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PORTUGUÊS ESTRATÉGICO
PROF. LUCAS GONÇALVES
Nº de questões %
Acentuação gráfica 5 0%
Ortografia Oficial 14 1%
Flexão nominal e verbal 37 2%
Ocorrência de crase 56 3%
Processos de coordenação e subordinação 59 3%
Regência nominal e verbal 89 5%
Concordância nominal e verbal 128 7%
Pontuação 131 7%
Classe de palavras 142 8%
Emprego de tempos e modos verbais, vozes do verbo 169 10%
Interpretação de texto. Argumentação. Pressupostos e subentendidos. Níveis de linguagem. Articulação do texto: coesão e coerência. Discurso Direto e Indireto.
794 45%
Total da amostragem 1753
Houve um tempo em que eu comia um monte de coisas e não
precisava contar nada para ninguém. Na civilização contemporânea, on-line,
conectada o tempo todo, se não for registrado e postado, não aconteceu.
Comeu, jantou, bebeu? Então, prove. Não está na rede? Então, não vale.
Não estou aqui desfiando lamúrias de dinossauro tecnológico. Pelo
contrário: interajo com muita gente e publico ativamente fotos de minhas
fornadas. A vida, hoje, é digital. Contudo, presumo que algumas coisas não
precisam deixar de pertencer à esfera privada. Sendo tudo tão novo nessa
área, ainda engatinhamos a respeito de uma etiqueta que equilibre a
convivência entre câmeras, pratos, extroversão, intimidade.
Em meados da década passada, quando a cozinha espanhola de
vanguarda ainda povoava os debates e as fantasias de muitos gourmets,
fotografar pratos envolvia um dilema: devorar ou clicar? A criação saía da
cozinha, muitas vezes verticalizada, comumente finalizada com esferas
delicadas, espumas fugazes... O que fazer, capturá-la em seu melhor
instante cenográfico, considerando luzes e sombras, e comê-la depois, já
desfigurada, derretida, escorrida? Ou prová-la imediatamente, abrindo mão
da imagem? Nunca tive dúvidas desse tipo (o que talvez faça de mim um
bom comensal, mas um mau divulgador).
Fotos e quitutes tornaram-se indissociáveis, e acho que já estamos
nos acostumando. Mas será que precisa acontecer durante todo o repasto?
Não dá para fazer só na chegada do prato e depois comer sossegado, à
maneira analógica? Provavelmente não: há o tratamento da imagem, a
publicação, os comentários, as discussões, a contabilidade das curtidas.
Reconheço que, talvez antiquadamente, ainda sinto desconforto em ver
casais e famílias à mesa, nos salões, cada qual com seu smartphone, sem
diálogos presenciais ou interações reais. A pizza esfria e perde o viço; mas a
foto chega tinindo aos amigos de rede.
(Adaptado de: CAMARGO, Luiz Américo. Comeu e não postou? Então, não valeu. Disponível
em: http://brasil.elpais.com/brasil/2017/01/09/opinion/1483977251_216185.html)
1. (TRT/ ANALISTA/ FCC/ 2017) Depreende-se corretamente do texto que
a) as pessoas, hoje, preferem partilhar com os amigos os momentos que
consideram mais importantes em seu cotidiano, o que justifica as fotos de
refeições realizadas em família, já que o convívio familiar continua sendo
valorizado, apesar da expansão do meio virtual.
b) o autor vê com desaprovação a postagem de fotos de pratos em redes
sociais, motivo pelo qual prefere acessar a internet para a interação com
pessoas com as quais partilha desse mesmo sentimento, já que tem
consciência de que não será ouvido pela maior parte das pessoas.
c) a experiência com a cozinha espanhola de vanguarda legou ao autor um olhar
crítico para a apresentação estética dos pratos, o que fez com que ele
aprendesse a conter sua ansiedade em degustá-los para antes fotografá-los em
seu esplendor.
d) o hábito de fotografar os pratos, característico da sociedade contemporânea,
deveria ser abandonado, na opinião do autor, na medida em que a falta de uma
distinção clara entre vida pessoal e profissional tem prejudicado a rotina de
amantes da gastronomia.
e) o autor, embora não desaprove integralmente o uso das redes sociais para a
postagem de fotos das refeições, considera necessário que se imponha um
limite para isso, a fim de se preservar não apenas a apreciação do prato como
também a interação presencial.
A sociedade do espetáculo
Num admirável e recente livro de ensaios, a escritora Susan Sontag afirmou que “vivemos
numa sociedade do espetáculo”. Segundo ela, cada situação deve ser transformada em
espetáculo para ser real, ou seja, interessante para o público. A realidade perdeu o prestígio.
A realidade só aparece representada de modo espetacular na mídia. A consequência disso é
que os cidadãos da modernidade, consumidores da violência como espetáculo, adeptos da
proximidade sem risco, se tornaram pessoas instruídas no cinismo.
Mas quem são os cínicos? Os espectadores, os documentaristas da mídia? Ou, quem sabe,
os próprios críticos da mídia? Para estes, é cômodo denunciar as imagens da violência
culpando-as pelo que retratam. Ganham, assim, a suposta superioridade de quem estaria
desmascarando um falso espetáculo, um truque em que todos caem. Com isso, a violência
real acaba sendo poupada de qualquer condenação.
(Baseado em: CALLIGARIS, Contardo. Terra de Ninguém. S. Paulo: Companhia das Letras, 2004, p. 343)
2. (ASSEMBLEIA LEGISLATIVA/ FCC/ 2016) Um dos efeitos de estarmos vivendo
numa sociedade do espetáculo é, segundo a linha de argumentação do texto,
(A) tornarmo-nos alheios a qualquer forma de representação da violência real.
(B) admitirmos a existência da violência apenas quando ela nos atinge
diretamente.
(C) atribuirmos à violência das ruas a culpa pela violência que tomou conta da
mídia.
(D) sentirmo-nos como que responsáveis pela violência praticada por outros.
(E) reconhecermos a violência apenas quando a mídia a trata como grande
atração.
3. (ASSEMBLEIA LEGISLATIVA/ FCC/ 2016) No segundo parágrafo do texto, admite-se
que os próprios críticos da mídia sejam cínicos, pelo fato de que:
(A) são os primeiros a promoverem a violência generalizada, valorizando-a
publicamente.
(B) compartilham prazerosamente com os demais espectadores o mesmo espetáculo
da violência.
(C) simulam condenar publicamente a violência, quando a praticam em sua vida
privada.
(D) se limitam a condenar a mídia sensacionalista, em lugar de denunciarem a
violência real.
(E) se colocam como observadores que não admitem separar o fato do modo pelo
qual é noticiado.
4. (TRF/ FCC)
Ao se dirigir ao juiz, pediu-lhe o advogado de defesa que adiasse a sessão,
informando ao magistrado que sua principal testemunha estava adoentada
e, por essa razão, impossibilitada de comparecer.
Indique a afirmação INCORRETA sobre o texto acima.
a) A presença de personagens e o encadeamento temporal são traços que
autorizam qualificar esse texto como narrativo.
b) Em discurso direto, a fala correta do advogado seria: Solicito-lhe,
Meritíssimo, que adie a sessão, uma vez que minha principal testemunha
encontra-se adoentada, o que a impede de comparecer.
c) Há um encadeamento causal nesta sucessão de eventos: estava
adoentada, impossibilitada de comparecer e pediu-lhe o advogado de
defesa que adiasse a sessão.
d) Caso o advogado fosse um entusiasta dos latinismos, ele poderia,
adequadamente, usar a expressão tabula rasa, para indicar seu respeito ao
magistrado, e ipso facto, no sentido de por essa razão.
e) A forma verbal estava, explícita em estava adoentada, está elíptica na
construção seguinte, impossibilitada de comparecer.
5. (TRT/ FCC/ 2015)
Dona Doida
Uma vez, quando eu era menina, choveu grosso,
com trovoada e clarões, exatamente como chove agora.
Quando se pôde abrir as janelas,
as poças tremiam com os últimos pingos.
Minha mãe, como quem sabe que vai escrever um poema,
decidiu inspirada: chuchu novinho, angu, molho de ovos.
Fui buscar os chuchus e estou voltando agora,
trinta anos depois. Não encontrei minha mãe.
A mulher que me abriu a porta, riu de dona tão velha,
com sombrinha infantil e coxas à mostra.
Meus filhos me repudiaram envergonhados,
meu marido ficou triste até a morte,
eu fiquei doida no encalço.
Só melhoro quando chove.
(PRADO, Adélia. Poesia Reunida. São Paulo, Siciliano, 1991, p. 108)
Na construção do poema, predomina o tipo:
a) dissertativo, sinalizado por pronomes possessivos, como minha e meu.
b) descritivo, sinalizado por advérbios como exatamente e Só.
c) descritivo, sinalizado por verbos como choveu e repudiaram.
d) dissertativo, sinalizado por advérbios, como quando e depois.
e) narrativo, sinalizado por advérbios como agora e quando.
Aspectos Culturais de Mato Grosso do Sul
A cultura de Mato Grosso do Sul é o conjunto de manifestações artístico-
culturais desenvolvidas pela população sul-mato-grossense muito influenciada pela
cultura paraguaia. Essa cultura estadual retrata, também, uma mistura de várias
outras contribuições das muitas migrações ocorridas em seu território.
O artesanato, uma das mais ricas expressões culturais de um povo, no
Mato Grosso do Sul, evidencia crenças, hábitos, tradições e demais referências
culturais do Estado. É produzido com matérias primas da própria região e manifesta
a criatividade e a identidade do povo sul-mato-grossense por meio de trabalhos em
madeira, cerâmica, fibras, osso, chifre, sementes, etc.
As peças em geral trazem à tona temas referentes ao Pantanal e às
populações indígenas, são feitas nas cores da paisagem regional e, além da fauna e
da flora, podem retratar tipos humanos e costumes da região.
(Adaptado de: CANTU, Gilberto. Disponível em: http://profgilbertocantu.blogspot.com.br/2013/08/aspectos-
culturais-de-mato-grosso-dosul.html)
6. (TRT/ FCC/ 2017) Depreende-se corretamente do texto que a cultura de Mato
Grosso do Sul é
a) formada principalmente pela influência da cultura de vários povos migrantes e
também pela influência secundária da cultura paraguaia.
b) formada não apenas pela influência da cultura paraguaia, mas também pela
influência da cultura dos povos que migraram para essa região.
c) muito influenciada pela cultura paraguaia, mas também o é pela cultura de povos
de outros países sul-americanos.
d) fortemente influenciada pela cultura de nações sul-americanas, mas o é também
pela cultura de povos de outras regiões do Brasil.
e) reflexo de uma forte influência da cultura paraguaia, e a cultura de outras regiões
não a influenciou de forma relevante.
7. (TRT/ FCC/ 2017) As peças em geral trazem à tona temas referentes ao Pantanal e
às populações indígenas, são feitas em cores da paisagem regional e, além da fauna
e da flora, podem retratar tipos humanos e costumes da região. (3o parágrafo)
Após o deslocamento da expressão destacada, sem alterar o sentido da frase
original, o uso da vírgula fica correto em:
a) As peças em geral além da fauna e da flora, trazem à tona temas referentes ao
Pantanal e às populações indígenas, são feitas nas cores da paisagem regional e
podem retratar tipos humanos e costumes da região.
b) As peças em geral trazem à tona temas referentes ao Pantanal e às populações
indígenas, são feitas nas cores da paisagem regional e podem além da fauna e da
flora, retratar tipos humanos e costumes da região.
c) As peças em geral trazem à tona temas referentes ao Pantanal e às populações
indígenas, além da fauna e da flora são feitas nas cores da paisagem regional e
podem retratar tipos humanos e costumes da região.
d) Além da fauna e da flora as peças em geral trazem à tona temas referentes ao
Pantanal e às populações indígenas, são feitas nas cores da paisagem regional e,
podem retratar tipos humanos e costumes da região.
e) As peças em geral trazem à tona temas referentes ao Pantanal e às populações
indígenas, são feitas nas cores da paisagem regional e podem retratar tipos
humanos e costumes da região, além da fauna e da flora.
8. (COPERGÁS-PE/ FCC/ 2016)
A velhinha contrabandista
Todos os dias uma velhinha atravessava a ponte entre dois países, de
bicicleta e carregando uma bolsa. E todos os dias era revistada pelos guardas da
fronteira, à procura de contrabando. Os guardas tinham certeza que a velhinha era
contrabandista, mas revistavam a velhinha, revistavam a sua bolsa e nunca
encontravam nada. Todos os dias a mesma coisa: nada. Até que um dia um dos
guardas decidiu seguir a velhinha, para flagrá-la vendendo a muamba, ficar sabendo
o que ela contrabandeava e, principalmente, como. E seguiu a velhinha até o seu
próspero comércio de bicicletas e bolsas.
Como todas as fábulas, esta traz uma lição, só nos cabendo descobrir qual.
Significa que quem se concentra no mal aparentemente disfarçado descuida do mal
disfarçado de aparente, ou que muita atenção ao detalhe atrapalha a percepção do
todo, ou que o hábito de só pensar o óbvio é a pior forma de distração.
(VERISSIMO, Luis Fernando. O mundo é bárbaro. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008, p. 41)
Os dois parágrafos que compõem o texto constituem-se, respectivamente, de uma:
a) tese exposta de modo categórico e sua demonstração factual.
b) narrativa de sentido intrigante e sua elucidação aberta em hipóteses.
c) narrativa de propósito moral e sua contestação no confronto com outro fato.
d) fábula de sentido enigmático e a busca inútil de seu esclarecimento.
e) fábula formulada como hipótese e a confirmação cabal de seu sentido.
9. (FCC/ SADP-PB/ AGENTE DE SEGURANÇA) O indiscutível êxito do produto
demonstra que as dúvidas foram dissipadas… O verbo que admite transformação em
voz passiva, tal como o grifado acima, está também grifado na frase:
a) A economia nacional parece hoje mais estável.
b) O carro bicombustível chegou ao mercado brasileiro há pouco tempo.
c) A indústria brasileira já vendeu 5 milhões de carros bicombustíveis.
d) O álcool combustível permanece mais barato do que a gasolina.
e) O Proálcool foi a resposta brasileira às crise do petróleo.
10. (FCC/ TRF) A floresta de 4,2 milhões de quilômetros quadrados é habitada
por centenas de milhares de plantas… Transpondo para a voz ativa a frase
acima, a forma verbal grifada passará a ser, corretamente:
a) habitam
b) habitou.
c) habitava.
d) tinha habitado.
e) eram habitadas.
11. (FCC/ PREFEITURA SALVADOR-BA) …a literatura carioca já registrava com
frequência o termo samba. Transpondo para a voz passiva a frase acima, a
forma verbal grifada passará a ser, corretamente:
a) registrou.
b) devia registrar.
c) fora registrado.
e) seria registrada.
d) era registrado.
12. (FCC/ TRT 24ª) Transpondo-se para a voz passiva a frase Hoje a autoria
institucional enfrenta séria concorrência dos autores anônimos, obter-se-á a
seguinte forma verbal:
a) são enfrentados.
b) tem enfrentado.
c) tem sido enfrentada.
d) têm sido enfrentados.
e) é enfrentada.
13. (TST/ SUPERIOR/ FCC) Transpondo-se para a voz passiva a construção Os
ateus despertariam a ira de qualquer fanático, a forma verbal obtida será:
a) seria despertada.
b) teria sido despertada.
c) despertar-se-á.
d) fora despertada.
e) teriam despertado.
14. (FCC/ SEDU-ES/ 2016) Considere as seguintes proposições:
I. PERINI, em Gramática do Português Brasileiro (2010), explica que a “concessão é algo como
uma consideração que diminui a força de um argumento dado”.
II. CASTILHO, em Nova Gramática do Português Brasileiro (2010) pondera que as orações
concessivas, “discursivamente, alteram o eixo argumentativo”.
III. CUNHA e CINTRA, em Nova gramática do português contemporâneo (2008), explicam que a
oração concessiva admite “um fato contrário à ação principal, mas incapaz de impedi-la”.
É exemplar dessas ponderações a oração do texto iniciada por:
a) quando.
b) já.
c) mesmo assim.
d) mas.
e) se.
15. (FCC/ TRE-SP/ 2017) Eles são grandes porque o artista moderno quer nos
envolver com o seu trabalho... (3° parágrafo)
Com as devidas alterações, caso se invertam as relações de subordinação da
frase acima, mantém-se o sentido original fazendo-se uso da conjunção:
a) a despeito de
b) conquanto
c) em conformidade com
d) de maneira que
e) uma vez que
16. (FCC/ TRT/ 2015) ...quanto mais ativo você está na internet, mais chato
está seu dia a dia. (1º parágrafo)
A relação de sentido estabelecida nesse enunciado é de
a) finalidade.
b) negação.
c) concessão.
d) adição.
e) proporcionalidade.
17. (CETAM/ FCC/ 2014) O rio desce tão sinuosamente // que um ponto que se
avista a cem metros adiante só será atingido mais de meia hora depois...
Identifica-se, entre os segmentos acima, respectivamente, relação de:
a) causa e efeito.
b) causa e finalidade.
c) finalidade e explicação.
d) explicação e ressalva.
e) concessão e oposição.
18. (FCC/ TÉCNICO/ 2015) Mantendo-se o sentido original, na frase Como não
conseguiram achar Miracanguera, “decidiram" que a descoberta do
brasileiro tinha sido “apenas uma subtradição de agricultores andinos, o
elemento sublinhado pode ser corretamente substituído por:
a) De modo que
b) Uma vez que
c) Por mais que
d) Conforme
e) Ainda que
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