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Auto Eficácia entre Usuários de Tecnologias de Informação e
Comunicação: Um Estudo de Caso em Barueri SP
Fernanda Mendes Garcia, Adriana Prest Mattedi, Rodrigo Duarte Seabra
Instituto de Matemática e Computação – Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI)
Caixa Postal 50 – 37.500-903 – Itajubá – MG – Brasil
fernandamendesgarciaa@gmail.com, amattedi@gmail.com, rodrigo@unifei.edu.br
Abstract.
This article explores the relationship between self-efficacy and users of
information and communication technologies (ICTs) in the school
environment. Self-efficacy is an important concept that has great influence
on the teaching-learning process, motivation, perseverance in the face of
difficulties, academic achievement and also behavioral and emotional
aspects of students and teachers. In this research, students were analyzed
according to their frequency of use of ICTs for task resolution and their use
during leisure time. The aim was to identify students' perceptions of their
abilities in solving different tasks using ICTs. The results showed that the
frequency of use and their familiarity with the technologies influence their
perception of self-efficacy.
Resumo
Neste artigo é explorada a relação entre Auto eficácia e usuários de
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) no ambiente escolar.
Auto eficácia é um importante conceito que tem influência sobre o processo
de ensino-aprendizagem, motivação, perseverança frente a dificuldades,
realização acadêmica e também aspectos comportamentais e emocionais dos
estudantes e professores. Nesta pesquisa, os estudantes foram analisados
conforme sua frequência de utilização das TICs para resolução de tarefas e
sua utilização em momentos de lazer. Buscou-se identificar a percepção dos
estudantes sobre suas habilidades em resolver diferentes tarefas utilizando
as TICs. Os resultados mostraram que a frequência de utilização e sua
familiaridade com as tecnologias influenciam em sua percepção de auto
eficácia.
1. Introdução
O Brasil é um país com grande desigualdade social. O atraso no processo de inclusão
digital, que pode acontecer devido a não implementação de políticas públicas ou falhas
nas mesmas, ressaltam as diferenças sociais, econômicas e culturais no país. Para Sorj e
Guedes (2005), as políticas públicas podem aproveitar as novas tecnologias de
informação e comunicação para melhorar as condições de vida da população e assim,
diminuir as diferenças entre distribuição de renda e oportunidades. Ainda, desigualdades
sociais podem ser amenizadas por intermédio de políticas voltadas para a formação dos
cidadãos e para melhorias educacionais em todos os níveis, incluindo a educação de
adultos, pensando não somente em dar o acesso físico a eles, mas também e,
principalmente, a sua continuidade, para que a tecnologias de informação e comunicação
(TIC) sejam um instrumento de transformação e inclusão social.
Para que estas políticas possam ser eficazes, é importante entender o que provoca
a divisão entre aqueles que adotam as TICs daqueles que não usam. Neste sentido, vários
estudos [SELWYN 2006; PETER & VALKENBURG 2006; VAN DIJK 2012;
NIEHAVES & PLATTFAUT 2014; ROGERS 2016] foram feitos. Neste âmbito, Van
Dijk (2012) aponta os critérios motivação, acesso, habilidades e uso para explicar a
desigualdade na adoção de tecnologias. O estudo evidencia que não basta ter facilidade
de acesso para que se use a tecnologia, há que se ter motivação. Fatores como falta de
vontade e de necessidade, ou qualquer tipo de rejeição por motivos culturais, e até mesmo
a “tecnofobia” afastam possíveis usuários.
Assim, para Lima (2012), as TICs contribuem com a democratização do acesso
de alunos e professores tanto às ferramentas quanto aos conteúdos educacionais mais
atuais. Assim, a escola pode ser pensada como um espaço de inclusão digital e social. De
acordo com a UNESCO (2018), as TICs podem contribuir com o acesso universal da
educação, com a equidade na educação, a qualidade de ensino e aprendizagem, o
desenvolvimento profissional de professores e também melhorar a gestão, a governança
e a administração educacional.
No ambiente educacional, as tecnologias podem tornar o processo de ensino mais
dinâmico, criativo, flexível e oferecer mais autonomia aos estudantes a expandirem suas
potencialidades. Nas escolas, é interessante que os alunos desenvolvam habilidades para
resolução de tarefas por meios virtuais, uma vez que o mundo está cada vez mais inserido
neste meio. O sistema educacional brasileiro deve, portanto, passar por diversas
mudanças para capacitar apropriadamente seus indivíduos e atingir todas as esferas da
sociedade de maneira igualitária e assim, atingir maiores níveis de desenvolvimento
educacional [SANTOS et al. 2016].
Buscando reduzir as lacunas de aprendizado entre os segmentos mais vulneráveis
da população, a criação de uma base de dados com indicadores de desempenho dos alunos
pode fornecer informações para subsidiar a criação e reforma de políticas públicas
nacionais de melhoria da educação e assim contribuir com a inclusão e alfabetização
digital dos estudantes. Com este objetivo, o PISA - Programme for International Student
Assessment, uma iniciativa de avaliação aplicada a cada três anos a alunos na faixa etária
dos 15 anos, geralmente ao fim da escolaridade básica obrigatória, gera indicadores que
contribuem para a discussão da qualidade da educação básica nacional e fornece um perfil
básico de habilidades e conhecimentos dos estudantes [INEP 2018]. O resultado da
avaliação aplicada em 2015 foi utilizado neste trabalho para comparação entre o
desempenho dos alunos com sua avaliação de auto eficácia.
Ao buscar variáreis que influenciam no desempenho educacional dos alunos na
literatura, a auto eficácia se destaca como fator de influência na motivação, persistência
e consequentemente no desempenho dos alunos. Para Medeiros et al (2000), auto eficácia
centra-se em uma avaliação daquilo que os indivíduos acreditam ser capazes de fazer com
as capacidades e competências que possuem. Para os estudantes, a auto eficácia influencia
seu desempenho escolar. Pajares (1996) cita que, no contexto acadêmico, estudantes com
alto senso de auto eficácia tendem a executar tarefas utilizando mais estratégias cognitivas
e são mais persistentes do que estudantes com baixo senso. Neste sentido, para o
desenvolvimento deste trabalho, a avaliação de auto eficácia será considerada uma
importante variável na análise do desempenho dos alunos na execução das tarefas que
envolvem as TICs.
O objetivo deste trabalho é realizar um estudo comparativo entre a auto eficácia,
generalizada e específica para Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), de
alunos do final do primeiro ciclo com o desempenho em tarefas utilizando TICs, em
particular, uso do computador com o desempenho dos estudantes brasileiros no PISA
2015. Os objetivos específicos são: a) identificar a relação entre a percepção de auto
eficácia, os perfis de usuários, baseados na familiaridade com as tecnologias e a
frequência de uso para diferentes finalidades; b) analisar como essa percepção afeta seu
desempenho para resolução de tarefas utilizando tecnologias de informação e
comunicação, como na resolução das questões do PISA, e c) fomentar discussões sobre
as políticas públicas de incentivo às tecnologias nas escolas brasileiras.
Este artigo está dividido em cinco seções, sendo esta Introdução a primeira. Na
seção 2, são abordados os temas que formam a revisão teórica deste trabalho, a saber:
tecnologias de informação e comunicação, PISA e auto eficácia. Na seção 3, são
apresentados os métodos utilizados para a aplicação da pesquisa. Na seção 4, os resultados
obtidos e a análise destes são discutidos. Por fim, a seção 5 apresenta algumas conclusões.
2. Tecnologias de Informação e Comunicação, PISA e a auto eficácia 2.1 Tecnologias de Informação e Comunicação
Tecnologias de informação e comunicação referem-se a recursos tecnológicos
(informática, mídias eletrônicas etc) que são mediadoras dos processos comunicativos,
informacionais e educacionais [CASTILHO 2015]. São caracterizadas pela união da
informática, telecomunicações e mídias eletrônicas [PINTO 2004]. Neste trabalho, as
TICs utilizadas para o desenvolvimento das tarefas foram o computador, disponível no
laboratório de informática da escola alvo deste estudo, e o acesso à Internet.
Pereira e Silva (2010) enfatizam que as TICs não provocaram mudanças apenas
nas áreas de tecnologia e comunicação, mas também em diversas áreas do conhecimento
humano, como a economia, cultura e educação, por exemplo. As TICs estão presentes em
basicamente todos os setores da sociedade atual, atingindo aspectos econômicos, políticos,
educacionais, sociais, científicos, entre outros. Quando utilizadas de maneira eficaz,
contribuem para o desenvolvimento econômico, igualdade social, intercâmbio cultural e
melhoria educacional. Quando não, elas propiciam o surgimento de desigualdades
econômicas, sociais, educacionais etc. No livro Sociedade em Rede, Castells, Majer e
Gerhardt (2002) citam que as TICs, da mesma forma que intervêm na formação da
sociedade, moldando relações tanto pessoais quanto econômicas, também são
particularmente sensíveis aos efeitos do uso social da própria tecnologia, o que significa
que a sociedade, por sua vez, molda as tecnologias conforme suas necessidades e valores.
Concomitantemente, a Internet é constante presença no cotidiano da sociedade,
especificamente de crianças e jovens, desta forma, se tornou o principal canal de
comunicação e um dos principais meios de inclusão, ou exclusão, e relacionamento social
[SOUZA e SOUZA 2013]. Neste contexto, as TICs possibilitam o crescimento da
educação à distância, melhoram o processo de aprendizagem, oferecem recursos às
práticas pedagógicas, como softwares educativos ou jogos eletrônicos, por exemplo, e
podem promover a inclusão digital. Seu constante avanço torna a prática de ensino mais
dinâmica, criativa e personalizada. As novas tecnologias trouxeram modernização aos
meios de estudo, disponibilizando maior acesso à educação e expansão de conhecimentos
[MENEZES e SANTOS 2001]. Para Silva (2018), a educação está intrínseca ao avanço
tecnológico, na medida em que pode impulsionar a relação humana com o conhecimento
e formar recursos humanos com qualificação.
Para a concretização deste cenário é importante enfatizar que a capacitação dos
professores é imprescindível para a aplicação eficaz das TICs no processo de ensino e
aprendizagem. É necessário que os professores estejam dispostos a modificar
constantemente sua metodologia de ensino e que os alunos tenham comprometimento e
dedicação em sua aprendizagem [COUTINHO e LISBOA 2011]. Para Jonassen (2007),
os docentes devem possuir competências pedagógicas para que possam fazer uma leitura
crítica das informações que se apresentam desorganizadas e disseminadas na rede. É
fundamental que o aluno possua a capacidade cognitiva necessária e pensamento crítico
para ser capaz de avaliar, analisar e relacionar as informações adquiridas. Sendo assim, o
cenário mundial exige novas estratégias que busquem qualidade educacional
[CASTILHO 2015].
Com o tempo, o entendimento sobre acesso às TICs se tornou mais complexo e
novas dimensões foram adicionadas ao conceito, como o contexto e condições de uso
(SELWYN, 2004). O conceito é considerado multidimensional e inclui não somente
aspectos quantitativos, como a quantidade de computadores na escola, mas também
aspectos qualitativos, como o acesso para uso educacional [CERI e OECD 2010].
Dados coletados dos participantes do PISA 2015 mostram que, em 2015, 95% dos
estudantes dos países membros da OECD afirmaram possuir acesso à Internet (OECD,
2017). Porém, essa média esconde grandes diferenças entre países e economias. Como
mostrado na Figura 1, em países como Dinamarca, Finlândia e Suíça, quase todos os
estudantes possuem acesso à Internet, enquanto em países como Colômbia, Peru ou
Vietnã, o acesso chega a aproximadamente 50%. No Brasil, aproximadamente 85% dos
estudantes que participaram do PISA 2015 afirmaram possuir acesso à Internet.
Ainda na Figura 1, também é possível observar a variação do acesso à Internet
entre os anos de aplicação do PISA e a evolução do uso da internet desde 2006. Países
como Dinamarca, Islândia e Suíça não possuíram grande variação, pois, em 2006, mais
de 90% dos seus estudantes que participaram do PISA já possuíam acesso à Internet,
indicador que mostra investimento na capacidade cognitiva de seus cidadãos há muitos
anos. Países como Rússia, Eslováquia, Polônia e Letônia não tinham esta capacidade em
2006, mas deram um grande salto e estão evoluindo também no campo cognitivo da
informática. Por outro lado, o Brasil, Chile, México e Colômbia, apesar de mostrarem
grande evolução no acesso, ainda têm muito a evoluir. Estes países deverão investir em
alfabetização tecnológica e no aprendizado de habilidades cognitivas voltados para
tecnologias a fim de se desenvolver social, educacional e economicamente.
Figura 1: Variação do acesso à internet dos países participantes do PISA.
Fonte: OECD, 2017.
2.2 Programme for International Student Assessment – PISA
Os indicadores de desempenho educacional são utilizados para monitorar o sistema de
ensino no País. Todas as iniciativas de avaliação indicam a progressiva
institucionalização das avaliações como mecanismos importantes para subsidiar o
processo de formulação e monitoramento de políticas públicas para melhoria da
aprendizagem [CASTRO 2009]. Além disso, contribuem para assegurar a transparência
das informações, divulgando os resultados obtidos nos levantamentos e avaliações
realizados [PINTO 2013].
O PISA - Programme for International Student Assessment - é uma avaliação
comparada, aplicada a alunos na faixa etária dos 15 anos, geralmente ao fim do ensino
fundamental. O exame é aplicado a cada três anos sob responsabilidade da OECD
(Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), entidade formada por
governos de 30 países que têm como princípios a democracia e a economia de mercado e
cada país possui uma entidade responsável pela sua aplicação. No Brasil, a entidade
responsável pela aplicação da avaliação é o INEP. Países não membros da OECD também
podem participar do PISA, como é o caso do Brasil, que em 2015 foi convidado pela
terceira vez consecutiva. Desde sua primeira edição, em 2000, o número de países e
economias participantes tem aumentado a cada ciclo. Em 2015, 70 países participaram
do PISA, sendo 35 deles membros da OECD e 35 países ou economias parceiras [INEP
2018].
Esta avaliação mede o nível educacional dos alunos por meio de provas com foco
em três áreas cognitivas: Leitura, Matemática e Ciências, havendo, a cada edição, maior
ênfase em cada uma dessas. Em 2000, o foco foi em Leitura; em 2003, Matemática; e em
2006, Ciências. O Pisa 2009 iniciou um novo ciclo do programa, com o foco novamente
recaindo sobre o domínio de Leitura; em 2012, novamente Matemática; e em 2015,
Ciências. Em 2015, também foram inclusas as áreas de Competência Financeira e
Resolução Colaborativa de Problemas [INEP 2018].
O PISA tem como objetivo principal produzir indicadores que contribuam para a
discussão da qualidade da educação básica e que possam subsidiar políticas nacionais de
melhoria da educação. Os resultados esperados são indicadores que forneçam um perfil
básico de habilidades e conhecimentos dos estudantes. Além disso, os indicadores geram
informações que podem ser utilizadas para relacionar o desempenho dos alunos a
variáveis educacionais, socioeconômicas e demográficas e também para monitorar os
sistemas educacionais ao longo do tempo. Sob uma visão de longo prazo, o PISA tem por
objetivo o desenvolvimento de um corpo de informações para o monitoramento de
conhecimentos e habilidades dos estudantes em vários países, bem como em diferentes
subgrupos demográficos de cada país [INEP 2018].
Em 2015, o foco do PISA foi em Ciências e pela primeira vez foi 100%
computadorizado. A avaliação foi aplicada através de uma plataforma off-line
desenvolvida pelo consórcio internacional do PISA e compatível com desktop e notebook.
A avaliação eletrônica trouxe benefícios especialmente para a avaliação de ciências e
resolução colaborativa de problemas, áreas que contaram com itens novos, criados para a
aplicação com suporte tecnológico. Em 2015, para as avaliações de leitura e matemática,
houve a transposição dos itens aplicados em papel em ciclos anteriores do PISA para a
plataforma computadorizada. De acordo com o consórcio internacional, a plataforma
computadorizada forneceu informações que permitiram o detalhamento do tempo gasto
pelo estudante em cada questão ou em cada domínio avaliado, tipo e número de interações
e sequências de ações realizadas [OECD, 2016a].
No PISA 2015, 70 países foram avaliados. No ano em questão, o Brasil alcançou
a 63ª posição no ranking em ciências, 59ª em leitura e 66ª em matemática. Estes números
mostram a deficiência do sistema educacional brasileiro em diversas áreas da educação e
enfatizam a carência que os estudantes brasileiros têm de desenvolvimento educacional.
A participação do Brasil no programa tem o intuito de posicionar o desempenho
dos alunos brasileiros no contexto da realidade educacional internacional. Para a
aplicação da avaliação, determinou-se um quantitativo de 964 escolas para a amostra
brasileira no PISA 2015, com especial destaque para Minas Gerais e São Paulo, devido a
sua maior concentração populacional de estudantes de 15 anos. A amostra dos estudantes
brasileiros que forma avaliados através do PISA 2015, contou com 23.141 estudantes de
841 escolas, que representam aproximadamente 73% dos estudantes ao fim da
escolaridade básica do país [OECD 2018].
Na avaliação de 2015, a pontuação média dos estudantes brasileiros na avaliação
de Ciências, que era o foco da avaliação, o país ficou em 63º lugar (estava em 59º em
2012, quando havia 65 países analisados), caindo de 405 para 401 pontos. Em Leitura, o
Brasil caiu de 55º para 59º, perdendo três pontos e alcançando a pontuação média de 407
pontos. Na terceira e última matéria avaliada, Matemática, os estudantes obtiveram média
de 377 pontos, enquanto a dos países membros da OECD foi de 490 pontos, o que fez
com que o país caísse 14 pontos descendo da 58ª para a 66ª posição, sendo o último país
da América Latina neste ranking. De acordo com o Relatório Nacional no Brasil do PISA
2015, esta queda na pontuação no teste de matemática ocorreu devido ao aumento na
complexidade das questões, que, neste ano, envolveram também competências
financeiras [OECD 2016b].
A avaliação da OECD mostrou que o gasto acumulado do Brasil por aluno foi de
US$ 38.190,00 por ano, ou seja, o equivalente a 42% da média de US$ 90.294,00 de
investimento feito por estudante em países da OECD (Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico), responsável pelo levantamento. A partir dos dados
obtidos com o PISA 2015, o governo federal deverá aumentar o investimento em
educação e assim, desenvolver a capacidade cognitiva de seus cidadãos [BARBA 2016].
De acordo com o portal do MEC (2016), os programas de Base Nacional Comum
Curricular e a reforma no ensino médio, são meios para reverter este quadro no país, mas
as reformas educacionais ainda carecem de programas que alfabetizem os alunos
tecnologicamente.
2.3 Auto Eficácia
Auto eficácia pode ser definida como a percepção do indivíduo sobre sua capacidade de
desenvolver tarefas com sucesso ou aprender novas atividades, que englobam suas
capacidades cognitivas e controle sobre eventos [MEDEIROS et al. 2000]. Para Bandura
(1989), auto eficácia se refere à crença de que, através do esforço pessoal, é possível
realizar com sucesso determinada tarefa e alcançar o objetivo desejado. Portanto, auto
eficácia centra-se em uma avaliação daquilo que os indivíduos acreditam ser capazes de
fazer com as capacidades e competências que possuem.
A auto eficácia tem forte influência no desempenho escolar dos estudantes. Para
Pajares (2008), os estudantes que possuem alto senso de auto eficácia utilizam mais
estratégias cognitivas e são mais persistentes ao executarem tarefas do que estudantes
com baixo senso de auto eficácia. Ou seja, alunos com elevado senso de auto eficácia,
geralmente se esforçam mais para resolver as tarefas, o que afeta também sua capacidade
de aquisição de competências e habilidades [CASTRO 2009].
Assim como experiências bem-sucedidas influenciam na auto eficácia,
experiências fracassadas influenciam negativamente a percepção dos alunos sobre si
mesmos, acarretando em baixo desempenho escolar, falta de motivação ou problemas
emocionais como, por exemplo, baixa autoestima. Rodrigues e Barrera (2007) citam que
a crença sobre auto eficácia deve ser realista e respeitar a própria capacidade para que não
gere frustração entre os indivíduos, mas que a auto eficácia elevada de maneira não
excessivamente fantasiosa pode encorajar a perseverança e o esforço do aluno.
Gaudreau et al.(2012) mostraram que a percepção de auto eficácia também
influencia a motivação dos professores. De acordo com Alvarenga (2014), professores
com crenças mais sólidas de auto eficácia adaptam-se mais facilmente a mudanças
curriculares, são mais comprometidos com o ensino, desenvolvem procedimentos mais
eficazes para lidar com alunos com dificuldades de aprendizagem, assumem uma postura
mais democrática na sala de aula e são mais propensos a introduzir práticas de ensino
consideradas inovadoras.
De acordo com Ertmer et al. (2003), professores que têm alto senso de auto
eficácia para ensinar com tecnologias mostram mais motivação e persistência nestas
tarefas. Neste contexto, auto eficácia refere-se à crença do professor em sua capacidade
de se apropriar de tecnologias no processo de ensino e aprendizagem [ALVARENGA e
AZZI 2009].
Alvarenga (2014) enfatiza que há uma série de fatores que interferem no processo
de apropriação das tecnologias pelos professores, por exemplo, a dificuldade de acesso
aos recursos tecnológicos, falta de tempo para preparar aulas com metodologia
diferenciada, falta de apoio técnico e pedagógico, idade, área de atuação e formação,
tempo de docência, experiência prévia com o computador, acesso ao computador na
própria residência ou trabalho, frequência de uso e o fato de sentirem-se preparados e
motivados para utilizar as TICs nas aulas.
2.4 Trabalhos Correlatos
Na literatura científica, alguns autores buscaram vincular as temáticas abordadas e assim
relacionar a evolução das tecnologias, sua utilização na educação, a percepção dos alunos
sobre suas capacidades para utilizá-las de maneira eficaz e seu desempenho. Neste
contexto, esta subseção pretende apresentar algumas destas pesquisas e iniciativas que
buscam fomentar a discussão sobre políticas públicas para incluir digitalmente os alunos.
Para sua construção as palavras-chave utilizadas para a pesquisa bibliográfica foram: auto
eficácia e tecnologia, auto eficácia e educação, educação e tecnologia.
Tomte e Hatlevik buscaram analisar a relação entre auto eficácia, tecnologias de
informação e comunicação e gênero em “Gender- diferences in self-efficacy ICT related
to various ICT user profiles in FInland and Norway. How self-efficacy, gender and ICT
user profiles relates do findings from PISA 2006”. Neste estudo, buscou-se relacionar os
dados do PISA 2006 ao nível de auto eficácia de usuários de TICs da Finlândia e Noruega.
Nos países destacados neste estudo, o acesso às TICs é garantido a praticamente toda a
população, independentemente de seu gênero ou status social e cultural. A partir dos
resultados, pode-se concluir que um crescente nível de auto eficácia em tarefas de alta
capacidade cognitiva utilizando as TICs está relacionado à utilização das TICs tanto em
ambientes educacionais quanto familiares. Isso mostra que a frequência com que alunos
utilizam as TICs afeta sua capacidade de resolver tarefas utilizando-as. Relacionando aos
dados encontrados no PISA 2006, os governos finlandês e norueguês iniciaram projetos
com o objetivo de desenvolver o uso de TICs nas escolas e, assim, garantir que os alunos
estejam preparados para entrar no mercado de trabalho. Também foi destacada a
importância da preparação do corpo docente para a utilização das TICs em sua
metodologia de ensino.
Em “A ressignificação da formação e da prática docente tendo as tecnologias
como ferramentas na mediação pedagógica”, os autores enfatizam que a educação no
século XXI tem como marco significativo a presença de paradigmas tecnológicos e que
este é o grande desafio que as instituições de ensino e os docentes terão que enfrentar nos
dias atuais. As instituições de ensino vêm sendo confrontadas com novos cenários
impostos pelas novas tecnologias e terão que se adaptar à essas mudanças. A utilização
das TICs como mediação pedagógica, democratiza o acesso à informação e à educação.
Neste cenário, professores e alunos interagem através de uma plataforma tecnológica
independentemente do tempo ou espaço físico. Este estudo mostra que a utilização das
TICs em atividades acadêmicas estimula o processo ensino-aprendizagem.
Em “Auto eficácia e desempenho escolar de alunos do ensino fundamental”, Silva
et al. buscaram investigar a associação do senso de auto eficácia com o desempenho
escolar, as dificuldades de aprendizagem, o sexo e a idade de crianças das séries iniciais
do Ensino Fundamental da região metropolitana de Florianópolis SC. Para este estudo,
foram utilizados o Teste de Desempenho Escolar (TDE) e o Roteiro de Avaliação do
Senso de Auto eficácia (RASAE). Para os autores, a auto eficácia se destaca como a
variável que mais influencia o comportamento humano e através do estudo realizado,
concluiu que variáveis psicológicas, como a auto eficácia, possuem grande impacto na
aprendizagem escolar. O estudo demonstrou que crianças com desempenho escolar baixo
apresentaram percepção de auto eficácia também baixo. Resultados semelhantes foram
encontrados por Neves e Faria (2009), quando verificaram que alunos com melhor
aproveitamento em disciplinas como Português e Matemática, por exemplo, tendem a
apresentar uma alta percepção de auto eficácia.
Baseado na análise destes estudos e na literatura científica, pode-se perceber que
a proposta deste trabalho possui relevância para a comunidade educacional, justificando
seu desenvolvimento. Os dados poderão ser utilizados para justificar investimentos em
acesso ou discussões sobre políticas públicas para utilização das tecnologias nas escolas.
3. Método Para este estudo, o método utilizado foi o estudo de caso. Este método se mostrou o mais
adequado, pois permite analisar a teoria sobre a relação entre auto eficácia e o
desempenho dos alunos em seu contexto real, ao focar em uma amostra de estudantes em
uma escola pública no município de Barueri, SP. Assim pretende-se compreender os
temas discutidos, preservando as características e complexidade de um ambiente real. Participaram deste estudo 59 alunos da escola municipal Elvira Lefreve Salles
Nemer, localizada na cidade de Barueri, no estado de São Paulo, na faixa etária de 13 a
15 anos. Também participaram, da mesma escola, quatro professores na faixa etária de
36 a 48 anos. Desses professores, metade possui cursos relacionados à tecnologias e
informática. Os professores e alunos foram convidados a responder a um questionário, um para
os alunos e outro para os professores. Antes de responderem aos instrumentos, ambos os
grupos foram informados dos objetivos da pesquisa e também lhes foi informado que a
participação era voluntária e que os dados seriam utilizados apenas para fins acadêmicos,
preservando-se a imagem dos participantes. A escala utilizada nos questionários foi a escala Likert (ou contínua), com itens
de cinco pontos que contemplam afirmativas que variam de discordo totalmente (1) a
concordo totalmente (5). Os itens versam sobre situações relacionadas a percepção sobre
a capacidade de resolver determinadas tarefas utilizando as TICs.
O questionário voltado aos alunos (Anexo I) foi dividido em quatro blocos:
Avaliação de Acesso, Avaliação de auto eficácia; Avaliação de auto eficácia específica e
Avaliação de utilização da escola. O primeiro bloco foi desenvolvido para avaliar o acesso dos alunos na escola, em
suas casas e se os alunos possuíam conhecimentos prévios sobre TICs, ao questionar
sobre a realização de cursos extracurriculares relacionados à informática. Este bloco
permitiu que os alunos pesquisados fossem divididos em grupos para que fossem
realizadas as análises deste trabalho. O segundo bloco foi construído com base no roteiro de avaliação do senso de auto
eficácia (RASAE) que busca analisar a percepção dos alunos sobre o seu desempenho
acadêmico e sua capacidade de realização. Neste bloco, foram desenvolvidas oito
afirmativas centradas na percepção do aluno sobre seu desempenho escolar. Para estas
afirmativas, foram apresentadas alternativas que variavam entre discordo totalmente e
concordo totalmente e, assim, os alunos deveriam identificar o quanto concordam, ou não,
com as afirmativas apresentadas.
O terceiro bloco é composto por questões com o objetivo de analisar a percepção
dos alunos sobre seu desempenho ao executar tarefas que exigem o uso de tecnologias.
Assim como no segundo bloco, essas questões foram baseadas no roteiro de avaliação do
senso de auto eficácia, porém foram adaptadas para a realização de tarefas específicas
que exigem capacidade para selecionar e utilizar os recursos disponíveis em um
computador para executar as tarefas. Para este bloco, foram desenvolvidas quatorze
questões que foram utilizadas para avaliar a percepção dos alunos ao desempenharem
diversas tarefas com o auxílio de softwares computacionais e comparar o resultado à
algumas tarefas aplicadas na segunda fase desta pesquisa que consistiu em aplicar tarefas
que os alunos deveriam executar com o auxílio das TICs buscaram analisar a utilização
das TICs na escola. As afirmativas analisam a frequência de uso de TICs e a utilização
do laboratório de informática para aplicação de aulas. Estas questões foram desenvolvidas
com o objetivo de avaliar a influência que a escola possui no desempenho dos alunos ao
disponibilizar laboratórios e oferecer aulas que utilizam tecnologias em sua execução. Por fim, o quarto bloco foi desenvolvido com questões que buscaram analisar a
utilização das TICs na escola. As afirmativas analisam a frequência de uso de TICs e a
utilização do laboratório de informática para aplicação de aulas. Estas questões foram
desenvolvidas com o objetivo de avaliar a influência que a escola possui no desempenho
dos alunos ao disponibilizar laboratórios e oferecer aulas que utilizam tecnologias em sua
execução. O questionário para os professores (Anexo II) foi agrupado em três blocos:
Avaliação de auto eficácia, Avaliação de acesso e disponibilização de recursos e avaliação
de utilização e formação.
No bloco de avaliação de auto eficácia, foram desenvolvidas nove afirmativas que
buscaram avaliar a confiança dos professores ao ministrarem suas aulas utilizando TICs.
Essas afirmativas foram desenvolvidas com base na escala sobre integração das
tecnologias de informática no ensino (EITIE), que tem como objetivo principal identificar
o nível de auto eficácia computacional dos docentes para utilizarem tecnologias no ensino.
No segundo bloco, foram aplicadas sete questões com o objetivo de avaliar a
frequência de uso de computadores e internet nas aulas, a disponibilização destes recursos
e incentivo para utilização dos mesmos pela escola. Por fim, foram aplicadas quatro
questões sobre acesso e utilização destas tecnologias em casa e sobre a relação de sua
formação com TICs. Este questionário permitiu analisar a preparação dos professores
para incorporar as tecnologias em suas aulas, como eles incentivam os alunos e como
contribuem para desenvolver as habilidades que os alunos precisam para desempenhar
atividades utilizando o computador.
Ao término dos questionários aplicados, os alunos também realizaram uma
avaliação com questões baseadas no PISA 2015 que buscaram avaliar as habilidades
exigidas para execução da avaliação e foram utilizadas para avaliar seu desempenho ao
executar tarefas que exigem conhecimentos básicos sobre funcionalidades das
ferramentas computacionais. Foram estabelecidas oito atividades com o auxílio de um
computador. As atividades foram aplicadas no laboratório de informática da escola, com
o auxílio de dois professores. Os alunos deveriam executar as tarefas em até uma hora e
vinte minutos. As atividades solicitadas foram:
1. Pesquisar em um site de buscas o tema “Inclusão digital”;
2. Editar o texto selecionado a partir da atividade 1 utilizando um editor de textos
formatar com o seguinte padrão:
a. Fonte: Verdana
b. Tamanho: 10
c. Título em negrito
Por fim, o arquivo deverá ser salvo em formato PDF.
3. Criar uma apresentação utilizando textos e mídias (vídeo, sons, imagens, etc.);
4. Criar uma base de dados sobre o tema da atividade 1 e a partir desta base, criar um
gráfico;
5. Baixar uma música de sua escolha;
6. Escolha uma imagem em um site de buscas e edite-a utilizando um recurso de sua
escolha;
7. Salvar os arquivos gerados nas atividades anteriores em um pendrive;
8. Enviar os arquivos em anexo para o e-mail fernandamendesgarciaa@gmail.com.
Para cada atividade, foram atribuídas notas que variam entre 1 e 3, sendo 1 para
atividades que o aluno não cumpriu, 2 para atividades que cumpriu parcialmente e 3 para
atividades que cumpriu totalmente.
4. Resultados e Discussão O mapeamento da acesso à tecnologia foi realizado com base na disponibilidade de
recursos físicos (computadores e laboratórios), técnicos (acesso à Internet e softwares
educacionais), a qualidade destes recursos (velocidade da Internet, ano dos computadores
e situação do laboratório) e na quantidade e frequência de aulas que utilizam estes
recursos. Na escola em estudo, há um laboratório com 30 computadores disponíveis, sendo
todos em bom estado de utilização e com acesso à Internet. Porém, apesar de a escola
possuir laboratório, os alunos não têm aulas de informática e a escola não oferece sinal
de Internet aos alunos fora do laboratório. O laboratório é utilizado pelos professores de
matemática uma vez por semana, que aplicam a aula por meio de uma plataforma de
ensino desta matéria, indicada pelo governo.
Entre os 59 alunos participantes da pesquisa, 36 eram do sexo masculino e 23 do
sexo feminino, representando 61% e 39%, respectivamente. Entre estes, a idade média
foi de 14 anos. Para classificar o perfil dos respondentes, foi analisado se o estudante
possuía algum curso extracurricular relacionado ao tema e se possuía acesso à Internet
em casa, com base nas respostas ao quarto bloco do questionário dos estudantes. As
respostas foram mapeadas na Tabela 1.
Tabela 1. Acesso às TICs, em casa e na escola, por gênero (em %).
Questões de avaliação de acesso Masculino Feminino
Sim Não Sim Não
Eu possuo acesso à internet em casa. 100 - 100 -
Eu possuo computador/ notebook em
casa. 94,5 5,5 87 13
Eu possuo acesso à internet na escola. 63,9 36,1 60,9 39,1
A escola possui laboratórios de
informática bons e atuais. 75 25 43,5 56,5
Eu faço/fiz curso associado à
informática fora da escola. 50 50 4,3 95,7
Eu penso em seguir carreira em áreas
tecnológicas. 47,2 52,8 26,1 73,9
Dos estudantes participantes, 100% afirmaram possuir acesso à Internet em casa
e 91,5% informaram possuir computador ou notebook. Com esses dados, é possível
observar que a questão de acesso, que há alguns anos se tratava apenas sobre o acesso da
população às TICs, se tornou mais complexo e evoluiu para questões como alfabetização
digital e desenvolvimento de capacidades cognitivas para a utilização das TICs de
maneira eficaz. Como a escola não fornece sinal de Internet fora do laboratório, os estudantes que
afirmaram possuir acesso à Internet na escola, se referiram ao acesso no celular, o que
não depende da disponibilização da instituição. A escola oferece sinal de Internet no
laboratório que, para 75% dos meninos e 43,5% das meninas, é bom e atual. Entre as meninas participantes, apenas uma possui curso relacionado,
representando 4,3% da amostra feminina. Entre os meninos, 50% afirmaram já ter
realizado um curso extracurricular relacionado à informática. Ao serem questionados
sobre a pretensão de seguir carreira na área tecnológica, o público masculino se mostrou
mais interessado na área do que o público feminino. Enquanto 52,8% dos meninos
informaram que pretendem seguir na área tecnológica, apenas 26,1% das meninas
mostraram o mesmo interesse, o que mostra que, mesmo com o crescente público
feminino cursando cursos e graduações relacionados à tecnologia, este número ainda é
pequeno quando comparado com a quantidade de homens que seguem a mesma área. Para a análise dos resultados, os alunos foram divididos conforme seu gênero e se
afirmaram ter realizado curso extracurricular relacionado a tecnologias (Tabela 2). Tabela 2. Divisão dos alunos conforme gênero e curso relacionado
Curso relacionado à área Gênero Alunos
Número %
Possuem curso relacionado Masculino 18 30,5
Feminino 1 1,7
Não possuem curso relacionado Masculino 18 30,5
Feminino 22 37,3
Com relação à auto eficácia geral e específica, as Tabelas 4 e 5 apresentam a
porcentagem de respostas de cada alternativa para cada questão apresentada no
questionário dos alunos separados pelo perfil definido.
Por esses dados, pode-se observar que a maioria dos alunos possui um bom senso
de auto eficácia geral, independentemente de possuir ou não curso extracurricular
relacionado à informática. Sendo assim, na Tabela 3 é possível observar o resultado da
avaliação de auto eficácia agrupado por gênero. A maioria das respostas mostra-se
positiva e indica elevado senso de auto eficácia geral dos alunos.
As questões do primeiro bloco do questionário (avaliação de auto eficácia) que
obtiveram mais respostas positivas (concordo e concordo totalmente) foram as questões
3 e 8, que analisam o que os alunos sentem sobre sua proficiência em leitura e se suas
famílias os consideram bons alunos. Isso mostra que os alunos se consideram bons em
atividades básicas ensinadas na escola e se sentem confiantes sobre isso perante seus
familiares.
Tabela 3. Análise das respostas de auto eficácia geral dos alunos curso por gênero (em %).
Questões Meninas Meninos
Discordo
totalmente Discordo Imparcial Concordo
Concordo
totalmente
Discordo
totalmente Discordo Imparcial Concordo
Concordo
totalmente
1. Na escola, eu tenho me
saído bem - - 19,0 76,2 4,8 - 5,6 30,6 50,0 13,9
2. Eu quero parar de
estudar logo. - 4,8 66,7 9,5 19,0 11,1 22,2 16,7 25,0 25,0
3. Eu consigo ler com
facilidade. - - - 60,0 40,0 - - 13,9 52,8 33,3
4. Meus professores me
consideram um bom aluno. - - 33,3 52,4 14,3 5,6 - 38,9 38,9 16,7
5. Eu demoro mais que os
outros alunos para acabar
minhas atividades.
- - 5,0 85,0 10,0 - 11,1 25,0 50,0 13,9
6. Eu lembro com
facilidade do que aprendi 8,7 13,0 60,9 13,0 4,3 - - 50,0 41,7 8,3
7. Eu esqueço rápido o que
aprendi. - 9,1 59,1 22,7 9,1 - 11,1 33,3 41,7 13,9
8. Minha família me
considera um bom aluno. - - 20,0 60,0 20,0 - 11,1 16,7 55,6 16,7
Tabela 4. Análise das respostas de auto eficácia geral dos alunos que não possuem curso, por gênero (em %).
Questões de auto eficácia geral
Alunos que não possuem curso, por gênero
Masculino Feminino
Discordo
totalmente Discordo Imparcial Concordo
Concordo
totalmente
Discordo
totalmente Discordo Imparcial Concordo
Concordo
totalmente
1. Na escola, eu tenho me saído
bem. - - 39 50 11 - - 18 77 5
2. Eu quero parar de estudar
logo. 17 39 22 11 11 18 9 68 5 -
3. Eu consigo ler com facilidade. - - 5 72 22 - - 4 55 41
4. Meus professores me
consideram um bom aluno. - - 39 50 11 - 0 32 50 18
5. Eu demoro mais que os outros
alunos para acabar minhas
atividades.
5 56 28 11 0 9 86 5 - -
6. Eu lembro com facilidade do
que aprendi - - 39 50 11 9 9 64 14 4
7. Eu esqueço rápido o que
aprendi. 22 28 50 - - 5 27 59 9 -
8. Minha família me considera
um bom aluno. - 11 17 61 11 - - 13 50 37
Tabela 5. Análise das respostas de auto eficácia geral dos alunos que possuem curso, por gênero (em %).
Questões de auto eficácia
geral
Possuem curso, por gênero
Masculino Feminino
Discordo
totalmente Discordo Imparcial Concordo
Concordo
totalmente
Discordo
totalmente Discordo Imparcial Concordo
Concordo
totalmente
1. Na escola, eu tenho me
saído bem - 11 22 50 17 - - - 100 -
2. Eu quero parar de estudar
logo. 33 11 11 33 11 100 - - - -
3. Eu consigo ler com
facilidade. - - 22 33 45 - - - - 100
4. Meus professores me
consideram um bom aluno 11 - 39 28 22 - - - 100 -
5. Eu demoro mais que os
outros alunos para acabar
minhas atividades.
17 44 28 11 - - 100 - - -
6. Eu lembro com facilidade
do que aprendi - - 61 33 5 - - 100 - -
7. Eu esqueço rápido o que
aprendi. 17 44 17 22 - - - - 100 -
8. Minha família me
considera um bom aluno. - 11 11 56 22 - - - 100 -
As questões com mais respostas negativas (discordo e discordo totalmente) foram
as que os alunos deveriam informar se anseiam em parar de estudar, se demoram mais
para finalizar tarefas do que os outros alunos e se esquecem com facilidade o que
aprenderam. Essas respostas negativas indicam fatores positivos sobre os estudantes, pois
a maioria deles afirmou que não deseja parar de estudar logo, acredita que finaliza as
atividades em um tempo adequado e absorve com facilidade o conteúdo aprendido. Isso
mostra que a maioria dos alunos está confiante e possui elevado senso de auto eficácia
em relação ao seu desempenho acadêmico, que acredita ser capaz de desempenhar de
maneira aceitável tarefas escolares e se considera bons alunos na escola regular.
Para o grupo feminino, como apenas uma menina possui curso relacionado, não
foi possível analisar uma tendência de respostas para cada questão do questionário de
auto eficácia geral, para comparar com o grupo que não possui curso, porém a proporção
de respostas para algumas questões se mantém a mesma, como pode ser observado nas
Tabelas 4 e 5. Para as questões 1, 3, 4, 5, 6 e 8 do questionário de auto eficácia geral, as
respostas ficaram concentradas no mesmo grupo de respostas das meninas que não
possuem curso. Isso mostra que este fator não possui grande influência no senso de auto
eficácia geral dos alunos.
Para as questões de auto eficácia específicas, os alunos foram questionados sobre
a execução de tarefas que envolviam ferramentas computacionais para sua execução. As
questões foram elaboradas para verificar se os alunos se sentem aptos a executarem
tarefas simples que exijam o uso de TICs para sua resolução. As Tabelas 6 e 7 apresentam
o percentual de respostas para cada questão apresentada no segundo bloco do questionário,
sendo que o grupo de alunos que não possuem curso extracurricular em informática é
mostrado na Tabela 6, e os que possuem na Tabela 7.
Entre aqueles que não possuem curso extracurricular, é possível observar que,
para algumas atividades mais complexas, as confianças dos alunos de as executarem
corretamente é mais baixa. Para os meninos que não possuem curso extracurricular, o
senso de auto eficácia para atividades como montar planilhas e gráficos, apresentações
com mídias ou criar uma base de dados, que são tarefas que exigem maior capacidade
cognitiva, é baixo.
Tabela 6. Análise das respostas de auto eficácia específica dos alunos que não possuem curso, por gênero (em %).
Questões de auto eficácia específica
Alunos que não possuem curso, por gênero (em %)
Masculino Feminino
Discordo
totalmente Discordo Imparcial Concordo
Concordo
totalmente
Discordo
totalmente Discordo Imparcial Concordo
Concordo
totalmente
9. Eu consigo montar planilhas e gráficos no
computador com facilidade. - 77,80 11,10 11,10 - 9,10 36,40 36,40 18,20 -
10. Eu consigo montar apresentações com mídias
(slides, imagens, vídeos, áudios) com facilidade. 11,10 50 16,70 22,20 - 9,10 22,70 59,10 9,10 -
11. Eu utilizo o editor de texto com facilidade - 16,70 50 22,20 11,10 - 13,60 13,60 63,60 9,10
12. Considero aulas aplicadas com o auxílio de
mídias mais interessantes - - 11,10 55,60 33,30 - - 18,20 59,10 22,80
13. Eu realizo pesquisas com facilidade ao utilizar
recursos tecnológicos - - - 61,10 38,90 - - 9,10 40,90 50
14. Eu consigo editar imagens e fotografias
facilmente utilizando recursos tecnológicos - 22,20 27,80 16,70 33,30 - - 13,60 68,20 18,20
15. Eu consigo decidir qual recurso é mais adequado
para cada tipo de tarefa que eu devo realizar - - 50 38,90 11,10 - 9,10 31,20 50 9,10
16. Eu me distraio facilmente quando estou
utilizando recursos tecnológicos para resolução de
tarefas escolares - 16,70 44,40 27,80 11,10 - 40,90 4,50 54,50 -
17. Eu me sinto capaz de desenvolver uma base de
dados utilizando os softwares adequados - 44,40 33,30 22,20 - 9,10 36,40 18,20 31,20 4,50
18. Eu me sinto capaz de baixar arquivos, músicas
ou programas de internet facilmente - - 22,20 33,30 44,40 9,10 - 9,10 59,10 22,80
19. Eu consigo me livrar de vírus computacionais
com facilidade 27,80 11,10 50 - 11,10 13,60 36,40 36,40 13,60 -
20. Me sinto capaz de escrever e-mails, anexar
arquivos e mensagens nos mesmos e enviá-los
facilmente. - 16,70 22,20 50 11,10 - 13,60 18,20 31,20 36,40
21. Eu utilizo recursos tecnológicos (computador,
internet, planilhas, editor de texto, apresentações)
com frequência para atividades escolares. 11,10 22,20 27,80 33,30 5,60 - 13,60 4,50 54,50 27,30
22. Eu utilizo recursos tecnológicos com frequência
em casa. - - - 38,90 61,10 - - 9,10 36,40 54,50
Tabela 7. Análise das respostas de auto eficácia específica dos alunos que possuem curso, por gênero (em %).
Questões de auto eficácia específica
Alunos que possuem curso, por gênero (em %)
Masculino Feminino
Discordo
totalmente Discordo Imparcial Concordo
Concordo
totalmente
Discordo
totalmente Discordo Imparcial Concordo
Concordo
totalmente
9. Eu consigo montar planilhas e gráficos no
computador com facilidade. - - 66,70 22,20 11,10 - - 100 - -
10. Eu consigo montar apresentações com mídias
(slides, imagens, vídeos, áudios) com facilidade. - 11,10 50 27,80 11,10 - - - 100 -
11. Eu utilizo o editor de texto com facilidade - 11,10 33,30 22,20 33,30 - - - 100 -
12. Considero aulas aplicadas com o auxílio de
mídias mais interessantes - - 27,80 72,20 - - - 100 - -
13. Eu realizo pesquisas com facilidade ao utilizar
recursos tecnológicos - - 22,20 22,20 55,60 - - - - 100
14. Eu consigo editar imagens e fotografias
facilmente utilizando recursos tecnológicos - - 33,30 27,80 38,90 - - - - 100
15. Eu consigo decidir qual recurso é mais adequado
para cada tipo de tarefa que eu devo realizar - - 22,20 55,60 22,20 - - - 100 -
16. Eu me distraio facilmente quando estou
utilizando recursos tecnológicos para resolução de
tarefas escolares - 33,30 38,90 27,80 - - - 100 - -
17. Eu me sinto capaz de desenvolver uma base de
dados utilizando os softwares adequados - 11,10 61,10 5,60 22,20 - - - 100 -
18. Eu me sinto capaz de baixar arquivos, músicas
ou programas de internet facilmente - - - 22,20 77,80 - - - - 100
19. Eu consigo me livrar de vírus computacionais
com facilidade - 11,10 11,10 61,10 16,70 - - - - 100
20. Me sinto capaz de escrever e-mails, anexar
arquivos e mensagens nos mesmos e enviá-los. - - 22,20 33,30 44,40 - - - - 100
21. Eu utilizo recursos tecnológicos (computador,
internet, planilhas, editor de texto, apresentações)
com frequência para atividades escolares. - 11,10 50 38,90 - - - 100 - -
22. Eu utilizo recursos tecnológicos com frequência
em casa. - - - 38,90 61,10 - - - - 100
Atividades como realizar pesquisas, editar imagens e fotografias, baixar arquivos,
músicas ou vídeos ou enviar e-mail foram as que apresentaram maior senso de auto
eficácia pelos alunos de ambos os sexos. Das respostas obtidas do grupo feminino, 72,7%
que não possuem curso extracurricular ainda afirmam que utilizam com facilidade o
editor de textos. Isso acontece, pois essas são atividades que os alunos realizam com
frequência quando utilizam seus celulares. O desafio é utilizar essas capacidades para a
realização de atividades que exijam maior senso crítico dos alunos.
Entre os meninos que não possuem curso, 50% afirmaram que conseguem decidir
qual o recurso mais adequado para cada atividade para as tarefas que devem realizar.
Entre as meninas, esse número subiu para 59,1%. Por sua vez, 81,8% das meninas
afirmaram utilizar recursos tecnológicos com frequência para realizar atividades
escolares, sendo que apenas 38,9% dos meninos afirmaram fazer o mesmo.
Para 95% dos alunos pesquisados, a escola deveria utilizar os recursos
tecnológicos com mais frequência nas aulas. Esta afirmação corrobora com o fato de que
os alunos não possuem aula de informática e apenas utilizam o laboratório para aulas de
matemática com uma plataforma específica do governo. É possível notar a carência dos
alunos por aulas específicas que os preparem para a utilização das tecnologias em seus
futuros.
Com relação aos alunos que possuem curso extracurricular, é possível observar
que os alunos afirmam montar apresentações com mídias, editar textos, realizar pesquisas,
editar imagens com facilidade. Estes alunos demonstraram maior confiança em algumas
atividades, sendo que 33,3% afirmaram conseguir montar planilhas e gráficos no
computador, 78,8% afirmaram conseguir se livrar de vírus computacionais com facilidade,
38,9% afirmam utilizar recursos tecnológicos com frequência para atividades escolares e
todos eles afirmam utilizar estes recursos com frequência em casa. Este estudo também
mostra que, mesmo que 100% dos alunos possuam acesso à Internet em casa, nem sempre
este acesso é utilizado para fins educacionais. Aproximadamente 40% dos meninos e 82%
das meninas afirmaram que utilizam recursos computacionais com frequência para
realizar tarefas escolares em casa, mas a grande maioria dos mesmos afirma que se distrai
facilmente com sites, redes sociais etc. ao realizarem essas tarefas. Realizar tarefas
escolares em casa pode estimular a autonomia dos alunos ao utilizarem TICs para sua
resolução e, com isso, desenvolver suas habilidades cognitivas para a utilização de
recursos computacionais.
Para os professores, foi aplicado um questionário com o objetivo de verificar sua
preparação para incorporar TICs nas aulas. Os respondentes foram divididos em dois
grupos: os que possuem curso ou formação relacionados à informática e os que não
possuem.
No questionário de auto eficácia específica, avaliado na Tabela 8, é possível
verificar que os professores que possuem curso ou formação relacionados, possuem maior
confiança ao avaliarem softwares para aprendizagem, utilizar regularmente recursos
tecnológicos nas aulas e incluir as tecnologias nas aulas quando houver necessidade.
Nota-se que o grupo que possui curso ou formação na área mostra mais
desenvoltura e confiança ao utilizar as TICs nas aulas e, portanto, auxilia melhor os alunos
para sua utilização.
No questionário de acesso e utilização aplicado aos professores, estes foram
questionados sobre a utilização de recursos tecnológicos ao ministrarem suas aulas. O
grupo que possui formação afirmou utilizar com frequência as TICs em aula, enquanto o
grupo que não possui formação afirmou que não utiliza com frequência. Nesse contexto,
50% discordaram da afirmação e 50% se mantiveram imparciais (não concorda, nem
discorda), como pode ser observado na Tabela 9.
Com este questionário, foi possível notar que os professores não recebem
incentivos para a incorporação das TICs em suas aulas. Além da aula de matemática, que
é aplicada uma vez por semana no laboratório de informática para que os alunos utilizem
uma plataforma para a resolução de atividades, em nenhuma outra disciplina é utilizado
o laboratório de informática ou outros tipos de recursos computacionais com frequência.
Vale destacar que essa prática não é cobrada pela direção da escola. Pode-se observar que
a direção da escola ainda não recebe os incentivos do governo para que todas as aulas
preparem os alunos para utilizar os recursos tecnológicos disponíveis para resolver tarefas
com mais eficácia e eficiência, como será exigido deles em seu futuro profissional e
acadêmico.
De acordo com a pesquisa realizada, 50% dos professores questionados acreditam
que não recebem incentivos da direção para utilizar o auxílio de tecnologias em suas aulas
e 75% acreditam que os alunos deveriam ter aulas de informática.
Tabela 8. Análise das respostas de auto eficácia específica dos professores (em %).
Questões de auto eficácia específicas Possuem formação ou curso relacionado Não possuem formação ou curso relacionado
Discordo
totalmente Discordo Imparcial Concordo
Concordo
totalmente
Discordo
totalmente Discordo Imparcial Concordo
Concordo
totalmente
1. Eu me sinto confiante em minha capacidade de
avaliar softwares (programas de computador) para o
ensino e aprendizagem. - - - 50 50 - - 100 - -
2. Eu me sinto confiante de que sou capaz de utilizar
a terminologia de informática correta quando oriento
os alunos a usarem o computador. - - - 100 - - - - 100 -
3. Eu me sinto confiante de que sou capaz de
desenvolver formas criativas de lidar com restrições
do sistema (como cortes de orçamento para
aquisição de recursos tecnológicos) e continuar a
ensinar bem com tecnologias.
- - 100 - - - 50 50 - -
4. Eu me sinto confiante em solicitar e avaliar
projetos desenvolvidos pelos alunos, utilizando-se
de tecnologias. - - - - 100 - - - - 100
5. Eu me sinto confiante de que minha capacidade de
atender as necessidades dos meus alunos em relação
às tecnologias melhorará continuamente. - - - 100 - - - - 100 -
6. Eu me sinto confiante de que sou capaz de
motivar meus alunos a participarem de projetos que
envolvem o uso de tecnologias de informática. - - - - 100 - - - 100 -
7. Eu me sinto confiante de que sou capaz de me
sentir à vontade ou confortável durante o uso de
tecnologias em minhas aulas. - - - - 100 - - 50 50 -
8. Eu me sinto confiante de que sou capaz de usar
regularmente os recursos tecnológicos nas minhas
aulas de maneira eficaz. - - - - 100 - - 50 50 -
9. Eu me sinto confiante de que sou capaz de incluir
as tecnologias nas minhas aulas sempre que percebo
que é apropriado para a aprendizagem dos alunos. - - - 50 50 - - 50 50 -
Tabela 9. Análise das respostas de acesso e utilização dos professores (em %).
Questões de acesso e utilização Possuem formação ou curso relacionado Não possuem formação ou curso relacionado
Discordo
totalmente Discordo Imparcial Concordo
Concordo
totalmente
Discordo
totalmente Discordo Imparcial Concordo
Concordo
totalmente
10. Eu utilizo recursos tecnológicos (computador,
internet, planilhas, editor de texto, apresentações)
com frequência para atividades escolares - - 50 - 50 - - 50 50 -
11. Eu utilizo recursos tecnológicos com frequência
em casa - - - 50 50 - - 0% 100 -
12. Utilizo com frequência o auxílio de recursos
tecnológicos (apresentações em slides, mídias,
computadores) em minhas aulas - - - 50 50 - 50 50 - -
13. A escola oferece aulas de informática 100 - - - - 100 - - - -
14. Eu acredito que a escola deveria utilizar os
recursos tecnológicos com mais frequência nas aulas - - - 50 50 - - 50 50 -
15. Eu recebo incentivos da direção da escola para
utilizar o auxílio de tecnologias em minhas aulas - - 50 50 - - - 100 - -
Com relação às atividades propostas, a Tabela 10 mostra as médias de
desempenho que os alunos obtiveram nas mesmas. Esta nota foi calculada através da
média aritmética das notas obtidas pelos alunos nas tarefas aplicadas, conforme o grupo
de análise. A média aritmética se mostrou a melhor escolha, pois não houve grande
variação entre as notas dos alunos do mesmo grupo.
Nesta tabela, pode-se observar que o gênero não exerceu grande influência no
desempenho ao executar as tarefas utilizando TICs. O fator que influenciou o aumento
das notas foi o fato de o aluno já ter realizado cursos sobre este assunto. Tais alunos
possuem elevado senso de auto eficácia e, consequentemente, melhor desempenho ao
executar as tarefas. Isso mostra que ao preparar os alunos para executar tarefas
relacionadas à tecnologia, e aumentando sua familiaridade com os recursos
computacionais, os estudantes estarão mais preparados para utilizar as TICs para a
resolução de tarefas a fim de alcançar os resultados desejados.
Tabela 10. Média do desempenho dos alunos nas tarefas
Alunos Gênero Média do desempenho nas
tarefas utilizando TICs
Possuem curso
relacionado Masculino 2,5 Feminino 2,6
Não possuem
curso relacionado Masculino 2,3 Feminino 2,2
Ao relacionar o resultado apresentado na Tabela 10 com o questionário de auto
eficácia geral, os alunos que apresentaram auto eficácia geral mais baixa (querem parar
de estudar logo ou não acreditam que são bons alunos, por exemplo), tiveram nota média
2,4 nas atividades aplicadas. Porém, percebe-se que estes alunos obtiveram mais
facilidade nas atividades que exigem menos habilidades cognitivas e senso crítico, como
realizar pesquisas na Internet ou realizar o download de músicas, nas quais obtiveram
nota média 2,9, enquanto nas atividades que exigiam tais habilidades, como criar uma
base de dados e um gráfico, a média obtida foi 1,5, o que mostra que estes alunos possuem
dificuldades ao executarem tarefas mais complexas e que exigem mais esforços para sua
execução.
Ao comparar a atividade 1 do questionário de auto eficácia específica, que se
tratava sobre pesquisa na Internet, percebe-se que todos tiveram nota média 3 e 90%
responderam entre 4 e 5 (concordo e concordo totalmente) a afirmativa de que o fariam
com facilidade. Ainda, ao comparar a atividade 3 com as respostas da questão 10 do
mesmo questionário, que questionava sobre habilidades para criar apresentações,
percebe-se que aqueles que apresentaram melhor auto eficácia, corresponderam em seu
desempenho na atividade, ou seja, em uma tarefa que exige um pouco mais do que editar
um texto, aqueles com senso de auto eficácia mais alto conseguiram melhores resultados.
A atividade que obteve menor nota média foi a atividade 4, que solicitava aos
alunos que criassem uma base de dados e um gráfico relacionado à esta base. A nota
média nesta atividade para os alunos que possuem curso extracurricular relacionado à
informática foi 1,7 e para os alunos que não possuem foi 1,3. Esta nota corrobora com a
análise de auto eficácia específica dos alunos, na qual aproximadamente 89% dos
meninos e 82% das meninas que não possuem curso extracurricular associado à
informática apresentaram baixo senso de auto eficácia (entre discordo totalmente e
imparcial) nas questões 9 e 17, e aproximadamente 70% dos meninos que possuem curso
afirmaram o mesmo.
Na aplicação das tarefas, pode-se notar que os alunos possuem extrema facilidade
em baixar imagens e músicas (Tarefa 5) e, ao comparar o desempenho na tarefa 5 com a
questão 18 da avaliação de auto eficácia específica, que era relacionada a facilidade que
os alunos possuíam em baixar arquivos e músicas na Internet, 100% dos alunos que
possuem curso afirmaram realizar esta tarefa com facilidade e aproximadamente 80% dos
que não possuem afirmam o mesmo.
A Tabela 11 mostra a pontuação média dos alunos por tarefa. Como o gênero não
apresentou grande influência no desempenho, os alunos foram divididos entre dois grupos:
os que possuem curso relacionado à informática e aqueles que não possuem.
Tabela 11. Média do desempenho dos alunos por tarefa
Tarefa
1
Tarefa
2
Tarefa
3
Tarefa
4
Tarefa
5
Tarefa
6
Tarefa
7
Tarefa
8
Possuem curso relacionado 3 2,8 2,2 1,7 2,9 2 2,9 2,5
Não possuem curso relacionado 3 2,4 2 1,3 2,7 1,7 2,9 2,3
Assim, é possível observar que conforme os alunos afirmaram na análise de auto
eficácia, possuem facilidade em realizar pesquisas na Internet, utilizar o editor de textos
e baixar arquivos e músicas. Para as tarefas que exigiam estas capacidades, os alunos que
possuíam curso alcançaram a pontuação média de 3 pontos, 2,8 pontos e 2,9 pontos,
respectivamente. Todos os alunos avaliados foram capazes de realizar estas atividades.
As tarefas que os alunos possuíram mais dificuldades, de acordo com a pontuação,
foram as atividades 4 e 6, que solicitavam aos alunos que montassem uma base de dados
e um gráfico utilizando uma ferramenta adequada e editar uma foto utilizando um
software adequado. Essas tarefas exigiam uma maior capacidade cognitiva dos alunos,
portanto, nota-se que a dificuldade foi maior para sua execução. Apenas 44% dos alunos
foram capazes de realizar essas tarefas de maneira parcial e nenhum aluno completou as
tarefas conforme solicitado.
Ao comparar o desempenho dos alunos nas tarefas aplicadas com o desempenho
do Brasil no PISA 2015, pode-se concluir que o governo possui o desafio de criar
programas de ensino que desenvolvam as habilidades cognitivas e senso crítico dos
alunos ao resolverem tarefas e investir na formação dos professores para que estejam
aptos a enfrentar os desafios das salas de aula e, assim, aumentar o desempenho e a
qualidade de formação dos estudantes brasileiros.
5. Considerações Finais Os resultados obtidos permitiram observar que há uma forte relação entre o senso de auto
eficácia dos alunos com seu desempenho em realizar tarefas. Também pode-se verificar
a relação entre a preparação prévia dos estudantes e a familiaridade com recursos
tecnológicos com seu senso de auto eficácia específico para lidar com essas tarefas, e
como isso afeta seu desempenho ao executá-las. É importante que os estudantes se sintam
aptos a utilizarem da melhor maneira os recursos e informações que possuem, para que
isso aumente seu senso de auto eficácia e, consequentemente, seu senso crítico e
desempenho ao resolver problemas e alcançar um objetivo. Neste estudo, as tarefas foram desenvolvidas para analisar o desempenho dos
alunos ao utilizarem tecnologias de informação e comunicação, mas ao observar o senso
de auto eficácia geral e o desempenho dos alunos brasileiros no PISA 2015, pode-se
concluir que os alunos possuem diversos pontos a serem desenvolvidos no que se refere
à formação de qualidade. Além de melhor formação básica de qualidade, o governo deve
focar no desenvolvimento de habilidades que envolvam o uso de tecnologias para melhor
preparar os jovens brasileiros para o futuro na sociedade. A preparação para utilização de tecnologias como meio de pesquisas e obtenção
de informação oferece autonomia aos estudantes na busca por respostas e resolução de
problemas em um processo de construção do conhecimento. A formação do aluno deve
buscar a aquisição de conhecimentos básicos, a preparação científica e a capacidade de
utilizar as diferentes tecnologias para, assim, garantir a preparação dos estudantes para o
mundo atual.
Um importante aspecto a ser considerado na criação de práticas de ensino é a
formação e preparação dos professores para que eles possam integrar as tecnologias às
práticas pedagógicas, integrando e melhorando a preparação dos jovens para o mundo
contemporâneo. É fundamental que os professores recebam os incentivos e recursos
adequados para que este desenvolvimento aconteça.
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ANEXO I
Informações para o (a) participante voluntário (a)
Você está convidado (a) a responder este questionário que faz parte da coleta de dados para uma
pesquisa de utilização de tecnologias de informação e comunicação e auto eficácia. Essa coleta
de dados é necessária para uma das fases da elaboração do meu trabalho final de graduação no
curso Sistemas de Informação da Universidade Federal de Itajubá, sob a orientação da Profa.
Adriana Prest Mattedi e do Prof. Rodrigo Duarte Seabra.
Ao responder o questionário, seus dados serão mantidos em sigilo e os resultados obtidos serão
utilizados somente para fins de pesquisa.
Sua colaboração é muito importante para a nossa pesquisa, agradecemos sua atenção!
Data: ___/___/______ Turma: _________ N° Chamada: ____________
Idade: Sexo: Feminino Masculino
Avaliação de Acesso
Abaixo são apresentadas algumas afirmações e você deve indica se são verdadeiras ou
não.
Eu possuo acesso à internet em casa.
Eu possuo computador/notebook em
casa.
Eu possuo acesso à internet na escola.
A escola possui laboratórios de
informática bons e atuais.
Eu faço/fiz curso associado à
informática fora da escola.
Eu penso em seguir carreira em áreas
tecnológicas.
Avaliação de Auto Eficácia
Abaixo são apresentadas algumas frases e você deve dizer o quanto concorda ou discorda destas.
Basta assinalar uma das opções apresentadas, que variam entre Discordo Totalmente e Concordo
Totalmente.
1. Na escola, eu tenho me
saído bem
2. Eu quero parar de
estudar logo.
3. Eu consigo ler com
facilidade.
4. Meus professores me
consideram um bom
aluno.
5. Eu demoro mais que os
outros alunos para
acabar minhas
atividades.
6. Eu lembro com
facilidade do que
aprendi.
7. Eu esqueço rápido o
que aprendi.
8. Minha família me
considera um bom
aluno.
Avaliação de auto eficácia específica
9. Eu consigo montar
planilhas e gráficos no
computador com
facilidade.
10. Eu consigo montar
apresentações com
mídias (slides, imagens,
vídeos, áudios) com
facilidade.
11. Eu utilizo o editor de
texto com facilidade
12. Considero aulas
aplicadas com o auxílio
de mídias mais
interessantes
13. Eu realizo pesquisas
com facilidade ao
utilizar recursos
tecnológicos
14. Eu consigo editar
imagens e fotografias
facilmente utilizando
recursos tecnológicos
15. Eu consigo decidir qual
recurso é mais adequado
para cada tipo de tarefa
que eu devo realizar
16. Eu me distraio
facilmente quando estou
utilizando recursos
tecnológicos para
resolução de tarefas
escolares.
17. Eu me sinto capaz de
desenvolver uma base de
dados utilizando os
softwares adequados.
18. Eu me sinto capaz de
baixar arquivos, músicas
ou programas de internet
facilmente.
19. Eu consigo me livrar de
vírus computacionais
com facilidade
20. Me sinto capaz de
escrever e-mails, anexar
arquivos e mensagens
nos mesmos e enviá-los
facilmente.
21. Eu utilizo recursos
tecnológicos
(computador, internet,
planilhas, editor de texto,
apresenta-ções) com
frequência para
atividades escolares.
22. Eu utilizo recursos
tecnológicos com
frequência em casa.
Avaliação de utilização da escola
23. As aulas são aplicadas
com o auxílio de
recursos tecnológicos
(apresentações em
slides, mídias,
computadores).
24. A escola oferece aulas
de informática.
25. Os alunos vão com
frequência ao
laboratório de
informática da escola.
26. Os professores me
auxiliam na utilização
de recursos
tecnológicos para a
resolução das tarefas
escolares.
27. Eu acredito que a
escola deveria utilizar
os recursos
tecnológicos com mais
frequência nas aulas.
ANEXO II
Data: ___/___/______
Idade:
Formação:
Avaliação de Auto Eficácia
Serão apresentadas algumas frases e você deve dizer o quanto concorda ou discorda destas. Basta
assinalar uma das opções apresentadas, que variam entre Discordo Totalmente e Concordo
Totalmente.
Sinta-se à vontade para inserir comentários.
1. Eu me sinto confiante
em minha capacidade
de avaliar softwares
(programas de
computador) para o
ensino e
aprendizagem.
2. Eu me sinto confiante
de que sou capaz de
utilizar a terminologia
de informática correta
quando oriento os
alunos a usarem o
computador.
3. Eu me sinto confiante
de que sou capaz de
desenvolver formas
criativas de lidar com
restrições do sistema
(ex. cortes de
orçamento para
aquisição de recursos
tecnológicos) e
continuar a ensinar
bem com tecnologias.
4. Eu me sinto confiante
em solicitar e avaliar
projetos desenvolvidos
pelos alunos,
utilizando-se de
tecnologias.
5. Eu me sinto confiante
de que minha
capacidade de atender
as necessidades dos
meus alunos em
relação às tecnologias
melhorará
continuamente.
6. Eu me sinto confiante
de que sou capaz de
motivar meus alunos a
participarem de
projetos que envolvem
o uso de tecnologias de
informática.
7. Eu me sinto confiante
de que sou capaz de
me sentir à vontade ou
confortável durante o
uso de tecnologias em
minhas aulas.
8. Eu me sinto confiante
de que sou capaz de
usar regularmente os
recursos tecnológicos
nas minhas aulas de
maneira eficaz.
9. Eu me sinto confiante
de que sou capaz de
incluir as tecnologias
nas minhas aulas
sempre que percebo
que é apropriado para
a aprendizagem dos
alunos.
Avaliação de Acesso e Disponibilização de Recursos
10. Eu utilizo recursos
tecnológicos
(computador, internet,
planilhas, etc.) com
frequência para
atividades escolares
11. Eu utilizo recursos
tecnológicos com
frequência em casa
12. Utilizo com
frequência o auxílio de
recursos tecnológicos
(apresentações em
slides, mídias,
computadores) em
minhas aulas
13. A escola oferece aulas
de informática
14. Eu acredito que a
escola deveria utilizar
os recursos
tecnológicos com mais
frequência nas aulas
15. Eu recebo incentivos
da direção da escola
para utilizar o auxílio
de tecnologias em
minhas aulas
16. Eu acredito que a
escola possui recursos
e laboratórios atuais e
adequados para
utilização no processo
de ensino-
aprendizagem
Avaliação de Utilização e Formação
Eu possuo acesso à internet em
casa
Eu possuo computador/notebook
em casa
Eu possuo curso/ formação
associado à informática
Eu penso em realizar cursos
relacionados a tecnologias e
informática
Não Não
ANEXO III
Eu Fernanda Mendes Garcia, registrada sob o número de matrícula 24105 no curso de
Sistemas de Informação na Universidade Federal de Itajubá localizada na Avenida B P S,
1303 - Pinheirinho, Itajubá - MG, venho por meio deste documento comprometer-me a
aplicar a pesquisa de campo para o trabalho de conclusão de curso da respectiva
universidade, sob a orientação da professora Adriana Prest Mattedi, de forma a gerar
resultados que serão utilizados apenas para fins acadêmicos e seus dados e conclusões
não serão divulgados.
A aplicação deverá ocorrer na escola municipal Elvira Lefevre Salles Nemer no dia
___/___/_________, com supervisão do (a) professor (a)
______________________________________________________________ aos alunos
do último ano do ensino fundamental (9° ano).
O objetivo do trabalho é relacionar a percepção de auto eficácia com o desempenho dos
alunos ao executarem tarefas utilizando tecnologias de informação e comunicação. Os
alunos deverão responder um questionário de auto eficácia (Anexo A), elaborado por mim
e conjunto com a minha orientadora de TCC Adriana Prest Mattedi e em seguida deverão
executar algumas atividades com o auxílio de tecnologias (Anexo B). A participação dos
alunos será voluntária.
Me comprometo a apresentar uma cópia do artigo final a secretaria de educação do
município de Barueri para acompanhamento dos resultados, a não interferir no andamento
das aulas regulares dos alunos e a não os expor a nenhuma atividade fora do acordado
com a secretaria de educação do município de Barueri SP.
_________________________________________
Fernanda Mendes Garcia
_________________________________________
Responsável – Secretaria da Educação
_________________________________________
Responsável – E.M. Elvira Lefevre Salles Nemer
Barueri, ____ de ______________________ de 2018.
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