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(L ngua Brasileira de sinais)
Manaus AM
2009
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APRESENTA O
A presente apostila contm informa es referentes Lngua Brasileira
de Sinais (LIBRAS) direcionados a alunos, comunidade escolar e pessoas
interessadas a aprender a libras a fim de ajud-los no estabelecimento de
comunica o e melhoria no processo ensino e aprendizagem.
Respeitar o surdo como cidad o , antes de tudo, querer que esse
cidad o fa a parte da na o, seja um indivduo atuante e capaz de exercer sua
cidadania.
O surdo como qualquer outro deficiente possui sua compreens o
natural, o que os seus ouvidos n o podem ouvir, os seus olhos ouvem. Ele
um estrangeiro brasileiro no Brasil. Tem que aprender a lngua dos ouvintes e
isto n o fcil. (Rimar Segala).
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INTRODU O
A LIBRAS uma lngua
Muitas pessoas acreditam que a Lngua Brasileira de sinais (LIBRAS) o portugus feito com as m os, na qual os sinais substituem as palavras desta lngua. Outras pensam que ela uma linguagem como a linguagem das abelhas ou do corpo, como a mmica. Muitas pensam, ainda, que ela somente um conjunto de gestos que interpretam as lnguas orais. Entre as pessoas que acreditam que a LIBRAS realmente uma lngua, h algumas que pensam que ela limitada e expressa apenas informa es concretas, e que n o capaz de transmitir idias abstratas.
Pesquisas sobre as lnguas de sinais vm mostrando que estas lnguas s o comparveis em complexidade e expressividade a quaisquer lnguas orais. Estas lnguas expressam idias sutis, complexas e abstratas. Os seus usurios podem discutir filosofia, literatura ou poltica, alm de esporte, trabalho, moda e utiliza-la como fun o esttica para fazer poesias, est rias, teatro e humor.
Como toda lngua, as lnguas de sinais aumentam seus vocabulrios com novos sinais introduzidos pelas comunidades surdas em resposta mudan a culturais e tecnol gicas.
As lnguas de sinais n o s o universal. Assim, como as pessoas ouvintes em pases diferentes falam diferentes lnguas, assim tambm as pessoas surdas por toda parte do mundo, que est o inseridos em Culturas Surdas , possuem suas pr prias lnguas, existindo, portanto, muitas lnguas de sinais diferentes, como: Lngua de Sinais Francesa, Chilena, Portuguesa, americana, Argentina, Venezuelana, Peruana, Portuguesa, Inglesa, Italiana, Japonesa, Chinesa, Uruguaia, Russa, Urubus-Kaapor, citando apenas algumas. Estas lnguas s o diferentes uma das outras e independem das lnguas orais utilizadas nesses ou em outros pases, por exemplo: o Brasil e Portugal possuem a mesma lngua oficial, o portugus, mas as lnguas de sinais destes pases s o diferentes, o mesmo acontece com os Estados Unidos e a Inglaterra, entre outros. Tambm pode acontecer que uma mesma lngua de sinais seja utilizada por dois pases, como o caso da lngua de sinais americana que usada pelos surdos do Estados Unidos e do Canad.
Embora cada lngua de sinais tenha sua pr pria estrutura gramatical, surdos de pases com lnguas de sinais diferentes comunicam-se mais rapidamente uns com os outros, fato que n o ocorre entre falantes de lnguas orais, que necessitam de um tempo bem maior para um entendimento. Isso se deve capacidade que as pessoas surdas tm em desenvolver e aproveitar gestos
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e pantomimas para a comunica o e estarem atentos as express es faciais e corporais das pessoas.
A LIBRAS uma lngua de sinais utilizada pelos surdos que vivem em cidades do Brasil onde existem comunidades surdas, mas alm dela, h registro de uma outra lngua de sinais que utilizada pelos ndios Urubus-Kaapor na Floresta Amaz nica.
A LIBRAS, como toda lngua de sinais uma lngua de modalidade gestual-visual porque utiliza, como canal ou meio de comunica o, movimentos gestuais e express es faciais que s o percebidos pela vis o: portanto, diferencia da Lngua Portuguesa,que uma lngua de modalidade oral-auditiva por utilizar, como canal ou meio de comunica o, sons articulados que s o percebidos pelos ouvidos. Mas as diferen as n o est o somente na utiliza o de canais diferentes, est o tambm nas estruturas gramaticais de cada lngua.
Embora com as diferen as peculiares a cada lngua, todas as lnguas possuem algumas semelhan as que a identificam como lngua e n o linguagem como, por exemplo, a linguagem das abelhas, dos golfinhos, dos macacos, enfim, a comunica o dos animais.
Uma semelhan a entre as lnguas que todas s o estruturadas a partir de unidades mnimas que formam unidades mais complexas, ou seja, todas possuem os seguintes nveis ling sticos: o fonol gico, o morfol gico, o sinttico, o sem ntico e pragmtico.
No nvel fonol gico, as lnguas s o formadas de fonemas. Os fonemas s tm valor contrastivo, n o tm significado, mas, a partir das regras de cada lngua, se combinam para formar os morfemas e estes as palavras.
Na lngua portuguesa, os fonemas /m / /n/ /s/ /a/ /e/ /i/ podem se combinar e formar a palavra /meninas/.
No nvel morfol gico, esta palavra formada pelos morfemas {menin-} {-a} {-s}. Diferentemente dos fonemas, cada um destes morfemas tem um significado: {menin-} o radical desta palavra e significa crian a , o morfema {-a} significa gnero feminino e o morfema {-s} significa plural .
No nvel sinttico, esta palavra pode se combinar para formar a frase, que precisa ter um sentido em coerncia com o significado das palavras em um contexto, o que corresponde aos nveis sem ntico (significado) e pragmtico (sentido no contexto: onde est sendo usada) respectivamente.
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Outra semelhan a entre as lnguas que os usurios de qualquer lngua podem expressar seus pensamentos diferentemente por isso uma pessoa que fala uma determinada lngua a utiliza acordo com o contexto: o modo de se falar com um amigo n o igual ao de se falar com uma pessoa estranha. Isso o que se chama de registro. Quando se aprende uma lngua est aprendendo tambm a utiliz-la a partir do contexto.
Outra semelhan a tambm que todas as lnguas possuem diferen as quanto ao seu uso em rela o religi o, ao grupo social, faixa etria e ao sexo. O ensino oficial de uma lngua sempre trabalha com a norma culta, a norma padr o, que utilizada na forma escrita e falada e sempre toma alguma regi o e um grupo social como padr o.
Ao se atribuir s lnguas de sinais o status de lngua porque elas, embora sendo de modalidade diferente, possuem tambm estas caractersticas em rela o s diferen as regionais, s cio-culturais, entre outras e em rela o s suas estruturas que tambm s o compostas pelos nveis descritos acima.
O que denominado de palavra ou item lexical nas lnguas orais-auditivas s o denominados sinais nas lnguas de sinais.
Os sinais s o formados a partir da combina o do movimento das m os com um determinado formato em um determinado lugar, podendo este lugar ser uma parte do corpo ou um espa o em frente ao corpo. Estas articula es das m os, que podem ser comparadas aos fonemas e s vezes aos morfemas, s o chamadas de par metros, portanto, nas lnguas de sinais podem ser encontrados os seguintes par metros:
1. Configura o das M os: s o formas das m os, que podem
ser da datilologia (alfabeto manual) ou outras feitas pela m o
predominante (m o direita para os destros), ou pelas duas
m os do emissor ou sinalizador. Os sinais APRENDER,
LARANJA e ADORAR tm a mesma configura o de m o;
2. Ponto de articula o: o lugar onde se incide a m o
predominante configurada, podendo esta tocar alguma parte
do corpo ou estar em um espa o neutro vertical (do meio do
corpo at a cabe a) e horizontal ( frente do emissor). Os
sinais TRABALHAR, BRINCAR, CONSERTAR s o feitos no
espa o neutro e os sinais esquecer, aprender e PENSAR
s o feitos na testa;
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3. Movimento: os sinais podem ter um movimento ou n o. Os
sinais citados acima tm movimento, com exce o de
PENSAR que, como os sinais AJOELHAR, EM-P , n o tem
movimento;
4. Orienta o: os sinais podem ter uma dire o e a invers o
desta pode significar idia de oposi o, contrrio ou
concord ncia nmero-pessoal, como os sinais QUERER e
QUERER-N O; IR e VIR;
5. Express o facial e/ou corporal: muitos sinais, alm dos
quatro par metros mencionados acima, em sua configura o
tm como tra o diferenciador tambm, a express o facial
e/ou corporal, como os sinais ALEGRE e TRISTE. H sinais
feitos somente com a bochecha como LADR O, ATO-
SEXUAL.
Na combina o destes quatro par metros, ou cinco, tem-se o sinal. Falar com as m os , portanto, combinar estes elementos que formam as palavras e esta forma as frases em um contexto.
Para conversar, em qualquer lngua, n o basta conhecer as palavras, preciso aprender as regras de combina o destas palavras em frases e ser o estas regras que iremos ver aos poucos.
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DACTILOLOGIA
Alfabeto Brasileiro
Brasil
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CLICH S SOCIAIS
AT LOGO! TCHAU! mmica de acenar.
DESCULPE-ME! Configurar a m o em Y , palma para dentro e encostar o dorso da m o no queixo.
UM ABRA O! (QUANDO QUER ENVIAR UM ABRA O PARA ALGU M) ABRA O: M os configuradas em A , cruzar os bra os na frente do corpo, colocando a m o direita no lado esquerdo e a m o esquerda no lado direito.
TUDO BEM? (BOM + EXPRESS O INTERROGATIVA) Configurar a m o em O , pontas dos dedos colocadas diante da boca. Fazer uma pequena curva para cima e para frente, distendendo os dedos ao mesmo tempo + express o interrogativa.
QUE SAUDADES! M o configurada em A , passar com movimentos circulares no peito, com express o saudosa.
POR FAVOR! POR GENTILEZA! COM LICEN A! Configurar as duas m os em B horizontal, palma com palma, unidas pelos dedos apontados para frente, puxar as m os para junto de si com express o facial. MAIS OU MENOS Fazer a mmica de
mais ou menos + express o de dvida.
((( )))
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O surdo, ao cumprimentar outro surdo, normalmente usa uma express o corporal (dar as m os, beijar, abra ar). Esses cumprimentos s o geralmente utilizados com os ouvintes.
AGRADECIDO (A) Configurar as m os em B , posicionar uma na tmpora e a outra na altura do ombro, palmas para dentro, dedos apontados para cima. Fazer uma reverncia, com express o corporal e, ao mesmo tempo, levar a m o da tmpora para frente, virando as palmas para cima.
MEUS SENTIMENTOS! SINTO MUITO! MEUS P SAMES! MINHAS CONDOL NCIAS! Configurar a m o em garra e colocar no peito com express o de pesar.
COMO SEU NOME? Configurar a m o em N e/ou U , passar da esquerda para a direita numa linha horizontal + express o interrogativa.
SINAL O nome tem sempre uma caracterstica pessoal, o sinal do batismo, que diferencia de grupo para grupo. Configurar a m o direita em A , palma para a esquerda, o lado do polegar voltado no peito, girar a m o pelo pulso e virar a palma para a direita, com o dorso dos dedos voltado no peito.
Bom dia! Fazer o sinal de bom e o sinal de dia. OI! Configurar a m o em O e acenar
fazendo uma curva horizontal + express o de contentamento, por estar se encontrando.
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FAMLIA
Boa tarde! Fazer o sinal de bom e o sinal de Tarde.
Boa noite! Fazer o sinal de bom e o sinal de Noite.
Pai Mulher Homem
Irm Irm o
Sobrinho Tio Padrasto
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DIAS DA SEMANA
QUINTA-FEIRA - M o direita em 5, palma para frente, pr xima ao lado direito da cabe a. Bater o lado do indicador direito na testa.
DOMINGO m o direita em D, palma para esquerda, diante da face. Mover a m o descrevendo um crculo vertical para a esquerda.
QUARTA-FEIRA - M o direita em 4, palma para frente, ao lado direito da cabe a. Tocar o lado indicador na tmpora duas vezes.
SEGUNDA-FEIRA M o direita em V, palma para frente, ao lado direito da cabe a. Tocar o lado indicador na tmpora, duas vezes.
TER A-FEIRA M o direita em 3, palma para frente, ao lado direito da cabe a. Tocar o lado indicador na tmpora duas vezes.
S` BADO - M o direita em S, palma para a esquerda, diante da boca. Abrir e fechar a m o ligeiramente.
SEXTA-FEIRA - M o direita em X vertical, palma para dentro. Passar o lado do indicador, para trs, na bochecha direita, vrias vezes.
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COR Configurar a m o direita em U , levar perto da boca, para baixo, dedos apontados para a boca e ir afastando a m o para frente tremulando os dedos.
LARANJA Configurar a m o em C , levar at perto da boca e configurar a m o em S .
PRETO Configurar a m o em A , levar o lado do polegar at a tmpora com a palma virada para frente e girar a m o pelo pulso, virando a palma para baixo. (` frica, cor da ra a).
ROSA Configurar a m o em P TALAS DE ROSA FECHADA e fazer pequenos crculos na face.
VINHO Configurar a m o em V e tocar a face.
VERDE - Configurar a m o direita em V e passar no dorso da m o esquerda configurada em S .
AZUL Configurar a m o direita em A diante do peito, levar a m o para a direita, ao mesmo tempo configurando a m o em L .
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CINZA - Fazer sinal de fumar configurando a m o na frente da boca e fazer de curso .
BRANCO Configurar a m o em C , dedos apontados para frente, palma virada para o lado, na lateral do corpo, na altura do ombro. Fechar configurando a m o em S . Fazer esse movimento de abrir e fechar vrias vezes.
ROXO Configurar a m o direita em R e a m o esquerda em S passar a m o direita no dorso da m o esquerda.
AMARELO Configurar a m o direita em D , palma para a esquerda, indicador apontado para cima, entre os olhos. Abaixar a m o, em linha vertical sobre o nariz at o queixo.
PRETO M o direita tocar o polegar no dedo mdio e passar o dorso da m o esquerda configurada em s.
VERMELHO Configurar a m o em D , palma para dentro. Tocar o lbio inferior com a ponta do indicador em movimentos para baixo.
MARROM Configurar a m o direita em M e passar os dedos direitos no sentido de frente para trs na m o esquerda fechada.
BEGE/CREME Configurar a m o em B para bege e em balan ando para creme.
(( ))
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1 2
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I.E.A
INTERIOR
ST DIO 5 TEATRO AMAZONAS
CENTRO
RODOVI` RIA
AMAZONAS SHOPPING
PREFEITURA
SEDUC
PARQUE DOS BILHARES
CARREFOUR
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BICICLETA
BALSA
BARCO
AVI O
NIBUS
CARRO
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CERTIFICADO MILITAR configurar a m o em indicador e mnimo distendidos , passar de cima para baixo, na palma da outra m o aberta. Configurar a m o em B , palma para frente, encostar a ponta do indicador na tmpora.
TTULO DE ELEITOR - configurar a m o em polegar e indicador em C e mostrar como se fosse o documento. Sinal de votar: Configurar a m o em B , palma para trs, apontar os dedos para baixo colocando dentro da outra m o configurada em C na horizontal.
CPF Soletra o configurando a m o em C P F.
CARTEIRA DE HABILITA O Configurar as m os em B, palma com palma, unidas, abrir deixando o lado dos dedos mnimos unidos. Configurar a m o em polegar e indicador em C e marcar no peito. As m os em S , dirigir, como se estivesse segurando o volante.
CARTEIRA PROFISSIONAL (DE TRABALHO) Configurar as m os em U , na horizontal, palmas para os lados, entrecruzar os dedos em U e riscar. Configurar as m os em B, palma com palma, unidas, abrir deixando o lado dos dedos mnimos unidos.
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AMANTE Configurar as m os em I e enganchar os dedos mnimos, de tal forma eu uma palma voltada para trs e a palma da outra m o voltada para frente.
CASADO - juntar as m os simulando uni o.
VI VO - Configurar a m o em V , palma para cima, virar a m o com palma para baixo e ao mesmo tempo bater no local da alian a na outra m o.
NAMORADO Configurar as m os abertas, separadas, palma com palma, dedos para cima, na frente do corpo, flexionar vrias vezes os dedos mdios.
SOLTEIRO Configurar a m o em S, palma para frente, posicionar na frente do corpo e fazer um movimento circular para cima e para o lado.
SEPARADO Configurar as duas m os em B na horizontal, dorso com dorso, dedos apontados para frente afastar as m os para os lados.
AJUNTADO/AMASIADO Configurar as m os em D , indicadores apontados para frente, palmas para baixo. Os indicadores devem fazer um crculo para baixo e para o lado, se juntando depois.
DESQUITADO/DIVORCIADO - configurar a m o direita unindo o polegar e o indicador, os outros dedos distendidos, em cima da m o esquerda aberta. E depois as duas m os em B na horizontal, dorso com dorso, dedos apontados para frente, afastar as m os para os lados.
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NOIVO Colocar a alian a no dedo anular direito.
N O-PODER
N O-TER TER
GOSTAR TRABALHAR
AJUDAR
SABER
PODER
QUERER
N O-GOSTAR
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BRINCAR
EVITAR
BRIGAR
SORRIR
COMER PREOCUPAR
PRECISAR-N O
MORRER
FAZER
ANUNCIAR/DIVULGAR
ACOMPANHAR
COMUNICAR
FALAR
CONFUNDIR
CONHECER
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CONVERSAR
APRENDER COMBINAR APRESENTAR
PAGAR
RECLAMAR
CONHECER-N O
ENTRAR
ENCONTRAR
SUMIR VENDER
PRECISAR
SENTAR
CAIR
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MANDAR
CONVIDAR
VER
MENTIR
ACEITAR
COME AR PRENDER ESTUDAR
PASSEAR
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