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As novas vestes da União Europeia
Sair da crise pela austeridade?
4 de Abril de 2011
2
As novas vestes da União Europeia: Sair da crise pela austeridade?
Agenda
1. Diferentes doutrinas económicas em teste
Confrontação de duas visões
Aplicações diferenciadas das opções de política económica
Resultados de curto prazo e de longo prazo
2. E Portugal... pode?
Condições financeiras de Portugal
A economia portuguesa na UEM
3. Portugal e o Pacto do Euro
O processo de ajustamento
Condições para o crescimento
3
As novas vestes da União Europeia: Sair da crise pela austeridade?
1.Diferentes doutrinas económicas em teste
Propostas teóricas diferentes para a política económica
“Two years ago, faced with soaring unemployment and large budget deficits (…) most
advanced-country leaders seemingly understood that the problems had to be tackled in sequence
(…) Why not slash deficits immediately? Because tax increases and cuts in government
spending would depress economies further, worsening unemployment. And cutting spending
in a deeply depressed economy is largely self-defeating even in purely fiscal terms: any savings
achieved at the front end are partly offset by lower revenue, as the economy shrinks.
So jobs now, deficits later was and is the right strategy.”
Paul Krugman, “The Austerity Delusion”, NYT, 24.Mar.2011
“(...) Over the long run, fiscal consolidation leads to a considerable increase in the level of
output and consumption, and is welfare improving. In addition, the gains are boosted if the
fiscal strategy also involves a tax reform that shifts the tax burden away from labour income
towards the final goods consumption. However, important short-run costs arise, notably
output, consumption and welfare losses.”
Almeida, V. et al.,“Fiscal Consolidation in a Small
Euro Area Economy”, Banco de Portugal, Fev.2011
4
As novas vestes da União Europeia: Sair da crise pela austeridade?
Pacto de Estabilidade e Crescimento/Pacto do Euro
Medidas
conhecidas com
resultados
controláveis
Medidas (algo)
conhecidas com
resultados
incertos
Confiança nas políticas
Margem de manobra dos credores
Eficácia na execução
Suporte institucional
Estabilidade Crescimento
5
As novas vestes da União Europeia: Sair da crise pela austeridade?
Política fiscal pró-cíclica
(extensão dos cortes
fiscais era Bush:
~ 3% do PIB em 2011 e
2012)
Relevo ao retorno a
situação de finanças
equilibradas
(ex: 3% de défice em
2013/2014)
UEMEUA
Implementação de
medidas adicionais
extraordinárias
(ex: QEII US$600Bn de
compra de treasuries)
Normalização progressiva
das condições monetárias
(ex: fim de cedência
liquidez a 1 ano e
aumento das taxas de
juro)
Política
Orçamental
Política
Monetária
Gerar
crescimento
nominal
Repor finanças
publicas mais
robustas
1.Diferentes doutrinas económicas em teste
Aplicações diferenciadas das opções de política económica
6
As novas vestes da União Europeia: Sair da crise pela austeridade?
Défice orçamental
(%PIB)
-1,9
-6,3
-6,5 -5
,1 -4,3 -3,7 -3,2
-2,8
-6,7
-12,9
-11,1 -9
,7
-6,7 -5
,7
-5,9
-6,5
2008
2009
2010 (
e)
2011 (
p)
2012 (
p)
2013 (
p)
2014 (
p)
2015 (
p)
Dívida Pública
(Valores líquidos, %PIB)
53
62
67 7
0 72 73 74
74
48
59
66
73 7
6 79 8
2 85
2008
2009
2010 (
e)
2011 (
p)
2012 (
p)
2013 (
p)
2014 (
p)
2015 (
p)
UEM
EUA
1.Diferentes doutrinas económicas em teste
Política orçamental com graus de intensidade distintos
Fonte: FMI (2011)
EUA optaram pelo adiamento da consolidação orçamental, arriscando no processo de
sustentabilidade da dívida no futuro e depende grau de confiança nas instituições
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As novas vestes da União Europeia: Sair da crise pela austeridade?
1.Diferentes doutrinas económicas em teste
Mandatos distintos dos bancos centrais
Evolução Expectativas
Taxas de Juro
(Diferencial taxas de juro 12m-3m; em pb)
40
50
60
70
80
Dez-10 Jan-11 Fev-11 Mar-11 Mar-11
Grau de acomodação da política monetária diferente nos dois lados do Atlântico com
resultados concretos nas taxas de juro dirigidas à actividade económica. Baixos
níveis de taxas de juro nos EUA suportados na credibilidade e relevância das
instituições (até quando?)
Evolução Base Monetária
(1T.07=100)
100
150
200
250
300
Mar-07 Dez-07 Set-08 Jun-09 Mar-10 Dez-10
Fonte: Datastream
8
As novas vestes da União Europeia: Sair da crise pela austeridade?
1.Diferentes doutrinas económicas em teste
Resultados de curto prazo e de longo prazo
Fonte: FMI (2011)
Hiato do Produto
(% PIB Potencial)
-8
-6
-4
-2
0
2
4
2000
2002
2004
2006
2008
2010 (
e)
2012 (
p)
2014 (
p)
Embora seguindo políticas diferentes, prevê-se que cada bloco retome a médio prazo
os níveis médios de crescimento. Mas os EUA continuam a necessitar de quem os
financie e a Europa basta-se a si mesma.
Desequilíbrios Macroeconómicos
Globais
(% PIB Mundial)
-3
-2
-1
0
1
2
3
2000
2002
2004
2006
2008
2010 (
e)
2012 (
p)
2014 (
p)
EUA OPEP
ALEM+JAP UE Deficit
Ásia ex. Jap Resto do Mundo
Excedentes
financeiros
correntes
Necessidades
financeiras
correntes
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As novas vestes da União Europeia: Sair da crise pela austeridade?
Agenda
1. Diferentes doutrinas económicas em teste
Confrontação de duas visões
Aplicações diferenciadas das opções de política económica
Resultados de curto prazo e de longo prazo
2. E Portugal... pode?
Condições financeiras de Portugal
A economia portuguesa na UEM
3. Portugal e o Pacto do Euro
O processo de ajustamento
Condições para o crescimento
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As novas vestes da União Europeia: Sair da crise pela austeridade?
2.E Portugal...pode?
Nível de endividamento comparado
Posição de Investimento Internacional Líquida (2008; % do PIB)
-100
-50
0
50
100
150
200
250
PO
RH
UN
ESP
GRE
AU
SIR
ERO
MPO
LTU
RM
EX
CZE
BRA
GBR
ITA
USA
CAN
UEM
AU
TZAF
SWE
FRA
KO
RIN
DFIN
DN
KRU
SN
LDARG
BEL
CH
ND
EU
JPN
CH
ESG
P
Nota: a PII de Portugal é actualmente de cerca de –110% do PIB
Fonte: FMI
Portugal é dos países mais endividados de entre as economias desenvolvidas
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As novas vestes da União Europeia: Sair da crise pela austeridade?
2.E Portugal...pode?
Custo do risco
Taxas de juro de dívida pública
Portugal vs Alemanha(taxas de juro 10 anos em % e spread em pb)
0
2
4
6
8
10
12
14
4T 1993 4T 1997 4T 2001 4T 2005 4T 2009
0
100
200
300
400
500
600
Portugal
Alemanha
% p.b.
Fonte: Datastream
O risco soberano regressou aos níveis que se registavam no início da década de 90
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As novas vestes da União Europeia: Sair da crise pela austeridade?
2.E Portugal...pode?
Dependência do financiamento externo
Cedência liquidez BCE(10^6 euros, valores líquidos)
0
100000
200000
300000
400000
500000
600000
700000
Jan-07 Jan-08 Jan-09 Jan-10 Jan-11
Grecia Irlanda Portugal Espanha Total
Dependência de financiamento externo, centrada em países da área do euro/BCE
Activos sobre Portugal
(Por país de residência do banco que reporta
10^6 USD; Set-2010)
25273
37436
85205
39970
4736
12570 4485
5770
7447
Outros EUA Itália
Irlanda Holanda R.Unido
França Alemanha Espanha
Fonte: BCE; Bancos Centrais Nacionais e Banco de Pagamentos Internacionais
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As novas vestes da União Europeia: Sair da crise pela austeridade?
2.E Portugal...pode?
A disciplina [inexorável/perversa?] dos mercados
Vulnerabilidade a ditames dos mercados ou líderes de opinião/informação mercado
“(...) Our main finding is that
sovereign rating downgrades (...)
to near speculative grade ratings
for relatively large economies (...)
have a systematic spillover effects
across Euro zone countries.
Rating based triggers used in
banking regulation, CDS contracts,
and investment mandates may
help explain these results (...)”
FMI Working Paper/11/68
Fonte: FMI (2011); Banque de France (2010)
Total de posições em aberto no
mercado de CDS's em relação ao
stock de dívida pública
(valores líquidos)
0
0,01
0,02
0,03
0,04
0,05
0,06
POR RUS FIN HUN COL BRA TUR ESP GRE USA
14
As novas vestes da União Europeia: Sair da crise pela austeridade?
2.E Portugal...pode?
O financiamento à economia no período da moeda única
Evolução do Crédito à Economia (Base 100 = 1998)
100
150
200
250
300
350
1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010
Recessão Recessão
Portugal
Área Euro
PIB nominal
(Portugal)
Nota: Crédito à economia = emp. de instituições financeiras monetárias a residentes
Fonte: BCE, INE
Comportamento “racional”, no tempo, aos incentivos presentes... no contexto
económico, na regulação, no processo de integração financeira...
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As novas vestes da União Europeia: Sair da crise pela austeridade?
2.E Portugal...pode?
Restrições, de contexto e de regulação, ao financiamento à economia
Rácio Transformação(Empréstimos/Depósitos)
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
Belg
ica
Luxem
burg
o
Rep C
heca
Gre
cia
R.U
nid
o
Chip
re
Polo
nia
Ale
manha
Esp
anha
EU
16
Bulg
ari
a
Hola
nda
Rom
enia
Malt
a
Hungri
a
Port
ugal
Aust
ria
Fra
nça
Esl
ováquia
Fin
landia
Itália
Esl
ovénia
Irla
nda
Est
onia
Lit
uania
Leto
nia
Fonte: BCE
Maior proximidade entre geração e captação de recursos e concessão de crédito
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As novas vestes da União Europeia: Sair da crise pela austeridade?
2.E Portugal...pode?
Novo enfoque na utilização do financiamento à economia
Fonte: Eurostat
Esgotamento do modelo suportado no consumo e sectores não transaccionáveis
Comparação do peso do consumo no PIB(em % do PIB, valores reais)
0
20
40
60
80
100
LU NL IE DK
CZ
BE
AT
HU
DE
EE
ES
FR IT PL
LT
MT
LV
PT
CY
BU
GR
RO
1999
2010
Média EU (inalterada entre 1999 e 2010)
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As novas vestes da União Europeia: Sair da crise pela austeridade?
2.E Portugal...pode?
Exigência acrescida na afectação do financiamento à economia
Eficiência do Investimento Empresarial(valores médios 1998-2008)
FINIRL
BEL
AE16
SVK
ESPSVNNLD
DEUAUTITA
PORFRACHN
0
10
20
30
40
15 20 25 30 35 40
Taxa de Investimento
Retorno por
unidade capital
+eficientes
-eficientes
Fonte: Eurostat
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As novas vestes da União Europeia: Sair da crise pela austeridade?
2.E Portugal...pode?
Alterar percepção do potencial de crescimento do país
Potencial de crescimento economias desenvolvidas(Var% acumulada PIB per capita PPC 2008-2015)
0%
10%
20%
30%
40%
50%
ITA
ISL
GRE
CYP
FIN IRL
PO
RESP
LU
XN
OR
GRB
CAN
MLT
BEL
AU
TD
NK
FRA
ND
LCH
ESVN
USA
JPN
NZL
ISR
DEU
SW
EAU
SCZE
HKG
SVK
SG
PKO
RTW
N
Fonte: FMI
Baixo crescimento e endividamento elevado suportam receio de insustentabilidade
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As novas vestes da União Europeia: Sair da crise pela austeridade?
Agenda
1. Diferentes doutrinas económicas em teste
Confrontação de duas visões
Aplicações diferenciadas das opções de política económica
Resultados de curto prazo e de longo prazo
2. E Portugal... pode?
Condições financeiras de Portugal
A economia portuguesa na UEM
3. Portugal e o Pacto do Euro
O processo de ajustamento
Condições para o crescimento
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As novas vestes da União Europeia: Sair da crise pela austeridade?
Evolução de Agregados Orçamentais Seleccionados(%PIB)
30
35
40
45
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
(p)
2012
(p)
Carga Fiscal (AE-17) Carga Fiscal (Portugal)
Despesa Corrente Primária (AE-17) Despesa Corrente Primária (Portugal)
“défice”
português
“défice”
europeu
Fonte: Ameco
3.Portugal e o Pacto do Euro
Necessidade de definição de “preferência social” e consistência
Portugal foi rápido na convergência da despesa face à EU mas lento na actualização
da carga fiscal. Necessidade de definir importância do SPA e consistência da
políticas.
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As novas vestes da União Europeia: Sair da crise pela austeridade?
3.Portugal e o Pacto do Euro
“Pacto do Euro” com aplicação complexa em Portugal
Risco de crédito soberano(Var CDS 5 anos em Março 2011, pb)
-50
0
50
100
150
1-Mar-11 21-Mar-11
GR PT IT ES IR
Reformas estruturais:
Competitividade
Emprego
Estabilidade do sistema financeiro
Mecanismo de suporte financeiro
Capacidade financeira efectiva
Instrumentos de intervenção
Critérios de subordinação dívida
Custo financeiro
Custos Unitários Laborais (2009, 1999=100)
100
150
200
DE
AT
PL
LT SE
EU
17
FR
BL FI
MT
EU
27
NL IE PT IT ES
UK
CZ
DK
LU
CY
GR
SK
SV
EE
HU
BG LT
RO
Aplicação difusa
Exigência resultado
Fonte: Eurostat; Datastream
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As novas vestes da União Europeia: Sair da crise pela austeridade?
3.Portugal e o Pacto do Euro
Inversão na ordem de causalidade das variáveis económicas macro
Fonte: INE, BdP, MFAP
2010
2011 (
P)
2012 (
P)
2013 (
P)
2014 (
P)
PIB (var.% real) 1,4 -0,9 0,3 0,7 1,3
Do qual (em p.p.)
Procura Interna (Consumo Final + Investimento) 0,9 -3,0 -1,7 -0,7 0,4
Procura Externa liq. (Export. - Import.) 0,5 2,2 1,9 1,3 0,8
Inflação (var. %) 1,4 2,7 2,1 2,1 2,1
Taxa de desemprego (em %) 10,8 11,2 10,8 10,4 9,8
Nec. Líq. Financ.to (% do PIB) -8,4 -8,3 -7,0 -5,8 -4,9
Cenário macroeconómico do PEC IV
Principais variáveis
E o “agora” não goza de margem para poder ser assim, o que
pressiona a um ajustamento mais pronunciado da despesa interna.
Antes
Agora
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As novas vestes da União Europeia: Sair da crise pela austeridade?
Conclusão
Conjunto possibilidades para Portugal
Portugal,
país
endividado,
depende de
financiamento
externo
Financiamento
regular em
mercadoMuito escasso
e muito caro
Financiamento institucional
Disponível, menos caro
mas com condições
Renegociação condições
Improvável, fora de um cenário de
suporte institucional
Austeridade, discernimento e responsabilidade para repor capital de
confiança que potencie o crescimento
Incumprimento
Ruptura com o modelo de integração
financeira actual
Solução
fora de mercado
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As novas vestes da União Europeia: Sair da crise pela austeridade?
Conclusão
Uma síntese das propostas da teoria e uma restrição
“(...) surely - argues one side - it is folly to tighten fiscal policy at a
time when unemployment is at a record high.
Surely – argues the other – it is reckless not to tighten fiscal policy
when public debt is at a record high.
Both sides have compelling arguments and a policy that blends these
two prescriptions – a down payment on consolidation now, with
continued gradual tightening over the medium term - is needed (…)
(…) An abrupt, front-loaded tightening is risky and should be avoided,
except when market conditions make it inevitable (…)
FMI Fiscal Monitor, Nov.2010
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As novas vestes da União Europeia: Sair da crise pela austeridade?
O Projecto Europeu Singrará
“A Europa será construída em situações de
crise e será a soma das soluções adoptadas
para as crises”
Jean Monnet, 1976
As novas vestes da União Europeia
Sair da crise pela austeridade?
4 de Abril de 2011
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