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Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo Tel. (11) 3824-5400 – opções 2 ou 3 (núcleo de relacionamento) Email: desenvolvimento@crcsp.org.br | web: www.crcsp.org.br Rua Rosa e Silva, 60 | Higienópolis 01230 909 | São Paulo SP Presidente: Claudio Avelino Mac-Knight Filippi Gestão 2014-2015
Autoestudo
Ativo Imobilizado
Elaborado por:
Álvaro Augusto Ricardino Filho
O conteúdo desta apostila é de inteira responsabilidade do autor (a).
A reprodução total ou parcial, bem como a reprodução de apostilas a partir desta obra intelectual, de qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos xerográficos, de fotocópias e de gravação, somente poderá ocorrer com a permissão expressa do seu Autor (Lei n.º 9610/1998). TODOS OS DIREITOS RESERVADOS: É PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTA APOSTILA, DE QUALQUER FORMA OU POR QUALQUER MEIO. CÓDIGO PENAL BRASILEIRO ARTIGO 184.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
Olá,
Benvindo à 1ª parte de nosso curso que tem como tema o Ativo Imobilizado.
Neste tópico estaremos abordando mensuração e reconhecimento.
Segundo a Estrutura Conceitual das Novas Normas Brasileiras de
Contabilidade, Mensurar significa: “Processo de determinação de quantias monetárias
com que os elementos das demonstrações contábeis devem ser reconhecidos e apresentados
no balanço patrimonial, na demonstração do resultado e na demonstração do resultado
abrangente”. Em outras palavras, podemos dizer que mensurar significa atribuir
valor a cada operação monetária efetuada pela empresa.
Reconhecer: “O processo de incorporação ao balanço patrimonial ou à demonstração do
resultado e do resultado abrangente de item que atende à definição de elemento e satisfaz
aos seguintes critérios:
(a) é provável que benefício econômico futuro associado com o item flua para ou da entidade;
(b) o item tem custo ou valor que pode ser mensurado com confiança”.
2
Em termos mais simples, corresponde ao momento em que a contabilização
deve ocorrer, desde que atendidas as condições a) e b) anteriormente
mencionadas.
Em linhas gerais, até o advento das novas normas, obrigatórias a partir de 01
de janeiro de 2010, grosso modo, estávamos habituados a contabilizar uma
operação com base a emissão da correspondente Nota Fiscal ou contrato.
Esse critério mudou sob vários aspectos. Apenas a emissão da Nota Fiscal ou
assinatura de um contrato pode não ser condição suficiente para mensuração e
reconhecimento da operação.
Abordar o como mensurar e reconhecer é o objetivo dos próximos slides.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
Quase todos os CPCs ou Seções do Pronunciamento para Pequenas & Médias
Empresas (P&ME) contêm um tripé conceitual composto pelos vértices
indicados acima. Sobre as definições de reconhecimento e mensuração nos
referimos no slide anterior. Falta falar sobre desreconhecimento e divulgação.
Desreconhecimento: segundo o glossário do Pronunciamento para P&ME
[CPC P&ME (R1) p. 230] “Retirada (baixa na maior parte das vezes) de ativo ou passivo
reconhecido anteriormente no balanço patrimonial da entidade”.
Os Pronunciamentos ou Seções do Pronunciamento para P&ME que abordam
o assunto indicam quando e como efetuar tal procedimento.
Divulgação: o glossário do Pronunciamento para P&ME [CPC P&ME (R1) p. 2]
não define divulgação, mas ela corresponde a todas as informações
necessárias e úteis à compreensão dos detalhes relevantes de uma conta e/ou
de uma transação ou, ainda, de uma situação específica à entidade. Tais
divulgações devem ser apresentadas nas Notas Explicativas. A propósito, as
N.E. passaram a ser obrigatórias para as P&ME.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
Os critérios contábeis sobre imobilizado passaram a exigir mais do contabilista.
De agora em diante não basta aplicar o percentual pré-fixado pelo Fisco sobre
as contas do imobilizado para calcular-lhes a respectiva depreciação. De
acordo com as novas normas, para cálculo da depreciação contábil será
necessário conhecer a vida útil e o valor residual dos componentes do
imobilizado, de acordo com sua natureza. Por outro lado, como o Fisco não
aceita os critérios contábeis, nós seremos obrigados a manter, em paralelo, a
depreciação de ambas as formas: contábil e fiscal.
A boa notícia é que nós não precisamos adotar os novos critérios para cada
item de imobilizado. Devemos, isso sim, focar aqueles que são mais relevantes
e que causam efeitos sobre os resultados da entidade, via despesa (ou custo)
de depreciação. Os itens mais significativos, usualmente, são os edifícios, as
máquinas e equipamentos. Volto a lembrar que a depreciação fiscal deve
continuar a ser calculada para efeito de comparação com a depreciação fiscal
quando do cálculo do lucro real.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
A respeito da definição acima, não há grandes novidades, exceto que os
intangíveis saíram da conta imobilizado, justamente por não se enquadrarem
nesta definição.
Sobre Intangíveis vide o CPC 04 e/ou a Seção18 do Pronunciamento para
P&ME (R1)
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
Como dissemos em páginas anteriores, o objetivo desta 1ª parte é abordar,
além da mensuração, o momento do reconhecimento. O slide acima dá tal
indicação.
Importante atentar para a extensão das palavras sublinhadas na definição:
Benefícios futuros: corresponde ao quanto a entidade projeta recuperar em
função do valor gasto com a aquisição do imobilizado. Se o ativo não trouxer
benefícios futuros para a entidade não deve ser ativado, mas sim levado à
despesa, integral ou parcialmente (impairment).1
Maneira confiável: conquanto confiabilidade corresponda a juízo de valor
(opinião individual), a confiabilidade, neste caso, está apoiada em dados
(componentes do custo de aquisição) que podem ser comprovados e
premissas lógicas ou, minimamente, razoáveis.
1 A respeito de impairment, vide aula CRCSP, específica sobre o assunto, ou leia o CPC o1 e/ou Seção 27 do pronunciamento para P&ME.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
A mensuração corresponde ao custo, como será visto mais à frente, acrescido
de todos os gastos necessários para colocar o bem no local e nas condições
previstos pela administração.
Atenção para o texto “o custo é o valor presente de pagamentos futuros”.
O valor presente de pagamentos futuros pode ser, em raros casos e ainda mais
raros em termos de Brasil, menor do que o valor à vista. Vamos exemplificar
para melhor compreensão: suponha que a empresa queira financiar um ativo
que à vista, comprado junto ao fabricante custaria, digamos, R$ 100 mil e a
prazo R$ 120 mil. Ao invés de comprar junto ao fabricante, a empresa obtém
um empréstimo bancário para a compra, com uma taxa tão excepcional que,
quando o montante do empréstimo for calculado a valor presente, ele será
inferior ao valor à vista do referido bem.
Como dissemos, a possibilidade é mais do que remota, mas como está na
norma, fica aqui a explicação.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
O que está apresentado nesse slide tem como base o CPC 12 – Ajuste a Valor
Presente. Acreditamos que o texto do slide seja autoexplicativo.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
A planilha acima teve os centavos suprimidos para maior compreensão.
Chamamos atenção para o fato de que os juros são decrescentes, pois a dívida
foi calculada com base ao saldo devedor.
Uma outra hipótese, talvez mais usual, seria o cálculo com juros periódicos
predefinidos. Tomemos como exemplo, a mesma aquisição. À vista R$ 100 mil.
A prazo R$ 120 mil em 10 parcelas de R$ 12 mil.
Neste caso, teríamos que a cada parcela de R$ 12 mil há R$ 2 mil contidos na
parcela, a título de juros. Os critérios para contabilização serão os mesmos
apresentados nos slides a frente.
Importante: seja para pagar, seja para receber, os juros somente podem ser
levados à resultado quando efetivamente incorridos. Levá-los integralmente
quando da contratação ou apenas ao término dos pagamentos, cria alterações
significativas no resultado e isso não é permitido.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
Atentem para esses dois pontos importantíssimos:
a. Os juros não podem integrar o valor da máquina. O valor a ser
contabilizado é o valor à vista, ainda que a Nota Fiscal seja emitida – e
será – pelo valor a prazo.
b. Repetimos: seja para pagar, seja para receber, os juros somente podem
ser levados a resultado quando efetivamente incorridos.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
Nosso slide contém apenas um exemplo de AVP - Ajuste a Valor Presente.
Para melhor compreensão do assunto voltamos a enfatizar a necessidade de
ler o CPC 12 – Ajuste a Valor Presente.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
Embora ambas as alternativas de contabilização sejam igualmente válidas, há
uma certa preferência pela 2ª alternativa, por ser mais informativa.
O motivo é que o leitor da demonstração financeira, ao visualizar a conta
redutora do passivo “juros a incorrer” saberá o quanto falta ainda a pagar da
dívida, como um todo, e quanto desta dívida corresponde aos juros.
A primeira alternativa, por ser atualizada mês a mês, não oferece compreensão
imediata. Os dados relativos aos juros somente poderiam ser encontrados nas
Notas Explicativas, isso se a empresa se preocupou em oferecer tal
informação.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
Enfatizando o que foi exposto na página anterior, repare que os juros não estão
presentes na conta “Financiamento de Máquina”, não sendo, portanto, possível
identificá-los, a não ser por Nota Explicativa.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
Os juros diminuíram porque são calculados sobre o saldo devedor, mês a mês.
De resto, a contabilização será a mesma a cada mês.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
Nesta alternativa, os juros totais ficam explicitados na conta “Juros a Incorrer”
assim como o saldo devedor a cada mês.
A bem da transparência contábil, trata-se de uma alternativa melhor.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
Embora o slide não demonstre o saldo da conta “Financiamento” e “Juros a
Incorrer”, após o primeiro mês, se estivéssemos em 31/12/20XX, no balanço do
Passivo Circulante os saldos seriam, respectivamente:
Financiamento: R$ 92.923
Juros a incorrer: R$ 17.077
Saldo a pagar: R$ 110.000 (R$ 10.000 foram pagos no mês)
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
Embora o slide não demonstre o saldo da conta “Financiamento” e “Juros a
Incorrer”, após o segundo mês, se estivéssemos em 31/12/20XX, no balanço
do Passivo Circulante os saldos seriam, respectivamente:
Financiamento: R$ 85.639
Juros a Incorrer: R$ 14.361
Saldo a pagar: R$ 100.000 (mais R$ 10.000 foram pagos no 2º mês)
E assim, sucessivamente.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
As instruções dos novos padrões contábeis, a respeito dos componentes do
custo do imobilizado, apenas vêm reforçar o que já deveria ser praticado, mas
nem sempre o foi, ou seja, o custo de um imobilizado não corresponde apenas
ao valor constante da Nota Fiscal ou do contrato, mas todos custos
necessários para deixá-lo no local e nas condições pretendidas pela
administração.
Acima enumeramos apenas os gastos mais usuais a serem acrescidos ao
custo do imobilizado, se for o caso.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
Dentre os itens acima mencionados, três merecem particular atenção:
Custos para transferir uma atividade a um novo local: o novo local, se
pertencente a entidade, assim como o que ele contém, faz parte do
imobilizado. Encerrar, comunicar à praça o encerramento, transportar o que a
instalação continha, ou mesmo vender seu conteúdo, é consequência da
existência desse novo local e, portanto, tais gastos não devem ser somados a
ele. Os custos de transferência são consequência e não causa.
Custos de empréstimos: para as P&ME, os custos de empréstimos, tais como
juros, cadastro, Serasa etc., não podem ser capitalizados, ou seja, não podem
ser adicionados ao valor do imobilizado. Devem continuar sendo contabilizados
como despesa, como sempre foram.
Para as empresas de grande porte, a situação é outra: é permitida a
capitalização de tais custos, desde que seja para a construção de ativos
denominados qualificáveis que, conforme definição, corresponde a “um ativo que,
necessariamente, demanda um período de tempo substancial para ficar pronto para seu uso
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ou venda pretendidos”. [CPC 20 (R1), p. 2]. Como exemplo podemos citar navios,
edifícios, usinas hidroelétricas ou térmicas etc. Percebam que os ativos
qualificáveis possuem outra característica intrínseca: não são produzidos em
série.
Custos de treinamento: embora esse tópica sempre dê origem a debates, a
razão essencial pela qual esse gasto é uma despesa e como tal não pode ser
acrescido ao custo do imobilizado prende-se ao fato de que o conhecimento
adquirido durante o treinamento está na cabeça daquele(a) que foi treinado(a)
e, portanto, não pertence a empresa. Se o funcionário deixar a empresa o
conhecimento irá com ele.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
Em outras palavras, se ao longo do processo de instalação e preparação do
equipamento a empresa obtiver alguma receita decorrente de produção
durante a fase de testes, tal receita será contabilizada como redutora do custo
do imobilizado e os correspondentes custos para obter essa receita serão
acrescidos ao custo do imobilizado.
Em hipótese alguma tal receita será tratada como Outras Receitas
Operacionais na DRE.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
A respeito deste slide, em primeiro lugar vale apresentar o conceito de Justo
Valor: “Valor pela qual um ativo pode ser trocado, um passivo liquidado, ou um instrumento
patrimonial concedido, entre partes conhecedoras e dispostas a isso, em uma transação em
que não haja relação de privilégio entre elas”. {CPC P&ME (R1), p. 243)
Perceba-se que o valor contábil (custo – depreciação) não é base para
precificação do ativo. Uma vez que as partes cheguem a um denominador
comum no que se refere ao preço, portanto concluíram pelo justo valor, esse
será o valor base para a troca. A diferença existente em relação ao valor
contábil corresponderá ao ganho ou perda na realização do ativo. Caso haja
custos para efetuar a venda, tais custos devem ser deduzidos do ganho ou
acrescido às perdas, se for o caso.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
Embora as bases para o cálculo da depreciação tenham sido alteradas,
comparativamente aos critérios de depreciação fiscal, o valor contábil do ativo
continua sendo seu custo deduzido da depreciação acumulada.
Caso o valor contábil seja superior ao valor realizável líquido e/ou seu valor em
uso, a empresa deverá reduzir o valor contábil do ativo ao seu valor
recuperável. A este procedimento dá-se o nome de impairment.2
Com este slide, chegamos ao final da 1ª parte de nosso curso. Esperamos
você para a 2ª parte.
2 A respeito de impairment, vide aula CRCSP, específica sobre o assunto, ou leia o CPC o1 e/ou Seção 27 do pronunciamento para P&ME
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
Olá,
Benvindo à 2ª parte de nosso curso que tem como tema o Ativo Imobilizado.
Neste módulo estaremos abordando aquela que se constitui em uma das
principais mudanças, em relação aos critérios fiscais: o cálculo da depreciação.
Ao término serão expostos os requisitos mínimos para divulgação, em Notas
Explicativas, dos critérios e eventos relativas ao ativo imobilizado.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
Embora haja duas definições para depreciação, ambas são igualmente válidas
porque possuem o mesmo sentido.
O que não se pode utilizar, a título de definição é: “depreciação corresponde ao
desgaste do bem”. Essa definição é totalmente inválida porque a contabilidade
registra todo e qualquer evento em termos monetários. Se a depreciação
correspondesse ao desgaste do ativo ela deveria ser contabilizada em
centímetros ou em quilos e isso não é possível.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
Não há muito o que comentar sobre este assunto. Estes percentuais constam
da Instrução Normativa nº 162/98, publicada pela Receita Federal, juntamente
com outros tipos de itens passíveis de depreciação.
Os percentuais adotados pelo fisco correspondem a uma tentativa de unificar
os critérios de depreciação para todas as empresas, independentemente de
seu ramo de atividade.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
Sobre este slide não fazemos nenhum comentário por entendê-lo
autoexplicativo.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
A depreciação calculada mensalmente é creditada em uma conta redutora do
Ativo Imobilizado denominada “Depreciação Acumulada”. O Plano de contas
deverá conter uma conta de depreciação acumulada para cada classe de
imobilizado. O controle da depreciação se faz individualmente para cada item
do imobilizado. Atualmente há softwares que efetuam o controle dos itens do
imobilizado, individualmente.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
Vida útil pretendida ou estimada: corresponde ao tempo que a entidade
imagina ficar com o ativo. Normalmente essa estimativa é feita em anos.
Valor residual do bem: corresponde a uma estimativa de quanto valerá o
bem, em Reais, ao término da vida útil estimada. Por ser uma estimativa, esse
valor nem sempre será fácil de ser obtido. Uma possibilidade razoável é
solicitá-lo ao fabricante, por escrito. A solicitação por escrito se deve ao fato de
que essa informação deve ser comprovável, ou seja, em caso de
questionamento apresentar a fonte da informação.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
Bases sistemáticas: significa que o critério de depreciação deve se manter
estável ao longo da vida útil do bem, ou seja, não é permitido, sob perda de
comparabilidade, alterar critérios de um período para outro.
Mudança de vida útil: na medida em que a entidade pretenda encurtar ou
alongar o tempo de uso do ativo imobilizado, os prazos de depreciação, assim
como o valor residual, sofrerão alteração.
Mudança no valor residual: se o valor residual se alterar, seja por qual razão
for, o valor a depreciar também irá sofrer alteração e consequentemente a
depreciação periódica também se alterará.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
Perceba-se aqui que o ativo a ser depreciado conta com um valor residual
estimado em Reais, o qual não sofre depreciação. Por outro lado, o tempo de
depreciação difere dos percentuais indicados pelo fisco, sendo substituído pelo
tempo estimado pela empresa.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
A depreciação levada a resultado pode ser custo ou despesa. Será custo se
disser respeito a quaisquer ativos imobilizados relacionados direta ou
indiretamente à produção de bens ou serviços. Será despesa se estiver
relacionado com imobilizado utilizado nas áreas comercial ou administrativa.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
Não cabe ao contador definir nenhum dos dois aspectos acima mencionados.
Quanto a vida útil esperada, obter esse dado junto a produção ou a
administração. Quanto ao valor residual, se não houver mercado ativo, tentar
junto ao fabricante.
Em ambos os casos, obter a informação por escrito para comprovação em
caso de questionamento.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
Em outras palavras, o valor residual e o tempo estabelecido pela empresa não
são definitivos. As atividades da empresa são dinâmicas e, portanto, sujeitas a
alterações a qualquer momento. E elas podem ocorrer tanto no âmbito da vida
útil quanto no valor residual e isso, consequentemente, trará alterações no
cálculo da depreciação.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
O objetivo deste slide é demonstrar a possibilidade de alterar o tempo de uso
do bem, neste caso para um tempo maior, o que ocasionará provável alteração
do valor residual e novo valor da depreciação apurada periodicamente.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
Usando o mesmo exemplo acima, suponhamos que a empresa ao invés de
alongar o tempo de uso do equipamento, resolvesse reduzi-lo para cinco anos,
um a menos do que o tempo originalmente previsto.
Se a máquina custou R$ 120 mil e já foram depreciados R$ 60 mil,
provavelmente com menos tempo de utilização, a máquina terá um valor
residual maior, digamos R$ 40 mil ao invés dos R$ 30 mil originalmente
estimados.
Assim, se ao valor residual corresponde a R$ 40 mil e falta depreciar R$ 60 mil,
então o valor a ser depreciado nesse quinto e último ano será a totalidade do
valor a depreciar, ou seja, os R$ 20 mil ainda não depreciados.
Em resumo, não importa se o tempo de uso e o valor residual inicialmente
estabelecido sofrem alterações no tempo de uso para mais ou para menos.
Basta à empresa efetuar os correspondentes ajustes de tempo e valor residual
para calcular o novo valor de depreciação.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
O CPC 23 – Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro
indica que quando há uma mudança de estimativa, como é o caso da
depreciação, não há o que alterar e consequentemente retificar lançamentos
contábeis efetuados no passado. Como diz o ditado popular, “o que passou,
passou e não volta mais”.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
Existem outros métodos de depreciação como, por exemplo, o critério da soma
do inverso dos dígitos, mas são muito raros e de aplicação extremamente
específica, motivo pelo qual não o apresentamos. Caso haja interesse, o
Manual de Contabilidade Societária, 2ª edição, 2013, apresenta exemplo desse
método.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
Se o valor da depreciação não varia ao longo do tempo, é porque a
depreciação é linear.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
Por este método, os valores de depreciação periódica se alteram em função da
variação da utilização do equipamento. Pressupõe-se que se a máquina
produziu mais peças é porque ela teve maior tempo de utilização e vice-versa.
Este critério explica porque, no exemplo acima, a depreciação variou de um
ano para o outro.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
Se o objetivo primário da Contabilidade é prestar informações úteis aos seus
usuários, informações que efetivamente reflitam as operações da entidade no
período, então a escolha do método de depreciação deve ser aquela que
melhor reflita a utilização do ativo no período. Isso não significa que o método
não possa ser alterado, caso a alteração reflita mais adequadamente o
consumo de benefícios econômicos do equipamento objeto da depreciação.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
Ampliando a compreensão dos tópicos acima, podemos dizer que:
Uso esperado do ativo: corresponde ao tempo de utilização ou ao nº
de peças ou horas a serem trabalhadas pelo equipamento. Normalmente
tais parâmetros são indicados pelo fabricante.
Desgaste e quebra física esperada: sabemos que quanto mais um
ativo imobilizado é utilizado, mais sujeito está a desgaste e quebras.
Caso um ativo trabalhe mais do que um período, a entidade estará
acelerando seu desgaste e, consequentemente, mais acelerada será
sua depreciação. Programas de reparo e manutenção têm por objetivo
manter ao equipamento o mais próximo possível de seu estado original
e os gastos respectivos devem ser tratados como despesa de
manutenção. Caso o gasto melhore o ativo, aumente sua produtividade
e/ou prolongue sua vida útil, além dos padrões esperados, esses gastos
devem ser adicionados ao ativo, o que fará com que haja alteração do
custo e, consequentemente, de sua depreciação.
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Obsolescência técnica ou comercial: muitas vezes um equipamento,
embora novo, sofre a “concorrência” de outro mais moderno e que traz
maior produtividade. Em consequência, o valor de mercado do
equipamento mais antigo diminui e a entidade pode se ver na
contingência de ajustar seu valor contábil (impairment).
Imposição de limites legais no uso do ativo: além do exemplo relativo
ao fim de um contrato de leasing, podemos mencionar o caso dos aviões
que possuem, por questões de segurança, limitado número de horas de
voo.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
A baixa de um ativo pode se dar por vários fatores, tais como: venda, doação,
obsolescência, sucateamento etc.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
Os motivos de baixa foram expostos no slide anterior. Neste slide queremos
enfatizar o conceito de “valor de venda líquido”.
No passado, a contabilidade mantinha o conceito denominado “custo ou
mercado, dos dois o menor”. Este conceito não contemplava os custos para
vender, tais como comissões de venda, impostos a pagar, anúncios, transporte
por conta do vendedor etc. Em outras palavras, o valor que representava o
ganho ou a perda na realização do ativo não continha tais gastos e passava
noção errada do ganho ou prejuízo efetivo, quando da realização. Por não
considerar tais gastos intrínsecos à venda, foi substituído pelo conceito “custo
ou valor realizável líquido, dos dois o menor”.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
As informações acima solicitadas deverão ser apresentadas nas Notas
Explicativas. Como cada ativo imobilizado possui diferentes percentuais de
depreciação, as entidades que publicam suas Demonstrações Contábeis têm
apresentado valores médios tanto para depreciação quanto para o tempo
estimado de uso, de acordo com a classe de cada ativo imobilizado.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
As informações acima, embora possam não resultar em saída imediata de
caixa, devem ser expostas.
Se um ativo está dado em garantia de algum passivo, significa que, em caso de
necessidade, a entidade não poderá dele dispor e terá que obter recursos em
outra fonte.
Se um contrato é assinado para venda ou compra em data futura, não há o que
se falar em contabilização, mas se o valor for material essa informação deverá
ser explicitada, em detalhes, nas Notas Explicativas. Suponha que uma Cia
Aérea tenha firmado contrato para venda de 40% de sua frota daqui a três
anos, ocasião em que os aparelhos serão entregues e os respectivos valores
recebidos.
Embora esse evento somente venha a ocorrer daqui a três anos, é altamente
relevante e, como tal, deve merecer ampla divulgação.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
As Notas Explicativas deverão conter breve conciliação indicando cada um dos
tópicos acima (obviamente, apenas aqueles que ocorreram no período) para
compreensão, por parte do leitor das Demonstrações, da movimentação do
imobilizado, no período.
Aqui se conclui mais um módulo.
Esperamos você no terceiro e último, onde trataremos de casos especiais
envolvendo o ativo imobilizado.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
Olá,
Bem-vindo a terceira e última parte de nosso curso de auto estudo.
Neste módulo trataremos alguns casos especiais que devem merecer sua
atenção.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
Alguns contadores classificam peças de reposição na conta estoques. Nada
mais errado! A conta estoques abriga itens que serão comercializados pela
empresa e essas peças de reposição não estão à venda, mas sim à disposição
do setor produtivo para eventual manutenção ou substituição. Portanto, não se
esqueça, peças de reposição de itens do imobilizado devem ser contabilizadas
no imobilizado.
Atenção: enquanto estiverem nesta conta, não sofrem depreciação pois não
estão sendo utilizadas.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
Voltamos a enfatizar que a simples manutenção tem por objetivo manter o
equipamento próximo aos padrões de produtividade da época de sua
aquisição. Por outro lado, se uma empresa efetua uma completa reforma no
ativo de modo a valorizá-lo, caso da reforma de um imóvel, por exemplo, ou se
a entidade torna o ativo mais rápido ou mais produtivo, em ambos os casos os
custos para essa melhoria devem ser adicionados ao custo do imobilizado e
não, levados à despesa de manutenção.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
No caso acima exposto demonstramos um equipamento de possui vidas úteis
diferentes em seus componentes, além de uma manutenção a ser executada
periodicamente, cujo custo é conhecido e deve ser provisionado, não contra
resultado, porque a despesa ainda não ocorreu, mas contra o próprio ativo,
porque a mão de obra da substituição é quantificável, sabida e esperada.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
Em função de possuir tempo de vida útil diferente do resto do forno, o
revestimento será baixado quando integralmente depreciado, em função do
esgotamento de sua vida útil.
Um novo revestimento será adquirido, provavelmente com valor maior do que o
anterior em função da inflação, e será ativado em substituição ao anterior.
Quando da instalação, a mão de obra será incorporada ao custo do
revestimento e a provisão anteriormente constituída, será baixada contra a
saída de dinheiro do caixa, para pagamento da mão de obra.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
Não efetuamos comentários sobre o slide acima por entendê-lo autoexplicativo.
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Curso EAD CRCSP – Módulo Imobilizado
Um dos mandamentos da nova contabilidade é: não provisionarás intenção!
A manutenção periódica é, ainda que previsível e necessária, uma intenção e
como tal, pode ser abortada a qualquer momento.
As novas normas impedem as provisões que não sejam decorrentes de
obrigações legais ou obrigações construídas pela entidade e amplamente
divulgadas. Ao fazê-lo, as normas procuram extinguir uma prática comum entre
os administradores no passado que era a criação de provisões com o intuito de
aumentar as despesas e assim diminuir o lucro a ser distribuído.
A solução para os casos em que a manutenção é sabida e inevitável é deduzi-
la do valor do imobilizado, conforme exemplo indicado no slide apresentado a
seguir.
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O slide acima dá como exemplo um item de valor R$ 5.000, cuja manutenção
está orçada em R$ 600. Ao efetuar a separação do valor da manutenção do
valor pago pelo imobilizado, a entidade está evitando levar a despesa do
período um evento que somente ocorrerá no futuro, mas que, se fosse
reconhecido na forma de provisão, estaria sendo contabilizado no presente.
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A necessidade da separação vem do fato de que o terreno não é depreciável,
mas tão somente o edifício.
Se o contrato de aquisição não identificar os valores individuais de terreno e
edificação, tomar como referência o valor do terreno, de forma que o valor da
edificação será obtido por diferença.
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Não é incomum que um mesmo ativo tenha componentes com vida útil
diferentes. Nosso exemplo mais emblemático é o avião, pelo elevado valor do
conjunto e das partes individualmente.
Que outros exemplos poderiam ser adicionados?
Caminhão e carroceria pode ser um bom exemplo, caso a carroceria, pelo tipo
de carga que transporta, se deteriore mais rapidamente do que o resto do
veículo e seja necessária mais de uma troca de carroceria ao longo da vida útil
do caminhão.
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Gravem o valor da depreciação pelo critério fiscal: R$ 1.000,00 ao ano.
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Demonstrativo do custo de cada um dos principais componentes do avião.
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Se somarmos os valores individuais de cada componente do avião, teremos
uma depreciação mensal da ordem de R$ 215,00 ou R$ 2.580,00 ao ano,
contra os R$ 1.000,00 ao ano, apresentado no slide da página 59, de acordo
com os critérios fiscais.
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Acreditamos que a demonstração acima seja autoexplicativa.
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Acreditamos que a demonstração acima seja autoexplicativa.
Com este slide chegamos ao fim do 3º módulo. Esperamos que ele tenha sido
útil e que você tenha gostado.
Assim como este tema, o CRCSP disponibiliza outros para auto estudo. Não
perca! Mantenha-se atualizado.
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