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AULA 5Planejamento Como
Princípio Prático
Profa. Dra. Rita Borges
Iniciando!!
• O que você sabe sobre o planejamento como princípio prático?
Influência dos contextos sociopolítico, econômico, cultura na Educação
• Não podemos ver a educação de forma isolada, pois formamos alunos para a sociedade, por essa razão, não se está imune ao contexto da mesma.
A escola deve contribuir para a construção da cidadania, e uma forma de se fazer isso, é repensar as relações de poder que existem na sociedade, verificando como as mesmas se fazem presentes no ambiente escolar, inclusive permeando o trabalho pedagógico propriamente dito.
• Um dos elementos que devem fazer parte dessa construção é a transmissão de conhecimentos historicamente construídos.
Um dado a ser observado na escola atual
Esta parece ter deixado de lado, a postura repressora e autoritária, que pouco contribuía para a formação do cidadão;
Mas por outro lado, percebe-se que esta vem, a cada dia, assumindo uma postura muito permissiva em seu ambiente, o que vem impactando o processo de ensino-aprendizagem dos alunos.
Modelo de gestão participativa
• Procura contar com a participação de todos os elementos da instituição no momento de decidir os rumos da instituição.
• Esta postura, certamente favorece a formação para a cidadania.
• É preciso pensar em uma escola onde todos os seus componentes tenham representatividade em seu ambiente, e que as ações desta como elaboração dos planos de ensino, construção do projeto político pedagógico, conte com a participação de todos.
• Assim estes elementos representarão a realidade das instituições escolares, além de se construir nas mesmas, espaços realmente democráticos, espaços esses que contribuam para transformações políticas, econômicas, sociais e educacionais que tanto almejamos.
• É inegável que as instituições educacionais, sofrem influencias de fatores econômicos, políticos, culturais e sociais em seu âmbito.
• É preciso que a escola se conscientize desses fatores, e busque realizar um trabalho de conscientização dos atores que fazem parte dela, e assim, comece a caminhar em direção a escola livre e reflexiva, proposta por Gramsci que defendia escola como um espaço de liberdade, pois assim, este espaço será também criativo e democrático.
O planejamento em três princípios
• Ao analisarmos as questões relacionadas ao planejamento em, si, podemos citar Vasconcellos (2006), que aponta três grandes concepções que se manifestam em diferentes momentos da história do planejamento:
Planejamento como princípio prático
• Esta tendência pode ser relacionada a escola tradicional.
• Nesta perspectiva, o planejamento era feito, sem a preocupação da formalização, se baseava na ação do professor, e objetivava as tarefas realizadas pelo professor.
• Os planos eram apontamentos, não formalizados, feitos em fichas e folhas de caderno, e relatava a tarefa a ser realizada em sala de aula.
• Caso fosse necessário dar aquela aula novamente, esses mesmos apontamentos eram utilizados, pois estes serviam por anos e anos.
• Alguns manuais didáticos chegavam a sugerir duas categorias de organização: os objetivos e as tarefas; todavia, a preocupação estava centrada na tarefa, entendendo-se que os objetivos estavam nela inseridos.
• Os planejamentos, no sentido tradicional, na verdade eram roteiros a serem aplicados, independente da realidade em que estavam inseridos.
• O que se observava-se é que o plano orientava o trabalho do professor, tinha uma função, relacionar o entre planejar com o acontecer.
• É importante destacar é que o plano era objetivamente uma referência para o trabalho do professor, estava presente em sala de aula, e servia de guia para sua ação.
Podemos também destacar outro movimento
• O escolanovista, que defendia a ligação entre o ensino, e os interesses dos alunos, além de criticar o plano previamente estabelecido.
• Com isso, teve início mais uma polêmica educacional, onde estava em questão a perspectiva não-diretiva de ensino, com sua ênfase na espontaneidade e criatividade dos alunos.
• Nesta perspectiva, o planejamento era feito em torno de temas amplos, e cabia ao professor ter uma idéia geral do que seria a aula, porém os passos seriam determinados de acordo com os interesses emergentes, o que levava os alunos a participarem do planejamento.
Planejamento instrumental/normativo
• Esta concepção se faz presente no Brasil no final da década de sessenta, e está relacionada à tendência tecnicista de educação, de caráter cartesiano e positivista.
• O planejamento aparece como a grande solução para os problemas de falta de produtividade na escola.
• Porém não questionava os fatores sócio-político-econômicos, pois pretendia assumir uma postura de neutra, normativa e universal.
• Se enfatizava à racionalidade, e buscava-se uma sequência rígida - onde se estabeleciam pré-requisitos - e a ordem lógica para tudo.
• A lógica aqui apontada é a de quem ensinava, e não a do aluno, isso porque se sofreu a influencia das teorias comportamentalistas, que enfatizava ao aspecto formal, e a especificação de todos os comportamentos verificáveis.
• Os professores eram obrigados a ocupar bom tempo livre, para preencher planilhas e mais planilhas.
• O aluno deveria aprender exatamente aquilo que o professor planejara, reforçando a prática do ensino como mera transmissão de conteúdo, ou como instrução programada.
• Essa exigência técnica para elaborar o planejamento foi justificada ideologicamente, pela centralização nas mãos dos especialistas (do Estado ou das escolas), essa elaboração, o que fazia parte de estratégia para expropriação do que fazer do educador, além de provocar a alienação e facilitar o controle exterior da educação, pois assim a ela perde o seu poder de conscientizar seus alunos.
Hoje muitas escolas trabalham dessa forma...
• Outros elementos a serem destacados aqui, foi o surgimento da figura do supervisor, que tinha como função o controle das ações dos professores.
• Além de provocar a divisão social do trabalho no ambiente pedagógico, ou seja, a separação entre os que planejam e decidem, daqueles que executam as tarefas.
• Isso levou a uma desvalorização do saber do professor, até que o mesmo não mais confiasse naquilo que sabia.
• Assim o pensamento era que se deveria ensinar o professor a planejar, e este deveria elaborar um plano.
• O que levou alguns professores ou técnico, a se dedicarem apenas a elaboração de bons planos, o que os levava a se sentirem realizados apenas com isso, e provocava o seu afastamento daquilo que planejavam.
Com isso...
• O ato de planejar, passou a ser representado pelo preenchimento de formulários, que continham os objetivos educacionais gerais, objetivos instrucionais operacionalizados, conteúdos programáticos, estratégias de ensino, avaliação de acordo com os objetivos...
Planejamento participativo
• Nesta concepção, o planejamento é visto como ato intencional, consciente e participativo.
• É claro que essa nova forma de ver o planejamento, é fruto da luta de educadores que se recusam a reproduzir o sistema, e buscaram forma alternativas de se planejar suas aulas.
Assim...
• O saber volta a assumir o seu lugar de direito, apoiado nos princípios da construção, participação, diálogo e poder coletivo, buscando a formação da consciência critica, através de uma reflexão sobre a prática, buscando assim as mudanças necessárias.
• O planejamento assume o papel de interventor e transformador da realidade social, levando-a a ser mais justa e solidária.
Portanto
• O caminho para a transformação se encontra na tomada de consciência de que tais posturas precisam ser transformadas e para assim se transformar também o ato de planejar.
E agora, finalizando...
• Esta semana, aprendemos sobre o planejamento um princípio prático.
• A educação não ocorre de forma isolada de seu contexto social, pelo contrario, esta sofre influencias de vários outros contextos.
Como nos diz Paulo Freire
• “A Educação qualquer que seja ela, é sempre uma teoria do conhecimento posta em prática”.
Que tal trabalharmos em Equipe?
• Vamos a Leitura Complementar?
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