Apresentação para décimo ano de 2014 5, aula 61-62

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Os atos de fala dividem-se em locutórios (o próprio facto de se falar), ilocutórios (o tipo de ação que se pretende realizar: uma ordem, uma promessa, uma constatação, uma ameaça, etc.) e perlocutórios (o efeito produzido no interlocutor).

Nos atos ilocutórios diretos, a intenção comunicativa fica explícita no que é dito; nos atos ilocutórios indiretos, a intenção comunicativa tem de ser captada pelo interlocutor.

Por exemplo, em «Leiam o texto tal» há um ato ilocutório direto; mas, se, no contexto de uma aula, o professor disser «É na p. 321», temos um ato ilocutório indireto, cuja intenção comunicativa (‘ordem para se começar a ler’) tem de ser inferida pelos interlocutores.

O entendimento de um ato de fala está dependente do contexto comunicativo. O que possibilita que a frase «É na p. 321» seja percebida como ordem para ler é o facto de se estar numa aula de Português.

Os atos ilocutórios podem ser agrupados consoante a força ilocutória (o objetivo ilocutório) que apresentam

O conteúdo proposicional pode não ser determinante no objetivo ilocutório. Há que contar também com o tipo de frase (interrogativo, imperativo, declarativo, exclamativo) e com o contexto: «Estou constipadíssima», num contexto em que há uma porta aberta, pode ser um ato ilocutório indireto que corresponda a um objetivo ilocutório diretivo (com a locutora a pretender que alguém feche a porta).

1. Fala com o diretor de turma. diretivo

2. Gostei que fizesses cocó no penico. expressivo

3. Sei que Gedeão era Rómulo de Carvalho, professor de Física. assertivo

4. Ficam isentos do pagamento os menores de setenta e três anos. declarativo

5. A hipótese mais provável é que tenha perdido o comboio. assertivo

6. Duvido que te interesse. assertivo

7. Chegarei às onze e sessenta e dois. compromissivo

8. Detesto que me estejam sempre a pressionar. expressivo

9. Vou pensar no que me propõe. compromissivo

10. É inadmissível que te impeçam de ires ao jogo. expressivo

Julgava que eras meu amigo...

direto assertivoindireto expressivo

«julgar» + imperfeito do indicativo

Por favor, promete que passas para açúcar mascavado.

direto

diretivo

imperativo (+ «por favor»)

Eu mudo para açúcar mascavado.

direto (indireto?)

compromissivo

presente do indicativo

Gostava de ouvir o mar.

direto expressivoindireto diretivo

imperfeito do indicativo

Zé Carlos, descansa.

direto diretivoindireto expressivo

imperativo

Sr. Aurélio, quando puder, era dois quilos de maçã reineta.

(in)direto

diretivo

imperfeito do indicativo + «quando puder»

E não se deve discriminar as pessoas só porque têm gonorreia.

direto diretivo

indireto assertivo

presente de «dever» + infinitivo

Pronto. Está bem.

direto

compromissivo

advérbio e presente do indicativo

Arranca. Depressa. Já.

direto

diretivo

imperativo e advérbios

Há aqui indivíduos que devem estar cheios de pressa.

direto

assertivo

«dever» no presente

A sensação que me dá é que está verde há muito tempo

direto

assertivo

«dá-me a sensação» + presente do indicativo

Não podia ir um pouco mais rápido?

indireto

diretivo

imperfeito de «poder» + infinitivo

Morreu.

direto assertivo

indireto expressivo

perfeito do indicativo

Escreve uma resposta a 1.1 (p. 149). Procura aproveitar a perspetiva crítica

acerca do papel da comunicação social com que nos temos deparado em textos recentes.

Embora indiretamente, o cartoon critica a agenda informativa da comunicação social, que valoriza des-proporcionadamente o que parece ser do interesse imediato de audiências e leitores, em detrimento do tratamento de temas importantes mas menos apelativos.

Na situação caricatural em causa, os jovens não identificam uma figura cultural cimeira, Camões, distraídos como estão pelas peripécias menores da seleção portuguesa.

Põe no discurso indireto todas as falas do cartoon:

O rapaz ruivo perguntou...

O miúdo mulato e com um três na camisola...

O catraio mais à direita...

O rapaz ruivo perguntou a Camões se era português. E disse-lhe que, nesse caso, devia conhecer [o] Pauleta.

O miúdo mulato e com um três na camisola perguntou se aquilo ali era a lista dos convocados.

O catraio mais à direita perguntou a Camões se conhecia [o] Figo. E con-cluiu que ele afinal não conhecia ninguém.

O rapaz ruivo perguntou a Camões se era português. E disse-lhe que, nesse caso, devia conhecer [o] Pauleta.

O miúdo mulato e com um três na camisola perguntou se aquilo ali era a lista dos convocados.

O catraio mais à direita perguntou a Camões se conhecia [o] Figo. E con-cluiu que ele afinal não conhecia ninguém.

TPC

Estuda exercícios sobre ‘Atos ilocutórios’ no Caderno de Atividades, pp. 60-62.

(Ainda aceitarei, mas só até à próxima aula, a carta pedida em recente tepecê.)

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