Aula: Processo Administrativo Previdenciário€¦ · ou ao requerimento administrativo. A ação...

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Professor: Marco Aurélio Ferreira de Morais

Aula: Processo Administrativo Previdenciário

Estrutura da Previdência Social

Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário;

• Instituto Nacional do Seguro Social – INSS;

• Conselho de Recursos do Seguro Social.

Ministério da Fazenda;

• Empresa de Tecnologia e Informações da

Previdência – DATAPREV;

• Conselho Nacional de Previdência.

Previsão Normativa específica:

Instrução Normativa N°77, INSS/PRES de 21 de

janeiro de 2015.

Fase Inicial (requerimento)

Fase de Instrução (comprovação, análise)

Fase Decisória (concessão, indeferimento)

Fase Recursal (recurso ordinários, prazos)

Requerimento

Tipo de benefício

Situações peculiares (vínculos, dados cadastrais)

Alteração da DER

Concordância com a proporcional

Fator 85/95

Alteração de espécie

Documentos necessários para o exercício da

representação:

Procuração pública ou particular;

Documento legal de identificação (RG, Carteira da

OAB, CRESS, Passaporte, etc...);

Documento de identificação do outorgante, nos

casos de procuração particular sem firma

reconhecida ou quando houver divergência de

dados no CNIS com os dados da procuração. (Art.

502 IN 77/2015)

Procuração pública

Será exigida procuração pública apenas quando o

outorgante ou o outorgado forem analfabetos. (Art.

499, parágrafo único, IN 77/2015)

Reconhecimento de firma?

Não é necessário o reconhecimento de firma, salvo

por imposição legal. Entretanto, o servidor poderá

solicitar o reconhecimento quando tiver dúvida sobre

a autenticidade da procuração. (Art. 501, § 3º IN

77/2015)

Art. 665,§ 2º (IN 77/2015)

Comunicação dos atos

A comunicação deverá ser realizada na primeira

oportunidade, preferencialmente por ciência nos

autos. Quando não houver ciência nos autos, a

comunicação deverá ser feita via postal com aviso

de recebimento, telegrama ou outro meio que

assegure a ciência do interessado, devendo a

informação ficar registrada no processo

administrativo.

Art. 665,§ 3º (IN 77/2015)

Presumem-se válidas as comunicações dirigidas ao

endereço para correspondência declinado nos autos

pelo interessado, cabendo a ele atualizar o

respectivo endereço sempre que houver

modificação temporária ou definitiva, iniciando a

contagem do prazo na data da ciência.

Contagem de prazos

Art. 665,§ 7º (IN 77/2015)

Todos os prazos previstos em relação aos pedidos

de interesse dos segurados junto ao INSS começam

a correr a partir da data da cientificação oficial,

excluindo-se da contagem o dia do começo e

incluindo-se o do vencimento.

Formalização do processo

Art. 674.

Na formalização do processo será suficiente a

apresentação dos documentos originais ou cópias

autenticadas em cartório ou por servidor do INSS.

Poderá ser solicitada a apresentação do documento

original para verificação de contemporaneidade ou

outras situações em que este procedimento se fizer

necessário.

Art. 677.

O advogado poderá autenticar os documentos que

apresenta, porém, a autenticação está vinculada

ao advogado privado que conste na procuração,

ainda que apresentado por seu substabelecido,

desde que acompanhado de cópia da carteira da

OAB.

O documento autenticado deverá conter nome

completo, número de inscrição na OAB e

assinatura do advogado.

Fase de instrução

Carta de exigências – Art. 678 IN 77/2015

§ 1º Não apresentada toda a documentação

indispensável ao processamento do benefício ou do

serviço, o servidor deverá emitir carta de exigências

elencando providências e documentos necessários,

com prazo mínimo de trinta dias para cumprimento.

§ 2º O prazo previsto no § 1º deste artigo poderá

ser prorrogado por igual período, mediante pedido

justificado do interessado.

Juntada de documentos de outros processos

Art. 684. Quando o requerente declarar que fatos e

dados estão registrados em documentos existentes

em qualquer órgão público a Unidade de

Atendimento procederá, de ofício, à obtenção dos

documentos ou das respectivas cópias.

Dados do CNIS (Cadastro Nacional de

Informações Sociais)

O CNIS é o banco de dados informatizado do INSS

onde constam todos os dados de contribuintes e

beneficiários do RGPS (Regime Geral de

Previdência Social). É nele que encontramos os

dados de identificação e de vida laboral do

segurado.

CNIS como prova plena (Art. 29-A, da Lei

8.213/91 e 681 da IN 77/2015)

Os dados constantes no CNIS relativos a vínculos,

remunerações e contribuições valem como prova

de filiação à Previdência Social, relação de

emprego, tempo de serviço ou de contribuição e

salário-de-contribuição, salvo comprovação de erro

ou fraude em sentido contrário.

Dados divergentes e extemporaneidade (Art. 682

da IN 77/2015)

A comprovação dos dados divergentes,

extemporâneos ou inexistentes no CNIS cabe ao

requerente.

§ 1º Nos casos de dados divergentes ou

extemporâneos no CNIS cabe ao INSS emitir carta

de exigências na forma do§ 1º do art. 678.

Indicadores do Extrato Previdenciário

Para aprimorar a análise dos dados do CNIS, de

modo a evitar erros e dar maior celeridade à

decisão, foram inseridas informações na forma de

indicadores no Extrato Previdenciário.

Extrato Previdenciário Resumo

Extrato Previdenciário Completo

Descrição de alguns indicadores do CNIS

PEXT – Pendência de vínculo extemporâneo não

tratado

Indica a existência de período extemporâneo no

vínculo empregatício.

Procedimento: O filiado deverá apresentar prova

contemporânea da existência do vínculo no período

extemporâneo para validação, conforme previsto na

legislação vigente.

IREC-LC123 – Recolhimento LC 123 ILEI123 –

Indica que a contribuição da competência foi

recolhida com código da Lei Complementar

123/2006 (Plano simplificado de previdência)

Procedimento: Por tratar-se apenas de informação

(indicador) para que o sistema de benefícios possa

computar o período, não há tratamento a ser

efetuado no CNIS. Esses recolhimentos não são

válidos para cômputo de CTC ou aposentadoria por

tempo de contribuição.

PREC-MENOR-MIN

Recolhimento abaixo do limite mínimo de

contribuição estabelecido para o RGPS.

Procedimento: O filiado deverá fazer a

complementação para o mínimo estabelecido para

o RGPS

IEAN (25) – Indica exposição à agentes nocivos no

grupo 25 anos

PREM-EXT – Indica que a remuneração da

competência do CI prestador de serviço é

extemporânea

IMEI – Indica que o recolhimento foi realizado no

código do Microempreendedor Individual

COMPROVAÇÃO DE VÍNCULOS

Situações que exigem apresentação de

documentos comprobatórios

A. Vínculos extemporâneos ou que não constam

no CNIS;

B. Vínculos sem data final de encerramento;

C. Vínculo com registro divergente ao

efetivamente trabalhado;

D. Vínculo com regime previdenciário errado;

E. Vínculo de Regime Próprio de Previdência;

F. Vínculo originário de reclamatória trabalhista;

Como comprovar: Para comprovação de vínculos

extemporâneos e para as situações elencadas nos

itens “A” a “C” deverão ser apresentados, ao

menos, um dos seguintes documentos:

1. Carteira de trabalho CTPS

Critérios para análise (Orientação Interna Conjunta

INSS nº 58 de 23/10/2002):

numeração das páginas;

se apresenta emendas, rasuras, sinais de

montagem ou inserção de fls. de outra CTPS;

Formas de comprovação:

se falta alguma página;

se existe contrato de trabalho registrado com

data de admissão e demissão antes da expedição

da carteira;

se os contratos estão em ordem cronológica;

se as anotações internas são contemporâneas;

se os contratos estão devidamente assinados

pelo empregador;

CTPS

CTPS

CTPS

CTPS

Formas de comprovação:

2. declaração fornecida pela empresa,

devidamente assinada e identificada por seu

responsável, acompanhada do original ou cópia

autenticada da Ficha de Registro de Empregados

ou do Livro de Registro de Empregados, onde

conste o referido registro do trabalhador;

3. contrato individual de trabalho;

Formas de comprovação:

4. acordo coletivo de trabalho, desde que

caracterize o trabalhador como signatário e

comprove seu registro na respectiva Delegacia

Regional do Trabalho – DRT

5. termo de rescisão contratual ou

comprovante de recebimento do FGTS;

Formas de comprovação:

6. extrato analítico de conta vinculada do

FGTS, carimbado e assinado por empregado da

Caixa, desde que constem dados do empregador,

data de admissão, data de rescisão, datas dos

depósitos e atualizações monetárias do saldo, ou

seja, dados que remetam ao período em que se

quer comprovar;

7. recibos de pagamento contemporâneos ao

fato alegado, com a necessária identificação do

empregador e do empregado;

Formas de comprovação:

8. declaração fornecida pela empresa,

devidamente assinada e identificada por seu

responsável acompanhada de cópia autenticada

do cartão, livro ou folha de ponto; ou

9. outros documentos contemporâneos que

possam vir a comprovar o exercício de atividade

junto à empresa;

Outros documentos

Outros documentos

Outros documentos

Situações que exigem comprovação:

A - Vínculos que não constam no CNIS;

B - Vínculos sem data final de encerramento;

C - Vínculo com registro divergente ao efetivamente

trabalhado;

D - Vínculo com regime previdenciário errado;

E - Vínculo de Regime Próprio de Previdência;

F - Vínculo originário de reclamatória trabalhista;

Formas de comprovação:

Para a comprovação do vínculo com regime

previdenciário errado deverá ser apresentada

declaração do órgão público esclarecendo para

qual regime foram destinadas as contribuições.

Nos caso de Regime Próprio de Previdência Social

(RPPS), deverá ser apresentada a Certidão de

Tempo de Contribuição (CTC) nos moldes da

Portaria MPS nº 154, de 15 de maio de 2008.

Formas de comprovação:

Quando se tratar de cargos em comissão de livre

nomeação ou exoneração, deverá ser apresentada

a Declaração de Tempo de Contribuição nos

moldes da Portaria MPS nº 154, de 15 de maio de

2008.

Formas de comprovação (Arts. 71 a 75 IN 77):

Para vínculos originários de reclamatória

trabalhista adota-se o seguinte procedimento:

1. Nos casos de reclamatória trabalhista com

reconhecimento da filiação, a contagem de tempo

de serviço/contribuição dependerá da existência

de início de prova material, isto é, de documentos

contemporâneos que possibilitem a comprovação

dos fatos alegados, juntados ao processo judicial

ou ao requerimento administrativo. A ação

trabalhista deverá ter transitado em julgado.

Formas de comprovação:

2. Tratando-se de ação trabalhista transitada em

julgado envolvendo apenas a complementação de

salários-de-contribuição de vínculo empregatício,

não será exigido início de prova material,

independente de existência de recolhimentos

correspondentes.

Formas de comprovação:

3. Caso o processo de ação judicial seja de

reintegração, deverá ser apresentada cópia do

processo com trânsito em julgado ou certidão de

inteiro teor emitida pelo órgão onde tramitou o

processo judicial, não sendo necessário o início de

prova material.

COMPROVAÇÃO DE REMUNERAÇÃO

Remuneração

A. Remuneração não constar no CNIS;

B. Com valores divergentes ao efetivamente

recebidos;

Para comprovação da remuneração é necessária a

apresentação de 1 dos seguintes documentos:

ficha financeira;

contracheque ou recibo de pagamento

contemporâneos ao período que se pretende

comprovar;

Remuneração

anotações contemporâneas acerca das

alterações de remuneração constantes da CP

ou da CTPS com anuência do filiado; ou

Remuneração

original ou cópia autenticada da folha do Livro

de Registro de Empregados ou da Ficha de

Registro de Empregados, onde conste a

anotação do nome do respectivo filiado, bem

como das anotações de remunerações, com a

anuência do filiado e acompanhada de

declaração fornecida pela empresa,

devidamente assinada e identificada por seu

responsável.

Recibo de pagamento

COMPROVAÇÃO DE ATIVIDADE

Atividade

A. Atividade não constar no CNIS;

B. Atividade divergente da existente no CNIS;

C. Reconhecimento de filiação para pagamento

retroativo de contribuições;

Formas de comprovação:

1. Para os contribuintes individuais, exceto

empresário, as informações prestadas pelo filiado,

devendo ser observado o primeiro pagamento da

contribuição sem atraso.

2. Os contribuintes individuais empresários

deverão apresentar o contrato social ou de firma

individual, e respectivo distrato, se for o caso.

Atividade

A retroação da data do início das contribuições

será autorizada, desde que comprovado o

exercício de atividade remunerada no respectivo

período, com documentos contemporâneos ao

período que se pretende comprovar.

Atividade – Casos específicos

A IN 77/2015 prevê formas específicas de

comprovação de atividade para algumas

categorias.

O artigo 32 traz a relação.

Casos específicos – exemplos

para os profissionais liberais que exijam

inscrição em Conselho de Classe, pela inscrição e

documentos que comprovem o efetivo exercício da

atividade;

para o titular de firma individual, mediante

apresentação do documento registrado em órgão

oficial que comprove o início ou a baixa, quando

for o caso;

Documento de comprovação de atividade

Exemplo

COMPROVAÇÃO DE RECOLHIMENTOS

Recolhimentos

A. Recolhimentos não existirem no CNIS;

B. Com indicador de extemporaneidade, para os

casos de empresário e prestador de serviço a

partir de 04/2003;

Nos casos de recolhimentos efetuados em GPS,

nas categorias de facultativo ou contribuinte

individual, deverão ser apresentados os

comprovantes de recolhimento.

Comprovante de recolhimento

Recolhimentos

No CNIS estão disponíveis apenas os

recolhimentos posteriores à 01/1985. As

contribuições anteriores poderão constar em

Microficha.

Microficha

Recolhimentos (Art. 38 IN 77/2015)

Para comprovação de recolhimento em GFIP

extemporânea, para o Contribuinte Individual

Prestador de Serviço ou empresário, no que

couber, será necessária a apresentação de um

dos seguintes documentos:

I - comprovantes de retirada de pró-labore, que

demonstre a remuneração decorrente do seu

trabalho, nas situações de empresário;

Recolhimentos (Art. 38 IN 77/2015)

II - comprovante de pagamento do serviço

prestado, onde conste a identificação completa da

empresa, inclusive com o número do CNPJ/CEI, o

valor da remuneração paga, o desconto da

contribuição efetuado e o número de inscrição do

segurado no RGPS;

Recolhimentos (Art. 38 IN 77/2015)

III - declaração de Imposto de Renda Pessoa

Física – IRPF, relativa ao ano-base objeto da

comprovação, que possam formar convicção das

remunerações auferidas; ou

Recolhimentos (Art. 38 IN 77/2015)

IV - declaração fornecida pela empresa,

devidamente assinada e identificada por seu

responsável, onde conste a identificação completa

da mesma, inclusive com o número do CNPJ/CEI,

o valor da remuneração paga, o desconto da

contribuição efetuada e o número de inscrição do

segurado no RGPS.

Recibo de Pagamento de Autônomo - RPA

EMPREGADO DOMÉSTICO

Empregado Doméstico

A partir de 02/06/2015, data da publicação da Lei

Complementar-LC nº 150, a categoria de

empregado doméstico foi, em linhas gerais,

equiparada a de empregado.

Formas de comprovação

Assim, devido às alterações decorrentes da LC

150/2015, a comprovação de atividade e

remuneração do Empregado Doméstico passou a

ser realizada de acordo com a data de vigência de

seu contrato de trabalho.

Formas de comprovação

Para vínculos vigentes até 01/06/2015 (Art. 19 IN

77/2015):

• registro contemporâneo com as anotações

regulares em CP ou em CTPS, observado o art.

60;

• contrato de trabalho registrado em época

própria;

• recibos de pagamento emitidos em época

própria

Formas de comprovação

Vínculos com início a partir de 02/06/2015 (Art. 10

IN 77/2015):

A comprovação poderá ser feita, no que couber,

por meio da documentação prevista para a

comprovação de vínculo do empregado, como

consta no inciso I do Art. 10 da Instrução

Normativa nº 77/2015.

Remuneração

A comprovação da remuneração anterior a

10/2015 é realizada com a apresentação do

comprovante de recolhimento da GPS.

Remuneração

A partir da competência 10/2015, com a

disponibilização do eSocial para os empregadores

domésticos conforme Portaria Interministerial nº

822, de 30 de setembro de 2015, a comprovação

das remunerações do empregado doméstico

somente poderá ser feita por meio dos

documentos previstos no inciso II do Art. 10 da

Instrução Normativa nº 77/2015, que trata da

comprovação de remuneração do empregado.

Fase decisória

Opção pelo melhor benefício

Art. 687. O INSS deve conceder o melhor benefício

a que o segurado fizer jus, cabendo ao servidor

orientar nesse sentido.

Art. 688. Quando, por ocasião da decisão, for

identificado que estão satisfeitos os requisitos para

mais de um tipo de benefício, cabe ao INSS oferecer

ao segurado o direito de opção, mediante a

apresentação dos demonstrativos financeiros de

cada um deles.

Reafirmação da DER

Art. 690. Se durante a análise do requerimento for

verificado que na DER o segurado não satisfazia os

requisitos para o reconhecimento do direito, mas que

os implementou em momento posterior, deverá o

servidor informar ao interessado sobre a

possibilidade de reafirmação da DER, exigindo-se

para sua efetivação a expressa concordância por

escrito.

Fase Recursal

Atos normativos:

Instrução Normativa nº 77 INSS/PRES de 21/01/2015;

Regimento Interno do CRSS

Portaria MDSA nº 116, de 20/03/2017

Juntas de Recurso (Primeira instância recursal)

São 29 juntas de recursos nos estados.

Em São Paulo:

13º JRSS;

14º JRSS;

15º JRSS.

Segunda instância recursal

RECURSO ORDINÁRIO

Recurso ordinário

Art. 537 – IN 77/2015. Das decisões proferidas pelo INSSpoderão os interessados, quando não conformados,interpor recurso ordinário às Juntas de Recursos doCRSS.

§ 1º Os titulares de direitos e interesses têm legitimidadepara interpor recurso administrativo.

§ 2º Os recursos serão interpostos pelo interessado,preferencialmente, perante o órgão do INSS que proferiua decisão sobre o seu benefício, que deverá proceder asua regular instrução.

Prazo: 30 dias

Petição do recurso

A petição do recurso deve conter, necessariamente:

a) identificação do recorrente e seu procurador ourepresentante legal, caso existentes, do recorrido e dosegurado instituidor, quando houver;b) endereço para correspondência;c) identificação do benefício, Certidão por Tempo deContribuição – CTC, ou protocolo;d) razões recursais;e) data e local; ef) assinatura do recorrente ou de seu procurador ourepresentante legal.

Reconhecimento do direito na instrução do recurso

O INSS pode, enquanto não tiver ocorrido adecadência, reconhecer expressamente o direito dointeressado e reformar sua decisão.

Quando o reconhecimento ocorrer:

a) na fase de instrução do recurso à Junta deRecursos, a APS reforma a decisão e não encaminha orecurso ao órgão julgador competente;

b) após a chegada do recurso no CRSS, mas antes dequalquer decisão colegiada, como por exemplo emfase de diligência, o INSS deve retornar o processo aorespectivo órgão julgador, devidamente instruído com acomprovação da reforma de sua decisão e doreconhecimento do direito do interessado, para fins deextinção do processo com resolução do mérito porreconhecimento do pedido;

c) após o julgamento da Junta de Recurso, o INSSdeve retornar o processo ao órgão julgador queproferiu a última decisão, devidamente instruído comas razões do novo entendimento, para fins de reexameda questão. Nesse caso, em respeito ao disposto noart. 305, §4º, I do RPS, o benefício não deve serconcedido antes do reexame do órgão julgador.

Contrarrazões do INSS

Art. 31,§ 3º - Na hipótese de Recurso Ordinário, serãoconsiderados como contrarrazões do INSS os motivosdo indeferimento. Em se tratando de Recurso Especial,expirado o prazo para contrarrazões, os autos serãoimediatamente encaminhados para julgamento.

DECISÃO DOS ÓRGÃOS JULGADORES

As decisões proferidas pelas Juntas de Recursos eCâmaras de julgamento poderão ser de:

Conversão em diligência

O órgão julgador poderá requisitar ao INSS que realizedeterminado procedimento, à fim de produzir elementosnecessários à decisão recursal (Pesquisa externa, JA,Exigência, etc...)

Será de 30 (trinta) dias, prorrogáveis por mais 30 (trinta),o prazo para que o INSS restitua o processo ao órgãojulgador com a diligência integralmente cumprida.

Não conhecimento

Ocorrem por circunstâncias que impedem os órgãosjulgadores de enfrentarem o mérito do recurso, sendoelas:

a) a intempestividade;b) a ilegitimidade ativa ou passiva de parte;c) a renúncia à utilização da via administrativa paradiscussão da pretensão, decorrente da propositura deação judicial, conforme art. 307 do Regulamento;d) a desistência voluntária manifestada por escrito pelointeressado ou seu representante;e) qualquer outro motivo que leve à perda do objeto dorecurso; ef) a preclusão processual.

Conhecimento e não provimento

As decisões de conhecimento e não provimento sãoproferidas pelos órgãos julgadores do CRSS nos casosem que o colegiado analisa o mérito do recurso emantém a decisão recorrida.

Conhecimento e provimento parcial

As decisões de conhecimento e provimento parcial sãoaquelas proferidas pelos órgãos julgadores do CRSS noscasos em que o colegiado analisa o mérito do recurso eatende em parte o pedido do recorrente

Conhecimento e provimento

As decisões de conhecimento e provimento são aquelasproferidas pelos órgãos julgadores do CRSS nos casosem que o colegiado analisa o mérito do recurso e atendea pretensão do recorrente.

Anulação

As decisões de anulação são aquelas proferidas pelosórgãos julgadores do CRSS nos casos em que ocolegiado anula um decisório proferido anteriormente.

As Câmaras de Julgamento podem decidir pelanecessidade de anulação do julgamento anterior. Nestecaso, devolverão os autos à unidade de origem parareexame da matéria e nova decisão sobre o mérito dacausa. Poderão também, atendendo ao princípio deeconomia processual, pronunciar-se em caráterdefinitivo sobre o mérito da controvérsia no âmbitoadministrativo, se não houver prejuízo para a instruçãoda matéria ou para a defesa das partes.

Extinção do processo com resolução do mérito porreconhecimento do pedido

As decisões de extinção do processo com resolução domérito por reconhecimento do pedido são aquelasproferidas pelo órgão julgador quando o INSS reconheceexpressamente o direito do recorrente, após a tramitaçãodo recurso pelo CRSS, mas antes de qualquer decisãocolegiada, nos termos do art. 34, II do RICRSS.

RECURSO ESPECIAL

RECURSO DO INTERESSADO ÀS CÂMARAS DE JULGAMENTO (RECURSO ESPECIAL)

Das decisões proferidas pelas Juntas de Recursos quenão constituam matéria de alçada, o interessado,quando não conformado, poderá interpor recursoespecial às Câmaras de Julgamento do CRSS.

Prazo: 30 diasLocal: A interposição do recurso às Câmaras deJulgamento dar-se-á, preferencialmente, perante aunidade do INSS que proferiu a decisão.Petição: Não há padrão específico.Análise de tempestividade: Compete somente à CAJ

Efeito suspensivo e devolutivo do recurso àscâmaras de julgamento

A interposição tempestiva de recurso especialsuspende os efeitos da decisão de primeirainstância e devolve à instância superior oconhecimento integral da causa. (Art. 30,§3º doRICRSS)

Recurso do INSS às câmaras de julgamento

Cabe ao Serviço ou Seção de Reconhecimento deDireitos da Gerência Executiva interpor recurso àsCâmaras de Julgamento contra as decisões das Juntasde Recursos, ressalvadas as matérias de alçada dasmesmas, somente quando:

a) violarem disposição de lei, de decreto ou de portariaministerial;

b) divergirem de súmula ou de parecer do AdvogadoGeral da União, editado na forma da Lei Complementarnº 73, de 10 de fevereiro de 1993;

c) divergirem de pareceres da Consultoria Jurídica doMDSA , dos extintos MTPS e MPS ou da PFE,aprovados pelo Procurador-Chefe;

d) divergirem de enunciados editados pelo ConselhoPleno do CRSS e do antigo CRPS;

e) tiverem sido fundamentadas em laudos ou pareceresmédicos divergentes emitidos pela Assessoria Técnico-Médica do CRSS e pelos Médicos peritos do INSS,ressalvados os benefícios de auxílio-doença eassistenciais; ou

f) contiverem vício insanável.

Tempestividade do recurso do INSS às câmaras dejulgamento

A tempestividade da interposição de recurso do INSSàs Câmaras de Julgamento deverá ser demonstradacom a protocolização deste no sistema, observando-se o prazo decorrido desde o recebimento doprocesso no Serviço/Seção de Reconhecimento deDireitos da Gerência Executiva.

Se o INSS perder o prazo para recorrer à CaJ, adecisão da JR deverá ser cumprida na íntegra e deimediato.

O cumprimento da decisão não escusa o INSS daobrigatoriedade de posterior interposição de recursoespecial com pedido de relevação da intempestividade,haja vista o interesse público indisponível.

O pedido de relevação da intempestividade pelosegurado poderá ser realizado com fundamento noartigo 16, inciso II, do RICRSS, sendo prerrogativa doconselheiro relator sua proposição perante àcomposição julgadora.

Contrarrazões do interessado

Prazo: 30 dias

Local: A apresentação das contrarrazões ao recursoespecial do INSS dar-se-á, preferencialmente, perante aunidade que interpôs o recurso.

OUTROS PROCEDIMENTOS

Procedimentos aplicáveis aos órgãos julgadores doCRSS

O regimento interno do CRSS contempla outrosprocedimentos aplicáveis aos seus órgãos julgadores,tendentes a corrigir eventuais falhas processuais.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

Caberão Embargos de Declaração quando constatadasno acórdão das Juntas de Recursos ou das Câmaras deJulgamento as seguintes situações:

a) obscuridade: falta de clareza do ato que gera dúvidas,não permitindo a compreensão do que ficou decidido;

b) ambiguidade: duplo sentido, que pode ter diferentessignificados;

c) contradição: falta de coerência da decisão, através daincompatibilidade entre a decisão e seus fundamentos;

d) omissão: falta de pronunciamento sobre pontos quedeveria haver manifestação do órgão julgador.

e) Para corrigir erro material

Prazo: Os Embargos de Declaração serão opostospelas partes do processo, mediante petiçãofundamentada, dirigida ao relator do acórdãoembargado, no prazo de 30 (trinta) dias contados daciência do acórdão, salvo no caso de erro material,quando poderão ser opostos à qualquer tempo.

A oposição tempestiva dos Embargos de Declaraçãointerromperá o prazo para cumprimento do acórdão,sendo restituído todo o prazo de 30 (trinta) dias após asua solução, salvo na hipótese de embargosmanifestamente protelatórios, ocasião em que a decisãodeve ser executada no prazo máximo de 5 (cinco) dias.

Nos Embargos de Declaração, via de regra, não hánecessidade de se oportunizar a manifestação da partecontrária, salvo nos casos em que a pretensão doembargante, na integração do julgado, implicar namodificação da decisão final, hipótese em que,excepcionalmente, deve ser oportunizado ooferecimento de contrarrazões ao embargado.

REVISÃO DE ACÓRDÃO

REVISÃO DE ACÓRDÃO (Art. 59 RICRSS)

O regimento interno do CRSS prevê que os órgãosjulgadores devem rever de ofício ou a pedido suaspróprias decisões, enquanto não ocorrer a decadência,quando:

a) violarem literal disposição de lei ou decreto;b) divergirem dos Pareceres da Consultoria Jurídica doMDSA, aprovados pelo Ministro de Estado doDesenvolvimento Social e Agrário, bem como, Súmulase Pareceres do Advogado-Geral da União, na forma daLei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993;)

REVISÃO DE ACÓRDÃO (Art. 59 RICRSS)

c) divergirem dos Pareceres da Consultoria Jurídica dosextintos MPS e MTPS, vigentes e aprovados pelosentão Ministros de Estado da Previdência Social e doTrabalho e da Previdência Social ;

d) divergirem de enunciado editado pelo ConselhoPleno; e

e) for constatado vício insanável.

Caso o interessado apresente pedido de Revisão deAcórdão, o INSS se manifesta e encaminha o processoao órgão julgador que emitiu a decisão.

Não há previsão regimental de recurso contra decisãoque indeferiu a provocação da revisão de acórdão, nãocabendo ao INSS retornar os autos do processo aoórgão julgador quando este não admitir o seu pedido.

A revisão de acórdão terá andamento prioritário nosórgãos do CRSS.

PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA

PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA(Art. 63 do RICRSS)

O Pedido de Uniformização de Jurisprudência poderáser requerido em casos concretos, pelas partes doprocesso, ao Presidente do respectivo órgão julgador.

Pressupostos para o pedido

O Pedido para Uniformização de Jurisprudência podeser apresentado nas seguintes hipóteses:

a) quando houver divergência na interpretação emmatéria de direito entre acórdãos de Câmaras deJulgamento do CRSS, em sede de recurso especial, ouentre estes e resoluções do Conselho Pleno; ou

b) quando houver divergência na interpretação emmatéria de direito entre acórdãos de Juntas de Recursosdo CRSS, nas hipóteses de alçada exclusiva previstasno artigo 30,§2º do RICRSS, ou entre estes eResoluções do Conselho Pleno.

A divergência deve ser demonstrada mediante aindicação do acórdão divergente, proferido nos últimoscinco anos, por outro órgão julgador, composição dejulgamento, ou, ainda, por resolução do Conselho Pleno.

O pedido de uniformização poderá ser formulado pelaparte uma única vez, tratando-se do mesmo casoconcreto ou da mesma matéria examinada em tese, àluz do mesmo acórdão ou resolução indicados comoparadigma.

Prazo: 30 dias

Decisão do conselho

O Conselho Pleno poderá pronunciar-se pelo nãoconhecimento do pedido de uniformização ou pelo seuconhecimento e seguintes conclusões:

a) edição de Enunciado, com força normativa vinculante,quando houver aprovação da maioria absoluta de seusmembros e deliberação do colegiado para sua emissão;

b) edição de Resolução para o caso concreto, quandohouver aprovação da maioria simples de seus membros.

RECLAMAÇÃO AO CONSELHO PLENO

RECLAMAÇÃO AO CONSELHO PLENO

A reclamação ao Conselho Pleno poderá ocorrer, nocaso concreto e no prazo de 30 dias, por requerimentodas partes do processo, dirigida ao Presidente do CRSS,somente quando os acórdãos das Juntas de Recursosdo CRSS, em matéria de alçada, ou os acórdãos deCâmaras de Julgamento do CRSS, em sede de recursoespecial, infringirem:

a) Pareceres da Consultoria Jurídica do MDSA,pareceres da Consultoria Jurídica dos extintos MPS eMTPS, aprovados pelo Ministro de Estado, bem comoSúmulas e Pareceres do Advogado-Geral da União;

b) enunciados editados pelo Conselho Pleno.

O Presidente do CRSS fará o juízo de admissibilidadeda Reclamação ao Conselho Pleno verificando se háenquadramento em alguma das situações previstas nasletras “a” e “b” supra, podendo:

a) indeferir por decisão irrecorrível, quando verificarinexistentes os pressupostos de admissibilidade;b) distribuir o processo ao Conselheiro relator da matériano Conselho Pleno, quando verificar presentes ospressupostos.

O resultado do julgamento da Reclamação peloConselho Pleno será objeto de notificação ao órgãojulgador que prolatou o acórdão infringente para quepromova a revisão do acórdão.

DISPOSIÇÕES COMUNS AOS RECURSOS

Pedido de desistência

A desistência voluntária será manifestada de maneiraexpressa, por petição ou termo firmado no processo.

O pedido será homologado definitivamente pelo órgãojulgador.

Interposto o recurso, o não cumprimento pelointeressado de exigência ou providência que a eleincumbiriam e para a qual tenha sido devidamenteintimado, não implica em desistência tácita ourenúncia ao direito de recorrer, devendo o processoser julgado no estado em que se encontre, arcando ointeressado com o ônus de sua inércia.

Ação Judicial (Art. 36º RICRSS)

A propositura, pelo interessado, de ação judicial quetenha objeto idêntico ao pedido sobre o qual versa oprocesso administrativo importa em renúncia tácita aodireito de recorrer na esfera administrativa edesistência do recurso interposto.

Considera-se idêntica a ação judicial que tiver asmesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmopedido do processo administrativo.

Cumprimento das decisões dos órgãos julgadoresdo CRSS (Art. 56 RICRSS)

É vedado ao INSS escusar-se de cumprir as decisõesdefinitivas oriundas da JR ou da CaJ, reduzir ou ampliaro alcance dessas decisões ou executá-las de maneiraque contrarie ou prejudique o evidente sentido nelascontidos, sob pena de responsabilização pessoal doservidor que der causa ao seu não cumprimento.

O prazo para o cumprimento é de 30 dias.

Existência de outros benefícios concedidos aointeressado

Por ocasião do cumprimento de decisão de última edefinitiva instância relativa a benefícios, a APS deveefetuar pesquisa nos sistemas corporativos com afinalidade de verificar a existência de benefícioincompatível concedido ao interessado.

Havendo outro benefício:

O INSS deve facultar ao interessado a opção pelobenefício mais vantajoso, apresentando o comparativode cálculos entre os dois benefícios, nos termos doartigo 56§2º do RICRSS.

Quando o segurado não exercer o direito de opção, apósdevidamente cientificado, será mantido o benefício quevem sendo pago administrativamente.

Reclamação pelo Descumprimento de Decisão doCRSS (Art. 57 RICRSS)

Em caso de não cumprimento de decisão definitiva dosórgãos julgadores do CRSS, no prazo e condiçõesestabelecidos no RICRSS, é facultado à parteprejudicada formular Reclamação, medianterequerimento instruído com cópia da decisãodescumprida e outros elementos necessários àcompreensão do processo, dirigida ao Presidente doCRSS, a ser processada pela Coordenação de GestãoTécnica.

A Reclamação poderá ser protocolada junto ao INSS ouaos órgãos do CRSS.

SUSTENTAÇÃO ORAL

Art. 32º do RICRSS

Quando solicitado pelas partes, o órgão julgador deveráinformar o local, data e horário de julgamento, para finsde sustentação oral das razões do recurso.

SUSTENTAÇÃO ORAL POR VIDEOCONFERÊNCIA

Art. 32,§3º do RICRSS

O pedido de inscrição para realização de sustentaçãooral por videoconferência, quando disponível, deverá serdirigido à Secretaria do órgão julgador até 72h antes dasessão de julgamento, podendo ser feito por mensagemeletrônica.

Obrigado!

profmarcomorais@gmail.com

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