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Henrique de Oliveira Castro
ANÁLISE DO COMPORTAMENTO VISUAL E DA TOMADA DE DECISÃO NO
VOLEIBOL
Belo Horizonte
Universidade Federal de Minas Gerais
Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional
2015
Henrique de Oliveira Castro
ANÁLISE DO COMPORTAMENTO VISUAL E DA TOMADA DE DECISÃO NO
VOLEIBOL
Dissertação apresentada ao Programa de Pós
Graduação em Ciências do Esporte da Escola
de Educação Física, Fisioterapia e Terapia
Ocupacional da Universidade Federal de
Minas Gerais, como requisito parcial para a
obtenção do título de Mestre em Ciências do
Esporte.
Área de concentração: Metodologia do
Treinamento Esportivo
Orientador: Prof. Dr. Pablo Juan Greco
Belo Horizonte
Universidade Federal de Minas Gerais
Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional
2015
Dedico este trabalho aos meus
familiares, à minha esposa Marina
Vilas Boas, aos meus verdadeiros
amigos e aos grandes professores que
tive, principalmente o meu orientador
Prof. Dr. Pablo Juan Greco. Obrigado
por tudo!
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a Deus, por ser essencial na minha vida, pela saúde, força
e coragem, e por iluminar o meu caminho durante toda esta jornada, sendo meu socorro
presente nas horas de angústia.
Agradeço à minha esposa Marina Vilas Boas pelo apoio incondicional e incentivo.
Sem a sua paciência, seus conselhos, seu carinho, sua dedicação e seu infinito amor eu não
teria conseguido. Tenho muita sorte de ter você ao meu lado, maravilhosa e companheira para
toda a vida. Muito obrigado por tudo. Eu te amo.
Agradeço à minha família pela paciência e ajuda em tudo que precisei para chegar até
aqui. A torcida de vocês pelo meu sucesso foi fundamental durante todo esse processo.
Aos meus verdadeiros amigos, meu agradecimento. Obrigado pela amizade sincera e
parceria de anos, sempre apoiando e me colocando para cima nos momentos de dificuldade.
Ao meu amigo e orientador Prof. Dr. Pablo Juan Greco, agradeço pelos ensinamentos,
pela confiança e paciência na orientação e incentivos. Com o sr. aprendi o quanto é fascinante
fazer ciência, ser um pesquisador e querer saber sempre mais. Seus conselhos, “puxões de
orelha” e nossas conversas formais e informais dentro e fora do laboratório, foram
fundamentais. Obrigado pelo crescimento intelectual, profissional e principalmente pessoal.
Agradeço aos meus colegas e amigos do Centro de Estudos de Cognição e Ação
(CECA), onde passamos juntos vários anos. Em especial aos meus amigos Gustavo, Ciro,
Gibson e Pedro, que estiveram mais próximos de mim e me apoiaram e ajudaram em tudo que
precisei durante essa caminhada. Vocês são “MITOS”!
Aos professores do UNI-BH, UFMG e UCB pelo conhecimento compartilhado. Vocês
todos foram muito importantes para a minha formação.
Obrigado às instituições participantes: Minas Tênis Clube (em especial ao Cláudio
Olívio, Sérgio Veloso, Yssanaie Ramires e atletas do Voleibol Juvenil), Olympico Club (em
especial a Sofia Bicalho, ao Ediney Limas, Mateus Graçano e atletas do Voleibol Infanto),
Colégio Militar de Belo Horizonte - CMBH (em especial ao Pablo Ramón “Pablito” e alunos
do ensino médio) e aos calouros do curso de Educação Física da UFMG pela confiança,
suporte, apoio e voluntariedade durante as minhas coletas. Sem vocês, nada disso seria
possível e nada teria acontecido!
RESUMO
No esporte o sistema visual aporta ao indivíduo informações do ambiente que se relacionam
entre si e confluem para a tomada de decisão (TD). O presente estudo objetiva (1) verificar o
comportamento visual utilizando-se do rastreamento ocular (via Eye Tracking fixo); (2)
verificar a qualidade da tomada de decisão (TD); e (3) verificar a quantidade de opções
geradas nos momentos com e sem oclusão visual em cenas de vídeos reais de jogo de atletas e
não atletas de voleibol. A amostra constituiu-se de 48 voluntários do sexo masculino
divididos em atletas (n=25; idade média de 16,9±1 anos) e não atletas (n=23; idade média de
17,6±1,7 anos). Para análise do comportamento visual (número e duração das fixações
visuais) foi utilizado o Eye Tracking SMI RED500® durante o Teste de Conhecimento Tático
Declarativo no Voleibol Geral - TCTD:VbG. Para avaliação da qualidade da TD e quantidade
de opções geradas, foi utilizado o relato verbal dos participantes. Nas análises do número de
fixações visuais, para três variáveis com distribuição normal (Ataque de Extremidade-AE,
Bloqueio-BL e Levantamento-LE) utilizou-se o teste t independente para comparação entre os
dois grupos. Já para a variável com desvio significativo à normalidade (Ataque de Central-
AC) recorreu-se ao teste Mann-Whitney U. Nas análises da duração das fixações visuais
utilizou-se o teste Mann-Whitney U para comparação entre os grupos. Nas análises da
qualidade da TD utilizou-se do teste Qui-Quadrado de proporções. Nas análises do número de
opções geradas nos momentos com e sem oclusão visual, realizou-se a ANOVA two-way para
os fatores grupo (atletas e não atletas) e momento (com e sem oclusão). Para as variáveis nas
quais detectou-se interação entre fatores principais, realizou-se ainda análise de
desdobramentos. Para a duração das fixações visuais, encontra-se uma diferença significativa
na situação de AC, sendo as fixações mais rápidas realizadas pelos atletas. Para a qualidade da
TD, revelam-se diferenças significativas nas situações de AE e AC quando comparados
atletas e não atletas, sendo que o grupo de atletas acertou mais respostas do que o grupo de
não atletas. Para a quantidade de opções geradas, em relação aos momentos (com e sem
oclusão visual), observa-se uma diferença significativa sendo maior para o grupo de atletas
quando comparados com o grupo de não atletas no momento com oclusão visual em todas as
situações de jogo. Além disso, no momento sem oclusão gerou-se mais opções do que no
momento com oclusão nos dois grupos. Diante dos resultados encontrados considera-se que
jovens atletas de voleibol realizam fixações mais rápidas em situações de AC e ainda tomam
decisões mais corretas em situação de ataque (AE e AC) quando comparados com não atletas.
As diferentes estratégias de busca visual nos momentos com e sem oclusão evidenciaram-se
como um importante fator que comprova as diferenças encontradas nos resultados deste
estudo, afirmando a hipótese proposta por Johnson e Raab (2003), que a diferença entre o
número e os tipos de opções geradas depende das estratégias utilizadas para a resolução de
uma determinada ação.
Palavras-chave: Voleibol. Busca visual. Sinais relevantes. Tomada de Decisão.
ABSTRACT
In sports the visual system contributes to the individual information’s of the environment,
which relate to each other and converge for decision-making (DM). This project has the
intention to (1) verify the visual behavior using the eye tracking (via Eye Tracking fixed); (2)
verify the quality of decision-making (DM); and (3) verify the amount of options generated in
moments with and without visual occlusion in clips of real game of volleyball athletes and
non-athletes. The sample was composed of 48 male volunteers divided into athletes (n=25;
mean age of 16.9±1 years) and non-athletes (n=23; mean age of 17.6±1.7 years). It was used
the Eye Tracking SMI RED500® to analyze the visual behavior (number and duration of the
visual fixation) during the Tactical Declarative Knowledge Test in the General Volleyball -
TDKT:GVb. It was used the verbal report of the participants to evaluate the quality of DM
and the amount of options generated. It was used the independent t test to compare the two
groups in the analyzes of the number of visual fixation for three variables with normal
distribution (End Attacking-AE, Blocking-BL and Lifting-LE). For the significant deviation
to normality (Central Attacking-AC) we applied to the Mann-Whitney U test. For the duration
of visual fixations we opted for the Mann-Whitney U test for comparison between groups. To
analyze the quality of DM, we used the chi-square test of proportions. To analyze the number
of options generated in moments with and without visual occlusion, we performed the
ANOVA two-way for the group (athletes and non-athletes) and moment (with and without
occlusion) factors. For the variables which we detect interaction between the principal facts,
we performed the deployment analyze. For the duration of visual fixations, we observed a
significantly difference for the AC situation, with a faster fixation realized by the athletes. For
the quality of DM, significantily differences are revealed on the situations of AE and AC,
when athletes and non-athletes are compared, resulting in a higher frequency of correct
answers of athletes in relation of non-athletes. For the amount of options generated in
moments (with and without visual occlusion), significantily differences are observed, in
which, they are higher for the group of athletes compared with the non-athletes group on the
moment with visual occlusion in all the game situations. Furthermore, on the moment without
occlusion more options were created then on the moment with occlusion in the two groups.
Given the results found, we conclude that young volleyball athletes perform faster fixations in
situations of AC and take more correct decisions in attacking situation (AE and AC)
compared to non-athletes. The different strategies of visual search in moments with and
without occlusion are perceived as un important factor that prove the differences found on the
results of this study, affirming the hypothesis proposed by Johnson and Raab (2003), that the
difference between the number and the types of generated options depends on the strategies
used for the resolution of a certain action.
Keywords: Volleyball. Visual search. Relevant signs. Decision-making.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Fases do processo de tomada de decisão técnico-tática (KONZAG, 1981) .......... 29
Figura 2 - SMART: Situation Model of Antecipated Response Consequences of Tactical
Decisions (Modelo de Antecipação das Consequências das Respostas em Situação de decisões
Táticas) (RAAB, 2007) ........................................................................................................... 30
Figura 3 - Modelo de interação bidirecional entre a tomada de decisão, percepção e ação
(OLIVEIRA et al., 2009) ........................................................................................................ 31
Figura 4 - SMART-ER: Situation Model of Antecipated Response Consequences in Tactical
Decisions – Extended and Revised (Modelo de Antecipação das Consequências das Respostas
em Decisões Táticas – Estendido e Revisado) (RAAB, 2015) ............................................... 33
Figura 5 – Interações dos processos de bottom-up e top-down que envolvem a organização da
TD (RAAB, 2015) ................................................................................................................... 33
Figura 6 - Foto do Eye Tracking SMI RED500®
.................................................................... 52
Figura 7 - Foto do software BeGaze 3.5.7.4 .......................................................................... 53
LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Apresentação do teste nas situações com e sem oclusão visual ........................... 55
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Caracterização da amostra descrita em média e desvio-padrão ............................. 48
Tabela 2. Média (±desvio-padrão) do número de fixações visuais entre os grupos em cada
situação .................................................................................................................................... 60
Tabela 3. Média (±desvio-padrão) da duração das fixações visuais entre os grupos em cada
situação .................................................................................................................................... 60
Tabela 4. Média (±desvio-padrão) da quantidade de respostas corretas (qualidade da TD)
entre os grupos em cada situação ............................................................................................ 61
Tabela 5. Média (±desvio-padrão) da quantidade de opções geradas entre os grupos em cada
situação e cada momento ........................................................................................................ 62
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AE .......................................................................................................... Ataque de extremidade
AC ................................................................................................................... Ataque de central
BL ................................................................................................................................. Bloqueio
CECA ........................................................................... Centro de Estudos de Cognição e Ação
CVC ................................................................................ Coeficiente de Validade de Conteúdo
COEP .......................................................................................... Comitê de Ética em Pesquisas
CBV .................................................................................. Confederação Brasileira de Voleibol
CD ..................................................................................................... Conhecimento declarativo
CP ....................................................................................................... Conhecimento processual
CTD ......................................................................................... Conhecimento tático declarativo
CTP .......................................................................................... Conhecimento tático processual
CNS ............................................................................................... Conselho nacional em saúde
DP ........................................................................................................................ Desvio-padrão
E-A-T ................................................................................ Ensino-Aprendizagem-Treinamento
EEFFTO ................................. Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional
FIVB ................................................................................. Federação Internacional de Voleibol
FMV .......................................................................................... Federação Mineira de Voleibol
IAD-VB ......................... Instrumento de Avaliação do Desempenho técnico-tático do voleibol
JEC .................................................................................................... Jogos esportivos coletivos
LE ......................................................................................................................... Levantamento
MT ............................................................................................................. Memória de trabalho
ms ......................................................................................................................... Milissegundos
SMART-ER .......................................................................................... Modelo de Antecipação
das Consequências das Respostas em Decisões Táticas – Estendido e Revisado (Situation
Model of Antecipated Response Consequences in Tactical Decisions – Extended and Revised)
SMART ................................................................................................. Modelo de Antecipação
das Consequências das Respostas em Situação de decisões Táticas (Situation Model of
Antecipated Response Consequences of Tactical Decisions)
TALE ....................................................................... Termo de assentimento livre e esclarecido
TCLE ..................................................................... Termo de consentimento livre e esclarecido
TD ................................................................................................................ Tomada de decisão
UFMG ............................................................................ Universidade Federal de Minas Gerais
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 13
1.1 JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 17
1.2 OBJETIVOS ..................................................................................................................... 18
1.2.1 Geral ............................................................................................................................ 18
1.2.2 Específicos .................................................................................................................. 18
1.3 HIPÓTESES ...................................................................................................................... 18
2 REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................................... 20
2.1 CONHECIMENTO TÁTICO ........................................................................................... 21
2.1.1 Relação entre a memória e o conhecimento tático ...................................................... 24
2.2 TOMADA DE DECISÃO (TD) ....................................................................................... 25
2.2.1 Modelos teóricos da TD no esporte ............................................................................. 28
2.2.2 Tomada de decisão (TD) no voleibol ......................................................................... 34
2.3 COMPORTAMENTO VISUAL NOS ESPORTES ......................................................... 37
2.3.1 Busca visual ................................................................................................................. 37
2.3.2 Atenção visual ............................................................................................................. 41
2.3.3 Comportamento visual no voleibol ............................................................................. 44
3 MÉTODOS ......................................................................................................................... 48
3.1 Caracterização do estudo .................................................................................................. 48
3.2 População e amostra .......................................................................................................... 48
3.3 Instrumentos ...................................................................................................................... 49
3.3.1 Questionário de dados demográficos .......................................................................... 49
3.3.2 Teste de Conhecimento Tático Declarativo no Voleibol Geral (TCTD:VbG) ............ 49
3.3.3 Eye Tracking (rastreamento ocular) ............................................................................ 51
3.4 Delineamento experimental .............................................................................................. 53
3.5 Procedimentos de coleta .................................................................................................... 55
3.6 Variáveis analisadas .......................................................................................................... 57
3.6.1 Comportamento visual ................................................................................................ 57
3.6.2 Tomada de Decisão (TD) ............................................................................................ 57
3.7 Análise dos dados .............................................................................................................. 57
3.7.1 Número de fixações visuais ......................................................................................... 57
3.7.2 Duração das fixações visuais ...................................................................................... 58
3.7.3 Qualidade da Tomada de Decisão .............................................................................. 58
3.7.4 Número de opções geradas nos momentos com e sem oclusão visual ........................ 58
3.8 Cuidados éticos ................................................................................................................. 58
4 RESULTADOS ................................................................................................................... 60
4.1 Número de fixações visuais .............................................................................................. 60
4.2 Duração das fixações visuais ............................................................................................ 60
4.3 Qualidade da Tomada de Decisão ..................................................................................... 61
4.4 Número de opções geradas nos momentos com e sem oclusão visual ............................. 61
5 DISCUSSÃO ....................................................................................................................... 63
5.1 Número de fixações visuais .............................................................................................. 63
5.2 Duração das fixações visuais ............................................................................................ 64
5.3 Qualidade da Tomada de Decisão ..................................................................................... 66
5.4 Número de opções geradas nos momentos com e sem oclusão visual ............................. 68
6 LIMITAÇÕES DO ESTUDO ........................................................................................... 71
7 CONCLUSÕES .................................................................................................................. 72
REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 74
ANEXOS ................................................................................................................................ 97
Anexo I. Questionário de dados demográficos ....................................................................... 97
Anexo II. Ficha de controle de coletas .................................................................................... 98
Anexo III. Termo de concordância da instituição.................................................................... 99
Anexo IV. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)-Voluntário .................... 101
Anexo V. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)-Pais/Responsável .......... 103
Anexo VI. Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE)-Voluntário ...................... 105
Anexo VII. Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da UFMG .................................... 107
Anexo VIII. Artigo submetido advindo de colaboração para a dissertação de Mestrado...... 108
Anexo IX. Artigo submetido advindo da dissertação de Mestrado ...................................... 109
Anexo X. Artigo submetido advindo da dissertação de Mestrado ........................................ 110
13
1. Esportes em que o contexto ambiental varia (VILA-MALDONADO et al., 2014a) de
acordo com o meio ambiente, tarefa a ser executada e participantes (como exemplo: jogos
esportivos coletivos)
1 INTRODUÇÃO
Os Jogos Esportivos Coletivos (JEC) são compostos por elementos táticos (cognitivos)
e técnicos (motores) individuais e coletivos, que em interação com o conjunto de capacidades
inerentes ao rendimento esportivo, caracterizam a complexidade do jogo (PAULA; GRECO;
SOUZA, 2000; RAAB, 2003). As particularidades dos JEC consistem na presença de uma
grande quantidade de combinações de movimentos e ações que são concebidas individual,
coletivamente ou em pequenos grupos (MENEZES, 2012). Também destaca-se à partir da
percepção do ambiente a variabilidade das situações de jogo, a velocidade do processamento
das informações, e da execução das ações motoras. Ou seja, apresentam-se em interação a
complexidade e a imprevisibilidade provocadas pela combinação das características citadas
(MENEZES; MARQUES; NUNOMURA, 2014; RAAB, 2007).
Nos esportes abertos1, o comportamento tático solicita do atleta uma dupla tarefa: uma
cognitiva (solução do problema - “o que fazer”) e outra motora (aplicar uma técnica - “como
fazer”) (GRECO, 2013; RAAB, 2003), que ocorrem simultaneamente. Nesse sentido Moran
(2012) destaca que a cognição não pode ser dissociada da ação motora, já que, na interação
das tarefas se concretiza a tomada de decisão (TD) e a realização motora subsequente (RAAB,
2003, 2007; SILVA; GRECO, 2009; WILLIAMS; FORD, 2008; WILLIAMS; REILLY,
2000).
A TD, de acordo com Marasso et al. (2014), é a capacidade das pessoas em escolher
uma entre diferentes opções em diferentes condições em um determinado tempo (momento).
A TD em esportes aqui será considerada como uma “cognição em ação”, isto é, a resposta
(ação) que o atleta realiza em uma situação de jogo, solicitando da cognição uma relação com
os aspectos “o que fazer”, “por que fazer”, “onde e quando fazer” (GRECO, 2009b; 2013;
ROTH; RAAB; GRECO, 2000; ROTH; SCHÖRER; GRECO, 2004). Sua continuidade se
concretiza quando o atleta realiza a técnica (resposta motora) que está sempre em relação de
dependência com os processos cognitivos (GONZAGA et al., 2013; MACQUET, 2009;
SCHLAPPI-LIENHARD; HOSSNER, 2015).
Um dos focos de estudo da TD implica no entendimento das escolhas realizadas pelo
participante dentro das várias opções apresentadas durante uma situação de jogo (BAR-ELI;
RAAB, 2006; JOHNSON; RAAB, 2003; LABORDE; RAAB, 2013; RAAB, 2015; RAAB;
14
JOHNSON, 2007; VILA-MALDONADO et al., 2014b). Na pesquisa científica na área das
ciências do esporte, o tempo para gerar a primeira opção e o tempo de geração de todas as
opções são mais baixos em peritos. Além disso, muitas vezes a primeira escolha e a melhor
escolha entre as opções não são as mesmas (RAAB; JOHNSON, 2007).
A TD pode ser influenciada por fatores como o número de alternativas e
compatibilidade de estímulo-resposta (MATIAS; GRECO, 2011; SANFEY, 2007),
quantidade de prática (FERNÁNDEZ-ECHEVERRÍA et al., 2014; GIL et al., 2011ab, 2013),
pressão de tempo (RAAB, 2015), fatores cognitivos como a percepção (JANELLE;
HATFIELD, 2008; PALMI, 2007; WILLIAMS; GRANT, 1999), atenção (AFONSO;
GARGANTA; MESQUITA, 2012; BRANDT et al., 2012; HÜTTERMANN; MEMMERT,
2014, 2015; JOHNSON, 2006; OLIVEIRA; LOBINGER; RAAB, 2014), antecipação
(BORDINI et al., 2015; TENENBAUM, 2003) e memória (DODDS; GRIFFIN; PLACEK,
2001; HILL; WINDMANN, 2014; FURLEY; MEMMERT, 2012, 2015), pensamento,
inteligência (AFONSO; GARGANTA; MESQUITA, 2012; GRECO, 2006ab) e por fatores
fisiológicos como a intensidade do exercício (JÚNIOR; ALMEIDA, 2013). Além disso, os
jogadores mais experientes sabem como e quando utilizar o maior conhecimento em relação
aos novatos, identificando e manipulando de forma eficiente as informações relevantes em
qualquer tempo, permitindo uma TD mais rápida e bem-sucedida (ARAÚJO; AFONSO;
MESQUITA, 2011; GRIME, 2009; MANN et al., 2007; MEMMERT; SIMONS, 2009;
OLIVEIRA; LOBINGER; RAAB, 2014; RAAB; LABORDE, 2011).
Conhecer o funcionamento dos processos decisionais pode ajudar a melhorar o
rendimento dos esportistas peritos e a otimizar a formação dos iniciantes (VILA-
MALDONADO et al., 2014b). Porém, Raab e Harwood (2015) citam que ainda há lacunas no
conhecimento sobre os processos que impulsionam o desenvolvimento da perícia esportiva e
fora dos esportes.
Dentre os vários JEC, o voleibol é um jogo de oposição-colaboração, no qual a ação
de uma equipe se desenvolve em um espaço separado daquele do adversário (MORENO,
1994). Essa modalidade diferencia-se dos outros esportes coletivos como futebol, futsal,
basquete, handebol, ente outros, uma vez que no voleibol não se apresenta a invasão da
quadra adversária, bem como as situações de confronto simultâneo ataque-defesa com a outra
equipe se dão em espaços separados (MATIAS; GRECO, 2009ab). A interação entre as duas
equipes opostas com essas características leva o surgimento de padrões de jogo únicos. Esta
especificidade está fortemente relacionada com as condições momentâneas e eventos críticos
do jogo devido à sua constante variabilidade (AFONSO et al., 2012c).
15
As análises no voleibol realizam-se para observar, por exemplo, fatores que afetam os
níveis de desempenho de atletas e da equipe, para tal leva-se em consideração parâmetros
técnicos, táticos (ARAÚJO; NEVES; MESQUITA, 2012; CASTRO et al., 2013; COSTA et
al., 2013; FERNÁNDEZ-ECHEVERRÍA et al., 2014; GIL et al., 2011ab, 2013; IGLESIAS et
al., 2005; MATIAS; GRECO, 2013; MORENO et al., 2006ab; PORATH et al., 2012),
tomada de decisão (SCHLAPPI-LIENHARD; HOSSNER, 2015) e instruções dos treinadores
(RODRIGUEZ-RUIZ et al., 2011). No voleibol verificam-se estruturas sequenciais de ações
que se iniciam no saque adversário e seguem pela recepção ou passe, levantamento, ataque,
bloqueio e defesa, diferentes das que estão presentes nos jogos de invasão. Nos jogos de
invasão, os problemas colocados nos diferentes momentos do jogo solicitam dos praticantes o
ajuste das suas ações a cada situação tática apresentada mesmo em situações de confronto de
1x1 e com carga física (AFONSO et al., 2012c; GRECO, 2011; LIMA; MARTINS-COSTA;
MESQUITA, 1996).
Logicamente, diferencia-se a demanda das atividades cognitivas - de percepção e TD -
e as motoras (LIMA; MATIAS; GRECO, 2012; SÁEZ-GALLEGO et al., 2013). Ou seja,
solicita-se um conjunto de respostas corretas que relacionem a percepção (recepção,
transmissão, interpretação e relação do estímulo) com a decisão (seleção da resposta adequada
e comparação com experiências anteriores), e consequentemente à execução (elaboração,
coordenação, transmissão e realização da resposta) (SÁEZ-GALLEGO et al., 2013)
considerando as situações de alternância de posse de bola, que está a cada momento de um
lado da quadra.
Esse conjunto de respostas solicitadas para solução da situação-problema do jogo se
concretiza com o apoio do sistema visual (MEMMERT; SIMONS; GRIME, 2009; SÁEZ-
GALLEGO et al., 2013; WILLIAMS; SINGER; FREHLICH, 2002). O voleibol é
considerado um esporte tático e estratégico, onde as relações entre a TD e o desempenho
assumem particular importância para compreender as variáveis que influenciam no jogo
(ARAÚJO; AFONSO; MESQUITA, 2011) onde a experiência prévia do atleta se destaca
como fator determinante (BALSER et al., 2014). A separação dos momentos percepção-
tomada de decisão descritos aqui apoiam-se somente na finalidade didática, objetivando uma
melhor compreensão dos processos cognitivos presentes no esporte.
Durante o jogo, uma variedade de sinais é apresentado ao jogador, ou seja, inúmeras
informações sobre o ambiente e sobre a tarefa a realizar, onde o indivíduo deve considerar e
escolher as melhores para tomar uma decisão (JOHNSON, 2006). Sendo assim, o indivíduo
apoia-se no sistema visual, que aporta informações do ambiente que se relacionam entre si e
16
com a memória, e confluem para a TD (KREITZ et al., 2014; MEMMERT; SIMONS;
GRIME, 2009; SÁEZ-GALLEGO et al., 2013; WILLIAMS; SINGER; FREHLICH, 2002).
A memória participa da relação entre o comportamento de busca visual e a focalização da
atenção (LABORDE; FURLEY; SCHEMPP, 2015) onde direciona os estímulos que a atenção
detecta para o que está armazenado, utilizando-se da memória de trabalho (LOLA; TZETZIS;
ZETOU, 2012; MORIYA; KOSTER; RAEDT, 2014).
Na busca por informações relevantes para a tarefa, há uma necessidade de focar a
atenção visual nos sinais relevantes que levarão aos objetivos da ação (CARRASCO, 2011).
Esses sinais relevantes foram aprendidos e estão armazenados na memória, fazem parte do
conhecimento tático do indivíduo. A função da atenção consiste em otimizar o desempenho
de tarefas visuais, orientar o foco para pontos relevantes e conduzir o comportamento
esportivo para fatores que conduzam o sucesso da tarefa (BRANDT et al., 2012;
NAJEMNIK; GEISLER, 2005).
Na apresentação de cenas de vídeos, a oclusão visual objetiva extrair as informações
relacionadas ao comportamento visual para a TD aproximando-se ao máximo da situação de
jogo real (BORDINI et al., 2015), exibindo características favoráveis à decisões intuitivas
(BELLING; SUSS; WARD, 2015ab). Já a não oclusão visual das cenas objetiva uma
condição de percepção constante, obtendo-se mais tempo para a análise da ação, induzindo
processos de TD dedutivos (RAAB; JOHNSON, 2007).
Durante o planejamento para solução de problemas, processos cognitivos como a
atenção influenciam no comportamento do atleta, participando decisivamente tanto da TD
bem como da execução das habilidades motoras. Ou seja, adquirem o status de fator
determinante para um ótimo desempenho atlético esportivo (BRANDT et al., 2012;
MACHADO et al., 2009).
Com o avanço tecnológico, atualmente o sistema de rastreamento ocular (denominado
Eye Tracking) permite a detecção do movimento dos olhos (GEGENFURTNER;
LEHTINEN; SALJO, 2011; VICKERS, 2007; WILLIAMS; JANELLE; DAVIDS, 2004), a
análise da movimentação do globo ocular e dilatação da pupila (HANSEN; HAMMOUD,
2007; LARSSON et al., 2015; NUMMENMAA; HYÖNÄ; CALVO, 2006). O sistema utiliza
principalmente do princípio de reflexão da córnea via emissão de raio infravermelho (TIEN et
al., 2014). A base do desenvolvimento da ferramenta segue os princípios metodológicos e
práticos sobre o rastreamento da trajetória ocular (BARRETO, 2012; DUCHOWSKI, 2007;
SÁEZ-GALLEGO et al., 2013; TIEN et al., 2014). Assim a partir dessas alternativas que a
tecnologia oferece, analisar–se-a para a presente coleta de dados, fatores relacionados com a
17
percepção-atenção-TD tais como: quantidade e duração das fixações visuais, qualidade da TD
e quantidade de opções geradas.
Atletas peritos consideram as informações visuais para prever o efeito das ações,
sendo essa capacidade de antecipação fundamental para um bom desempenho (AFONSO;
MESQUITA, 2013; BALSER et al., 2014; OLIVEIRA; LOBINGER; RAAB, 2014; PIRAS;
LOBIETTI; SQUATRITO, 2014). Segundo Poth et al. (2014), o monitoramento visual
define-se como a preparação para a detecção de eventos visuais no ambiente. Nesse sentido,
quando nos procedimentos de pesquisa se realiza o rastreamento ocular, este ocorre por meio
da gravação por infravermelho da movimentação dos olhos (AFONSO et. al., 2012ab; SÁEZ-
GALLEGO et al., 2013), que fornecem informações importantes para estabelecer quais os
sinais relevantes em determinadas situações, e assim facilitar a elaboração de processos de
ensino-aprendizagem (PIRAS; LOBIETTI; SQUATRITO, 2010; VILA-MALDONADO et
al., 2012).
1.1 JUSTIFICATIVA
O voleibol é uma modalidade esportiva que solicita do praticante um planejamento
estratégico das suas ações no ataque e na defesa. Desta forma, exige-se consideravelmente o
comportamento visual e o processamento cognitivo das informações do ambiente (colegas,
adversários, situações dos jogadores, placar, tempo, etc.) devido à alta imprevisibilidade do
jogo (SÁEZ-GALLEGO et al., 2013; ARAÚJO; AFONSO; MESQUITA, 2011;
MESQUITA, 1996; VILA-MALDONADO et al., 2012, 2014ab; ARROYO et al., 2008).
Schlappi-Lienhard e Hossner (2015) citam que apesar de vários estudos examinarem a
TD relacionada à percepção visual e conhecimento específico na modalidade, o atual estado
das pesquisas exibe limitações referentes à (1) análise da percepção visual com os sistemas de
rastreamento ocular, (2) a identificação de aspectos do jogo relevante de conhecimento de
domínio específico e (3) as interações entre ambos os aspectos para a TD. Além disso,
Johnson e Raab (2003) citam que a geração de opções em situações de TD é um importante
contribuinte para o desenvolvimento de modelos e metodologias voltadas para a melhora da
TD.
Assim torna-se importante o estudo no voleibol da (1) percepção de sinais relevantes e
direcionamento da atenção para a elaboração de uma resposta utilizando-se do rastreamento
ocular; (2) a análise da qualidade dessas respostas (TD); e (3) a geração de opções para a
resolução de situações reais de jogo.
18
Considerando esses aspectos, o presente estudo justifica-se pelo interesse na busca do
conhecimento sobre como ocorre o direcionamento da atenção de atletas e não atletas de
voleibol durante a análise de cenas reais de jogo para a elaboração de uma resposta (TD). Isto
é, conhecer o comportamento de busca visual de atletas e não atletas em cenas de voleibol
recorrendo-se da utilização do rastreamento ocular via Eye Tracking, verificar a qualidade das
decisões tomadas e a quantidade de opções geradas.
Além disso, em um nível mais prático, o conhecimento dos elementos que sustentam o
desenvolvimento cognitivo ajuda a apontar os fatores que impactam efetivamente não só o
ensino e a prática dos esportes, mas também o desempenho e a aprendizagem da TD em
contextos similares, constrangidos temporalmente e com limitados recursos temporais
disponíveis.
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Geral
O presente estudo objetiva (1) verificar o comportamento visual de atletas e não atletas
de voleibol; (2) verificar a qualidade da tomada de decisão (TD); e (3) verificar a quantidade
de opções geradas nos momentos com e sem oclusão visual em cenas de vídeos reais de jogo.
1.2.2 Específicos
- Analisar o número e a duração das fixações visuais de atletas e não atletas de
voleibol utilizando cenas de vídeos de jogos reais com situações de TD.
- Analisar a qualidade da TD de atletas e não atletas de voleibol utilizando cenas de
vídeos de jogos reais em diferentes situações.
- Analisar a quantidade de opções geradas por atletas e não atletas de voleibol
utilizando cenas de vídeos de jogos reais nos momentos com e sem oclusão visual.
1.3 HIPÓTESES
H0: O comportamento visual, a qualidade da TD e a quantidade de opções geradas
não se alteram quando comparados atletas e não atletas de voleibol utilizando cenas de vídeos
de jogos reais com situações de TD em nenhum momento.
19
H1: O número de fixações visuais será menor e com maiores durações para a TD dos
atletas de voleibol em comparação com não atletas nas situações de análise de cenas de vídeo
de jogos reais.
H2: A qualidade da TD dos atletas em cenas reais de jogos de voleibol será melhor em
comparação com não atletas.
H3: A quantidade de opções geradas será maior nos momentos sem oclusão visual nas
análises das cenas reais de jogos de voleibol.
20
2 REVISÃO DE LITERATURA
De acordo com Moreno (1994), os JEC podem ser classificados como esportes de
cooperação-oposição e as ações de jogo resultam das interações dos participantes, produzidas
de forma que uma equipe coopere entre si para opor-se a outra que age também em
cooperação e que se opõe ao anterior. Os JEC podem ser analisados em relação ao uso do
espaço: compartilhado, quando existe invasão do campo do adversário (handebol,
basquetebol) ou não (voleibol); e à forma de participação dos jogadores: alternada (squash,
tênis, badminton, voleibol) ou simultânea (basquetebol, handebol, futebol, futsal) (MORENO,
1994).
Na dualidade colaboração-oposição no confronto entre os participantes no espaço de
jogo, e conforme as alternativas que o regulamento do jogo específico da modalidade
apresenta, desenvolvem-se comportamentos táticos, ou seja, os jogadores se movimentam e
realizam ações que seguem o objetivo tático específico para essa ação. Segundo Greco e
Benda (1998), tática é um conjunto de processos cognitivos-motores que em determinado
momento da relação espaço-tempo-energia caracterizadas na situação de jogo, conduzem à
TD adequada à solução desse problema. Barbanti (2003) cita tática referindo-se às alternativas
de decisão ou planos de ação que permitem resolver situações, garantindo o sucesso esportivo.
A tática nas modalidades esportivas coletivas refere-se à capacidade que o atleta possui para
resolver os problemas que o contexto do jogo impõe (SAAD; NASCIMENTO; MILISTETD,
2013; WILLIAMS; DAVIDS; WILLIAMS, 1999).
Na ação esportiva para obter sucesso a interdependência entre as ações de jogo se
apresenta como fator diferenciador. As ações são moduladas pela eficácia dos procedimentos
de jogo (SANTOS; MESQUITA 2003). Além disso, a redução do número de erros é um
importante indicativo da melhoria do desempenho, ocorrendo à partir da eficiência técnica-
tática (DIAS, 2004). Desta forma, torna-se necessária grande versatilidade nos planos tático,
técnico e físico durante o jogo. Portanto estes aspectos tornam-se relevantes durante a
elaboração do planejamento dos processos de ensino-aprendizagem-treinamento (E-A-T).
Os métodos de ensino não devem concentrar-se somente na execução de uma série de
habilidades motoras, mas também na aquisição de habilidades cognitivas (GIL et al., 2014),
essas habilidades oportunizam a aquisição do conhecimento tático, ao qual o jogador recorre
para solução das tarefas e problemas apresentados no jogo. Diferentes metodologias de
treinamento técnico-tático apresentaram efeitos relacionados a mudanças na capacidade tática
no decorrer do tempo (MENDONÇA, 2014). Variáveis relacionadas à capacidade tática são
21
frequentemente testadas por meio de parâmetros como a competência de tomar decisões em
situações reais de jogo (COSTA et al., 2007).
2.1 CONHECIMENTO TÁTICO
Na psicologia cognitiva, o conhecimento é considerado em duas formas de
manifestação: declarativo (CD) e processual (CP) (ANDERSON, 1982; HOUSNER;
FRENCH, 1994). Alguns autores no Brasil (ABURACHID; GRECO; SILVA, 2014;
GONZAGA et al., 2014; GRECO, 2006b; LIMA; COSTA; GRECO, 2010; MATIAS;
GRECO, 2010; MENDONÇA, 2014; PORATH et al., 2012) e no exterior (ARAÚJO;
NEVES; MESQUITA, 2012; FERNÁNDEZ-ECHEVERRÍA et al., 2014; GARGANTA,
2001; GIL et al., 2011ab, 2013; GRÉHAIGNE; GODBOUT, 1995; WILLIAMS; DAVIDS;
WILLIAMS, 1999) adotam esta divisão, ressaltando a relação do conhecimento com a tática,
denominando esses, de CTD e CTP.
O caráter situacional das ações no jogo exige respostas táticas (PORATH et al., 2012),
isto é, na ação o jogador realiza mentalmente constantes interações entre seu Conhecimento
Tático Declarativo (CTD) e seu Conhecimento Tático Processual (CTP), ou seja, relaciona
mentalmente “o que fazer” e o “como fazer”, o que lhe demanda ativar processos cognitivos
que o conduzam à encontrar a TD adequada à situação que defronta (GARGANTA, 2001;
GRECO, 2006ab, 2013; LIMA; COSTA; GRECO, 2010; SILVA; GRECO, 2009).
O CTD baseia-se na construção de uma rede conceitual, que permite ao atleta saber “o
que fazer”, portanto, oportuniza uma extensa rede de ligações entre representações mentais e
conceitos, inter-relacionando elementos cognitivos (como memória, percepção e atenção)
constitutivos do processo de TD e sua realização (GRECO, 2006ab). O CTD pode ser
verbalizado perante questões relacionadas com aspectos táticos sobre quais melhores formas
de resolver situações de jogo, quais as melhores formas de tomar decisões, quais as funções
dos jogadores nas diferentes posições e quais as estratégias básicas de defesa e ataque
(GIACOMINI et al., 2011; OLIVEIRA; BELTRÃO; SILVA, 2003). Estudos mostram que o
CTD é importante para o desempenho motor de peritos (WILLIAMS; DAVIDS, 1995), sendo
observadas diferenças entre os atletas e treinadores com distintos níveis de experiência
(ABURACHID; GRECO; SILVA, 2014; ABURACHID; MORALES; GRECO, 2013;
ARAÚJO; NEVES; MESQUITA, 2012; GARCÍA-GONZÁLES et al., 2012; GIL et al.,
2011b, 2012; GONZÁLEZ-VÍLLORA et al., 2013).
22
O CTP apresenta-se nas ações motoras visíveis do jogo, relacionadas ao “como”,
“quando” e “onde” aplicar determinada técnica esportiva (GRECO, 2006ab). O CTP
caracteriza-se pelo saber “como fazer”, relaciona-se à competência do jogador ao
operacionalizar os elementos motores que configuram uma ação, mesmo que não seja capaz
de expressá-la ou descrevê-la verbalmente (COSTA et al., 2010; FERNÁNDEZ-
ECHEVERRÍA et al., 2014; OLIVEIRA; BELTRÃO; SILVA, 2003; WILLIAMS; DAVIDS;
WILLIAMS, 1999). Como a representação do CP se dá via recurso da memória não
declarativa, em muitos casos os peritos podem não ter consciência dos processos por meio dos
quais eles se apoiaram para produzir essas soluções (MAXWELL; MASTERS; EVES, 2003).
O conhecimento pode ser investigado também no domínio do conhecimento
estratégico (ABERNETHY; THOMAS; THOMAS, 1993; ARAÚJO; NEVES; MESQUITA,
2012; GRÉHAIGNE; GODBOUT; BOUTHIER, 2001; THOMAS; THOMAS, 1994).
Alexander e Judy (1988) citam que o conhecimento estratégico é uma forma especial do CP,
uma forma de conhecimento específico que transmite a compreensão do quando e onde aceder
determinados fatos ou aplicar procedimentos particulares, dependente dos constrangimentos
situacionais que o jogador defronta.
Autores como Gréhaigne, Godbout e Bouthier (2001) e Thomas e Thomas (1994)
diferenciam formas de comportamento tático-estratégico do jogador o qual solicita relacionar
a recepção da informação com o conhecimento para a elaboração da resposta adequada,
determinando nos esportes coletivos, que as ações sempre tenham uma finalidade tática
conforme destacado por Garganta (2006) e Matias e Greco (2011). No voleibol, um esporte
eminentemente tático-estratégico, a questão do conhecimento do jogador deve ser relevante
quando pretende-se analisar diferentes variáveis condicionantes do rendimento do jogador e
da equipe (MATIAS; GRECO, 2009b; QUEIROGA et al., 2010).
No voleibol, foram propostos vários instrumentos para análises do CTD e do CTP.
Para o CTD, entre os que relacionam-se (1) os testes computadorizados como o “Teste de
CTD – Ataque de Rede” (PAULA, 2001) para situações de ataque de rede, o “Teste de CTD –
Levantador” (MATIAS; GRECO, 2009b) para situações de levantamento; e (2) os
questionários para avaliação geral do CTD como o “Questionário para avaliação do CTD no
voleibol” (MORENO et al., 2010) e o “Questionário para avaliação do CTD no voleibol em
contexto escolar” (PRITCHARD et al., 2008), entre outros. Para o CTP, temos (1) os
instrumentos de análise de jogo como o “Instrumento de Avaliação do Desempenho técnico-
tático do voleibol (IAD-VB)” (COLLET et al., 2011), o “Sistema de Observação e Avaliação
da distribuição no voleibol” (MOUTINHO, 1993, 2000); (2) e situações de alta competição -
23
os scouts utilizados pela Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) e Federação
Internacional de Voleibol (FIVB) e o “Scout de Finalização” (HAIACHI et al., 2008); e (3) os
questionários como o “Questionário para avaliação do CTP no voleibol” (MORENO et al.,
2006a) e o “Questionário para avaliação do CTP no voleibol em contexto escolar”
(PRITCHARD et al., 2008), entre outros.
Estudos atuais no voleibol relacionam o nível de prática, rendimento e o
desenvolvimento técnico-tático na modalidade (ARAÚJO; NEVES; MESQUITA, 2012;
CASTRO et al., 2013; COSTA et al., 2013; FERNÁNDEZ-ECHEVERRÍA et al., 2014; GIL
et al., 2011ab, 2013; IGLESIAS et al., 2005; MATIAS; GRECO, 2013; MORENO et al.,
2006ab; PORATH et al., 2012), por exemplo, nos estudos de Gil et al. (2011a) encontraram-
se diferenças significativas nos níveis de CTP e CTD em relação aos anos de experiência
federada na modalidade (GIL et al., 2011b) e também às diferentes categorias de jogo (GIL et
al., 2011a), sendo mais elevados à medida que aumenta-se as categorias e a experiência na
modalidade. Moreno et al. (2006b) encontraram diferenças significativas nos níveis de CTD
de atletas de voleibol sendo maiores quanto maior o tempo de experiência na modalidade. Nos
estudos de Fernández-Echeverría et al. (2014) e Moreno et al. (2006a) encontraram-se
diferenças significativas positivas para o CTP em relação à nível de experiência federada e
rendimento de jovens atletas de voleibol, demonstrando que quanto maior a experiência,
maior o rendimento e maior o nível de CTP. Já Araújo, Neves e Mesquita (2012) não
encontraram diferenças no CTP de jogadoras de voleibol de diferentes faixas etárias e
experiência específica. Os resultados contraditórios podem ser explicados pelos diferentes
níveis de experiência e faixas etárias considerados nos artigos apresentados.
Embora existam essas diferenças entre esportes devido à natureza específica do jogo,
considera-se que o conhecimento está relacionado à capacidade de análise de informações
relevantes e, por isso, jogadores mais experientes são capazes de antecipar mais
adequadamente a ação do adversário (VANSTEENKISTE et al., 2014). No trabalho realizado
por Saad, Nascimento e Milistetd (2013) com atletas de futsal e por Porath et al. (2012) com
atletas de voleibol, a experiência esportiva favoreceu o maior nível de desenvolvimento
técnico-tático dos jogadores. Porath et al. (2012) cita que o desempenho técnico tático dos
atletas de voleibol relacionados à experiência na modalidade ocorre à partir da categoria
infantil, visto que representa o inicio de uma especialização esportiva, o que não ocorre na
categoria anterior (mirim). Na categoria mirim, os processos de treinamento apoiam-se mais
em estruturas gerais, não abordando especificamente o aprofundamento técnico-tático.
24
2.1.1 Relação entre a memória e o conhecimento tático
A memória é a capacidade de adquirir, conservar e restituir informações (DORSCH;
HÄCKER; STAPF, 2001). Segundo Sternberg (2010) a memória, constitui-se em uma
estrutura com a função de atender a uma finalidade particular nas interações da pessoa com o
ambiente. A mesma, a partir da experiência prévia desenvolve a capacidade de alterar o
comportamento (HELENE; XAVIER, 2006). A memória permite aos organismos vivos
ajustar o seu comportamento com base nas informações adquiridas por meio de suas
experiências com o mundo (KLEIN et al., 2002), portanto, tem sua finalidade no
fornecimento, de informações úteis para os sistemas de TD dos organismos (PIZZERA;
RAAB, 2012). A aquisição, formação, conservação e evocação de informações constituem as
principais operações mnemônicas (IZQUIERDO, 2011).
Diversos estudos citam a memória como uma estrutura complexa, constituída por
formas distintas de armazenamento e dependente dos sistemas cerebrais, demonstrando que as
informações são adquiridas em diferentes domínios, representadas e recuperadas (KLEIN et
al., 2002; KRUPA, 2009; POLDRACK et al., 2001; POLDRACK; PACKARD, 2003;
POLDRACK; RODRIGUEZ, 2004). Além disso, pesquisas buscam relacionar a influência da
memória no conhecimento tático e na TD (AFONSO; GARGANTA; MESQUITA, 2012;
FURLEY; MEMMERT, 2015; GARCÍA-GONZÁLEZ et al., 2013; KLEIN et al., 2002;
LABORDE; FURLEY; SCHEMPP, 2015; LOLA; TZETZIS; ZETOU, 2012; PIZZERA;
RAAB, 2012; SHARPS; HESS; RANES, 2007; SILVA; OLIVEIRA; HELENE, 2013).
Laborde, Furley e Schempp (2015) encontraram uma diminuição no desempenho da
memória de trabalho (MT) a partir de uma condição de baixa pressão temporal para condição
de alta pressão temporal. Os autores citam que a falha em habilidades sob pressão está
relacionada com a MT de duas formas: bloqueando a capacidade limitada da MT com outras
habilidades cognitivas ou carregando a MT com conhecimento declarativo, impedindo a
execução de habilidades que dependem do conhecimento processual (LABORDE; FURLEY;
SCHEMPP, 2015). De acordo com Lola, Tzetzis e Zetou (2012), em seu estudo com atletas
novatas de voleibol, observou-se que o papel da MT é reduzido nas fases iniciais de
aprendizado, sendo o acúmulo de conhecimento declarativo (por meio de processos de
aprendizagem explícita) benéfico para o CTP e melhorar a TD.
De acordo com García-González et al. (2013), tenistas na situação de jogo
concretizam suas decisões influenciados por duas adaptações da memória de longo prazo: (1)
os perfis de planos de ação armazenados na memória de longo prazo são utilizados para
25
decidir e realizar a ação; e (2) os perfis de eventos atuais, scripts táticos que orientam a
construção e mudanças nas ações subsequentes serão armazenados na memória de longo
prazo. Embora a memória de longo prazo seja efetiva para uma capacidade de tomar decisões,
ela afigura-se insuficiente (AFONSO; GARGANTA; MESQUITA, 2012), sendo necessários
que os aspectos relevantes estejam presentes em um contexto muito próximo da situação de
TD imediatamente disponíveis na MT (SHARPS; HESS; RANES, 2007). Ressalta-se, assim,
que a memória é um processo contínuo de manifestações que interage com a TD de uma
forma flexível e dinâmica, podendo exercer um papel relevante ou até mesmo irrelevante na
decisão (AFONSO; GARGANTA; MESQUITA, 2012).
Além disso, a MT influencia diretamente no comportamento de busca visual e
focalização da atenção (KREITZ et al., 2014) direcionando a percepção dos estímulos para o
que está armazenado na MT (MORIYA; KOSTER; RAEDT, 2014). Pessoas com maior
capacidade de MT são mais rápidas e precisas em tarefas atencionais (KREITZ et al., 2014;
McCULLICK et al., 2006).
O conjunto das capacidades inerentes ao rendimento esportivo se inter-relacionam no
momento da TD, sendo que os processos cognitivos contribuem nessa função (LIMA;
COSTA; GRECO, 2010). O conhecimento influencia outros processos cognitivos (GARCÍA-
GONZÁLEZ et al., 2013), dentre eles destacam-se ao realizar-se uma ação a percepção, a
atenção, a antecipação, a memória, o pensamento, e a inteligência tática, processos que
confluem na tomada de decisão (MATIAS; GRECO, 2010; PORATH et al., 2012; SILVA;
GRECO, 2009; WILLIAMS; FORD, 2008; WILLIAMS; REILLY, 2000).
2.2 TOMADA DE DECISÃO (TD)
A tomada de decisão (TD) pode ser definida como o processo de escolha entre duas ou
mais alternativas concorrentes, onde demanda-se análise da eficácia de cada opção e a
estimativa de suas consequências (MATA et al., 2011). Sendo assim, de acordo com Marasso
et al. (2014), TD é a capacidade das pessoas de escolher entre diferentes opções em diferentes
condições em um determinado tempo (momento). Considera-se TD como a realização de um
processo intencional, direcionado a um objetivo, sendo considerada nos esportes como uma
“cognição em ação”, isto é, o solicita-se da “cognição” na elaboração de uma resposta (para
realizar a ação) perante uma situação do jogo (GRECO, 2009b). Júnior e Almeida (2013)
sintetizam a definição de TD considerando-a como o planejamento de uma ação intencional
para atingir uma meta como resposta aos problemas encontrados. Para Raab (2005; 2007), a
26
TD é a escolha vinda do conhecimento para eleger a técnica correta em função da situação
que se desenvolve a ação do jogo, relacionada ao contexto da situação.
A TD supõe o processo de selecionar uma resposta em um ambiente de múltiplas
respostas e escolhas possíveis (SANFEY, 2007; MATIAS; GRECO, 2011). No processo
decisional, encontram-se numerosas variáveis que interagem para chegar a decisão concreta
em uma situação determinada de jogo (DOMÍNGUEZ et al., 2010, 2011). Isto envolve
processos cognitivos (MATIAS; GRECO, 2011) como percepção (JANELLE; HATFIELD,
2008; PALMI, 2007; WILLIAMS; GRANT, 1999), atenção (AFONSO; GARGANTA;
MESQUITA, 2012; BRANDT et al., 2012; HÜTTERMANN; MEMMERT, 2014, 2015;
JOHNSON, 2006; OLIVEIRA; LOBINGER; RAAB, 2014), antecipação (TENENBAUM,
2003), memória (DODDS; GRIFFIN; PLACEK, 2001; FURLEY; MEMMERT, 2012, 2015;
HILL; WINDMANN, 2014; PIZZERA; RAAB, 2012), pensamento, inteligência (AFONSO;
GARGANTA; MESQUITA, 2012; GRECO, 2006ab) e fatores fisiológicos como a
intensidade do exercício (JÚNIOR; ALMEIDA, 2013), que estarão de certa forma
condicionando a TD. Vila-Maldonado et al. (2014b) destacam a importância de se conhecer
os processos decisionais a fim de melhorar o rendimento dos atletas peritos e otimizar a
formação e treinamento dos atletas iniciantes.
O esporte oferece uma excelente oportunidade para o estudo da TD devido uma série
de fatores presentes nas ações esportivas como, por exemplo, os agentes da decisão
(treinadores, jogadores), tarefas a serem executadas (alocação da bola, início do jogo) e
contextos de jogo (durante o jogo, durante o tempo de espera) (JOHNSON, 2006). A
imprevisibilidade no esporte dificulta a oportunidade de um adversário antecipar com sucesso
o tipo de jogada a ser realizada pelo seu oponente. Ao mesmo tempo, o esporte proporciona
aos pesquisadores a oportunidade de analisar uma variedade de processos cognitivos
relacionados à TD (JOHNSON, 2006; LIMA; COSTA; GRECO, 2010; MATIAS; GRECO,
2011). Incluem-se assim processos como a atenção, a antecipação, a memória (JÚNIOR;
ALMEIDA, 2013), o reconhecimento de padrões e reconhecimento de sinais relevantes,
fatores esses que contribuem para o sucesso no jogo (RAAB, 2005, 2007).
Sabe-se que no contexto do jogo são requeridos do praticante as capacidades
cognitivas de percepção, pensamento, inteligência, TD, entre outras (COSTA et al., 2007;
LIMA; COSTA; GRECO, 2010; PINHO et al., 2010; RAAB, 2005, 2007), o que determina
que esses processos sejam considerados no ensino-aprendizagem-treinamento. Os processos
citados fazem com que o esporte seja considerado um “laboratório” ideal para o estudo dos
processos cognitivos (GASPAR; FERREIRA; PÉREZ, 2005). O processo de TD ocorre pela
27
exploração do ambiente e de acordo com as características psicossociais do indivíduo
(ARAÚJO, 2009).
A decisão motora decorre de forma simultânea nas interações do tratamento da
informação conforme os processos de botton-up e top-down (RAAB, 2003). O conhecimento
tático assume o papel do eixo de um pêndulo entre ambos os processos (botton-up e top-
down) (ABURACHID; GRECO, 2010; MORALES; GRECO, 2007), as relações entre estes
processos ocorre de forma pendular, oportunizando-se construir a TD. Assim, na proposta
dessa alternativa para se considerar como se procede a TD, o pêndulo da troca de informações
ocorre nas estruturas de recepção (percepção, antecipação e atenção) e processamento da
informação (pensamento e inteligência) (MORALES; GRECO, 2007), sendo a memória
crucial na relação entre o passado, presente e futuro (consequências da mesma), e na interação
do CTD e CTP na ação, como afirmam Memmert e Perl (2009).
Laborde e Raab (2013) citam que a TD é muitas vezes descrita por uma escolha final
já apresentada dentro de um conjunto fixo de opções, ignorando-se como as opções são
geradas no ambiente ou recuperadas pela memória. Relatórios sobre experiências e eventos
passados não dependem apenas da recuperação das informações armazenadas na memória,
mas também de um processo de TD subjetivo (intuitivo), que desempenha um papel especial
quando o traço de memória é fraco ou de difícil recuperação, colocando dúvida na decisão a
ser tomada (HILL; WINDMANN, 2014).
A TD nos esportes ocorre sob condições de pressão de tempo (CAUSER; FORD,
2014) e capacidade cognitiva limitada (RAAB, 2012), o que demanda conhecimento tático
adquirido previamente, ou seja, solicitam-se a extração de informações relevantes do
ambiente de jogo e buscar a solução tática adequada para os diferentes cenários (SANFEY,
2007). A seleção da resposta correta em uma situação de jogo é tão importante quanto à
execução motora (VILA-MALDONADO et al., 2012, 2014b). O conhecimento tático
orientando a TD é um componente essencial dos jogos esportivos coletivos, refletindo a
competência do participante de planejar com antecedência e influenciar as decisões dentro de
uma situação (RAAB, 2007). Nos esportes, os peritos utilizam menos informações,
apresentam um menor número de fixações (RAAB; LABORDE, 2011), conseguem gerar um
número menor de opções com maior qualidade (JOHNSON; RAAB, 2003) e obtêm respostas
mais rápidas (RAAB; JOHNSON, 2007) do que os novatos na TD (OLIVEIRA; LOBINGER;
RAAB, 2014; PIZZERA; RAAB, 2012).
Tomar uma decisão tática nos esportes significa que o atleta define: o que fazer,
porque fazer, quando fazer, onde fazer, e também como fazer, ou seja, com qual gesto técnico
28
será concretizada a TD necessária para solucionar a tarefa ou problema que o aluno/atleta se
defronta na situação (JOHNSON, 2006; LIMA; MATIAS; GRECO, 2012; PINHO et al.,
2010; RAAB, 2005, 2007). Em tal processo, a percepção do jogador facilita apurar os sinais
relevantes da ação, sendo necessário entender a importância da alternância do foco da atenção
(HÜTTERMANN; MEMMERT, 2015), a antecipação e o controle visual, bem como a
atenção orientada, o tempo de decisão (CAUSER; FORD, 2014; JOHNSON; RAAB, 2003;
LABORDE; RAAB, 2013; PIZZERA; RAAB, 2012; RAAB; JONHSON, 2007; RAAB;
LABORDE, 2011) que conduzem a uma TD eficiente (WILLIAMS; FORD, 2008;
WILLIAMS; REILLY, 2000), observação dos detalhes do adversário, o contexto externo,
contexto situacional, os movimentos do adversário e intuição (SCHLAPPI-LIENHARD;
HOSSNER, 2015).
Em primeiro lugar, a experiência (ou seja, o fato de ter vivências anteriores) determina
a preferência inicial por uma opção específica. Nas situações imprevisíveis do jogo
certamente existe uma predisposição por opções que são conhecidas e foram bem sucedidas
anteriormente (JOHNSON, 2006). Nesse contexto a capacidade cognitiva que interfere no
processo decisório é a memória (FURLEY; MEMMERT, 2012, 2015; HILL; WINDMANN,
2014; PIZZERA; RAAB, 2012), auxiliando o direcionamento da atenção e das estratégias de
focalização e antecipação adotadas (JÚNIOR; ALMEIDA, 2013). Logo, aspectos
relacionados à cognição tornam-se fundamentais para um rendimento satisfatório nos JEC
(LIMA; MATIAS; GRECO, 2012).
2.2.1 Modelos teóricos da TD no esporte
De acordo com Greco (2009), existe uma carência de modelos teóricos que descrevam
os processos geradores da TD na ação esportiva, sendo, um dos motivos da mesma explicado
pelas múltiplas interações dos processos cognitivos intervenientes da decisão (conhecimento e
processos subjacentes), e das influências e dos condicionantes contidos nas capacidades
técnico-táticas. Esse autor ainda sugere que os principais modelos de TD em esportes
agrupariam-se em: (1) Modelos sequenciais (destacando-se os trabalhos de TEMPRADO;
FAMOSE, 1993; KONZAG, 1981; entre outros); (2) Modelos de comportamento decisório
antecipativo - SMART (destacando-se os trabalhos de RAAB, 2003; 2007); (3) Modelo da
interação bidirecional entre a TD, percepção e ação (OLIVEIRA et al., 2009); o que levara
esse autor a propor um (4) Modelo Pendular (GRECO, 2006ab; 2009) relacionando as
informações em contextos de interação, decorrendo-se paralelamente e não sequencialmente
29
como muitas vezes proposto. Mais recentemente, Raab (2015) propôs uma reformulação no
modelo SMART, apresentando um modelo estendido e revisado denominado pelo autor como
SMART-ER.
Nos modelos sequenciais (onde destacam-se, por exemplo, os modelos propostos por
TEMPRADO; FAMOSE, 1993; KONZAG, 1981) (Figura 1) o processamento da informação
distribui-se ao longo de fases, de forma sequencial, e sucedem-se sem recuperação temporal,
ou seja, a informação só passa de uma fase para outra depois de ter sido tratada, o que torna
mais longa a duração do respectivo processamento (TAVARES, 1995).
Figura 1 - Fases do processo de tomada de decisão técnico-tática.
Fonte: KONZAG, 1981.
Esses modelos têm sido criticados, pois nas diversas situações de jogo o atleta não
teria tempo suficiente para realizar todo esse processamento de informações e cumprir todas
as tarefas, bem como não observam-se possíveis mecanismos de feedback internos, o que
dificulta a sua aceitação de forma incondicional (GRECO, 2009).
Perspectivas teóricas baseadas no processamento cognitivo, com eminente importância
de processos top-down, ou seja, tratamento da informação de cima para baixo, do cérebro para
30
o ambiente (ROCA et al., 2011), e relacionadas às abordagens ecológicas, com eminente
importância de processos bottom-up, ou seja, do processamento impelido pelo ambiente,
denominado de baixo para cima (TRAVASSOS et al., 2013) são frequentemente adotadas,
apresentando visões complementares sobre o problema. Recentemente, novas abordagens da
tomada de decisão buscam ampliar as interações entre processos top-down e bottom-up.
Dentre essas abordagens, encontram-se os modelos de comportamento decisório antecipativo,
destaca-se o denominado “Modelo de Antecipação das Consequências das Respostas em
Situação de decisões Táticas” (Situation Model of Antecipated Response Consequences of
Tactical Decisions – SMART), proposto por Raab (2003, 2007) e apresentado na figura
abaixo (Figura 2).
Figura 2 - SMART: Situation Model of Antecipated Response Consequences of Tactical Decisions
(Modelo de Antecipação das Consequências das Respostas em Situação de decisões Táticas).
Fonte: RAAB, 2007.
O SMART contempla os processos cognitivos subjacentes à TD tática considerando as
duas possíveis estratégias de tratamento da informação presente na situação de jogo,
31
reconhecendo-a de forma explícita (top-down) ou implícita (bottom-up). Neste modelo,
processos top-down e bottom-up são apresentados enquanto funções da experiência
representados em classe de equivalência, ou seja, tanto processos cognitivos quanto
possibilidades de ação no meio relacionam-se até a TD. Por outro lado, autores ainda
explicam a TD por meio de achados no campo das teorias ecológicas. Nelas, pesquisadores
apontam que a tomada de decisão emerge com menor participação das representações internas
– ou seja, memória – sendo em resumo uma relação bidirecional entre a atenção (e a
percepção de estímulos) e a ação (OLIVEIRA et al., 2009). Assim o modelo proposto por
Oliveira et al. (2009) descreve uma interação bidirecional entre a TD e o complexo
percepção-ação, como se realiza a aprendizagem e como se capta experiência para melhorar a
TD (Figura 3).
Figura 3 - Modelo de interação bidirecional entre a tomada de decisão, percepção e ação.
Fonte: OLIVEIRA et al., 2009.
As interações entre a TD, percepção e ação são influenciadas pelas restrições imposta
pelo meio ambiente e de acordo com o tempo, o atleta vivencia mais experiências que são
guardadas na memória de curto, médio e longo prazo. Observa-se que as interações entre os
elementos (TD, percepção e ação) se fortalecem à medida que se essas vivências são
armazenadas na memória, sendo mais concisas e mais fortes quando se perpassa da memória
32
de curto, para a de médio e finalmente para a de longo prazo (representada no modelo pelas
espessuras das linhas que interligam os elementos). O SMART (RAAB, 2003; 2007) e o
modelo de interação bidirecional entre a TD, percepção e ação sugerido por Oliveira et al.
(2009) permitem que professores e treinadores planejem processos de E-A-T considerando
atividades direcionadas a concretizar a interação entre duas formas distintas de aprendizagem:
explícita e implícita. Com isso, os processos de TD são modelados de forma que tanto a
recepção e a elaboração de informações via top-down e bottom-up ocorra concomitantemente
e sobre uma perspectiva interligada (RAAB, 2003).
O modelo pendular de Greco (2006a), modificado em Greco (2009) indica que a TD
deriva-se do conhecimento tático-técnico que o atleta detém, indicando que o tratamento das
informações e as decisões ocorrem de forma paralela e simultânea, inter-relacionando-se e
trocando informações entre as estruturas de recepção, elaboração de informação que decorrem
de maneira pendular e simultaneamente à realização da ação motora, ou seja, concretizar a
TD. A ideia fundamental é de considerar o processo de TD na visão pendular (lateral e
verticalmente), permitindo a compreensão de como se procede a TD. Nesse contexto o
modelo facilita a compreensão de que o indivíduo organiza e codifica os sinais, relacionando-
os com os aspectos novos, sendo a estrutura do conhecimento técnico-tático (processual e
declarativo) o elo para essas conexões. Nesse movimento pendular apresentam-se
permanentemente, interações do conhecimento técnico-tático com as estruturas que compõe a
TD. O conhecimento constitui-se no eixo de recepção e estruturação da elaboração das
informações.
Logicamente a memória ocupa um papel central nesse processamento e elaboração de
soluções. A estrutura perceptiva é constituída pela tríade dos processos de percepção-
antecipação-atenção, já no processamento de informações destaca-se a díade pensamento-
inteligência. O comportamento tático se visualiza externamente a partir da execução técnica,
isto é do conhecimento processual, automatizado, internalizado na memória (GRECO,
2006ab).
No modelo pendular proposto por Greco (2006a, 2009), observa-se que a TD
concretizada pode ser inteligente e/ou criativa, pois toda decisão criativa é um ato inteligente,
sendo pré-requisitos a novidade, a adequação e a flexibilidade (BAR-ELI; RAAB, 2006;
FURLEY; MEMMERT, 2015; MEMMERT; HÜTTERMANN; ORLICZEK, 2013;
MEMMERT; PERL, 2009; ROTH; RAAB; GRECO, 2000; ROTH; SCHÖRER; GRECO,
2004; WILLIAMS; FORD, 2008; WILLIAMS; REILLY, 2000).
33
Ainda seguindo essa linha de modelos para a TD, atualmente Raab (2015) propõe uma
mudança em seu modelo SMART, denominado pelo autor de “Modelo de Antecipação das
Consequências das Respostas em Decisões Táticas – Estendido e Revisado” (Situation Model
of Antecipated Response Consequences in Tactical Decisions – Extended and Revised ) –
SMART-ER (Figura 4).
Figura 4 - SMART-ER: Situation Model of Antecipated Response Consequences in Tactical Decisions
– Extended and Revised (Modelo de Antecipação das Consequências das Respostas em Decisões Táticas –
Estendido e Revisado).
Fonte: RAAB, 2015.
Segundo o autor, a manipulação dos processos de bottom-up e top-down avaliou-se
aplicando-se pressão de tempo e também em situações complexas, o que envolve escolhas
para a TD e reduz o acesso rápido ao conhecimento que se encontra na memória. No
SMART-ER, o autor destaca quatro tipos de interações dos processos de bottom-up e top-
down que envolvem a organização da TD, descritas abaixo na figura 5.
Figura 5 - Interações dos processos de bottom-up e top-down que envolvem a organização da TD
34
Fonte: RAAB, 2015.
Na interação seletiva é selecionado apenas um processo (bottom-up ou top-down), não
havendo uma simultaneidade entre eles; na interação competitiva, os dois processos
contribuem, porém sempre há um que emerge como dominante; na interação consolidada os
dois processos são envolvidos na TD, neles a ligação proporciona o direcionamento de uma
resposta mais rápida. Pela sua vez, na interação corretiva descreve-se a sequência dos efeitos
dos processos. As interações presentes na TD são dinâmicas e dependem das experiências
prévias vivenciadas e dos seus sucessos, na utilização das mesmas armazenadas na memória
(Figura 5).
Portanto o modelo SMART-ER prevê quando as interações dinâmicas entre os
processos de bottom-up e top-down tem um efeito benéfico ou prejudicial no desempenho e
aprendizagem dependendo de características e restrições situacionais como a complexidade
ou pressão de tempo (RAAB, 2015).
2.2.2 Tomada de decisão (TD) no voleibol
35
Modalidades esportivas como o voleibol, exigem habilidades específicas como o
reconhecimento da informação visual proporcionada pela situação de jogo, os sinais que
emergem dos comportamentos dos diferentes esportistas participando direta e indiretamente
da ação, a elaboração das suas estratégias de percepção e TD (condicionadas pela conexão
entre o sistema visual e os lóbulos frontais do cérebro) e a produção eficiente de ações
específicas resultantes da integração entre o sistema visual, cérebro e corpo (KUKLA et al.,
1996; PALMI, 2007), ou seja, um complexo e delicado processo de interações entre pessoa-
tarefa-ambiente, do qual emergem respostas e ações para obter-se vantagem no jogo.
A otimização do conhecimento tático (ARROYO et al., 2008), as capacidades
perceptivo-visuais e de TD são imprescindíveis em esportes abertos como o voleibol,
caracterizados por situações e ambiente variável (VILA-MALDONADO et al., 2012, 2014b),
movimentos rápidos da bola, focalizações variadas entre oponente e ambiente (VILA-
MALDONADO et al., 2014a), pressão de tempo e as opções diversas para resolução da ação
(RAAB, 2003).
No estudo realizado por Pereira e Tavares (2003) com 18 levantadores não
verificaram-se diferenças no tempo da TD adequada quando comparados os atletas da
primeira e segunda divisões do campeonato português de voleibol, o que significa que as
decisões corretas não diferiram nos tempos de resposta. Esses resultados explicam-se pelos
semelhantes níveis de experiência e idades entre os atletas utilizados no estudo.
Bordini et al. (2015) realizaram um estudo com atletas masculinos de voleibol de
diferentes níveis de experiência relacionando a oclusão temporal de cenas de ataque com a
antecipação das respostas (TD) de defesa, encontrando-se melhores antecipações e respostas
nos atletas mais experientes.
Para o Ensino-Aprendizagem-Treinamento (E-A-T) da TD nos esportes, no entanto, é
importante a compreensão da lógica do jogo (RAAB, 2007). No estudo realizado por
Schlappi-Lienhard e Hossner (2015) com o objetivo de identificar os fatores que influenciam
nas TD de atletas de vôlei de praia em situações de defesa, constatou-se que a TD depende
dos detalhes da informação emitida na situação de jogo pelo adversário, o contexto externo, o
contexto situacional específico e os movimentos do adversário. Além disso, relata-se uma alta
influência do comportamento visual e do domínio do conhecimento específico da modalidade.
É importante que a transferência de aprendizagem considere a influência de experiências
anteriores sobre a realização de uma ação em um novo contexto.
Domínguez et al. (2011) realizaram um estudo com jogadores de voleibol na etapa de
formação (14 e 15 anos de idade) com o objetivo de uma intervenção com um programa de
36
supervisão reflexiva das suas próprias ações de ataque para melhora da TD nesse fundamento
tático. Encontraram-se diferenças significativas para os atletas quando comparados a pré e a
pós intervenção de forma positiva para a melhora na TD.
Nos esportes coletivos, como o voleibol, tendo em vista a necessidade de concretizar-
se a TD de forma muito veloz, pois as ações correm – conforme já explicitado – com elevada
pressão de tempo, emerge a necessidade de se integrar os processos cognitivos e as
habilidades motoras (DICKS; BUTTON; DAVIDS, 2010; TRAVASSOS et al., 2013).
Estudos demonstraram em diferentes categorias do voleibol que os atletas conseguem tomar
uma decisão correta porém não conseguem explica-la, verbalizá-la declarando o porque
tomaram aquela decisão, demonstrando-se assim um baixo nível de CTD e um alto nível de
CTP (CASTRO et al., 2013; COSTA et al., 2013; LIMA et al., 2005; MATIAS;
GIACOMINI; GRECO, 2004; MATIAS; GRECO, 2013).
Lola, Tzetzis e Zetou (2012) estudaram o efeito da aprendizagem explícita, implícita e
sequencial (implícita-explícita) na aquisição e retenção da habilidade de TD com 60 atletas
femininas de voleibol com idades entre 10 e 12 anos. Nesse estudo o grupo de aprendizagem
sequencial foi mais rápido e mais preciso nas decisões quando comparados aos outros grupos.
Concluiu-se que se o papel da MT é reduzido nas fases iniciais de aprendizado, o acúmulo de
conhecimento declarativo (aprendizagem explícita) pode beneficiar o CTP e melhorar a TD.
Araújo, Neves e Mesquita (2012) realizaram um trabalho com atletas femininas de
voleibol de diferentes faixas etárias e experiência específica na modalidade com o objetivo de
comparar o CTP, TD e desempenho da jogadora em uma ação. Nesse estudo os autores não
encontraram diferenças significativas entre os parâmetros avaliados nas comparações entre os
grupos.
No trabalho realizado por Arroyo et al. (2008), com levantadoras de voleibol de
diferentes níveis de perícia, as atletas mais experientes (peritas) apresentaram melhores
resultados no CTP e na representação de problemas táticos do jogo quando comparadas à
atletas de nível médio e baixo de experiência na modalidade.
Em um estudo recente realizado por Vila-Maldonado et al. (2014a), foram encontradas
diferenças significativas no número de respostas corretas utilizando-se de pré-pistas visuais e
oclusão da fase pós-contato com a bola quando comparados jogadores peritos e não atletas de
voleibol. Os resultados indicam que os jogadores peritos decidem melhor que os não atletas
em situações de oclusão através de pré-pistas visuais. Já em outro estudo realizado por Vila-
Maldonado et al. (2014b) com atletas de voleibol, não foram encontradas diferenças entre os
37
grupos de elite e amadoras em situações de bloqueio para a quantidade de respostas corretas
(TD).
Com o avanço tecnológico, conta-se atualmente com um sistema de rastreamento
ocular (denominado Eye Tracking) que inclui métodos para detecção do movimento dos olhos
(GEGENFURTNER; LEHTINEN; SALJO, 2011), a análise da movimentação do globo
ocular e dilatação da pupila (LARSSON et al., 2015; NUMMENMAA; HYÖNÄ; CALVO,
2006), utilizando principalmente o princípio de reflexão da córnea via emissão de raio
infravermelho (TIEN et al., 2014). Com isso, utiliza-se do Eye Tracking para análises do
comportamento visual, obtendo-se o número, duração e locais de fixação visual realizado pelo
usuário, mapeando-se assim os pontos de interesse e servindo de base para a condução de
treinamentos específicos no caso dos esportes.
2.3 COMPORTAMENTO VISUAL NOS ESPORTES
As informações obtidas são armazenadas na memória e controlam a interação entre a
percepção, atenção e TD (OLIVEIRA et al., 2009). As mesmas consolidam-se com o aumento
do conhecimento tático (FURLEY; MEMMERT, 2015). Além disso, a memória influencia
diretamente no comportamento de busca visual e focalização da atenção (KREITZ et al.,
2014) direcionando os estímulos para o que está armazenado na memória de trabalho
(MORIYA; KOSTER; RAEDT, 2014), existindo uma busca de “sinais relevantes” para a
ação (GRECO, 1989).
O rastreamento ocular define-se como o a rota de eventos oculomotores no espaço em
um período de tempo específico (HOLMQVIST et al., 2011). Com o avanço tecnológico,
atualmente o sistema de rastreamento ocular (denominado Eye Tracking) permite a detecção
do movimento dos olhos (GEGENFURTNER; LEHTINEN; SALJO, 2011; VICKERS, 2007;
WILLIAMS; JANELLE; DAVIDS, 2004), a análise da movimentação do globo ocular e
dilatação da pupila (HANSEN; HAMMOUD, 2007; LARSSON et al., 2015;
NUMMENMAA; HYÖNÄ; CALVO, 2006) utilizando-se principalmente do princípio de
reflexão da córnea via emissão de raio infravermelho (TIEN et al., 2014). Desta forma é
possível realizar a gravação e análise do comportamento visual obtendo-se informações como
o número, duração e locais de fixação visual em uma determinada cena dinâmica ou imagem
apresentada.
2.3.1 Busca visual
38
A percepção é um dos processos psicológicos básicos do ser humano que permite
extrair informações do meio e melhorar a relação com o contexto em que se encontra
(PALMI, 2007). Segundo Barbanti (2003), a percepção compreende um processo pelo qual o
indivíduo se torna consciente dos objetos e das relações com o ambiente, no qual depende dos
processos sensoriais.
Conforme a literatura (GRECO, 2004, 2009a; NEISSER, 1974, 1979; SAMULSKI,
2002; SONNENSCHEIN, 1987), a percepção é dividida em externa e interna. A percepção
externa no jogo é aquela que diz respeito ao espaço, profundidade, tamanho, distância do
adversário e do colega, forma, distância da ação que ocorre no jogo, etc. A percepção interna
abrange informações pessoais, sobre o estado dos órgãos dos sentidos.
Habilidades perceptivas e cognitivas são fundamentais no desempenho em tarefas
dinâmicas e com pressão de tempo, como ocorre no esporte e particularmente no voleibol
(AFONSO; MESQUITA, 2013; PIZZERA; RAAB, 2012; WILLIAMS; GRANT, 1999), onde
o processamento das informações depende dos sistemas sensoriais (como a visão), do cérebro
e do aproveitamento consciente do que foi extraído do meio (PALMI, 2007), ou seja, a
percepção e o conjunto de processos atencionais tornam-se relevantes nessa modalidade.
O mecanismo senso-perceptivo tem relação com a experiência dos atletas (JÚNIOR;
ALMEIDA, 2013; PIZZERA; RAAB, 2012), com a detecção dos estímulos, a memória de
longo prazo (PIRAS; LOBIETTI; SQUATRITO, 2014), com o conhecimento tático
(ARROYO et al., 2008) com a atenção seletiva, a interpretação das informações, a ativação, a
vigilância (VILA-MALDONADO et al., 2012) e com a antecipação (LIU, 2015). Evidências
empíricas suportam que diferentes habilidades perceptivas, tais como pistas visuais
avançadas, reconhecimento de padrões ou conhecimento das probabilidades situacionais
diferenciam os níveis de perícia (MEMMERT, 2006; WILLIAMS; GRANT, 1999). No
entanto, apesar do grande número de pesquisas com foco nas habilidades perceptivo-
cognitivas no esporte, ainda não está claro se os anos de experiência de treinamento na
modalidade estão associados a um desempenho superior em testes de processos perceptivos e
cognitivos básicos, mesmo sendo observados melhores resultados dos atletas de elite devido
aos efeitos combinados de treinamento físico e estimulação cognitiva proporcionada pelo
próprio jogo (ALVES et al., 2013).
O conhecimento prévio do ambiente, objeto, objetivos e sinais relevantes da tarefa
oportunizam um elevado desempenho em respostas e movimentos dos olhos (MACK;
ECKSTEIN, 2011). A mobilidade ocular extrínseca é a responsável dos mecanismos
39
neuromusculares que produzem o movimento dos olhos de forma voluntária (MORENO;
ÁVILA; DAMAS, 2001) com a finalidade de situar a imagem do objeto com informação
relevante na zona visual e perceber as mudanças e movimentos do ambiente (QUEVEDO;
SOLÉ, 2007). Moreno, Ávila e Damas (2001) citam que para investigar a natureza da
observação no comportamento visual no esporte, destacam-se três variáveis dentro da
mobilidade ocular: (1) Fixações visuais; (2) Movimentos sacádicos; e (3) Movimentos dos
segmentos.
As fixações visuais refletem as demandas de processamento de informação
(MORENO; ÁVILA; DAMAS, 2001), estas apresentam-se em períodos de movimentos
oculares mínimos (LARSSON et al., 2015), denominados de movimentos fixionais, por
exemplo, o tremor, drifts e microsacadas (WERNER; CHALUPA, 2014).
As microsacadas são os mais rápidos e maiores dentre os três movimentos fixionais
(LARSSON et al., 2015), ocorrendo a uma taxa de uma ou duas ações/movimentos por
segundo durante fixações prolongadas, com uma amplitude geralmente menor que 1 grau.
Durante uma visualização livre, elas ocorrem a uma taxa de 0,5/s e aproximadamente 14% de
uma fixação é formado pro microsacadas. Os drifts são movimentos curvos e mais lentos
(<2º/s) que ocorrem entre as sacadas e microsacadas. Já os tremores são os menores
movimentos oculares, ocorrendo conjuntamente com os drifts, em uma frequência de 60
Hertz. Os tremores, devido a sua natureza mínima, é pouco o conhecimento que se tem dos
mesmos, uma vez que é impossível medi-los de forma não invasiva (WERNER; CHALUPA,
2014).
Características das fixações visuais como o número e duração das fixações, são
indicativas da estratégia de percepção utilizada pelo observador para extrair informações
específicas de uma determinada cena (VILA-MALDONADO et al., 2012). Essas
características das fixações têm sido utilizadas como índices de como o observador seleciona
e localiza áreas com informações relevantes utilizadas na TD de tarefas específicas
(ABERNETHY, 1990).
Quando a fixação está centrada sobre uma localização específica ou objeto no espaço
visual por um tempo mínimo de 100 milisegundos, esta é denominada de “Quite-Eye” (Olho
Quieto) (HARVEY et al., 2014; VICKERS, 2007). No esporte, dado o contexto tipicamente
dinâmico, as estratégias de busca visual evidenciam que o período de olho quieto mostra-se
importante para a extração de estímulos ambientais relevantes para a tarefa, suprindo o
processamento de informações (HARVEY et al., 2014; MANN et al., 2007).
40
Os movimentos sacádicos são os movimentos rápidos que são utilizados para dirigir os
olhos rapidamente de um ponto a outro do campo visual até chegar a realizar outra fixação
(ARROYO, 2012). Ambos os olhos se movimentam na mesma direção, responsáveis pelos
movimentos alternados rápidos necessários para fixar importantes fontes de informações
separadas (MORENO; ÁVILA; DAMAS, 2001; WERNER; CHALUPA, 2014). Em olhos
humanos são esperados no máximo quatro sacadas por segundo, dependendo do tipo de tarefa
e estímulo apresentado (WERNER; CHALUPA, 2014). Esses movimentos variam em função
da distância a percorrer (JAFARZADEHPUR; AAZAMI; BOLOURI, 2007; WILLIAMS et
al., 1993) e permitem indagar a forma com que cada sujeito seleciona a informação de um
determinado contexto esportivo (MORENO; ÁVILA; DAMAS, 2001).
No movimento dos segmentos, o objeto que desejamos adquirir informações está se
movimentando com pouca velocidade e segue-se sua trajetória de maneira continuada e
precisa (ARROYO, 2012), de maneira que os olhos realizam uma sucessão de movimentos
que seguem certa ritmicidade para coincidir no mesmo ponto que a imagem é visualizada
(MORENO; ÁVILA; DAMAS, 2001).
Mann et al. (2007) realizaram uma meta-análise sobre a percepção-cognição em
peritos nos esportes e concluíram que: (1) os peritos parecem realizar um menor número de
fixações, (2) realizam fixações de maior duração e (3) apresentam períodos prolongados de
olho quieto.
No presente estudo, devido aos dados que serão proporcionados pela tecnologia do
instrumento utilizado para o estudo do comportamento visual dos atletas, destaca-se a
investigação da percepção pela variável “focalização da atenção”, levando em consideração a
análise da quantidade e duração das fixações visuais. Hernández et al. (2003) cita que as
investigações do comportamento visual nos esportes estão centradas principalmente nas
análises das localizações das fixações visuais, visto que estas permitem aos atletas estabelecer
uma área de importante informação da imagem visual.
O processo de busca visual, tido como a capacidade de localizar rapidamente sinais
relevantes com informações para a tarefa (AFONSO; MESQUITA, 2013; PIRAS;
LOBIETTI; SQUATRITO, 2014), é utilizado para localizar objetos no campo visual que por
meio da seleção e discriminação da informação permitam eleger uma resposta e implementá-
la com a ação motora (TENENBAUM, 2003). O atleta deve ser capaz de identificar as áreas
com mais informações visuais, dirigir a sua atenção de forma adequada e extrair algum
significado destas áreas que o ajudará a ser eficiente e eficaz (PIRAS; LOBIETTI;
SQUATRITO, 2014).
41
Um importante paradigma relacionado aos processos de top-down nas buscas visuais
é a MT. Em uma tarefa de busca visual, a informação relevante é comparada com o que é
mantido na MT (MORIYA; KOSTER; RAEDT, 2014). Levando em consideração que as
estratégias de busca visual são específicas da tarefa, estas manifestam-se graças ao
conhecimento que o esportista acumulou ao longo de sua experiência (ARROYO, 2012).
Os atletas devem usar estratégias visuais baseados em um pensamento tático que
permita a identificação e resolução do problema apresentado pelo adversário (WILLIAMS;
FORD, 2008). Essa capacidade de antecipação (“ler o jogo”) refere-se à previsão do provável
acontecimento antes do evento em si, e é essencial em esportes abertos onde a decisão deve
ser tomada antes da ação do adversário, onde incluem-se as habilidades visuais, perceptivas e
cognitivas (PIRAS; LOBIETTI; SQUATRITO, 2014).
A estratégia perceptiva visual realiza-se de forma natural para identificar e reconhecer
os objetos detectados na periferia, resumindo-se em: fixação de um objeto principal estático
ou de baixa velocidade, detecção periférica de um objeto em movimento, movimento sacádico
e fixação nos sinais relevantes da cena (ARROYO, 2012; SCHORER et al., 2013). A visão
periférica é a habilidade de localizar, reconhecer e responder à informação em torno do objeto
de focalização principal, utilizada em situações de jogo para determinar a próxima localização
da fixação central (QUEVEDO; SOLÉ, 2007).
Em todo o processo de busca visual se assume que o objeto é inicialmente detectado
dentro da visão periférica (proporciona a informação “onde está”), então é percebido e trazido
para a região da retina (proporciona a informação “o que é”) e em seguida são produzidas as
fixações visuais (SCHÖRER et al., 2013). Admite-se que uma estratégia de busca visual
adequada e mais efetiva implique em poucas fixações e de grade duração (HERNÁNDEZ et
al., 2003). No entanto, não há nenhuma teoria formal de estratégias ótimas para os
movimentos dos olhos na realização da busca visual (NAJEMNIK; GEISLER, 2005), visto
que os padrões de busca visual não são gerados de forma aleatória, sendo baseados em
percepções intencionais, de acordo com a relevância dos objetos imposta pelo próprio
observador (ARROYO, 2012).
2.3.2 Atenção visual
A atenção é entendida como a capacidade de privilegiar o processamento de um
conjunto específico de informações, seja uma região do ambiente ou um momento no tempo
(SILVA; OLIVEIRA; HELENE, 2013). Segundo Brandt et al. (2012), a atenção é uma
42
habilidade que a pessoa apresenta ao focar em tarefas ou informações externas, bem como em
fontes internas, como memória e imaginação. De fato, a atenção é utilizada pelos peritos nos
esportes para melhor anteciparem os resultados das próprias ações e das ações dos adversários
(AFONSO; GARGANTA; MESQUITA, 2012; OLIVEIRA; LOBINGER; RAAB, 2014).
Para Samulski (2002, 2009), a atenção é um estado intenso e seletivo da percepção,
importante para interpretar e compreender os estímulos identificados como estímulos-
sensórios.
De acordo com o exposto por Afonso, Garganta e Mesquita (2012), o estilo de
controle da atenção pode variar. Samulski (2002) cita três estilos, sendo (1) seletivo (ou
concentrativo); (2) dividido (ou distributivo) e (3) capacidade de alternância da atenção,
aspecto que torna-se altamente relevante em ambientes abertos e instáveis como as situações
de jogo no voleibol, nos quais ocorrem-se constantes mudanças.
A atenção seletiva (ou concentrativa) compreende a focalização da atenção num
aspecto específico (AFONSO; GARGANTA; MESQUITA, 2012), direcionada
conscientemente para um determinado objeto ou em uma determinada ação (SAMULSKI,
2002).
A atenção dividida (ou distributiva) considera-se a distribuição concorrente da atenção
por diversas tarefas (AFONSO; GARGANTA; MESQUITA, 2012), sobre vários objetos,
sendo a intensidade da atenção menor quando comparada à atenção concentrativa
(SAMULSKI, 2002).
A capacidade de alternância da atenção é a ação regulada por comandos voluntários,
que compreende-se a orientação rápida e adequada de situações complexas em função das
exigências do meio ambiente (SAMULSKI, 2002).
A atenção visual pode ser entendida como um processo de seleção de informações
para a detecção, identificação e reconhecimento dos estímulos relevantes e do meio,
ignorando as informações não relevantes (PALMI, 2007). Esta resume uma série de processos
que são utilizados no processamento de informações, representadas internamente para estar
disponíveis para o controle da ação (POTH et al., 2014) conferindo plasticidade ao
comportamento, aumentando a eficiência de uma resposta em função da antecipação de
situações ambientais conhecidas (SILVA; OLIVEIRA; HELENE, 2013).
Esportes rápidos com bola exigem do atleta uma grande variedade de processos
relacionados à atenção (HÜTTERMANN; MEMMERT, 2014). Filgueiras (2010) cita que a
atenção visual é interpretada sob o prisma dos processos de alta ordem, ou top-down, no qual
necessitam da atividade cognitiva para eleger objetos relevantes para orientação, criação de
43
um controle inibitório de estímulos irrelevantes e criação de relações com a memória visou-
espacial.
Estudos recentes sugerem que a percepção consciente requer processos de atenção
(MEMMERT, 2006), constatando-se que a atenção visual afeta a antecipação e a interação
entre a MT (FURLEY; MEMMERT, 2015; SILVA; OLIVEIRA; HELENE, 2013) e a
estrutura de conhecimento em direção à perspectiva aplicada, elaborando diferentes
estratégias cognitivas eficazes para o julgamento e TD de qualidade no esporte (BAR-ELI;
RAAB, 2006). Os processos atencionais são necessários para agregar diferentes valores às
dimensões visuais em um determinado local (POLLMANN et al., 2014).
A habilidade necessária para dirigir e sustentar seletivamente a atenção para uma
melhor execução da atividade específica é denominada foco de atenção (BRANDT et al.,
2012). O foco de atenção é regulado individualmente de acordo com a orientação e situação
momentânea, fazendo com que as pessoas tenham percepções diferentes (HÜTTERMANN;
MEMMERT, 2015). O foco de atenção inclui funções como: manter a atenção por um
período, identificar a função de alerta ou vigilância, focalizar apenas os estímulos mais
relevantes, entre outras (BRANDT et al., 2012; MATARÓ-SERRATA; PUYEO-BENITO;
JURADO-LUQUE, 2003). A filtragem de informações é realizada através da atribuição de
uma prioridade de atenção, refletindo sua relevância e importância no campo visual, e podem
derivar da MT ou da memória de longo prazo (POTH et al., 2014).
Em cada momento durante uma tarefa, a atenção se desloca para uma dimensão
particular de informação da tarefa (HÜTTERMANN; MEMMERT, 2015; JOHNSON, 2006).
Em vários casos, como nos esportes, exige-se a atenção simultânea em múltiplos objetos. Para
isso, têm-se primariamente duas opções: fixar a atenção em um objeto e utilizar da visão
periférica para observar os outros ou fixar todos utilizando-se da visão periférica
(HÜTTERMANN et al., 2013). Nesse sentido a alternância da atenção passa a ser relevante,
sua velocidade e qualidade do processo. O direcionamento da atenção depende da memória
(AFONSO; GARGANTA; MESQUITA, 2012; FURLEY; MEMMERT, 2015), já que assim
permite-se que o indivíduo aloque informações sobre objetos, características e locais,
otimizando a interação do organismo com o meio ambiente, portanto, maximizar o resultado
positivo da aprendizagem (CHELAZZI et al., 2013). Existe uma grande interação e influencia
entre a atenção e MT (KREITZ et al., 2014). Moriya, Koster e Raedt (2014) citam que
estímulos relevantes armazenados na memória de trabalho têm alta probabilidade de se tornar
o foco da atenção, ou seja, a atenção é atraída pelo que a pessoa guarda na sua memória.
Assim, no esporte torna-se essencial o controle atencional guiado para os objetivos,
44
direcionando-se para objetos relevantes e mantendo uma abertura para detecção de objetos
inesperados, afim de que não influencie no objetivo final (AFONSO; GARGANTA;
MESQUITA, 2012). Contudo, a atenção pode ser influenciada pelo esforço físico
(HÜTTERMANN; MEMMERT, 2014), considerando-se que a mesma constitui um processo
seletivo e com limites de trabalho especificamente no que se refere ao processamento da
informação visual, provavelmente imposto pela quantidade de energia global disponível para
o cérebro e pelo alto custo energético da atividade neuronal existente no processamento
cortical (CARRASCO, 2011).
Atletas distribuem a atenção por vários locais de forma mais eficaz do que não atletas,
alternando-se o foco de atenção entre locais que aumentam a amplitude visuo-atencional na
cena (HÜTTERMANN et al., 2013). Esse processo cognitivo é fundamental para um
excelente desempenho no voleibol (ALVES et al., 2013).
2.3.3 Comportamento visual no voleibol
O comportamento visual é um dos mecanismos cruciais para o uso da informação na
TD. Diversos estudos analisaram as diferenças entre peritos e novatos em situações de decisão
utilizando-se do sistema de rastreamento ocular (GEGENFURTNER; LEHTINEN; SALJO,
2011; VICKERS, 2007; WILLIAMS; JANELLE; DAVIDS, 2004).
Nem todos os esportes necessitam das mesmas habilidades visuais e nem todas as
ações dentro de um mesmo esporte possuem as mesmas exigências perceptivas (ARROYO,
2012). A modalidade voleibol é considerada altamente visuo-motor, cujas ações demandam
fundamentalmente habilidades como dinâmica visual, movimentação ocular extrínseca,
visualização, coordenação entre visão e execução motora (CAMPO, 2007), rapidez
perceptiva, focalização da atenção (KIOUMOURTZOGLOU et al., 2000), antecipação (LIU,
2015). Jogadores de voleibol, devido à rapidez do curso das ações e a movimentação intensa
que o jogo proporciona, exigem movimentos oculares sacádicos para um melhor desempenho
(JAFARZADEHPUR; AAZAMI; BOLOURI, 2007).
O voleibol é um esporte de características abertas, onde o jogador tem que se
comportar de acordo com as ações do oponente e mudanças ambientais (VILA-
MALDONADO et al., 2014a). Estas características específicas da modalidade
(VANSTEENKISTE et al., 2014) fazem com que a visão seja um dos principais órgãos
sensoriais para receber a informação do ambiente, sendo reconhecidamente uma exigência
específica dessas modalidades (ARROYO, 2012).
45
Apesar do grande número de investigações centradas na modalidade voleibol, poucos
experimentos têm-se centrado nos padrões de busca visual (VANSTEENKISTE et al., 2014)
e, na maioria utiliza-se desses padrões para a comparação entre peritos e novatos (ARROYO,
2012; LIU, 2015; SCHORER et al., 2013) e tem sido, muitas vezes restrita a ações isoladas
ou momentos específicos que utiliza-se de um número limitado de jogadores envolvidos
(VANSTEENKISTE et al., 2014).
No estudo de Afonso e Mesquita (2013) com 15 atletas femininas de voleibol
divididas em dois grupos: habilidosas e menos habilidosas utilizou-se o rastreamento ocular e
relatos verbais em cenas dinâmicas de tarefas ofensivas a fim de uma maior compreensão dos
mecanismos por trás da TD no esporte. Os resultados deste estudo demonstraram diferenças
significativas na duração média das fixações (p=0,019), sendo que as atletas mais habilidosas
realizaram fixações mais duradouras quando comparadas às atletas menos habilidosas. Nas
variáveis número de fixações e número de locais de fixações não foram encontradas
diferenças significativas entre os grupos.
Estudos com uma abordagem de desempenho (ALVES et al., 2013; FARROW;
ABERNETHY, 2003; LIU, 2015; MANN et al., 2007; WARD; WILLIAMS, 2003) têm
demonstrado que os peritos, quando comparados aos novatos, possuem mais conhecimento
em tarefas mais elaboradas, fazem mais uso das informações disponíveis, detectam objetos e
possuem padrões mais rápidos de busca visual no ambiente, codificam e recuperam
informações de forma eficiente e tomam decisões mais rápidas e adequadas. Além disso,
demonstrou-se que peritos realizam mais fixações nas tarefas relevantes e menos em áreas de
tarefas não relevantes, acompanhada de fixações de curta duração e alocação da atenção
seletiva (GEGENFURTNER; LEHTINEN; SALJO, 2011). As informações relevantes
incluem-se, entre outros, a distância da bola, o seu ângulo, sua trajetória, velocidade e
aceleração da descida e movimentos dos corpos dos adversários (LIU, 2015).
Em condições próximas do jogo real os peritos demonstram maior precisão em suas
previsões quando se têm condições de oclusão de qualquer movimento pré-contato
(ABERNETHY; ZAWI, 2007; ABERNETHY; ZAWI; JACKSON, 2008), demonstrando-se
uma maior capacidade de previsão de passe e direção do levantamento quando comparados a
jogadores novatos (VANSTEENKISTE et al., 2014). Arroyo (2012) considera que os
esportistas peritos não são melhores porque possuem componentes visuais mais evoluídos ou
perfeitos, e sim porque possuem uma alta capacidade de processamento de informações dos
elementos chave para o rendimento.
46
No voleibol, quando a bola está na quadra adversária, analisa-se a qualidade da
recepção, possibilidades de configuração do ataque, qualidade do passe e movimentos do
levantador e atacantes (VANSTEENKISTE et al., 2014). Nessa modalidade os peritos são
melhores que os novatos em tarefas relativas à atividade perceptual e antecipativa, extensão
do foco de atenção, previsão e estimativa de velocidade e direção dos objetos em movimento
(LIU, 2015; PIRAS; LOBIETTI; SQUATRITO, 2010).
No estudo de Piras, Lobietti e Squatrito (2010), os autores encontraram que os
jogadores de voleibol peritos em comparação com os novatos, fazem um menor número de
fixações de maior duração nas mãos e corpo do adversário, principalmente no levantador,
tentando-se alguma informação para prever a trajetória da bola. Além disso, gastam mais
tempo no voo inicial da bola, desconsiderando a fase intermediária, revelando-se uma
estratégia de busca visual mais eficaz e eficiente. Já os novatos tendem a assistir toda a
trajetória da bola.
Recentemente, Liu (2015) publicou um estudo de caso comparando jogadores de
voleibol peritos e novatos na tarefa de bloqueio de dois tipos distintos de ataque, para tal o
pesquisador utilizou cenas de vídeo e o Eye Tracking para o rastreamento ocular. O objetivo
do autor visou examinar as relações entre o comportamento de busca visual e respostas
antecipatórias (tempo de reação) comparando-se as estratégias utilizadas por peritos e
novatos. Segundo o autor, observam-se estratégias diferentes para cada tipo de ataque,
modificando os locais de fixação visual.
Afonso et al. (2012b) relataram diferentes comportamentos visuais entre atletas peritos
e novatos femininas de voleibol quando joga-se seis contra seis utilizando-se o Eye Tracking
como instrumento para análise. Nessa situação, atletas peritas empregaram mais fixações
curtas em um grande número de locais e mais tempo de fixação em espaços intermediários
(espaços funcionais, vazios na quadra adversária) antes e durante o contato com a bola.
Sugere-se com esses resultados que atletas peritas de voleibol obtêm uma maior quantidade de
informações utilizando-se mais eficientemente da visão periférica.
Vansteenkiste et al. (2014) realizaram um trabalho analisando o comportamento visual
(estratégias de busca visual) de atletas de voleibol feminino de níveis de elite, intermediário e
novatas. Utilizou-se o Eye Tracking para rastreamento ocular de cenas de vídeos com
situações de ataque e tarefas de bloqueio. Relata-se que atletas mais experientes utilizam-se
mais da visão periférica e não observam a bola antes da recepção. Atletas intermediários e
novatos observam a direção da bola, muitas vezes fixando a visualização longe do receptador.
Além disso, observa-se que atletas de elite observam espaços funcionais entre a bola e as
47
mãos do levantador para análise da direção do passe, enquanto atletas intermediários e
novatos olham mais para o próprio levantador.
Schörer et al. (2013), realizaram um estudo com atletas femininas de voleibol com o
objetivo de fornecer informações sobre as vantagens da visão (central e periférica) de peritos
em comparação com novatos. Utilizaram-se vídeo clipes de situações de ataque sob três
condições visuais: visão completa, visão central e visão periférica. Os autores encontraram
diferenças positivas nas previsões das jogadas quando comparados os peritos com os novatos.
No trabalho realizado por Vila-Maldonado et al. (2014a), não foram encontradas
diferenças na antecipação, percepção periférica, habilidades visuais e velocidade de
reconhecimento em testes laboratoriais entre jogadores de voleibol de diferentes experiências
e com a mesma faixa etária.
48
3 MÉTODOS
3.1 Caracterização do estudo
O presente estudo classificou-se no âmbito da pesquisa aplicada, com relevância direta
moderada, uma vez que também incorporou alguns aspectos da pesquisa básica. A abordagem
consiste da verificação de hipóteses em laboratório, em condições aproximadas ao ambiente
esportivo, demandando habilidades cognitivas representativas do desempenho na própria
modalidade esportiva (THOMAS; NELSON; SILVERMAN, 2007).
A pesquisa é do tipo quase experimental com recursos à análise quantitativa, pois tenta
estabelecer relações de causa e efeito entre as variáveis independentes e dependentes, em um
contexto artificial, com o objetivo de reduzir a interferência de variáveis estranhas
(THOMAS; NELSON; SILVERMAN, 2007).
3.2 População e amostra
A população do presente estudo foi composta por atletas de voleibol e por não atletas.
A amostra definida por conveniência e classificada como não probabilística (COZBY, 2003;
PIRES et al., 2006) constituiu-se de 48 voluntários do sexo masculino divididos em dois
grupos: “Atletas” composto por 25 atletas de voleibol (idade média de 16,9±1 anos e
experiência com voleibol de 3,7±1,1 anos) e “Não atletas”, composto por 23 não atletas (idade
média de 17,6±1,7 anos e nenhuma experiência com voleibol).
O critério de inclusão geral para a pesquisa foi os voluntários não possuírem nenhum
tipo de cegueira, estrabismo ou qualquer outro problema de visão que pudesse comprometer o
estudo. Para o grupo Atletas, os voluntários deveriam estar regularmente inscritos na
Federação Mineira de Voleibol (FMV), Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) e
disputarem competições por seu respectivo clube em nível estadual, nacional e/ou
internacional. Para o grupo Não atletas, os participantes não poderiam possuir nenhum tipo de
vivência de treinamento da modalidade voleibol. Todos os voluntários que não cumpriam
qualquer um dos critérios de inclusão foram automaticamente excluídos do estudo. A
caracterização da amostra está descrita através da média e desvio-padrão na Tabela 1 abaixo.
Tabela 1 - Caracterização da amostra descrita em média e desvio-padrão
49
Grupo N Idade
(anos)
Experiência
com
voleibol
(anos)
Quantidade
de treinos
por semana
Tempo de
cada sessão
de treino
(min)
Tempo
que
compete
(anos)
Nível de
competição
disputada
GE 25 16,9±1,0 3,7±1,1 5±0 120±0 3,2±1,4 Estadual
GC 23 17,6±1,7 0 0 0 0 X
3.3 Instrumentos
3.3.1 Questionário de dados demográficos
Foi aplicado um questionário de dados demográficos (Anexo I) contendo questões
sobre aspectos relevantes para a pesquisa, extraindo-se as seguintes informações para a
caracterização da amostra: nome, idade, experiência com voleibol, quantidade de treinos por
semana, tempo de cada sessão de treino, tempo que compete e nível de competição que
participa (Tabela 1). Tornam-se importante as informações supracitadas tendo em vista que
estudos atuais da literatura especializada descrevem relações entre o nível de prática, o nível
de competição disputada e a perícia esportiva com aspectos cognitivos como atenção e TD e o
desenvolvimento técnico-tático no voleibol (ALVES et al., 2013; CASTRO et al., 2013;
COSTA et al., 2013; FERNÁNDEZ-ECHEVERRÍA et al., 2014; GEGENFURTNER;
LEHTINEN; SALJO, 2011; GIL et al., 2011ab, 2013; IGLESIAS et al., 2005; MORENO et
al., 2006ab).
3.3.2 Teste de Conhecimento Tático Declarativo no Voleibol Geral (TCTD:VbG)
O Teste de Conhecimento Tático Declarativo no Voleibol Geral - TCTD:VbG consiste
de 24 cenas reais de jogos de voleibol apresentadas em quatro tipos de situações: Ataque de
Extremidade - AE (seis cenas), Ataque de Central - AC (seis cenas), Levantamento - LE (seis
cenas) e Bloqueio - BL (seis cenas). As cenas exibidas duram de quatro a seis segundos,
foram filmadas na perspectiva de topo com distância aproximada de sete a nove metros da
quadra, permitindo ao observador a visão total da quadra e percepção de profundidade nas
diferentes situações.
O TCTD:VbG foi desenvolvido no Centro de Estudos de Cognição e Ação (CECA-
UFMG) e o artigo de sua validação de conteúdo está submetido para publicação (Anexo VIII).
Na validação do TCTD:VbG, as cenas foram avaliadas por cinco treinadores da seleção
50
brasileira de voleibol, peritos na modalidade, com experiência mínima de dez anos na mesma,
conforme sugerem Pizzera e Raab (2012). A sua validação de conteúdo realizou-se
respeitando os critérios metodológicos apresentados por Hernández-Nieto (2002). Este tipo de
procedimento de validação de testes de CTD é utilizado frequentemente em trabalhos do
grupo de pesquisas do Centro de Estudos de Cognição e Ação – CECA (GRECO et al., 2014,
2015; MORALES; GRECO; ANDRADE, 2012; ABURACHID; GRECO, 2010, 2011).
Assim o procedimento de validação inicia-se com o Coeficiente de Validade de Conteúdo
(CVC), o qual permite compreender o grau de concordância entre os juízes a respeito de cada
item (GRECO et al., 2014; BALBINOTTI, 2005; HERNÁNDEZ-NIETO, 2002; PASQUALI,
2003). Os critérios utilizados para o CVC compreendem “clareza de linguagem”
(CVCt=0,92), “pertinência prática” (CVCt=0,96) e “representatividade do item” (CVCt=0,96),
sendo todas as cenas utilizadas no presente teste com valores superiores de CVC igual a 0,80
para cada critério, apresentando assim níveis satisfatórios de CVCt (HERNÁNDEZ-NIETO,
2002; PASQUALI, 2003).
Com base no Teste de Conhecimento Tático Declarativo - Ataque de Rede (TCTD-Ar)
desenvolvido por Paula (2001) para o voleibol, as situações de jogo a serem observadas pelos
voluntários de AE e AC iniciam-se a partir do saque adversário, perpassam a recepção da
equipe do outro lado da rede, o levantamento e interrompe-se a imagem no momento do
ataque. As situações de LE e BL iniciam-se a partir do saque, perpassam pela recepção e
interrompem-se no momento do levantamento, como realizado também no Teste de
Conhecimento Tático Declarativo - Levantamento (TCTD-Le) desenvolvido por Matias
(2009) para a modalidade voleibol. Na interrupção das cenas, os voluntários foram avaliados
em dois momentos: momento 1: com oclusão visual; e momento 2: sem oclusão visual.
No momento 1 (com oclusão visual), objetiva-se extrair as informações relacionadas
ao comportamento visual para a TD aproximando-se ao máximo da situação de jogo real.
Bordini et al. (2015) cita que nos estudos que utilizam à oclusão temporal, uma sequência de
ação (vídeo) é paralisada em determinado ponto de sua execução na tentativa de identificar
períodos de tempo dentro das quais atletas experientes consigam identificar o resultado final
desta ação baseado em dicas visuais relevantes. Assim, no momento da interrupção da cena, a
tela se apaga e o voluntário tem até três segundos para responder “o que fazer?” (primeira
opção - TD). Utilizou-se esse tempo devido à conclusão das ações na modalidade voleibol que
duram aproximadamente três segundos. Em seguida, visando outras possíveis alternativas de
solução da jogada que o voluntário tenha percebido na cena, consideram-se até 22 segundos
para responder verbalmente “o que mais?” (CAUSER; FORD, 2014; MEMMERT;
51
HÜTTERMANN; ORLICZEK, 2013; OLIVEIRA; LOBINGER; RAAB, 2014; BELLING;
SUSS; WARD, 2015ab), explicitando-se a fase de geração de opções, além de responder por
último qual a melhor das opções dentre as alternativas produzidas. O tempo de 22 segundos
foi utilizado devido aos resultados observados em testes pilotos, onde os voluntários não
gastavam mais do que este tempo para gerar as opções. Na modalidade voleibol as opções são
restritas a três ou quatro possíveis soluções para a ação, fazendo com que este tempo restrito
em 22 segundos seja o suficiente para gerar as opções. Com este procedimento é possível
relacionar aspectos como a geração de opções, criatividade e qualidade da TD intuitiva.
No momento 2 (sem oclusão visual), na interrupção da cena, congela-se a imagem na
tela por três segundos e nesse tempo o voluntário responde “o que fazer?” vendo a cena na
forma de uma fotografia (primeira opção - TD), objetiva-se com isso verificar se há diferenças
na percepção de sinais relevantes, a geração de opções e qualidade da TD dos voluntários se
houvesse mais tempo para a análise da cena, comparando-se então a cena dinâmica e estática.
Em seguida, tem-se até 22 segundos para responder “o que mais?” (JOHNSON; RAAB,
2003; RAAB; JOHNSON, 2007; LABORDE; RAAB, 2013), verbalizando outras possíveis
alternativas de solução da jogada (geração de opções). Obtêm-se assim uma percepção
constante, favorecendo os processos de TD deliberativa.
Foi utilizada uma ficha de controle de coletas (Anexo II) para a descrição das
respostas dos voluntários para cada momento e situações apresentadas. Essa ficha foi
preenchida manualmente pelo pesquisador responsável durante a realização dos testes.
3.3.3 Eye Tracking (rastreamento ocular)
Para análise do comportamento visual durante a aplicação do teste, foi utilizado o Eye
Tracking SMI RED500®, da empresa SensoMotoric Instruments - SMI. Eye Tracking é um
conjunto de tecnologias utilizadas para a identificação e registro dos movimentos oculares de
um indivíduo em ambiente real ou controlado (BARRETO, 2012; SÁEZ-GALLEGO et al.,
2013). A base do desenvolvimento da ferramenta de análise da visão segue os princípios
metodológicos e práticos sobre o rastreamento da trajetória ocular (DUCHOWSKI, 2007;
TIEN et al., 2014).
A mensuração do movimento ocular é uma importante ferramenta na pesquisa que
envolve atenção visual, percepção, cognição. Em estudos de atenção visual e percepção, por
exemplo, o movimento ocular é utilizado para investigar a focalização da atenção no conteúdo
da imagem, identificação de objetos e como as decisões são tomadas (LARSSON et al.,
52
2015). O Eye Tracking aplica-se com sucesso no estudo de uma ampla variedade de
fenômenos relacionados ao comportamento visual (por exemplo: atenção e percepção) em
diversas áreas do conhecimento, incluindo os esportes (DUCHOWSKI, 2007).
Sua aplicabilidade sustenta-se pelo fato de ser um método seguro e não invasivo capaz
de mensurar movimentos oculares precisos, não facilmente acessíveis por outro método
(DUCHOWSKI, 2007), além da intima relação entre a atenção e o rastreamento ocular em
tarefas visuais (como no caso dos esportes) (NUMMENMAA; HYÖNÄ; CALVO, 2006). A
maioria dos estudos utilizando este instrumento possuem estímulos estáticos, como imagens
de fotos e textos, porém atualmente o interesse em cenas dinâmicas (como o uso de
videoclipes) vêm crescendo cada vez mais entre os pesquisadores (LARSSON et al., 2015).
Com esse aparelho, os movimentos dos olhos dos participantes é gravado por um
sistema de laser infravermelho fixo à tela de um computador (HANSEN; HAMMOUD, 2007;
TIEN et al., 2014) (Figura 6). O Eye Tracking fornece dados referentes a variáveis
relacionadas ao comportamento visual (VILA-MALDONADO et al., 2012), como a posição
relativa e dilatação da pupila (TIEN et al., 2014), reflexão e alterações da córnea (SÁEZ-
GALLEGO et al., 2013), número e duração das fixações visuais (TIEN et al., 2014).
Figura 6 - Foto do Eye Tracking SMI RED500®
Antes de iniciar o teste, o aparelho é calibrado de acordo com os olhos do voluntário
utilizando-se o software iView X RED 500Hz, recomendado pelo fabricante e já incluído no
53
programa. O teste com a gravação dos movimentos oculares é realizado utilizando-se o
software Experiment Center 3.5, nele as cenas de vídeo, figuras, e frases são programadas,
criando-se o teste da forma que o protocolo de pesquisa determina. Após a gravação dos
movimentos dos olhos pelo aparelho, os dados são salvos automaticamente e transporta-se os
resultados para o software BeGaze 3.5.7.4, onde é possível abrir o arquivo e observar para
cada sujeito cada variável em cada cena. No presente estudo, utilizaram-se as variáveis
número e duração das fixações visuais.
Das variáveis utilizadas, a quantidade de fixações visuais é apresentada pelo software
BeGaze 3.5.7.4 em números absolutos, demonstrando-se quantas vezes e em quais locais na
cena houve fixações visuais. Consideram-se fixações períodos em que o olho se fixou ou
apresentou movimentos mínimos em um ponto específico da cena por um tempo mínimo de
100 ms. Esses locais de fixação são considerados os locais de focalização da atenção. O
tempo de duração dessas fixações é apresentada em números inteiros representados por
milisegundos - ms (Figura 7).
Figura 7 - Foto do software BeGaze 3.5.7.4
3.4 Delineamento experimental
54
Cada voluntário foi avaliado duas vezes em seu próprio clube (no caso dos atletas), em
sua escola ou no Centro de Estudos de Cognição e Ação da Universidade Federal de Minas
Gerais – CECA-UFMG (no caso dos não atletas). No intuito de verificar as variáveis do
comportamento visual (número e duração das fixações visuais), os voluntários utilizaram o
Eye Tracking durante a realização do teste de avaliação de cenas de jogos de voleibol. Para
análise da qualidade da TD, foram consideradas as pontuações referentes às escolhas da
melhor opção de resposta à situação apresentada. Para a análise do número de opções geradas,
recorreu-se ao relato verbal do voluntário realizando o teste em dois momentos: momento 1 -
com oclusão visual; e momento 2 - sem oclusão visual.
O TCTD:VbG compõe-se de 24 cenas reais de quatro situações: ataque de
extremidade (AE), ataque de central (AC), levantamento (LE) e bloqueio (BL). Em situações
reais de jogo, os próprios atletas devem gerar as soluções para os problemas (BELLING;
SUSS; WARD, 2015ab; HEPLER; FELTZ, 2012; RAAB; LABORDE, 2011; RAAB;
JOHNSON, 2007; JOHNSON; RAAB, 2003; KALIS; KAISER; MOJZISCH, 2015;
LABORDE; RAAB, 2013; LABORDE; RAAB; KINRADE, 2014; MEMMERT;
HÜTTERMANN; ORLICZEK, 2013; OLIVEIRA; LOBINGER; RAAB, 2014; PIZZERA;
RAAB, 2012). Em cenas dinâmicas, como as apresentadas nas situações de jogo nos vídeos,
os sujeitos têm muito o que observar, podendo capturar e manter a fixação visual e atencional
mais efetiva quando comparado com objetos e cenas estáticas (MEMMERT, 2006).
O teste foi realizado em dois momentos: momento 1 (com oclusão visual), onde
apresenta-se a oclusão das imagens, uma determinada ação é paralisada em um ponto de sua
execução e a tela se apaga, sem que haja um decréscimo na qualidade das opções geradas,
pode significar que o participante conseguiu extrair e processar as informações necessárias ao
longo da exibição da sequência ofensiva, caracterizando o desempenho expert nos esportes.
Além disso, induz processos intuitivos de TD e pressupõe maior utilização da memória de
trabalho na representação da situação, o que influenciam na subsequente geração de opções e
na qualidade dessas soluções (BELLING; SUSS; WARD, 2015ab; CAUSER; FORD, 2014;
RAAB; JOHNSON, 2007; KALIS; KAISER; MOJZISCH, 2015; LABORDE; RAAB, 2013;
LABORDE; RAAB; KINRADE, 2014; WILLIAMS; ERICSSON, 2005; FURLEY;
MEMMERT, 2015; OLIVEIRA; LOBINGER; RAAB, 2014); e momento 2 (sem oclusão
visual), onde não apresenta-se a oclusão das imagens, uma determinada ação é paralisada em
um ponto de sua execução e a tela é congelada, ficando exposta uma foto do último momento
da cena. A exposição da cena congelada durante a fase de geração de opções garante uma
condição de percepção constante, na qual a primeira opção será produzida sob a mesma
55
condição em relação à última opção, favorecendo os processos deliberativos (RAAB;
JOHNSON, 2007; FURLEY; MEMMERT, 2015).
Para minimizar o efeito da memória na aplicação dos dois momentos de coleta, cada
voluntário realizou primeiro o teste no momento com oclusão visual e após 48 horas, o
mesmo voluntário realizou o teste no momento sem oclusão visual com a ordem de
apresentação modificada e as cenas aleatorizadas, como descritas abaixo no Quadro 1.
Quadro 1. Apresentação do teste nas situações com e sem oclusão visual
SITUAÇÃO
ORDEM DAS
SITUAÇÕES ORDEM DAS CENAS
Com oclusão visual
AE 13A, 33A, 48A, 67A, 81A, 86AA
AC 62A, 64A, 84A, 117A, 141A, 214 A
LE 43L, 53L, 54L, 89L, 91L, 101L
BL 1B, 4B, 14B, 16B, 17B, 56B
Sem oclusão visual
LE 89L, 91L, 53L, 54L, 43L, 101L
AE 86AA, 81A, 33A, 48A, 13A, 67 A
BL 14B, 17B, 1B, 56B, 4B, 16B
AC 64A, 84A, 141A, 117A, 62A, 214 A
AE=Ataque de Extremidade; AC=Ataque de Central; LE=Levantamento; BL=Bloqueio.
Observa-se no Quadro 1 que o teste no momento com oclusão (momento 1) foi
apresentado para os voluntários seguindo a ordem de situações de jogo: AE, AC, LE e BL. No
momento sem oclusão (momento 2) foi apresentado para os voluntários seguindo outra ordem
de situações: LE, AE, BL e AC. A ordem de apresentação das cenas em cada momento e em
cada situação também foi modificada e estão descritas no Quadro 1.
3.5 Procedimentos de coleta
O projeto foi provado pelo Comitê de Ética em Pesquisas da Universidade Federal de
Minas Gerais – COEP/UFMG (Parecer 971.037) e em seguida foi realizada uma reunião com
a diretoria dos clubes para convite de participação na pesquisa e assinatura do “Termo de
concordância da instituição” (Anexo III), documento este que explicita todos os
procedimentos que seriam realizados na presente pesquisa. Logo após foi realizada uma
reunião com todos os participantes da pesquisa (treinadores, atletas e não atletas) para
informações de todos os procedimentos que seriam adotados, dos possíveis riscos e benefícios
relacionados à sua participação e que os dados coletados neste projeto seriam destinados
56
apenas para fins de pesquisa. Além disso, cientes de que, a qualquer momento poderiam
deixar de participar do estudo sem precisar justificar-se aos pesquisadores, os voluntários
maiores de 18 anos assinaram o “Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE-
Voluntário” (Anexo IV), os pais/responsável dos voluntários menores de 18 anos assinaram o
“Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE-Pais/Responsável” (Anexo V) para a
liberação da participação dos seus respectivos na pesquisa e os menores de 18 anos também
assinaram o “Termo de Assentimento Livre e Esclarecido – TALE-Voluntário” (Anexo VI).
As coletas dos dados com os atletas ocorreram nos próprios clubes. Com os não atletas
ocorreram na escola ou no Centro de Estudos de Cognição e Ação (CECA-UFMG). Em todos
os locais foi reservada uma sala propícia para a realização dos procedimentos da pesquisa.
Todos os testes foram agendados previamente com cada voluntário.
Os voluntários foram conduzidos até a sala onde realizariam o teste e em seguida
preencheram o questionário de dados demográficos. Em todas as coletas, estavam presentes
na sala apenas o voluntário e o pesquisador responsável.
Após o preenchimento do questionário, os voluntários sentavam-se confortavelmente
em uma cadeira de frente para o computador no qual decorrem as cenas de vídeo que
pertencem ao teste. Nesse momento realizou-se de forma padronizada o processo de
instruções relativas à realização do teste, e os voluntários iniciavam uma adaptação. A
adaptação foi realizada antes do teste de cada momento. A adaptação consiste em visualizar
duas cenas que seguiam exatamente os mesmos protocolos da situação experimental.
Terminada a adaptação sem nenhum questionamento ou dúvida, os voluntários iniciavam os
testes experimentais quando quisessem.
Os voluntários realizaram o TCTD:VbG utilizando-se o Eye Tracking. Com esse
instrumento, analisou-se o comportamento visual (número e duração de fixações visuais, que
faz referência à percepção dos pontos em que o voluntário visualizou como sinais relevantes)
durante a cena para expressar declarativamente sua TD e as opções geradas (TIEN et al.,
2014; AFONSO et. al., 2012ab; SÁEZ-GALLEGO et al., 2013; VILA-MALDONADO et al.,
2012).
Para avaliar a qualidade da TD, durante a realização do teste, no momento de
interrupção da imagem na tela, os sujeitos tomaram uma decisão do que fazer, respondendo às
perguntas do avaliador com as respostas que julgaram mais adequadas (LIU, 2015). Com isso,
analisou-se a precisão da resposta como a TD do voluntário. Esse procedimento já é
recorrente no Centro de Estudos de Cognição e Ação (CECA-UFMG) e foi utilizado
recentemente no voleibol nos trabalhos de Castro et al. (2013), Costa et al. (2013), Matias e
57
Greco (2013) e Lima, Martins-Costa e Greco (2011). Além disso, durante a realização do
teste, nos momentos com e sem oclusão visual, os sujeitos verbalizavam outras possíveis
opções para a resolução da ação, onde analisou-se com isso o número de opções geradas em
cada momento e em cada situação de jogo apresentados.
3.6 Variáveis analisadas
3.6.1 Comportamento visual
- Número de fixações visuais: refere-se ao número de vezes que o voluntário fixou o olhar em
um ponto por um período de tempo ≥100 ms (AFONSO et al., 2012a; SÁEZ-GALLEGO et
al., 2013; VILA-MALDONADO et al., 2012).
- Duração das fixações visuais: refere-se à duração média das fixações realizadas por cada
voluntário medidas em milissegundos (ROCA et al., 2011; SÁEZ-GALLEGO et al., 2013).
3.6.2 Tomada de Decisão (TD)
- Qualidade da TD: Esta variável baseia-se na quantidade de acertos obtidos por cada
voluntario nas diferentes cenas apresentadas (SÁEZ-GALLEGO et al., 2013; VILA-
MALDONADO et al., 2012). A quantidade de respostas corretas levaram em consideração as
respostas dos peritos sendo a mesma ação realizada pelo do jogador em cena e culminada em
ponto (garantindo a validade ecológica da cena).
- Geração de opções: refere-se a possíveis alternativas de solução da jogada que o voluntário
tenha percebido na cena, além de responder por último qual a melhor das opções dentre as
alternativas produzidas para a ação de forma eficaz (BELLING; SUSS; WARD, 2015ab;
JOHNSON; RAAB, 2003; KALIS; KAISER; MOJZISCH, 2015; MEMMERT;
HÜTTERMANN; ORLICZEK, 2013; OLIVEIRA; LOBINGER; RAAB, 2014).
3.7 Análise dos dados
3.7.1 Número de fixações visuais
Para a comparação do número de fixações visuais entre atletas e não atletas,
inicialmente recorreu-se ao teste de normalidade Shapiro-Wilk, que apresentou distribuição
58
não normal para a variável AC. Para as demais, realizou-se ainda o teste Levene (para
homocedasticidade das variâncias) que não apresentou desvios significativos para nenhuma
variável. Para as três variáveis com distribuição normal (AE, BL e LE) utilizou-se o teste t
independente para comparação entre os dois grupos. Já para a variável com distribuição não
normal (AC) recorreu-se ao teste Mann-Whitney U, o qual também não apresentou diferenças
significativas entre os grupos.
3.7.2 Duração das fixações visuais
Na comparação entre as durações médias das fixações visuais entre atletas e não
atletas, recorreu-se ao teste de normalidade Shapiro-Wilk, que apresentou distribuição não
normal para todas as variáveis (AE, AC, LE e BL). Nesse contexto, optou-se pelo teste Mann-
Whitney U para comparação entre os grupos.
3.7.3 Qualidade da Tomada de Decisão
Para as variáveis dependentes relacionadas à frequência de acertos das cenas na TD
optou-se pela utilização do teste Qui-Quadrado de proporções.
3.7.4 Número de opções geradas nos momentos com e sem oclusão visual
Realizou-se análise de variância a dois fatores (ANOVA two-way), para os fatores
grupo (2 níveis – atletas e não atletas) e momento (2 níveis – com e sem oclusão). Para as
variáveis nas quais detectou-se interação entre fatores principais, realizou-se ainda análise de
desdobramentos. Post hoc de LSD foi realizado para múltiplas comparações.
Para todas as análises utilizou-se o software SPSS 20.0, mantendo-se o nível de
significância em 5%.
3.8 Cuidados éticos
Os procedimentos seguintes foram adotados em cumprimento aos requisitos éticos
estabelecidos pelo Conselho Nacional em Saúde (CNS), com aprovação do Comitê de Ética
em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais – COEP/UFMG (Parecer 971.037)
(Anexo VII):
59
Envio do projeto ao Colegiado de Pós-graduação em Ciências do Esporte da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG);
Cadastramento do projeto na Plataforma Brasil;
Envio do projeto ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais
(COEP-UFMG);
Assinatura do termo de “Declaração de resultados” pelo pesquisador e orientador responsável
pela pesquisa, declarando que os resultados da pesquisa serão divulgados na forma de
dissertação e que cada um dos voluntários, assim como o clube pesquisado, receberá via
correspondência o resultado das avaliações;
Assinatura do “Termo de compromisso” pelo pesquisador e orientador responsável pela
pesquisa, declarando sobre o uso e destinação do material e/ou dados coletados e
responsabilidade pela condução científica e veracidade dos resultados;
Assinatura do termo de “Declaração de destino” pelo pesquisador e orientador responsável
pela pesquisa, declarando sobre o uso e destino exclusivo à pesquisa científica, preservando a
identidade do voluntário;
Envio do “Termo de concordância da instituição”, a fim de obter concordância da direção do
clube acerca da realização da pesquisa e verificar a concordância do mesmo em ceder seus
atletas e instalações para a pesquisa;
Todos os participantes do estudo assinaram o “Termo de Consentimento Livre e Esclarecido -
TCLE” ou o “Termo de Assentimento Livre e Esclarecido - TALE”.
60
4 RESULTADOS
Os resultados apresentam-se divididos em três sessões: número e duração das fixações
visuais, qualidade da TD e número de opções geradas nos momentos com e sem oclusão.
4.1 Número de fixações visuais
A Tabela 2 a seguir descreve a análise do comportamento visual, onde apresentam-se
as médias e os desvios-padrões do número de fixações visuais de cada grupo para cada
situação de jogo apresentada.
Tabela 2. Média (±desvio-padrão) e soma dos números de fixações visuais entre os grupos em cada
situação
Situação Atletas Não atletas p
AE 12,64 (±2,36) 12,37 (±2,30) 0.691
AC 13,29 (±4,28) 12,95 (±2,77) 0.176
LE 10,97 (±2,65) 11,46 (±1,85) 0.470
BL 11,55 (±2,41) 11,67 (±2,92) 0.871
SOMA 48,45 (±11,70) 48,45 (±9,84) 1.000
AE=Ataque de Extremidade; AC=Ataque de Central; LE=Levantamento; BL=Bloqueio.
Conforme a Tabela 2 observa-se que a soma das médias da quantidade de fixações
visuais no grupo de atletas foi de 48,45 (±11,70) e no grupo de não atletas de 48,45 (±9,84).
Na comparação entre os grupos em cada situação de jogos não demonstrou-se diferenças
significativas: AE (p=0,691), AC (p=0,176), LE (p=0,470) e BL (p=0,871).
4.2 Duração das fixações visuais
A Tabela 3 abaixo apresenta em média e desvio-padrão as diferenças na duração das
fixações visuais de cada grupo para cada situação de jogo.
Tabela 3. Média (±desvio-padrão) e soma das durações das fixações visuais entre os grupos em cada
situação
Situação Atletas Não atletas P
AE 3227,22 (±993,21) 3594,11 (±787,86) 0.078
AC 3302,48 (±1362,89) 4037,24 (±891,42) 0.042*
LE 2883,40 (±940,46) 3162,17 (±630,74) 0.380
BL 3088,96 (±895,73) 3243,77 (±554,73) 0.959
61
SOMA 12502,06 (±4192,29) 14037,29 (±2864,75) 0.150
AE=Ataque de Extremidade; AC=Ataque de Central; LE=Levantamento; BL=Bloqueio; *
p≤0,05
De acordo com a Tabela 3 as somas dos tempos médios de duração das fixações
visuais foram de 12502,06 (±4192,29) ms no grupo de atletas e 14037,29 (±2864,75) ms no
grupo de não atletas. Foram obtidos valores significativamente maiores para o grupo não
atletas em relação ao grupo atletas para a situação AC (p=0,042). Nas situações de AE, LE e
BL não foram encontradas diferenças significativas nas durações das fixações (p=0,078,
p=0,380 e p=0,959, respectivamente).
4.3 Qualidade da Tomada de Decisão
A Tabela 4 a seguir presenta os resultados referentes à quantidade de respostas
corretas dos dois grupos representadas pela média do número total de acertos para cada
situação de jogo.
Tabela 4. Média (±desvio-padrão) e soma das quantidades de respostas corretas (qualidade da TD)
entre os grupos em cada situação
Situação Atletas Não atletas P
AE 3,64 (±1,15) 2,52 (±0,94) 0.024*
AC 4,4 (±1,5) 2,56 (±1,19) 0.001*
LE 2,36 (±1,38) 2,43 (±1,27) 0.927
BL 2,36 (±1,15) 2,21 (±1,20) 0.708
SOMA 12,76 (±5,18) 9,72 (±4,60) 0.037*
AE=Ataque de Extremidade; AC=Ataque de Central; LE=Levantamento; BL=Bloqueio; *
p≤0,05
Os resultados da Tabela 4 revelam uma diferença significativa entre as somas das
médias da quantidade de respostas corretas para o grupo de atletas (12,76±5,18) quando
comparados com o grupo de não atletas (9,72±4,60). Também apresenta-se diferenças
significativas nas situações AE (p=0,024) e AC (p=0,001) na comparação entre os grupos,
obtendo-se uma maior frequência de respostas corretas dos atletas em relação aos não atletas.
Para as outras situações (LE e BL), observa-se que não há diferenças significativas (p=0,927 e
p=0,708, respectivamente) entre os grupos.
4.4 Número de opções geradas nos momentos com e sem oclusão visual
62
A Tabela 5 abaixo descreve em média e desvio-padrão as análises da quantidade de
opções geradas entre os grupos nos dois momentos em cada situação apresentada.
Tabela 5. Média (±desvio-padrão) da quantidade de opções geradas entre os grupos em cada situação e
cada momento
ATLETAS NÃO ATLETAS
AE COM OCLUSÃO 2,25 (± 0,72)*ƚ 1,78 (± 0,78)
SEM OCLUSÃO 1,92 (± 0,61) 1,90 (± 0,74)
AC COM OCLUSÃO 1,83 (± 0,75)** 1,65 (± 0,76)
SEM OCLUSÃO 1,75 (± 0,70) 1,83 (± 0,66)°
BL COM OCLUSÃO 1,91 (± 0,55)*** 1,34 (± 0,62)
SEM OCLUSÃO 1,87 (± 0,52) 1,78 (± 0,68)§
LE COM OCLUSÃO 2,05 (± 0,67)**** 1,75 (± 0,74)
SEM OCLUSÃO 2,11 (± 0,62)ƨ 1,81 (± 0,70) AE=Ataque de extremidade; AC=Ataque de central; BL=Bloqueio; LE=Levantamento; * Atletas>Não atletas no
momento com oclusão (p=0,0001); ƚ Com oclusão>sem oclusão no grupo de atletas (p=0,0002); ** Atletas>Não
atletas no momento com oclusão (p=0,04); ° Sem oclusão>com oclusão no grupo de não atletas (p=0,04); ***
Atletas>Não atletas no momento com oclusão (p=0,0001); § Sem oclusão>com oclusão no grupo de não atletas
(p=0,0001); **** Atletas>Não atletas nos dois momentos (p=0,0001); ƨ Sem oclusão>com oclusão nos dois
grupos (p=0,0001).
De acordo com os resultados apresentados na Tabela 5 revela-se que na situação AE,
houve interação entre os fatores principais (fator momento e fator grupo). Para o fator
momento: no momento com oclusão, o grupo de atletas apresentou maior média do que o
grupo de não atletas (p=0,0001). No fator grupo: o grupo atletas apresentou maior média no
momento com oclusão do que no momento sem oclusão (p=0,0002).
Na situação AC e BL houve interação entre os fatores principais (fator momento e
fator grupo). Para o fator momento: no momento com oclusão, o grupo de atletas apresentou
maior média do que o grupo de não atletas nas duas situações – AC e BL (p=0,04 e p=0,0001,
respectivamente). Para o fator grupo: o grupo de não atletas apresentou maior média no
momento sem oclusão do que no momento com oclusão nas duas situações – AC e BL
(p=0,04 e p=0,0001, respectivamente).
Na situação LE, não houve interação entre os fatores principais (fator momento e fator
grupo). Observa-se que o grupo de atletas apresentou maior média do que o grupo não atletas,
independente do momento. E o momento sem oclusão apresentou maior média do que o
momento com oclusão nos dois grupos.
63
5 DISCUSSÃO
5.1 Número de fixações visuais
O presente estudo verificou o comportamento visual de atletas e não atletas de
voleibol utilizando-se o rastreamento ocular (via Eye Tracking fixo) na análise de cenas de
vídeos de jogo em diferentes situações (AE, AC, LE e BL).
Na análise do número de fixações visuais os resultados do presente estudo revelam
que a soma das médias da quantidade de fixações visuais no grupo de atletas foi de 48,45
(±11,70) e no grupo de não atletas de 48,45 (±9,84). Demonstra-se que não houve diferenças
significativas na comparação entre o grupo atletas e não atletas em nenhuma situação de jogo.
Esses resultados não confirmam a hipótese 1 proposta (H1), que diz que o número de fixações
visuais será menor para a TD dos atletas de voleibol em comparação com os não atletas nas
situações de análise de cenas de vídeo de jogos reais.
No estudo realizado por Afonso e Mesquita (2013) com 15 atletas femininas de
voleibol divididas em dois grupos: habilidosas (n=9; 16,1±2,0 anos de idade) e menos
habilidosas (n=6; 16,8±2,0 anos de idade), utilizou-se o rastreamento ocular e relatos verbais
em cenas dinâmicas de tarefas ofensivas a fim de uma maior compreensão dos mecanismos
por trás da TD no esporte. Os resultados deste estudo demonstraram que o número de fixações
visuais não foram significativamente diferentes entre os grupos, corroborando com os
resultados encontrados no presente estudo. Esses resultados podem ser explicados pela maior
importância e influência da qualidade das fixações visuais em relação à quantidade para a TD.
Em outro estudo realizado por Afonso et al. (2012a) foram encontradas diferenças
significativas no número de fixações sendo maiores para o grupo muito habilidosa em
comparação com o grupo habilidosas nas análises de situações de ataque. Resultados
semelhantes foram encontrados nos estudos de Piras, Lobiette e Squatrito (2014) e Liu
(2015), que compararam jogadores peritos e novatos de voleibol utilizando-se de cenas de
vídeos de jogos reais com situações de ataque. Estes estudos demonstraram que os peritos
com os melhores desempenhos na tarefa realizavam um menor número de fixações visuais em
relação aos novatos (média de 12,72 e 20,61 respectivamente).
De acordo com os resultados do presente estudo, observa-se que para as situações de
ataque que não houve diferença significativa entre os grupos, o que corrobora com o estudo
de Afonso e Mesquita (2013) e contraria os resultados encontrados por Afonso et al. (2012a),
Piras, Lobiette e Squatrito (2014) e Liu (2015).
64
Ainda no voleibol, Sáez-Gallego et al. (2013) encontraram diferenças significativas
para o número de fixações visuais analisando situações de bloqueio. Neste estudo
demonstrou-se que atletas mais exitosos na tarefa de TD proposta realizavam mais fixações
visuais quando comparados aos atletas menos exitosos, o que não corrobora com os resultados
encontrados no presente trabalho. Na situação de bloqueio, no presente estudo não foram
encontradas diferenças significativas entre os grupos analisados.
Explicita-se aqui a importância de direcionar o treinamento à focalização da atenção
para os locais específicos que demonstram-se uma melhor qualidade nas informações dos
sinais relevantes com o objetivo de uma TD mais eficaz.
Na situação de levantamento, não foram encontradas diferenças significativas entre os
atletas e não atletas do presente estudo para o número de fixações visuais. Observa-se que não
foram encontrados estudos que comparem o número de fixações visuais no voleibol em
situações de levantamento, o que justifica a apresentação, porém a não discussão destes
dados.
5.2 Duração das fixações visuais
Para a duração das fixações visuais, as somas dos tempos médios de duração das
fixações visuais foram de 12502,06 (±4192,29) ms no grupo de atletas e 14037,29 (±2864,75)
ms no grupo de não atletas. Apresenta-se uma diferença significativa na situação AC
(p=0,042), sendo apresentadas durações mais longas do grupo não atletas em relação ao grupo
atletas. Nas demais situações não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos.
Esses resultados confirmam a hipótese 1 proposta (H1), que cita que as fixações visuais para a
TD dos atletas de voleibol serão mais curtas em comparação com os não atletas nas situações
de análise de cenas de vídeo de jogos reais.
Estudos realizados por Liu (2015) e Piras, Lobietti e Squatrito (2014) com 30 atletas
de voleibol demonstram que peritos realizam fixações mais rápidas (508,50 ms) quando
comparados aos novatos (444,22 ms). Esses resultados corroboram com os encontrados no
presente estudo e podem ser explicados pelos peritos possuírem mais conhecimento específico
da modalidade, fazerem mais uso das informações disponíveis e possuírem padrões mais
rápidos de busca visual no ambiente, fixando a atenção nas tarefas relevantes e menos em
áreas de não relevantes. Isso permite que codifiquem e recuperem informações de forma
eficiente e tomam decisões mais rápidas e adequadas.
65
Resultados diferentes foram encontrados nos estudos de Afonso e Mesquita (2013) e
Afonso et al. (2012a) com atletas femininas de voleibol divididas em dois grupos: habilidosas
e menos habilidosas. Nestes estudos utilizou-se o rastreamento ocular e relatos verbais em
cenas dinâmicas de tarefas ofensivas para análise dos mecanismos para a TD no esporte. No
trabalho de Afonso et al. (2012a) demonstrou-se diferenças significativas na duração média
das fixações, sendo que as atletas mais habilidosas realizaram fixações mais duradouras
quando comparadas às atletas menos habilidosas. No estudo de Afonso e Mesquita (2013) não
foram demonstradas diferenças significativas entre os grupos. Na presente investigação, as
durações das fixações foram maiores no grupo não atleta quando comparadas ao grupo de
atletas, o que difere dos achados nos trabalhos supracitados.
Observando-se a duração das fixações em situações de ataque, o presente estudo
apresentou diferenças significativas entre os grupos, sendo menores para os atletas quando
comparados aos não atletas. Resultados esses que corroboram com o trabalho de Liu (2015) e
Piras, Lobietti e Squatrito (2014) e diferem dos estudos de Afonso et al. (2012a) e Afonso e
Mesquita (2013).
Na situação de bloqueio, Vila-Maldonado et al. (2012) realizaram um estudo com sete
atletas de voleibol do sexo masculino da categoria absoluta e analisaram o comportamento
visual em duas situações de bloqueio (em apoio e em salto). Os resultados apresentaram
diferença significativa na duração média das fixações visuais, sendo maiores na situação em
apoio (0,42±0,03) quando comparada à situação com salto (0,32±0,04). Apesar de não serem
analisados no presente estudo diferentes comportamentos no bloqueio, os resultados
apresentados não corroboram com os encontrados no presente estudo, que não obteve
diferenças significativas na situação de BL entre os grupos analisados para as situações de
TD.
Essas diferenças entre os resultados dos estudos podem ser justificadas devido ao fato
de que atletas percebem os sinais relevantes das cenas de acordo com o conhecimento
específicos na modalidade e vivências passadas e não precisam prender a atenção por muito
tempo para tomar as decisões, ou seja, já sabem os sinais relevantes à observar. Além disso, a
maior parte dos atletas que participaram do estudo são ponteiros ou opostos, atribuindo
principalmente funções de ataque nos jogos.
Na situação de levantamento, não foram encontradas diferenças significativas entre os
atletas e não atletas do presente estudo na duração das fixações visuais. Explicita-se aqui que
não foram encontrados estudos que comparem a duração das fixações visuais no voleibol em
66
situações de levantamento, o que justifica a sua apresentação, porém sem a discussão com
resultados de outros estudos.
5.3 Qualidade da Tomada de Decisão
No presente estudo verificou-se a qualidade da tomada de decisão (TD) de atletas e
não atletas de voleibol em cenas de vídeo de diferentes situações de jogo.
Os resultados obtidos revelam uma diferença significativa entre as somas das médias
da quantidade de respostas corretas para o grupo de atletas (12,76±5,18) quando comparados
com o grupo de não atletas (9,72±4,60). Demonstraram-se diferenças significativas também
nas situações AE (p=0,024) e AC (p=0,001) na comparação entre os grupos, obtendo-se uma
maior frequência de respostas corretas do grupo atletas em relação aos não atletas. Esses
resultados confirmam a hipótese 2 proposta (H2), que diz que a qualidade da TD dos atletas
em cenas reais de jogos de voleibol será melhor em comparação com não atletas.
Araújo, Afonso e Mesquita (2011) demonstraram que atletas com melhores
desempenhos competitivos apresentam maiores valores percentuais de decisões corretas
quando comparados aos atletas com piores desempenhos competitivos em diferentes
categorias do voleibol. Resultados estes que estão de acordo com os encontrados no presente
estudo, que apresentou melhores decisões para os atletas, que têm maior experiência de
sucesso competitivo em relação aos não atletas, que não têm experiência em competições na
modalidade voleibol.
Na situação de bloqueio, não foram encontradas diferenças significativas nos
resultados do presente estudo na comparação entre os grupos. Resultados semelhantes foram
encontrados por Vila-Maldonado et al. (2014b) utilizando atletas femininas de voleibol
divididas em dois grupos: elite e amadoras. Os autores analisaram a TD em situações de
bloqueio e não encontraram diferenças significativas entre os grupos em variável ao se
comparar a porcentagem de acertos. Também não foram encontradas diferenças significativas
no estudo de Araújo, Neves e Mesquita (2012) com atletas femininas de voleibol de diferentes
faixas etárias e experiência específica na modalidade na comparação da TD entre os grupos
em uma ação de bloqueio no jogo, resultados esses que estão de acordo com os do presente
estudo.
Em outro estudo realizado por Vila-Maldonado et al. (2012) com sete atletas
masculinos de voleibol da categoria absoluta, também não observaram-se diferenças
significativas na qualidade da TD comparando duas ações de bloqueio, em apoio
67
(69,84±12,57%) e com salto (79,36±13,02%). Observa-se que o presente estudo não
comparou diferentes ações de bloqueio, apenas a qualidade da TD na situação de jogo. Apesar
disso, analisando-se os resultados relacionados à TD, explicita-se que nos dois estudos não
foram encontradas diferenças significativas.
Em resumo, os resultados do presente estudo revelam diferenças significativas nas
situações de ataque quando comparados atletas e não atletas, sendo que o grupo de atletas
acertou mais respostas do que o grupo de não atletas. Esses resultados corroboram com os
encontrados no estudo de Araújo, Afonso e Mesquita (2011). Na situação de bloqueio não
foram encontradas diferenças significativas entre os grupos do presente estudo, o que
corrobora com os resultados encontrados por Araújo, Neves e Mesquita (2012), Vila-
Maldonado et al. (2012) e Vila-Maldonado et al. (2014b).
Observa-se com os resultados apresentados que a qualidade da TD está mais
relacionada com a qualidade dos sinais relevantes percebidos nas diferentes situações.
Demonstra-se que o número de fixações não é o mais importante, mas sim a qualidade das
informações apresentadas pelos locais específicos dos sinais relevantes. Com isso, obtêm-se
menores durações das fixações, visto que a pressão de tempo é uma exigência nos JEC que
apresentam alta variabilidade e exigem uma relação direta entre cognição-ação.
De acordo com Schlappi-Lienhard e Hossner (2015) a TD depende dos detalhes da
informação emitida na situação de jogo pelo adversário, o contexto externo, o contexto
situacional específico e os movimentos do adversário. Além disso, relata-se uma alta
influência do comportamento visual e do domínio do conhecimento específico da modalidade.
É importante que a transferência de aprendizagem considere a influência de experiências
anteriores sobre a realização de uma ação em um novo contexto.
Na situação de levantamento, não foram encontradas diferenças significativas entre os
atletas e não atletas do presente estudo na duração das fixações visuais. Explicita-se aqui que
não foram encontrados estudos que comparem a duração das fixações visuais no voleibol em
situações de levantamento, o que justifica a sua apresentação, porém sem a discussão com
resultados de outros estudos.
Em um nível mais prático, o conhecimento dos elementos que sustentam o
desenvolvimento cognitivo ajuda a apontar os fatores que impactam efetivamente não só o
ensino e a prática dos esportes, mas também o desempenho e a aprendizagem da TD em
contextos similares, constrangidos temporalmente e com limitados recursos temporais
disponíveis. A partir dos trabalhos de rastreamento ocular possibilita-se a criação de modelos
de E-A-T tático específicos para melhora das estratégias visuais e percepção de sinais
68
relevantes, com o objetivo de direcionar a atenção e diminuir a duração das fixações para TD
mais rápidas e eficientes nas diversas situações apresentadas pelo jogo.
5.4 Número de opções geradas nos momentos com e sem oclusão visual
No presente estudo verificou-se também a relação entre a quantidade de opções
geradas para a TD de atletas e não atletas de voleibol em cenas reais de jogo em situações de
ataque de extremidade (AE), ataque de central (AC), levantamento (LE) e bloqueio (BL) em
dois momentos: com e sem oclusão visual.
Em relação aos momentos (com e sem oclusão visual), observa-se com os resultados
encontrados uma diferença significativa no número de opções geradas sendo maiores para o
grupo de atletas quando comparados com o grupo de não atletas no momento com oclusão
visual em todas as situações de jogo. Esses resultados não confirmam a hipótese 3 (H3)
proposta, que cita que a quantidade de opções geradas será maior nos momentos sem oclusão
visual nas análises das cenas reais de jogos de voleibol.
Na modalidade voleibol, Bordini et al. (2015) analisaram o efeito da oclusão temporal
na cortada do voleibol sobre a tomada de decisão defensiva em atletas com diferentes níveis
de experiência. Utilizaram-se 48 atletas de voleibol divididos em três diferentes grupos
caracterizados por categorias e níveis. Os autores utilizaram diferentes momentos de corte
caracterizando os momentos de oclusão visual e avaliaram a qualidade da TD dos atletas.
Demonstrou-se que a oclusão realizada no exato momento do contato entre o atacante e a bola
foi a de maior frequência de acertos. Observa-se que no estudo realizado por Bordini et al.
(2015) analisou-se diferentes momentos de oclusão, o que não foi realizado no presente
estudo. Além disso, avaliamos a quantidade de opções geradas no momento com oclusão
visual e comparamos com o momento sem oclusão, o que não foi realizado pelo estudo
supracitado, o que impossibilita a comparação entre os resultados encontrados.
Em relação aos grupos, no presente estudo encontram-se diferenças significativas no
que tange as gerações de opções dos grupos nas situações de jogo apresentadas. Na situação
de AE, o grupo de atletas gerou mais opções quando ocorreu a oclusão visual do que na sem
oclusão. Nas situações de AC e BL, o grupo de não atletas gerou mais opções na situação sem
oclusão do que na situação com oclusão.
Particularmente na situação de LE, encontram-se diferenças significativas no número
de opções geradas sendo que o grupo de atletas gerou mais opções do que o grupo não atleta
69
nos dois momentos. Além disso, no momento sem oclusão gerou-se mais opções do que no
momento com oclusão nos dois grupos.
Em um estudo realizado por Memmert, Hüttermann e Orliczek (2013) com 30
jogadores de futebol, utilizou-se 20 cenas de vídeo de situações ofensivas com
aproximadamente dez segundos de duração para geração de opções de respostas para
solucionar a situação apresentada. Os participantes foram avaliados quanto às condições
emocionais e os critérios de criatividade das respostas: originalidade, flexibilidade e fluência
(ROTH; RAAB; GRECO, 2000; ROTH; SCHÖRER; GRECO, 2004; WILLIAMS; FORD,
2008; WILLIAMS; REILLY, 2000). Os autores encontraram diferenças significativas nas
condições emocionais para os três critérios de criatividade das respostas, concluindo que a
geração de soluções criativas podem ser otimizadas através da mudança no estado
motivacional dos atletas. No presente estudo, não se avaliou os estados emocionais e a
criatividade das opções geradas dos participantes, impossibilitando a comparação entre os
resultados obtidos.
Utilizando-se do congelamento de cenas dinâmicas (não oclusão visual), Johnson e
Raab (2003) realizaram um estudo com 85 jovens jogadores masculinos de handebol do
Brasil e Alemanha. As cenas tinham uma duração aproximada de dez segundos e após a
parada, congelavam-se durante 45 segundos, tempo esse para a TD e geração de opções. Os
atletas obtiveram uma média de geração de 2,3 opções nas situações de jogo apresentadas. Os
autores apresentam ainda que não houve uma correlação entre a média do número de opções
geradas e a qualidade da melhor opção escolhida.
Ainda de acordo com Johnson e Raab (2003), uma hipótese do efeito da geração de
opções na TD é que a diferença entre o número de opções geradas depende das estratégias
utilizadas, isto é, quando se define um tipo de estratégia necessária para a resolução de uma
determinada ação, diferentes tipos e quantidades de opções são geradas. Fato esse que pode
ser explicado por diferenças nas estratégias utilizadas levando em consideração o
conhecimento e experiência específicos da modalidade e situações vivenciadas, retomadas da
memória (KALIS; KAISER; MOJZISCH, 2015; KREITZ et al., 2014; LABORDE;
FURLEY; SCHEMPP, 2015; LOLA; TZETZIS; ZETOU, 2012; MORIYA; KOSTER;
RAEDT, 2014). Essas estratégias podem ser demonstradas em estudos que envolvem o
rastreamento ocular, observando-se que nas modalidades esportivas coletivas em que o
ambiente varia, como o caso do voleibol, diferenças nas quantidades, durações e locais de
fixações visuais são deterministas para uma TD correta (AFONSO; MESQUITA, 2013;
70
BALSER et al., 2014; LIU, 205; OLIVEIRA; LOBINGER; RAAB, 2014; PIRAS;
LOBIETTI; SQUATRITO, 2014).
A hipótese da geração de opções proposta por Johnson e Raab (2003) foi confirmada
nos trabalhos realizados por Belling, Suss e Ward (2015ab) no futebol. No primeiro estudo,
Belling, Suss e Ward (2015a) objetivaram investigar o tempo de restrição sobre o
comportamento de geração de opções durante uma fase de avaliação e intervenção na TD.
Para isso, utilizaram 21 jogadores de futebol de nível recreacional que avaliaram 30
videoclipes de aproximadamente 5 a 10 segundos de duração em situações normais de jogo
(11x11). Utilizou-se a oclusão visual da cena em um determinado momento para a TD dos
participantes. No segundo estudo, Belling, Suss e Ward (2015b) utilizaram jogadores
profissionais de futebol para testar os mecanismos cognitivos para explicar o desempenho dos
especialistas na TD. Nos dois experimentos, observou-se que as estratégias visuais utilizadas
para as análises das cenas foram diferentes entre os grupos comparados nos dois estudos, o
que, segundo os autores, confirma a hipótese proposta por Johnson e Raab (2003).
Esses resultados apresentados por Belling, Suss e Ward (2015ab) corroboram com os
encontrados no presente estudo, no qual a qualidade da TD e a quantidade de opções geradas
também foram influenciadas pelas estratégias de busca visual diferentes utilizadas entre
atletas e não atletas nas distintas situações de jogo e diferentes momentos (com e sem oclusão
visual) apresentados.
Causer e Ford (2014) realizaram um estudo com 205 estudantes divididos em
jogadores de futebol (n=106), jogadores de outros esportes de invasão (n=43) e de outros
esportes (n=58). Utilizou-se cenas de vídeos de jogos de futebol 4x4 com oclusão temporal
para os voluntários tomarem uma decisão para a resolução das cenas. Como utilizado no
presente estudo na situação com oclusão, a cena desaparecia durante quatro segundos, tempo
esse utilizado para a tomada de decisão. Demonstrou-se que a exatidão da TD ocorre entre
esportes de características semelhantes, não sendo encontradas diferenças entre os grupos
estudados. Porém, os autores citam que em esportes com características diferentes dos jogos
de invasão, como o voleibol, não se confirmou essa hipótese.
Observa-se que até o momento não foi encontrado pelo autor desta pesquisa nenhum
estudo que compare os momentos com e sem oclusão visual para o número de opções
geradas, principalmente se tratando da modalidade voleibol. Acredita-se, no entanto, que as
diferentes estratégias de busca visual nos momentos com e sem oclusão pode ser o fator
principal que comprova as diferenças encontradas nos resultados deste estudo.
71
6 LIMITAÇÕES DO ESTUDO
Considera-se importante salientar que a amostra do presente estudo compôs-se de dois
dos três principais clubes de voleibol de Belo Horizonte, clubes esses que disputam as
competições de maior nível dentro do estado e país. O clube faltante se deu por uma
competição que estava disputando, cujo o treinador não liberou seus atletas para participarem
das coletas.
Em relação às coletas, as mesmas foram realizadas em momentos oportunos
disponibilizados pelos clubes, sendo antes ou depois de uma sessão de treino, onde não houve
um controle do tipo e da carga de treinamento realizada pelos atletas no dia das coletas.
Observa-se que a TD pode ser influenciada por fatores cognitivos como a percepção
(JANELLE; HATFIELD, 2008; PALMI, 2007; WILLIAMS; GRANT, 1999), atenção
(AFONSO; GARGANTA; MESQUITA, 2012; BRANDT et al., 2012; HÜTTERMANN;
MEMMERT, 2014, 2015; JOHNSON, 2006; OLIVEIRA; LOBINGER; RAAB, 2014),
antecipação (BORDINI et al., 2015; TENENBAUM, 2003) e memória (DODDS; GRIFFIN;
PLACEK, 2001; HILL; WINDMANN, 2014; FURLEY; MEMMERT, 2012, 2015),
pensamento, inteligência (AFONSO; GARGANTA; MESQUITA, 2012; GRECO, 2006ab) e
por fatores fisiológicos como a intensidade do exercício (JÚNIOR; ALMEIDA, 2013).
Em outro ponto, dados de dois atletas foram perdidos devido a problemas com o Eye
Tracking ou por movimentos bruscos dos participantes durante as coletas e,
consequentemente desfocalização do laser infravermelho.
Explicita-se também que os atletas participantes deste estudo realizaram as análises
das cenas específicas e não específicas da sua posição de jogo na equipe, o que pode
comprometer a motivação dos mesmos para realizar as análises das cenas e influenciar assim
na TD (LABORDE; RAAB, 2013). Salienta-se que a motivação dos atletas não foi medida
em momento algum das coletas.
Por fim, observa-se que até o momento não foi encontrado nenhum estudo nos
esportes que compare os momentos com e sem oclusão visual para o número de opções
geradas em cenas reais de jogo com tarefas de TD, principalmente se tratando da modalidade
voleibol.
72
7 CONCLUSÕES
Diante dos resultados encontrados considera-se que jovens atletas de voleibol realizam
fixações mais rápidas em situações de AC e ainda tomam decisões mais corretas em situação
de ataque (AE e AC) quando comparados com não atletas. Observa-se com esses resultados
que os atletas já sabem onde fixar o olhar, realizando curtas durações em locais específicos
que apresentam qualidade dos sinais relevantes para uma ótima TD, onde demonstra-se que a
qualidade dos sinais relevantes é mais importante do que a quantidade de fixações visuais.
Sugere-se a investigação de diferentes modelos de treinamento técnico-táticos para melhora
do comportamento visual com o objetivo da melhora da qualidade da TD no voleibol,
utilizando-se do Eye Tracking para o rastreamento ocular e avaliação do comportamento
visual entre sessões de treino. Obtendo-se esses dados, os treinadores/professores podem
condicionar e direcionar os processos de E-A-T visando melhorar as possíveis “fraquezas”
detectadas individualmente em cada atleta.
O presente estudo confirma a hipótese de Johnson e Raab (2003) que citam que a
diferença entre o número de opções geradas depende das estratégias utilizadas, isto é, quando
se define um tipo de estratégia necessária para a resolução de uma determinada ação,
diferentes tipos e quantidades de opções são geradas. Observa-se diante dos resultados obtidos
que as diferentes estratégias visuais (número e duração das fixações visuais) utilizadas para as
análises das cenas apresentadas entre os atletas e não atletas influenciam diretamente na
qualidade da TD e na quantidade de opções geradas. As diferentes estratégias de busca visual
nos momentos com e sem oclusão evidenciaram-se como um importante fator que comprova
as diferenças encontradas nos resultados deste estudo, afirmando a hipótese proposta por
Johnson e Raab (2003), que a diferença entre o número e os tipos de opções geradas depende
das estratégias utilizadas para a resolução de uma determinada ação.
Modalidades esportivas como o voleibol, exigem habilidades visuais específicas entre
as quais o reconhecimento da informação visual proporcionada pela situação de jogo e a
elaboração de estratégias para uma TD eficaz, levam a uma ação eficiente. Esses processos
resultam das interações entre a percepção, ação e TD, do qual, segundo Oliveira et al. (2009),
as informações obtidas pelas experiências vivenciadas e armazenadas na memória controlam a
força dessas interações, emergindo respostas para obter-se vantagem no jogo.
O treinamento específico dos processos cognitivos (percepção, atenção, TD) por meio
da organização dos processos de E-A-T relacionados ao conhecimento de sinais relevantes
dentro da periodização técnico-tática, permite o desenvolvimento do conhecimento tático,
73
facilitando a realização das ações motoras de forma mais eficiente por parte do atleta,
integrando-se no conceito de proceduralização do conhecimento conforme postulado por
Anderson (1982). Além disso, os processos de E-A-T aliados aos jogos, aumentam a vivência
prática da modalidade, que armazenam-se na memória e são utilizadas nas interações dos
processos de bottom-up e top-down (RAAB, 2015), resultando em uma melhor e mais rápida
TD.
O presente estudo permitiu comprovar a aplicabilidade do eye tracking como um
instrumento de avaliação durante o processo de E-A-T sustentando-se por ser um método
seguro e não invasivo capaz de mensurar movimentos oculares precisos, não facilmente
acessíveis por outro método, além de apresentar uma intima relação entre a atenção e o
rastreamento ocular em tarefas visuais (como no caso dos esportes) (DUCHOWSKI, 2007;
NUMMENMAA; HYÖNÄ; CALVO, 2006). A maioria dos estudos utilizando este
instrumento possuem estímulos estáticos, como imagens e textos, porém atualmente o
interesse em cenas dinâmicas (como o uso de videoclipes) vem crescendo cada vez mais entre
os pesquisadores (LARSSON et al., 2015).
Diante os resultados encontrados e nas pesquisas acima descritas sugere-se a
investigação dos efeitos de diferentes modelos de treinamento técnico-táticos e processos de
E-A-T objetivando a melhora da percepção, atenção e TD (qualidade da TD e geração de
opções) nas diferentes situações de jogo do voleibol, recorrendo-se a aplicação do eye
tracking móvel e fixo para o rastreamento ocular como forma de avaliação do comportamento
visual. Ressalta-se aqui também a importância de pesquisas longitudinais com atletas das
categorias de base, que se mostrou ser uma lacuna na literatura específica da área. Além disso,
é importante utilizar cenas de diferentes situações no voleibol que se aproximem o máximo do
jogo real, a fim de aumentar a validade ecológica e objetivando que estudos futuros utilizem
as mesmas cenas para as análises e comparações nos diferentes níveis e desenhos
experimentais.
74
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97
ANEXOS
Anexo I
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Questionário de dados demográficos
Nome: ____________________________________________________________________
Data do teste: _______/_______/________ Horário: ________________________________
Equipe _______________________________ Posição ______________________________
Categoria _____________________ Local de treino: ________________________________
Data de nascimento: _____ /______ /________ Idade: ______________
Sexo: □ Masculino □ Feminino
(1) Você treina alguma (s) outra (s) modalidade (s) esportiva (s)? □ não □ sim
Se “sim” qual (is)? ________________________________________
(2) Há quantos anos você treina regularmente o Voleibol?
□ menos de 1 ano □ 1 ano □ 2 anos □ 3-4 anos □ 5 anos □ 5-10 anos □ acima de 10
anos
(3) Quantos treinos você tem na semana?
□ □ □ □ □ □
1 2 3 4 5 6
(4) Quanto tempo de treino você tem por sessão (em minutos)?
□ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □
45’ 60’ 90’ 120’ 150’ 180’ 210’ 240’ 270’ 300’ mais minutos _____
(5) Participa de competições: □ não □ sim
Caso sim, ha quantos anos:
□ menos de 1 ano □ 1 ano □ 2 anos □ 3-4 anos □ 5 anos □ 5-10 anos □ acima de 10
Em que nível: □ regional □ estadual □ nacional □ internacional
98
Anexo II
FICHA DE CONTROLE DE COLETAS
NOME: CATEGORIA:
CLUBE: POSIÇÃO:
SITUAÇÃO: ( ) Com oclusão ( ) Sem oclusão ( ) Declarando antes ( ) Não declarando antes
ATAQUE DE EXTREMIDADE
CENA 86AA CENA 99ª CENA 81A CENA 33A
( ) Ataque na diagonal ( ) Ataque na diagonal ( ) Ataque na diagonal ( ) Ataque na diagonal
( ) Ataque na paralela ( ) Ataque na paralela ( ) Ataque na paralela ( ) Ataque na paralela
( ) Largada ( ) Largada ( ) Largada ( ) Largada
( ) Explorar o bloqueio ( ) Explorar o bloqueio ( ) Explorar o bloqueio ( ) Explorar o bloqueio
( ) ( ) ( ) ( )
( ) ( ) ( ) ( )
CENA 48ª CENA 13ª CENA 67A OBSERVAÇÕES
( ) Ataque na diagonal ( ) Ataque na diagonal ( ) Ataque na diagonal
( ) Ataque na paralela ( ) Ataque na paralela ( ) Ataque na paralela
( ) Largada ( ) Largada ( ) Largada
( ) Explorar o bloqueio ( ) Explorar o bloqueio ( ) Explorar o bloqueio
( ) ( ) ( )
( ) ( ) ( )
ATAQUE DE CENTRAL
CENA 64A CENA 84ª CENA 227A CENA 141A
( ) Ataque para posição 1 ( ) Ataque para posição 1 ( ) Ataque para posição 1 ( ) Ataque para posição 1
( ) Ataque para posição 5 ( ) Ataque para posição 5 ( ) Ataque para posição 5 ( ) Ataque para posição 5
( ) Ataque frontal ( ) Ataque frontal ( ) Ataque frontal ( ) Ataque frontal
( ) Largada ( ) Largada ( ) Largada ( ) Largada
( ) Explorar o bloqueio ( ) Explorar o bloqueio ( ) Explorar o bloqueio ( ) Explorar o bloqueio
( ) ( ) ( ) ( )
CENA 117A CENA 62ª CENA 214A OBSERVAÇÕES
( ) Ataque para posição 1 ( ) Ataque para posição 1 ( ) Ataque para posição 1
( ) Ataque para posição 5 ( ) Ataque para posição 5 ( ) Ataque para posição 5
( ) Ataque frontal ( ) Ataque frontal ( ) Ataque frontal
( ) Largada ( ) Largada ( ) Largada
( ) Explorar o bloqueio ( ) Explorar o bloqueio ( ) Explorar o bloqueio
( ) ( ) ( )
99
Anexo III
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Termo de concordância da instituição
______________________________________________________________________
INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA
______________________________________________________________________
Título do Projeto: Análise do comportamento visual e da tomada de decisão no voleibol.
Objetivo: (1) analisar o número e a duração das fixações visuais de atletas e não atletas de
voleibol utilizando o Eye Tracking fixo; (2) analisar a qualidade da tomada de decisão (TD)
dos voluntários; (3) analisar o número de opções geradas para a resolução da cena real de jogo
apresentada sob duas situações: com e sem oclusão visual.
Amostra: Para desenvolver este projeto é necessária a colaboração de atletas de voleibol.
Instrumentos de coleta: (1) Qualidade da tomada de decisão e geração de opções por meio
da avaliação das respostas à situações de jogos de reais de voleibol; (2) Comportamento
visual através do rastreamento ocular por meio do sistema Eye Tracking fixo.
Coleta de dados: As coletas de dados desta pesquisa não oferecem nenhum perigo nem risco
aos participantes e serão realizadas pelas análises das respostas ao teste apresentado (Tomada
de Decisão) e análise do comportamento visual através da gravação do globo ocular através
de um aparelho de infravermelho fixo à tela de um computador (Eye Tracking fixo). Todas as
coletas serão realizadas com o acompanhamento do próprio pesquisador responsável.
Local de coleta: Todas as coletas serão realizadas nos clubes, escolas ou no CECA-UFMG.
Possíveis benefícios e riscos: Benefícios – os resultados desta pesquisa fornecerão um maior
conhecimento sobre a tomada de decisão relacionadas com a busca visual, identificando
padrões de excelência, conforme a faixa etária de atletas de voleibol de Minas Gerais (a partir
de 15 anos de idade). Riscos – os referidos instrumentos não apresentam riscos para os
voluntários. Todavia a alteração da rotina no processo de treinamento poderá provocar um
prejuízo na recuperação do organismo em relação ao processo de treinamento esportivo no
qual o individuo/voluntário está inserido.
Informações adicionais: Os voluntários e os membros da instituição dos voluntários dispõem
de total liberdade para esclarecer quaisquer dúvidas que possam surgir antes, durante e depois
do curso da pesquisa. Os voluntários estão livres para recusar ou cancelar a participação em
qualquer fase da pesquisa, sem penalidades alguma e sem constrangimento.
100
Todos os dados serão mantidos em sigilo, inclusive a identidade dos voluntários.
Somente o pesquisador responsável e a equipe deste projeto terão acesso a essas informações
que serão utilizadas apenas para fins de pesquisa e publicação. Ao final da redação e
aprovação do trabalho será encaminhada uma cópia deste estudo para as instituições e
voluntários.
Eu,__________________________________________________, representante da
instituição/clube ___________________________________________________, fui
devidamente informado e esclarecido pelo professor Henrique de Oliveira Castro, sobre a
pesquisa e todos os procedimentos nela envolvidos. Foi-me garantido que posso recuar a
participar e posso retirar o meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a
qualquer penalidade e constrangimento a minha pessoa ou à instituição/clube. Declaro que
entendi os objetivos, riscos e benefícios da participação na pesquisa e concordo em participar.
Local:_______________________________________Data:_____/_____/______
Assinatura do responsável pela instituição: _______________________________________
Assinatura do pesquisador responsável: __________________________________________
COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA DA UFMG:
Av. Antônio Carlos, 6627 - Unidade Administrativa II - 2º andar – Campus Pampulha - Belo
Horizonte, Minas Gerais, Brasil. CEP: 31270-901.
Telefone: (31) 3409-4592 / E-mail: coep@prpq.ufmg.br
CENTRO DE ESTUDOS DE COGNIÇÃO E AÇÃO (CECA / EEFFTO / UFMG):
Av. Presidente Antônio Carlos, 6627 – Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia
Ocupacional (EEFFTO-UFMG) - Campus Pampulha - Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.
CEP: 31270-901.
Prof. Dr. Pablo Juan Greco: Tel.: (31) 3409-2329 / E-mail: grecopj@ufmg.br
Prof. Msdo. Henrique de Oliveira Castro: Tel.: (31) 9693-5563 / E-mail:
henriquecastro88@yahoo.com.br
101
Anexo IV
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – Voluntário/Pesquisador
Você está sendo convidado (a) participar, como voluntário, de uma pesquisa cientifica.
Após as explicações do pesquisador, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine este
documento em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do pesquisador responsável. As
informações obtidas através dessa pesquisa serão confidenciais e asseguramos o sigilo sobre
sua participação. Os dados não serão divulgados de forma a possibilitar sua identificação. Em
caso de recusa ou de desistência durante a pesquisa você não será penalizado de forma
alguma. Em caso de dúvida você poderá procurar o Comitê de Ética da Universidade Federal
de Minas Gerais (UFMG) pelo telefone (31) 3409-4592 ou o Centro de Estudo de Cognição e
Ação (CECA), do Centro de Excelência Esportiva (CENESP), da Escola de Educação Física,
Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) da UFMG pelo telefone (31) 3409-2329.
___________________________________________________________________________
INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA
___________________________________________________________________________
Título do Projeto: Análise do comportamento visual e da tomada de decisão no voleibol.
Objetivo: (1) analisar o número e a duração das fixações visuais de atletas e não atletas de
voleibol utilizando o Eye Tracking fixo; (2) analisar a qualidade da tomada de decisão (TD)
dos voluntários; (3) analisar o número de opções geradas para a resolução da cena real de jogo
apresentada sob duas situações: com e sem oclusão visual.
Amostra: Para desenvolver este projeto é necessária a colaboração de atletas de voleibol.
Instrumentos de coleta: (1) Qualidade da tomada de decisão e geração de opções por meio
da avaliação das respostas à situações de jogos de reais de voleibol; (2) Comportamento
visual através do rastreamento ocular por meio do sistema Eye Tracking fixo.
Coleta de dados: As coletas de dados desta pesquisa não oferecem nenhum perigo nem risco
aos participantes e serão realizadas pelas análises das respostas ao teste apresentado (Tomada
de Decisão) e análise do comportamento visual através da gravação do globo ocular através
de um aparelho de infravermelho fixo à tela de um computador (Eye Tracking fixo). Todas as
coletas serão realizadas com o acompanhamento do próprio pesquisador responsável.
Local de coleta: Todas as coletas serão realizadas nos clubes, escolas ou no CECA-UFMG.
102
Pesquisadores Responsáveis:
Prof. Dr. Pablo Juan Greco (orientador) – (31) 3409-2329
Prof. Msdo. Henrique de Oliveira Castro – (31) 9693-5563
Eu,_________________________________________________________________,
fui devidamente informado e esclarecido pelo professor Henrique de Oliveira Castro, sobre a
pesquisa e todos os procedimentos nela envolvidos. Foi-me garantido que posso recuar a
participar e posso retirar o meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a
qualquer penalidade e constrangimento a minha pessoa. Declaro que entendi os objetivos,
riscos e benefícios de minha participação na pesquisa e concordo em participar.
Local:_______________________________________________Data:_____/_____/______
Assinatura do voluntário: _____________________________________________________
Assinatura do pesquisador responsável: __________________________________________
COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA DA UFMG:
Av. Antônio Carlos, 6627 - Unidade Administrativa II - 2º andar – Campus Pampulha - Belo
Horizonte, Minas Gerais, Brasil. CEP: 31270-901.
Telefone: (31) 3409-4592 / E-mail: coep@prpq.ufmg.br
CENTRO DE ESTUDOS DE COGNIÇÃO E AÇÃO (CECA / EEFFTO / UFMG):
Av. Presidente Antônio Carlos, 6627 – Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia
Ocupacional (EEFFTO-UFMG) - Campus Pampulha - Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.
CEP: 31270-901.
Prof. Dr. Pablo Juan Greco: Tel.: (31) 3409-2329 / E-mail: grecopj@ufmg.br
Prof. Msdo. Henrique de Oliveira Castro: Tel.: (31) 9693-5563 / E-mail:
henriquecastro88@yahoo.com.br
103
Anexo V
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – Pais/Responsáveis
O seu filho está sendo convidado (a) participar, como voluntário, de uma pesquisa
cientifica. Após as explicações do pesquisador, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine
este documento em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do pesquisador responsável. As
informações obtidas através dessa pesquisa serão confidenciais e asseguramos o sigilo sobre
sua participação. Os dados não serão divulgados de forma a possibilitar sua identificação. Em
caso de recusa ou de desistência durante a pesquisa você não será penalizado de forma
alguma. Em caso de dúvida você poderá procurar o Comitê de Ética da Universidade Federal
de Minas Gerais (UFMG) pelo telefone (31) 3409-4592 ou o Centro de Estudo de Cognição e
Ação (CECA), do Centro de Excelência Esportiva (CENESP), da Escola de Educação Física,
Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) da UFMG pelo telefone (31) 3409-2329.
______________________________________________________________________
INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA
______________________________________________________________________
Título do Projeto: Análise do comportamento visual e da tomada de decisão no voleibol.
Objetivo: (1) analisar o número e a duração das fixações visuais de atletas e não atletas de
voleibol utilizando o Eye Tracking fixo; (2) analisar a qualidade da tomada de decisão (TD)
dos voluntários; (3) analisar o número de opções geradas para a resolução da cena real de jogo
apresentada sob duas situações: com e sem oclusão visual.
Amostra: Para desenvolver este projeto é necessária a colaboração de atletas de voleibol.
Instrumentos de coleta: (1) Qualidade da tomada de decisão e geração de opções por meio
da avaliação das respostas à situações de jogos de reais de voleibol; (2) Comportamento
visual através do rastreamento ocular por meio do sistema Eye Tracking fixo.
Coleta de dados: As coletas de dados desta pesquisa não oferecem nenhum perigo nem risco
aos participantes e serão realizadas pelas análises das respostas ao teste apresentado (Tomada
de Decisão) e análise do comportamento visual através da gravação do globo ocular através
de um aparelho de infravermelho fixo à tela de um computador (Eye Tracking fixo). Todas as
coletas serão realizadas com o acompanhamento do próprio pesquisador responsável.
Local de coleta: Todas as coletas serão realizadas nos clubes, escolas ou no CECA-UFMG.
104
Pesquisadores Responsáveis:
Prof. Dr. Pablo Juan Greco (orientador) – (31) 3409-2329
Prof. Msdo. Henrique de Oliveira Castro – (31) 9693-5563
Eu,________________________________________________________________,
fui devidamente informado e esclarecido pelo professor Henrique de Oliveira Castro, sobre a
pesquisa e todos os procedimentos nela envolvidos. Foi-me garantido que posso recuar a
participar e posso retirar o meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a
qualquer penalidade e constrangimento a minha pessoa. Declaro que entendi os objetivos,
riscos e benefícios de minha participação na pesquisa e concordo em participar.
Local:____________________________________________Data:_____/_____/______
Assinatura do pai/responsável: _____________________________________________
Assinatura do pesquisador responsável: ______________________________________
COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA DA UFMG:
Av. Antônio Carlos, 6627 - Unidade Administrativa II - 2º andar – Campus Pampulha - Belo
Horizonte, Minas Gerais, Brasil. CEP: 31270-901.
Telefone: (31) 3409-4592 / E-mail: coep@prpq.ufmg.br
CENTRO DE ESTUDOS DE COGNIÇÃO E AÇÃO (CECA / EEFFTO / UFMG):
Av. Presidente Antônio Carlos, 6627 – Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia
Ocupacional (EEFFTO-UFMG) - Campus Pampulha - Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.
CEP: 31270-901.
Prof. Dr. Pablo Juan Greco: Tel.: (31) 3409-2329 / E-mail: grecopj@ufmg.br
Prof. Msdo. Henrique de Oliveira Castro: Tel.: (31) 9693-5563 / E-mail:
henriquecastro88@yahoo.com.br
105
Anexo VI
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Termo de Assentimento Livre e Esclarecido – Voluntário/Pesquisador
Você está sendo convidado (a) participar, como voluntário, de uma pesquisa cientifica.
Após as explicações do pesquisador, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine este
documento em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do pesquisador responsável. As
informações obtidas através dessa pesquisa serão confidenciais e asseguramos o sigilo sobre
sua participação. Os dados não serão divulgados de forma a possibilitar sua identificação. Em
caso de recusa ou de desistência durante a pesquisa você não será penalizado de forma
alguma. Em caso de dúvida você poderá procurar o Comitê de Ética da Universidade Federal
de Minas Gerais (UFMG) pelo telefone (31) 3409-4592 ou o Centro de Estudo de Cognição e
Ação (CECA), do Centro de Excelência Esportiva (CENESP), da Escola de Educação Física,
Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) da UFMG pelo telefone (31) 3409-2329.
___________________________________________________________________________
INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA
___________________________________________________________________________
Título do Projeto: Análise do comportamento visual e da tomada de decisão no voleibol.
Objetivo: (1) analisar o número e a duração das fixações visuais de atletas e não atletas de
voleibol utilizando o Eye Tracking fixo; (2) analisar a qualidade da tomada de decisão (TD)
dos voluntários; (3) analisar o número de opções geradas para a resolução da cena real de jogo
apresentada sob duas situações: com e sem oclusão visual.
Amostra: Para desenvolver este projeto é necessária a colaboração de atletas de voleibol.
Instrumentos de coleta: (1) Qualidade da tomada de decisão e geração de opções por meio
da avaliação das respostas à situações de jogos de reais de voleibol; (2) Comportamento
visual através do rastreamento ocular por meio do sistema Eye Tracking fixo.
Coleta de dados: As coletas de dados desta pesquisa não oferecem nenhum perigo nem risco
aos participantes e serão realizadas pelas análises das respostas ao teste apresentado (Tomada
de Decisão) e análise do comportamento visual através da gravação do globo ocular através
de um aparelho de infravermelho fixo à tela de um computador (Eye Tracking fixo). Todas as
coletas serão realizadas com o acompanhamento do próprio pesquisador responsável.
Local de coleta: Todas as coletas serão realizadas nos clubes, escolas ou no CECA-UFMG.
106
Pesquisadores Responsáveis:
Prof. Dr. Pablo Juan Greco (orientador) – (31) 3409-2329
Prof. Msdo. Henrique de Oliveira Castro – (31) 9693-5563
Eu,_________________________________________________________________,
fui devidamente informado e esclarecido pelo professor Henrique de Oliveira Castro, sobre a
pesquisa e todos os procedimentos nela envolvidos. Foi-me garantido que posso recuar a
participar e posso retirar o meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a
qualquer penalidade e constrangimento a minha pessoa. Declaro que entendi os objetivos,
riscos e benefícios de minha participação na pesquisa e concordo em participar.
Local:________________________________________________Data:_____/_____/______
Assinatura do voluntário: ____________________________________________________
Assinatura do pesquisador responsável: _________________________________________
COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA DA UFMG:
Av. Antônio Carlos, 6627 - Unidade Administrativa II - 2º andar – Campus Pampulha - Belo
Horizonte, Minas Gerais, Brasil. CEP: 31270-901.
Telefone: (31) 3409-4592 / E-mail: coep@prpq.ufmg.br
CENTRO DE ESTUDOS DE COGNIÇÃO E AÇÃO (CECA / EEFFTO / UFMG):
Av. Presidente Antônio Carlos, 6627 – Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia
Ocupacional (EEFFTO-UFMG) - Campus Pampulha - Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.
CEP: 31270-901.
Prof. Dr. Pablo Juan Greco: Tel.: (31) 3409-2329 / E-mail: grecopj@ufmg.br
Prof. Msdo. Henrique de Oliveira Castro: Tel.: (31) 9693-5563 / E-mail:
henriquecastro88@yahoo.com.br
107
Anexo VII
108
Anexo VIII
Artigo submetido advindo de colaboração para a dissertação de Mestrado
TÍTULO: Validação de conteúdo de cenas para avaliação do Conhecimento Tático
Declarativo no Voleibol
TITLE: Content Validation of scenes to evaluate the Tactical Declarative Knowledge in
Volleyball
AUTORES: Gustavo de Conti Teixeira Costa*, Henrique de Oliveira Castro*, Juan Carlos
Pérez Morales*, Pablo Juan Greco*
AFILIAÇÕES: * Centro de Estudos de Cognição e Ação – CECA; Universidade Federal de
Minas Gerais – UFMG; Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.
SEÇÃO: Artigo original
RESUMO
O objetivo consistiu em validar cenas de vídeo reais dos jogos de voleibol. Utilizou-se o
coeficiente da validade de conteúdo (CVC) proposto por Hernández-Nieto (2002).
Participaram cinco treinadores da seleção brasileira de Voleibol, peritos na modalidade, com
experiência mínima de dez anos na mesma. Os peritos avaliaram as cenas conforme os
critérios propostos por Hernández-Nieto (2002). Os resultados demonstraram que os critérios
“clareza de imagem” (CVC=0,92), “pertinência prática” (CVC=0,96) e “representatividade do
item” (CVC=0,96) apresentaram níveis satisfatórios de CVC. Somente consideraram-se
válidas as cenas em que os cinco peritos apontaram a mesma escolha da que a realizada pelo
atleta, evidenciando validade ecológica e uma convergência total na tomada de decisão. Desta
forma, a partir das 212 cenas inicialmente elaboradas, 66 cenas foram validadas. As cenas
validadas por meio do CVC possibilitam a avaliação do conhecimento tático declarativo
auxiliando no planejamento dos processos de ensino-aprendizagem-treinamento (E-A-T) de
atletas de voleibol masculino.
PALAVRAS-CHAVE: Voleibol; Coeficiente de Validade de Conteúdo; Tomada de Decisão.
109
Anexo IX
Artigo submetido advindo da dissertação de Mestrado
TITLE: Visual behavior and the quality of decision making on volleyball
SHORT TITLE: Visual behavior and decision making on volleyball
AUTHORS: Henrique de Oliveira Castro1, Gustavo De Conti Teixeira Costa
1, Juan Carlos
Pérez Morales1, Gibson Moreira Praça
1,2, Pablo Juan Greco
1
AFILIATIONS: 1 Federal University of Minas Gerais – UFMG, State of Minas Gerais, Belo
Horizonte City, Brazil. 2 Federal University of the Jequitinhonha and Mucuri – UFVJM, State
of Minas Gerais, Diamantina City, Brazil.
SECTION: Original article (full paper)
ADDITIONAL INFORMATION: This study was developed as part of a Master’s
dissertation in Sports Science of School of Physical Education, Physical Therapy and
Occupational Therapy – Federal University of Minas Gerais (EEFFTO-UFMG).
ABSTRACT
This studie has the intention to verify (1) the visual behavior using the analysis of number and
duration of the visual fixation and (2) the quality of decision making of volleyball athletes and
non-athletes. 25 athletes (16,9±1 years) and 23 non-athletes (17,6±1,7 years) participated. It
was used the Eye Tracking SMI RED500® for analyzing of the visual behavior set during the
scenes of volleyball games. To analyze the decision-making quality (DM) in the action.
Observed higher average duration of visual fixations for the group of non athletes compared
to athletes for the AC situation. In quality of DM, are revealed differences in AE and AC
situations when comparing the groups with a higher frequency of correct answers of athletes.
We conclude that young volleyball athletes perform faster fixations in situations of AC and
take more correct decisions in attacking situation (AE and AC) compared to non-athletes.
KEY-WORDS: Cognition; Visual Search; Decision Making.
110
Anexo X
Artigo submetido advindo da dissertação de Mestrado
TÍTULO: Geração de opções na tomada de decisão de jovens atletas de voleibol em
diferentes situações de jogo com e sem oclusão visual
TITLE: Options generation in decision-making of youth volleyball athletes in different play
situations with and without visual occlusion
AUTORES: Henrique de Oliveira Castro1, Gustavo De Conti Teixeira Costa
1, Gibson
Moreira Praça1,2
, Flávio de Oliveira Pires3, Pablo Juan Greco
1
AFILIATIONS: 1 Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG; Belo Horizonte, Minas
Gerais, Brasil. 2 Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM;
Diamantina, Minas Gerais, Brasil. 3 Universidade Federal do Maranhão – UFMA; São Luíz,
Maranhão, Brasil.
SEÇÃO: Artigo original
RESUMO
Objetiva-se verificar a relação entre a quantidade de opções geradas para a tomada de decisão
- TD de atletas e não atletas de voleibol em cenas reais de jogo nos momentos com e sem
oclusão visual. Participaram 23 atletas e 23 não atletas. Utilizou-se o relato verbal no
momento da TD durante o teste de avaliação de cenas de voleibol realizado nos momentos
com e sem oclusão. Observa-se diferença sendo maior para os atletas em relação aos não
atletas na oclusão em todas as situações de jogo. No sem oclusão gerou-se mais opções do que
no com oclusão nos dois grupos. As diferenças com e sem oclusão evidenciam a hipótese de
Johnson e Raab (2003) de que a diferença entre o número e os tipos de opções geradas
depende das estratégias utilizadas para a resolução de uma determinada ação.
PALAVRAS-CHAVE: Voleibol; Cognição; Tomada de Decisão; Geração de Opções.
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