6.0% 76%
Neoplasias 1346 4.6% 80%
Sintomas, sinais e achados anormais 1217 4.2% 85%
Doenças endócrinas e nutricionais 1002 3.4% 88%
Consequências de causas externas 986 3.4% 91%
Doenças do aparelho geniturinário 616 2.1% 93%
Doenças do aparelho digestivo 616 2.1% 96%
Gravidez, parto e puerpério 293 1.0% 97%
Causas externas 192 0.7% 97%
Malformações congênitas e anomalias cromossômicas 173 0.6% 98%
Fatores que influenciam o estado de saúde 161 0.5% 98%
Não Especificada 159 0.5% 99%
Doenças do sistema osteomuscular 86 0.3% 99%
Transtornos mentais 81 0.3% 99%
Doenças da pele e do tecido subcutâneo 55 0.2% 100%
Fatores que influenciam o estado de saúde 47 0.2% 100%
Doenças do olho e anexos 39 0.1% 100%
Doenças da pele e do subcutâneo 10 0.0% 100%
Doenças do ouvido e da apófise mastóide 8 0.0% 100%
Doenças do ouvido e da mastóide 1 0.0% 100%
Total 29317
Esta diferença na distribuição entre causa básica e causa directa não é surpreendente, ao contrário é
esperado e a explicação é dada pela prevalência de causas de óbitos entre as quais:
broncopneumonia não especificada (3.8%), insuficiência respiratória aguda (2.2%), anemia não
especificada (2.4%), choque hipovolêmico (1.2%), etc., visíveis com uma análise dos códigos a 4
dígitos.
Utilizando as categorias de 4 dígitos da classificação CID-10, observa-se que 95 dos 2121 códigos
registados na base de dados representam 70% de todas as causas directas de óbitos (uma variedade
mais ampla de códigos do que para as causas básicas) (anexo 3). Nenhuma das causas directas chega
a 4% de frequência. A doença pelo HIV não especificada foi causa directa de óbito somente em 2%.
Todas as formas de tuberculose registadas como causa directa causaram 4.6% dos óbitos, uma
percentagem maior em comparação com as causas básicas (este assunto será discutido de forma
mais aprofundada a seguir).
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As diferenças entre causa básica e directa sugerem que a diferença conceptual entre os dois tipos de
causas foi entendida e bem preenchida pelos médicos e codificadores.
Entre as causas de óbito de interesse da gestão hospitalar pode-se evidenciar que a septicemia
bacteriana do recém-nascido, não especificada, genérica e bacteriana, causam respectivamente
3.2%, 1.3% e 1.3% dos óbitos; a septicemia outra e não especifica do adulto causou 3% e 2.2% dos
óbitos. Entre as consequências de prestação de cuidado cirúrgico e médico, a assepsia insuficiente
foi reportada em 0.2%.
A comparação da distribuição de causa directa (3 dígitos) entre hospitais mostra uma distribuição
pouco homogénea, com algumas divergências importantes da média nacional (tab.13). Por exemplo
as outras septicemias dos adultos e a septicemia do recém-nascido são menos frequentes nos
hospitais provinciais de Chimoio e Inhambane; mas na Beira a septicemia dos adultos é menor e a
dos recém-nascidos mais frequente que a média nacional (1% e 10% respectivamente). Os
transtornos relacionados com a gestação de curta duração e peso baixo ao nascer são especialmente
altos no hospital ´José Macamo´. A anemia por deficiência de ferro é particularmente elevada no
hospital de Chimoio (13%). Os acidentes vasculares cerebrais não especificados são muito mais
frequentes no hospital de Inhambane (25%), onde também havia uma percentagem elevada de
causas básica do capítulo de doenças do aparelho cardiovascular. Todavia, as diferenças entre
hospitais nem sempre parecem coerentes com outros dados discutidos acima.
Tabela 13 – Percentagem de óbitos por causa directa de morte (códigos de 3 dígitos) e hospital,
(primeiras 20 causas mais frequentes), 2010-2011
Cod. Descrição HCB HCM HCN HGJM
HPC HPI HPL HPP HPQ HPX Total
A41 Outras septicemias 1 7 7 8 1 0 4 2 4 26 6
J96 Insuficiência respiratória não classificada de outra parte
3 8 9 1 2 1 6 10 4 7 5
P36 Septicemia bacteriana do recém-nascido 10 6 2 3 2 0 4 4 0 1 5
J18 Pneumonia por microorganismo não especificada
5 4 5 7 11 4 3 5 8 2 5
P22 Angústia respiratória do recém-nascido 2 2 10 6 0 3 1 3 10 1 4
P21 Asfixia ao nascer 6 6 1 0 3 0 2 0 0 0 3
D64 Outras anemias 3 3 3 9 9 3 4 3 1 0 3
P07 Transtornos relacionados com a gestação de curta duração e peso baixo ao nascer
2 2 2 11 4 0 3 0 0 1 3
I64 Acidente vascular cerebral, não especificado
1 1 3 2 7 25 2 0 4 1 2
B50 Malária por plasmodium falciparum 0 3 2 0 2 1 3 2 2 10 2
A09 Diarreia e gastroenterite de origem infecciosa presumível
2 1 6 2 4 0 4 4 5 3 2
G93 Outros transtornos do encéfalo 1 3 1 2 2 1 1 1 2 0 2
B24 Doença pelo HIV não especificada 2 2 2 4 1 1 2 3 2 1 2
R57 Choque não classificado em outra parte 0 2 3 0 3 2 5 5 2 3 2
D50 Anemia por deficiência de ferro 4 0 0 4 13 0 3 3 1 0 2
B20 Doença pelo HIV, resultando em 2 1 2 1 1 0 3 5 3 1 2
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Cod. Descrição HCB HCM HCN HGJM
HPC HPI HPL HPP HPQ HPX Total
doenças infecciosas e parasitárias
A16 Tuberculose das vias respiratórias, sem confirmação bacteriológica
2 1 2 1 0 0 1 0 3 2 2
A15 Tuberculose respiratória, com confirmação bacteriológica
3 1 1 3 2 0 0 0 2 1 1
I50 Insuficiência cardíaca 1 1 2 1 0 11 1 3 2 1 1
C46 Sarcoma de Kaposi 1 2 1 1 0 0 1 1 1 1 1
A análise das causas de óbito (capítulos CID-10) por faixa etária mostra que as doenças infecciosas e
parasitárias são as mais frequentes em todas as faixas etárias (variando de 38 a 61%), com excepção
dos recém-nascidos (0-28 dias) entre os quais as causas de morte predominantes são as afecções do
período perinatal (84%) e os maiores de 64 anos entre os quais as causas predominante são as
doenças do aparelho circulatório (30%) (fig.11). A percentagem das doenças do aparelho circulatório
aumenta progressivamente com o aumento da idade, sendo menor de 2% até 4 anos, cerca de 5%
até 44 anos, 19% na faixa de 45-64 anos e 30% nos acima de 64 anos. As neoplasias são
proporcionalmente mais frequente nas faixas etárias de 5-14 anos (8%) e acima de 45 anos (8% e
11% respectivamente para os grupos 45-64 e >64 anos); as neoplasias mais frequentes na faixa
pediátrica são as neoplasias malignas do tecido linfóide e hematopoiético, e nas faixas adultas as
neoplasias malignas dos órgãos digestivos. As causas externas são proporcionalmente mais
frequentes entre 1 e 24 anos (variando de 11% a 13%), sendo as queimaduras e corrosões as causas
principais entre as crianças de 1 a 14 anos de idade e os acidentes de transporte nos de 15-24 anos.
Figura 11 – Distribuição dos óbitos por faixa etária e por causa básica de óbito (capítulo CID-10),
2009-2011
Una análise das causas de óbito nas faixas etárias pediátricas mostra que a mortalidade neonatal
precoce é devida principalmente a nascimento pré-termo (28-37 semanas) (27%) e asfixia ao nascer
(19%); óbitos por extrema imaturidade (<28 semanas) e peso ao nascer <1000 gramas são
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
0-28d 29d-12m 1-4 5-14 15-24 25-44 45-64 65+
Outras causas
D. hematológicas e imunitárias
D. do sistema nervoso
Causas externas
D. endócrinas e nutricionais
Neoplasias
D. do aparelho respiratorio
D. do aparelho circulatório
Afecções do período perinatal
D. infecciosas
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respectivamente a causa de 7% e 9% dos óbitos. A mortalidade neonatal tardia é devida
principalmente a nascimento pré-termo (28-37 semanas) (26%) e septicemia bacteriana do recém-
nascido (18%).
A mortalidade pós-neonatal depende principalmente da doença pelo HIV não especificadas (13%) e
desnutrição (9%), que é representada em igual medida pelo marasmo nutricional e kwashiorkor
marasmático; também a diarreia de origem infecciosa e a broncopneumonia não especificada são
causas importantes sendo ambas correspondentes a 7%. A mortalidade da faixa 1-4 anos é devida
principalmente a doença pelo HIV não especificadas (13%), desnutrição (12%), marasmo nutricional
e kwashiorkor marasmático em igual medida, e a malária grave complicada (plasmodium falciparum
e/ou vivax e/ou malariae) (10%). (tab.14)
A mortalidade infantil intra-hospitalar poderia ser reduzida quase em 50% através do fortalecimento
dos cuidados neonatais, pelo menos para os casos de imaturidade não extrema com maior
probabilidade de sobrevivência, e melhorando as condições de assepsia durante o parto. A
prevenção da transmissão vertical do HIV e o seguimento nutricional dos infantes contribuiriam a
ulterior 10% de redução.
Tabela 14 – Distribuição dos óbitos nas faixas etárias pediátricas por causa básica de óbito, 2009-
2011
Causa básica de óbito (agrupamentos) 0-7 dias 8-28 dias 29-364 dias 1-4 anos
N % N % N % N %
Outros recém-nascidos de pré-termo (28-37 semanas de gestação) ou não especificados
1341 27 286 26 75 4 13 1
Asfixia ao nascer 936 19 100 9 47 2 6 0
Doença pelo HIV resultando em outras doenças ou não especificadas
30 1 18 2 275 13 252 13
Recém-nascido com peso muito baixo (<1000 g) 456 9 71 7 27 1 2 0
Septicemia bacteriana do recém-nascido 297 6 191 18 51 2 10 0
Desnutrição 10 0 10 1 186 9 235 12
Imaturidade extrema (<28 semanas de gestação) 338 7 40 4 12 1 2 0
Malaria grave complicada (Falciparum e/ou Vivax e/ou Malariae)
7 0 6 1 94 4 206 10
Diarreia e gastroenterite de origem infecciosa 14 0 13 1 139 7 95 5
Broncopneumonia não especificada 20 0 22 2 138 7 78 4
Morte fetal de causa não especificada 231 5 2 0 4 0 0
Hipoxia intra-uterina 214 4 6 1 5 0 0
Septicemia não especificada 26 1 23 2 92 4 66 3
Outras afecções originadas no período perinatal 121 2 20 2 15 1 11 1
Pneumonias 11 0 11 1 80 4 54 3
Outras malformações congênitas e deformidades 88 2 32 3 21 1 9 0
Queimaduras e corrosões 0 2 0 18 1 129 6
Doença pelo HIV resultando em outras infecções bacterianas
4 0 7 1 63 3 70 3
Desconforto respiratório do recém-nascido 100 2 13 1 5 0 0
Malaria outra e não especificada 4 0 3 0 38 2 72 4
Meningite bacteriana não classificada em outra parte 5 0 16 1 54 3 39 2
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Causa básica de óbito (agrupamentos) 0-7 dias 8-28 dias 29-364 dias 1-4 anos
N % N % N % N %
Outros recém-nascidos de peso baixo (1000-2500 g) 75 2 21 2 6 0 2 0
Outras causas 594 12 176 16 644 31 653 33
Total 4922 1089 2089 2004
Considerando somente os óbitos por prematuridade, todos os tipos, as causas de óbitos directas
mais frequentes são desconforto/angústia respiratório/a (37%), septicemia bacteriana do recém-
nascido (23%) (fig.12).
Figura 12 – Distribuição dos óbitos por prematuridade (Transtornos relacionados com a gestação
de curta duração e peso baixo ao nascer (N=2774) por causa directa de óbito (códigos de 3 dígitos),
2009-2011
Na maioria dos hospitais a distribuição as causas de óbitos em idade infantil não é significativamente
diferente. Comparando a distribuição das primeiras 10 causas de óbito em menores de 1 ano de
idade, pode-se notar como o Hospital de Quelimane se destaca por ter uma percentagem muito
elevada de hipoxia intra-uterina; o Hospital Provincial de Inhambane não reporta casos de
nascimentos pré-termo; o Hospital Central de Beira tem uma percentagem de imaturidade extrema
muito mas alta dos outros hospitais; o Hospital Provincial de Xai-Xai apresenta uma percentagem
elevada de óbitos por HIV (fig.13). É difícil poder dizer se estas diferenças dependem de uma real
diferença de frequência de causas de óbito ou de uso diferente da codificação das causas básicas.
Desconforto respiratório do
RN 37%
Septicemia bacteriana
do RN 23%
Prematuridade 21%
Asfixia ao Nascer
11% Síndrome de
Aspiração Neonatal
2%
Outras afecções respiratórias
perinatais 1%
Outras Septicemias
1%
Hipotermia do RN 1%
Pneumonia não esp. 0.4%
Outras causas 3%
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Figura 13 – Distribuição dos óbitos em minores de 1 ano de idade por as 10 causas de óbito mais
frequentes e hospital, 2010-2011
Os óbitos em idade pediátrica por tempo de admissão mostram que, com excepção da faixa de 0-7
dias, os óbitos acontecem principalmente depois de 48 horas de internamento (fig.14).
Figura 14 – Distribuição dos óbitos em faixa etária pediátrica por causa intervalo de internamento,
2009-2011
A distribuição por sexo mostra que os óbitos intra-hospitalares são consistentemente maiores no
sexo masculino, de 2009 a 2011 (fig.15), em todas as faixas etárias com excepção da faixa 15-24 anos
(tab.15). O número maior de óbitos de sexo masculino pode depender de acesso aos cuidados
hospitalares mais fácil para os homens que para as mulheres, mas poderia também indicar que os
homens chegam aos cuidados hospitalares quando o estado de saúde é mais deteriorado.
Lamentavelmente não estão disponíveis dados de internamento por sexo para poder calcular a
mortalidade intra-hospitalar específica por sexo.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100% Desnutrição
Hipóxia intra-uterina
Morte Fetal de causa não esp.
HIV não especificado
Imaturidade extrema (<28 sem.)
Septicemia Bacteriana do RN
RN com peso muito baixo (<1000gramas)
Asfixia ao Nascer
RN de pré-termo (28-37 sem.)
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
0-7d 8-28d 29d-12m 1-4
<48h >48h
>48h = 55%
>48h = 38%
>48h = 80%
>48h = 61%
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Figura 15 – Distribuição dos óbitos por sexo e ano, 2009-2011
Tabela 15 – Distribuição dos óbitos por sexo e faixa etária, número e proporção sexo
masculino/feminino, 2009-2011
Analisando os óbitos nas mulheres adultas (>14 anos), nota-se que o HIV/SIDA causa cerca de
metade dos óbitos nas mulheres de 15-24 anos (44%), 25-34 anos (59%) e 35-44 anos (50%), sendo
uma causa importante mas menos predominante nas mulheres mais velhas (a frequência diminui de
37% para 7% dos 45-55 anos até >64 anos). Em todas as faixas etárias as outras doenças infecciosas
causam 7 a 10% dos óbitos. As doenças do aparelho circulatório aumentam progressivamente com o
aumentar da idade, chegando a ser 26% das causas de óbito nas mulheres de 55-64 anos e 33% nas
de >64 anos. Também as neoplasias aumentam com a idade, atingindo 10% em todas as faixas de
>44 anos. As outras causas têm uma frequência aproximadamente parecida em todas as faixas
etárias. (fig.16).
As patologias e condições ligadas à gravidez, parto e puerpério são entre as 8 causas de óbitos mais
frequentes nas mulheres: 9% dos óbitos de mulheres de 15-24 anos são devidos à gravidez, parto e
puerpério; a percentagem diminui para 6% e 4% nas mulheres de 25-34 e 35-44 anos
respectivamente.
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
2009 2010 2011
Feminino Masculino
Faixa etária Masculino Feminino Proporção M/F
<1 4290 3717 1.2
1-4 1083 918 1.2
5-14 670 529 1.3
15-24 1036 1204 0.9
25-34 2622 1992 1.3
35-44 2281 1423 1.6
45-54 1943 1075 1.8
55-64 1276 764 1.7
65+ 1391 991 1.4
Total 16592 12613 1.3
M = 56%
M = 58%
M = 56%
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Figura 16 – Distribuição dos óbitos entre adultos de sexo feminino, por faixa etária e por causa
básica de óbito (capítulo CID-10), 2009-2011
Nos homens adultos (>14 anos), o HIV/SIDA causa cerca da metade dos óbitos na faixa etária de 25-
34 anos (51%) e 35-44 anos (51%), sendo uma causa importante mas menos predominante nos
homens mais velhos (a frequência diminui de 37% para 8% dos 45-55 anos até >64 anos);
contrariamente às mulheres, a faixa de 15-24 anos a mortalidade por HIV/SIDA não é especialmente
alta sendo 28% do total. Em todas as faixas etárias as outras doenças infecciosas causam entre 8 a
13% dos óbitos. Como para as mulheres, as doenças do aparelho circulatório, aumentam
progressivamente com o aumentar da idade, chegando a ser 22% das causas de óbito nos homens
de 55-64 anos e 28% nos de >64 anos. Também as neoplasias aumentam com a idade, atingindo 11%
em homens de >64 anos. As outras causas têm uma frequência aproximadamente parecida em
todas as faixas etárias. (fig.17).
Diferentemente do observado antes para as mulheres, as causas externas (incluindo consequências
de causas externas) são entre as 8 causas de óbitos mais frequentes nos homens, com percentagem
elevada entre os jovens adultos (19% e 11% respectivamente nos homens de 15-24 e 25-34 anos);
acima de 35 anos a frequência de mortalidade por causas externas é constantemente 7%.
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
15-24 25-34 35-44 45-54 55-64 65+
Outras causas
D. hematológicas eimunitáriasD. endócrinas e nutricionais
Gravidez, parto e puerpério
D. do aparelho respiratorio
Neoplasias
D. do aparelho circulatório
Outras d. infecciosas
Doença pelo HIV
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Figura 17 – Distribuição dos óbitos entre adultos de sexo masculino, por faixa etária e por causa
básica de óbito (capítulo CID-10), 2009-2011
5.1.2 Análise detalhada sobre algumas condições específicas
5.1.2.1 HIV/SIDA
O HIV/SIDA é a causa básica de óbito mais frequente. Como já discutido, entre os 15 e 44 anos
constitui proporcionalmente a principal causa de óbito; todavia, em números absolutos, as faixas de
idade mais afectadas são as de 25 a 54 anos (fig.18).
Figura 18 – Distribuição dos óbitos com causa básica = HIV/SIDA por sexo e faixa etária, 2009-2011
0
500
1000
1500
2000
2500
15-24 25-34 35-44 45-54 55-64 65+
Outras causas
D. hematológicas e imunitárias
D. do aparelho digestivo
Causas externas
D. do aparelho respiratorio
Neoplasias
D. do aparelho circulatório
Outras d. infecciosas
Doença pelo HIV
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
<1 1-4 5-14 15-24 25-34 35-44 45-54 55-64 65+
Feminino
Masculino
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A mortalidade por HIV/SIDA é maior nos homens em todas as faixas etárias, com excepção de 15-24
anos; a proporção de óbitos por HIV/AIDS entre homens e mulheres é parecida à proporção por
mortalidade geral (provavelmente porque o HIV/SIDA é uma das causas principais e influencia todas
as estatísticas gerais). Confrontando os óbitos por HIV/SIDA e os outros nota-se uma diferença
importante na faixa de idades compreendidas entre os 15-24 anos, onde as mulheres morrem muito
mais de HIV/SIDA (M/F ratio 0.5) e os homens de outras doenças (M/F ratio 1.6) (tab.16); esta
diferencia é estatisticamente significativa, sendo que as mulheres de 15-24 anos tem um risco de
morrer de HIV/SIDA 1.6 (1.4-1.8) (p<0.001) vezes mais alto dos homens da mesma idade. As causas
para este excesso de óbitos por HIV/SIDA nas mulheres de 15-24 anos deveria ser investigada;
condições como a gravidez poderiam ser um factor de aumentado risco de mortalidade entre as
mulheres HIV positivas.
Tabela 16 – Proporção de óbitos entre homens e mulheres (M/F ratio) para a mortalidade geral,
HIV/SIDA e todas outras causas diferente de HIV/SIDA, por faixa etária, 2009-2011
Faixa etária Proporção M/F
Mortalidade Geral HIV/SIDA Não-HIV/SIDA
<1 1.2 1.3 1.1
1-4 1.2 1.2 1.2
5-14 1.3 1.0 1.1
15-24 0.9 0.5 1.6
25-34 1.3 1.1 1.6
35-44 1.6 1.6 1.8
45-54 1.8 1.8 1.3
55-64 1.7 1.7 1.7
65+ 1.4 1.5 1.4
Total 1.3 1.3 1.3
A idade média de morte em maiores de 1 ano é significativamente inferior nos óbitos por HIV/SIDA
que nos óbitos por qualquer outra doença, sendo respectivamente 34.9 e 39.1 (p<0.005)
Na tabela 17 aparece a lista de todos os códigos utilizados na base de dados com as suas respectivas
frequências. Infelizmente o código mais utilizado é o código B24, correspondente a “Doença pelo HIV
não especificada” (59%); seguido do código B20 “Doença pelo HIV, resultando em doenças
infecciosas e parasitárias” que mesmo sendo mais detalhado agrupa todas as infecções
correlacionadas com o HIV/SIDA sem fornecer os detalhes que poderiam ser úteis para orientar as
intervenções de saúde pública e gestão hospitalar. Nesta conformidade, é necessário sensibilizar os
usuários do SIS-ROH a preferir, quando possível, os códigos CID-10 com 4 dígitos aos códigos de
condições não especificadas.
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Tabela 17 – Códigos específicos utilizados para os óbitos que tem como causa básica HIV/SIDA,
2009-2011
Código Descrição N %
B20 Doença pelo HIV, resultando em(*) doenças infecciosas e parasitárias 745 9.1%
B200 *infecções micobacterianas 171 2.1%
B201 *outras infecções bacterianas 238 2.9%
B202 *doença citomegálica 8 0.1%
B203 *outras infecções virais 42 0.5%
B204 *candidíase 30 0.4%
B205 *outras micoses 6 0.1%
B206 *pneumonia por Pneumocystis jirovecii 86 1.1%
B207 *infecções múltiplas 410 5.0%
B208 *outras doenças infecciosas e parasitárias 169 2.1%
B209 *doença infecciosa ou parasitária não especificada 264 3.2%
B21 *neoplasias malignas 67 0.8%
B210 *sarcoma de Kaposi 135 1.7%
B211 *linfoma de Burkitt 15 0.2%
B212 *outros tipos de linfoma não-Hodgkin 3 0.0%
B213 *outras neoplasias malignas dos tecidos linfático, hematopoético e correlatos
2 0.0%
B217 *múltiplas neoplasias malignas 5 0.1%
B218 *outras neoplasias malignas 3 0.0%
B219 *neoplasia maligna não especificada 9 0.1%
B22 *outras doenças especificadas 236 2.9%
B220 *encefalopatia 103 1.3%
B222 *síndrome de emaciação 29 0.4%
B227 *doenças múltiplas classificadas em outra parte 34 0.4%
B23 *outras doenças 299 3.7%
B230 Síndrome de infecção aguda pelo HIV 60 0.7%
B231 *linfadenopatias generalizadas (persistentes) 1 0.0%
B232 *anomalias hematológicas e imunológicas não classificadas em outra parte 112 1.4%
B238 *outra afecções especificadas 31 0.4%
B24 Doença pelo HIV não especificada 4850 59.4%
Total 8163
A qualidade da codificação não é igual em todos os hospitais (tab.18). Os hospitais que mais
utilizaram os códigos de 4 dígitos (os mais específicos) para os óbitos devidos a HIV/SIDA são os
hospitais de Pemba e de Chimoio; os que mais utilizaram o código B24 (o menos específico) foram o
hospital de Inhambane e de Nampula. É interessante o facto de o Hospital Central de Maputo, onde
o SIS-ROH foi instalado há mais tempo, ter bastante mais de metade dos óbitos por HIV/SIDA
codificados com B24. Estes dados podem dar uma indicação mais ou menos clara de onde deveria
ser fortalecida ou repetida a formação sobre o uso da codificação CID-10.
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Tabela 18 – Tipo de códigos CID-10 utilizados para os óbitos que têm como causa básica HIV/SIDA,
comparação entre hospitais, 2010-2011
Hospital 4 dígitos 3 dígitos B24 Total
N % N % N %
HCB 342 47% 257 35% 127 17% 726
HCM 459 19% 329 14% 1604 67% 2392
HCN 41 23% 0 0% 140 77% 181
HGJM 429 40% 91 8% 558 52% 1078
HPC 133 64% 3 1% 71 34% 207
HPI 1 3% 0 0% 36 97% 37
HPL 100 38% 101 38% 62 24% 263
HPP 100 81% 2 2% 21 17% 123
HPQ 324 28% 131 11% 719 61% 1174
HPX 142 32% 10 2% 298 66% 450
Total 2071 31% 924 14% 3636 55% 6631
A qualidade da codificação para os óbitos por HIV/SIDA não parece óptima também olhando as
causas directas de óbito para os óbitos cuja causa básica é HIV/SIDA (tab.19). 12% das causas
directas são as várias formas de tuberculose: nestes casos teria sido correcto utilizar o código B20.0
de HIV resultando em infecções micobacterianas (ou TB associada a HIV), como recomendado pela
OMS. A subestimação do impacto, em termos de mortalidade, da co-infecção TB/HIV afecta a
utilidade dos dados de mortalidade para a tomada de decisões estratégicas do sector de saúde.
Um outro aspecto não menos importante é que 12% de causas directas são as várias formas de
HIV/SIDA; esta informação é redundante e não ajuda a melhorar os cuidados hospitalares ou do
território para os doentes com HIV/SIDA para prevenir as suas mortes.
Os 5% de óbitos por sarcoma de Kaposi assim codificado pode trazer erradamente à ideia de uma
elevada prevalência deste tipo de tumor; é importante utilizar o código B21.0 “HIV resultando em
sarcoma de Kaposi” para não alterar artificiosamente os indicadores epidemiológicos de
Moçambique.
Todavia, além das considerações sobre a qualidade da codificação, é interessante notar igualmente
que as causas directas de óbito para doentes com HIV/SIDA sejam frequentemente de tipo
infeccioso (ex. diarreia, septicemia, meningite e meningoencefalite bacteriana), respiratório (ex.
broncopneumonia, insuficiência respiratória), anemia e desnutrição.
Tabela 19 – Causas directas para os óbitos que têm como causa básica HIV/SIDA, 2009-2011
Código Descrição N %
A15-A16 Tuberculose 951 12%
B20-B24 HIV/SIDA 942 12%
J180 Broncopneumonia não especificada 428 5%
D64 Outras anemias 395 5%
C46 Sarcoma de Kaposi 371 5%
A09 Diarreia e gastroenterite de origem infecciosa presumível 313 4%
J960 Insuficiência respiratória aguda 234 3%
Análise da mortalidade nacional intra-hospitalar - Moçambique - SIS-ROH 2009-2011
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Código Descrição N %
D50 Anemia por deficiência de ferro 208 3%
J969 Insuficiência respiratória não especificada 190 2%
A419 Septicemia não especificada 171 2%
J96 Insuficiência respiratória não classificada de outra parte 160 2%
G009 Meningite bacteriana não especificada 154 2%
G042 Meningoencefalite e meningomielite bacterianas não classificadas em outra parte
143 2%
B50 Malária por Plasmodium Falciparum 127 2%
A86 Encefalite viral, não especificada 111 1%
A41 Outras septicemias 104 1%
E41 Marasmo nutricional 99 1%
E42 Kwashiorkor marasmático 98 1%
Z111 Exame especial de rastreamento de tuberculose pulmonar 72 1%
B59 Pneumocistose 68 1%
G039 Meningite não especificada 66 1%
N18 Insuficiência renal crônica 66 1%
G934 Encefalopatia não especificada 65 1%
J18 Pneumonia por microorganismo não especificada 56 1%
D610 Anemia aplástica constitucional 55 1%
N17 Insuficiência renal aguda 53 1%
G939 Transtorno não especificado do encéfalo 48 1%
Outras causas 2415 30%
5.1.2.2 Tuberculose
A tuberculose é uma causa básica de óbito bastante frequente, representando 2.1% do total dos
óbitos e 5.6% dos óbitos por doenças infecciosas. Todos os códigos para notificação de TB foram
utilizados na base de dados, dos quais os mais frequentes são TB Respiratória com confirmação
bacteriológica e histológica (14%), TB das vias respiratórias, sem confirmação bacteriológica ou
histológica (12%), TB pulmonar com confirmação por meio não especificado (12%) e TB miliar (11%)
(tab.20).
Tabela 20 – Códigos específicos utilizados para os óbitos que têm como causa básica Tuberculose,
2009-2011
Código Descrição N %
A15 TB Respiratória, com confirmação bacteriológica e histológica 86 13.7%
A150 TB pulmonar, com confirmação por exame microscópico da expectoração, com ou sem cultura
14 2.2%
A151 TB pulmonar, com confirmação somente por cultura 2 0.3%
A152 TB pulmonar, com confirmação histológica 17 2.7%
A153 TB pulmonar, com confirmação por meio não especificado 72 11.5%
A154 TB dos gânglios intratorácicos, com confirmação bacteriológica e histológica 2 0.3%
A157 TB primária das vias respiratórias, com confirmação bacteriológica e 1 0.2%
Análise da mortalidade nacional intra-hospitalar - Moçambique - SIS-ROH 2009-2011
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Código Descrição N %
histológica
A158 Outras formas de TB das vias respiratórias, com confirmação bacteriológica e histológica
4 0.6%
A159 TB não especificada das vias respiratórias, com confirmação bacteriológica e histológica
5 0.8%
A16 TB das vias respiratórias, sem confirmação bacteriológica ou histológica 75 12.0%
A161 TB pulmonar, sem realização de exame bacteriológico ou histológico 2 0.3%
A162 TB pulmonar, sem menção de confirmação bacteriológica ou histológica 67 10.7%
A163 TB dos gânglios intratorácicos, sem menção de confirmação bacteriológica ou histológica
2 0.3%
A164 TB da laringe, da traqueia e dos brônquios, sem menção de confirmação bacteriológica ou histológica
5 0.8%
A165 Pleurisia tuberculosa, sem menção de confirmação bacteriológica ou histológica
2 0.3%
A167 Tuberculosa respiratória primária sem menção de confirmação bacteriológica ou histológica
2 0.3%
A168 Outras formas de TB das vias respiratórias, sem menção de confirmação bacteriológica ou histológica
1 0.2%
A169 TB respiratória, não especificada, sem menção de confirmação bacteriológica ou histológica
32 5.1%
A17 TB do Sistema Nervoso 10 1.6%
A170 Meningite tuberculosa 6 1.0%
A171 Tuberculoma meníngeo 2 0.3%
A178 Outras TBs do sistema nervoso 3 0.5%
A179 TB não especificada do sistema nervoso 4 0.6%
A18 TB de outros órgãos 15 2.4%
A180 TB óssea e das articulações 1 0.2%
A182 Linfadenopatia tuberculosa periférica 4 0.6%
A183 TB do intestino, do peritónio e dos gânglios mesentéricos 5 0.8%
A188 TB de outros órgãos especificados 53 8.5%
A19 TB miliar 71 11.3%
A190 TB miliar aguda de localização única e especificada 3 0.5%
A191 TB miliar aguda de múltiplas localizações 7 1.1%
A198 Outras TB miliares 2 0.3%
A199 TB miliar não especificada 49 7.8%
Total 626
Utilizando agregações de códigos, observa-se que a TB respiratória (pulmonar, dos gânglios
intratorácicos e das vias respiratória) representa 62% (códigos A15 e A16), dos quais metade dos
casos foram confirmados bacteriologicamente ou histologicamente; a segunda forma mais
frequente é a TB miliar (21%), seguida pela TB de outros órgãos (13%) (fig.19). Pensando que
Moçambique em 2011 notificou que 87% dos casos de TB é TB pulmonares, estes dados sugerem
que a letalidade das formas de TB extrapulmonares seja maior ou que o nível de atendimento para
as formas pulmonares e extrapulmonares seja diferente.
Análise da mortalidade nacional intra-hospitalar - Moçambique - SIS-ROH 2009-2011
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Os 7% dos óbitos por TB acontecem nas crianças de 0-4 anos; Moçambique não notifica os casos de
TB por faixa etária, todavia esta informação seria importante porque a mortalidade por TB em
crianças hospitalizadas não é negligenciável. Não foi observada uma diferença significativa de
frequência de TB pulmonar, extrapulmonar e miliar entre as várias faixas etárias.
63% dos óbitos por TB são de sexo masculino; este dado concorda com a prevalência maior de TB
nos homens.
Figura 19 – Distribuição dos óbitos por tuberculose por tipo de tuberculose, 2009-2011
5.1.2.3 Malária
A malária é uma causa básica de óbito bastante frequente, representando 3.6% do total dos óbitos e
9.5% dos óbitos por doenças infecciosas. As formas mais frequentes de malaria é malária por
Plasmodium falciparum (75% do total), com complicações especificadas em 40% e não especificadas
em 36%; foi notificado apenas 1 caso de óbito por plasmodium vivax, 13 por plasmodium malariae
(1% de todos os casos); não houve nenhum óbito por plasmodium ovale (tab.21).
Tabela 21 – Códigos específicos utilizados para os óbitos que têm como causa básica Malária,
2009-2011
Código Descrição N %
B50 Malária Por Plasmodium Falciparum 293 27.7%
B500 Malária por Plasmodium falciparum com complicações cerebrais 334 31.6%
B508 Outras formas graves e complicadas de malária por Plasmodium falciparum 84 8.0%
B509 Malária não especificada por Plasmodium falciparum 84 8.0%
B518 Malária por Plasmodium vivax com outras complicações 1 0.1%
B52 Malária Por Plasmodium Malariae 2 0.2%
B528 Malária por Plasmodium malariae com outras complicações 10 0.9%
B529 Malária por Plasmodium malariae sem complicações 1 0.1%
TB Respiratória, com
confirmação 32%
TB respiratória, sem
confirmação 30%
TB do Sistema Nervoso
4%
TB de outros órgãos
13%
TB miliar 21%
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Código Descrição N %
B53 Outras Formas de Malária Confirmadas Por Exames Parasitológicos 8 0.8%
B531 Malária por plasmódios de macacos 2 0.2%
B538 Outras formas de malárias com confirmação parasitológica, não classificadas em outra parte
9 0.9%
B54 Malária Não Especificada 228 21.6%
Total 1056
40% dos óbitos por malária acontece nas crianças de 0-4 anos (fig.20), entre as quais, como para o
total dos casos, 31% dos óbitos é devido à malária por Plasmodium falciparum com complicações
cerebrais. Este dado confirma que a população pediátrica é especialmente vulnerável a
complicações fatais da malária.
60% dos óbitos por malária é de sexo masculino.
Figura 20 – Distribuição dos óbitos tendo malária como causa básica por faixa etária, 2009-2011
5.1.2.4 Doenças evitáveis com vacinas
As doenças evitáveis com vacinas da idade pediátrica aparecem como causa básica de óbito em 81
casos (0.7% de todos os óbitos por doenças infecciosas e apenas 0.3% de todos os óbitos), dos quais
43 devidos a doenças para as quais a vacinação é incluída no Programa Alargado de Vacinações
(PAV) em Moçambique (tab.22).
É provável que as doenças que precisam de exames microbiológicos para confirmação do
diagnóstico sejam subestimadas; por exemplo há 24 óbitos por hepatite viral não especificada mas
nenhum caso de óbito por hepatite viral crónica B; há igualmente 445 óbitos por diarreia e
gastroenterite de origem infecciosa presumível mas zero óbitos por rotavírus.
<1 14%
1-4 26%
5-14 10%
15-24 8%
25-34 12%
35-44 11%
45-54 9%
55-64 5%
65+ 5%
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Tabela 22 – Óbitos que têm como causa básica as doenças evitáveis com vacinas da idade
pediátrica, 2009-2011
Código Descrição N
Doença evitáveis com vacinas incluídas no PAV
A33 Tétano do Recém-nascido (neonatal) 4
A35 Outros Tipos de Tétano 21
A36 Difteria 3
A37 Coqueluche 0
A809 Poliomielite aguda não especificada 1
B05 Sarampo 4
B16 Hepatite Aguda B 10
B180/B181 Hepatite Viral Crônica B 0
Total 43
Doença evitáveis com vacina não incluídas no PAV
B26 Caxumba (Parotidite Epidêmica) 2
P350 Síndrome da rubéola congênita 0
B01 Varicela 3
A39 Infecção Meningocócica 15
A413/J14 Doença por Hib 2
G001/A403/B953/J13 Doenças por Estreptococos Pneumoniae 2
B15 Hepatite Aguda A 14
A080 Rotavirus 0
Total 38
5.1.2.5 Doenças do aparelho cardiovascular
Como já discutido acima, as doenças cardiovasculares são globalmente 8% das causas básicas de
óbito; todavia a percentagem varia muito entre faixas etárias. A proporção de óbitos por doenças
cardiovasculares sobre todas as causas mantém-se bastante parecida entre mulheres e homens em
todas as faixas etárias com excepção das faixas de mais de 55 anos onde as mulheres têm uma
proporção superior aos homens (tab.23).
Tabela 23 – Proporção de óbitos que têm como causa básica as doenças cardiovasculares entre
todos os óbitos, por sexo e faixas etárias, 2009-2011
Sexo Feminino Sexo Masculino Total
Idade n doenças cardiovasc.
n total % n doenças cardiovasc
n total
% n doenças cardiovasc.
n total %
<1 27 3717 1% 28 4383 1% 55 8100 1%
1-4 16 918 2% 14 1086 1% 30 2004 1%
5-14 20 529 4% 35 672 5% 55 1201 5%
15-24 64 1204 5% 63 1041 6% 127 2245 6%
25-34 74 1992 4% 92 2625 4% 166 4617 4%
35-44 113 1423 8% 155 2283 7% 268 3706 7%
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Sexo Feminino Sexo Masculino Total
Idade n doenças cardiovasc.
n total % n doenças cardiovasc
n total
% n doenças cardiovasc.
n total %
45-54 183 1075 17% 293 1946 15% 476 3021 16%
55-64 200 764 26% 275 1277 22% 475 2041 23%
65+ 325 991 33% 392 1391 28% 717 2382 30%
Total 1022 12613 8% 1347 16704 8% 2369 29317 8%
Entre as causas específicas de doenças cardiovasculares, as mais frequentes são a hipertensão
primária e o acidente vascular cerebral que juntos representam mais de 50% de todas as causas
(tab.24)
Tabela 24 – Frequência das primeiras 20 causas básicas do capítulo Doenças do aparelho
cardiovascular, 2009-2011
Código Descrição N %
I10 Hipertensão essencial (primária) 889 37.5%
I64 Acidente vascular cerebral, não especificado como hemorrágico ou isquémico
350 14.8%
I509 Insuficiência cardíaca não especificada 124 5.2%
I420 Cardiomiopatia dilatada 73 3.1%
I11 Doença cardíaca hipertensiva 73 3.1%
I709 Aterosclerose generalizada e a não especificada 52 2.2%
I279 Cardiopatia pulmonar não especificada 50 2.1%
I61 Hemorragia Intracerebral 44 1.9%
I429 Cardiomiopatia não especificada 43 1.8%
I63 Infarto Cerebral 39 1.6%
I159 Hipertensão secundária, não especificada 39 1.6%
I674 Encefalopatia hipertensiva 28 1.2%
I500 Insuficiência cardíaca congestiva 28 1.2%
I119 Doença cardíaca hipertensiva sem insuficiência cardíaca (congestiva) 26 1.1%
I44 Bloqueio atrioventricular e do ramo esquerdo 20 0.8%
I42 Cardiomiopatias 20 0.8%
I672 Aterosclerose cerebral 18 0.8%
I67 Outras doenças cerebrovasculares 17 0.7%
I46 Parada cardíaca 17 0.7%
I158 Outras formas de hipertensão secundária 16 0.7%
Outras causas 403 17.0%
5.1.2.6 Doenças do aparelho respiratório
Como já discutido acima, as doenças respiratórias são globalmente 5% das causas básicas de óbito. A
percentagem não varia muito entre faixas etárias, situando-se sempre num intervalo de 4-9%; as
faixas etárias com maior frequência de doenças respiratórias são as extremas, de 1-4 anos e de mais
de 64 anos. A proporção de óbitos por doenças respiratórias sobre todas as causas mantém-se
Análise da mortalidade nacional intra-hospitalar - Moçambique - SIS-ROH 2009-2011
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substancialmente parecida entre mulheres e homens em todas as faixas etárias, mesmo se os
homens parecem ligeiramente mais afectados. (tab.25).
Tabela 25 – Proporção de óbitos que têm como causa básica as doenças respiratórias entre todos
os óbitos, por sexo e faixas etárias, 2009-2011
Sexo Feminino Sexo Masculino Total
Idade n doenças resp.
n tot % n doenças resp.
n tot % n doenças resp.
n tot %
<1 150 3717 4% 184 4383 4% 334 8100 4%
1-4 73 918 8% 90 1086 8% 163 2004 8%
5-14 38 529 7% 42 672 6% 80 1201 7%
15-24 54 1204 4% 62 1041 6% 116 2245 5%
25-34 67 1992 3% 118 2625 4% 185 4617 4%
35-44 47 1423 3% 115 2283 5% 162 3706 4%
45-54 49 1075 5% 111 1946 6% 160 3021 5%
55-64 37 764 5% 76 1277 6% 113 2041 6%
65+ 87 991 9% 134 1391 10% 221 2382 9%
Total 602 12613 5% 932 16704 6% 1534 29317 5%
As primeiras 10 causas mais frequentes entre as causas do capítulo doenças respiratórias, abrangem
já 85% de todas as causas, 52% sendo uma única causa “broncopneumonia não especificada”.
Infelizmente estas causas têm um nível de detalhe muito escasso (ex. broncopneumonia e
pneumonia por organismos não especificados) e algumas deveriam ser causas directas (ex.
insuficiência respiratória) e não causas básicas (fig.21). O escasso uso de códigos específicos
provavelmente depende ou está relacionada a pouca disponibilidade de exames microbiológicos
para confirmação do agente etiológico; mas uma outra razão pode ser a escassa tendência dos
médicos de pedir exames microbiológicos e reportá-los ao momento de preencher o certificado de
óbito.
Análise da mortalidade nacional intra-hospitalar - Moçambique - SIS-ROH 2009-2011
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Figura 21 – Frequência das primeiras 10 causas básicas* do capítulo Doenças do aparelho
respiratório, 2009-2011
*Códigos correspondentes: J180, J18, J159, J969, J81, J960, J16, J90, J45, J21
5.1.2.7 Tumores
Como já discutido acima, os tumores são globalmente 5% das causas básicas de óbito; todavia a
percentagem varia muito entre faixas etárias, registando um aumento constante com o aumentar da
idade. A proporção de óbitos por tumores sobre todas as causas é maior entre as mulheres de 35-64
anos que nos homens da mesma idade (tab.26): esta diferença é devida à incidência relativamente
elevada de tumores do útero e da mama (ver abaixo).
Tabela 26 – Proporção de óbitos que tem como causa básica as neoplasias entre todos os óbitos,
por sexo e faixas etárias, 2009-2011
Sexo Feminino Sexo Masculino Total
Idade Nº neoplasias
Nº tot % Nº neoplasias
Nº tot % Nº neoplasias
Nº tot %
<1 29 3717 1% 23 4383 1% 52 8100 1%
1-4 31 918 3% 33 1086 3% 64 2004 3%
5-14 43 529 8% 51 672 8% 94 1201 8%
15-24 48 1204 4% 54 1041 5% 102 2245 5%
25-34 84 1992 4% 103 2625 4% 187 4617 4%
35-44 104 1423 7% 109 2283 5% 213 3706 6%
45-54 110 1075 10% 129 1946 7% 239 3021 8%
55-64 87 764 11% 95 1277 7% 182 2041 9%
65+ 99 991 10% 159 1391 11% 258 2382 11%
Total 635 12613 5% 756 16704 5% 1391 29317 5%
Broncopneumonia não esp.
52%
Pneumonia por microorg. não esp.
16%
Pneumonia bacteriana não esp.
14%
Insuficiência respiratória não
esp. 5%
Edema Pulmonar 4%
Insuficiência respiratória aguda
2%
Pneumonia por outros microorg. Infec. esp.
2%
Derrame pleural não classificado em
outra parte 2%
Asma 2%
Bronquiolite aguda 1%
Análise da mortalidade nacional intra-hospitalar - Moçambique - SIS-ROH 2009-2011
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Entre as causas específicas de neoplasias, as mais frequentes são as Neoplasias benignas ou de
comportamento incerto ou desconhecido (22%), os mais frequentes dos quais são carcinomas in situ
do esófago (19%) e da próstata (8%).
Entre os tumores malignos, tem um nível de detalhe bastante elevado, e o tipo mais frequente é o
carcinoma hepatocelular (14%), seguido pelo tumor do colo do útero (5%) (tab.27).
Tabela 27 – Frequência das primeiras 20 causas básicas do capítulo Neoplasias (excluindo as
benignas e de comportamento incerto ou desconhecido) (N=1079), 2009-2011
Código Descrição Nº %
C220 Carcinoma de células hepáticas 150 14%
C53 Neoplasia maligna do colo do útero 53 5%
C46 Sarcoma de Kaposi 53 5%
C80 Neoplasia maligna, sem especificação de localização 43 4%
C531 Neoplasia maligna do exocérvix 33 3%
C22 Neoplasia maligna do fígado e das vias biliares intra-hepáticas 28 3%
C837 Tumor de Burkitt 25 2%
C717 Neoplasia maligna do tronco cerebral 19 2%
C021 Neoplasia maligna da borda da língua 19 2%
C859 Linfoma não-Hodgkin de tipo não especificado 17 2%
C762 Neoplasia maligna do abdome 16 1%
C71 Neoplasia maligna do encéfalo 15 1%
C83 Linfoma não-Hodgkin difuso 15 1%
C07 Neoplasia maligna da glândula parótida 14 1%
C50 Neoplasia maligna da mama 14 1%
C020 Neoplasia maligna da face dorsal da língua 14 1%
C229 Neoplasia maligna do fígado, não especificada 13 1%
C031 Neoplasia maligna da gengiva inferior 13 1%
C910 Leucemia linfoblástica aguda 13 1%
C962 Tumor maligno de mastócitos 13 1%
Outras neoplasias 499 46%
Visando facultar uma visão mais geral, foi feita uma análise por agrupamento de localização dos
tumores malignos (fig.22). Como esperado, com base na tabela acima, os tumores mais frequentes
são os dos órgãos digestivos (25%), as neoplasias malignas, declaradas ou presumidas serem
primárias, do tecido linfóide, hematopoiético e afins (19%); os tumores do lábio, cavidade oral e
faringe e dos órgãos genitais femininos (29 tipos em total) são igualmente frequentes (10%) mas no
primeiro grupo nenhuma das 29 formas registadas no SIS-ROH é preponderante; pelo contrário, no
segundo grupo os tumores malignos do colo do útero e do ovário são as duas formas
preponderantes (respectivamente 82% e 10% dos tumores dos órgãos genitais femininos). Os
tumores de localizações mal definidas, secundárias e não especificadas, são uma percentagem
bastante alta que deveria ser reduzida através dum diagnóstico mais acurado e uma melhor
codificação.
Análise da mortalidade nacional intra-hospitalar - Moçambique - SIS-ROH 2009-2011
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Fig.22 – Distribuição dos óbitos por neoplasias malignas (N=1079) por agrupamentos de
localização, 2009-2011
Uma comparação entre homens e mulheres mostra que as diferenças principais são claramente
devidas aos tumores dos órgãos genitais femininos, que mas mulheres são 20% de todas as formas e
os tumores do trato urinário que nos homens são quatro vezes mais frequentes por causa dos
tumores da próstata (fig.23). Nos homens nota também uma frequência maior de tumores do lábio,
cavidade oral e faringe: 13% nos homens contra 8% nas mulheres (percentagem calculada sem
contabilizar os tumores dos órgãos genitais femininos). O tumor maligno da mama é apenas 3% dos
tumores das mulheres.
Figura 23 – Distribuição dos óbitos por neoplasias malignas por agrupamentos de localização e
sexo (N. sexo Feminino=496; N. sexo Masculino=583), 2009-2011
Órgãos digestivos 25%
Tecido linfóide, hematopoiético e
afins 19%
Lábio, cavidade oral e faringe
10%
Órgãos genitais femininos
10%
Localizações mal definidas, secund.,
não esp. 10%
Cérebro, olhos e outras partes do
SNC 7%
Mesotelio e tecidos moles
6%
Órgãos respiratórios 3%
Outras 10%
0% 20% 40% 60% 80% 100%
F
M
Órgãos digestivos
Tecido linfóide,hematopoiéticoLábio, cavidade oral e faringe
Localizações mal definidas,sec., não esp.Cérebro, olhos e outras partesdo SNCMesotelio e tecidos moles
Trato urinário
Órgãos respiratórios
Órgãos genitais femininos
Outras
Análise da mortalidade nacional intra-hospitalar - Moçambique - SIS-ROH 2009-2011
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5.1.2.8 Diabete
A diabete, nas suas várias formas, representa globalmente apenas 1.4% das causas básicas de óbito;
todavia a percentagem varia entre faixas etárias registando um aumento constante com o aumentar
da idade. A proporção de óbitos por diabete é igual entre homens e mulheres em geral e em cada
faixa etária (fig.24).
Figura 24 – Número de óbitos que têm como causa básica a diabete, por sexo e faixas etárias; em
purpura a proporção de óbitos por diabete em cada faixa etária sem distinção de sexo, 2009-2011
Entre os tipos específicos de diabete, os mais frequentes são diabete mellitus não especificada
(58%), seguido pelo diabetes mellitus insulino-dependente (24%) e diabetes mellitus não-insulino-
dependente (14%). Em total as formas registadas como diabete com complicações são 18%, sem
complicações 1% e o resto são formas sem especificação (tab.28).
Tabela 28 – Códigos específicos utilizados para os óbitos que tem como causa básica Diabete,
2009-2011
Código Descrição N %
E10 Diabetes mellitus (DM) insulino-dependente 52 12.5%
E100 DM insulino-dependente - com coma 25 6.0%
E101 DM insulino-dependente - com cetoacidose 18 4.3%
E106 DM insulino-dependente - com outras complicações esp. 1 0.2%
E107 DM insulino-dependente - com complicações múltiplas 1 0.2%
E108 DM insulino-dependente - com complicações não esp. 1 0.2%
E109 DM insulino-dependente - sem complicações 3 0.7%
E11 DM não-insulino-dependente 51 12.3%
E111 DM não-insulino-dependente - com cetoacidose 2 0.5%
E116 DM não-insulino-dependente - com outras complicações esp. 1 0.2%
E117 DM não-insulino-dependente - com complicações múltiplas 1 0.2%
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0-14 15-24 25-34 35-44 45-54 55-64 65+
Feminino Masculino
1.1%
2.6%
5.6%
4.5%
1.6%
0.5% 0.2%
Análise da mortalidade nacional intra-hospitalar - Moçambique - SIS-ROH 2009-2011
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Código Descrição N %
E119 DM não-insulino-dependente - sem complicações 2 0.5%
E12 DM Relacionado Com a Desnutrição 4 1.0%
E13 Outros tipos Especificados de DM 10 2.4%
E130 Outros tipos especificados de DM - com coma 1 0.2%
E131 Outros tipos especificados de DM - com cetoacidose 1 0.2%
E138 Outros tipos especificados de DM - com complicações não esp. 2 0.5%
E14 DM não Especificado 217 52.2%
E140 DM não especificado - com coma 11 2.6%
E141 DM não especificado - com cetoacidose 8 1.9%
E142 DM não especificado - com complicações renais 1 0.2%
E144 DM não especificado - com complicações neurológicas 1 0.2%
E148 DM não especificado - com complicações não esp. 1 0.2%
E149 DM não especificado - sem complicações 1 0.2%
Total 416
5.1.2.9 Causas externas
No total as causas externas são a causa básica de 6% de todos os óbitos. Infelizmente a análise das
causas externas é afectada pelo facto de, para muitos óbitos, terem sido utilizados os códigos do
capítulo XIX “Lesões, envenenamento e algumas outras consequências de causas externas” apesar
deste capítulo do CID-10 não ser permitido para a codificação das causas básicas.
Consequentemente somente 45% dos 1764 óbitos por causas externas foi correctamente codificado
com os código do capítulo XX “Causas externas de morbidade e de mortalidade” e será utilizado para
a presente análise.
A distribuição das causas externas varia muito nos dois sexos, sendo significativamente maior nos
homens em quase todas as faixas etárias. Nos homens de 5-34 anos as causas externas causam uma
percentagem de óbitos não negligenciável (tab.29).
Tabela 29 – Proporção de óbitos que têm como causa básica as causas externas entre todos os
óbitos, por sexo e faixas etárias, 2009-2011
Sexo feminino Sexo Masculino Total
Idade n causas ext. n tot % n causas ext. n tot % n causas ext. n tot %
<1 21 3717 0.6% 21 4383 0.5% 42 8100 0.5%
1-4 21 918 2% 34 1086 3% 55 2004 3%
5-14 18 529 3% 49 672 7% 67 1201 6%
15-24 26 1204 2% 94 1041 9% 120 2245 5%
25-34 30 1992 2% 147 2625 6% 177 4617 4%
35-44 31 1423 2% 79 2283 3% 110 3706 3%
45-54 23 1075 2% 66 1946 3% 89 3021 3%
55-64 20 764 3% 37 1277 3% 57 2041 3%
65+ 27 991 3% 49 1391 4% 76 2382 3%
Total 217 12613 2% 576 16704 3% 793 29317 3%
Análise da mortalidade nacional intra-hospitalar - Moçambique - SIS-ROH 2009-2011
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Entre as causas externas têm um nível de detalhe bastante elevado; o acidente de pedestre
traumatizado em um acidente de trânsito é, com destaque, a causa básica mais frequente (24%), dos
quais 40% acontecem em homens de 15-34 anos. Das outras causas são relativamente frequentes
vários acidentes de transporte, outras formas de atropelamento, quedas e envenenamento
acidental. É interessante observar que, mesmo se com frequência pequena, nas 20 causas mais
frequentes figuram a assepsia insuficiente durante a prestação de cuidados cirúrgicos e médicos
(3%) e intoxicação alcoólica (2%) (tab.30).
Tabela 30 – Frequência das primeiras 20 causas básicas do capítulo Neoplasias (excluindo as
benignas e de comportamento incerto ou desconhecido) (N=1079), 2009-2011
Cod. Descrição N %
V093 Pedestre traumatizado em um acidente de trânsito não especificado 192 24%
V99 Acidente de Transporte Não Especificado 64 8%
Y03 Agressão por meio de impacto de um veículo a motor 55 7%
W19 Queda sem especificação 50 6%
X44 Envenenamento (intoxicação) acidental por e exposição a outras drogas, medicamentos e substâncias biológicas não especificadas
40 5%
Y04 Agressão por meio de força corporal 32 4%
Y850 Sequelas de um acidente de veículo a motor 30 4%
V87 Acidente de trânsito de tipo especificado, mas sendo desconhecido o modo de transporte da vítima
24 3%
Y629 Assepsia insuficiente durante a prestação de cuidado cirúrgico e médico não especificado
20 3%
X93 Agressão por meio de disparo de arma de fogo de mão 19 2%
X49 Envenenamento (intoxicação) acidental por e exposição a outras substâncias químicas nocivas e às não especificadas
16 2%
Y912 Intoxicação alcoólica grave e muito grave 15 2%
X99 Agressão por meio de objeto cortante ou penetrante 14 2%
V099 Pedestre traumatizado em um acidente de transporte não especificado 12 2%
V092 Pedestre traumatizado em um acidente de trânsito envolvendo outros veículos e os não especificados, a motor
6 1%
X679 Auto-intoxicação intencional por outros gases e vapores - local não especificado
6 1%
W76 Outro enforcamento e estrangulamento acidental 5 1%
Y09 Agressão por meios não especificados 5 1%
V98 Outros acidentes de transporte especificados 5 1%
V46 Ocupante de um automóvel (carro) traumatizado em colisão com outro veículo não-motorizado
5 1%
X91 Agressão por meio de enforcamento, estrangulamento e sufocação 5 1%
W80 Inalação e ingestão de outros objetos causando obstrução do trato respiratório
5 1%
Outras causas 168 21%
Análise da mortalidade nacional intra-hospitalar - Moçambique - SIS-ROH 2009-2011
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Com vista a fornecer uma visão mais geral, foi feita uma análise por agrupamento de causas
externas (fig.25). Como esperado, com base da tabela acima, as causas externas mais frequentes são
os acidentes de transporte (em total 43%) e as agressões (18%) dentre as quais não é reportado
nenhum óbito por síndrome dos maus tratos e agressão sexual. A lesão autoprovocada é igualmente
frequente nos homens e nas mulheres. Das mordeduras e golpes de répteis, 2 casos foram de
mordedura de crocodilo e 5 de outros répteis.
Figura 25 – Distribuição dos óbitos por causas externas (N=793) por agrupamentos, 2009-2011
Uma análise por idade mostra uma diferença de distribuição de causas externas por idade (fig.26).
As crianças pequenas são principalmente interessadas para intoxicação acidental e para acidentes
ocorridos em pacientes durante a prestação de cuidados médicos e cirúrgicos. As faixas etárias entre
5 e 54 anos são fundamentalmente parecidas, mesmo se as intoxicações são mais frequentes nos 5-
14 anos e as lesões provocadas intencionalmente (dentre as quais estão classificados os suicídios)
são mais frequentes nos 15-34 anos. Nas faixas de mais de 55 anos as quedas são uma causa
relevante.
Pedestre traumatizado
em acidente de transporte
27%
Agressões 18%
Acidentes de transporte
16%
Quedas 8%
Intoxicação acidental
8%
Lesão autoprovocada intencionalm.
5%
Acidentes durante cuidados
médicos e cirúrgicos
4%
Mordedura de crocodilo/cobras/outros répteis
1% Outras causas
13%
Análise da mortalidade nacional intra-hospitalar - Moçambique - SIS-ROH 2009-2011
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Figura 26 – Distribuição dos óbitos por causas externas por agrupamentos e faixas etárias, 2009-
2011
5.1.2.10 Mortalidade materna
A definição de mortalidade materna inclui todos os óbitos de uma mulher durante a gravidez ou até
42 dias depois do fim da gravidez, independentemente da duração e localização da gravidez, por
qualquer causa directamente ligada à gravidez ou por esta agravada, com excepção de causas
acidentais. Na base desta definição os dados registados no SIS-ROH não permitem mensurar a
mortalidade materna. Todavia podem ser analisados os óbitos por as causas obstétricas directas, ou
seja as causas do capitulo XV “Gravidez, parto e Puerpério”. Os óbitos para as causas do capítulo XV
foram 301 em mulheres de mais de 15 anos. Na base de dados há também outros 101 óbitos de <15
anos (incluindo casos de sexo masculino), sendo provavelmente consequência de uma escolha
errada de tipo de código (uso do capítulo XV ao invés do capítulo XVI “Condições originadas no
período perinatal” tais como as condições ligadas à gestação e consequências do trabalho de parto e
parto). Entre as mulheres de >15 anos as causas ligadas à gravidez, parto e puerpério representam
4% de todas as causas de óbito; esta percentagem varia bastante entre os diferentes hospitais, com
um intervalo de 0.5-11%, sugerindo uma diferente qualidade dos cuidados maternos e/ou uma
diferente organização da gestão das pacientes no território (tab.31).
Tabela 31 – Proporção de óbitos devidos a causas básicas ligadas a gravidez, parto e puerpério
(GPP) entre mulheres de >15 anos entre todos os óbitos, por cada hospital, 2010-2011
GPP Causas ligadas a GPP Todas causas %
HCB 7 668 1%
HCM 161 2743 6%
HCN 5 114 4%
HGJM 3 643 0.5%
HPC 15 141 11%
0% 20% 40% 60% 80% 100%
0-4
5-14
15-34
35-54
55+
Pedestre traumatizado emacidente de transporte
Agressões
Outros acidentes detransporte
Quedas
Intoxicação acidental
Lesão autoprovocadaintencionalmente
Acidentes durante cuidadosmédicos e cirúrgicos
Mordedura de répteis
Outras causas externas
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GPP Causas ligadas a GPP Todas causas %
HPI 7 249 3%
HPL 30 280 11%
HPP 6 119 5%
HPQ 42 807 5%
HPX 6 289 2%
Total 282 6053 5%
39% dos óbitos ligados à GPP acontecem na faixa etária de 25-34 anos, 37% em mulheres de 15-24
anos, 18% em mulheres de 35-44 anos e os restantes 6% em mulheres de mais de 45 anos.
Entre as causas por gravidez, parto e puerpério existe um nível de detalhe bastante elevado e as
primeiras 20 causas básicas abrangem apenas 62% dos óbitos. As causas mais frequentes são a
eclâmpsia nas suas várias formas clínicas (22%) e outros transtornos hipertensivos da gravidez (9%),
incluindo a pré-eclâmpsia (tab.32).
Entre as causas não incluídas nas primeiras 20, vale a pena referir que houve 2 abortos voluntários.
60% dos óbitos por gravidez, parto e puerpério aconteceram nas primeiras 48 horas de
internamento. A modalidade de admissão foi urgente de serviço de urgência em 56% dos casos,
transferência doutra unidade sanitária em 40%, e transferência de consultas externas apenas para
3%.
Tabela 32 – Frequência das primeiras 20 causas básicas do capítulo Gravidez, parto e puerpério,
2009-2011
Código Descrição Nº %
O159 Eclâmpsia não especificada quanto ao período 41 14%
O711 Ruptura do útero durante o trabalho de parto 18 6%
O151 Eclâmpsia no trabalho de parto 13 4%
O150 Eclâmpsia na gravidez 13 4%
O85 Infecção puerperal 12 4%
O06 Aborto não especificado 12 4%
O72 Hemorragia pós-parto 10 3%
O10 Hipertensão pré-existente complicando a gravidez, parto e puerpério 10 3%
O459 Descolamento prematuro da placenta, não especificado 9 3%
O821 Parto por cesariana de emergência 6 2%
O16 Hipertensão materna não especificada 6 2%
O149 Pré-eclâmpsia não especificada 6 2%
O141 Pré-eclâmpsia grave 6 2%
O009 Gravidez ectópica, não especificada 4 1%
O713 Laceração obstétrica do colo do útero 4 1%
O03 Aborto espontâneo 4 1%
O269 Afecções ligadas a gravidez, não especificadas 4 1%
O710 Ruptura do útero antes do início do trabalho de parto 3 1%
O622 Outras formas de inércia uterina 3 1%
O722 Hemorragias pós-parto, tardias e secundárias 3 1%
Outras causas 114 38%
Análise da mortalidade nacional intra-hospitalar - Moçambique - SIS-ROH 2009-2011
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A distribuição das causas básicas de óbito ligadas à gravidez, parto e puerpério, agrupadas por
patologias homogéneas, mostram que não há muitas diferenças entre as várias faixas etárias: a
frequência de eclâmpsia diminui ligeiramente com o aumentar de idade; a laceração do períneo e os
traumatismos são mais frequentes no 35-44 anos e as hemorragias pós-parto nos 25-34 anos. Na
faixa de idade de mais de 45 anos há só 17 óbitos dos quais 9 por edema, proteinuria e transtornos
hipertensivos da gravidez, parto e puerpério (fig.27)
Figura 27 – Distribuição dos óbitos por gravidez, parto e puerpério por agrupamentos e faixas
etárias, 2009-2011
5.1.3 Comparação dos resultados do SIS-ROH com outros dados de mortalidade de
Moçambique
Os dados de mortalidade estimados pela Organização Mundial da Saúde para o ano 2010 são
apresentados na tabela 33. Os dados calculados utilizando os dados do SIS-ROH mostram uma
marcada subnotifica de todos os óbitos, menos acentuada para os óbitos neonatais. Todavia este
dado não surpreende porque o SIS-ROH regista somente os óbitos intra-hospitalares em 17 dos 53
hospitais do país, dos quais 10 disponibilizaram dados para esta análise.
Tabela 33 – Comparação entre os indicadores de mortalidade estimados pela OMS (2010) e os
calculados com os dados do SIS-ROH (2011)
Indicador WHO (2010) SIS-ROH (2011)
Cobertura do SIS-ROH (%)
Mortalidade em <5 anos 135/1000 6.0/1000 4%
Mortalidade em <1 ano 92/1000 4.7/1000 5%
Mortalidade neonatal (0-28 dias) 30/1000 3.5/1000 12%
Taxa bruta de mortalidade (em 2009) 15/1000 0.6/1000 4%
Taxa de mortalidade por HIV/SIDA 325 [248-400]/100,000 19/100,000 6%
0% 20% 40% 60% 80% 100%
15-24
25-34
35-44
45+
Eclâmpsia
Outros edema, proteinúria etranstornos hipertensivos
Gravidez que termina em aborto
Laceração do períneo e outrostraumatismos do parto
Outras complicações do trabalho e doparto
Hemorragia Pós-parto
Infecções puerperais
Outras condições ligadas a gravidez,parto e puerpério
Análise da mortalidade nacional intra-hospitalar - Moçambique - SIS-ROH 2009-2011
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O INCAM (Inquérito Nacional sobre Causas de Mortalidade)4, um inquérito associado ao censo de
2007 e baseado na autópsia verbal para o registo de causas de óbitos em Moçambique, forneceu os
dados ilustrados na tabela 34. Os dados do INCAM são representativos da mortalidade de toda a
população a nível nacional, portanto, o INCAM reflecte a situação da população tanto urbana quanto
rural, e inclui os óbitos intra e extra-hospitalares. É possível observar o mesmo nível de
subnotificação dos óbitos por parte do SIS-ROH como discutido acima. Nota-se também muita
diferença de distribuição dos óbitos por faixa de idade e por causa de óbito. A proporção de óbitos
neonatais (0-28 dias de idade) é muito maior entre os óbitos intra-hospitalares, no SIS-ROH, (20%)
que no INCAM (8%), possivelmente para uma concentração nos hospitais de partos complicados
(principalmente prematuros) que necessitam de assistência ao parto. A septicemia do recém-
nascido é causa de morte neonatal em 35% dos casos registados no INCAM e é muito menos
frequente nos recém-nascidos hospitalizados (8% dos casos registados no SIS-ROH).
A proporção dos óbitos de crianças de 28dias-4 anos de idade é muito maior no INCAM (35% de
todos os óbitos contra 14% do SIS-ROH) e a causa principal de óbito é malária (51%).
Na faixa de idade de 5-14 anos e >14 anos a diferença mais relevante, - mais uma vez - é a proporção
de óbitos devidos a malária (49% e 14% no INCAM, respectivamente para 5-14 anos e >14 anos, e
10% e 3% no SIS-ROH).
No total de óbitos e em cada faixa etária a proporção de óbitos causados pelo HIV/SIDA é muito
parecida tanto no INCAM como no SIS-ROH: as duas fontes de dados mostram que o HIV/SIDA é a
causa principal de óbito nos adultos.
Tabela 34 – Comparação entre os indicadores de mortalidade mensurados no INCAM (2007) e os
calculados com os dados do SIS-ROH (2011)
Indicador INE/CDC (2007) SIS-ROH (2011)
Mortalidade em <1 ano 99/1000 4.7/1000
Taxa bruta de mortalidade (em 2009) 14.6/1000 0.6/1000
Mortalidade neonatal (0-28 dias) 32.8/1000 3.5/1000
Óbitos de 0-27 dias de idade 8% 20%
Septicemia do recém-nascido 35% 8%
Factores Maternos 10% 1.3%
Prematuridade 28% 40%
Óbitos de 28 dias-4 anos de idade 35% 14%
Malária 51% 9%
HIV/SIDA 16% 16%
Diarreia 7% 5%
Óbitos de 5-14 anos 7% 4%
Malária 49% 10%
HIV/SIDA 14% 20%
Acidentes 8% 5%
Diarreia 6% 3%
4 Mozambique National Institute of Statistics, U.S. Census Bureau, MEASURE Evaluation, U.S. Centers for
Disease Control and Prevention. Mortality in Mozambique: Results from a 2006–2007 Post-Census Mortality
Survey. Chapel Hill, USA: MEASURE Evaluation, 2012
Análise da mortalidade nacional intra-hospitalar - Moçambique - SIS-ROH 2009-2011
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Indicador INE/CDC (2007) SIS-ROH (2011)
Óbitos de >14 anos de idade 50% 61%
HIV/SIDA 40% 49%
Malária 14% 3.2%
Doenças cardiovasculares 7% 11%
Acidentes e causas externas 6% 5%
Total de óbitos
HIV/SIDA 27% 30%
Malária 29% 7%
O INCAM mostra que 62% dos mortos foi à procura de tratamento clínico para a condição que levou
ao óbito, mas somente 21% dos óbitos aconteceram em uma unidade sanitária. A nível nacional 75%
dos óbitos aconteceram em casa, mas esta percentagem muda em áreas rurais (82%) e urbanas
(54%); 4% acontece em outros lugares (via pública, local de trabalho, etc.). Confrontando com os
dados de óbitos intra-hospitalares do SIS-ROH, a grande discrepância em termos de óbitos de <5
anos (neonatais e pós-neonatais) e em termos de proporção de óbitos por malária, permitem
formular a hipótese de que as crianças de 28-dias-4 anos não têm adequado acesso aos serviços de
saúde, em geral e principalmente por complicações agudas da malária; na generalidade parece que
os casos de malária morrem mais em casa, em áreas rurais, que nas unidades de sanitárias (pelo
menos nas dos níveis II-IV) e isso explicaria a grande diferença entre os achados do INCAM e SIS-ROH
e mostra as limitações de um registo de mortalidade baseado nos óbitos intra-hospitalares para
representar o perfil epidemiológico do país. É também provável que a autópsia verbal sobrestime os
casos de malária (por falta de confirmação do diagnóstico com laboratório/testes rápidos) e/ou que
a situação epidemiológica de 2007 seja diferente daquela de 2011: de facto, vários indicadores do
programa de controlo da malária indicam uma diminuição da incidência desta infecção.
Utilizando as taxas de mortalidade estimadas por cada província pelo INCAM, é possível avaliar o
grau de cobertura do SIS-ROH em cada província (tab.35). Mesmo se as taxas de mortalidade
mudaram entre 2007 e 2011 e os dados de cobertura não podem ser considerados certos, é
indubitável que a cobertura do SIS-ROH é muito mais alta nas províncias de Maputo, Cidade e
Província, que nas outras. A cobertura na Cidade de Maputo é especialmente alta (43%) e pode ser
considerada parecida também nos anos 2009 e 2010: os dados do HCM podem ser considerados
uma importante e representativa fonte de dados para avaliar as tendências de mortalidade nesta
área geográfica.
Análise da mortalidade nacional intra-hospitalar - Moçambique - SIS-ROH 2009-2011
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Tabela 35 – Comparação entre os óbitos registados no SIS-ROH (2011), distribuídos por província
de residência, e os óbitos totais estimados utilizando as taxas de mortalidade do INCAM (2007)
por cada província
Província de residência
Número óbitos do SIS-ROH (2011)
Taxa de mortalidade/1000 por província do INCAM (2007)
População projectada pelo INE (2011)
Número de óbitos anuais estimado
Cobertura do SIS-ROH por província
Cabo Delgado 211 16.5 1 764 194 29109 1%
Cidade deMaputo 5073 10.1 1 178 116 11898 43%
Gaza 820 20.7 1 320 970 27344 3%
Inhambane 540 15.2 1 402 245 21314 3%
Manica 610 15.5 1 672 038 25916 2%
Província deMaputo 2662 11.9 1 444 624 17191 15%
Nampula 928 13.4 4 529 803 60699 2%
Niassa 842 14.5 1 415 157 20519 4%
Sofala 1890 16.4 1 857 611 30464 6%
Tete 21 14 2 137 700 29927 0%
Zambézia 1466 14.5 4 327 163 62743 2%
A comparação com um estudo da Universidade Eduardo Mondlane (UEM)5, feito recolhendo dados
das Conservatórias de Registo Civil das cidades de Maputo, Beira, Chimoio e Nampula em 2001 é
ilustrada na tabela 35. O estudo da UEM é enfocado sobre os óbitos das áreas urbanas, portanto a
população dos óbitos é, em princípio, mais parecida à do SIS-ROH; a diferença reside claramente no
facto de que o estudo abrange ambos os óbitos intra e extra-hospitalares. Outra diferença
importante é que em 2001 a escolha e codificação das causas de óbito não seguia rigorosamente as
regras da CID.
Como para o INCAM, a proporção de óbitos devidos a malária mostra uma diminuição muito
marcada em Maputo, Beira e Chimoio; a diminuição existe mas menos acentuada em Nampula.
Entre as doenças infecciosas também as diarreias mostram uma diminuição. Esta diferença pode
indicar uma real mudança do perfil epidemiológico das áreas urbanas.
A proporção de óbitos por HIV/SIDA mostra um aumento em todas as cidades, particularmente
grande em Maputo e Chimoio. Isso, além de ser o efeito da ampliação da epidemia de HIV, pode ser
devido a um aumento da detecção da infecção por HIV e o diagnóstico do SIDA como causa de óbito.
Contemporaneamente observa-se uma diminuição importante da proporção de óbitos por
tuberculose que pode ser o real efeito dos progressos do programa de controlo da tuberculose
(desde 2001 aumentou a taxa de detecção dos casos e da taxa de cura) mas também pode depender
da codificação dos óbitos por TB nos doentes HIV+ com óbitos por HIV/SIDA.
5 Cliff J., Jahit S., Orvalho A., Novoa A., Dgedge M., Machatine G., Cossa H. Estudo das principais causas de
morte registadas, nas cidades de Maputo, Beira, Chimoio e Nampula, em 2001. Maputo, Moçambique:
Ministério da Saúde, Faculdade de Medicina/UEM e CISM, 2003
Análise da mortalidade nacional intra-hospitalar - Moçambique - SIS-ROH 2009-2011
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A proporção de óbitos por causas perinatais em 2010 é muito mais alta que em 2001 em todas as
cidades, especialmente Beira e Chimoio: isto pode ser um bias devido à selecção dos óbitos intra-
hospitalares por parte do SIS-ROH (como discutido anteriormente durante a comparação com o
INCAM).
Tabela 36 – Comparação entre a frequência das primeiras 10 causas de óbito mais frequentes por
cada cidade em 2001 (estudo da UEM) e 2011 (SIS-ROH)
Maputo/HCM Beira/HCB
Causa de óbito 2001 (%) 2011 (%)
Causa de óbito 2001 (%) 2011 (%)
Malária 22 2 HIV/SIDA 21 26
Causas de morte perinatal 13 19 Malária 15 4
Tuberculose 10 2 Tuberculose 13 2
HIV/SIDA 8 24 Pneumonia/brocopneumonia 7 5
Anemias 5 0.2 Causas de morte perinatal 6 22
Pneumonia/brocopneumonia 5 3 Malnutrição 5 2
Doenças diarreicas 5 2 Doenças diarreicas 4 1
Acidente de viação 3 2 Anemias 4 6
Hipertensão arterial 3 6 Septicemia 2 1
Acidente vascular cerebral 2 2 Meningites 2 0.3
Chimoio/HPC Nampula/HCN
Causa de óbito 2001 (%) 2011(%) Causa de óbito 2001 (%) 2011(%)
Malária 21 4 Malária 22 17
HIV/SIDA 16 34 HIV/SIDA 11 18
Tuberculose 10 2 Tuberculose 8 2
Pneumonia/brocopneumonia 9 5 Doenças diarreicas 7 4
Doenças diarreicas 8 1 Pneumonia/brocopneumonia 6 7
Causas de morte perinatal 5 27 Anemias 5 4
Malnutrição 4 2 Acidente vascular cerebral 4 2
Anemias 3 2 Meningites 4 2
Envenenamento 3 2 Hipertensão arterial 2 0.3
Meningites 2 1 Insuficiência cardíaca 2 1
Análise da mortalidade nacional intra-hospitalar - Moçambique - SIS-ROH 2009-2011
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5.2 Secção II - Análise dos dados do Hospital Central de Maputo (HCM)
A análise dos dados do HCM permite avaliar a tendência dos óbitos intra-hospitalares em três anos,
de 2009 até 2011. Os dados de 2008 não foram incluídos na análise detalhada porque a respectiva
base de dados não foi disponibilizada a tempo. Os dados de internamento do HCM utilizados para
calcular a taxa de mortalidade intra-hospitalar são os reportados no relatório “Mortalidade
Hospitalar no HCM, 2008-2010” - elaborado pela DPC em 2011 para os anos 2008-2011 - e os
fornecidos directamente pelo Núcleo de Estatística e Planificação (NEP) do HCM para o ano de 2011:
por isso, alguns dados são incompletos.
Olhando para os dados de 2011, pode-se observar que a taxa de mortalidade muda grandemente
entre departamentos: na Unidade de cuidados intensivos (UCI) a mortalidade chega a ser de 42%
dos doentes internados; a segunda mortalidade mais alta é nos Departamentos de Medicina (15%) e
de Pediatria (12%). A taxa de mortalidade geral do HCM é de 9.5% (tab.36).
A taxa de mortalidade geral, considerando o subtotal dos departamentos de Cirurgia,
Ginecologia/Obstetrícia, Medicina, Pediatria e Ortopedia, mostra um aumento desde o ano de 2008
(7.7%) até 2011 (8.4%) depois de uma leve diminuição em 2009 e 2010 (ambas 7.2%) (tab.42).
Todavia, a tendência de aumento observa-se, mais ou menos acentuada, em todos os
departamentos com excepção do Departamento de Medicina, onde há uma diminuição constante de
2008 até 2010, seguida de um aumento importante em 2011 (fig.28). Os óbitos de Medicina são
muito menos no ano de 2010 que nos outros anos e não se exclui que isso dependa eventualmente
de um incompleto registo dos óbitos de Medicina neste ano.
Tabela 37 – Número dos óbitos registados através do SIS-ROH, número de pacientes internados e
taxa de mortalidade intra-hospitalar no Hospital Central de Maputo por departamento e por ano,
2008-2011
Departamentos
do HCM
Óbitos SIS-ROH Internamentos Taxa de mortalidade intra-
hospitalar/100
2008 2009 2010 2011 2008 2009 2010 2011 2008 2009 2010 2011
Cirurgia 297 284 273 330 10303 10831 10448 9643 2.9 2.6 2.6 3.4
Gineco/Obst 146 78 210 266 11269 11682 12011 10223 1.3 0.7 1.7 2.6
Medicina 2223 2079 1662 2051 14176 14736 14149 13840 15.7 14.1 11.7 14.8
Ortopedia 26 34 29 51 2621 3026 2753 3500 1.0 1.1 1.1 1.5
Pediatria 1765 1711 1729 1647 19796 17790 15223 14228 8.9 9.6 11.4 11.6
Total parcial (5 depart.)
4457 4186 3903 4345 58165 58065 54584 51434 7.7 7.2 7.2 8.4
UCI - - - 787 - - - 1867 - - - 42.2
SO de Adultos - - - 93 - - - - - - - -
Clinica Especial - - - 54 - - - 2273 - - - 2.4
Total 4457 5259 4970 5279 - - - 55574 - - - 9.5
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Figura 28 – Taxa de mortalidade intra-hospitalar no Hospital Central de Maputo por departamento
e por ano, 2008-2011
É para observar que desde 2008 até 2011 o número dos pacientes internados diminui em todos os
departamentos, excepto Ortopedia; em total o número de pacientes internados em 2011 diminuiu
12% se comparado com os dados de 2008 (tab.41). Isso pode indiciar uma mudança na gestão do
HCM, para que pacientes com condições não urgentes (ex. parto eutócico) e menos graves, tenham
acesso através da consulta externa (sem serem necessariamente internados) e sejam cuidados em
primeira instância em hospitais de nível II em Maputo Cidade e Província. Uma mudança da gestão
do HCM assim como a introdução em 2011 dum pequeno pagamento para ser atendidos ao banco
de socorros do HCM (Taxa Moderadora) pode ter influenciado o número de pacientes hospitalizados
e a gravidade da sua condição, explicando o aumento de taxa de mortalidade em 2011. Esta
interpretação dos dados parece encontrar uma confirmação na análise do tipo de admissão dos
doentes: de facto, o número de nascimentos diminui, e em 2011 os internamentos por transferência
de outra unidade de saúde e consulta externa aumentam (as transferências são 42% em 2011 contra
21% em 2009) paralelamente a uma diminuição das admissões como urgente de um serviço de
urgência (nesta categoria frequentemente são classificados doentes que acedem através do banco
de socorros apesar da urgência do diagnóstico) que passam ser 33% no ano de 2011 contra 60% no
de 2009 (fig.29).
2.9
1.3
15.7
1.0
8.9
3.4 2.6
14.8
1.5
11.6
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Cirurgia Ginecologia /Obstetrícia
Medicina Ortopedia Pediatria
2008 2009 2010 2011
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Figura 29 – Distribuição dos óbitos do HCM por tipo de admissão e por ano, 2009-2011
A tendência de diminuição de admissões de serviços de urgência e aumento de transferências
doutra unidade de saúde descrita acima é constante em todos os departamentos. Em pediatria os
nascimentos diminuem 43% entre 2009 e 2001, e as consultas externas duplicam-se (fig.30).
Figura 30 – Distribuição dos óbitos do HCM por tipo de admissão, por departamento e por ano,
2009-2011
Em 2011 o perfil do HCM assemelha-se ao dum hospital de referência de IV nível, com uma alta
proporção de doentes internados após transferência doutras unidades sanitárias; o Hospital Geral
José Macamo, de nível II, aferentes da mesma população do HCM, tem um perfil complementar,
com uma proporção mais alta de doentes admitidos através do Banco de Socorros do que os
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
Nascimentonesta US
Sem informação Urgencia Transferenciadoutra US
Consultasexternas
2009 2010 2011
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
09 10 11 09 10 11 09 10 11 09 10 11 09 10 11 09 10 11 09 10 11
Cirurgia Gineco/Obst Medicina Ortopedia Pediatria SO Adultos UCI
Nascimentos e consultas externas Transferencia doutra US
Urgente dum servico de urgencia
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admitidos por transferência ou consultas externas. Contrariamente ao HCM, os hospitais centrais da
Beira e Nampula têm um perfil mais parecido ao do HGJM que ao HCM, sugerindo que funcionam
principalmente como primeiro nível de referência dos cuidados hospitalares ao invés de nível de
referência superior (fig.31). Este tipo de informações podem orientar decisões sobre a gestão dos
doentes no território para melhorar o sistema de referência de doentes e não sobrecarregar os
hospitais de alta especialização com casos geráveis a níveis mais baixos.
Figura 31 – Comparação da distribuição dos óbitos por tipo de internamento nos Hospitais
Centrais de Maputo, Beira e Nampula e no Hospital Geral José Macamo, 2011
A comparação entre os dados do SIS-ROH e os dados do censo hospitalar foi possível somente para
2011. Neste ano o SIS-ROH é mais completo que o censo em todos os departamentos, excepto no de
pediatria; em total o SIS-ROH conseguiu registar 10% de óbitos adicionais. A grande desproporção
entre o SIS-ROH e o censo hospitalar pode derivar do facto de no SIS-ROH alguns recém-nascidos
(principalmente os recém-nascidos mortos imediatamente depois do parto) serem registado como
internados em Obstetrícia no lugar de Pediatria; isso explica também a discrepância entre SIS-ROH e
censo hospitalar em Pediatria (tab.37).
Tabela 38 – Comparação entre número de óbitos intra-hospitalares do HCM registados através do
SIS-ROH e os registados através do censo hospitalar por departamento, 2011
Óbitos HCM/departamento Óbitos SIS-ROH
Óbitos censo hospitalar
% óbitos adicionais registados pelo SIS-ROH
Cirurgia 330 307 7%
Ginecologia/Obstetrícia 266 66 75%
Medicina 2051 1845 10%
Ortopedia 51 28 45%
Pediatria 1647 1719 -4%
UCI 787 727 8%
SO de Adultos 93 ND ND
Clínica Especial 54 47 13%
Total 5279 4739 10%
0
500
1000
1500
2000
2500
HC Maputo HG José Macamo HC Nampula HC Beira
Nascimentos e consultas externas Transferencia doutra US
Urgente dum servico de urgencia
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O intervalo entre internamento e óbito é de menos de 48 horas em 45% dos casos no ano de 2009,
42% no de 2010 e 37% em 2011. A tendência de diminuição dos óbitos nas primeiras 48 horas de
internamento observa-se igualmente em cada departamento, excepto na Clínica Especial e no
Departamento de Ginecologia/Obstetrícia onde os óbitos nas primeiras 48 horas passam a ser 35%
em 2009 até 69% no ano de 2011. Em todos os departamentos, com excepção de
ginecologia/obstetrícia, unidade de cuidados intensivos e serviço de observação de adultos, os
óbitos nas primeiras 48 horas são menos de 50% (fig.32).
Figura 32 – Distribuição dos óbitos do HCM por intervalo de tempo entre internamento e óbito,
por departamento e ano, 2009-2011
A média do intervalo de internamento no HCM é de 6.2 dias em 2009, 7.6 em 2010 e 7.8 em 2011. A
média é máxima em Ortopedia (20-32 dias) e mínima no Serviço de Observação de Adultos (0.5-3
dias) (tab.38). Em geral, um internamento longo é um factor de risco para óbitos devidos a doenças
nosocomiais.
Tabela 39 – Média do intervalo de tempo entre internamento e óbito (em dias) dos óbitos do HCM
por, por departamento e ano, 2009-2011
Departam. Ano Intervalo médio entre internamento e óbito
Departam. Ano Intervalo médio entre internamento e óbito
Cirurgia
2009 9.5
Pediatria
2009 5.8
2010 14.3 2010 7.2
2011 13.9 2011 6.4
Gin/Obst
2009 13.5
SO Adultos
2009 1.0
2010 6.6 2010 2.9
2011 7.9 2011 0.5
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
20
09
20
10
20
11
20
09
20
10
20
11
20
09
20
10
20
11
20
09
20
10
20
11
20
09
20
10
20
11
20
09
20
10
20
11
20
09
20
10
20
11
20
09
20
10
20
11
Cirurgia Clínica Esp. Gin/Obst Medicina Ortopedia Pediatria SO Adultos UCI
<48 >48
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Departam. Ano Intervalo médio entre internamento e óbito
Departam. Ano Intervalo médio entre internamento e óbito
Medicina
2009 6.9
UCI
2009 2.9
2010 8.6 2010 4.8
2011 8.7 2011 5.1
Ortopedia
2009 26.4
Clínica Esp.
2009 14.6
2010 20.1 2010 14.0
2011 32.0 2011 7.2
A análise dos óbitos do HCM por meses, não mostra um claro padrão sasonal. De facto no ano de
2009 o número de óbitos parece diminuir de janeiro a dezembro mas em 2010 não se encontra a
mesma tendência tendo um pico em maio e um outro em dezembro. Em 2010 o pico mínimo em
setembro parece um artefacto devido a dados incompletos no sistema: como referido acima em
2010 o número total de óbito do departamento de medicina parece excessivamente menor do que
em 2009 e 2011. Em 2011 a mortalidade parece ser maior entre agosto e setembro, mas tanto o
número de óbitos quanto a taxa de mortalidade flutuam bastante e não indiciam uma clara
tendência (fig.33)
Figura 33 – Distribuição do número de óbitos do HCM nos anos 2009- 2011 e da taxa de
mortalidade intra-hospitalar no ano 2011 por mês
A análise dos óbitos do HCM nos primeiros três meses de 2011 mostra que não existe um aumento
sistemático dos óbitos nos fins de semana, dias de risco de serem caracterizados por uma menor
qualidade da assistência hospitalar (fig.34)
5
6
7
8
9
10
11
12
13
200
250
300
350
400
450
500
550
600
650
700
Jan
Fev
Mar
Ab
rM
aiJu
nJu
lA
go Set
Ou
tN
ov
Dec Jan
Fev
Mar
Ab
rM
aiJu
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Ou
tN
ov
Dec Jan
Fev
Mar
Ab
rM
aiJu
nJu
lA
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Ou
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ov
Dec
2009 2010 2011
ob
ito
s/1
00
inte
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en
tos
Nu
me
ro
Obitos (N) Taxa de mortalidade intra-hospitalar (%)
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Figura 34 – Distribuição dos óbitos do HCM por dia da semana. As linhas vermelhas estão em
correspondência com os domingos. Janeiro-março 2011
A distribuição dos óbitos por idade é muito parecida em cada ano, sendo que as crianças de 0-7 dias
e os adultos de 25-34 anos são as faixas de idade mais afectadas. Todavia, há algumas diferenças,
especialmente na mortalidade neonatal tardia que aumenta no tempo e a mortalidade pós-neonatal
que diminui de quase metade desde o ano de 2009 até 2011 (fig.35)
Figura 35 – Distribuição de óbitos do HCM por faixas de idade por ano, 2009-2011
A proporção de óbitos de sexo masculino é de 57% em cada ano.
A análise das causas básicas de óbito agrupadas por capítulo do CID-10 mostra que as doenças
infecciosas são a causa principal desde 2008, com um pico de 38% no ano de 2009 e uma
prevalência de 31% no ano de 2011. A seguir estão as afecções do período perinatal que mostram
um leve mas constante aumento desde 2008. Também as doenças do aparelho circulatório, as
neoplasias e a gravidez, parto e puerpério mostram um aumento leve mas constante; pelo contrário,
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
0-7d 8-28d 29d-12m 1-4 5-14 15-24 25-34 35-44 45-54 55-64 65+
2009 2010 2011
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as doenças respiratórias, as hematológicas e as do sistema nervoso diminuem. As “Consequências
das causas externas” diminuem e as “Causas externas” aumentam: isso é devido principalmente a
uma melhor codificação das causas externas ao longo dos anos; as causas externas, consideradas
como um conjunto das causas externas e das consequências de causas externas diminuem
ligeiramente de 2009 até 2011 sendo 9% e 7% respectivamente em cada ano. Por vários grupos de
causas básicas os dados de 2008 destacam-se e isso pode depender do facto que o SIS-ROH foi
implantado no HCM neste ano e a qualidade da seleção e codificação da causa de óbito pode ter tido
uma qualidade não ótima (fig.36 e tab.39). É interessante notar que as causas básicas dos capítulos
Sintomas, sinais e achados anormais e Fatores que influenciam a saúde (códigos de causas mal
definidas) são utilizados progressivamente menos e isso contribui para aumentar a qualidade dos
dados do SIS-ROH.
Figura 36 – Número de óbitos do HCM por causa básica de morte (capítulo CID-10) e ano, 2009-
2011
Tabela 40 – Distribuição de óbitos do HCM por causa básica de morte (capítulo CID-10) e ano
(número e percentagem), 2009-2011
Causas básicas de óbito (capítulos CID-10)
2008 2009 2010 2011
N % N % N % N %
D. infecciosas 1202 22% 1980 38% 1527 31% 1631 31%
Afecções período perinatal 802 15% 840 16% 986 20% 1022 19%
Doenças do aparelho circulatório 505 9.4% 538 10% 567 11% 581 11%
Doenças do aparelho respiratório 500 9.3% 257 4.9% 207 4.2% 202 3.8%
Doenças do sistema nervoso 329 6.2% 155 2.9% 137 2.8% 121 2.3%
Doenças do sangue e órgãos hematopoéticos
326 6.1% 64 1.2% 38 0.8% 60 1.1%
Neoplasias [tumores] 297 5.6% 238 4.5% 283 5.7% 371 7.0%
0200400600800
100012001400160018002000
2008 2009 2010 2011
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Causas básicas de óbito (capítulos CID-10)
2008 2009 2010 2011
N % N % N % N %
Consequências de causas externas 284 5.3% 287 5.5% 179 3.6% 109 2.1%
Doenças endócrinas e nutricionais 262 4.9% 198 3.8% 188 3.8% 205 3.9%
Doenças do aparelho geniturinário 198 3.7% 130 2.5% 80 1.6% 144 2.7%
Doenças do aparelho digestivo 160 3.0% 122 2.3% 138 2.8% 162 3.1%
Sintomas, sinais e achados anormais 160 3.0% 82 1.6% 82 1.6% 58 1.1%
Fatores que influenciam a saúde 155 2.9% 30 0.6% 31 0.6% 16 0.3%
Malformações congênitas 44 0.8% 71 1.4% 82 1.6% 107 2.0%
Gravidez, parto e puerpério 35 0.7% 19 0.4% 85 1.7% 169 3.2%
Transtornos mentais 26 0.5% 18 0.3% 5 0.1% 14 0.3%
Causas externas 23 0.4% 182 3.5% 231 4.6% 243 4.6%
Doenças da pele e do subcutâneo 21 0.4% 19 0.4% 20 0.4% 19 0.4%
Doenças do sistema osteomuscular 10 0.2% 8 0.2% 9 0.2% 14 0.3%
Doenças do olho e anexos 8 0.1% 2 0.0% 3 0.1% 4 0.1%
Doenças do ouvido e mastóide 1 0.0% 3 0.1% 3 0.1% 0 0.0%
Não Especificada 0 0.0% 16 0.3% 89 1.8% 27 0.5%
Total 5348 5259 4970 5279
Analisando as causas básicas utilizando a categoria de 3 dígitos (fig.37 e tab.40), observa-se que a
causa de óbito principal é a doença pelo HIV não especificada que é responsável por 23%, 17% e 14%
de todos os óbitos do HCM em 2009, 2010 e 2011 respectivamente. Todavia esta diminuição
corresponde ao aumento de óbitos por doença pelo HIV resultando em doenças infecciosas e
parasitárias (de 5% em 2009 a 8% em 2011) e resultando em outras doenças especificadas. Em total
a proporção de óbitos por HIV, todas as formas, é bastante estável sendo 29% em 2009, 23% em
2010 e 24% no ano de 2011.
A segunda causa de óbito é a prematuridade que tem uma proporção constante em todos os anos. A
maioria dos óbitos por prematuridade situa-se nos recém-nascidos com 28-37 semanas de gestação
ou duração não especificada (88% das prematuridades em 2009, 76% em 2010 e 60% em 2011);
todavia os óbitos por imaturidade extrema (<28 semanas de gestação) estão em ascensão sendo
11% em 2009, 15% em 2010 e 25% no ano de 2011. A definição do tipo de prematuridade é muito
importante para a planificação dos cuidados pré-natais. Um aumento dos casos de imaturidade
extrema pode depender de uma melhor codificação mas pode também ser reflexo de uma gestão
cada vez mas importante dos partos de menor risco em outros hospitais do território.
Desde 2009 até 2011 nota-se um aumento de óbitos por hipertensão essencial e uma diminuição
dos por malária por plasmodium falciparum: estes dados parecem coerentes com a modificação do
perfil epidemiológico das causas de óbitos em áreas urbanas de outros países, onde as doenças não
transmissíveis substituem gradualmente as doenças transmissíveis como causas principais de
morbilidade e mortalidade.
Nas primeiras 20 causas básicas de óbito aparecem os atropelamentos (pedestre traumatizado em
acidentes de transporte não especificados) que registam uma leve tendência de aumento.
Análise da mortalidade nacional intra-hospitalar - Moçambique - SIS-ROH 2009-2011
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Figura 37 – Número de óbitos do HCM para as primeiras 10 causas básicas de óbito mais
frequentes (categoria 3 dígitos) e ano, 2009-2011
Tabela 41 – Distribuição dos óbitos do HCM para as primeiras 20 causas básicas de óbito mais
frequentes (categoria 3 dígitos) e ano, 2009-2011
Causa básica 3dígitos 2009 2010 2011
N % N % N %
B24 HIV não especificada. 1214 23% 845 17% 759 14%
P07 Gestação de curta duração e peso baixo ao nascer
581 11% 603 12% 583 11%
B20 HIV resultando em doenças infecciosas 240 5% 213 4% 409 8%
I10 Hipertensão essencial 192 4% 249 5% 308 6%
P21 Asfixia ao nascer 161 3% 187 4% 144 3%
J18 Pneumonia por microorganismo não esp. 115 2% 96 2% 111 2%
B50 Malária por P. Falciparum 129 2% 105 2% 47 1%
P36 Septicemia bacteriana do recém-nascido 58 1% 94 2% 102 2%
I64 Acidente Vascular Cerebral 145 3% 66 1% 40 1%
A09 Diarreia infecciosa 90 2% 57 1% 77 1%
V09 Pedestre traumatizado em acidentes de transporte não esp.
60 1% 55 1% 100 2%
G00 Meningite bacteriana não classificada em outra parte
77 1% 63 1% 65 1%
N18 Insuficiência renal crônica 48 1% 40 1% 78 1%
E14 Diabetes mellitus não especificado 53 1% 36 1% 75 1%
C22 Neoplasia maligna do fígado e das vias 53 1% 24 0% 77 1%
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
2009
2010
2011
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Causa básica 3dígitos 2009 2010 2011
N % N % N %
biliares intra-hepáticas
A41 Outras septicemias 61 1% 60 1% 26 0%
B21 HIV resultando em neoplasias malignas 42 1% 36 1% 63 1%
1111 Não especificada 16 0% 89 2% 27 1%
S06 Traumatismo intracraniano 96 2% 24 0% 9 0%
J15 Pneumonia bacteriana não classificada em outra parte
51 1% 45 1% 31 1%
Outras causas 1777 34% 1983 40% 2148 41%
No total a proporção de óbitos por HIV, todas as formas, está em ligeira regressão, sendo 29% em
2009, 23% em 2010 e 24% em 2011. Esta diminuição é mais marcada incluindo os dados de 2008
(35%) na tendência; todavia a qualidade dos dados de 2008 pode ser inferior e, portanto, os dados
de 2008 são para ser interpretados com cuidado. De maneira espetacular, os óbitos por todas as
outras causas (excluindo HIV) aumentam ligeiramente, seja em termos de percentagem quer em
termos de número absoluto (fig.38).
Figura 38 – Tendência do número de óbitos por HIV/SIDA, por todas as outras causas e óbitos
totais, no HCM do 2008 até 2011
Analisando as causas directas utilizando a categoria de 4 dígitos (fig.38 e tab.41), observa-se que a
causa de óbito principal é a septicemia não especificada que está com tendência a aumentar de
2009 (5%) a 2011 (8%); também a septicemia não especificada do recém-nascido, além de ser a
terceira causa mais frequente, tem uma tendência de aumento (de 4% a 7% desde 2009 até 2011).
Considerando que 66% dos óbitos com causa directa “septicemia” e 73% dos óbitos “septicemia do
recém-nascido” acontecem em pacientes internados por >48 horas não pode ser excluída a
necessidade de fortalecer a assepsia das intervenções e as medidas de prevenções das doenças
nosocomiais.
A diminuição dos óbitos por síndrome da angústia respiratória do recém-nascido e síndrome da
aspiração neonatal pode sugerir uma melhoria dos cuidados neonatais.
0
1000
2000
3000
4000
5000
2008 2009 2010 2011
Totale
Outras causas
HIV/SIDA
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Em 2011 observa-se um aumento considerável dos óbitos com causa directa “insuficiência
respiratória” seja aguda seja não especificada.
Figura 39 – Número de óbitos do HCM por primeiras 10 causas directas de óbito mais frequentes
(categoria 4 dígitos) e ano, 2009-2011
Tabela 42 – Distribuição dos óbitos do HCM por primeiras 20 causas directas de óbito mais
frequentes (categoria 4 dígitos) e ano, 2009-2011
Causa directa 4 dígitos 2009 2010 2011
N % N % N %
A419 Septicemia não especificada 269 5.1% 345 6.9% 418 7.9%
P220 Síndrome da angústia respiratória do recém-nasc 319 6.1% 322 6.5% 231 4.4%
P369 Septicemia bacteriana não esp. do recém-nascido 196 3.7% 277 5.6% 348 6.6%
I64 Acidente Vascular Cerebral 137 2.6% 155 3.1% 191 3.6%
J180 Broncopneumonia não especificada 190 3.6% 168 3.4% 113 2.1%
J960 Insuficiência respiratória aguda 55 1.0% 99 2.0% 268 5.1%
P210 Asfixia grave ao nascer 134 2.5% 98 2.0% 143 2.7%
J969 Insuficiência respiratória não especificada 40 0.8% 90 1.8% 190 3.6%
A09 Diarreia de Origem Infecciosa Presumível 150 2.9% 80 1.6% 84 1.6%
P249 Síndrome de aspiração neonatal não especificada 103 2.0% 86 1.7% 53 1.0%
D649 Anemia não especificada 46 0.9% 70 1.4% 118 2.2%
D50 Anemia Por Deficiência de Ferro 99 1.9% 84 1.7% 39 0.7%
G936 Edema cerebral 31 0.6% 80 1.6% 108 2.0%
N18 Insuficiência Renal Crônica 74 1.4% 64 1.3% 44 0.8%
G009 Meningite bacteriana não especificada 76 1.4% 46 0.9% 59 1.1%
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
2009
2010
2011
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Causa directa 4 dígitos 2009 2010 2011
N % N % N %
C46 Sarcoma de Kaposi 58 1.1% 55 1.1% 57 1.1%
1111 Não especificado 16 0.3% 94 1.9% 49 0.9%
R571 Choque hipovolêmico 0 0.0% 64 1.3% 94 1.8%
A19 Tuberculose Miliar 58 1.1% 63 1.3% 26 0.5%
B500 Malária por Plasmodium falciparum com complicações cerebrais
71 1.4% 45 0.9% 30 0.6%
Outras causas 3406 64.8% 2930 59.0% 3034 57.5%
A análise das causas básicas de óbito por departamento mostra que o HIV/SIDA absorve muitos dos
recursos do HCM, considerando que o HIV/SIDA está entre as 5 primeiras causas básicas em todos os
departamentos, sendo 49% no Departamento de Medicina (tab.42). Surpreende que o HIV/SIDA seja
responsável por 22% dos óbitos em Cirurgia, especialmente considerando que para estes casos a
causa directa é o mesmo HIV/SIDA em 5% e a septicemia em 22%: isso parece indicar um problema
de codificação das causas de óbito ou uma seleção não adequada do departamento de
internamento.
Tabela 43 – Primeiras cinco causas básicas (agrupamentos de bloques CID-10) dos óbitos do HCM
por cada departamento, total do período 2009-2011
Gineco./Obst. Cirurgia Medicina
Causa básica N % Causa básica N % Causa básica N %
Edema, proteinúria e hipertensão na gravidez
103 12% HIV/SIDA 121 22% HIV/SIDA 2828 49%
Afecções originadas no período perinatal
79 9% Queimaduras e corrosões
81 15% Doenças hipertensivas
452 8%
Neoplasias malignas de órg. genitais femininos
73 8% Carcinomas in situ 74 13% Doenças cerebrovasculares
247 4%
HIV/SIDA 58 7% Acidentes de transporte
62 11% Insuficiência renal 177 3%
Não especificado 53 6% Agressão 41 7% Gripe e pneumonia
157 3%
Total 887 Total 554 Total 5792
Ortopedia SO de Adultos UCI
Causa básica N % Causa básica N % Causa básica N %
Acidentes de transporte 35 4% Tuberculose 24 4% Doenças hipertensivas
370 6%
Quedas 25 3% HIV/SIDA 21 4% HIV/SIDA 350 6%
Lesões do quadril e da coxa
8 1% Acidentes de transporte
13 2% Acidentes de transporte
193 3%
HIV/SIDA 6 1% Gripe e pneumonia 12 2% Doenças cerebrovasc.
151 3%
Lesões no joelho e perna 4 0% Doenças inflamatórias do SNC
7 1% Diabetes mellitus 151 3%
Total 114 Total 195 Total 2749
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Pediatria
Causa básica N %
Duração da gestação e crescimento fetal
1775 35%
Doenças resp. e cardiovasc. do período perinatal
606 12%
HIV/SIDA 514 10%
Infecções próprias do período perinatal
258 5%
Desnutrição 217 4%
Total 5087
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6 Análise da qualidade dos dados do SIS-ROH
6.1 Resultados da análise da qualidade
O número de óbitos cuja causa básica de óbito foi codificada através de códigos do capítulo XVIII
“Sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratório, não classificados em outra
parte” é limitado, sendo 1.6% no anos de 2009 e 2011, e 1.8% em 2010.
Como anteriormente discutido, uma parte dos óbitos por causa externa foram codificados utilizando
os códigos do capítulo XIX “Lesões, envenenamento e algumas outras consequências de causas
externas” sendo em total 3.3% de todos os óbitos: este erro está sendo corrigido com o tempo dado
que a percentagem destes casos foi 5.5 em 2009, 3.5 em 2010 e 2.5 em 2011.
O número de óbitos cuja causa básica de óbito foi codificada através de códigos do capítulo XXI
“Fatores que influenciam o estado de saúde e o contato com os serviços de saúde” é limitado, sendo
0.6% em 2009, 0.8% em 2010, e 0.4% em 2011.
As causas de óbito registadas no SIS-ROH que correspondem à lista de condições que é pouco
provável que sejam causas de óbito (no Segundo Volume do CID-10) são 0.3% de todas as causas.
Cento e trinta e dois óbitos têm como causa básica de óbito o código 111=sem informação
introduzido pelo HCM; isto corresponde a 0.3% dos óbitos do HCM em 2009, 1.8% em 2010 e 0.5%
em 2011.
Todas as informações estão completas, com excepção do sexo que não foi registado para 112 óbitos,
ou seja 0.2% de todos os óbitos em 2009, 0.6% em 2010 e 0,4% no ano de 2011.
A inconsistência entre tipo de causa e sexo do falecido (ex. tumor da próstata em uma mulher) é um
erro que se encontra todos os anos com uma frequência variável mas sempre <1%; para o sexo
masculino, o erro de classificação é parcialmente devido a uso dos códigos do capítulo XV “Gravidez,
parto e puerpério” no lugar de XVI “Afecções originadas no período perinatal”para os recém-
nascidos (anexo 4).
Considerando alguns dos códigos “lixo”6, nota-se que a sua percentagem não é muito elevada (entre
0.7% e 1.2%) e têm tendência a diminuir no tempo (anexo 5).
Alguns óbitos têm um tempo de internamento igual a 0 minutos. Esta percentagem varia bastante
de ano para ano, sendo 1% no ano de 2009, 6% no de 2010 e 11% no de 2011; o dado de 2009
reflecte somente a situação do HCM e, nos anos seguintes, os dados são os números cumulativos de
cada vez mais hospitais. De facto, existe uma diferença importante entre hospitais (anexo 6). Numa
parte destes casos este intervalo de internamento nulo pode reflectir uma real situação, por
exemplo no caso dos óbitos fetais (40% destes casos acontecem nos departamentos de pediatria ou
ginecologia/obstetrícia aos quais são atribuídos os óbitos perinatais), ou no caso dos casos de
urgência que morrem ao chegar ao hospital, antes que os cuidados possam ser devidamente
6 Colin D. Mathers, WHO, March 2005
Análise da mortalidade nacional intra-hospitalar - Moçambique - SIS-ROH 2009-2011
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prestados (22% destes casos acontecem nos departamentos de cuidados intensivos e sala de
observação, e 5% no banco de socorros). Para transformar este dado em informação útil é
necessário introduzir o registo da informação sobre óbitos fetais e deve ser estabelecida uma clara
definição para os óbitos que acontecem no Banco de Socorros, para distinguir entre óbitos intra e
extra-hospitalares. Todavia, se alguns destes dados podem ter uma justificação real, uma
percentagem dos casos com intervalo de internamento nulo é muito provavelmente simplesmente
devido a erro de preenchimento do certificado de óbito ou erro de introdução de dados no SIS-ROH.
A qualidade da seleção das causas básica e directa de óbito pode ser analisada vendo a
plausibilidade da causa directa tendo uma determinada causa básica. Esta análise é apresentada no
anexo 7.
6.2 Algumas medidas para aumentar a qualidade dos dados
No SIS-ROH foram incluídas algumas validações para que o codificador seja avisado que alguns
códigos não permitidos para as causas básicas ou são restringidos por sexo.
Em muitos locais o acesso à lista de definições e códigos CID-10 não é fácil porque não existem livros
e não têm conexão a internet; isso dificulta muito o correcto preenchimento dos certificados de
óbito e a codificação das causas de morte. Para permitir um acesso mais abrangente para todos os
usuários do SIS-ROH, o MOASIS desenvolveu um aplicativo para telemóveis (feature phones)
distribuído gratuitamente e de fácil uso que permite consultar a lista CID-10 em português
procurando seja pela definição da doença seja pelos códigos. Esta ferramenta foi já testada e
mostrou-se ser muito apreciada e útil especialmente no momento do preenchimento dos
certificados de óbito. O aplicativo e o respetivo manual estão disponíveis no site do MOASIS através
do seguinte link: http://www.moasis.org.mz/micd/
A expansão do SIS-ROH para todos os hospitais do país será um desafio para manter uma qualidade
de dados aceitável, especialmente nos hospitais de nível II onde a capacidade diagnóstica é mais
limitada e menor os recursos. Por isso, foi desenvolvida uma lista de códigos seleccionados e
agregados a ser utilizada em locais onde não se consegue alcançar um uso correcto e integral da lista
completa CID-10. Esta lista reduzida compreende em total 201 códigos: 82 correspondem a códigos
de 3 ou 4 dígitos e 119 correspondem a agrupamentos de vários códigos CID-10. Nenhum código da
lista completa CID-10 está excluído. Há 1 código adicional, totalmente novo, específico para
Moçambique que é U50 = “Complicação não especificada do uso da medicina tradicional”. O CID-10
prevê o uso de códigos que iniciam por U para condições que ainda não estão classificadas e
codificadas universalmente. Se na nova revisão do CID-10 (o CID-11) vier a ser introduzido um código
para complicação da medicina tradicional, o código U50 de Moçambique será devidamente
substituído. Cento e noventa códigos da lista reduzida foram realmente registados na base de dados
do SIS-ROH dos anos 2009-2011 (anexo 8), demonstrando que a lista reduzida deveria permitir obter
um nível de detalhe suficiente para monitorar as causas de óbito mais frequentes, as ligadas a
condições/doenças de relevância para a saúde pública e as condições/doenças importantes para
melhorar a gestão hospitalar.
Análise da mortalidade nacional intra-hospitalar - Moçambique - SIS-ROH 2009-2011
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7 Conclusões
O SIS-ROH fornece informações sobre a mortalidade intra-hospitalar que podem guiar decisões a
nível de gestão hospitalar, de gestão dos pacientes no território e de gestão dos programas de saúde
pública. O sistema teve um bom desempenho: em 3 anos foi expandido a nível nacional para 18
hospitais, entre os quais estão todos os de nível IV e III e 8 de nível II (4 gerais, 2 distritais e 2 rurais).
Apesar duma cobertura do sistema ainda baixa, mas este dado é esperado considerando que o
sistema ainda não foi implementado em todos os hospitais. Ademais os óbitos registados no SIS-ROH
são somente os que aconteceram entre pacientes internados. Na base do INCAM a percentagem dos
falecidos que receberam cuidados clínicos (não exclusivamente hospitalares) antes do óbito são
62% do total. A rápida expansão do SIS-ROH deixa prever que a cobertura do SIS-ROH para os óbitos
intra-hospitalares aumentará consideravelmente até finais de 2014. A curto prazo o SIS-ROH será
também capaz de abranger igualmente os óbitos extra-hospitalares por causas externas (violentas
ou acidentes) que são certificados obrigatoriamente pelos serviços de medicina legal e anatomia
patológica.
A cobertura do SIS-ROH é mais alta para os óbitos neonatais que para os óbitos gerais e o SIS-ROH
fornece dados sobre as causas de morte neonatal e infantil que podem ser orientadores para a
saúde materno infantil e para o fortalecimento dos cuidados pediátricos neonatais nos hospitais. Por
outro lado, o SIS-ROH está sendo melhorado para que possa permitir registar os dados do certificado
de óbito sobre mortes fetais e dados adicionais sobre os óbitos em menores de um ano de idade (ex.
óbito em relação ao parto, paridade da mãe, etc.).
A cobertura do SIS-ROH para os residentes da Cidade e Província de Maputo é muito alta e os dados
podem ser considerados representativos da mortalidade intra-hospitalar. No Hospital Central de
Maputo o SIS-ROH regista um número constante de óbitos desde 2009 (com base do censo
hospitalar todos os óbitos são capturados pelo sistema) e a sua cobertura dos óbitos dos residentes
na área geográfica de Maputo é constantemente muito elevada. O SIS-ROH no HCM tornou-se uma
ferramenta de medição directa da tendência das causas de óbito e representa uma importante fonte
de dados para avaliar as mudanças no perfil epidemiológico da população e o impacto de programas
de controlo de doenças entre as quais o HIV/SIDA.
A qualidade dos dados é boa, considerando a baixa percentagem de códigos lixo e de causas de
óbitos mal identificadas. Apesar de alguns problemas de codificação das causas básicas e da escolha
da sequência de eventos que levaram à morte, a representatividade das causas de óbitos pode-se
considerar aceitável e fiável.
A formação e capacitação em CID-10 e a melhoria dos mecanismos de validações de dados do
aplicativo SIS-ROH são necessárias para melhorar e manter a qualidade dos dados. O uso de listas
reduzidas e ferramentas como mICD em hospitais de nível II, onde haja dificuldade de formar
devidamente o pessoal e de fazer a supervisão, podem ajudar a manter uma qualidade alta dos
dados do SIS-ROH quando este fôr instalado em todos os hospitais.
Numa perspectiva de médio-longo prazo, a articulação e coordenação com outros setores, dentre os
quais o Registo Civil, é essencial para integrar o SIS-ROH no sistema de registo de mortalidade
nacional, fora do Sistema Nacional de Saúde, para que se possam registar dados de todos os óbitos e
permitir uma descrição do perfil epidemiológico dos óbitos intra-hospitalares quanto os extra-
hospitalares do país.
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8 Anexos
Anexo 1 - Distribuição dos óbitos por causa básica de morte (capitulo CID-10) por cada
hospital
Figura 1 –Hospital Central da Beira, 2010-2011 (numero total 3391)
Figura 2 –, Hospital Central de Maputo, 2009-2011 (numero total 15508)
D. infecciosas 31%
Afecções do período
perinatal 25% D.
hematológicas e imunitárias
8%
Neoplasias 6%
D. do aparelho respiratorio
6%
D. do aparelho circulatório
4%
D. endócrinas
e nutricionais
3%
D. do sistema nervoso
3%
D. do sistema osteomuscular
2%
Fatores que influenciam o
estado de saúde
2%
Outras causas
10%
D. infecciosas 33%
Afecções do período perinatal
18%
D. do aparelho circulatório
11%
Neoplasias 6%
D. do aparelho respiratorio
4%
Causas externas 4%
D. endócrinas e nutricionais
4%
Conseqüências de causas externas
4%
D. do aparelho digestivo
3%
D. do sistema nervoso
3% Outras causas
10%
Análise da mortalidade nacional intra-hospitalar - Moçambique - SIS-ROH 2009-2011
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Figura 3 –Hospital Central de Nampula, 2010-2011 (numero total 1017)
Figura 4 –Hospital Provincial de Chimoio, 2011 (numero total 616)
D. infecciosas 50%
Afecções do período
perinatal 12%
D. do aparelho respiratorio
9%
D. do aparelho circulatório
6%
D. endócrinas e nutricionais
5%
D. hematológicas e imunitárias
4%
D. do sistema nervoso
3%
Neoplasias 2%
Outras causas
9%
D. infecciosas 42%
Afecções do período perinatal
27%
D. do aparelho respiratorio
7%
Gravidez, parto e
puerpério 5%
D. endócrinas e nutricionais
3%
D. do aparelho circulatório
3%
Conseqüências de causas externas
3% Outras causas
10%
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Figura 5 –Hospital Geral José Macamo, 2011 (numero total 2657)
Figura 6 –Hospital Provincial de Inhambane, 2010-2011 (numero total 766)
D. infecciosas 48%
Afecções do período perinatal
29%
D. do aparelho respiratorio
6%
D. do aparelho circulatório
4%
D. endócrinas e nutricionais
3% Outras causas
10%
D. infecciosas 23%
Neoplasias 14%
D. do aparelho circulatório
13% Conseqüências de
causas externas 7%
D. do aparelho respiratorio
7%
D. do sistema nervoso
6%
D. endócrinas e nutricionais
5%
D. hematológicas e imunitárias
5%
Sintomas, sinais e achados anormais
5%
Afecções do período perinatal
4% Outras causas
11%
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Figura 7 –Hospital Provincial de Lichinga, 2010-2011 (numero total 1360)
Figura 8 –Hospital Provincial de Pemba, 2010-2011 (numero total 510)
D. infecciosas 33%
Afecções do período perinatal
21%
D. do aparelho respiratorio
9%
D. endócrinas e nutricionais
6%
D. do aparelho circulatório
5%
Conseqüências de causas externas
5%
D. hematológicas e imunitárias
4%
D. do aparelho digestivo
3%
Gravidez, parto e puerpério
3%
Outras causas
11%
D. infecciosas 42%
Afecções do período perinatal
14%
D. do aparelho respiratorio
8%
Conseqüências de causas externas
8%
D. do aparelho circulatório
6%
D. endócrinas e nutricionais
4%
Sintomas, sinais e achados anormais
4%
D. do aparelho digestivo
3% Outras causas
11%
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Figura 9 –Hospital Provincial de Quelimane, 2010-2011 (numero total 2683)
Figura 10 – Hospital Provincial de Xai-Xai, 2010-2011 (numero total 809)
D. infecciosas 57%
Afecções do período perinatal
10%
D. do aparelho respiratorio
4%
D. do aparelho circulatório
4%
Conseqüências de causas externas
4%
D. hematológicas e imunitárias
4%
Gravidez, parto e puerpério
3%
D. endócrinas e nutricionais
3% Outras causas
11%
D. infecciosas 65%
D. do aparelho circulatório
6%
Conseqüências de causas externas
5%
Afecções do período perinatal
4%
D. do aparelho respiratorio
4%
D. endócrinas e nutricionais
3%
Neoplasias 3%
Outras causas
10%
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Anexo 2 – Distribuição de todos os óbitos por causa básica de morte (subcategorias 4
dígitos), numero, percentagem e percentagem cumulativa, 2009-2011
Código Descrição da causa de óbito Total % % Cum.
B24 Doença pelo HIV, não especificada 4850 17% 17%
P073 Outros recém-nascidos de pré-termo (entre 28 e 37 semanas) 1719 5.9% 22%
I10 Hipertensão essencial (primária) 889 3.0% 25%
B20 Doença pelo HIV, resultando em doenças infecciosas e parasitárias 745 2.5% 28%
J180 Broncopneumonia não especificada 668 2.3% 30%
P210 Asfixia grave ao nascer 606 2.1% 32%
P07 Transtornos relacionados com a gestação de curta duração e peso baixo ao nascer não classificados em outra parte
459 1.6% 34%
A09 Diarreia e gastroenterite de origem infecciosa presumível 445 1.5% 35%
B207 Doença pelo HIV resultando em infecções múltiplas 410 1.4% 37%
P072 Imaturidade extrema (<28 semanas) 394 1.3% 38%
P21 Asfixia ao nascer 366 1.2% 39%
I64 Acidente vascular cerebral, não especificado como hemorrágico ou isquémico
350 1.2% 41%
P369 Septicemia bacteriana não especificada do recém-nascido 337 1.1% 42%
B500 Malária por plasmodium falciparum com complicações cerebrais 334 1.1% 43%
B23 Doença pelo HIV resultando em outras doenças 299 1.0% 44%
B50 Malária por plasmodium falciparum 293 1.0% 45%
B209 Doença pelo HIV resultando em doença infecciosa ou parasitária não especificada
264 0.9% 46%
P95 Morte fetal de causa não especificada 240 0.8% 47%
B201 Doença pelo HIV resultando em outras infecções bacterianas 238 0.8% 47%
B22 Doença pelo HIV resultando em outras doenças especificadas 236 0.8% 48%
B54 Malária não especificada 228 0.8% 49%
E14 Diabetes mellitus não especificado 217 0.7% 50%
E41 Marasmo nutricional 213 0.7% 50%
P36 Septicemia bacteriana do recém-nascido 196 0.7% 51%
V093 Pedestre traumatizado em um acidente de trânsito não especificado 192 0.7% 52%
E42 Kwashiorkor marasmático 189 0.6% 52%
A419 Septicemia não especificada 175 0.6% 53%
D649 Anemia não especificada 171 0.6% 54%
B200 Doença pelo HIV resultando em infecções micobacterianas 171 0.6% 54%
B208 Doença pelo HIV resultando em outras doenças infecciosas e parasitárias
169 0.6% 55%
C220 Carcinoma de células hepáticas 150 0.5% 55%
A41 Outras septicemias 149 0.5% 56%
G009 Meningite bacteriana não especificada 138 0.5% 56%
B210 Doença pelo HIV resultando em sarcoma de Kaposi 135 0.5% 57%
N18 Insuficiência renal crônica 134 0.5% 57%
P20 Hipoxia intra-uterina 132 0.5% 58%
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Código Descrição da causa de óbito Total % % Cum.
1111 Causa não especificada 132 0.5% 58%
D50 Anemia por deficiência de ferro 128 0.4% 59%
J189 Pneumonia não especificada 123 0.4% 59%
D849 Imunodeficiência não especificada 120 0.4% 59%
T300 Queimadura, parte do corpo não especificada, grau não especificado 113 0.4% 60%
B232 Doença pelo HIV resultando em anomalias hematológicas e imunológicas não classificadas em outra parte
112 0.4% 60%
P071 Outros recém-nascidos de peso baixo (entre 1000 e 2500 gramas) 105 0.4% 60%
G00 Meningite bacteriana não classificada em outra parte 105 0.4% 61%
B220 Doença pelo HIV resultando em encefalopatia (demência pelo HIV) 103 0.4% 61%
J159 Pneumonia bacteriana não especificada 98 0.3% 62%
P219 Asfixia ao nascer, não especificada 97 0.3% 62%
P070 Recém-nascido com peso muito baixo (<1000 gramas) 97 0.3% 62%
E40 Kwashiorkor 95 0.3% 63%
P209 Hipoxia intra-uterina não especificada 92 0.3% 63%
J18 Pneumonia por microorganismo não especificada 89 0.3% 63%
A15 Tuberculose respiratória, com confirmação bacteriológica e histológica
86 0.3% 63%
B206 Doença pelo HIV resultando em pneumonia por pneumocystis jirovecii
86 0.3% 64%
B509 Malária não especificada por plasmodium falciparum 84 0.3% 64%
B508 Outras formas graves e complicadas de malária por plasmodium falciparum
84 0.3% 64%
J15 Pneumonia bacteriana não classificada em outra parte 80 0.3% 65%
A16 Tuberculose das vias respiratórias, sem confirmação bacteriológica ou histológica
75 0.3% 65%
I420 Cardiomiopatia dilatada 73 0.2% 65%
I11 Doença cardíaca hipertensiva 73 0.2% 65%
S062 Traumatismo cerebral difuso 72 0.2% 66%
A153 Tuberculose pulmonar, com confirmação por meio não especificado 72 0.2% 66%
A19 Tuberculose miliar 71 0.2% 66%
P249 Síndrome de aspiração neonatal não especificada 70 0.2% 66%
G039 Meningite não especificada 70 0.2% 67%
I509 Insuficiência cardíaca não especificada 67 0.2% 67%
A162 Tuberculose pulmonar, sem menção de confirmação bacteriológica ou histológica
67 0.2% 67%
B21 Doença pelo HIV, resultando em neoplasias malignas 67 0.2% 67%
G042 Meningoencefalite e meningomielite bacterianas não classificadas em outra parte
66 0.2% 67%
N17 Insuficiência renal aguda 65 0.2% 68%
V99 Acidente de transporte não especificado 64 0.2% 68%
P220 Síndrome da angústia respiratória do recém-nascido 63 0.2% 68%
B230 Síndrome de infecção aguda pelo HIV 60 0.2% 68%
D001 Carcinoma in situ do esôfago 58 0.2% 69%
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Código Descrição da causa de óbito Total % % Cum.
I50 Insuficiência cardíaca 57 0.2% 69%
Y03 Agressão por meio de impacto de um veículo a motor 55 0.2% 69%
T290 Queimaduras múltiplas, grau não especificado 53 0.2% 69%
C53 Neoplasia maligna do colo do útero 53 0.2% 69%
A188 Tuberculose de outros órgãos especificados 53 0.2% 69%
E10 Diabetes mellitus insulino-dependente 52 0.2% 70%
R54 Senilidade 51 0.2% 70%
J81 Edema pulmonar, não especificado de outra forma 51 0.2% 70%
E11 Diabetes mellitus não-insulino-dependente 51 0.2% 70%
W19 Queda sem especificação 50 0.2% 70%
J969 Insuficiência respiratória não especificada 50 0.2% 70%
Outras doenças 8658 30% 100%
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Anexo 3 – Distribuição de todos os óbitos por causa directa de morte (subcategorias 4
dígitos), numero, percentagem e percentagem cumulativa, 2009-2011
Código Descrição da causa de óbito Total % % Cum.
J180 Broncopneumonia não especificada 1110 3.8% 4%
P369 Septicemia bacteriana não especificada do recém-nascido 949 3.2% 7%
P220 Síndrome da angústia respiratória do recém-nascido 924 3.2% 10%
A419 Septicemia não especificada 886 3.0% 13%
D649 Anemia não especificada 696 2.4% 16%
I64 Acidente Vascular Cerebral, Não Especificado 666 2.3% 18%
A41 Outras Septicemias 649 2.2% 20%
J960 Insuficiência respiratória aguda 641 2.2% 22%
A09 Diarreia e Gastroenterite de Origem Infecciosa Presumível 605 2.1% 24%
B24 Doença Pelo HIV Não Especificada 598 2.0% 26%
J969 Insuficiência respiratória não especificada 585 2.0% 28%
P210 Asfixia grave ao nascer 509 1.7% 30%
P073 Outros recém-nascidos de pré-termo 440 1.5% 32%
D50 Anemia Por Deficiência de Ferro 396 1.4% 33%
P36 Septicemia Bacteriana do Recém-nascido 392 1.3% 34%
R571 Choque hipovolêmico 366 1.2% 36%
P21 Asfixia ao Nascer 365 1.2% 37%
J96 Insuficiência Respiratória Não Classificada de Outra Parte 311 1.1% 38%
B500 Malária por Plasmodium falciparum com complicações cerebrais 308 1.1% 39%
P249 Síndrome de aspiração neonatal não especificada 287 1.0% 40%
G936 Edema cerebral 287 1.0% 41%
C46 Sarcoma de Kaposi 249 0.8% 42%
P95 Morte Fetal de Causa Não Especificada 241 0.8% 43%
G009 Meningite bacteriana não especificada 221 0.8% 43%
B50 Malária Por Plasmodium Falciparum 217 0.7% 44%
G042 Meningoencefalite bacterianas não classificadas em outra parte 206 0.7% 45%
N18 Insuficiência Renal Crônica 205 0.7% 45%
B54 Malária Não Especificada 200 0.7% 46%
P22 Desconforto (angústia) Respiratório(a) do Recém-nascido 197 0.7% 47%
E41 Marasmo Nutricional 187 0.6% 47%
E42 Kwashiorkor Marasmático 184 0.6% 48%
A15 Tuberculose Respiratória, Com Confirmação Bacteriológica 178 0.6% 49%
J81 Edema Pulmonar, Não Especificado de Outra Forma 171 0.6% 49%
A19 Tuberculose Miliar 168 0.6% 50%
G934 Encefalopatia não especificada 167 0.6% 50%
N17 Insuficiência Renal Aguda 165 0.6% 51%
I509 Insuficiência cardíaca não especificada 161 0.5% 51%
1111 Não especificado 159 0.5% 52%
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Código Descrição da causa de óbito Total % % Cum.
A162 Tuberculose pulmonar, sem menção de confirmação bacteriológica ou histológica
154 0.5% 53%
B20 Doença Pelo HIV resultando em doença infecciosa e parasitária 147 0.5% 53%
D648 Outras anemias especificadas 145 0.5% 54%
I50 Insuficiência Cardíaca 144 0.5% 54%
A16 Tuberculose Das Vias Respiratórias, Sem Confirmação 144 0.5% 55%
G00 Meningite Bacteriana Não Classificada em Outra Parte 140 0.5% 55%
P20 Hipoxia Intra-uterina 137 0.5% 55%
P072 Imaturidade extrema 137 0.5% 56%
A86 Encefalite Viral, Não Especificada 136 0.5% 56%
I10 Hipertensão Essencial (primária) 133 0.5% 57%
T794 Choque traumático 131 0.4% 57%
J189 Pneumonia não especificada 130 0.4% 58%
A153 Tuberculose pulmonar, com confirmação não especificada 130 0.4% 58%
C220 Carcinoma de células hepáticas 126 0.4% 59%
B207 Doença pelo HIV resultando em infecções múltiplas 124 0.4% 59%
G039 Meningite não especificada 122 0.4% 59%
I61 Hemorragia Intracerebral 117 0.4% 60%
J18 Pneumonia Por Microorganismo Não Especificada 113 0.4% 60%
S062 Traumatismo cerebral difuso 112 0.4% 61%
R402 Coma não especificado 97 0.3% 61%
Z111 Exame especial de rastreamento de tuberculose pulmonar 95 0.3% 61%
J15 Pneumonia Bacteriana Não Classificada em Outra Parte 95 0.3% 62%
J159 Pneumonia bacteriana não especificada 94 0.3% 62%
A199 Tuberculose miliar não especificada 89 0.3% 62%
R579 Choque não especificado 88 0.3% 63%
P209 Hipoxia intra-uterina não especificada 88 0.3% 63%
N19 Insuficiência Renal Não Especificada 88 0.3% 63%
I63 Infarto Cerebral 86 0.3% 63%
I500 Insuficiência cardíaca congestiva 85 0.3% 64%
C468 Sarcoma de Kaposi de múltiplos órgãos 85 0.3% 64%
P285 Insuficiência respiratória do recém-nascido 84 0.3% 64%
E162 Hipoglicemia não especificada 82 0.3% 65%
K729 Insuficiência hepática, sem outras especificações 79 0.3% 65%
A169 Tuberculose respiratória, não especificada 79 0.3% 65%
B59 Pneumocistose 79 0.3% 65%
I619 Hemorragia intracerebral não especificada 78 0.3% 66%
P07 Transtornos Relacionados Com a Gestação de Curta Duração e Peso Baixo ao Nascer Não Classificados em Outra Parte
76 0.3% 66%
I46 Parada Cardíaca 76 0.3% 66%
D630 Anemia em neoplasias 76 0.3% 66%
G939 Transtorno não especificado do encéfalo 75 0.3% 67%
R092 Parada respiratória 74 0.3% 67%
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Código Descrição da causa de óbito Total % % Cum.
P219 Asfixia ao nascer, não especificada 73 0.2% 67%
D610 Anemia aplástica constitucional 73 0.2% 67%
B201 Doença pelo HIV resultando em outras infecções bacterianas 73 0.2% 68%
B509 Malária não especificada por Plasmodium falciparum 70 0.2% 68%
S06 Traumatismo Intracraniano 67 0.2% 68%
P910 Isquemia cerebral neonatal 67 0.2% 68%
E14 Diabetes Mellitus Não Especificado 66 0.2% 69%
B508 Outras formas graves e complicadas de malária por P. falciparum 65 0.2% 69%
E40 Kwashiorkor 64 0.2% 69%
R688 Outros sintomas e sinais gerais especificados 61 0.2% 69%
Y629 Assepsia insuficiente durante a prestação de cuidado cirúrgico e médico não especificado
59 0.2% 69%
T869 Falência e rejeição a transplante de órgão ou tecido não especif. 59 0.2% 70%
B220 Doença pelo HIV resultando em encefalopatia (Demência) 59 0.2% 70%
K72 Insuficiência Hepática Não Classificada em Outra Parte 57 0.2% 70%
D638 Anemia em outras doenças classificadas em outra parte 57 0.2% 70%
Z030 Observação por suspeita de tuberculose 56 0.2% 70%
Outras causas 8675 29% 100%
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Anexo 4 - Inconsistência entre sexo do falecido e tipo de causa básica de óbito
Tipo de inconsistência % de óbitos mal classificados
2009 2010 2011
Sexo Masculino para causas restringidas ao sexo feminino
0.3% 0.9% 0.7%
Sexo Feminino para causas restringidas ao sexo masculino
0.1% 0.6% 0.1%
Anexo 5 – Frequência dos códigos lixo por ano, 2009-2011
Códigos lixo* 2009 2010 2011
C76 Neoplasia Maligna de Outras Localizações e de Localizações Mal Definidas
5 16 10
C80 Neoplasia Maligna, Sem Especificação de Localização 1 19 23
C97 Neoplasias malignas de localizações múltiplas independentes (primárias)
2 2 1
I46 Parada Cardíaca 4 9 4
I490 Flutter e fibrilação ventricular 1 1 1
I50 Insuficiência Cardíaca 17 46 92
I514 Miocardite não especificada 1
I516 Doença cardiovascular não especificada 1 3
I519 Doença não especificada do coração 1 6
I709 Aterosclerose generalizada e a não especificada 1 10 15
Y10-Y34 Causas externas com intenção não determinada 4 6 2
Total códigos lixo 36 110 158
Total óbitos do ano 5259 8995 15063
Percentagem de códigos lixo 0.7% 1.2% 1.0%
*Os códigos lixo analisados são I472, I515, Y872: nenhum óbito registado com estas causas
Anexo 6 – Percentagem de óbitos com intervalo de internamento=0 minutos, por hospital,
2009-2011
Hospital N com intervalo = 0 Total por hospital % com int.=0
HCB 568 3391 17%
HCM 724 15508 5%
HCN 217 1017 21%
HGJM 280 2657 11%
HPC 31 616 5%
HPI 3 766 0%
HPL 52 1360 4%
HPP 126 510 25%
HPQ 263 2683 10%
HPX 18 809 2%
Total 2282 29317 8%
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Anexo 7 – Analise da plausibilidade da causa directa tendo uma determinada causa básica
Esta análise foi já apresentada pelos óbitos que tem como causa básica o HIV (B20-B24) no texto
principal do relatório. A seguir vão ser analisadas as causas directas para óbitos cuia causa básica foi
hipertensão essencial (I10), diabete (E10-E14) e acidentes de viação (V01-V99). Para condições como
diabete e hipertensão essencial existe o risco de sobre estimação da sua prevalência como causa de
óbito; de facto, sendo estas um factor de risco por várias patologias, pode ter uma tendência a
seleccioná-las como causa básica mesmo se não são claramente ligadas a cadeia de eventos que
levam à morte.
Para os óbitos por hipertensão o 95% dos casos tem uma causa directa plausível (ex. acidente
vascular cerebral, hemorragia intracerebral, encefalopatia hipertensiva, insuficiência cardíaca, etc.);
esta proporção é constante do 2009 ao 2011 (tab.1). As causas directas não plausíveis são uma
percentagem bastante pequena e não tem nenhum pattern que sugira erro sistemático ou
recorrente por parte dos médicos ou codificadores.
Tabela 1 – Causas directas registadas para os óbitos com causa básica = Hipertensão essencial
(I10), por ano, 2009-2011
Causa directa 2009 2010 2011 Total
Causas directas plausíveis tendo causa básica=Hipertensão essencial (N)
182 248 418 848
% de causas plausíveis 95% 96% 95% 95%
Causas directas não plausíveis tendo causa básica=Hipertensão essencial (N)
10 10 21 41
% de causas não plausíveis 5% 4% 5% 5%
Detalhes sobre causas directas não plausíveis com Hipertensão essencial
A162 Tuberculose pulmonar, sem confirmação 1 1
A41 Outras Septicemias 1 2 3
A480 Gangrena gasosa 1 1
A89 Infecções virais não esp. do sistema nervoso central 1 1
B206 HIV resultando em pneumonia por Pneumocystis jirovecii 1 1
B24 Doença pelo HIV não especificada 1 1
B500 Malária por P. falciparum com complicações cerebrais 1 1
B99 Doenças infecciosas, outras e as não especificadas 1 1
C531 Neoplasia maligna do exocérvix 1 1
D14 Neoplasia benigna do ouvido médio e do aparelho respiratório 1 1
D610 Anemia aplástica constitucional 2 2
D65 Coagulação intravascular disseminada (síndrome de desfibrinação) 1 1
E14 Diabetes mellitus não especificado 3 1 1 5
E162 Hipoglicemia não especificada 1 1
F04 Síndrome amnésica orgânica não induzida pelo álcool ou por outras substâncias psicoativas
1 1
F29 Psicose não-orgânica não especificada 1 1 2
G009 Meningite bacteriana não especificada 1 1
G933 Síndrome da fadiga pós-viral 1 1
I271 Cardiopatia cifoescoliótica 2 2
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Causa directa 2009 2010 2011 Total
J160 Pneumonia devida a clamídias 1 1
J64 Pneumoconiose não especificada 1 1
L039 Celulite não especificada 1 1
N343 Síndrome uretral, não especificada 1 1
R093 Escarro anormal 1 1
R458 Outros sintomas e sinais relativos ao estado emocional 1 1
R59 Aumento de volume dos gânglios linfáticos 1 4 5
R75 Evidência laboratorial do HIV 1 1
T659 Efeito tóxico de substância não especificada 1 1
Total óbitos com causa básica = hipertensão essencial 192 258 439 889
Para os óbitos por diabete o 93% dos casos tem uma causa directa plausível (ex. septicemia,
insuficiência renal, encefalopatia não especificada, pneumonia, etc.); esta proporção aumenta
ligeiramente no 2011 (tab.2). Todavia, o 25% das causas directas plausíveis é a diabete mesmo (13%
sem menção de complicações e o 12% com complicações): isso fornece uma informação redundante
e de pouca utilidade epidemiológica. As causas directas não plausíveis, mesmo sendo uma
percentagem bastante pequena, sugerem que alguns erros podem ser feitos com sistematicidade
por parte dos médicos ou codificadores: por exemplo o uso do código E15 deveria ser substituído
para E10.0, E11.0, E12.0, E13.0 e E14.0 que são os códigos dos vários tipos de diabete mellitus
complicados com coma.
Tabela 2 – Causas directas registadas para os óbitos com causa básica = Diabete (E10-E14), por
ano, 2009-2011
Causa directa 2009 2010 2011 Total
Causas directas plausíveis tendo causa básica=Diabete (N) 89 117 179 385
% de causas plausíveis 91% 91% 94% 93%
Causas directas não plausíveis tendo causa básica=Diabete (N) 9 11 11 31
% de causas não plausíveis 9% 9% 6% 7%
Detalhes sobre causas directas não plausíveis com Diabete
E15 Coma hipoglicêmico não-diabético 1 3 3 7
I10 Hipertensão essencial (primária) 4 1 5
B24 Doença pelo HIV não especificada 1 4 5
R59 Aumento de volume dos gânglios linfáticos 1 1
J60 Pneumoconiose dos mineiros de carvão 1 1
B50 Malária por Plasmodium Falciparum 2 1 3
X54 Falta de Água 1 1
I271 Cardiopatia cifoescoliótica 1 1
S060 Concussão cerebral 1 1
J681 Edema pulmonar devido a químicos, gases, vapores 1 1
I470 Arritmia ventricular por reentrada 1 1
P942 Hipotonia congênita 1 1
T15 Corpo estranho na parte externa do olho 1 1
Total óbitos com causa básica = diabete 98 128 190 416
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Para os óbitos por acidentes de transporte 98% dos casos tem uma causa directa plausível (ex.
choque traumático, choque hipovolêmico, traumatismo intracraniano, traumatismo cerebral difuso,
septicemia não especificada, etc.); esta proporção é constante do 2009 ao 2011 (tab.3). As causas
directas não plausíveis são uma percentagem bastante pequena e não tem nenhum pattern que
sugira erro sistemático ou recorrente por parte dos médicos ou codificadores; causas como
“pneumotórax espontâneo” sugerem mais um problema de escolha do quarto dígito do código CID-
10 que um problema de preenchimento do certificado de óbito. É para notar que em 3% até 7% dos
casos a causa directa foi codificada com códigos do capítulo XX “causas externas”, a ser utilizados
somente para as causas básicas, ao lugar dos códigos do capítulo XIX “Lesões, envenenamento e
algumas outras consequências de causas externas”
Tabela 3 – Causas directas registadas para os óbitos com causa básica = Acidentes de transporte
(V01-V99), por ano, 2009-2011
Causa directa 2009 2010 2011 Total
Causas directas plausíveis tendo causa básica=Acidente de transporte 73 116 152 341
% de causas plausíveis 99% 97% 98% 98%
Causas directas não plausíveis tendo causa básica=acidente de transporte
1 3 3 7
% de causas não plausíveis 1% 3% 2% 2%
Detalhes sobre causas directas não plausíveis com Acidentes de transporte
B508 Outras formas graves e complicadas de malária por Plasmodium falciparum 1 1
G040 Encefalite aguda disseminada 1 1
A169 Tuberculose respiratória, não especificada 1 1
J931 Outras formas de pneumotórax espontâneo 1 1
T869 Falência e rejeição a transplante de órgão ou tecido não especificado 2 2
J961 Insuficiência respiratória crônica 1 1
Causas directas codificadas com causas do capítulo XX
V01-Y98 5 2 4 11
% de causas directas codificadas como V01-Y98 7% 2% 3% 3%
Total de óbito com causa básica=Acidente de transporte 74 119 155 348
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Anexo 8 – Distribuição de todos os óbitos do 2009-2011 por causa básica de morte na base
da lista dos agrupamentos de causas de óbito do Certificado de Óbito
Grupos de códigos Descrição da causa de óbito Total % % cum.
B24 Doença pelo HIV resultando em outras doenças ou não especificadas
5870 20 20
P073 Outros recém-nascidos de pré-termo (28-37 semanas de gestação) ou não especificados
1719 6 26
P21 Asfixia ao Nascer 1093 4 30
B200 Doença pelo HIV resultando em infecções micobacterianas
916 3 33
I10 Hipertensão Essencial (primária) 889 3 36
J180 Broncopneumonia não especificada 757 3 38
B500-B508, B510-B518, B520-B528
Malaria grave complicada (Falciparum e/ou Vivax e/ou Malariae)
724 2 41
H00-H58, R00-39, R41-R49, R51-R53, R55-R68, R70-R94
Outras causas de morte não incluídas na lista do certificado de óbito
620 2 43
I60-I64, I67-I69 Doenças Cerebrovasculares 569 2 45
P36 Septicemia Bacteriana do Recém-nascido 557 2 47
P070 Recém-nascido com peso muito baixo (<1000 gramas) 556 2 49
E40-E46 Desnutrição 550 2 51
I30-I33, I40-I43, I50-I52, I65-I66, I70-I79, I81-I95, I98-I99
Outras doenças do aparelho circulatório 541 2 52
A09 Diarreia e Gastroenterite de Origem Infecciosa Presumível
445 2 54
E10-E14 Diabetes mellitus 416 1 55
B207 Doença pelo HIV resultando em infecções múltiplas 410 1 57
J12-J18 (excl. J180) Pneumonias 397 1 58
P072 Imaturidade extrema (<28 semanas de gestação) 394 1 59
A15-A16 Tuberculose respiratória 391 1 61
A40-A41 Septicemia não especificada 366 1 62
D51-D64 Outras anemias 364 1 63
T20-T32 Queimaduras e corrosões 347 1 64
B220 Doença pelo HIV resultando em encefalopatia (Demência pelo HIV)
339 1 66
B509, B519, B529, B53-B54
Malaria outra e não especificada 332 1 67
D00-D48 Neoplasia benigna ou de comportamento incerto ou desconhecido
312 1 68
J00-J11, J30-J39, J60-J84, J90-J94, J96-J98
Outras doenças do aparelho respiratório 282 1 69
K70-K77 Doenças do fígado 253 1 70
G00 Meningite Bacteriana Não Classificada em Outra Parte 249 1 70
P95 Morte Fetal de Causa Não Especificada 240 1 71
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Grupos de códigos Descrição da causa de óbito Total % % cum.
B201 Doença pelo HIV resultando em outras infecções bacterianas
238 1 72
S00-S19 Traumatismo da Cabeça e pescoço 236 1 73
A17-A19 Tuberculose extrapulmonar 235 1 74
P20 Hipoxia Intra-uterina 228 1 74
G04-G25, G31-G96, G98-G99
Outras doenças do sistema nervoso 227 1 75
A02, A04-A08, A21-A26, A28, A30-A32, A38, A42-A49, A65-A79, B00-B04, B06-B09, B25-B49, B55-B64, B85-B94, B99
Outras doenças infecciosas e parasitárias 222 1 76
V01-V09 Pedestre Traumatizado em acidente de transporte 217 1 77
C30-C31, C37-C39, C45-C49, C60, C63, C69, C76-C80, C88, C96-C97
Outras Neoplasias malignas 216 1 77
C22 Neoplasia Maligna do Fígado e Das Vias Biliares Intra-hepáticas
206 1 78
B210 Doença pelo HIV resultando em sarcoma de Kaposi 202 1 79
P05, P08, P23, P25-P35, P37-P39, P70-P94, 96
Outras afecções originadas no período perinatal 179 1 79
N18 Insuficiência Renal Crônica 179 1 80
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FICHA TÉCNICA
Título: ANÁLISE DA MORTALIDADE NACIONAL INTRA-HOSPITALAR, MOÇAMBIQUE. Sistema de Informação de Saúde - Registo de Óbitos Hospitalares (SIS-ROH): Análise de 3 anos - 2009-2011
Editor: Ministério da Saúde - Direcção de Planificação e Cooperação (DPC) – Departamento de Informação para a Saúde – Maputo
Equipa de redacção:
Roberta Pastore, Alessandro Campione, António Sitói, Adelino Covane
Coordenação: Cidália Balói, Moisés Ernesto Mazivila
Direcção: Célia Gonçalves
Revisão: António Sitói Colaboradores: Jembi Health Systems/MOASIS, Universidade Eduardo Mondlane (UEM),
Hospital Central de Maputo (HCM). Responsáveis do SIS-ROH dos Hospitais: Geral “José Macamo”; Provincial de Pemba, Provincial de Lichinga, Provincial de Quelimane, Provincial de Xai-Xai, Provincial de Chimoio, Provincial de Inhambane, Central de Nampula e Central da Beira.
Apoio técnico: Organização Mundial da Saúde (OMS) [Escritórios em Genebra], Rede de Metrologia de Saúde (HMN), Medical Research Council da Africa do Sul através do WHO-FIC Collaborating Centre, CDC Moçambique
Financiamento: MISAU, Rede de Metrologia para a Saúde (HMN)/OMS através do Projecto MOVE-IT, Jembi Health Systems/MOASIS, CDC, Twinning Center
Design:
Moasis/Jembi Health Systems
Impressão e acabamentos:
Moasis e Jembi Health Systems http://www.jembi.org/ http://www.moasis.org.mz/
Endereço: Departamento de Informação para a Saúde Direcção de Planificação e Cooperação Ministério da Saúde Av. Eduardo Mondlane/Salvador Allende, 1008 www.misau.gov.mz Maputo - Moçambique
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