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Henrique de Oliveira Castro ANÁLISE DO COMPORTAMENTO VISUAL E DA TOMADA DE DECISÃO NO VOLEIBOL Belo Horizonte Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional 2015

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO VISUAL E DA TOMADA DE …€¦ · VOLEIBOL Belo Horizonte Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional

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Henrique de Oliveira Castro

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO VISUAL E DA TOMADA DE DECISÃO NO

VOLEIBOL

Belo Horizonte

Universidade Federal de Minas Gerais

Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional

2015

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Henrique de Oliveira Castro

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO VISUAL E DA TOMADA DE DECISÃO NO

VOLEIBOL

Dissertação apresentada ao Programa de Pós

Graduação em Ciências do Esporte da Escola

de Educação Física, Fisioterapia e Terapia

Ocupacional da Universidade Federal de

Minas Gerais, como requisito parcial para a

obtenção do título de Mestre em Ciências do

Esporte.

Área de concentração: Metodologia do

Treinamento Esportivo

Orientador: Prof. Dr. Pablo Juan Greco

Belo Horizonte

Universidade Federal de Minas Gerais

Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional

2015

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Dedico este trabalho aos meus

familiares, à minha esposa Marina

Vilas Boas, aos meus verdadeiros

amigos e aos grandes professores que

tive, principalmente o meu orientador

Prof. Dr. Pablo Juan Greco. Obrigado

por tudo!

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AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus, por ser essencial na minha vida, pela saúde, força

e coragem, e por iluminar o meu caminho durante toda esta jornada, sendo meu socorro

presente nas horas de angústia.

Agradeço à minha esposa Marina Vilas Boas pelo apoio incondicional e incentivo.

Sem a sua paciência, seus conselhos, seu carinho, sua dedicação e seu infinito amor eu não

teria conseguido. Tenho muita sorte de ter você ao meu lado, maravilhosa e companheira para

toda a vida. Muito obrigado por tudo. Eu te amo.

Agradeço à minha família pela paciência e ajuda em tudo que precisei para chegar até

aqui. A torcida de vocês pelo meu sucesso foi fundamental durante todo esse processo.

Aos meus verdadeiros amigos, meu agradecimento. Obrigado pela amizade sincera e

parceria de anos, sempre apoiando e me colocando para cima nos momentos de dificuldade.

Ao meu amigo e orientador Prof. Dr. Pablo Juan Greco, agradeço pelos ensinamentos,

pela confiança e paciência na orientação e incentivos. Com o sr. aprendi o quanto é fascinante

fazer ciência, ser um pesquisador e querer saber sempre mais. Seus conselhos, “puxões de

orelha” e nossas conversas formais e informais dentro e fora do laboratório, foram

fundamentais. Obrigado pelo crescimento intelectual, profissional e principalmente pessoal.

Agradeço aos meus colegas e amigos do Centro de Estudos de Cognição e Ação

(CECA), onde passamos juntos vários anos. Em especial aos meus amigos Gustavo, Ciro,

Gibson e Pedro, que estiveram mais próximos de mim e me apoiaram e ajudaram em tudo que

precisei durante essa caminhada. Vocês são “MITOS”!

Aos professores do UNI-BH, UFMG e UCB pelo conhecimento compartilhado. Vocês

todos foram muito importantes para a minha formação.

Obrigado às instituições participantes: Minas Tênis Clube (em especial ao Cláudio

Olívio, Sérgio Veloso, Yssanaie Ramires e atletas do Voleibol Juvenil), Olympico Club (em

especial a Sofia Bicalho, ao Ediney Limas, Mateus Graçano e atletas do Voleibol Infanto),

Colégio Militar de Belo Horizonte - CMBH (em especial ao Pablo Ramón “Pablito” e alunos

do ensino médio) e aos calouros do curso de Educação Física da UFMG pela confiança,

suporte, apoio e voluntariedade durante as minhas coletas. Sem vocês, nada disso seria

possível e nada teria acontecido!

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RESUMO

No esporte o sistema visual aporta ao indivíduo informações do ambiente que se relacionam

entre si e confluem para a tomada de decisão (TD). O presente estudo objetiva (1) verificar o

comportamento visual utilizando-se do rastreamento ocular (via Eye Tracking fixo); (2)

verificar a qualidade da tomada de decisão (TD); e (3) verificar a quantidade de opções

geradas nos momentos com e sem oclusão visual em cenas de vídeos reais de jogo de atletas e

não atletas de voleibol. A amostra constituiu-se de 48 voluntários do sexo masculino

divididos em atletas (n=25; idade média de 16,9±1 anos) e não atletas (n=23; idade média de

17,6±1,7 anos). Para análise do comportamento visual (número e duração das fixações

visuais) foi utilizado o Eye Tracking SMI RED500® durante o Teste de Conhecimento Tático

Declarativo no Voleibol Geral - TCTD:VbG. Para avaliação da qualidade da TD e quantidade

de opções geradas, foi utilizado o relato verbal dos participantes. Nas análises do número de

fixações visuais, para três variáveis com distribuição normal (Ataque de Extremidade-AE,

Bloqueio-BL e Levantamento-LE) utilizou-se o teste t independente para comparação entre os

dois grupos. Já para a variável com desvio significativo à normalidade (Ataque de Central-

AC) recorreu-se ao teste Mann-Whitney U. Nas análises da duração das fixações visuais

utilizou-se o teste Mann-Whitney U para comparação entre os grupos. Nas análises da

qualidade da TD utilizou-se do teste Qui-Quadrado de proporções. Nas análises do número de

opções geradas nos momentos com e sem oclusão visual, realizou-se a ANOVA two-way para

os fatores grupo (atletas e não atletas) e momento (com e sem oclusão). Para as variáveis nas

quais detectou-se interação entre fatores principais, realizou-se ainda análise de

desdobramentos. Para a duração das fixações visuais, encontra-se uma diferença significativa

na situação de AC, sendo as fixações mais rápidas realizadas pelos atletas. Para a qualidade da

TD, revelam-se diferenças significativas nas situações de AE e AC quando comparados

atletas e não atletas, sendo que o grupo de atletas acertou mais respostas do que o grupo de

não atletas. Para a quantidade de opções geradas, em relação aos momentos (com e sem

oclusão visual), observa-se uma diferença significativa sendo maior para o grupo de atletas

quando comparados com o grupo de não atletas no momento com oclusão visual em todas as

situações de jogo. Além disso, no momento sem oclusão gerou-se mais opções do que no

momento com oclusão nos dois grupos. Diante dos resultados encontrados considera-se que

jovens atletas de voleibol realizam fixações mais rápidas em situações de AC e ainda tomam

decisões mais corretas em situação de ataque (AE e AC) quando comparados com não atletas.

As diferentes estratégias de busca visual nos momentos com e sem oclusão evidenciaram-se

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como um importante fator que comprova as diferenças encontradas nos resultados deste

estudo, afirmando a hipótese proposta por Johnson e Raab (2003), que a diferença entre o

número e os tipos de opções geradas depende das estratégias utilizadas para a resolução de

uma determinada ação.

Palavras-chave: Voleibol. Busca visual. Sinais relevantes. Tomada de Decisão.

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ABSTRACT

In sports the visual system contributes to the individual information’s of the environment,

which relate to each other and converge for decision-making (DM). This project has the

intention to (1) verify the visual behavior using the eye tracking (via Eye Tracking fixed); (2)

verify the quality of decision-making (DM); and (3) verify the amount of options generated in

moments with and without visual occlusion in clips of real game of volleyball athletes and

non-athletes. The sample was composed of 48 male volunteers divided into athletes (n=25;

mean age of 16.9±1 years) and non-athletes (n=23; mean age of 17.6±1.7 years). It was used

the Eye Tracking SMI RED500® to analyze the visual behavior (number and duration of the

visual fixation) during the Tactical Declarative Knowledge Test in the General Volleyball -

TDKT:GVb. It was used the verbal report of the participants to evaluate the quality of DM

and the amount of options generated. It was used the independent t test to compare the two

groups in the analyzes of the number of visual fixation for three variables with normal

distribution (End Attacking-AE, Blocking-BL and Lifting-LE). For the significant deviation

to normality (Central Attacking-AC) we applied to the Mann-Whitney U test. For the duration

of visual fixations we opted for the Mann-Whitney U test for comparison between groups. To

analyze the quality of DM, we used the chi-square test of proportions. To analyze the number

of options generated in moments with and without visual occlusion, we performed the

ANOVA two-way for the group (athletes and non-athletes) and moment (with and without

occlusion) factors. For the variables which we detect interaction between the principal facts,

we performed the deployment analyze. For the duration of visual fixations, we observed a

significantly difference for the AC situation, with a faster fixation realized by the athletes. For

the quality of DM, significantily differences are revealed on the situations of AE and AC,

when athletes and non-athletes are compared, resulting in a higher frequency of correct

answers of athletes in relation of non-athletes. For the amount of options generated in

moments (with and without visual occlusion), significantily differences are observed, in

which, they are higher for the group of athletes compared with the non-athletes group on the

moment with visual occlusion in all the game situations. Furthermore, on the moment without

occlusion more options were created then on the moment with occlusion in the two groups.

Given the results found, we conclude that young volleyball athletes perform faster fixations in

situations of AC and take more correct decisions in attacking situation (AE and AC)

compared to non-athletes. The different strategies of visual search in moments with and

without occlusion are perceived as un important factor that prove the differences found on the

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results of this study, affirming the hypothesis proposed by Johnson and Raab (2003), that the

difference between the number and the types of generated options depends on the strategies

used for the resolution of a certain action.

Keywords: Volleyball. Visual search. Relevant signs. Decision-making.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Fases do processo de tomada de decisão técnico-tática (KONZAG, 1981) .......... 29

Figura 2 - SMART: Situation Model of Antecipated Response Consequences of Tactical

Decisions (Modelo de Antecipação das Consequências das Respostas em Situação de decisões

Táticas) (RAAB, 2007) ........................................................................................................... 30

Figura 3 - Modelo de interação bidirecional entre a tomada de decisão, percepção e ação

(OLIVEIRA et al., 2009) ........................................................................................................ 31

Figura 4 - SMART-ER: Situation Model of Antecipated Response Consequences in Tactical

Decisions – Extended and Revised (Modelo de Antecipação das Consequências das Respostas

em Decisões Táticas – Estendido e Revisado) (RAAB, 2015) ............................................... 33

Figura 5 – Interações dos processos de bottom-up e top-down que envolvem a organização da

TD (RAAB, 2015) ................................................................................................................... 33

Figura 6 - Foto do Eye Tracking SMI RED500®

.................................................................... 52

Figura 7 - Foto do software BeGaze 3.5.7.4 .......................................................................... 53

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Apresentação do teste nas situações com e sem oclusão visual ........................... 55

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Caracterização da amostra descrita em média e desvio-padrão ............................. 48

Tabela 2. Média (±desvio-padrão) do número de fixações visuais entre os grupos em cada

situação .................................................................................................................................... 60

Tabela 3. Média (±desvio-padrão) da duração das fixações visuais entre os grupos em cada

situação .................................................................................................................................... 60

Tabela 4. Média (±desvio-padrão) da quantidade de respostas corretas (qualidade da TD)

entre os grupos em cada situação ............................................................................................ 61

Tabela 5. Média (±desvio-padrão) da quantidade de opções geradas entre os grupos em cada

situação e cada momento ........................................................................................................ 62

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AE .......................................................................................................... Ataque de extremidade

AC ................................................................................................................... Ataque de central

BL ................................................................................................................................. Bloqueio

CECA ........................................................................... Centro de Estudos de Cognição e Ação

CVC ................................................................................ Coeficiente de Validade de Conteúdo

COEP .......................................................................................... Comitê de Ética em Pesquisas

CBV .................................................................................. Confederação Brasileira de Voleibol

CD ..................................................................................................... Conhecimento declarativo

CP ....................................................................................................... Conhecimento processual

CTD ......................................................................................... Conhecimento tático declarativo

CTP .......................................................................................... Conhecimento tático processual

CNS ............................................................................................... Conselho nacional em saúde

DP ........................................................................................................................ Desvio-padrão

E-A-T ................................................................................ Ensino-Aprendizagem-Treinamento

EEFFTO ................................. Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional

FIVB ................................................................................. Federação Internacional de Voleibol

FMV .......................................................................................... Federação Mineira de Voleibol

IAD-VB ......................... Instrumento de Avaliação do Desempenho técnico-tático do voleibol

JEC .................................................................................................... Jogos esportivos coletivos

LE ......................................................................................................................... Levantamento

MT ............................................................................................................. Memória de trabalho

ms ......................................................................................................................... Milissegundos

SMART-ER .......................................................................................... Modelo de Antecipação

das Consequências das Respostas em Decisões Táticas – Estendido e Revisado (Situation

Model of Antecipated Response Consequences in Tactical Decisions – Extended and Revised)

SMART ................................................................................................. Modelo de Antecipação

das Consequências das Respostas em Situação de decisões Táticas (Situation Model of

Antecipated Response Consequences of Tactical Decisions)

TALE ....................................................................... Termo de assentimento livre e esclarecido

TCLE ..................................................................... Termo de consentimento livre e esclarecido

TD ................................................................................................................ Tomada de decisão

UFMG ............................................................................ Universidade Federal de Minas Gerais

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 13

1.1 JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 17

1.2 OBJETIVOS ..................................................................................................................... 18

1.2.1 Geral ............................................................................................................................ 18

1.2.2 Específicos .................................................................................................................. 18

1.3 HIPÓTESES ...................................................................................................................... 18

2 REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................................... 20

2.1 CONHECIMENTO TÁTICO ........................................................................................... 21

2.1.1 Relação entre a memória e o conhecimento tático ...................................................... 24

2.2 TOMADA DE DECISÃO (TD) ....................................................................................... 25

2.2.1 Modelos teóricos da TD no esporte ............................................................................. 28

2.2.2 Tomada de decisão (TD) no voleibol ......................................................................... 34

2.3 COMPORTAMENTO VISUAL NOS ESPORTES ......................................................... 37

2.3.1 Busca visual ................................................................................................................. 37

2.3.2 Atenção visual ............................................................................................................. 41

2.3.3 Comportamento visual no voleibol ............................................................................. 44

3 MÉTODOS ......................................................................................................................... 48

3.1 Caracterização do estudo .................................................................................................. 48

3.2 População e amostra .......................................................................................................... 48

3.3 Instrumentos ...................................................................................................................... 49

3.3.1 Questionário de dados demográficos .......................................................................... 49

3.3.2 Teste de Conhecimento Tático Declarativo no Voleibol Geral (TCTD:VbG) ............ 49

3.3.3 Eye Tracking (rastreamento ocular) ............................................................................ 51

3.4 Delineamento experimental .............................................................................................. 53

3.5 Procedimentos de coleta .................................................................................................... 55

3.6 Variáveis analisadas .......................................................................................................... 57

3.6.1 Comportamento visual ................................................................................................ 57

3.6.2 Tomada de Decisão (TD) ............................................................................................ 57

3.7 Análise dos dados .............................................................................................................. 57

3.7.1 Número de fixações visuais ......................................................................................... 57

3.7.2 Duração das fixações visuais ...................................................................................... 58

3.7.3 Qualidade da Tomada de Decisão .............................................................................. 58

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3.7.4 Número de opções geradas nos momentos com e sem oclusão visual ........................ 58

3.8 Cuidados éticos ................................................................................................................. 58

4 RESULTADOS ................................................................................................................... 60

4.1 Número de fixações visuais .............................................................................................. 60

4.2 Duração das fixações visuais ............................................................................................ 60

4.3 Qualidade da Tomada de Decisão ..................................................................................... 61

4.4 Número de opções geradas nos momentos com e sem oclusão visual ............................. 61

5 DISCUSSÃO ....................................................................................................................... 63

5.1 Número de fixações visuais .............................................................................................. 63

5.2 Duração das fixações visuais ............................................................................................ 64

5.3 Qualidade da Tomada de Decisão ..................................................................................... 66

5.4 Número de opções geradas nos momentos com e sem oclusão visual ............................. 68

6 LIMITAÇÕES DO ESTUDO ........................................................................................... 71

7 CONCLUSÕES .................................................................................................................. 72

REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 74

ANEXOS ................................................................................................................................ 97

Anexo I. Questionário de dados demográficos ....................................................................... 97

Anexo II. Ficha de controle de coletas .................................................................................... 98

Anexo III. Termo de concordância da instituição.................................................................... 99

Anexo IV. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)-Voluntário .................... 101

Anexo V. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)-Pais/Responsável .......... 103

Anexo VI. Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE)-Voluntário ...................... 105

Anexo VII. Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da UFMG .................................... 107

Anexo VIII. Artigo submetido advindo de colaboração para a dissertação de Mestrado...... 108

Anexo IX. Artigo submetido advindo da dissertação de Mestrado ...................................... 109

Anexo X. Artigo submetido advindo da dissertação de Mestrado ........................................ 110

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1. Esportes em que o contexto ambiental varia (VILA-MALDONADO et al., 2014a) de

acordo com o meio ambiente, tarefa a ser executada e participantes (como exemplo: jogos

esportivos coletivos)

1 INTRODUÇÃO

Os Jogos Esportivos Coletivos (JEC) são compostos por elementos táticos (cognitivos)

e técnicos (motores) individuais e coletivos, que em interação com o conjunto de capacidades

inerentes ao rendimento esportivo, caracterizam a complexidade do jogo (PAULA; GRECO;

SOUZA, 2000; RAAB, 2003). As particularidades dos JEC consistem na presença de uma

grande quantidade de combinações de movimentos e ações que são concebidas individual,

coletivamente ou em pequenos grupos (MENEZES, 2012). Também destaca-se à partir da

percepção do ambiente a variabilidade das situações de jogo, a velocidade do processamento

das informações, e da execução das ações motoras. Ou seja, apresentam-se em interação a

complexidade e a imprevisibilidade provocadas pela combinação das características citadas

(MENEZES; MARQUES; NUNOMURA, 2014; RAAB, 2007).

Nos esportes abertos1, o comportamento tático solicita do atleta uma dupla tarefa: uma

cognitiva (solução do problema - “o que fazer”) e outra motora (aplicar uma técnica - “como

fazer”) (GRECO, 2013; RAAB, 2003), que ocorrem simultaneamente. Nesse sentido Moran

(2012) destaca que a cognição não pode ser dissociada da ação motora, já que, na interação

das tarefas se concretiza a tomada de decisão (TD) e a realização motora subsequente (RAAB,

2003, 2007; SILVA; GRECO, 2009; WILLIAMS; FORD, 2008; WILLIAMS; REILLY,

2000).

A TD, de acordo com Marasso et al. (2014), é a capacidade das pessoas em escolher

uma entre diferentes opções em diferentes condições em um determinado tempo (momento).

A TD em esportes aqui será considerada como uma “cognição em ação”, isto é, a resposta

(ação) que o atleta realiza em uma situação de jogo, solicitando da cognição uma relação com

os aspectos “o que fazer”, “por que fazer”, “onde e quando fazer” (GRECO, 2009b; 2013;

ROTH; RAAB; GRECO, 2000; ROTH; SCHÖRER; GRECO, 2004). Sua continuidade se

concretiza quando o atleta realiza a técnica (resposta motora) que está sempre em relação de

dependência com os processos cognitivos (GONZAGA et al., 2013; MACQUET, 2009;

SCHLAPPI-LIENHARD; HOSSNER, 2015).

Um dos focos de estudo da TD implica no entendimento das escolhas realizadas pelo

participante dentro das várias opções apresentadas durante uma situação de jogo (BAR-ELI;

RAAB, 2006; JOHNSON; RAAB, 2003; LABORDE; RAAB, 2013; RAAB, 2015; RAAB;

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14

JOHNSON, 2007; VILA-MALDONADO et al., 2014b). Na pesquisa científica na área das

ciências do esporte, o tempo para gerar a primeira opção e o tempo de geração de todas as

opções são mais baixos em peritos. Além disso, muitas vezes a primeira escolha e a melhor

escolha entre as opções não são as mesmas (RAAB; JOHNSON, 2007).

A TD pode ser influenciada por fatores como o número de alternativas e

compatibilidade de estímulo-resposta (MATIAS; GRECO, 2011; SANFEY, 2007),

quantidade de prática (FERNÁNDEZ-ECHEVERRÍA et al., 2014; GIL et al., 2011ab, 2013),

pressão de tempo (RAAB, 2015), fatores cognitivos como a percepção (JANELLE;

HATFIELD, 2008; PALMI, 2007; WILLIAMS; GRANT, 1999), atenção (AFONSO;

GARGANTA; MESQUITA, 2012; BRANDT et al., 2012; HÜTTERMANN; MEMMERT,

2014, 2015; JOHNSON, 2006; OLIVEIRA; LOBINGER; RAAB, 2014), antecipação

(BORDINI et al., 2015; TENENBAUM, 2003) e memória (DODDS; GRIFFIN; PLACEK,

2001; HILL; WINDMANN, 2014; FURLEY; MEMMERT, 2012, 2015), pensamento,

inteligência (AFONSO; GARGANTA; MESQUITA, 2012; GRECO, 2006ab) e por fatores

fisiológicos como a intensidade do exercício (JÚNIOR; ALMEIDA, 2013). Além disso, os

jogadores mais experientes sabem como e quando utilizar o maior conhecimento em relação

aos novatos, identificando e manipulando de forma eficiente as informações relevantes em

qualquer tempo, permitindo uma TD mais rápida e bem-sucedida (ARAÚJO; AFONSO;

MESQUITA, 2011; GRIME, 2009; MANN et al., 2007; MEMMERT; SIMONS, 2009;

OLIVEIRA; LOBINGER; RAAB, 2014; RAAB; LABORDE, 2011).

Conhecer o funcionamento dos processos decisionais pode ajudar a melhorar o

rendimento dos esportistas peritos e a otimizar a formação dos iniciantes (VILA-

MALDONADO et al., 2014b). Porém, Raab e Harwood (2015) citam que ainda há lacunas no

conhecimento sobre os processos que impulsionam o desenvolvimento da perícia esportiva e

fora dos esportes.

Dentre os vários JEC, o voleibol é um jogo de oposição-colaboração, no qual a ação

de uma equipe se desenvolve em um espaço separado daquele do adversário (MORENO,

1994). Essa modalidade diferencia-se dos outros esportes coletivos como futebol, futsal,

basquete, handebol, ente outros, uma vez que no voleibol não se apresenta a invasão da

quadra adversária, bem como as situações de confronto simultâneo ataque-defesa com a outra

equipe se dão em espaços separados (MATIAS; GRECO, 2009ab). A interação entre as duas

equipes opostas com essas características leva o surgimento de padrões de jogo únicos. Esta

especificidade está fortemente relacionada com as condições momentâneas e eventos críticos

do jogo devido à sua constante variabilidade (AFONSO et al., 2012c).

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15

As análises no voleibol realizam-se para observar, por exemplo, fatores que afetam os

níveis de desempenho de atletas e da equipe, para tal leva-se em consideração parâmetros

técnicos, táticos (ARAÚJO; NEVES; MESQUITA, 2012; CASTRO et al., 2013; COSTA et

al., 2013; FERNÁNDEZ-ECHEVERRÍA et al., 2014; GIL et al., 2011ab, 2013; IGLESIAS et

al., 2005; MATIAS; GRECO, 2013; MORENO et al., 2006ab; PORATH et al., 2012),

tomada de decisão (SCHLAPPI-LIENHARD; HOSSNER, 2015) e instruções dos treinadores

(RODRIGUEZ-RUIZ et al., 2011). No voleibol verificam-se estruturas sequenciais de ações

que se iniciam no saque adversário e seguem pela recepção ou passe, levantamento, ataque,

bloqueio e defesa, diferentes das que estão presentes nos jogos de invasão. Nos jogos de

invasão, os problemas colocados nos diferentes momentos do jogo solicitam dos praticantes o

ajuste das suas ações a cada situação tática apresentada mesmo em situações de confronto de

1x1 e com carga física (AFONSO et al., 2012c; GRECO, 2011; LIMA; MARTINS-COSTA;

MESQUITA, 1996).

Logicamente, diferencia-se a demanda das atividades cognitivas - de percepção e TD -

e as motoras (LIMA; MATIAS; GRECO, 2012; SÁEZ-GALLEGO et al., 2013). Ou seja,

solicita-se um conjunto de respostas corretas que relacionem a percepção (recepção,

transmissão, interpretação e relação do estímulo) com a decisão (seleção da resposta adequada

e comparação com experiências anteriores), e consequentemente à execução (elaboração,

coordenação, transmissão e realização da resposta) (SÁEZ-GALLEGO et al., 2013)

considerando as situações de alternância de posse de bola, que está a cada momento de um

lado da quadra.

Esse conjunto de respostas solicitadas para solução da situação-problema do jogo se

concretiza com o apoio do sistema visual (MEMMERT; SIMONS; GRIME, 2009; SÁEZ-

GALLEGO et al., 2013; WILLIAMS; SINGER; FREHLICH, 2002). O voleibol é

considerado um esporte tático e estratégico, onde as relações entre a TD e o desempenho

assumem particular importância para compreender as variáveis que influenciam no jogo

(ARAÚJO; AFONSO; MESQUITA, 2011) onde a experiência prévia do atleta se destaca

como fator determinante (BALSER et al., 2014). A separação dos momentos percepção-

tomada de decisão descritos aqui apoiam-se somente na finalidade didática, objetivando uma

melhor compreensão dos processos cognitivos presentes no esporte.

Durante o jogo, uma variedade de sinais é apresentado ao jogador, ou seja, inúmeras

informações sobre o ambiente e sobre a tarefa a realizar, onde o indivíduo deve considerar e

escolher as melhores para tomar uma decisão (JOHNSON, 2006). Sendo assim, o indivíduo

apoia-se no sistema visual, que aporta informações do ambiente que se relacionam entre si e

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com a memória, e confluem para a TD (KREITZ et al., 2014; MEMMERT; SIMONS;

GRIME, 2009; SÁEZ-GALLEGO et al., 2013; WILLIAMS; SINGER; FREHLICH, 2002).

A memória participa da relação entre o comportamento de busca visual e a focalização da

atenção (LABORDE; FURLEY; SCHEMPP, 2015) onde direciona os estímulos que a atenção

detecta para o que está armazenado, utilizando-se da memória de trabalho (LOLA; TZETZIS;

ZETOU, 2012; MORIYA; KOSTER; RAEDT, 2014).

Na busca por informações relevantes para a tarefa, há uma necessidade de focar a

atenção visual nos sinais relevantes que levarão aos objetivos da ação (CARRASCO, 2011).

Esses sinais relevantes foram aprendidos e estão armazenados na memória, fazem parte do

conhecimento tático do indivíduo. A função da atenção consiste em otimizar o desempenho

de tarefas visuais, orientar o foco para pontos relevantes e conduzir o comportamento

esportivo para fatores que conduzam o sucesso da tarefa (BRANDT et al., 2012;

NAJEMNIK; GEISLER, 2005).

Na apresentação de cenas de vídeos, a oclusão visual objetiva extrair as informações

relacionadas ao comportamento visual para a TD aproximando-se ao máximo da situação de

jogo real (BORDINI et al., 2015), exibindo características favoráveis à decisões intuitivas

(BELLING; SUSS; WARD, 2015ab). Já a não oclusão visual das cenas objetiva uma

condição de percepção constante, obtendo-se mais tempo para a análise da ação, induzindo

processos de TD dedutivos (RAAB; JOHNSON, 2007).

Durante o planejamento para solução de problemas, processos cognitivos como a

atenção influenciam no comportamento do atleta, participando decisivamente tanto da TD

bem como da execução das habilidades motoras. Ou seja, adquirem o status de fator

determinante para um ótimo desempenho atlético esportivo (BRANDT et al., 2012;

MACHADO et al., 2009).

Com o avanço tecnológico, atualmente o sistema de rastreamento ocular (denominado

Eye Tracking) permite a detecção do movimento dos olhos (GEGENFURTNER;

LEHTINEN; SALJO, 2011; VICKERS, 2007; WILLIAMS; JANELLE; DAVIDS, 2004), a

análise da movimentação do globo ocular e dilatação da pupila (HANSEN; HAMMOUD,

2007; LARSSON et al., 2015; NUMMENMAA; HYÖNÄ; CALVO, 2006). O sistema utiliza

principalmente do princípio de reflexão da córnea via emissão de raio infravermelho (TIEN et

al., 2014). A base do desenvolvimento da ferramenta segue os princípios metodológicos e

práticos sobre o rastreamento da trajetória ocular (BARRETO, 2012; DUCHOWSKI, 2007;

SÁEZ-GALLEGO et al., 2013; TIEN et al., 2014). Assim a partir dessas alternativas que a

tecnologia oferece, analisar–se-a para a presente coleta de dados, fatores relacionados com a

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percepção-atenção-TD tais como: quantidade e duração das fixações visuais, qualidade da TD

e quantidade de opções geradas.

Atletas peritos consideram as informações visuais para prever o efeito das ações,

sendo essa capacidade de antecipação fundamental para um bom desempenho (AFONSO;

MESQUITA, 2013; BALSER et al., 2014; OLIVEIRA; LOBINGER; RAAB, 2014; PIRAS;

LOBIETTI; SQUATRITO, 2014). Segundo Poth et al. (2014), o monitoramento visual

define-se como a preparação para a detecção de eventos visuais no ambiente. Nesse sentido,

quando nos procedimentos de pesquisa se realiza o rastreamento ocular, este ocorre por meio

da gravação por infravermelho da movimentação dos olhos (AFONSO et. al., 2012ab; SÁEZ-

GALLEGO et al., 2013), que fornecem informações importantes para estabelecer quais os

sinais relevantes em determinadas situações, e assim facilitar a elaboração de processos de

ensino-aprendizagem (PIRAS; LOBIETTI; SQUATRITO, 2010; VILA-MALDONADO et

al., 2012).

1.1 JUSTIFICATIVA

O voleibol é uma modalidade esportiva que solicita do praticante um planejamento

estratégico das suas ações no ataque e na defesa. Desta forma, exige-se consideravelmente o

comportamento visual e o processamento cognitivo das informações do ambiente (colegas,

adversários, situações dos jogadores, placar, tempo, etc.) devido à alta imprevisibilidade do

jogo (SÁEZ-GALLEGO et al., 2013; ARAÚJO; AFONSO; MESQUITA, 2011;

MESQUITA, 1996; VILA-MALDONADO et al., 2012, 2014ab; ARROYO et al., 2008).

Schlappi-Lienhard e Hossner (2015) citam que apesar de vários estudos examinarem a

TD relacionada à percepção visual e conhecimento específico na modalidade, o atual estado

das pesquisas exibe limitações referentes à (1) análise da percepção visual com os sistemas de

rastreamento ocular, (2) a identificação de aspectos do jogo relevante de conhecimento de

domínio específico e (3) as interações entre ambos os aspectos para a TD. Além disso,

Johnson e Raab (2003) citam que a geração de opções em situações de TD é um importante

contribuinte para o desenvolvimento de modelos e metodologias voltadas para a melhora da

TD.

Assim torna-se importante o estudo no voleibol da (1) percepção de sinais relevantes e

direcionamento da atenção para a elaboração de uma resposta utilizando-se do rastreamento

ocular; (2) a análise da qualidade dessas respostas (TD); e (3) a geração de opções para a

resolução de situações reais de jogo.

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Considerando esses aspectos, o presente estudo justifica-se pelo interesse na busca do

conhecimento sobre como ocorre o direcionamento da atenção de atletas e não atletas de

voleibol durante a análise de cenas reais de jogo para a elaboração de uma resposta (TD). Isto

é, conhecer o comportamento de busca visual de atletas e não atletas em cenas de voleibol

recorrendo-se da utilização do rastreamento ocular via Eye Tracking, verificar a qualidade das

decisões tomadas e a quantidade de opções geradas.

Além disso, em um nível mais prático, o conhecimento dos elementos que sustentam o

desenvolvimento cognitivo ajuda a apontar os fatores que impactam efetivamente não só o

ensino e a prática dos esportes, mas também o desempenho e a aprendizagem da TD em

contextos similares, constrangidos temporalmente e com limitados recursos temporais

disponíveis.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Geral

O presente estudo objetiva (1) verificar o comportamento visual de atletas e não atletas

de voleibol; (2) verificar a qualidade da tomada de decisão (TD); e (3) verificar a quantidade

de opções geradas nos momentos com e sem oclusão visual em cenas de vídeos reais de jogo.

1.2.2 Específicos

- Analisar o número e a duração das fixações visuais de atletas e não atletas de

voleibol utilizando cenas de vídeos de jogos reais com situações de TD.

- Analisar a qualidade da TD de atletas e não atletas de voleibol utilizando cenas de

vídeos de jogos reais em diferentes situações.

- Analisar a quantidade de opções geradas por atletas e não atletas de voleibol

utilizando cenas de vídeos de jogos reais nos momentos com e sem oclusão visual.

1.3 HIPÓTESES

H0: O comportamento visual, a qualidade da TD e a quantidade de opções geradas

não se alteram quando comparados atletas e não atletas de voleibol utilizando cenas de vídeos

de jogos reais com situações de TD em nenhum momento.

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H1: O número de fixações visuais será menor e com maiores durações para a TD dos

atletas de voleibol em comparação com não atletas nas situações de análise de cenas de vídeo

de jogos reais.

H2: A qualidade da TD dos atletas em cenas reais de jogos de voleibol será melhor em

comparação com não atletas.

H3: A quantidade de opções geradas será maior nos momentos sem oclusão visual nas

análises das cenas reais de jogos de voleibol.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

De acordo com Moreno (1994), os JEC podem ser classificados como esportes de

cooperação-oposição e as ações de jogo resultam das interações dos participantes, produzidas

de forma que uma equipe coopere entre si para opor-se a outra que age também em

cooperação e que se opõe ao anterior. Os JEC podem ser analisados em relação ao uso do

espaço: compartilhado, quando existe invasão do campo do adversário (handebol,

basquetebol) ou não (voleibol); e à forma de participação dos jogadores: alternada (squash,

tênis, badminton, voleibol) ou simultânea (basquetebol, handebol, futebol, futsal) (MORENO,

1994).

Na dualidade colaboração-oposição no confronto entre os participantes no espaço de

jogo, e conforme as alternativas que o regulamento do jogo específico da modalidade

apresenta, desenvolvem-se comportamentos táticos, ou seja, os jogadores se movimentam e

realizam ações que seguem o objetivo tático específico para essa ação. Segundo Greco e

Benda (1998), tática é um conjunto de processos cognitivos-motores que em determinado

momento da relação espaço-tempo-energia caracterizadas na situação de jogo, conduzem à

TD adequada à solução desse problema. Barbanti (2003) cita tática referindo-se às alternativas

de decisão ou planos de ação que permitem resolver situações, garantindo o sucesso esportivo.

A tática nas modalidades esportivas coletivas refere-se à capacidade que o atleta possui para

resolver os problemas que o contexto do jogo impõe (SAAD; NASCIMENTO; MILISTETD,

2013; WILLIAMS; DAVIDS; WILLIAMS, 1999).

Na ação esportiva para obter sucesso a interdependência entre as ações de jogo se

apresenta como fator diferenciador. As ações são moduladas pela eficácia dos procedimentos

de jogo (SANTOS; MESQUITA 2003). Além disso, a redução do número de erros é um

importante indicativo da melhoria do desempenho, ocorrendo à partir da eficiência técnica-

tática (DIAS, 2004). Desta forma, torna-se necessária grande versatilidade nos planos tático,

técnico e físico durante o jogo. Portanto estes aspectos tornam-se relevantes durante a

elaboração do planejamento dos processos de ensino-aprendizagem-treinamento (E-A-T).

Os métodos de ensino não devem concentrar-se somente na execução de uma série de

habilidades motoras, mas também na aquisição de habilidades cognitivas (GIL et al., 2014),

essas habilidades oportunizam a aquisição do conhecimento tático, ao qual o jogador recorre

para solução das tarefas e problemas apresentados no jogo. Diferentes metodologias de

treinamento técnico-tático apresentaram efeitos relacionados a mudanças na capacidade tática

no decorrer do tempo (MENDONÇA, 2014). Variáveis relacionadas à capacidade tática são

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frequentemente testadas por meio de parâmetros como a competência de tomar decisões em

situações reais de jogo (COSTA et al., 2007).

2.1 CONHECIMENTO TÁTICO

Na psicologia cognitiva, o conhecimento é considerado em duas formas de

manifestação: declarativo (CD) e processual (CP) (ANDERSON, 1982; HOUSNER;

FRENCH, 1994). Alguns autores no Brasil (ABURACHID; GRECO; SILVA, 2014;

GONZAGA et al., 2014; GRECO, 2006b; LIMA; COSTA; GRECO, 2010; MATIAS;

GRECO, 2010; MENDONÇA, 2014; PORATH et al., 2012) e no exterior (ARAÚJO;

NEVES; MESQUITA, 2012; FERNÁNDEZ-ECHEVERRÍA et al., 2014; GARGANTA,

2001; GIL et al., 2011ab, 2013; GRÉHAIGNE; GODBOUT, 1995; WILLIAMS; DAVIDS;

WILLIAMS, 1999) adotam esta divisão, ressaltando a relação do conhecimento com a tática,

denominando esses, de CTD e CTP.

O caráter situacional das ações no jogo exige respostas táticas (PORATH et al., 2012),

isto é, na ação o jogador realiza mentalmente constantes interações entre seu Conhecimento

Tático Declarativo (CTD) e seu Conhecimento Tático Processual (CTP), ou seja, relaciona

mentalmente “o que fazer” e o “como fazer”, o que lhe demanda ativar processos cognitivos

que o conduzam à encontrar a TD adequada à situação que defronta (GARGANTA, 2001;

GRECO, 2006ab, 2013; LIMA; COSTA; GRECO, 2010; SILVA; GRECO, 2009).

O CTD baseia-se na construção de uma rede conceitual, que permite ao atleta saber “o

que fazer”, portanto, oportuniza uma extensa rede de ligações entre representações mentais e

conceitos, inter-relacionando elementos cognitivos (como memória, percepção e atenção)

constitutivos do processo de TD e sua realização (GRECO, 2006ab). O CTD pode ser

verbalizado perante questões relacionadas com aspectos táticos sobre quais melhores formas

de resolver situações de jogo, quais as melhores formas de tomar decisões, quais as funções

dos jogadores nas diferentes posições e quais as estratégias básicas de defesa e ataque

(GIACOMINI et al., 2011; OLIVEIRA; BELTRÃO; SILVA, 2003). Estudos mostram que o

CTD é importante para o desempenho motor de peritos (WILLIAMS; DAVIDS, 1995), sendo

observadas diferenças entre os atletas e treinadores com distintos níveis de experiência

(ABURACHID; GRECO; SILVA, 2014; ABURACHID; MORALES; GRECO, 2013;

ARAÚJO; NEVES; MESQUITA, 2012; GARCÍA-GONZÁLES et al., 2012; GIL et al.,

2011b, 2012; GONZÁLEZ-VÍLLORA et al., 2013).

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O CTP apresenta-se nas ações motoras visíveis do jogo, relacionadas ao “como”,

“quando” e “onde” aplicar determinada técnica esportiva (GRECO, 2006ab). O CTP

caracteriza-se pelo saber “como fazer”, relaciona-se à competência do jogador ao

operacionalizar os elementos motores que configuram uma ação, mesmo que não seja capaz

de expressá-la ou descrevê-la verbalmente (COSTA et al., 2010; FERNÁNDEZ-

ECHEVERRÍA et al., 2014; OLIVEIRA; BELTRÃO; SILVA, 2003; WILLIAMS; DAVIDS;

WILLIAMS, 1999). Como a representação do CP se dá via recurso da memória não

declarativa, em muitos casos os peritos podem não ter consciência dos processos por meio dos

quais eles se apoiaram para produzir essas soluções (MAXWELL; MASTERS; EVES, 2003).

O conhecimento pode ser investigado também no domínio do conhecimento

estratégico (ABERNETHY; THOMAS; THOMAS, 1993; ARAÚJO; NEVES; MESQUITA,

2012; GRÉHAIGNE; GODBOUT; BOUTHIER, 2001; THOMAS; THOMAS, 1994).

Alexander e Judy (1988) citam que o conhecimento estratégico é uma forma especial do CP,

uma forma de conhecimento específico que transmite a compreensão do quando e onde aceder

determinados fatos ou aplicar procedimentos particulares, dependente dos constrangimentos

situacionais que o jogador defronta.

Autores como Gréhaigne, Godbout e Bouthier (2001) e Thomas e Thomas (1994)

diferenciam formas de comportamento tático-estratégico do jogador o qual solicita relacionar

a recepção da informação com o conhecimento para a elaboração da resposta adequada,

determinando nos esportes coletivos, que as ações sempre tenham uma finalidade tática

conforme destacado por Garganta (2006) e Matias e Greco (2011). No voleibol, um esporte

eminentemente tático-estratégico, a questão do conhecimento do jogador deve ser relevante

quando pretende-se analisar diferentes variáveis condicionantes do rendimento do jogador e

da equipe (MATIAS; GRECO, 2009b; QUEIROGA et al., 2010).

No voleibol, foram propostos vários instrumentos para análises do CTD e do CTP.

Para o CTD, entre os que relacionam-se (1) os testes computadorizados como o “Teste de

CTD – Ataque de Rede” (PAULA, 2001) para situações de ataque de rede, o “Teste de CTD –

Levantador” (MATIAS; GRECO, 2009b) para situações de levantamento; e (2) os

questionários para avaliação geral do CTD como o “Questionário para avaliação do CTD no

voleibol” (MORENO et al., 2010) e o “Questionário para avaliação do CTD no voleibol em

contexto escolar” (PRITCHARD et al., 2008), entre outros. Para o CTP, temos (1) os

instrumentos de análise de jogo como o “Instrumento de Avaliação do Desempenho técnico-

tático do voleibol (IAD-VB)” (COLLET et al., 2011), o “Sistema de Observação e Avaliação

da distribuição no voleibol” (MOUTINHO, 1993, 2000); (2) e situações de alta competição -

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23

os scouts utilizados pela Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) e Federação

Internacional de Voleibol (FIVB) e o “Scout de Finalização” (HAIACHI et al., 2008); e (3) os

questionários como o “Questionário para avaliação do CTP no voleibol” (MORENO et al.,

2006a) e o “Questionário para avaliação do CTP no voleibol em contexto escolar”

(PRITCHARD et al., 2008), entre outros.

Estudos atuais no voleibol relacionam o nível de prática, rendimento e o

desenvolvimento técnico-tático na modalidade (ARAÚJO; NEVES; MESQUITA, 2012;

CASTRO et al., 2013; COSTA et al., 2013; FERNÁNDEZ-ECHEVERRÍA et al., 2014; GIL

et al., 2011ab, 2013; IGLESIAS et al., 2005; MATIAS; GRECO, 2013; MORENO et al.,

2006ab; PORATH et al., 2012), por exemplo, nos estudos de Gil et al. (2011a) encontraram-

se diferenças significativas nos níveis de CTP e CTD em relação aos anos de experiência

federada na modalidade (GIL et al., 2011b) e também às diferentes categorias de jogo (GIL et

al., 2011a), sendo mais elevados à medida que aumenta-se as categorias e a experiência na

modalidade. Moreno et al. (2006b) encontraram diferenças significativas nos níveis de CTD

de atletas de voleibol sendo maiores quanto maior o tempo de experiência na modalidade. Nos

estudos de Fernández-Echeverría et al. (2014) e Moreno et al. (2006a) encontraram-se

diferenças significativas positivas para o CTP em relação à nível de experiência federada e

rendimento de jovens atletas de voleibol, demonstrando que quanto maior a experiência,

maior o rendimento e maior o nível de CTP. Já Araújo, Neves e Mesquita (2012) não

encontraram diferenças no CTP de jogadoras de voleibol de diferentes faixas etárias e

experiência específica. Os resultados contraditórios podem ser explicados pelos diferentes

níveis de experiência e faixas etárias considerados nos artigos apresentados.

Embora existam essas diferenças entre esportes devido à natureza específica do jogo,

considera-se que o conhecimento está relacionado à capacidade de análise de informações

relevantes e, por isso, jogadores mais experientes são capazes de antecipar mais

adequadamente a ação do adversário (VANSTEENKISTE et al., 2014). No trabalho realizado

por Saad, Nascimento e Milistetd (2013) com atletas de futsal e por Porath et al. (2012) com

atletas de voleibol, a experiência esportiva favoreceu o maior nível de desenvolvimento

técnico-tático dos jogadores. Porath et al. (2012) cita que o desempenho técnico tático dos

atletas de voleibol relacionados à experiência na modalidade ocorre à partir da categoria

infantil, visto que representa o inicio de uma especialização esportiva, o que não ocorre na

categoria anterior (mirim). Na categoria mirim, os processos de treinamento apoiam-se mais

em estruturas gerais, não abordando especificamente o aprofundamento técnico-tático.

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2.1.1 Relação entre a memória e o conhecimento tático

A memória é a capacidade de adquirir, conservar e restituir informações (DORSCH;

HÄCKER; STAPF, 2001). Segundo Sternberg (2010) a memória, constitui-se em uma

estrutura com a função de atender a uma finalidade particular nas interações da pessoa com o

ambiente. A mesma, a partir da experiência prévia desenvolve a capacidade de alterar o

comportamento (HELENE; XAVIER, 2006). A memória permite aos organismos vivos

ajustar o seu comportamento com base nas informações adquiridas por meio de suas

experiências com o mundo (KLEIN et al., 2002), portanto, tem sua finalidade no

fornecimento, de informações úteis para os sistemas de TD dos organismos (PIZZERA;

RAAB, 2012). A aquisição, formação, conservação e evocação de informações constituem as

principais operações mnemônicas (IZQUIERDO, 2011).

Diversos estudos citam a memória como uma estrutura complexa, constituída por

formas distintas de armazenamento e dependente dos sistemas cerebrais, demonstrando que as

informações são adquiridas em diferentes domínios, representadas e recuperadas (KLEIN et

al., 2002; KRUPA, 2009; POLDRACK et al., 2001; POLDRACK; PACKARD, 2003;

POLDRACK; RODRIGUEZ, 2004). Além disso, pesquisas buscam relacionar a influência da

memória no conhecimento tático e na TD (AFONSO; GARGANTA; MESQUITA, 2012;

FURLEY; MEMMERT, 2015; GARCÍA-GONZÁLEZ et al., 2013; KLEIN et al., 2002;

LABORDE; FURLEY; SCHEMPP, 2015; LOLA; TZETZIS; ZETOU, 2012; PIZZERA;

RAAB, 2012; SHARPS; HESS; RANES, 2007; SILVA; OLIVEIRA; HELENE, 2013).

Laborde, Furley e Schempp (2015) encontraram uma diminuição no desempenho da

memória de trabalho (MT) a partir de uma condição de baixa pressão temporal para condição

de alta pressão temporal. Os autores citam que a falha em habilidades sob pressão está

relacionada com a MT de duas formas: bloqueando a capacidade limitada da MT com outras

habilidades cognitivas ou carregando a MT com conhecimento declarativo, impedindo a

execução de habilidades que dependem do conhecimento processual (LABORDE; FURLEY;

SCHEMPP, 2015). De acordo com Lola, Tzetzis e Zetou (2012), em seu estudo com atletas

novatas de voleibol, observou-se que o papel da MT é reduzido nas fases iniciais de

aprendizado, sendo o acúmulo de conhecimento declarativo (por meio de processos de

aprendizagem explícita) benéfico para o CTP e melhorar a TD.

De acordo com García-González et al. (2013), tenistas na situação de jogo

concretizam suas decisões influenciados por duas adaptações da memória de longo prazo: (1)

os perfis de planos de ação armazenados na memória de longo prazo são utilizados para

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decidir e realizar a ação; e (2) os perfis de eventos atuais, scripts táticos que orientam a

construção e mudanças nas ações subsequentes serão armazenados na memória de longo

prazo. Embora a memória de longo prazo seja efetiva para uma capacidade de tomar decisões,

ela afigura-se insuficiente (AFONSO; GARGANTA; MESQUITA, 2012), sendo necessários

que os aspectos relevantes estejam presentes em um contexto muito próximo da situação de

TD imediatamente disponíveis na MT (SHARPS; HESS; RANES, 2007). Ressalta-se, assim,

que a memória é um processo contínuo de manifestações que interage com a TD de uma

forma flexível e dinâmica, podendo exercer um papel relevante ou até mesmo irrelevante na

decisão (AFONSO; GARGANTA; MESQUITA, 2012).

Além disso, a MT influencia diretamente no comportamento de busca visual e

focalização da atenção (KREITZ et al., 2014) direcionando a percepção dos estímulos para o

que está armazenado na MT (MORIYA; KOSTER; RAEDT, 2014). Pessoas com maior

capacidade de MT são mais rápidas e precisas em tarefas atencionais (KREITZ et al., 2014;

McCULLICK et al., 2006).

O conjunto das capacidades inerentes ao rendimento esportivo se inter-relacionam no

momento da TD, sendo que os processos cognitivos contribuem nessa função (LIMA;

COSTA; GRECO, 2010). O conhecimento influencia outros processos cognitivos (GARCÍA-

GONZÁLEZ et al., 2013), dentre eles destacam-se ao realizar-se uma ação a percepção, a

atenção, a antecipação, a memória, o pensamento, e a inteligência tática, processos que

confluem na tomada de decisão (MATIAS; GRECO, 2010; PORATH et al., 2012; SILVA;

GRECO, 2009; WILLIAMS; FORD, 2008; WILLIAMS; REILLY, 2000).

2.2 TOMADA DE DECISÃO (TD)

A tomada de decisão (TD) pode ser definida como o processo de escolha entre duas ou

mais alternativas concorrentes, onde demanda-se análise da eficácia de cada opção e a

estimativa de suas consequências (MATA et al., 2011). Sendo assim, de acordo com Marasso

et al. (2014), TD é a capacidade das pessoas de escolher entre diferentes opções em diferentes

condições em um determinado tempo (momento). Considera-se TD como a realização de um

processo intencional, direcionado a um objetivo, sendo considerada nos esportes como uma

“cognição em ação”, isto é, o solicita-se da “cognição” na elaboração de uma resposta (para

realizar a ação) perante uma situação do jogo (GRECO, 2009b). Júnior e Almeida (2013)

sintetizam a definição de TD considerando-a como o planejamento de uma ação intencional

para atingir uma meta como resposta aos problemas encontrados. Para Raab (2005; 2007), a

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TD é a escolha vinda do conhecimento para eleger a técnica correta em função da situação

que se desenvolve a ação do jogo, relacionada ao contexto da situação.

A TD supõe o processo de selecionar uma resposta em um ambiente de múltiplas

respostas e escolhas possíveis (SANFEY, 2007; MATIAS; GRECO, 2011). No processo

decisional, encontram-se numerosas variáveis que interagem para chegar a decisão concreta

em uma situação determinada de jogo (DOMÍNGUEZ et al., 2010, 2011). Isto envolve

processos cognitivos (MATIAS; GRECO, 2011) como percepção (JANELLE; HATFIELD,

2008; PALMI, 2007; WILLIAMS; GRANT, 1999), atenção (AFONSO; GARGANTA;

MESQUITA, 2012; BRANDT et al., 2012; HÜTTERMANN; MEMMERT, 2014, 2015;

JOHNSON, 2006; OLIVEIRA; LOBINGER; RAAB, 2014), antecipação (TENENBAUM,

2003), memória (DODDS; GRIFFIN; PLACEK, 2001; FURLEY; MEMMERT, 2012, 2015;

HILL; WINDMANN, 2014; PIZZERA; RAAB, 2012), pensamento, inteligência (AFONSO;

GARGANTA; MESQUITA, 2012; GRECO, 2006ab) e fatores fisiológicos como a

intensidade do exercício (JÚNIOR; ALMEIDA, 2013), que estarão de certa forma

condicionando a TD. Vila-Maldonado et al. (2014b) destacam a importância de se conhecer

os processos decisionais a fim de melhorar o rendimento dos atletas peritos e otimizar a

formação e treinamento dos atletas iniciantes.

O esporte oferece uma excelente oportunidade para o estudo da TD devido uma série

de fatores presentes nas ações esportivas como, por exemplo, os agentes da decisão

(treinadores, jogadores), tarefas a serem executadas (alocação da bola, início do jogo) e

contextos de jogo (durante o jogo, durante o tempo de espera) (JOHNSON, 2006). A

imprevisibilidade no esporte dificulta a oportunidade de um adversário antecipar com sucesso

o tipo de jogada a ser realizada pelo seu oponente. Ao mesmo tempo, o esporte proporciona

aos pesquisadores a oportunidade de analisar uma variedade de processos cognitivos

relacionados à TD (JOHNSON, 2006; LIMA; COSTA; GRECO, 2010; MATIAS; GRECO,

2011). Incluem-se assim processos como a atenção, a antecipação, a memória (JÚNIOR;

ALMEIDA, 2013), o reconhecimento de padrões e reconhecimento de sinais relevantes,

fatores esses que contribuem para o sucesso no jogo (RAAB, 2005, 2007).

Sabe-se que no contexto do jogo são requeridos do praticante as capacidades

cognitivas de percepção, pensamento, inteligência, TD, entre outras (COSTA et al., 2007;

LIMA; COSTA; GRECO, 2010; PINHO et al., 2010; RAAB, 2005, 2007), o que determina

que esses processos sejam considerados no ensino-aprendizagem-treinamento. Os processos

citados fazem com que o esporte seja considerado um “laboratório” ideal para o estudo dos

processos cognitivos (GASPAR; FERREIRA; PÉREZ, 2005). O processo de TD ocorre pela

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exploração do ambiente e de acordo com as características psicossociais do indivíduo

(ARAÚJO, 2009).

A decisão motora decorre de forma simultânea nas interações do tratamento da

informação conforme os processos de botton-up e top-down (RAAB, 2003). O conhecimento

tático assume o papel do eixo de um pêndulo entre ambos os processos (botton-up e top-

down) (ABURACHID; GRECO, 2010; MORALES; GRECO, 2007), as relações entre estes

processos ocorre de forma pendular, oportunizando-se construir a TD. Assim, na proposta

dessa alternativa para se considerar como se procede a TD, o pêndulo da troca de informações

ocorre nas estruturas de recepção (percepção, antecipação e atenção) e processamento da

informação (pensamento e inteligência) (MORALES; GRECO, 2007), sendo a memória

crucial na relação entre o passado, presente e futuro (consequências da mesma), e na interação

do CTD e CTP na ação, como afirmam Memmert e Perl (2009).

Laborde e Raab (2013) citam que a TD é muitas vezes descrita por uma escolha final

já apresentada dentro de um conjunto fixo de opções, ignorando-se como as opções são

geradas no ambiente ou recuperadas pela memória. Relatórios sobre experiências e eventos

passados não dependem apenas da recuperação das informações armazenadas na memória,

mas também de um processo de TD subjetivo (intuitivo), que desempenha um papel especial

quando o traço de memória é fraco ou de difícil recuperação, colocando dúvida na decisão a

ser tomada (HILL; WINDMANN, 2014).

A TD nos esportes ocorre sob condições de pressão de tempo (CAUSER; FORD,

2014) e capacidade cognitiva limitada (RAAB, 2012), o que demanda conhecimento tático

adquirido previamente, ou seja, solicitam-se a extração de informações relevantes do

ambiente de jogo e buscar a solução tática adequada para os diferentes cenários (SANFEY,

2007). A seleção da resposta correta em uma situação de jogo é tão importante quanto à

execução motora (VILA-MALDONADO et al., 2012, 2014b). O conhecimento tático

orientando a TD é um componente essencial dos jogos esportivos coletivos, refletindo a

competência do participante de planejar com antecedência e influenciar as decisões dentro de

uma situação (RAAB, 2007). Nos esportes, os peritos utilizam menos informações,

apresentam um menor número de fixações (RAAB; LABORDE, 2011), conseguem gerar um

número menor de opções com maior qualidade (JOHNSON; RAAB, 2003) e obtêm respostas

mais rápidas (RAAB; JOHNSON, 2007) do que os novatos na TD (OLIVEIRA; LOBINGER;

RAAB, 2014; PIZZERA; RAAB, 2012).

Tomar uma decisão tática nos esportes significa que o atleta define: o que fazer,

porque fazer, quando fazer, onde fazer, e também como fazer, ou seja, com qual gesto técnico

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será concretizada a TD necessária para solucionar a tarefa ou problema que o aluno/atleta se

defronta na situação (JOHNSON, 2006; LIMA; MATIAS; GRECO, 2012; PINHO et al.,

2010; RAAB, 2005, 2007). Em tal processo, a percepção do jogador facilita apurar os sinais

relevantes da ação, sendo necessário entender a importância da alternância do foco da atenção

(HÜTTERMANN; MEMMERT, 2015), a antecipação e o controle visual, bem como a

atenção orientada, o tempo de decisão (CAUSER; FORD, 2014; JOHNSON; RAAB, 2003;

LABORDE; RAAB, 2013; PIZZERA; RAAB, 2012; RAAB; JONHSON, 2007; RAAB;

LABORDE, 2011) que conduzem a uma TD eficiente (WILLIAMS; FORD, 2008;

WILLIAMS; REILLY, 2000), observação dos detalhes do adversário, o contexto externo,

contexto situacional, os movimentos do adversário e intuição (SCHLAPPI-LIENHARD;

HOSSNER, 2015).

Em primeiro lugar, a experiência (ou seja, o fato de ter vivências anteriores) determina

a preferência inicial por uma opção específica. Nas situações imprevisíveis do jogo

certamente existe uma predisposição por opções que são conhecidas e foram bem sucedidas

anteriormente (JOHNSON, 2006). Nesse contexto a capacidade cognitiva que interfere no

processo decisório é a memória (FURLEY; MEMMERT, 2012, 2015; HILL; WINDMANN,

2014; PIZZERA; RAAB, 2012), auxiliando o direcionamento da atenção e das estratégias de

focalização e antecipação adotadas (JÚNIOR; ALMEIDA, 2013). Logo, aspectos

relacionados à cognição tornam-se fundamentais para um rendimento satisfatório nos JEC

(LIMA; MATIAS; GRECO, 2012).

2.2.1 Modelos teóricos da TD no esporte

De acordo com Greco (2009), existe uma carência de modelos teóricos que descrevam

os processos geradores da TD na ação esportiva, sendo, um dos motivos da mesma explicado

pelas múltiplas interações dos processos cognitivos intervenientes da decisão (conhecimento e

processos subjacentes), e das influências e dos condicionantes contidos nas capacidades

técnico-táticas. Esse autor ainda sugere que os principais modelos de TD em esportes

agrupariam-se em: (1) Modelos sequenciais (destacando-se os trabalhos de TEMPRADO;

FAMOSE, 1993; KONZAG, 1981; entre outros); (2) Modelos de comportamento decisório

antecipativo - SMART (destacando-se os trabalhos de RAAB, 2003; 2007); (3) Modelo da

interação bidirecional entre a TD, percepção e ação (OLIVEIRA et al., 2009); o que levara

esse autor a propor um (4) Modelo Pendular (GRECO, 2006ab; 2009) relacionando as

informações em contextos de interação, decorrendo-se paralelamente e não sequencialmente

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como muitas vezes proposto. Mais recentemente, Raab (2015) propôs uma reformulação no

modelo SMART, apresentando um modelo estendido e revisado denominado pelo autor como

SMART-ER.

Nos modelos sequenciais (onde destacam-se, por exemplo, os modelos propostos por

TEMPRADO; FAMOSE, 1993; KONZAG, 1981) (Figura 1) o processamento da informação

distribui-se ao longo de fases, de forma sequencial, e sucedem-se sem recuperação temporal,

ou seja, a informação só passa de uma fase para outra depois de ter sido tratada, o que torna

mais longa a duração do respectivo processamento (TAVARES, 1995).

Figura 1 - Fases do processo de tomada de decisão técnico-tática.

Fonte: KONZAG, 1981.

Esses modelos têm sido criticados, pois nas diversas situações de jogo o atleta não

teria tempo suficiente para realizar todo esse processamento de informações e cumprir todas

as tarefas, bem como não observam-se possíveis mecanismos de feedback internos, o que

dificulta a sua aceitação de forma incondicional (GRECO, 2009).

Perspectivas teóricas baseadas no processamento cognitivo, com eminente importância

de processos top-down, ou seja, tratamento da informação de cima para baixo, do cérebro para

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o ambiente (ROCA et al., 2011), e relacionadas às abordagens ecológicas, com eminente

importância de processos bottom-up, ou seja, do processamento impelido pelo ambiente,

denominado de baixo para cima (TRAVASSOS et al., 2013) são frequentemente adotadas,

apresentando visões complementares sobre o problema. Recentemente, novas abordagens da

tomada de decisão buscam ampliar as interações entre processos top-down e bottom-up.

Dentre essas abordagens, encontram-se os modelos de comportamento decisório antecipativo,

destaca-se o denominado “Modelo de Antecipação das Consequências das Respostas em

Situação de decisões Táticas” (Situation Model of Antecipated Response Consequences of

Tactical Decisions – SMART), proposto por Raab (2003, 2007) e apresentado na figura

abaixo (Figura 2).

Figura 2 - SMART: Situation Model of Antecipated Response Consequences of Tactical Decisions

(Modelo de Antecipação das Consequências das Respostas em Situação de decisões Táticas).

Fonte: RAAB, 2007.

O SMART contempla os processos cognitivos subjacentes à TD tática considerando as

duas possíveis estratégias de tratamento da informação presente na situação de jogo,

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reconhecendo-a de forma explícita (top-down) ou implícita (bottom-up). Neste modelo,

processos top-down e bottom-up são apresentados enquanto funções da experiência

representados em classe de equivalência, ou seja, tanto processos cognitivos quanto

possibilidades de ação no meio relacionam-se até a TD. Por outro lado, autores ainda

explicam a TD por meio de achados no campo das teorias ecológicas. Nelas, pesquisadores

apontam que a tomada de decisão emerge com menor participação das representações internas

– ou seja, memória – sendo em resumo uma relação bidirecional entre a atenção (e a

percepção de estímulos) e a ação (OLIVEIRA et al., 2009). Assim o modelo proposto por

Oliveira et al. (2009) descreve uma interação bidirecional entre a TD e o complexo

percepção-ação, como se realiza a aprendizagem e como se capta experiência para melhorar a

TD (Figura 3).

Figura 3 - Modelo de interação bidirecional entre a tomada de decisão, percepção e ação.

Fonte: OLIVEIRA et al., 2009.

As interações entre a TD, percepção e ação são influenciadas pelas restrições imposta

pelo meio ambiente e de acordo com o tempo, o atleta vivencia mais experiências que são

guardadas na memória de curto, médio e longo prazo. Observa-se que as interações entre os

elementos (TD, percepção e ação) se fortalecem à medida que se essas vivências são

armazenadas na memória, sendo mais concisas e mais fortes quando se perpassa da memória

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de curto, para a de médio e finalmente para a de longo prazo (representada no modelo pelas

espessuras das linhas que interligam os elementos). O SMART (RAAB, 2003; 2007) e o

modelo de interação bidirecional entre a TD, percepção e ação sugerido por Oliveira et al.

(2009) permitem que professores e treinadores planejem processos de E-A-T considerando

atividades direcionadas a concretizar a interação entre duas formas distintas de aprendizagem:

explícita e implícita. Com isso, os processos de TD são modelados de forma que tanto a

recepção e a elaboração de informações via top-down e bottom-up ocorra concomitantemente

e sobre uma perspectiva interligada (RAAB, 2003).

O modelo pendular de Greco (2006a), modificado em Greco (2009) indica que a TD

deriva-se do conhecimento tático-técnico que o atleta detém, indicando que o tratamento das

informações e as decisões ocorrem de forma paralela e simultânea, inter-relacionando-se e

trocando informações entre as estruturas de recepção, elaboração de informação que decorrem

de maneira pendular e simultaneamente à realização da ação motora, ou seja, concretizar a

TD. A ideia fundamental é de considerar o processo de TD na visão pendular (lateral e

verticalmente), permitindo a compreensão de como se procede a TD. Nesse contexto o

modelo facilita a compreensão de que o indivíduo organiza e codifica os sinais, relacionando-

os com os aspectos novos, sendo a estrutura do conhecimento técnico-tático (processual e

declarativo) o elo para essas conexões. Nesse movimento pendular apresentam-se

permanentemente, interações do conhecimento técnico-tático com as estruturas que compõe a

TD. O conhecimento constitui-se no eixo de recepção e estruturação da elaboração das

informações.

Logicamente a memória ocupa um papel central nesse processamento e elaboração de

soluções. A estrutura perceptiva é constituída pela tríade dos processos de percepção-

antecipação-atenção, já no processamento de informações destaca-se a díade pensamento-

inteligência. O comportamento tático se visualiza externamente a partir da execução técnica,

isto é do conhecimento processual, automatizado, internalizado na memória (GRECO,

2006ab).

No modelo pendular proposto por Greco (2006a, 2009), observa-se que a TD

concretizada pode ser inteligente e/ou criativa, pois toda decisão criativa é um ato inteligente,

sendo pré-requisitos a novidade, a adequação e a flexibilidade (BAR-ELI; RAAB, 2006;

FURLEY; MEMMERT, 2015; MEMMERT; HÜTTERMANN; ORLICZEK, 2013;

MEMMERT; PERL, 2009; ROTH; RAAB; GRECO, 2000; ROTH; SCHÖRER; GRECO,

2004; WILLIAMS; FORD, 2008; WILLIAMS; REILLY, 2000).

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Ainda seguindo essa linha de modelos para a TD, atualmente Raab (2015) propõe uma

mudança em seu modelo SMART, denominado pelo autor de “Modelo de Antecipação das

Consequências das Respostas em Decisões Táticas – Estendido e Revisado” (Situation Model

of Antecipated Response Consequences in Tactical Decisions – Extended and Revised ) –

SMART-ER (Figura 4).

Figura 4 - SMART-ER: Situation Model of Antecipated Response Consequences in Tactical Decisions

– Extended and Revised (Modelo de Antecipação das Consequências das Respostas em Decisões Táticas –

Estendido e Revisado).

Fonte: RAAB, 2015.

Segundo o autor, a manipulação dos processos de bottom-up e top-down avaliou-se

aplicando-se pressão de tempo e também em situações complexas, o que envolve escolhas

para a TD e reduz o acesso rápido ao conhecimento que se encontra na memória. No

SMART-ER, o autor destaca quatro tipos de interações dos processos de bottom-up e top-

down que envolvem a organização da TD, descritas abaixo na figura 5.

Figura 5 - Interações dos processos de bottom-up e top-down que envolvem a organização da TD

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Fonte: RAAB, 2015.

Na interação seletiva é selecionado apenas um processo (bottom-up ou top-down), não

havendo uma simultaneidade entre eles; na interação competitiva, os dois processos

contribuem, porém sempre há um que emerge como dominante; na interação consolidada os

dois processos são envolvidos na TD, neles a ligação proporciona o direcionamento de uma

resposta mais rápida. Pela sua vez, na interação corretiva descreve-se a sequência dos efeitos

dos processos. As interações presentes na TD são dinâmicas e dependem das experiências

prévias vivenciadas e dos seus sucessos, na utilização das mesmas armazenadas na memória

(Figura 5).

Portanto o modelo SMART-ER prevê quando as interações dinâmicas entre os

processos de bottom-up e top-down tem um efeito benéfico ou prejudicial no desempenho e

aprendizagem dependendo de características e restrições situacionais como a complexidade

ou pressão de tempo (RAAB, 2015).

2.2.2 Tomada de decisão (TD) no voleibol

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Modalidades esportivas como o voleibol, exigem habilidades específicas como o

reconhecimento da informação visual proporcionada pela situação de jogo, os sinais que

emergem dos comportamentos dos diferentes esportistas participando direta e indiretamente

da ação, a elaboração das suas estratégias de percepção e TD (condicionadas pela conexão

entre o sistema visual e os lóbulos frontais do cérebro) e a produção eficiente de ações

específicas resultantes da integração entre o sistema visual, cérebro e corpo (KUKLA et al.,

1996; PALMI, 2007), ou seja, um complexo e delicado processo de interações entre pessoa-

tarefa-ambiente, do qual emergem respostas e ações para obter-se vantagem no jogo.

A otimização do conhecimento tático (ARROYO et al., 2008), as capacidades

perceptivo-visuais e de TD são imprescindíveis em esportes abertos como o voleibol,

caracterizados por situações e ambiente variável (VILA-MALDONADO et al., 2012, 2014b),

movimentos rápidos da bola, focalizações variadas entre oponente e ambiente (VILA-

MALDONADO et al., 2014a), pressão de tempo e as opções diversas para resolução da ação

(RAAB, 2003).

No estudo realizado por Pereira e Tavares (2003) com 18 levantadores não

verificaram-se diferenças no tempo da TD adequada quando comparados os atletas da

primeira e segunda divisões do campeonato português de voleibol, o que significa que as

decisões corretas não diferiram nos tempos de resposta. Esses resultados explicam-se pelos

semelhantes níveis de experiência e idades entre os atletas utilizados no estudo.

Bordini et al. (2015) realizaram um estudo com atletas masculinos de voleibol de

diferentes níveis de experiência relacionando a oclusão temporal de cenas de ataque com a

antecipação das respostas (TD) de defesa, encontrando-se melhores antecipações e respostas

nos atletas mais experientes.

Para o Ensino-Aprendizagem-Treinamento (E-A-T) da TD nos esportes, no entanto, é

importante a compreensão da lógica do jogo (RAAB, 2007). No estudo realizado por

Schlappi-Lienhard e Hossner (2015) com o objetivo de identificar os fatores que influenciam

nas TD de atletas de vôlei de praia em situações de defesa, constatou-se que a TD depende

dos detalhes da informação emitida na situação de jogo pelo adversário, o contexto externo, o

contexto situacional específico e os movimentos do adversário. Além disso, relata-se uma alta

influência do comportamento visual e do domínio do conhecimento específico da modalidade.

É importante que a transferência de aprendizagem considere a influência de experiências

anteriores sobre a realização de uma ação em um novo contexto.

Domínguez et al. (2011) realizaram um estudo com jogadores de voleibol na etapa de

formação (14 e 15 anos de idade) com o objetivo de uma intervenção com um programa de

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supervisão reflexiva das suas próprias ações de ataque para melhora da TD nesse fundamento

tático. Encontraram-se diferenças significativas para os atletas quando comparados a pré e a

pós intervenção de forma positiva para a melhora na TD.

Nos esportes coletivos, como o voleibol, tendo em vista a necessidade de concretizar-

se a TD de forma muito veloz, pois as ações correm – conforme já explicitado – com elevada

pressão de tempo, emerge a necessidade de se integrar os processos cognitivos e as

habilidades motoras (DICKS; BUTTON; DAVIDS, 2010; TRAVASSOS et al., 2013).

Estudos demonstraram em diferentes categorias do voleibol que os atletas conseguem tomar

uma decisão correta porém não conseguem explica-la, verbalizá-la declarando o porque

tomaram aquela decisão, demonstrando-se assim um baixo nível de CTD e um alto nível de

CTP (CASTRO et al., 2013; COSTA et al., 2013; LIMA et al., 2005; MATIAS;

GIACOMINI; GRECO, 2004; MATIAS; GRECO, 2013).

Lola, Tzetzis e Zetou (2012) estudaram o efeito da aprendizagem explícita, implícita e

sequencial (implícita-explícita) na aquisição e retenção da habilidade de TD com 60 atletas

femininas de voleibol com idades entre 10 e 12 anos. Nesse estudo o grupo de aprendizagem

sequencial foi mais rápido e mais preciso nas decisões quando comparados aos outros grupos.

Concluiu-se que se o papel da MT é reduzido nas fases iniciais de aprendizado, o acúmulo de

conhecimento declarativo (aprendizagem explícita) pode beneficiar o CTP e melhorar a TD.

Araújo, Neves e Mesquita (2012) realizaram um trabalho com atletas femininas de

voleibol de diferentes faixas etárias e experiência específica na modalidade com o objetivo de

comparar o CTP, TD e desempenho da jogadora em uma ação. Nesse estudo os autores não

encontraram diferenças significativas entre os parâmetros avaliados nas comparações entre os

grupos.

No trabalho realizado por Arroyo et al. (2008), com levantadoras de voleibol de

diferentes níveis de perícia, as atletas mais experientes (peritas) apresentaram melhores

resultados no CTP e na representação de problemas táticos do jogo quando comparadas à

atletas de nível médio e baixo de experiência na modalidade.

Em um estudo recente realizado por Vila-Maldonado et al. (2014a), foram encontradas

diferenças significativas no número de respostas corretas utilizando-se de pré-pistas visuais e

oclusão da fase pós-contato com a bola quando comparados jogadores peritos e não atletas de

voleibol. Os resultados indicam que os jogadores peritos decidem melhor que os não atletas

em situações de oclusão através de pré-pistas visuais. Já em outro estudo realizado por Vila-

Maldonado et al. (2014b) com atletas de voleibol, não foram encontradas diferenças entre os

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grupos de elite e amadoras em situações de bloqueio para a quantidade de respostas corretas

(TD).

Com o avanço tecnológico, conta-se atualmente com um sistema de rastreamento

ocular (denominado Eye Tracking) que inclui métodos para detecção do movimento dos olhos

(GEGENFURTNER; LEHTINEN; SALJO, 2011), a análise da movimentação do globo

ocular e dilatação da pupila (LARSSON et al., 2015; NUMMENMAA; HYÖNÄ; CALVO,

2006), utilizando principalmente o princípio de reflexão da córnea via emissão de raio

infravermelho (TIEN et al., 2014). Com isso, utiliza-se do Eye Tracking para análises do

comportamento visual, obtendo-se o número, duração e locais de fixação visual realizado pelo

usuário, mapeando-se assim os pontos de interesse e servindo de base para a condução de

treinamentos específicos no caso dos esportes.

2.3 COMPORTAMENTO VISUAL NOS ESPORTES

As informações obtidas são armazenadas na memória e controlam a interação entre a

percepção, atenção e TD (OLIVEIRA et al., 2009). As mesmas consolidam-se com o aumento

do conhecimento tático (FURLEY; MEMMERT, 2015). Além disso, a memória influencia

diretamente no comportamento de busca visual e focalização da atenção (KREITZ et al.,

2014) direcionando os estímulos para o que está armazenado na memória de trabalho

(MORIYA; KOSTER; RAEDT, 2014), existindo uma busca de “sinais relevantes” para a

ação (GRECO, 1989).

O rastreamento ocular define-se como o a rota de eventos oculomotores no espaço em

um período de tempo específico (HOLMQVIST et al., 2011). Com o avanço tecnológico,

atualmente o sistema de rastreamento ocular (denominado Eye Tracking) permite a detecção

do movimento dos olhos (GEGENFURTNER; LEHTINEN; SALJO, 2011; VICKERS, 2007;

WILLIAMS; JANELLE; DAVIDS, 2004), a análise da movimentação do globo ocular e

dilatação da pupila (HANSEN; HAMMOUD, 2007; LARSSON et al., 2015;

NUMMENMAA; HYÖNÄ; CALVO, 2006) utilizando-se principalmente do princípio de

reflexão da córnea via emissão de raio infravermelho (TIEN et al., 2014). Desta forma é

possível realizar a gravação e análise do comportamento visual obtendo-se informações como

o número, duração e locais de fixação visual em uma determinada cena dinâmica ou imagem

apresentada.

2.3.1 Busca visual

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38

A percepção é um dos processos psicológicos básicos do ser humano que permite

extrair informações do meio e melhorar a relação com o contexto em que se encontra

(PALMI, 2007). Segundo Barbanti (2003), a percepção compreende um processo pelo qual o

indivíduo se torna consciente dos objetos e das relações com o ambiente, no qual depende dos

processos sensoriais.

Conforme a literatura (GRECO, 2004, 2009a; NEISSER, 1974, 1979; SAMULSKI,

2002; SONNENSCHEIN, 1987), a percepção é dividida em externa e interna. A percepção

externa no jogo é aquela que diz respeito ao espaço, profundidade, tamanho, distância do

adversário e do colega, forma, distância da ação que ocorre no jogo, etc. A percepção interna

abrange informações pessoais, sobre o estado dos órgãos dos sentidos.

Habilidades perceptivas e cognitivas são fundamentais no desempenho em tarefas

dinâmicas e com pressão de tempo, como ocorre no esporte e particularmente no voleibol

(AFONSO; MESQUITA, 2013; PIZZERA; RAAB, 2012; WILLIAMS; GRANT, 1999), onde

o processamento das informações depende dos sistemas sensoriais (como a visão), do cérebro

e do aproveitamento consciente do que foi extraído do meio (PALMI, 2007), ou seja, a

percepção e o conjunto de processos atencionais tornam-se relevantes nessa modalidade.

O mecanismo senso-perceptivo tem relação com a experiência dos atletas (JÚNIOR;

ALMEIDA, 2013; PIZZERA; RAAB, 2012), com a detecção dos estímulos, a memória de

longo prazo (PIRAS; LOBIETTI; SQUATRITO, 2014), com o conhecimento tático

(ARROYO et al., 2008) com a atenção seletiva, a interpretação das informações, a ativação, a

vigilância (VILA-MALDONADO et al., 2012) e com a antecipação (LIU, 2015). Evidências

empíricas suportam que diferentes habilidades perceptivas, tais como pistas visuais

avançadas, reconhecimento de padrões ou conhecimento das probabilidades situacionais

diferenciam os níveis de perícia (MEMMERT, 2006; WILLIAMS; GRANT, 1999). No

entanto, apesar do grande número de pesquisas com foco nas habilidades perceptivo-

cognitivas no esporte, ainda não está claro se os anos de experiência de treinamento na

modalidade estão associados a um desempenho superior em testes de processos perceptivos e

cognitivos básicos, mesmo sendo observados melhores resultados dos atletas de elite devido

aos efeitos combinados de treinamento físico e estimulação cognitiva proporcionada pelo

próprio jogo (ALVES et al., 2013).

O conhecimento prévio do ambiente, objeto, objetivos e sinais relevantes da tarefa

oportunizam um elevado desempenho em respostas e movimentos dos olhos (MACK;

ECKSTEIN, 2011). A mobilidade ocular extrínseca é a responsável dos mecanismos

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neuromusculares que produzem o movimento dos olhos de forma voluntária (MORENO;

ÁVILA; DAMAS, 2001) com a finalidade de situar a imagem do objeto com informação

relevante na zona visual e perceber as mudanças e movimentos do ambiente (QUEVEDO;

SOLÉ, 2007). Moreno, Ávila e Damas (2001) citam que para investigar a natureza da

observação no comportamento visual no esporte, destacam-se três variáveis dentro da

mobilidade ocular: (1) Fixações visuais; (2) Movimentos sacádicos; e (3) Movimentos dos

segmentos.

As fixações visuais refletem as demandas de processamento de informação

(MORENO; ÁVILA; DAMAS, 2001), estas apresentam-se em períodos de movimentos

oculares mínimos (LARSSON et al., 2015), denominados de movimentos fixionais, por

exemplo, o tremor, drifts e microsacadas (WERNER; CHALUPA, 2014).

As microsacadas são os mais rápidos e maiores dentre os três movimentos fixionais

(LARSSON et al., 2015), ocorrendo a uma taxa de uma ou duas ações/movimentos por

segundo durante fixações prolongadas, com uma amplitude geralmente menor que 1 grau.

Durante uma visualização livre, elas ocorrem a uma taxa de 0,5/s e aproximadamente 14% de

uma fixação é formado pro microsacadas. Os drifts são movimentos curvos e mais lentos

(<2º/s) que ocorrem entre as sacadas e microsacadas. Já os tremores são os menores

movimentos oculares, ocorrendo conjuntamente com os drifts, em uma frequência de 60

Hertz. Os tremores, devido a sua natureza mínima, é pouco o conhecimento que se tem dos

mesmos, uma vez que é impossível medi-los de forma não invasiva (WERNER; CHALUPA,

2014).

Características das fixações visuais como o número e duração das fixações, são

indicativas da estratégia de percepção utilizada pelo observador para extrair informações

específicas de uma determinada cena (VILA-MALDONADO et al., 2012). Essas

características das fixações têm sido utilizadas como índices de como o observador seleciona

e localiza áreas com informações relevantes utilizadas na TD de tarefas específicas

(ABERNETHY, 1990).

Quando a fixação está centrada sobre uma localização específica ou objeto no espaço

visual por um tempo mínimo de 100 milisegundos, esta é denominada de “Quite-Eye” (Olho

Quieto) (HARVEY et al., 2014; VICKERS, 2007). No esporte, dado o contexto tipicamente

dinâmico, as estratégias de busca visual evidenciam que o período de olho quieto mostra-se

importante para a extração de estímulos ambientais relevantes para a tarefa, suprindo o

processamento de informações (HARVEY et al., 2014; MANN et al., 2007).

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40

Os movimentos sacádicos são os movimentos rápidos que são utilizados para dirigir os

olhos rapidamente de um ponto a outro do campo visual até chegar a realizar outra fixação

(ARROYO, 2012). Ambos os olhos se movimentam na mesma direção, responsáveis pelos

movimentos alternados rápidos necessários para fixar importantes fontes de informações

separadas (MORENO; ÁVILA; DAMAS, 2001; WERNER; CHALUPA, 2014). Em olhos

humanos são esperados no máximo quatro sacadas por segundo, dependendo do tipo de tarefa

e estímulo apresentado (WERNER; CHALUPA, 2014). Esses movimentos variam em função

da distância a percorrer (JAFARZADEHPUR; AAZAMI; BOLOURI, 2007; WILLIAMS et

al., 1993) e permitem indagar a forma com que cada sujeito seleciona a informação de um

determinado contexto esportivo (MORENO; ÁVILA; DAMAS, 2001).

No movimento dos segmentos, o objeto que desejamos adquirir informações está se

movimentando com pouca velocidade e segue-se sua trajetória de maneira continuada e

precisa (ARROYO, 2012), de maneira que os olhos realizam uma sucessão de movimentos

que seguem certa ritmicidade para coincidir no mesmo ponto que a imagem é visualizada

(MORENO; ÁVILA; DAMAS, 2001).

Mann et al. (2007) realizaram uma meta-análise sobre a percepção-cognição em

peritos nos esportes e concluíram que: (1) os peritos parecem realizar um menor número de

fixações, (2) realizam fixações de maior duração e (3) apresentam períodos prolongados de

olho quieto.

No presente estudo, devido aos dados que serão proporcionados pela tecnologia do

instrumento utilizado para o estudo do comportamento visual dos atletas, destaca-se a

investigação da percepção pela variável “focalização da atenção”, levando em consideração a

análise da quantidade e duração das fixações visuais. Hernández et al. (2003) cita que as

investigações do comportamento visual nos esportes estão centradas principalmente nas

análises das localizações das fixações visuais, visto que estas permitem aos atletas estabelecer

uma área de importante informação da imagem visual.

O processo de busca visual, tido como a capacidade de localizar rapidamente sinais

relevantes com informações para a tarefa (AFONSO; MESQUITA, 2013; PIRAS;

LOBIETTI; SQUATRITO, 2014), é utilizado para localizar objetos no campo visual que por

meio da seleção e discriminação da informação permitam eleger uma resposta e implementá-

la com a ação motora (TENENBAUM, 2003). O atleta deve ser capaz de identificar as áreas

com mais informações visuais, dirigir a sua atenção de forma adequada e extrair algum

significado destas áreas que o ajudará a ser eficiente e eficaz (PIRAS; LOBIETTI;

SQUATRITO, 2014).

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41

Um importante paradigma relacionado aos processos de top-down nas buscas visuais

é a MT. Em uma tarefa de busca visual, a informação relevante é comparada com o que é

mantido na MT (MORIYA; KOSTER; RAEDT, 2014). Levando em consideração que as

estratégias de busca visual são específicas da tarefa, estas manifestam-se graças ao

conhecimento que o esportista acumulou ao longo de sua experiência (ARROYO, 2012).

Os atletas devem usar estratégias visuais baseados em um pensamento tático que

permita a identificação e resolução do problema apresentado pelo adversário (WILLIAMS;

FORD, 2008). Essa capacidade de antecipação (“ler o jogo”) refere-se à previsão do provável

acontecimento antes do evento em si, e é essencial em esportes abertos onde a decisão deve

ser tomada antes da ação do adversário, onde incluem-se as habilidades visuais, perceptivas e

cognitivas (PIRAS; LOBIETTI; SQUATRITO, 2014).

A estratégia perceptiva visual realiza-se de forma natural para identificar e reconhecer

os objetos detectados na periferia, resumindo-se em: fixação de um objeto principal estático

ou de baixa velocidade, detecção periférica de um objeto em movimento, movimento sacádico

e fixação nos sinais relevantes da cena (ARROYO, 2012; SCHORER et al., 2013). A visão

periférica é a habilidade de localizar, reconhecer e responder à informação em torno do objeto

de focalização principal, utilizada em situações de jogo para determinar a próxima localização

da fixação central (QUEVEDO; SOLÉ, 2007).

Em todo o processo de busca visual se assume que o objeto é inicialmente detectado

dentro da visão periférica (proporciona a informação “onde está”), então é percebido e trazido

para a região da retina (proporciona a informação “o que é”) e em seguida são produzidas as

fixações visuais (SCHÖRER et al., 2013). Admite-se que uma estratégia de busca visual

adequada e mais efetiva implique em poucas fixações e de grade duração (HERNÁNDEZ et

al., 2003). No entanto, não há nenhuma teoria formal de estratégias ótimas para os

movimentos dos olhos na realização da busca visual (NAJEMNIK; GEISLER, 2005), visto

que os padrões de busca visual não são gerados de forma aleatória, sendo baseados em

percepções intencionais, de acordo com a relevância dos objetos imposta pelo próprio

observador (ARROYO, 2012).

2.3.2 Atenção visual

A atenção é entendida como a capacidade de privilegiar o processamento de um

conjunto específico de informações, seja uma região do ambiente ou um momento no tempo

(SILVA; OLIVEIRA; HELENE, 2013). Segundo Brandt et al. (2012), a atenção é uma

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42

habilidade que a pessoa apresenta ao focar em tarefas ou informações externas, bem como em

fontes internas, como memória e imaginação. De fato, a atenção é utilizada pelos peritos nos

esportes para melhor anteciparem os resultados das próprias ações e das ações dos adversários

(AFONSO; GARGANTA; MESQUITA, 2012; OLIVEIRA; LOBINGER; RAAB, 2014).

Para Samulski (2002, 2009), a atenção é um estado intenso e seletivo da percepção,

importante para interpretar e compreender os estímulos identificados como estímulos-

sensórios.

De acordo com o exposto por Afonso, Garganta e Mesquita (2012), o estilo de

controle da atenção pode variar. Samulski (2002) cita três estilos, sendo (1) seletivo (ou

concentrativo); (2) dividido (ou distributivo) e (3) capacidade de alternância da atenção,

aspecto que torna-se altamente relevante em ambientes abertos e instáveis como as situações

de jogo no voleibol, nos quais ocorrem-se constantes mudanças.

A atenção seletiva (ou concentrativa) compreende a focalização da atenção num

aspecto específico (AFONSO; GARGANTA; MESQUITA, 2012), direcionada

conscientemente para um determinado objeto ou em uma determinada ação (SAMULSKI,

2002).

A atenção dividida (ou distributiva) considera-se a distribuição concorrente da atenção

por diversas tarefas (AFONSO; GARGANTA; MESQUITA, 2012), sobre vários objetos,

sendo a intensidade da atenção menor quando comparada à atenção concentrativa

(SAMULSKI, 2002).

A capacidade de alternância da atenção é a ação regulada por comandos voluntários,

que compreende-se a orientação rápida e adequada de situações complexas em função das

exigências do meio ambiente (SAMULSKI, 2002).

A atenção visual pode ser entendida como um processo de seleção de informações

para a detecção, identificação e reconhecimento dos estímulos relevantes e do meio,

ignorando as informações não relevantes (PALMI, 2007). Esta resume uma série de processos

que são utilizados no processamento de informações, representadas internamente para estar

disponíveis para o controle da ação (POTH et al., 2014) conferindo plasticidade ao

comportamento, aumentando a eficiência de uma resposta em função da antecipação de

situações ambientais conhecidas (SILVA; OLIVEIRA; HELENE, 2013).

Esportes rápidos com bola exigem do atleta uma grande variedade de processos

relacionados à atenção (HÜTTERMANN; MEMMERT, 2014). Filgueiras (2010) cita que a

atenção visual é interpretada sob o prisma dos processos de alta ordem, ou top-down, no qual

necessitam da atividade cognitiva para eleger objetos relevantes para orientação, criação de

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43

um controle inibitório de estímulos irrelevantes e criação de relações com a memória visou-

espacial.

Estudos recentes sugerem que a percepção consciente requer processos de atenção

(MEMMERT, 2006), constatando-se que a atenção visual afeta a antecipação e a interação

entre a MT (FURLEY; MEMMERT, 2015; SILVA; OLIVEIRA; HELENE, 2013) e a

estrutura de conhecimento em direção à perspectiva aplicada, elaborando diferentes

estratégias cognitivas eficazes para o julgamento e TD de qualidade no esporte (BAR-ELI;

RAAB, 2006). Os processos atencionais são necessários para agregar diferentes valores às

dimensões visuais em um determinado local (POLLMANN et al., 2014).

A habilidade necessária para dirigir e sustentar seletivamente a atenção para uma

melhor execução da atividade específica é denominada foco de atenção (BRANDT et al.,

2012). O foco de atenção é regulado individualmente de acordo com a orientação e situação

momentânea, fazendo com que as pessoas tenham percepções diferentes (HÜTTERMANN;

MEMMERT, 2015). O foco de atenção inclui funções como: manter a atenção por um

período, identificar a função de alerta ou vigilância, focalizar apenas os estímulos mais

relevantes, entre outras (BRANDT et al., 2012; MATARÓ-SERRATA; PUYEO-BENITO;

JURADO-LUQUE, 2003). A filtragem de informações é realizada através da atribuição de

uma prioridade de atenção, refletindo sua relevância e importância no campo visual, e podem

derivar da MT ou da memória de longo prazo (POTH et al., 2014).

Em cada momento durante uma tarefa, a atenção se desloca para uma dimensão

particular de informação da tarefa (HÜTTERMANN; MEMMERT, 2015; JOHNSON, 2006).

Em vários casos, como nos esportes, exige-se a atenção simultânea em múltiplos objetos. Para

isso, têm-se primariamente duas opções: fixar a atenção em um objeto e utilizar da visão

periférica para observar os outros ou fixar todos utilizando-se da visão periférica

(HÜTTERMANN et al., 2013). Nesse sentido a alternância da atenção passa a ser relevante,

sua velocidade e qualidade do processo. O direcionamento da atenção depende da memória

(AFONSO; GARGANTA; MESQUITA, 2012; FURLEY; MEMMERT, 2015), já que assim

permite-se que o indivíduo aloque informações sobre objetos, características e locais,

otimizando a interação do organismo com o meio ambiente, portanto, maximizar o resultado

positivo da aprendizagem (CHELAZZI et al., 2013). Existe uma grande interação e influencia

entre a atenção e MT (KREITZ et al., 2014). Moriya, Koster e Raedt (2014) citam que

estímulos relevantes armazenados na memória de trabalho têm alta probabilidade de se tornar

o foco da atenção, ou seja, a atenção é atraída pelo que a pessoa guarda na sua memória.

Assim, no esporte torna-se essencial o controle atencional guiado para os objetivos,

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44

direcionando-se para objetos relevantes e mantendo uma abertura para detecção de objetos

inesperados, afim de que não influencie no objetivo final (AFONSO; GARGANTA;

MESQUITA, 2012). Contudo, a atenção pode ser influenciada pelo esforço físico

(HÜTTERMANN; MEMMERT, 2014), considerando-se que a mesma constitui um processo

seletivo e com limites de trabalho especificamente no que se refere ao processamento da

informação visual, provavelmente imposto pela quantidade de energia global disponível para

o cérebro e pelo alto custo energético da atividade neuronal existente no processamento

cortical (CARRASCO, 2011).

Atletas distribuem a atenção por vários locais de forma mais eficaz do que não atletas,

alternando-se o foco de atenção entre locais que aumentam a amplitude visuo-atencional na

cena (HÜTTERMANN et al., 2013). Esse processo cognitivo é fundamental para um

excelente desempenho no voleibol (ALVES et al., 2013).

2.3.3 Comportamento visual no voleibol

O comportamento visual é um dos mecanismos cruciais para o uso da informação na

TD. Diversos estudos analisaram as diferenças entre peritos e novatos em situações de decisão

utilizando-se do sistema de rastreamento ocular (GEGENFURTNER; LEHTINEN; SALJO,

2011; VICKERS, 2007; WILLIAMS; JANELLE; DAVIDS, 2004).

Nem todos os esportes necessitam das mesmas habilidades visuais e nem todas as

ações dentro de um mesmo esporte possuem as mesmas exigências perceptivas (ARROYO,

2012). A modalidade voleibol é considerada altamente visuo-motor, cujas ações demandam

fundamentalmente habilidades como dinâmica visual, movimentação ocular extrínseca,

visualização, coordenação entre visão e execução motora (CAMPO, 2007), rapidez

perceptiva, focalização da atenção (KIOUMOURTZOGLOU et al., 2000), antecipação (LIU,

2015). Jogadores de voleibol, devido à rapidez do curso das ações e a movimentação intensa

que o jogo proporciona, exigem movimentos oculares sacádicos para um melhor desempenho

(JAFARZADEHPUR; AAZAMI; BOLOURI, 2007).

O voleibol é um esporte de características abertas, onde o jogador tem que se

comportar de acordo com as ações do oponente e mudanças ambientais (VILA-

MALDONADO et al., 2014a). Estas características específicas da modalidade

(VANSTEENKISTE et al., 2014) fazem com que a visão seja um dos principais órgãos

sensoriais para receber a informação do ambiente, sendo reconhecidamente uma exigência

específica dessas modalidades (ARROYO, 2012).

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45

Apesar do grande número de investigações centradas na modalidade voleibol, poucos

experimentos têm-se centrado nos padrões de busca visual (VANSTEENKISTE et al., 2014)

e, na maioria utiliza-se desses padrões para a comparação entre peritos e novatos (ARROYO,

2012; LIU, 2015; SCHORER et al., 2013) e tem sido, muitas vezes restrita a ações isoladas

ou momentos específicos que utiliza-se de um número limitado de jogadores envolvidos

(VANSTEENKISTE et al., 2014).

No estudo de Afonso e Mesquita (2013) com 15 atletas femininas de voleibol

divididas em dois grupos: habilidosas e menos habilidosas utilizou-se o rastreamento ocular e

relatos verbais em cenas dinâmicas de tarefas ofensivas a fim de uma maior compreensão dos

mecanismos por trás da TD no esporte. Os resultados deste estudo demonstraram diferenças

significativas na duração média das fixações (p=0,019), sendo que as atletas mais habilidosas

realizaram fixações mais duradouras quando comparadas às atletas menos habilidosas. Nas

variáveis número de fixações e número de locais de fixações não foram encontradas

diferenças significativas entre os grupos.

Estudos com uma abordagem de desempenho (ALVES et al., 2013; FARROW;

ABERNETHY, 2003; LIU, 2015; MANN et al., 2007; WARD; WILLIAMS, 2003) têm

demonstrado que os peritos, quando comparados aos novatos, possuem mais conhecimento

em tarefas mais elaboradas, fazem mais uso das informações disponíveis, detectam objetos e

possuem padrões mais rápidos de busca visual no ambiente, codificam e recuperam

informações de forma eficiente e tomam decisões mais rápidas e adequadas. Além disso,

demonstrou-se que peritos realizam mais fixações nas tarefas relevantes e menos em áreas de

tarefas não relevantes, acompanhada de fixações de curta duração e alocação da atenção

seletiva (GEGENFURTNER; LEHTINEN; SALJO, 2011). As informações relevantes

incluem-se, entre outros, a distância da bola, o seu ângulo, sua trajetória, velocidade e

aceleração da descida e movimentos dos corpos dos adversários (LIU, 2015).

Em condições próximas do jogo real os peritos demonstram maior precisão em suas

previsões quando se têm condições de oclusão de qualquer movimento pré-contato

(ABERNETHY; ZAWI, 2007; ABERNETHY; ZAWI; JACKSON, 2008), demonstrando-se

uma maior capacidade de previsão de passe e direção do levantamento quando comparados a

jogadores novatos (VANSTEENKISTE et al., 2014). Arroyo (2012) considera que os

esportistas peritos não são melhores porque possuem componentes visuais mais evoluídos ou

perfeitos, e sim porque possuem uma alta capacidade de processamento de informações dos

elementos chave para o rendimento.

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46

No voleibol, quando a bola está na quadra adversária, analisa-se a qualidade da

recepção, possibilidades de configuração do ataque, qualidade do passe e movimentos do

levantador e atacantes (VANSTEENKISTE et al., 2014). Nessa modalidade os peritos são

melhores que os novatos em tarefas relativas à atividade perceptual e antecipativa, extensão

do foco de atenção, previsão e estimativa de velocidade e direção dos objetos em movimento

(LIU, 2015; PIRAS; LOBIETTI; SQUATRITO, 2010).

No estudo de Piras, Lobietti e Squatrito (2010), os autores encontraram que os

jogadores de voleibol peritos em comparação com os novatos, fazem um menor número de

fixações de maior duração nas mãos e corpo do adversário, principalmente no levantador,

tentando-se alguma informação para prever a trajetória da bola. Além disso, gastam mais

tempo no voo inicial da bola, desconsiderando a fase intermediária, revelando-se uma

estratégia de busca visual mais eficaz e eficiente. Já os novatos tendem a assistir toda a

trajetória da bola.

Recentemente, Liu (2015) publicou um estudo de caso comparando jogadores de

voleibol peritos e novatos na tarefa de bloqueio de dois tipos distintos de ataque, para tal o

pesquisador utilizou cenas de vídeo e o Eye Tracking para o rastreamento ocular. O objetivo

do autor visou examinar as relações entre o comportamento de busca visual e respostas

antecipatórias (tempo de reação) comparando-se as estratégias utilizadas por peritos e

novatos. Segundo o autor, observam-se estratégias diferentes para cada tipo de ataque,

modificando os locais de fixação visual.

Afonso et al. (2012b) relataram diferentes comportamentos visuais entre atletas peritos

e novatos femininas de voleibol quando joga-se seis contra seis utilizando-se o Eye Tracking

como instrumento para análise. Nessa situação, atletas peritas empregaram mais fixações

curtas em um grande número de locais e mais tempo de fixação em espaços intermediários

(espaços funcionais, vazios na quadra adversária) antes e durante o contato com a bola.

Sugere-se com esses resultados que atletas peritas de voleibol obtêm uma maior quantidade de

informações utilizando-se mais eficientemente da visão periférica.

Vansteenkiste et al. (2014) realizaram um trabalho analisando o comportamento visual

(estratégias de busca visual) de atletas de voleibol feminino de níveis de elite, intermediário e

novatas. Utilizou-se o Eye Tracking para rastreamento ocular de cenas de vídeos com

situações de ataque e tarefas de bloqueio. Relata-se que atletas mais experientes utilizam-se

mais da visão periférica e não observam a bola antes da recepção. Atletas intermediários e

novatos observam a direção da bola, muitas vezes fixando a visualização longe do receptador.

Além disso, observa-se que atletas de elite observam espaços funcionais entre a bola e as

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mãos do levantador para análise da direção do passe, enquanto atletas intermediários e

novatos olham mais para o próprio levantador.

Schörer et al. (2013), realizaram um estudo com atletas femininas de voleibol com o

objetivo de fornecer informações sobre as vantagens da visão (central e periférica) de peritos

em comparação com novatos. Utilizaram-se vídeo clipes de situações de ataque sob três

condições visuais: visão completa, visão central e visão periférica. Os autores encontraram

diferenças positivas nas previsões das jogadas quando comparados os peritos com os novatos.

No trabalho realizado por Vila-Maldonado et al. (2014a), não foram encontradas

diferenças na antecipação, percepção periférica, habilidades visuais e velocidade de

reconhecimento em testes laboratoriais entre jogadores de voleibol de diferentes experiências

e com a mesma faixa etária.

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3 MÉTODOS

3.1 Caracterização do estudo

O presente estudo classificou-se no âmbito da pesquisa aplicada, com relevância direta

moderada, uma vez que também incorporou alguns aspectos da pesquisa básica. A abordagem

consiste da verificação de hipóteses em laboratório, em condições aproximadas ao ambiente

esportivo, demandando habilidades cognitivas representativas do desempenho na própria

modalidade esportiva (THOMAS; NELSON; SILVERMAN, 2007).

A pesquisa é do tipo quase experimental com recursos à análise quantitativa, pois tenta

estabelecer relações de causa e efeito entre as variáveis independentes e dependentes, em um

contexto artificial, com o objetivo de reduzir a interferência de variáveis estranhas

(THOMAS; NELSON; SILVERMAN, 2007).

3.2 População e amostra

A população do presente estudo foi composta por atletas de voleibol e por não atletas.

A amostra definida por conveniência e classificada como não probabilística (COZBY, 2003;

PIRES et al., 2006) constituiu-se de 48 voluntários do sexo masculino divididos em dois

grupos: “Atletas” composto por 25 atletas de voleibol (idade média de 16,9±1 anos e

experiência com voleibol de 3,7±1,1 anos) e “Não atletas”, composto por 23 não atletas (idade

média de 17,6±1,7 anos e nenhuma experiência com voleibol).

O critério de inclusão geral para a pesquisa foi os voluntários não possuírem nenhum

tipo de cegueira, estrabismo ou qualquer outro problema de visão que pudesse comprometer o

estudo. Para o grupo Atletas, os voluntários deveriam estar regularmente inscritos na

Federação Mineira de Voleibol (FMV), Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) e

disputarem competições por seu respectivo clube em nível estadual, nacional e/ou

internacional. Para o grupo Não atletas, os participantes não poderiam possuir nenhum tipo de

vivência de treinamento da modalidade voleibol. Todos os voluntários que não cumpriam

qualquer um dos critérios de inclusão foram automaticamente excluídos do estudo. A

caracterização da amostra está descrita através da média e desvio-padrão na Tabela 1 abaixo.

Tabela 1 - Caracterização da amostra descrita em média e desvio-padrão

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Grupo N Idade

(anos)

Experiência

com

voleibol

(anos)

Quantidade

de treinos

por semana

Tempo de

cada sessão

de treino

(min)

Tempo

que

compete

(anos)

Nível de

competição

disputada

GE 25 16,9±1,0 3,7±1,1 5±0 120±0 3,2±1,4 Estadual

GC 23 17,6±1,7 0 0 0 0 X

3.3 Instrumentos

3.3.1 Questionário de dados demográficos

Foi aplicado um questionário de dados demográficos (Anexo I) contendo questões

sobre aspectos relevantes para a pesquisa, extraindo-se as seguintes informações para a

caracterização da amostra: nome, idade, experiência com voleibol, quantidade de treinos por

semana, tempo de cada sessão de treino, tempo que compete e nível de competição que

participa (Tabela 1). Tornam-se importante as informações supracitadas tendo em vista que

estudos atuais da literatura especializada descrevem relações entre o nível de prática, o nível

de competição disputada e a perícia esportiva com aspectos cognitivos como atenção e TD e o

desenvolvimento técnico-tático no voleibol (ALVES et al., 2013; CASTRO et al., 2013;

COSTA et al., 2013; FERNÁNDEZ-ECHEVERRÍA et al., 2014; GEGENFURTNER;

LEHTINEN; SALJO, 2011; GIL et al., 2011ab, 2013; IGLESIAS et al., 2005; MORENO et

al., 2006ab).

3.3.2 Teste de Conhecimento Tático Declarativo no Voleibol Geral (TCTD:VbG)

O Teste de Conhecimento Tático Declarativo no Voleibol Geral - TCTD:VbG consiste

de 24 cenas reais de jogos de voleibol apresentadas em quatro tipos de situações: Ataque de

Extremidade - AE (seis cenas), Ataque de Central - AC (seis cenas), Levantamento - LE (seis

cenas) e Bloqueio - BL (seis cenas). As cenas exibidas duram de quatro a seis segundos,

foram filmadas na perspectiva de topo com distância aproximada de sete a nove metros da

quadra, permitindo ao observador a visão total da quadra e percepção de profundidade nas

diferentes situações.

O TCTD:VbG foi desenvolvido no Centro de Estudos de Cognição e Ação (CECA-

UFMG) e o artigo de sua validação de conteúdo está submetido para publicação (Anexo VIII).

Na validação do TCTD:VbG, as cenas foram avaliadas por cinco treinadores da seleção

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brasileira de voleibol, peritos na modalidade, com experiência mínima de dez anos na mesma,

conforme sugerem Pizzera e Raab (2012). A sua validação de conteúdo realizou-se

respeitando os critérios metodológicos apresentados por Hernández-Nieto (2002). Este tipo de

procedimento de validação de testes de CTD é utilizado frequentemente em trabalhos do

grupo de pesquisas do Centro de Estudos de Cognição e Ação – CECA (GRECO et al., 2014,

2015; MORALES; GRECO; ANDRADE, 2012; ABURACHID; GRECO, 2010, 2011).

Assim o procedimento de validação inicia-se com o Coeficiente de Validade de Conteúdo

(CVC), o qual permite compreender o grau de concordância entre os juízes a respeito de cada

item (GRECO et al., 2014; BALBINOTTI, 2005; HERNÁNDEZ-NIETO, 2002; PASQUALI,

2003). Os critérios utilizados para o CVC compreendem “clareza de linguagem”

(CVCt=0,92), “pertinência prática” (CVCt=0,96) e “representatividade do item” (CVCt=0,96),

sendo todas as cenas utilizadas no presente teste com valores superiores de CVC igual a 0,80

para cada critério, apresentando assim níveis satisfatórios de CVCt (HERNÁNDEZ-NIETO,

2002; PASQUALI, 2003).

Com base no Teste de Conhecimento Tático Declarativo - Ataque de Rede (TCTD-Ar)

desenvolvido por Paula (2001) para o voleibol, as situações de jogo a serem observadas pelos

voluntários de AE e AC iniciam-se a partir do saque adversário, perpassam a recepção da

equipe do outro lado da rede, o levantamento e interrompe-se a imagem no momento do

ataque. As situações de LE e BL iniciam-se a partir do saque, perpassam pela recepção e

interrompem-se no momento do levantamento, como realizado também no Teste de

Conhecimento Tático Declarativo - Levantamento (TCTD-Le) desenvolvido por Matias

(2009) para a modalidade voleibol. Na interrupção das cenas, os voluntários foram avaliados

em dois momentos: momento 1: com oclusão visual; e momento 2: sem oclusão visual.

No momento 1 (com oclusão visual), objetiva-se extrair as informações relacionadas

ao comportamento visual para a TD aproximando-se ao máximo da situação de jogo real.

Bordini et al. (2015) cita que nos estudos que utilizam à oclusão temporal, uma sequência de

ação (vídeo) é paralisada em determinado ponto de sua execução na tentativa de identificar

períodos de tempo dentro das quais atletas experientes consigam identificar o resultado final

desta ação baseado em dicas visuais relevantes. Assim, no momento da interrupção da cena, a

tela se apaga e o voluntário tem até três segundos para responder “o que fazer?” (primeira

opção - TD). Utilizou-se esse tempo devido à conclusão das ações na modalidade voleibol que

duram aproximadamente três segundos. Em seguida, visando outras possíveis alternativas de

solução da jogada que o voluntário tenha percebido na cena, consideram-se até 22 segundos

para responder verbalmente “o que mais?” (CAUSER; FORD, 2014; MEMMERT;

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51

HÜTTERMANN; ORLICZEK, 2013; OLIVEIRA; LOBINGER; RAAB, 2014; BELLING;

SUSS; WARD, 2015ab), explicitando-se a fase de geração de opções, além de responder por

último qual a melhor das opções dentre as alternativas produzidas. O tempo de 22 segundos

foi utilizado devido aos resultados observados em testes pilotos, onde os voluntários não

gastavam mais do que este tempo para gerar as opções. Na modalidade voleibol as opções são

restritas a três ou quatro possíveis soluções para a ação, fazendo com que este tempo restrito

em 22 segundos seja o suficiente para gerar as opções. Com este procedimento é possível

relacionar aspectos como a geração de opções, criatividade e qualidade da TD intuitiva.

No momento 2 (sem oclusão visual), na interrupção da cena, congela-se a imagem na

tela por três segundos e nesse tempo o voluntário responde “o que fazer?” vendo a cena na

forma de uma fotografia (primeira opção - TD), objetiva-se com isso verificar se há diferenças

na percepção de sinais relevantes, a geração de opções e qualidade da TD dos voluntários se

houvesse mais tempo para a análise da cena, comparando-se então a cena dinâmica e estática.

Em seguida, tem-se até 22 segundos para responder “o que mais?” (JOHNSON; RAAB,

2003; RAAB; JOHNSON, 2007; LABORDE; RAAB, 2013), verbalizando outras possíveis

alternativas de solução da jogada (geração de opções). Obtêm-se assim uma percepção

constante, favorecendo os processos de TD deliberativa.

Foi utilizada uma ficha de controle de coletas (Anexo II) para a descrição das

respostas dos voluntários para cada momento e situações apresentadas. Essa ficha foi

preenchida manualmente pelo pesquisador responsável durante a realização dos testes.

3.3.3 Eye Tracking (rastreamento ocular)

Para análise do comportamento visual durante a aplicação do teste, foi utilizado o Eye

Tracking SMI RED500®, da empresa SensoMotoric Instruments - SMI. Eye Tracking é um

conjunto de tecnologias utilizadas para a identificação e registro dos movimentos oculares de

um indivíduo em ambiente real ou controlado (BARRETO, 2012; SÁEZ-GALLEGO et al.,

2013). A base do desenvolvimento da ferramenta de análise da visão segue os princípios

metodológicos e práticos sobre o rastreamento da trajetória ocular (DUCHOWSKI, 2007;

TIEN et al., 2014).

A mensuração do movimento ocular é uma importante ferramenta na pesquisa que

envolve atenção visual, percepção, cognição. Em estudos de atenção visual e percepção, por

exemplo, o movimento ocular é utilizado para investigar a focalização da atenção no conteúdo

da imagem, identificação de objetos e como as decisões são tomadas (LARSSON et al.,

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52

2015). O Eye Tracking aplica-se com sucesso no estudo de uma ampla variedade de

fenômenos relacionados ao comportamento visual (por exemplo: atenção e percepção) em

diversas áreas do conhecimento, incluindo os esportes (DUCHOWSKI, 2007).

Sua aplicabilidade sustenta-se pelo fato de ser um método seguro e não invasivo capaz

de mensurar movimentos oculares precisos, não facilmente acessíveis por outro método

(DUCHOWSKI, 2007), além da intima relação entre a atenção e o rastreamento ocular em

tarefas visuais (como no caso dos esportes) (NUMMENMAA; HYÖNÄ; CALVO, 2006). A

maioria dos estudos utilizando este instrumento possuem estímulos estáticos, como imagens

de fotos e textos, porém atualmente o interesse em cenas dinâmicas (como o uso de

videoclipes) vêm crescendo cada vez mais entre os pesquisadores (LARSSON et al., 2015).

Com esse aparelho, os movimentos dos olhos dos participantes é gravado por um

sistema de laser infravermelho fixo à tela de um computador (HANSEN; HAMMOUD, 2007;

TIEN et al., 2014) (Figura 6). O Eye Tracking fornece dados referentes a variáveis

relacionadas ao comportamento visual (VILA-MALDONADO et al., 2012), como a posição

relativa e dilatação da pupila (TIEN et al., 2014), reflexão e alterações da córnea (SÁEZ-

GALLEGO et al., 2013), número e duração das fixações visuais (TIEN et al., 2014).

Figura 6 - Foto do Eye Tracking SMI RED500®

Antes de iniciar o teste, o aparelho é calibrado de acordo com os olhos do voluntário

utilizando-se o software iView X RED 500Hz, recomendado pelo fabricante e já incluído no

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programa. O teste com a gravação dos movimentos oculares é realizado utilizando-se o

software Experiment Center 3.5, nele as cenas de vídeo, figuras, e frases são programadas,

criando-se o teste da forma que o protocolo de pesquisa determina. Após a gravação dos

movimentos dos olhos pelo aparelho, os dados são salvos automaticamente e transporta-se os

resultados para o software BeGaze 3.5.7.4, onde é possível abrir o arquivo e observar para

cada sujeito cada variável em cada cena. No presente estudo, utilizaram-se as variáveis

número e duração das fixações visuais.

Das variáveis utilizadas, a quantidade de fixações visuais é apresentada pelo software

BeGaze 3.5.7.4 em números absolutos, demonstrando-se quantas vezes e em quais locais na

cena houve fixações visuais. Consideram-se fixações períodos em que o olho se fixou ou

apresentou movimentos mínimos em um ponto específico da cena por um tempo mínimo de

100 ms. Esses locais de fixação são considerados os locais de focalização da atenção. O

tempo de duração dessas fixações é apresentada em números inteiros representados por

milisegundos - ms (Figura 7).

Figura 7 - Foto do software BeGaze 3.5.7.4

3.4 Delineamento experimental

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54

Cada voluntário foi avaliado duas vezes em seu próprio clube (no caso dos atletas), em

sua escola ou no Centro de Estudos de Cognição e Ação da Universidade Federal de Minas

Gerais – CECA-UFMG (no caso dos não atletas). No intuito de verificar as variáveis do

comportamento visual (número e duração das fixações visuais), os voluntários utilizaram o

Eye Tracking durante a realização do teste de avaliação de cenas de jogos de voleibol. Para

análise da qualidade da TD, foram consideradas as pontuações referentes às escolhas da

melhor opção de resposta à situação apresentada. Para a análise do número de opções geradas,

recorreu-se ao relato verbal do voluntário realizando o teste em dois momentos: momento 1 -

com oclusão visual; e momento 2 - sem oclusão visual.

O TCTD:VbG compõe-se de 24 cenas reais de quatro situações: ataque de

extremidade (AE), ataque de central (AC), levantamento (LE) e bloqueio (BL). Em situações

reais de jogo, os próprios atletas devem gerar as soluções para os problemas (BELLING;

SUSS; WARD, 2015ab; HEPLER; FELTZ, 2012; RAAB; LABORDE, 2011; RAAB;

JOHNSON, 2007; JOHNSON; RAAB, 2003; KALIS; KAISER; MOJZISCH, 2015;

LABORDE; RAAB, 2013; LABORDE; RAAB; KINRADE, 2014; MEMMERT;

HÜTTERMANN; ORLICZEK, 2013; OLIVEIRA; LOBINGER; RAAB, 2014; PIZZERA;

RAAB, 2012). Em cenas dinâmicas, como as apresentadas nas situações de jogo nos vídeos,

os sujeitos têm muito o que observar, podendo capturar e manter a fixação visual e atencional

mais efetiva quando comparado com objetos e cenas estáticas (MEMMERT, 2006).

O teste foi realizado em dois momentos: momento 1 (com oclusão visual), onde

apresenta-se a oclusão das imagens, uma determinada ação é paralisada em um ponto de sua

execução e a tela se apaga, sem que haja um decréscimo na qualidade das opções geradas,

pode significar que o participante conseguiu extrair e processar as informações necessárias ao

longo da exibição da sequência ofensiva, caracterizando o desempenho expert nos esportes.

Além disso, induz processos intuitivos de TD e pressupõe maior utilização da memória de

trabalho na representação da situação, o que influenciam na subsequente geração de opções e

na qualidade dessas soluções (BELLING; SUSS; WARD, 2015ab; CAUSER; FORD, 2014;

RAAB; JOHNSON, 2007; KALIS; KAISER; MOJZISCH, 2015; LABORDE; RAAB, 2013;

LABORDE; RAAB; KINRADE, 2014; WILLIAMS; ERICSSON, 2005; FURLEY;

MEMMERT, 2015; OLIVEIRA; LOBINGER; RAAB, 2014); e momento 2 (sem oclusão

visual), onde não apresenta-se a oclusão das imagens, uma determinada ação é paralisada em

um ponto de sua execução e a tela é congelada, ficando exposta uma foto do último momento

da cena. A exposição da cena congelada durante a fase de geração de opções garante uma

condição de percepção constante, na qual a primeira opção será produzida sob a mesma

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condição em relação à última opção, favorecendo os processos deliberativos (RAAB;

JOHNSON, 2007; FURLEY; MEMMERT, 2015).

Para minimizar o efeito da memória na aplicação dos dois momentos de coleta, cada

voluntário realizou primeiro o teste no momento com oclusão visual e após 48 horas, o

mesmo voluntário realizou o teste no momento sem oclusão visual com a ordem de

apresentação modificada e as cenas aleatorizadas, como descritas abaixo no Quadro 1.

Quadro 1. Apresentação do teste nas situações com e sem oclusão visual

SITUAÇÃO

ORDEM DAS

SITUAÇÕES ORDEM DAS CENAS

Com oclusão visual

AE 13A, 33A, 48A, 67A, 81A, 86AA

AC 62A, 64A, 84A, 117A, 141A, 214 A

LE 43L, 53L, 54L, 89L, 91L, 101L

BL 1B, 4B, 14B, 16B, 17B, 56B

Sem oclusão visual

LE 89L, 91L, 53L, 54L, 43L, 101L

AE 86AA, 81A, 33A, 48A, 13A, 67 A

BL 14B, 17B, 1B, 56B, 4B, 16B

AC 64A, 84A, 141A, 117A, 62A, 214 A

AE=Ataque de Extremidade; AC=Ataque de Central; LE=Levantamento; BL=Bloqueio.

Observa-se no Quadro 1 que o teste no momento com oclusão (momento 1) foi

apresentado para os voluntários seguindo a ordem de situações de jogo: AE, AC, LE e BL. No

momento sem oclusão (momento 2) foi apresentado para os voluntários seguindo outra ordem

de situações: LE, AE, BL e AC. A ordem de apresentação das cenas em cada momento e em

cada situação também foi modificada e estão descritas no Quadro 1.

3.5 Procedimentos de coleta

O projeto foi provado pelo Comitê de Ética em Pesquisas da Universidade Federal de

Minas Gerais – COEP/UFMG (Parecer 971.037) e em seguida foi realizada uma reunião com

a diretoria dos clubes para convite de participação na pesquisa e assinatura do “Termo de

concordância da instituição” (Anexo III), documento este que explicita todos os

procedimentos que seriam realizados na presente pesquisa. Logo após foi realizada uma

reunião com todos os participantes da pesquisa (treinadores, atletas e não atletas) para

informações de todos os procedimentos que seriam adotados, dos possíveis riscos e benefícios

relacionados à sua participação e que os dados coletados neste projeto seriam destinados

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apenas para fins de pesquisa. Além disso, cientes de que, a qualquer momento poderiam

deixar de participar do estudo sem precisar justificar-se aos pesquisadores, os voluntários

maiores de 18 anos assinaram o “Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE-

Voluntário” (Anexo IV), os pais/responsável dos voluntários menores de 18 anos assinaram o

“Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE-Pais/Responsável” (Anexo V) para a

liberação da participação dos seus respectivos na pesquisa e os menores de 18 anos também

assinaram o “Termo de Assentimento Livre e Esclarecido – TALE-Voluntário” (Anexo VI).

As coletas dos dados com os atletas ocorreram nos próprios clubes. Com os não atletas

ocorreram na escola ou no Centro de Estudos de Cognição e Ação (CECA-UFMG). Em todos

os locais foi reservada uma sala propícia para a realização dos procedimentos da pesquisa.

Todos os testes foram agendados previamente com cada voluntário.

Os voluntários foram conduzidos até a sala onde realizariam o teste e em seguida

preencheram o questionário de dados demográficos. Em todas as coletas, estavam presentes

na sala apenas o voluntário e o pesquisador responsável.

Após o preenchimento do questionário, os voluntários sentavam-se confortavelmente

em uma cadeira de frente para o computador no qual decorrem as cenas de vídeo que

pertencem ao teste. Nesse momento realizou-se de forma padronizada o processo de

instruções relativas à realização do teste, e os voluntários iniciavam uma adaptação. A

adaptação foi realizada antes do teste de cada momento. A adaptação consiste em visualizar

duas cenas que seguiam exatamente os mesmos protocolos da situação experimental.

Terminada a adaptação sem nenhum questionamento ou dúvida, os voluntários iniciavam os

testes experimentais quando quisessem.

Os voluntários realizaram o TCTD:VbG utilizando-se o Eye Tracking. Com esse

instrumento, analisou-se o comportamento visual (número e duração de fixações visuais, que

faz referência à percepção dos pontos em que o voluntário visualizou como sinais relevantes)

durante a cena para expressar declarativamente sua TD e as opções geradas (TIEN et al.,

2014; AFONSO et. al., 2012ab; SÁEZ-GALLEGO et al., 2013; VILA-MALDONADO et al.,

2012).

Para avaliar a qualidade da TD, durante a realização do teste, no momento de

interrupção da imagem na tela, os sujeitos tomaram uma decisão do que fazer, respondendo às

perguntas do avaliador com as respostas que julgaram mais adequadas (LIU, 2015). Com isso,

analisou-se a precisão da resposta como a TD do voluntário. Esse procedimento já é

recorrente no Centro de Estudos de Cognição e Ação (CECA-UFMG) e foi utilizado

recentemente no voleibol nos trabalhos de Castro et al. (2013), Costa et al. (2013), Matias e

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Greco (2013) e Lima, Martins-Costa e Greco (2011). Além disso, durante a realização do

teste, nos momentos com e sem oclusão visual, os sujeitos verbalizavam outras possíveis

opções para a resolução da ação, onde analisou-se com isso o número de opções geradas em

cada momento e em cada situação de jogo apresentados.

3.6 Variáveis analisadas

3.6.1 Comportamento visual

- Número de fixações visuais: refere-se ao número de vezes que o voluntário fixou o olhar em

um ponto por um período de tempo ≥100 ms (AFONSO et al., 2012a; SÁEZ-GALLEGO et

al., 2013; VILA-MALDONADO et al., 2012).

- Duração das fixações visuais: refere-se à duração média das fixações realizadas por cada

voluntário medidas em milissegundos (ROCA et al., 2011; SÁEZ-GALLEGO et al., 2013).

3.6.2 Tomada de Decisão (TD)

- Qualidade da TD: Esta variável baseia-se na quantidade de acertos obtidos por cada

voluntario nas diferentes cenas apresentadas (SÁEZ-GALLEGO et al., 2013; VILA-

MALDONADO et al., 2012). A quantidade de respostas corretas levaram em consideração as

respostas dos peritos sendo a mesma ação realizada pelo do jogador em cena e culminada em

ponto (garantindo a validade ecológica da cena).

- Geração de opções: refere-se a possíveis alternativas de solução da jogada que o voluntário

tenha percebido na cena, além de responder por último qual a melhor das opções dentre as

alternativas produzidas para a ação de forma eficaz (BELLING; SUSS; WARD, 2015ab;

JOHNSON; RAAB, 2003; KALIS; KAISER; MOJZISCH, 2015; MEMMERT;

HÜTTERMANN; ORLICZEK, 2013; OLIVEIRA; LOBINGER; RAAB, 2014).

3.7 Análise dos dados

3.7.1 Número de fixações visuais

Para a comparação do número de fixações visuais entre atletas e não atletas,

inicialmente recorreu-se ao teste de normalidade Shapiro-Wilk, que apresentou distribuição

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não normal para a variável AC. Para as demais, realizou-se ainda o teste Levene (para

homocedasticidade das variâncias) que não apresentou desvios significativos para nenhuma

variável. Para as três variáveis com distribuição normal (AE, BL e LE) utilizou-se o teste t

independente para comparação entre os dois grupos. Já para a variável com distribuição não

normal (AC) recorreu-se ao teste Mann-Whitney U, o qual também não apresentou diferenças

significativas entre os grupos.

3.7.2 Duração das fixações visuais

Na comparação entre as durações médias das fixações visuais entre atletas e não

atletas, recorreu-se ao teste de normalidade Shapiro-Wilk, que apresentou distribuição não

normal para todas as variáveis (AE, AC, LE e BL). Nesse contexto, optou-se pelo teste Mann-

Whitney U para comparação entre os grupos.

3.7.3 Qualidade da Tomada de Decisão

Para as variáveis dependentes relacionadas à frequência de acertos das cenas na TD

optou-se pela utilização do teste Qui-Quadrado de proporções.

3.7.4 Número de opções geradas nos momentos com e sem oclusão visual

Realizou-se análise de variância a dois fatores (ANOVA two-way), para os fatores

grupo (2 níveis – atletas e não atletas) e momento (2 níveis – com e sem oclusão). Para as

variáveis nas quais detectou-se interação entre fatores principais, realizou-se ainda análise de

desdobramentos. Post hoc de LSD foi realizado para múltiplas comparações.

Para todas as análises utilizou-se o software SPSS 20.0, mantendo-se o nível de

significância em 5%.

3.8 Cuidados éticos

Os procedimentos seguintes foram adotados em cumprimento aos requisitos éticos

estabelecidos pelo Conselho Nacional em Saúde (CNS), com aprovação do Comitê de Ética

em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais – COEP/UFMG (Parecer 971.037)

(Anexo VII):

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59

Envio do projeto ao Colegiado de Pós-graduação em Ciências do Esporte da Universidade

Federal de Minas Gerais (UFMG);

Cadastramento do projeto na Plataforma Brasil;

Envio do projeto ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais

(COEP-UFMG);

Assinatura do termo de “Declaração de resultados” pelo pesquisador e orientador responsável

pela pesquisa, declarando que os resultados da pesquisa serão divulgados na forma de

dissertação e que cada um dos voluntários, assim como o clube pesquisado, receberá via

correspondência o resultado das avaliações;

Assinatura do “Termo de compromisso” pelo pesquisador e orientador responsável pela

pesquisa, declarando sobre o uso e destinação do material e/ou dados coletados e

responsabilidade pela condução científica e veracidade dos resultados;

Assinatura do termo de “Declaração de destino” pelo pesquisador e orientador responsável

pela pesquisa, declarando sobre o uso e destino exclusivo à pesquisa científica, preservando a

identidade do voluntário;

Envio do “Termo de concordância da instituição”, a fim de obter concordância da direção do

clube acerca da realização da pesquisa e verificar a concordância do mesmo em ceder seus

atletas e instalações para a pesquisa;

Todos os participantes do estudo assinaram o “Termo de Consentimento Livre e Esclarecido -

TCLE” ou o “Termo de Assentimento Livre e Esclarecido - TALE”.

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4 RESULTADOS

Os resultados apresentam-se divididos em três sessões: número e duração das fixações

visuais, qualidade da TD e número de opções geradas nos momentos com e sem oclusão.

4.1 Número de fixações visuais

A Tabela 2 a seguir descreve a análise do comportamento visual, onde apresentam-se

as médias e os desvios-padrões do número de fixações visuais de cada grupo para cada

situação de jogo apresentada.

Tabela 2. Média (±desvio-padrão) e soma dos números de fixações visuais entre os grupos em cada

situação

Situação Atletas Não atletas p

AE 12,64 (±2,36) 12,37 (±2,30) 0.691

AC 13,29 (±4,28) 12,95 (±2,77) 0.176

LE 10,97 (±2,65) 11,46 (±1,85) 0.470

BL 11,55 (±2,41) 11,67 (±2,92) 0.871

SOMA 48,45 (±11,70) 48,45 (±9,84) 1.000

AE=Ataque de Extremidade; AC=Ataque de Central; LE=Levantamento; BL=Bloqueio.

Conforme a Tabela 2 observa-se que a soma das médias da quantidade de fixações

visuais no grupo de atletas foi de 48,45 (±11,70) e no grupo de não atletas de 48,45 (±9,84).

Na comparação entre os grupos em cada situação de jogos não demonstrou-se diferenças

significativas: AE (p=0,691), AC (p=0,176), LE (p=0,470) e BL (p=0,871).

4.2 Duração das fixações visuais

A Tabela 3 abaixo apresenta em média e desvio-padrão as diferenças na duração das

fixações visuais de cada grupo para cada situação de jogo.

Tabela 3. Média (±desvio-padrão) e soma das durações das fixações visuais entre os grupos em cada

situação

Situação Atletas Não atletas P

AE 3227,22 (±993,21) 3594,11 (±787,86) 0.078

AC 3302,48 (±1362,89) 4037,24 (±891,42) 0.042*

LE 2883,40 (±940,46) 3162,17 (±630,74) 0.380

BL 3088,96 (±895,73) 3243,77 (±554,73) 0.959

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SOMA 12502,06 (±4192,29) 14037,29 (±2864,75) 0.150

AE=Ataque de Extremidade; AC=Ataque de Central; LE=Levantamento; BL=Bloqueio; *

p≤0,05

De acordo com a Tabela 3 as somas dos tempos médios de duração das fixações

visuais foram de 12502,06 (±4192,29) ms no grupo de atletas e 14037,29 (±2864,75) ms no

grupo de não atletas. Foram obtidos valores significativamente maiores para o grupo não

atletas em relação ao grupo atletas para a situação AC (p=0,042). Nas situações de AE, LE e

BL não foram encontradas diferenças significativas nas durações das fixações (p=0,078,

p=0,380 e p=0,959, respectivamente).

4.3 Qualidade da Tomada de Decisão

A Tabela 4 a seguir presenta os resultados referentes à quantidade de respostas

corretas dos dois grupos representadas pela média do número total de acertos para cada

situação de jogo.

Tabela 4. Média (±desvio-padrão) e soma das quantidades de respostas corretas (qualidade da TD)

entre os grupos em cada situação

Situação Atletas Não atletas P

AE 3,64 (±1,15) 2,52 (±0,94) 0.024*

AC 4,4 (±1,5) 2,56 (±1,19) 0.001*

LE 2,36 (±1,38) 2,43 (±1,27) 0.927

BL 2,36 (±1,15) 2,21 (±1,20) 0.708

SOMA 12,76 (±5,18) 9,72 (±4,60) 0.037*

AE=Ataque de Extremidade; AC=Ataque de Central; LE=Levantamento; BL=Bloqueio; *

p≤0,05

Os resultados da Tabela 4 revelam uma diferença significativa entre as somas das

médias da quantidade de respostas corretas para o grupo de atletas (12,76±5,18) quando

comparados com o grupo de não atletas (9,72±4,60). Também apresenta-se diferenças

significativas nas situações AE (p=0,024) e AC (p=0,001) na comparação entre os grupos,

obtendo-se uma maior frequência de respostas corretas dos atletas em relação aos não atletas.

Para as outras situações (LE e BL), observa-se que não há diferenças significativas (p=0,927 e

p=0,708, respectivamente) entre os grupos.

4.4 Número de opções geradas nos momentos com e sem oclusão visual

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62

A Tabela 5 abaixo descreve em média e desvio-padrão as análises da quantidade de

opções geradas entre os grupos nos dois momentos em cada situação apresentada.

Tabela 5. Média (±desvio-padrão) da quantidade de opções geradas entre os grupos em cada situação e

cada momento

ATLETAS NÃO ATLETAS

AE COM OCLUSÃO 2,25 (± 0,72)*ƚ 1,78 (± 0,78)

SEM OCLUSÃO 1,92 (± 0,61) 1,90 (± 0,74)

AC COM OCLUSÃO 1,83 (± 0,75)** 1,65 (± 0,76)

SEM OCLUSÃO 1,75 (± 0,70) 1,83 (± 0,66)°

BL COM OCLUSÃO 1,91 (± 0,55)*** 1,34 (± 0,62)

SEM OCLUSÃO 1,87 (± 0,52) 1,78 (± 0,68)§

LE COM OCLUSÃO 2,05 (± 0,67)**** 1,75 (± 0,74)

SEM OCLUSÃO 2,11 (± 0,62)ƨ 1,81 (± 0,70) AE=Ataque de extremidade; AC=Ataque de central; BL=Bloqueio; LE=Levantamento; * Atletas>Não atletas no

momento com oclusão (p=0,0001); ƚ Com oclusão>sem oclusão no grupo de atletas (p=0,0002); ** Atletas>Não

atletas no momento com oclusão (p=0,04); ° Sem oclusão>com oclusão no grupo de não atletas (p=0,04); ***

Atletas>Não atletas no momento com oclusão (p=0,0001); § Sem oclusão>com oclusão no grupo de não atletas

(p=0,0001); **** Atletas>Não atletas nos dois momentos (p=0,0001); ƨ Sem oclusão>com oclusão nos dois

grupos (p=0,0001).

De acordo com os resultados apresentados na Tabela 5 revela-se que na situação AE,

houve interação entre os fatores principais (fator momento e fator grupo). Para o fator

momento: no momento com oclusão, o grupo de atletas apresentou maior média do que o

grupo de não atletas (p=0,0001). No fator grupo: o grupo atletas apresentou maior média no

momento com oclusão do que no momento sem oclusão (p=0,0002).

Na situação AC e BL houve interação entre os fatores principais (fator momento e

fator grupo). Para o fator momento: no momento com oclusão, o grupo de atletas apresentou

maior média do que o grupo de não atletas nas duas situações – AC e BL (p=0,04 e p=0,0001,

respectivamente). Para o fator grupo: o grupo de não atletas apresentou maior média no

momento sem oclusão do que no momento com oclusão nas duas situações – AC e BL

(p=0,04 e p=0,0001, respectivamente).

Na situação LE, não houve interação entre os fatores principais (fator momento e fator

grupo). Observa-se que o grupo de atletas apresentou maior média do que o grupo não atletas,

independente do momento. E o momento sem oclusão apresentou maior média do que o

momento com oclusão nos dois grupos.

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63

5 DISCUSSÃO

5.1 Número de fixações visuais

O presente estudo verificou o comportamento visual de atletas e não atletas de

voleibol utilizando-se o rastreamento ocular (via Eye Tracking fixo) na análise de cenas de

vídeos de jogo em diferentes situações (AE, AC, LE e BL).

Na análise do número de fixações visuais os resultados do presente estudo revelam

que a soma das médias da quantidade de fixações visuais no grupo de atletas foi de 48,45

(±11,70) e no grupo de não atletas de 48,45 (±9,84). Demonstra-se que não houve diferenças

significativas na comparação entre o grupo atletas e não atletas em nenhuma situação de jogo.

Esses resultados não confirmam a hipótese 1 proposta (H1), que diz que o número de fixações

visuais será menor para a TD dos atletas de voleibol em comparação com os não atletas nas

situações de análise de cenas de vídeo de jogos reais.

No estudo realizado por Afonso e Mesquita (2013) com 15 atletas femininas de

voleibol divididas em dois grupos: habilidosas (n=9; 16,1±2,0 anos de idade) e menos

habilidosas (n=6; 16,8±2,0 anos de idade), utilizou-se o rastreamento ocular e relatos verbais

em cenas dinâmicas de tarefas ofensivas a fim de uma maior compreensão dos mecanismos

por trás da TD no esporte. Os resultados deste estudo demonstraram que o número de fixações

visuais não foram significativamente diferentes entre os grupos, corroborando com os

resultados encontrados no presente estudo. Esses resultados podem ser explicados pela maior

importância e influência da qualidade das fixações visuais em relação à quantidade para a TD.

Em outro estudo realizado por Afonso et al. (2012a) foram encontradas diferenças

significativas no número de fixações sendo maiores para o grupo muito habilidosa em

comparação com o grupo habilidosas nas análises de situações de ataque. Resultados

semelhantes foram encontrados nos estudos de Piras, Lobiette e Squatrito (2014) e Liu

(2015), que compararam jogadores peritos e novatos de voleibol utilizando-se de cenas de

vídeos de jogos reais com situações de ataque. Estes estudos demonstraram que os peritos

com os melhores desempenhos na tarefa realizavam um menor número de fixações visuais em

relação aos novatos (média de 12,72 e 20,61 respectivamente).

De acordo com os resultados do presente estudo, observa-se que para as situações de

ataque que não houve diferença significativa entre os grupos, o que corrobora com o estudo

de Afonso e Mesquita (2013) e contraria os resultados encontrados por Afonso et al. (2012a),

Piras, Lobiette e Squatrito (2014) e Liu (2015).

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64

Ainda no voleibol, Sáez-Gallego et al. (2013) encontraram diferenças significativas

para o número de fixações visuais analisando situações de bloqueio. Neste estudo

demonstrou-se que atletas mais exitosos na tarefa de TD proposta realizavam mais fixações

visuais quando comparados aos atletas menos exitosos, o que não corrobora com os resultados

encontrados no presente trabalho. Na situação de bloqueio, no presente estudo não foram

encontradas diferenças significativas entre os grupos analisados.

Explicita-se aqui a importância de direcionar o treinamento à focalização da atenção

para os locais específicos que demonstram-se uma melhor qualidade nas informações dos

sinais relevantes com o objetivo de uma TD mais eficaz.

Na situação de levantamento, não foram encontradas diferenças significativas entre os

atletas e não atletas do presente estudo para o número de fixações visuais. Observa-se que não

foram encontrados estudos que comparem o número de fixações visuais no voleibol em

situações de levantamento, o que justifica a apresentação, porém a não discussão destes

dados.

5.2 Duração das fixações visuais

Para a duração das fixações visuais, as somas dos tempos médios de duração das

fixações visuais foram de 12502,06 (±4192,29) ms no grupo de atletas e 14037,29 (±2864,75)

ms no grupo de não atletas. Apresenta-se uma diferença significativa na situação AC

(p=0,042), sendo apresentadas durações mais longas do grupo não atletas em relação ao grupo

atletas. Nas demais situações não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos.

Esses resultados confirmam a hipótese 1 proposta (H1), que cita que as fixações visuais para a

TD dos atletas de voleibol serão mais curtas em comparação com os não atletas nas situações

de análise de cenas de vídeo de jogos reais.

Estudos realizados por Liu (2015) e Piras, Lobietti e Squatrito (2014) com 30 atletas

de voleibol demonstram que peritos realizam fixações mais rápidas (508,50 ms) quando

comparados aos novatos (444,22 ms). Esses resultados corroboram com os encontrados no

presente estudo e podem ser explicados pelos peritos possuírem mais conhecimento específico

da modalidade, fazerem mais uso das informações disponíveis e possuírem padrões mais

rápidos de busca visual no ambiente, fixando a atenção nas tarefas relevantes e menos em

áreas de não relevantes. Isso permite que codifiquem e recuperem informações de forma

eficiente e tomam decisões mais rápidas e adequadas.

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65

Resultados diferentes foram encontrados nos estudos de Afonso e Mesquita (2013) e

Afonso et al. (2012a) com atletas femininas de voleibol divididas em dois grupos: habilidosas

e menos habilidosas. Nestes estudos utilizou-se o rastreamento ocular e relatos verbais em

cenas dinâmicas de tarefas ofensivas para análise dos mecanismos para a TD no esporte. No

trabalho de Afonso et al. (2012a) demonstrou-se diferenças significativas na duração média

das fixações, sendo que as atletas mais habilidosas realizaram fixações mais duradouras

quando comparadas às atletas menos habilidosas. No estudo de Afonso e Mesquita (2013) não

foram demonstradas diferenças significativas entre os grupos. Na presente investigação, as

durações das fixações foram maiores no grupo não atleta quando comparadas ao grupo de

atletas, o que difere dos achados nos trabalhos supracitados.

Observando-se a duração das fixações em situações de ataque, o presente estudo

apresentou diferenças significativas entre os grupos, sendo menores para os atletas quando

comparados aos não atletas. Resultados esses que corroboram com o trabalho de Liu (2015) e

Piras, Lobietti e Squatrito (2014) e diferem dos estudos de Afonso et al. (2012a) e Afonso e

Mesquita (2013).

Na situação de bloqueio, Vila-Maldonado et al. (2012) realizaram um estudo com sete

atletas de voleibol do sexo masculino da categoria absoluta e analisaram o comportamento

visual em duas situações de bloqueio (em apoio e em salto). Os resultados apresentaram

diferença significativa na duração média das fixações visuais, sendo maiores na situação em

apoio (0,42±0,03) quando comparada à situação com salto (0,32±0,04). Apesar de não serem

analisados no presente estudo diferentes comportamentos no bloqueio, os resultados

apresentados não corroboram com os encontrados no presente estudo, que não obteve

diferenças significativas na situação de BL entre os grupos analisados para as situações de

TD.

Essas diferenças entre os resultados dos estudos podem ser justificadas devido ao fato

de que atletas percebem os sinais relevantes das cenas de acordo com o conhecimento

específicos na modalidade e vivências passadas e não precisam prender a atenção por muito

tempo para tomar as decisões, ou seja, já sabem os sinais relevantes à observar. Além disso, a

maior parte dos atletas que participaram do estudo são ponteiros ou opostos, atribuindo

principalmente funções de ataque nos jogos.

Na situação de levantamento, não foram encontradas diferenças significativas entre os

atletas e não atletas do presente estudo na duração das fixações visuais. Explicita-se aqui que

não foram encontrados estudos que comparem a duração das fixações visuais no voleibol em

Page 69: ANÁLISE DO COMPORTAMENTO VISUAL E DA TOMADA DE …€¦ · VOLEIBOL Belo Horizonte Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional

66

situações de levantamento, o que justifica a sua apresentação, porém sem a discussão com

resultados de outros estudos.

5.3 Qualidade da Tomada de Decisão

No presente estudo verificou-se a qualidade da tomada de decisão (TD) de atletas e

não atletas de voleibol em cenas de vídeo de diferentes situações de jogo.

Os resultados obtidos revelam uma diferença significativa entre as somas das médias

da quantidade de respostas corretas para o grupo de atletas (12,76±5,18) quando comparados

com o grupo de não atletas (9,72±4,60). Demonstraram-se diferenças significativas também

nas situações AE (p=0,024) e AC (p=0,001) na comparação entre os grupos, obtendo-se uma

maior frequência de respostas corretas do grupo atletas em relação aos não atletas. Esses

resultados confirmam a hipótese 2 proposta (H2), que diz que a qualidade da TD dos atletas

em cenas reais de jogos de voleibol será melhor em comparação com não atletas.

Araújo, Afonso e Mesquita (2011) demonstraram que atletas com melhores

desempenhos competitivos apresentam maiores valores percentuais de decisões corretas

quando comparados aos atletas com piores desempenhos competitivos em diferentes

categorias do voleibol. Resultados estes que estão de acordo com os encontrados no presente

estudo, que apresentou melhores decisões para os atletas, que têm maior experiência de

sucesso competitivo em relação aos não atletas, que não têm experiência em competições na

modalidade voleibol.

Na situação de bloqueio, não foram encontradas diferenças significativas nos

resultados do presente estudo na comparação entre os grupos. Resultados semelhantes foram

encontrados por Vila-Maldonado et al. (2014b) utilizando atletas femininas de voleibol

divididas em dois grupos: elite e amadoras. Os autores analisaram a TD em situações de

bloqueio e não encontraram diferenças significativas entre os grupos em variável ao se

comparar a porcentagem de acertos. Também não foram encontradas diferenças significativas

no estudo de Araújo, Neves e Mesquita (2012) com atletas femininas de voleibol de diferentes

faixas etárias e experiência específica na modalidade na comparação da TD entre os grupos

em uma ação de bloqueio no jogo, resultados esses que estão de acordo com os do presente

estudo.

Em outro estudo realizado por Vila-Maldonado et al. (2012) com sete atletas

masculinos de voleibol da categoria absoluta, também não observaram-se diferenças

significativas na qualidade da TD comparando duas ações de bloqueio, em apoio

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67

(69,84±12,57%) e com salto (79,36±13,02%). Observa-se que o presente estudo não

comparou diferentes ações de bloqueio, apenas a qualidade da TD na situação de jogo. Apesar

disso, analisando-se os resultados relacionados à TD, explicita-se que nos dois estudos não

foram encontradas diferenças significativas.

Em resumo, os resultados do presente estudo revelam diferenças significativas nas

situações de ataque quando comparados atletas e não atletas, sendo que o grupo de atletas

acertou mais respostas do que o grupo de não atletas. Esses resultados corroboram com os

encontrados no estudo de Araújo, Afonso e Mesquita (2011). Na situação de bloqueio não

foram encontradas diferenças significativas entre os grupos do presente estudo, o que

corrobora com os resultados encontrados por Araújo, Neves e Mesquita (2012), Vila-

Maldonado et al. (2012) e Vila-Maldonado et al. (2014b).

Observa-se com os resultados apresentados que a qualidade da TD está mais

relacionada com a qualidade dos sinais relevantes percebidos nas diferentes situações.

Demonstra-se que o número de fixações não é o mais importante, mas sim a qualidade das

informações apresentadas pelos locais específicos dos sinais relevantes. Com isso, obtêm-se

menores durações das fixações, visto que a pressão de tempo é uma exigência nos JEC que

apresentam alta variabilidade e exigem uma relação direta entre cognição-ação.

De acordo com Schlappi-Lienhard e Hossner (2015) a TD depende dos detalhes da

informação emitida na situação de jogo pelo adversário, o contexto externo, o contexto

situacional específico e os movimentos do adversário. Além disso, relata-se uma alta

influência do comportamento visual e do domínio do conhecimento específico da modalidade.

É importante que a transferência de aprendizagem considere a influência de experiências

anteriores sobre a realização de uma ação em um novo contexto.

Na situação de levantamento, não foram encontradas diferenças significativas entre os

atletas e não atletas do presente estudo na duração das fixações visuais. Explicita-se aqui que

não foram encontrados estudos que comparem a duração das fixações visuais no voleibol em

situações de levantamento, o que justifica a sua apresentação, porém sem a discussão com

resultados de outros estudos.

Em um nível mais prático, o conhecimento dos elementos que sustentam o

desenvolvimento cognitivo ajuda a apontar os fatores que impactam efetivamente não só o

ensino e a prática dos esportes, mas também o desempenho e a aprendizagem da TD em

contextos similares, constrangidos temporalmente e com limitados recursos temporais

disponíveis. A partir dos trabalhos de rastreamento ocular possibilita-se a criação de modelos

de E-A-T tático específicos para melhora das estratégias visuais e percepção de sinais

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68

relevantes, com o objetivo de direcionar a atenção e diminuir a duração das fixações para TD

mais rápidas e eficientes nas diversas situações apresentadas pelo jogo.

5.4 Número de opções geradas nos momentos com e sem oclusão visual

No presente estudo verificou-se também a relação entre a quantidade de opções

geradas para a TD de atletas e não atletas de voleibol em cenas reais de jogo em situações de

ataque de extremidade (AE), ataque de central (AC), levantamento (LE) e bloqueio (BL) em

dois momentos: com e sem oclusão visual.

Em relação aos momentos (com e sem oclusão visual), observa-se com os resultados

encontrados uma diferença significativa no número de opções geradas sendo maiores para o

grupo de atletas quando comparados com o grupo de não atletas no momento com oclusão

visual em todas as situações de jogo. Esses resultados não confirmam a hipótese 3 (H3)

proposta, que cita que a quantidade de opções geradas será maior nos momentos sem oclusão

visual nas análises das cenas reais de jogos de voleibol.

Na modalidade voleibol, Bordini et al. (2015) analisaram o efeito da oclusão temporal

na cortada do voleibol sobre a tomada de decisão defensiva em atletas com diferentes níveis

de experiência. Utilizaram-se 48 atletas de voleibol divididos em três diferentes grupos

caracterizados por categorias e níveis. Os autores utilizaram diferentes momentos de corte

caracterizando os momentos de oclusão visual e avaliaram a qualidade da TD dos atletas.

Demonstrou-se que a oclusão realizada no exato momento do contato entre o atacante e a bola

foi a de maior frequência de acertos. Observa-se que no estudo realizado por Bordini et al.

(2015) analisou-se diferentes momentos de oclusão, o que não foi realizado no presente

estudo. Além disso, avaliamos a quantidade de opções geradas no momento com oclusão

visual e comparamos com o momento sem oclusão, o que não foi realizado pelo estudo

supracitado, o que impossibilita a comparação entre os resultados encontrados.

Em relação aos grupos, no presente estudo encontram-se diferenças significativas no

que tange as gerações de opções dos grupos nas situações de jogo apresentadas. Na situação

de AE, o grupo de atletas gerou mais opções quando ocorreu a oclusão visual do que na sem

oclusão. Nas situações de AC e BL, o grupo de não atletas gerou mais opções na situação sem

oclusão do que na situação com oclusão.

Particularmente na situação de LE, encontram-se diferenças significativas no número

de opções geradas sendo que o grupo de atletas gerou mais opções do que o grupo não atleta

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69

nos dois momentos. Além disso, no momento sem oclusão gerou-se mais opções do que no

momento com oclusão nos dois grupos.

Em um estudo realizado por Memmert, Hüttermann e Orliczek (2013) com 30

jogadores de futebol, utilizou-se 20 cenas de vídeo de situações ofensivas com

aproximadamente dez segundos de duração para geração de opções de respostas para

solucionar a situação apresentada. Os participantes foram avaliados quanto às condições

emocionais e os critérios de criatividade das respostas: originalidade, flexibilidade e fluência

(ROTH; RAAB; GRECO, 2000; ROTH; SCHÖRER; GRECO, 2004; WILLIAMS; FORD,

2008; WILLIAMS; REILLY, 2000). Os autores encontraram diferenças significativas nas

condições emocionais para os três critérios de criatividade das respostas, concluindo que a

geração de soluções criativas podem ser otimizadas através da mudança no estado

motivacional dos atletas. No presente estudo, não se avaliou os estados emocionais e a

criatividade das opções geradas dos participantes, impossibilitando a comparação entre os

resultados obtidos.

Utilizando-se do congelamento de cenas dinâmicas (não oclusão visual), Johnson e

Raab (2003) realizaram um estudo com 85 jovens jogadores masculinos de handebol do

Brasil e Alemanha. As cenas tinham uma duração aproximada de dez segundos e após a

parada, congelavam-se durante 45 segundos, tempo esse para a TD e geração de opções. Os

atletas obtiveram uma média de geração de 2,3 opções nas situações de jogo apresentadas. Os

autores apresentam ainda que não houve uma correlação entre a média do número de opções

geradas e a qualidade da melhor opção escolhida.

Ainda de acordo com Johnson e Raab (2003), uma hipótese do efeito da geração de

opções na TD é que a diferença entre o número de opções geradas depende das estratégias

utilizadas, isto é, quando se define um tipo de estratégia necessária para a resolução de uma

determinada ação, diferentes tipos e quantidades de opções são geradas. Fato esse que pode

ser explicado por diferenças nas estratégias utilizadas levando em consideração o

conhecimento e experiência específicos da modalidade e situações vivenciadas, retomadas da

memória (KALIS; KAISER; MOJZISCH, 2015; KREITZ et al., 2014; LABORDE;

FURLEY; SCHEMPP, 2015; LOLA; TZETZIS; ZETOU, 2012; MORIYA; KOSTER;

RAEDT, 2014). Essas estratégias podem ser demonstradas em estudos que envolvem o

rastreamento ocular, observando-se que nas modalidades esportivas coletivas em que o

ambiente varia, como o caso do voleibol, diferenças nas quantidades, durações e locais de

fixações visuais são deterministas para uma TD correta (AFONSO; MESQUITA, 2013;

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70

BALSER et al., 2014; LIU, 205; OLIVEIRA; LOBINGER; RAAB, 2014; PIRAS;

LOBIETTI; SQUATRITO, 2014).

A hipótese da geração de opções proposta por Johnson e Raab (2003) foi confirmada

nos trabalhos realizados por Belling, Suss e Ward (2015ab) no futebol. No primeiro estudo,

Belling, Suss e Ward (2015a) objetivaram investigar o tempo de restrição sobre o

comportamento de geração de opções durante uma fase de avaliação e intervenção na TD.

Para isso, utilizaram 21 jogadores de futebol de nível recreacional que avaliaram 30

videoclipes de aproximadamente 5 a 10 segundos de duração em situações normais de jogo

(11x11). Utilizou-se a oclusão visual da cena em um determinado momento para a TD dos

participantes. No segundo estudo, Belling, Suss e Ward (2015b) utilizaram jogadores

profissionais de futebol para testar os mecanismos cognitivos para explicar o desempenho dos

especialistas na TD. Nos dois experimentos, observou-se que as estratégias visuais utilizadas

para as análises das cenas foram diferentes entre os grupos comparados nos dois estudos, o

que, segundo os autores, confirma a hipótese proposta por Johnson e Raab (2003).

Esses resultados apresentados por Belling, Suss e Ward (2015ab) corroboram com os

encontrados no presente estudo, no qual a qualidade da TD e a quantidade de opções geradas

também foram influenciadas pelas estratégias de busca visual diferentes utilizadas entre

atletas e não atletas nas distintas situações de jogo e diferentes momentos (com e sem oclusão

visual) apresentados.

Causer e Ford (2014) realizaram um estudo com 205 estudantes divididos em

jogadores de futebol (n=106), jogadores de outros esportes de invasão (n=43) e de outros

esportes (n=58). Utilizou-se cenas de vídeos de jogos de futebol 4x4 com oclusão temporal

para os voluntários tomarem uma decisão para a resolução das cenas. Como utilizado no

presente estudo na situação com oclusão, a cena desaparecia durante quatro segundos, tempo

esse utilizado para a tomada de decisão. Demonstrou-se que a exatidão da TD ocorre entre

esportes de características semelhantes, não sendo encontradas diferenças entre os grupos

estudados. Porém, os autores citam que em esportes com características diferentes dos jogos

de invasão, como o voleibol, não se confirmou essa hipótese.

Observa-se que até o momento não foi encontrado pelo autor desta pesquisa nenhum

estudo que compare os momentos com e sem oclusão visual para o número de opções

geradas, principalmente se tratando da modalidade voleibol. Acredita-se, no entanto, que as

diferentes estratégias de busca visual nos momentos com e sem oclusão pode ser o fator

principal que comprova as diferenças encontradas nos resultados deste estudo.

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71

6 LIMITAÇÕES DO ESTUDO

Considera-se importante salientar que a amostra do presente estudo compôs-se de dois

dos três principais clubes de voleibol de Belo Horizonte, clubes esses que disputam as

competições de maior nível dentro do estado e país. O clube faltante se deu por uma

competição que estava disputando, cujo o treinador não liberou seus atletas para participarem

das coletas.

Em relação às coletas, as mesmas foram realizadas em momentos oportunos

disponibilizados pelos clubes, sendo antes ou depois de uma sessão de treino, onde não houve

um controle do tipo e da carga de treinamento realizada pelos atletas no dia das coletas.

Observa-se que a TD pode ser influenciada por fatores cognitivos como a percepção

(JANELLE; HATFIELD, 2008; PALMI, 2007; WILLIAMS; GRANT, 1999), atenção

(AFONSO; GARGANTA; MESQUITA, 2012; BRANDT et al., 2012; HÜTTERMANN;

MEMMERT, 2014, 2015; JOHNSON, 2006; OLIVEIRA; LOBINGER; RAAB, 2014),

antecipação (BORDINI et al., 2015; TENENBAUM, 2003) e memória (DODDS; GRIFFIN;

PLACEK, 2001; HILL; WINDMANN, 2014; FURLEY; MEMMERT, 2012, 2015),

pensamento, inteligência (AFONSO; GARGANTA; MESQUITA, 2012; GRECO, 2006ab) e

por fatores fisiológicos como a intensidade do exercício (JÚNIOR; ALMEIDA, 2013).

Em outro ponto, dados de dois atletas foram perdidos devido a problemas com o Eye

Tracking ou por movimentos bruscos dos participantes durante as coletas e,

consequentemente desfocalização do laser infravermelho.

Explicita-se também que os atletas participantes deste estudo realizaram as análises

das cenas específicas e não específicas da sua posição de jogo na equipe, o que pode

comprometer a motivação dos mesmos para realizar as análises das cenas e influenciar assim

na TD (LABORDE; RAAB, 2013). Salienta-se que a motivação dos atletas não foi medida

em momento algum das coletas.

Por fim, observa-se que até o momento não foi encontrado nenhum estudo nos

esportes que compare os momentos com e sem oclusão visual para o número de opções

geradas em cenas reais de jogo com tarefas de TD, principalmente se tratando da modalidade

voleibol.

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72

7 CONCLUSÕES

Diante dos resultados encontrados considera-se que jovens atletas de voleibol realizam

fixações mais rápidas em situações de AC e ainda tomam decisões mais corretas em situação

de ataque (AE e AC) quando comparados com não atletas. Observa-se com esses resultados

que os atletas já sabem onde fixar o olhar, realizando curtas durações em locais específicos

que apresentam qualidade dos sinais relevantes para uma ótima TD, onde demonstra-se que a

qualidade dos sinais relevantes é mais importante do que a quantidade de fixações visuais.

Sugere-se a investigação de diferentes modelos de treinamento técnico-táticos para melhora

do comportamento visual com o objetivo da melhora da qualidade da TD no voleibol,

utilizando-se do Eye Tracking para o rastreamento ocular e avaliação do comportamento

visual entre sessões de treino. Obtendo-se esses dados, os treinadores/professores podem

condicionar e direcionar os processos de E-A-T visando melhorar as possíveis “fraquezas”

detectadas individualmente em cada atleta.

O presente estudo confirma a hipótese de Johnson e Raab (2003) que citam que a

diferença entre o número de opções geradas depende das estratégias utilizadas, isto é, quando

se define um tipo de estratégia necessária para a resolução de uma determinada ação,

diferentes tipos e quantidades de opções são geradas. Observa-se diante dos resultados obtidos

que as diferentes estratégias visuais (número e duração das fixações visuais) utilizadas para as

análises das cenas apresentadas entre os atletas e não atletas influenciam diretamente na

qualidade da TD e na quantidade de opções geradas. As diferentes estratégias de busca visual

nos momentos com e sem oclusão evidenciaram-se como um importante fator que comprova

as diferenças encontradas nos resultados deste estudo, afirmando a hipótese proposta por

Johnson e Raab (2003), que a diferença entre o número e os tipos de opções geradas depende

das estratégias utilizadas para a resolução de uma determinada ação.

Modalidades esportivas como o voleibol, exigem habilidades visuais específicas entre

as quais o reconhecimento da informação visual proporcionada pela situação de jogo e a

elaboração de estratégias para uma TD eficaz, levam a uma ação eficiente. Esses processos

resultam das interações entre a percepção, ação e TD, do qual, segundo Oliveira et al. (2009),

as informações obtidas pelas experiências vivenciadas e armazenadas na memória controlam a

força dessas interações, emergindo respostas para obter-se vantagem no jogo.

O treinamento específico dos processos cognitivos (percepção, atenção, TD) por meio

da organização dos processos de E-A-T relacionados ao conhecimento de sinais relevantes

dentro da periodização técnico-tática, permite o desenvolvimento do conhecimento tático,

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73

facilitando a realização das ações motoras de forma mais eficiente por parte do atleta,

integrando-se no conceito de proceduralização do conhecimento conforme postulado por

Anderson (1982). Além disso, os processos de E-A-T aliados aos jogos, aumentam a vivência

prática da modalidade, que armazenam-se na memória e são utilizadas nas interações dos

processos de bottom-up e top-down (RAAB, 2015), resultando em uma melhor e mais rápida

TD.

O presente estudo permitiu comprovar a aplicabilidade do eye tracking como um

instrumento de avaliação durante o processo de E-A-T sustentando-se por ser um método

seguro e não invasivo capaz de mensurar movimentos oculares precisos, não facilmente

acessíveis por outro método, além de apresentar uma intima relação entre a atenção e o

rastreamento ocular em tarefas visuais (como no caso dos esportes) (DUCHOWSKI, 2007;

NUMMENMAA; HYÖNÄ; CALVO, 2006). A maioria dos estudos utilizando este

instrumento possuem estímulos estáticos, como imagens e textos, porém atualmente o

interesse em cenas dinâmicas (como o uso de videoclipes) vem crescendo cada vez mais entre

os pesquisadores (LARSSON et al., 2015).

Diante os resultados encontrados e nas pesquisas acima descritas sugere-se a

investigação dos efeitos de diferentes modelos de treinamento técnico-táticos e processos de

E-A-T objetivando a melhora da percepção, atenção e TD (qualidade da TD e geração de

opções) nas diferentes situações de jogo do voleibol, recorrendo-se a aplicação do eye

tracking móvel e fixo para o rastreamento ocular como forma de avaliação do comportamento

visual. Ressalta-se aqui também a importância de pesquisas longitudinais com atletas das

categorias de base, que se mostrou ser uma lacuna na literatura específica da área. Além disso,

é importante utilizar cenas de diferentes situações no voleibol que se aproximem o máximo do

jogo real, a fim de aumentar a validade ecológica e objetivando que estudos futuros utilizem

as mesmas cenas para as análises e comparações nos diferentes níveis e desenhos

experimentais.

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2002.

Page 100: ANÁLISE DO COMPORTAMENTO VISUAL E DA TOMADA DE …€¦ · VOLEIBOL Belo Horizonte Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional

97

ANEXOS

Anexo I

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Questionário de dados demográficos

Nome: ____________________________________________________________________

Data do teste: _______/_______/________ Horário: ________________________________

Equipe _______________________________ Posição ______________________________

Categoria _____________________ Local de treino: ________________________________

Data de nascimento: _____ /______ /________ Idade: ______________

Sexo: □ Masculino □ Feminino

(1) Você treina alguma (s) outra (s) modalidade (s) esportiva (s)? □ não □ sim

Se “sim” qual (is)? ________________________________________

(2) Há quantos anos você treina regularmente o Voleibol?

□ menos de 1 ano □ 1 ano □ 2 anos □ 3-4 anos □ 5 anos □ 5-10 anos □ acima de 10

anos

(3) Quantos treinos você tem na semana?

□ □ □ □ □ □

1 2 3 4 5 6

(4) Quanto tempo de treino você tem por sessão (em minutos)?

□ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □

45’ 60’ 90’ 120’ 150’ 180’ 210’ 240’ 270’ 300’ mais minutos _____

(5) Participa de competições: □ não □ sim

Caso sim, ha quantos anos:

□ menos de 1 ano □ 1 ano □ 2 anos □ 3-4 anos □ 5 anos □ 5-10 anos □ acima de 10

Em que nível: □ regional □ estadual □ nacional □ internacional

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98

Anexo II

FICHA DE CONTROLE DE COLETAS

NOME: CATEGORIA:

CLUBE: POSIÇÃO:

SITUAÇÃO: ( ) Com oclusão ( ) Sem oclusão ( ) Declarando antes ( ) Não declarando antes

ATAQUE DE EXTREMIDADE

CENA 86AA CENA 99ª CENA 81A CENA 33A

( ) Ataque na diagonal ( ) Ataque na diagonal ( ) Ataque na diagonal ( ) Ataque na diagonal

( ) Ataque na paralela ( ) Ataque na paralela ( ) Ataque na paralela ( ) Ataque na paralela

( ) Largada ( ) Largada ( ) Largada ( ) Largada

( ) Explorar o bloqueio ( ) Explorar o bloqueio ( ) Explorar o bloqueio ( ) Explorar o bloqueio

( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )

CENA 48ª CENA 13ª CENA 67A OBSERVAÇÕES

( ) Ataque na diagonal ( ) Ataque na diagonal ( ) Ataque na diagonal

( ) Ataque na paralela ( ) Ataque na paralela ( ) Ataque na paralela

( ) Largada ( ) Largada ( ) Largada

( ) Explorar o bloqueio ( ) Explorar o bloqueio ( ) Explorar o bloqueio

( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( )

ATAQUE DE CENTRAL

CENA 64A CENA 84ª CENA 227A CENA 141A

( ) Ataque para posição 1 ( ) Ataque para posição 1 ( ) Ataque para posição 1 ( ) Ataque para posição 1

( ) Ataque para posição 5 ( ) Ataque para posição 5 ( ) Ataque para posição 5 ( ) Ataque para posição 5

( ) Ataque frontal ( ) Ataque frontal ( ) Ataque frontal ( ) Ataque frontal

( ) Largada ( ) Largada ( ) Largada ( ) Largada

( ) Explorar o bloqueio ( ) Explorar o bloqueio ( ) Explorar o bloqueio ( ) Explorar o bloqueio

( ) ( ) ( ) ( )

CENA 117A CENA 62ª CENA 214A OBSERVAÇÕES

( ) Ataque para posição 1 ( ) Ataque para posição 1 ( ) Ataque para posição 1

( ) Ataque para posição 5 ( ) Ataque para posição 5 ( ) Ataque para posição 5

( ) Ataque frontal ( ) Ataque frontal ( ) Ataque frontal

( ) Largada ( ) Largada ( ) Largada

( ) Explorar o bloqueio ( ) Explorar o bloqueio ( ) Explorar o bloqueio

( ) ( ) ( )

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99

Anexo III

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Termo de concordância da instituição

______________________________________________________________________

INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA

______________________________________________________________________

Título do Projeto: Análise do comportamento visual e da tomada de decisão no voleibol.

Objetivo: (1) analisar o número e a duração das fixações visuais de atletas e não atletas de

voleibol utilizando o Eye Tracking fixo; (2) analisar a qualidade da tomada de decisão (TD)

dos voluntários; (3) analisar o número de opções geradas para a resolução da cena real de jogo

apresentada sob duas situações: com e sem oclusão visual.

Amostra: Para desenvolver este projeto é necessária a colaboração de atletas de voleibol.

Instrumentos de coleta: (1) Qualidade da tomada de decisão e geração de opções por meio

da avaliação das respostas à situações de jogos de reais de voleibol; (2) Comportamento

visual através do rastreamento ocular por meio do sistema Eye Tracking fixo.

Coleta de dados: As coletas de dados desta pesquisa não oferecem nenhum perigo nem risco

aos participantes e serão realizadas pelas análises das respostas ao teste apresentado (Tomada

de Decisão) e análise do comportamento visual através da gravação do globo ocular através

de um aparelho de infravermelho fixo à tela de um computador (Eye Tracking fixo). Todas as

coletas serão realizadas com o acompanhamento do próprio pesquisador responsável.

Local de coleta: Todas as coletas serão realizadas nos clubes, escolas ou no CECA-UFMG.

Possíveis benefícios e riscos: Benefícios – os resultados desta pesquisa fornecerão um maior

conhecimento sobre a tomada de decisão relacionadas com a busca visual, identificando

padrões de excelência, conforme a faixa etária de atletas de voleibol de Minas Gerais (a partir

de 15 anos de idade). Riscos – os referidos instrumentos não apresentam riscos para os

voluntários. Todavia a alteração da rotina no processo de treinamento poderá provocar um

prejuízo na recuperação do organismo em relação ao processo de treinamento esportivo no

qual o individuo/voluntário está inserido.

Informações adicionais: Os voluntários e os membros da instituição dos voluntários dispõem

de total liberdade para esclarecer quaisquer dúvidas que possam surgir antes, durante e depois

do curso da pesquisa. Os voluntários estão livres para recusar ou cancelar a participação em

qualquer fase da pesquisa, sem penalidades alguma e sem constrangimento.

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100

Todos os dados serão mantidos em sigilo, inclusive a identidade dos voluntários.

Somente o pesquisador responsável e a equipe deste projeto terão acesso a essas informações

que serão utilizadas apenas para fins de pesquisa e publicação. Ao final da redação e

aprovação do trabalho será encaminhada uma cópia deste estudo para as instituições e

voluntários.

Eu,__________________________________________________, representante da

instituição/clube ___________________________________________________, fui

devidamente informado e esclarecido pelo professor Henrique de Oliveira Castro, sobre a

pesquisa e todos os procedimentos nela envolvidos. Foi-me garantido que posso recuar a

participar e posso retirar o meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a

qualquer penalidade e constrangimento a minha pessoa ou à instituição/clube. Declaro que

entendi os objetivos, riscos e benefícios da participação na pesquisa e concordo em participar.

Local:_______________________________________Data:_____/_____/______

Assinatura do responsável pela instituição: _______________________________________

Assinatura do pesquisador responsável: __________________________________________

COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA DA UFMG:

Av. Antônio Carlos, 6627 - Unidade Administrativa II - 2º andar – Campus Pampulha - Belo

Horizonte, Minas Gerais, Brasil. CEP: 31270-901.

Telefone: (31) 3409-4592 / E-mail: [email protected]

CENTRO DE ESTUDOS DE COGNIÇÃO E AÇÃO (CECA / EEFFTO / UFMG):

Av. Presidente Antônio Carlos, 6627 – Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia

Ocupacional (EEFFTO-UFMG) - Campus Pampulha - Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.

CEP: 31270-901.

Prof. Dr. Pablo Juan Greco: Tel.: (31) 3409-2329 / E-mail: [email protected]

Prof. Msdo. Henrique de Oliveira Castro: Tel.: (31) 9693-5563 / E-mail:

[email protected]

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101

Anexo IV

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – Voluntário/Pesquisador

Você está sendo convidado (a) participar, como voluntário, de uma pesquisa cientifica.

Após as explicações do pesquisador, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine este

documento em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do pesquisador responsável. As

informações obtidas através dessa pesquisa serão confidenciais e asseguramos o sigilo sobre

sua participação. Os dados não serão divulgados de forma a possibilitar sua identificação. Em

caso de recusa ou de desistência durante a pesquisa você não será penalizado de forma

alguma. Em caso de dúvida você poderá procurar o Comitê de Ética da Universidade Federal

de Minas Gerais (UFMG) pelo telefone (31) 3409-4592 ou o Centro de Estudo de Cognição e

Ação (CECA), do Centro de Excelência Esportiva (CENESP), da Escola de Educação Física,

Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) da UFMG pelo telefone (31) 3409-2329.

___________________________________________________________________________

INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA

___________________________________________________________________________

Título do Projeto: Análise do comportamento visual e da tomada de decisão no voleibol.

Objetivo: (1) analisar o número e a duração das fixações visuais de atletas e não atletas de

voleibol utilizando o Eye Tracking fixo; (2) analisar a qualidade da tomada de decisão (TD)

dos voluntários; (3) analisar o número de opções geradas para a resolução da cena real de jogo

apresentada sob duas situações: com e sem oclusão visual.

Amostra: Para desenvolver este projeto é necessária a colaboração de atletas de voleibol.

Instrumentos de coleta: (1) Qualidade da tomada de decisão e geração de opções por meio

da avaliação das respostas à situações de jogos de reais de voleibol; (2) Comportamento

visual através do rastreamento ocular por meio do sistema Eye Tracking fixo.

Coleta de dados: As coletas de dados desta pesquisa não oferecem nenhum perigo nem risco

aos participantes e serão realizadas pelas análises das respostas ao teste apresentado (Tomada

de Decisão) e análise do comportamento visual através da gravação do globo ocular através

de um aparelho de infravermelho fixo à tela de um computador (Eye Tracking fixo). Todas as

coletas serão realizadas com o acompanhamento do próprio pesquisador responsável.

Local de coleta: Todas as coletas serão realizadas nos clubes, escolas ou no CECA-UFMG.

Page 105: ANÁLISE DO COMPORTAMENTO VISUAL E DA TOMADA DE …€¦ · VOLEIBOL Belo Horizonte Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional

102

Pesquisadores Responsáveis:

Prof. Dr. Pablo Juan Greco (orientador) – (31) 3409-2329

Prof. Msdo. Henrique de Oliveira Castro – (31) 9693-5563

Eu,_________________________________________________________________,

fui devidamente informado e esclarecido pelo professor Henrique de Oliveira Castro, sobre a

pesquisa e todos os procedimentos nela envolvidos. Foi-me garantido que posso recuar a

participar e posso retirar o meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a

qualquer penalidade e constrangimento a minha pessoa. Declaro que entendi os objetivos,

riscos e benefícios de minha participação na pesquisa e concordo em participar.

Local:_______________________________________________Data:_____/_____/______

Assinatura do voluntário: _____________________________________________________

Assinatura do pesquisador responsável: __________________________________________

COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA DA UFMG:

Av. Antônio Carlos, 6627 - Unidade Administrativa II - 2º andar – Campus Pampulha - Belo

Horizonte, Minas Gerais, Brasil. CEP: 31270-901.

Telefone: (31) 3409-4592 / E-mail: [email protected]

CENTRO DE ESTUDOS DE COGNIÇÃO E AÇÃO (CECA / EEFFTO / UFMG):

Av. Presidente Antônio Carlos, 6627 – Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia

Ocupacional (EEFFTO-UFMG) - Campus Pampulha - Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.

CEP: 31270-901.

Prof. Dr. Pablo Juan Greco: Tel.: (31) 3409-2329 / E-mail: [email protected]

Prof. Msdo. Henrique de Oliveira Castro: Tel.: (31) 9693-5563 / E-mail:

[email protected]

Page 106: ANÁLISE DO COMPORTAMENTO VISUAL E DA TOMADA DE …€¦ · VOLEIBOL Belo Horizonte Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional

103

Anexo V

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – Pais/Responsáveis

O seu filho está sendo convidado (a) participar, como voluntário, de uma pesquisa

cientifica. Após as explicações do pesquisador, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine

este documento em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do pesquisador responsável. As

informações obtidas através dessa pesquisa serão confidenciais e asseguramos o sigilo sobre

sua participação. Os dados não serão divulgados de forma a possibilitar sua identificação. Em

caso de recusa ou de desistência durante a pesquisa você não será penalizado de forma

alguma. Em caso de dúvida você poderá procurar o Comitê de Ética da Universidade Federal

de Minas Gerais (UFMG) pelo telefone (31) 3409-4592 ou o Centro de Estudo de Cognição e

Ação (CECA), do Centro de Excelência Esportiva (CENESP), da Escola de Educação Física,

Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) da UFMG pelo telefone (31) 3409-2329.

______________________________________________________________________

INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA

______________________________________________________________________

Título do Projeto: Análise do comportamento visual e da tomada de decisão no voleibol.

Objetivo: (1) analisar o número e a duração das fixações visuais de atletas e não atletas de

voleibol utilizando o Eye Tracking fixo; (2) analisar a qualidade da tomada de decisão (TD)

dos voluntários; (3) analisar o número de opções geradas para a resolução da cena real de jogo

apresentada sob duas situações: com e sem oclusão visual.

Amostra: Para desenvolver este projeto é necessária a colaboração de atletas de voleibol.

Instrumentos de coleta: (1) Qualidade da tomada de decisão e geração de opções por meio

da avaliação das respostas à situações de jogos de reais de voleibol; (2) Comportamento

visual através do rastreamento ocular por meio do sistema Eye Tracking fixo.

Coleta de dados: As coletas de dados desta pesquisa não oferecem nenhum perigo nem risco

aos participantes e serão realizadas pelas análises das respostas ao teste apresentado (Tomada

de Decisão) e análise do comportamento visual através da gravação do globo ocular através

de um aparelho de infravermelho fixo à tela de um computador (Eye Tracking fixo). Todas as

coletas serão realizadas com o acompanhamento do próprio pesquisador responsável.

Local de coleta: Todas as coletas serão realizadas nos clubes, escolas ou no CECA-UFMG.

Page 107: ANÁLISE DO COMPORTAMENTO VISUAL E DA TOMADA DE …€¦ · VOLEIBOL Belo Horizonte Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional

104

Pesquisadores Responsáveis:

Prof. Dr. Pablo Juan Greco (orientador) – (31) 3409-2329

Prof. Msdo. Henrique de Oliveira Castro – (31) 9693-5563

Eu,________________________________________________________________,

fui devidamente informado e esclarecido pelo professor Henrique de Oliveira Castro, sobre a

pesquisa e todos os procedimentos nela envolvidos. Foi-me garantido que posso recuar a

participar e posso retirar o meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a

qualquer penalidade e constrangimento a minha pessoa. Declaro que entendi os objetivos,

riscos e benefícios de minha participação na pesquisa e concordo em participar.

Local:____________________________________________Data:_____/_____/______

Assinatura do pai/responsável: _____________________________________________

Assinatura do pesquisador responsável: ______________________________________

COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA DA UFMG:

Av. Antônio Carlos, 6627 - Unidade Administrativa II - 2º andar – Campus Pampulha - Belo

Horizonte, Minas Gerais, Brasil. CEP: 31270-901.

Telefone: (31) 3409-4592 / E-mail: [email protected]

CENTRO DE ESTUDOS DE COGNIÇÃO E AÇÃO (CECA / EEFFTO / UFMG):

Av. Presidente Antônio Carlos, 6627 – Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia

Ocupacional (EEFFTO-UFMG) - Campus Pampulha - Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.

CEP: 31270-901.

Prof. Dr. Pablo Juan Greco: Tel.: (31) 3409-2329 / E-mail: [email protected]

Prof. Msdo. Henrique de Oliveira Castro: Tel.: (31) 9693-5563 / E-mail:

[email protected]

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105

Anexo VI

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Termo de Assentimento Livre e Esclarecido – Voluntário/Pesquisador

Você está sendo convidado (a) participar, como voluntário, de uma pesquisa cientifica.

Após as explicações do pesquisador, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine este

documento em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do pesquisador responsável. As

informações obtidas através dessa pesquisa serão confidenciais e asseguramos o sigilo sobre

sua participação. Os dados não serão divulgados de forma a possibilitar sua identificação. Em

caso de recusa ou de desistência durante a pesquisa você não será penalizado de forma

alguma. Em caso de dúvida você poderá procurar o Comitê de Ética da Universidade Federal

de Minas Gerais (UFMG) pelo telefone (31) 3409-4592 ou o Centro de Estudo de Cognição e

Ação (CECA), do Centro de Excelência Esportiva (CENESP), da Escola de Educação Física,

Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) da UFMG pelo telefone (31) 3409-2329.

___________________________________________________________________________

INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA

___________________________________________________________________________

Título do Projeto: Análise do comportamento visual e da tomada de decisão no voleibol.

Objetivo: (1) analisar o número e a duração das fixações visuais de atletas e não atletas de

voleibol utilizando o Eye Tracking fixo; (2) analisar a qualidade da tomada de decisão (TD)

dos voluntários; (3) analisar o número de opções geradas para a resolução da cena real de jogo

apresentada sob duas situações: com e sem oclusão visual.

Amostra: Para desenvolver este projeto é necessária a colaboração de atletas de voleibol.

Instrumentos de coleta: (1) Qualidade da tomada de decisão e geração de opções por meio

da avaliação das respostas à situações de jogos de reais de voleibol; (2) Comportamento

visual através do rastreamento ocular por meio do sistema Eye Tracking fixo.

Coleta de dados: As coletas de dados desta pesquisa não oferecem nenhum perigo nem risco

aos participantes e serão realizadas pelas análises das respostas ao teste apresentado (Tomada

de Decisão) e análise do comportamento visual através da gravação do globo ocular através

de um aparelho de infravermelho fixo à tela de um computador (Eye Tracking fixo). Todas as

coletas serão realizadas com o acompanhamento do próprio pesquisador responsável.

Local de coleta: Todas as coletas serão realizadas nos clubes, escolas ou no CECA-UFMG.

Page 109: ANÁLISE DO COMPORTAMENTO VISUAL E DA TOMADA DE …€¦ · VOLEIBOL Belo Horizonte Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional

106

Pesquisadores Responsáveis:

Prof. Dr. Pablo Juan Greco (orientador) – (31) 3409-2329

Prof. Msdo. Henrique de Oliveira Castro – (31) 9693-5563

Eu,_________________________________________________________________,

fui devidamente informado e esclarecido pelo professor Henrique de Oliveira Castro, sobre a

pesquisa e todos os procedimentos nela envolvidos. Foi-me garantido que posso recuar a

participar e posso retirar o meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a

qualquer penalidade e constrangimento a minha pessoa. Declaro que entendi os objetivos,

riscos e benefícios de minha participação na pesquisa e concordo em participar.

Local:________________________________________________Data:_____/_____/______

Assinatura do voluntário: ____________________________________________________

Assinatura do pesquisador responsável: _________________________________________

COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA DA UFMG:

Av. Antônio Carlos, 6627 - Unidade Administrativa II - 2º andar – Campus Pampulha - Belo

Horizonte, Minas Gerais, Brasil. CEP: 31270-901.

Telefone: (31) 3409-4592 / E-mail: [email protected]

CENTRO DE ESTUDOS DE COGNIÇÃO E AÇÃO (CECA / EEFFTO / UFMG):

Av. Presidente Antônio Carlos, 6627 – Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia

Ocupacional (EEFFTO-UFMG) - Campus Pampulha - Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.

CEP: 31270-901.

Prof. Dr. Pablo Juan Greco: Tel.: (31) 3409-2329 / E-mail: [email protected]

Prof. Msdo. Henrique de Oliveira Castro: Tel.: (31) 9693-5563 / E-mail:

[email protected]

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107

Anexo VII

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108

Anexo VIII

Artigo submetido advindo de colaboração para a dissertação de Mestrado

TÍTULO: Validação de conteúdo de cenas para avaliação do Conhecimento Tático

Declarativo no Voleibol

TITLE: Content Validation of scenes to evaluate the Tactical Declarative Knowledge in

Volleyball

AUTORES: Gustavo de Conti Teixeira Costa*, Henrique de Oliveira Castro*, Juan Carlos

Pérez Morales*, Pablo Juan Greco*

AFILIAÇÕES: * Centro de Estudos de Cognição e Ação – CECA; Universidade Federal de

Minas Gerais – UFMG; Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.

SEÇÃO: Artigo original

RESUMO

O objetivo consistiu em validar cenas de vídeo reais dos jogos de voleibol. Utilizou-se o

coeficiente da validade de conteúdo (CVC) proposto por Hernández-Nieto (2002).

Participaram cinco treinadores da seleção brasileira de Voleibol, peritos na modalidade, com

experiência mínima de dez anos na mesma. Os peritos avaliaram as cenas conforme os

critérios propostos por Hernández-Nieto (2002). Os resultados demonstraram que os critérios

“clareza de imagem” (CVC=0,92), “pertinência prática” (CVC=0,96) e “representatividade do

item” (CVC=0,96) apresentaram níveis satisfatórios de CVC. Somente consideraram-se

válidas as cenas em que os cinco peritos apontaram a mesma escolha da que a realizada pelo

atleta, evidenciando validade ecológica e uma convergência total na tomada de decisão. Desta

forma, a partir das 212 cenas inicialmente elaboradas, 66 cenas foram validadas. As cenas

validadas por meio do CVC possibilitam a avaliação do conhecimento tático declarativo

auxiliando no planejamento dos processos de ensino-aprendizagem-treinamento (E-A-T) de

atletas de voleibol masculino.

PALAVRAS-CHAVE: Voleibol; Coeficiente de Validade de Conteúdo; Tomada de Decisão.

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Anexo IX

Artigo submetido advindo da dissertação de Mestrado

TITLE: Visual behavior and the quality of decision making on volleyball

SHORT TITLE: Visual behavior and decision making on volleyball

AUTHORS: Henrique de Oliveira Castro1, Gustavo De Conti Teixeira Costa

1, Juan Carlos

Pérez Morales1, Gibson Moreira Praça

1,2, Pablo Juan Greco

1

AFILIATIONS: 1 Federal University of Minas Gerais – UFMG, State of Minas Gerais, Belo

Horizonte City, Brazil. 2 Federal University of the Jequitinhonha and Mucuri – UFVJM, State

of Minas Gerais, Diamantina City, Brazil.

SECTION: Original article (full paper)

ADDITIONAL INFORMATION: This study was developed as part of a Master’s

dissertation in Sports Science of School of Physical Education, Physical Therapy and

Occupational Therapy – Federal University of Minas Gerais (EEFFTO-UFMG).

ABSTRACT

This studie has the intention to verify (1) the visual behavior using the analysis of number and

duration of the visual fixation and (2) the quality of decision making of volleyball athletes and

non-athletes. 25 athletes (16,9±1 years) and 23 non-athletes (17,6±1,7 years) participated. It

was used the Eye Tracking SMI RED500® for analyzing of the visual behavior set during the

scenes of volleyball games. To analyze the decision-making quality (DM) in the action.

Observed higher average duration of visual fixations for the group of non athletes compared

to athletes for the AC situation. In quality of DM, are revealed differences in AE and AC

situations when comparing the groups with a higher frequency of correct answers of athletes.

We conclude that young volleyball athletes perform faster fixations in situations of AC and

take more correct decisions in attacking situation (AE and AC) compared to non-athletes.

KEY-WORDS: Cognition; Visual Search; Decision Making.

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Anexo X

Artigo submetido advindo da dissertação de Mestrado

TÍTULO: Geração de opções na tomada de decisão de jovens atletas de voleibol em

diferentes situações de jogo com e sem oclusão visual

TITLE: Options generation in decision-making of youth volleyball athletes in different play

situations with and without visual occlusion

AUTORES: Henrique de Oliveira Castro1, Gustavo De Conti Teixeira Costa

1, Gibson

Moreira Praça1,2

, Flávio de Oliveira Pires3, Pablo Juan Greco

1

AFILIATIONS: 1 Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG; Belo Horizonte, Minas

Gerais, Brasil. 2 Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM;

Diamantina, Minas Gerais, Brasil. 3 Universidade Federal do Maranhão – UFMA; São Luíz,

Maranhão, Brasil.

SEÇÃO: Artigo original

RESUMO

Objetiva-se verificar a relação entre a quantidade de opções geradas para a tomada de decisão

- TD de atletas e não atletas de voleibol em cenas reais de jogo nos momentos com e sem

oclusão visual. Participaram 23 atletas e 23 não atletas. Utilizou-se o relato verbal no

momento da TD durante o teste de avaliação de cenas de voleibol realizado nos momentos

com e sem oclusão. Observa-se diferença sendo maior para os atletas em relação aos não

atletas na oclusão em todas as situações de jogo. No sem oclusão gerou-se mais opções do que

no com oclusão nos dois grupos. As diferenças com e sem oclusão evidenciam a hipótese de

Johnson e Raab (2003) de que a diferença entre o número e os tipos de opções geradas

depende das estratégias utilizadas para a resolução de uma determinada ação.

PALAVRAS-CHAVE: Voleibol; Cognição; Tomada de Decisão; Geração de Opções.