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BALCONISTA DE FARMCIAFORMAO INICIAL E CONTINUADA
Balconista de FarmciaRodrigo Batista de Almeida
verso 1
ano 2012
O que eu quero
para meu futuro?
Nome:
Endereo:
Telefone:
e-mail:
Anotaes:
FICHA DO ALUNO
IFPR - INSTITUTO FEDERAL DO PARAN
Reitor Prof. Irineu Mario Colombo
Chefe de GabineteJoelson Juk
Pr-Reitor de EnsinoEzequiel Westphal
Pr-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento InstitucionalBruno Pereira Faraco
Pr-Reitor de AdministraoGilmar Jos Ferreira dos Santos
Pr-Reitora de Gesto de Pessoas e Assuntos EstudantisNeide Alves
Pr-Reitor de Extenso, Pesquisa e InovaoSilvestre Labiak Junior
OrganizaoMarcos Jos BarrosCristiane Ribeiro da Silva
Diagramao a layoutMarcos Jos Barros
SumrioAPRESENTAO 9
INTRODUO 11
Unidade 1 13
1 Conceitos bsicos para a prtica da Farmcia 15
2 Reconhecendo as diferenas entre frmaco, medicamento,
forma farmacutica e via de administrao 17
3 Auto-avaliao 20
Unidade 2 21
1 Farmacocintica 23
2 Farmacodinmica 28
3 Reconhecendo as diferenas entre farmacocintica e farmacodinmica 30
4 Auto-avaliao 31
Unidade 3 33
1 Classificao de medicamentos 35
2 Reconhecendo as diferenas entre medicamentos alopticos,
fitoterpicos e homeopticos 40
3 Reconhecendo as diferenas entre medicamentos de referncia,
genricos e similares 40
4 Auto-avaliao 42
Unidade 4 43
1 Classes farmacolgicas 45
2 Revisando os conceitos sobre as principais classes
farmacolgicas disponveis em uma farmcia 49
Auto-avaliao 50
Unidade 5 51
1 Organizao da farmcia 53
1.1 Infra-estrutura fsica 53
12 Recebimento dos produtos 54
13 Condies de armazenamento 54
14 Organizao e Exposio dos Produtos 55
15 Limpeza dos ambientes 56
16 Recursos Humanos 56
2 Retomando os principais pontos da organizao de uma farmcia 57
3 Auto-avaliao 60
Unidade 6 61
1 Dispensao de medicamentos 63
11 Qualidade no atendimento 66
2 Exercitando as habilidades exigidas para a boa dispensao 68
3 Auto-avaliao 68
4 Venda de antibiticos com reteno de receita:
avano para a sade pblica 68
Unidade 7 71
1 Servios farmacuticos 73
11 Tcnica de higienizao das mos 75
12 Aferio de glicemia capilar 76
13 Aferio da presso arterial 79
14 Administrao de Medicamentos 80
15 Procedimento de Inalao 81
16 Procedimento para aplicao de injetveis 81
17 Perfurao do Lbulo Auricular para Colocao de Brincos 82
2 Simulando um servio farmacutico 83
3 Auto-avaliao 83
Unidade 8 85
1 Clculos em Farmcia 87
2 Treinando a capacidade de resolver problemas com
o auxlio da Matemtica 91
3 Auto-avaliao 93
Unidade 9 95
1 tica profissional 97
2 Aprendendo a se posicionar de maneira tica diante de
situaes corriqueiras no dia-a-dia da farmcia 104
3 Auto-avaliao 105
Unidade 10 109
1 Noes de cidadania 111
2 Mundo do trabalho 114
3 Pondo em prtica os conhecimentos obtidos 118
4 Auto-avaliao 119
Referncias 125
APRESENTAO
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Tcnico e ao Emprego
PRONATEC, tem como um dos objetivos a oferta de cursos de qualificao
profissional e cursos tcnicos para trabalhadores/as e pessoas expostas
excluso social.
E vale lembrar tambm, que muitas dessas pessoas (jovens e/ou adultas)
esto h tempos fora de escola e que preciso uma srie de incentivos para
que se motivem e finalizem o curso escolhido.
No IFPR o PRONATEC entendido como uma ao educativa de muita
importncia. Por isso, necessrio que essas pessoas possam tambm
participar de outras atividades, especialmente como alunos regulares em suas
diversas formas de ensino: mdio, tcnico, tecnlogo, superior e outros. Essa
instituio tambm oferece a possibilidade de participao em projetos de
pesquisa e extenso alm de contribuir com a permanncia dos alunos com o
Programa de Assistncia Estudantil.
Alm disso, o PRONATEC-IFPR pode ser visto como um instrumento de
incluso social pblico e gratuito e que tem como sua poltica de educao
a formao de qualidade. Para isso, os alunos do PRONATEC-IFPR podem
fazer uso da estrutura de bibliotecas e laboratrios sendo sua convivncia
na instituio de grande valia para os servidores (professores e tcnicos-
administrativos) bem como para os demais estudantes.
O PRONATEC-IFPR tambm, conta com diversos parceiros que contribuem
com a realizao dos cursos. Essas parcerias so importantes tanto para o apoio
de selo de qualidade quanto possibilita estrutura fsica para que os cursos
possam acontecer. Porm, mesmo os cursos ocorrendo em outros espaos (que
no o do IFPR) no invalida a qualidade dos profissionais que ministram as
aulas, pois esses forma especialmente selecionados para essa atividade.
Anotaes
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INTRODUO
inegvel a importncia dos estabelecimentos farmacuticos para a
sociedade e, independente da sua natureza, pblica ou privada, cada farmcia
precisa ter funcionrios capacitados para que possa garantir que os medicamentos
e outros produtos relacionados, como cosmticos, sejam armazenados em boas
condies e entregues ao consumidor de forma apropriada.
O farmacutico responsvel-tcnico por cada farmcia necessita, desse
modo, de uma equipe preparada para auxili-lo nas diversas atividades
desenvolvidas nesse estabelecimento. O balconista de farmcia, nesse sentido,
deve possuir uma qualificao que o prepare para o mundo do trabalho. Para
isso, esse curso pretende oferecer um aprendizado sobre os assuntos mais
diretamente relacionados com a farmcia de dispensao.
Entretanto, vale ressaltar que a aquisio do conhecimento um processo
dinmico, que exige muita dedicao. O volume de informaes que um
balconista de farmcia precisa ter domnio to extenso que nenhum curso
capaz de repassar todos os detalhes. O que vai garantir que o profissional
esteja realmente preparado a prtica profissional.
E aps o curso e a insero no mercado de trabalho, o balconista de
farmcia pode parar de estudar? A resposta NO! O aprendizado deve ser
contnuo, pois, a cada ano, surgem novas legislaes que regulamentam o
setor farmacutico, novos medicamentos so lanados, outros so proibidos,
alm de toda a inovao que cerca o mundo dos cosmticos.
Portanto, fica a dica: se voc quiser ser um profissional de sucesso, com
um grande diferencial e disputado pelo mercado, ter que estudar bastante,
dedicar-se muito e acumular experincia profissional. Mas fique tranqilo, pois o
Instituto Federal do Paran ir te auxiliar na primeira etapa do seu sucesso, que
a qualificao profissional. O resto... deixemos para voc escrever a sua histria!
Rodrigo Batista de Almeida
Farmacutico e professor do Instituto Federal do Paran (IFPR) cmpus Palmas
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O Balconista de Farmcia atua na dispensao de medicamentos e
correlatos, em farmcias pblicas e privadas, prestando informaes sobre o
uso correto dos medicamentos prescritos pelo mdico ou cirurgio dentista.
Esse profissional ainda auxilia na organizao do estabelecimento farmacutico,
trabalhando sempre sob a superviso do profissional farmacutico.
Unidade 1
Anotaes
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Qual a diferena entre frmaco e medicamentos?
O que forma farmacutica e via de administrao?
Os medicamentos so produtos que contm um ou mais frmacos
e so destinados para a preveno ou tratamento de doenas. Os
medicamentos possuem uma forma fsica, que caracteriza a forma
farmacutica. A escolha da forma farmacutica deve levar em
considerao a via de administrao.
1 Conceitos bsicos para a prtica da Farmcia
O primeiro esclarecimento que se faz necessrio diferenciar frmaco
de medicamento. Frmaco toda substncia ativa farmacologicamente,
ou seja, que promove um efeito farmacolgico quando administrada a um
organismo. a substncia pura, que ir ser a responsvel pelo efeito. J o
termo medicamento empregado para o produto farmacutico final que
contm um ou mais frmacos, alm de vrias outras substncias com funes
as mais diversas, mas que no contribuem para o efeito farmacolgico.
Para ficar clara a diferena, vamos citar um exemplo: uma das apresentaes
do medicamento Diovan contm 14 comprimidos revestidos sulcados de 40
mg de valsartano. Na composio desses comprimidos, encontramos 40 mg
de valsartano, alm de celulose microcristalina, crospovidona, dixido de silcio
coloidal, estearato de magnsio, hipromelose, dixido de titnio, macrogol,
xido de ferro vermelho, xido de ferro amarelo e xido de ferro preto. De
todas as substncias contidas no comprimido de Diovan, apenas o valsartano
responde pelo efeito anti-hipertensivo.
Todas as outras substncias apresentam um papel secundrio, sendo
responsveis por caractersticas da forma farmacutica, no caso comprimido.
Todas essas outras substncias que no so apresentam efeito farmacolgico
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e entram na composio apenas como conservantes, secantes, agregantes,
agentes de revestimento, etc., so conhecidas como excipientes. No conjunto,
o frmaco e os excipientes formam o medicamento. Portanto, frmaco
a substncia ativa e medicamento o produto final, que contm o frmaco,
mas tambm contm todo um conjunto de excipientes, indispensveis para a
formulao do produto.
Pois bem, se voc j sabe a diferena entre frmaco e medicamento, vamos
avanar no nosso aprendizado e conceituarmos outros termos muito utilizados
no dia-a-dia da farmcia: forma farmacutica e via de administrao.
Como j falamos, um frmaco precisa ser misturado com vrias outras
substncias para chegar ao medicamento. No final da preparao do
medicamento, o produto toma uma forma, a chamada forma farmacutica.
Forma farmacutica , portanto, a forma fsica que o medicamento adquire.
Para facilitar a compreenso, vamos dividir as formas farmacuticas em slidas,
semi-slidas e lquidas. Os medicamentos nas formas farmacuticas slidas
apresentam-se como um slido, como no caso dos comprimidos, cpsulas,
drgeas, ps, supositrios, pastilhas, vulos, etc. Quando adquire uma forma
farmacutica semi-slida, o medicamento apresenta-se num aspecto de gel
ou gelia, como no caso dos cremes, pomadas, pastas, gis, gelias, etc. E as
formas farmacuticas lquidas so representadas pelas solues, suspenses,
xampus, enemas, colutrios, lquidos para injeo, etc.
Agora que j sabemos o que forma farmacutica, vamos estudar
as vias de administrao. Todo medicamento precisa ser introduzido no
organismo para que libere o frmaco, que ser o responsvel pelo efeito.
Como, ou melhor, pode onde, administrar os medicamentos? A resposta :
pelas diferentes vias de administrao.
A via de administrao o local de entrada do medicamento em um
organismo. Os conceitos de forma farmacutica e via de administrao tem
uma correlao muito ntima, pois a escolha da forma farmacutica orienta
a via de administrao a ser utilizada. Por exemplo, um comprimido deve ser
utilizado pela via oral, um xampu deve ser utilizado pela via tpica, etc.
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As vias de administrao so classificadas em enterais e parenterais. Para as
parenterais, h ainda uma subdiviso (parenterais diretas e parenterais indiretas).
Uma via enteral aquela na qual o medicamento inicia o processo de
absoro a partir de qualquer uma das pores do trato gastrintestinal (TGI)
(p. ex., via oral, sublingual, bucal, retal, etc.). Quando o medicamento no
utiliza o TGI como ponto de incio da absoro, a via considerada parenteral.
Benjamin Bell, em 1858, desenvolveu o mtodo de utilizao de uma
agulha adaptada a uma seringa para injetar medicamentos diretamente
no interior de tecidos. A prtica recebeu o nome de injeo. As vias de
administrao que so parenterais e utilizam injeo so conhecidas como
parenterais diretas; como exemplos temos as vias subcutnea (conhecida
pela sigla SC), intramuscular (IM), intravenosa (IV), intracardaca, intraocular,
etc.. Todas as outras vias, que no utilizam o TGI e nem o recurso da injeo,
so conhecidas como parenterais indiretas; como exemplos temos as vias
cutnea (tpica), nasal, ocular, auricular, vaginal, etc.
A via oral a mais segura, econmica e conveniente. As desvantagens so a
limitao da absoro, mese (que significa vmito), destruio do frmaco
por enzimas digestivas ou pelo pH gstrico (que acido), irregularidades de
absoro e passagem do frmaco pelo fgado.
Nas vias parenterais diretas, geralmente h disponibilidade do frmaco
de forma mais rpida, ampla e previsvel. As desvantagens a necessidade
de se manter a assepsia no local da administrao, a dor provocada e a
impossibilidade na auto-medicao.
2 Reconhecendo as diferenas entre frmaco, medicamento, forma farmacutica e via de administrao
Para verificarmos se j sabemos diferenciar frmaco de medicamento, e
forma farmacutica de via de administrao, vamos exercitar um pouco.
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O produto Rasilez est disponvel nas seguintes apresentaes: 14
ou 28 comprimidos revestidos para uso oral contendo 150 ou 300 mg de
alisquireno e os excipientes celulose microcristalina, crospovidona, povidona,
estearato de magnsio, dixido de silcio, macrogol, talco, hipromelose,
dixido de titnio, xido de ferro vermelho e xido de ferro preto. Qual o
frmaco, o medicamento, a forma farmacutica e a via de administrao? Isso
muito fcil de reconhecer:
- frmaco: alisquireno;
- medicamento: Rasilez;
- forma farmacutica: comprimidos revestidos;
- via de administrao: via oral.
Agora, teste os seus conhecimentos, com o auxlio de um colega, na
resoluo das seguintes questes:
1) Associe a primeira coluna com a segunda:
(A) via parenteral direta ( ) oral
(B) via parenteral indireta ( ) fluoxetina (princpio ativo do Prozac)
(C) via enteral ( ) Prozac
(D) forma farmacutica slida ( ) pulmonar
(E) forma farmacutica semi-slida ( ) intravenosa
(E) forma farmacutica lquida ( ) creme
(F) frmaco ( ) xarope
(H) medicamento ( ) adesivo transdrmico
2) (Prefeitura Municipal de Catas Altas - MG, cargo: Auxiliar de Farmcia/
20XX; elaborao:) A preparao farmacutica que contm um ou mais
frmacos e destinada ao tratamento, preveno ou diagnstico de doenas
denominada:
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a) medicamento.
b) remdio.
c) insumo.
d) droga.
3) (Prefeitura Municipal de Campo Verde - MT, cargo: Atendente de
Farmcia/ 2010; elaborao: Consulplan) Qual dessas formas farmacuticas,
em geral, NO pode ser considerada uma forma farmacutica semi-slida?
a) pomadas.
b) cpsulas.
c) gis.
d) cremes.
e) pastas.
4) (Prefeitura Municipal de Campo Verde - MT, cargo: Atendente de
Farmcia/ 2010; elaborao: Consulplan) Assinale a alternativa que relaciona
vias de administrao enteral de medicamentos:
a) oral, sublingual e retal.
b) oral, intradrmica e retal.
c) oral, intravenosa e intradrmica.
d) oral e intramuscular.
e) intravenosa, intradrmica e intramuscular.
5) Identifique o frmaco, a forma farmacutica, o medicamento e a via
de administrao dos seguintes produtos farmacuticos:
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Valdoxan: caixas contendo
comprimidos revestidos para uso oral.
Cada comprimido contm 25 mg de
agomelatina
frmaco:
medicamento:
forma farmacutica:
via de administrao:
Amoxil: frasco com suspenso oral
contendo 200 mg de amoxicilina por 5mL
de suspenso
frmaco:
medicamento:
forma farmacutica:
via de administrao:
3 Auto-avaliao
E agora que voc j est familiarizado com a diferena dos termos
frmaco, medicamento, forma farmacutica e via de administrao,
voc dever testar os seus conhecimentos com cinco medicamentos
encontrados na sua casa (ou na casa de amigos).
Unidade 2
Anotaes
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Por onde passa um frmaco quando o mesmo entra num organismo?
Como os frmacos desenvolvem os seus efeitos?
A Farmacologia a cincia que estuda o efeito dos frmacos e dividida
em Farmacocintica e Farmacodinmica.
A Farmacocintica estuda os processos de absoro, distribuio,
metabolizao e excreo, sofridos pelo frmaco quando administrado
em um organismo. A Farmacodinmica estuda as interaes entre
frmaco e receptor.
1 Farmacocintica
Um medicamento, quando administrado a um organismo, ter que
liberar o frmaco para que o mesmo atue no local afetado pela doena. Toda a
movimentao do frmaco no organismo conhecida como Farmacocintica.
A Farmacocintica dedica-se ao estudo de quatro processos fundamentais:
absoro, distribuio, metabolizao e excreo.
O processo de absoro compreende a passagem do frmaco do ponto
onde foi administrado at o aparecimento do mesmo na corrente sangnea.
Para que o frmaco possa atingir a corrente circulatria, o maior empecilho
constitudo pela membrana plasmtica das inmeras camadas celulares
que precisa transpor at encontrar um vaso sangneo. Substncias que se
dissolvem em gordura (lipdeo) conseguem atravessar com mais facilidade
as membranas plasmticas; as demais podem apresentar dificuldade em ser
absorvidas, o que limita esta primeira etapa farmacocintica.
A forma farmacutica e a via de administrao tambm influenciam a
absoro. fcil de perceber que formas farmacuticas lquidas favorecem
a absoro, uma vez que o frmaco j se encontra dissolvido. Uma
situao diferente ocorre com as formas farmacuticas slidas. Pense em
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um comprimido. Para que o frmaco contido no interior do comprimido
seja absorvido, precisa estar solubilizado. Ento, o comprimido precisa ser
primeiramente molhado para, na sequncia, ser desintegrado e, somente
depois, disponibilizar o frmaco para ser solubilizado. Tudo isso leva um
tempo, que deve ser considerado para que ocorra o processo de absoro.
Quanto s vias de administrao, via de regra, as vias enterais e
parenterais indiretas levam mais tempo para permitir a absoro do frmaco
que uma via enteral direta. claro que h inmeras excees, de modo que
o conjunto de fatores envolvidos na administrao do medicamento que vai
ser decisivo para a velocidade e a extenso com que um frmaco absorvido.
Uma situao bem interessante a que ocorre com a via intravenosa, que
propicia 100% de frmaco na corrente circulatria, j que o medicamento
administrado diretamente no interior de um vaso sanguneo. Para todas as
outras vias, somente uma proporo, inferior a 100%, ser abosrvida.
Quanto via oral, uma das mias utilizadas para administrao de
medicamentos, a absoro regulada pelos vrios fatores. Um dos mais
importantes a rea da superfcie absortiva. Desse modo, o intestino delgado
a poro do TGI desenvolvido para a absoro, j que possui uma grande rea
absortiva, (100m2), proporcionada pelo grande nmero de vilosidades, que
so pregas na parede do intestino. Uma nica clula da mucosa intestinal
pode ter at 3.000 microvilosidades!
A pele corresponde a 10% do peso corpreo e relativamente
impermevel maioria das substncias, porm algumas substncias podem
atravessar essa camada e cair na corrente circulatria. A pele danificada
aumenta a absoro; por exemplo, a hidrocortisona absorvida apenas em
1% pela pele intacta, mas at 80% passa para a derme quando a camada
epidrmica est dilacerada.
A via respiratria (via pulmonar) muito utilizada em casos de problemas
nas vias respiratrias, como asma, por exemplo. Os frmacos administrados
por essa via podem ser abosrvidos ou ficarem retidos nesse local, o que pode
ser interessante se o objetivo da farmacoterapia uma ao local.
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A cavidade bucal e o espao sublingual merecem uma ateno especial. A
mucosa oral funciona primariamente como uma barreira, pois no um tecido
altamente permevel. mais semelhante pele do que ao intestino, neste
aspecto. Colutrios, pastas dentais e outras preparaes so introduzidas na
cavidade oral por motivos profilticos ou teraputicos locais. A via sublingual
tem uma peculiaridade de promover uma boa absoro, mas poucas substncias
so administradas por esta via, um exemplo o trinitrato de glicerila.
Para bebs ou pacientes acamados com dificuldade de deglutio
(dificuldade para engolir substncias), uma via que pode ser explorada a
via retal. O reto permite absoro de aproximadamente metade do total de
frmaco contido no medicamento administrado na forma de supositrio. Um
problema a irritao local que pode ocorrer, sem falar no fato de pacientes
homens adultos muitas vezes se recusarem a utilizar um supositrio, que a
forma farmacutica desenvolvida para administrao retal.
Um ltimo conceito importante quando se fala de absoro a
biodisponibilidade, que a proporo da substncia que passa para a
circulao sistmica aps administrao oral, levando em considerao
tanto a absoro quanto a degradao metablica local. Em outras palavras,
biodisponibilidade quer dizer quanto do frmaco administrado vai ser
realmente absorvido, pois, como j sabemos, somente a via intravenosa
possibilita uma absoro completa (de 100%); todas as outras vias acabam
por impedir a entrada de uma parcela do frmaco para a circulao sistmica.
O entendimento do conceito de biodisponibilidade ser importante para a
compreenso das bases farmacocinticas que garantem a interbambialidade
entre medicamentos genricos e de referncia.
Por ltimo, se o frmaco vencer todas essas barreiras e conseguir ser
absorvido, estando no leito vascular, ele estar pronto para sofrer o segundo
processo farmacocintico que o fenmeno da distribuio.
O processo de distribuio compreende a passagem do frmaco da
corrente circulatria para os lquidos intersticial (lquido presente nos espaos
entre as clulas) e intracelular (lquido presente no interior das clulas).
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O frmaco quando entra na corrente circulatria, na grande maioria dos
casos, estabelecer ligaes (geralmente reversveis) com protenas plasmticas,
sempre numa proporo fixa que varia de frmaco para frmaco. Somente a
poro que fica livre que passvel de sofrer o processo de distribuio e
ir para todos os compartimentos pelos quais tenha afinidade. A afinidade,
portanto, e a diferena de concentrao so os requisitos bsicos para que
ocorra o processo de distribuio. Os frmacos s deixam o leito vascular
porque existe muito frmaco no plasma em comparao com qualquer outro
compartimento do organismo (aps o fim da absoro e antes do comeo da
distribuio) e, no menos importante, o frmaco s ir se dirigir para tecidos
com os quais tenha alguma afinidade com alguns dos componentes celulares
presentes nestes locais.
interessante notar que nem todos os locais do organismo recebero
os frmacos. H locais praticamente impermeveis aos frmacos que
so protegidos pelas chamadas barreiras orgnicas. Os locais com elevada
importncia e que possam ter dificuldade de reparar um dano, como o
caso do crebro, devem estar protegidos contra a entrada de substncias
potencialmente txicas. Desse modo, esse rgo protegido pela barreira
hematenceflica. claro que essa barreira no isola completamente o
crebro. Se isso fosse verdade, todas as substncias que agem no crebro
(como os antidepressivos, ansiolticos e antipsicticos, at mesmo o lcool)
deveriam ser administradas diretamente no crebro (talvez com uma super
seringa capaz de perfurar o crnio!) para ter efeito. E isso no verdade...
um antidepressivo que voc faa uso na forma de um comprimido ser
efetivo, o que prova que a barreira hematenceflica apenas uma dificuldade
para algumas substncias entrarem no crebro, mas no um empecilho
para todas elas. Da mesma forma, se um indivduo desenvolve os efeitos
comportamentais do lcool depois de ingerir algumas latinhas de cerveja,
porque o lcool, mesmo entrando pela boca, conseguiu de alguma forma
transpor a barreira hematenceflica.
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Outro local que no pode ser prejudicado por substncias potencilamente
txicas o feto, j que um novo ser em formao e qualquer agente que
possa interferir na organizao de um rgo pode levar a uma m-formao
fetal. Por isso, existe outra barreira que separa a circulao da me da circulao
do feto e chamada de barreira placentria. claro que algumas substncias
conseguem atravessar a barreira placentria. Da a recomendao para no
utilizar medicamentos no primeiro trimestre de gravidez, perodo no qual os
rgos esto em formao. Nos incio dos anos 1960 houve uma catstrofe
mundial, levando inmeros bebs a nascer sem um brao, sem uma perna
ou at sem os dois braos e sem as duas pernas. Isso foi devido utilizao
de talidomida, uma substncia que ficou popularizada como preventiva de
enjos na gravidez, mas mostrou todo o seu poder destruidor. Se a talidomida
causa m-formao fetal porque ela atravessa a barreira placentria.
Desse modo fica claro observar que a barreira hematenceflica e a barreira
placentria no so to eficazes na proteo do crebro e do feto, apenas
colaborando para que diminuio da entrada de agentes txicos nesses locais.
Aps o frmaco se dirigir a diversos tecidos, tanto para os quais o
frmaco ir realizar alguma ao farmacolgica, como para os que servem
como tecidos de reserva, o mesmo ir ser eliminado do organismo. E para
isso, o frmaco precisa ser antes metabolizado. A metabolizao objetiva
preparar o frmaco para a excreo. O principal local onde ocorre este
processo o fgado, mas os pulmes, intestinos e sangue podem metabolizar
vrios frmacos tambm.
O resultado da metabolizao chamado de metablito, ou seja, um
frmaco transformado no processo de metabolizao em um metablito,
que pode ser farmacologicamente inativo, menos ativo ou, s vezes, mais
ativo que a molcula original. Quando o prprio metablito a forma ativa,
o composto original denominado pr-frmaco (por exemplo, enalapril).
Assim, os pr-frmacos so compostos qumicos convertidos em substncias
farmacologicamente ativas aps a metabolizao.
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Como a metabolizao um processo que envolve enzimas produzidas
no fgado, qualquer problema com o fgado ou com as enzimas pode alterar a
metabolizao. Isso aumenta o tempo de meia-vida dos frmacos no organismo
e pode levar a efeitos txicos. Doenas como cirrose, cncer heptico, utilizao
crnica de drogas de abuso ou de medicamentos pode alterar o processo de
metabolizao. Se a metabolizao for retardada, o efeito ser maior, podendo
desenvolver efeitos txicos, como j comentado. Se a metabolizao for
acelerada, o efeito pode diminuir tanto na intensidade como no perodo de
durao. E tanto uma quanto outra situao extremamente preocupante.
Por fim, aps o frmaco ser absorvido, distribudo e metabolizado, o
mesmo dever ser eliminado do organismo. O bota-fora do frmaco
ocorre pelo processo de excreo. Os frmacos podem ser excretados por vias
incluindo os rins (urina), o trato gastrintestinal (bile e fezes), os pulmes (ar
exalado), glndula mamria e suor, sendo as mais comuns a via renal e fecal.
Sem sombra de dvida, a via de excreo renal a mais importante,
tanto do ponto de vista qualitativo, como do ponto de vista quantitativo.
Esse fato deve ser levado em conta quando se administra medicamentos
em pacientes com algum grau de insuficincia renal. Uma dose que seria
facilmente excretada por um indivduo com o sistema de eliminao normal,
pode ser altamente txica para um insuficiente renal, j que o mesmo ter
dificuldades para eliminar o frmaco. E enquanto o frmaco no vai embora,
ele pode ficar circulando pelo organismo, ocupando receptores farmacolgicos
e continuando a fazer o efeito.
2 Farmacodinmica
Os frmacos atuam, principalmente, pela interao com estruturas
endgenas do organismo que chamamos de receptores farmacolgicos. A
ligao ocorre de forma bem especfica, sendo que diferentes frmacos ligam-se
a diferentes pontos de ligao, ou seja, a diferentes receptores farmacolgicos.
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A interao frmaco-receptor ocorre de forma especfica, como se fosse uma
chave sendo inserida em uma fechadura. Apenas chaves com o encaixe perfeito
conseguem abrir a fechadura. Essa relao vlida para entendermos uma outra
propriedade dos frmacos, que a capacidade de gerar uma resposta biolgica.
Os frmacos podem ser classificados em agonistas e antagonistas. Um
frmaco agonista consegue se ligar a um receptor e dessa ligao resulta
efeito, ou seja, o frmaco consegue alterar uma funo do organismo que
ir garantir o efeito farmacolgico. No nosso exemplo, o frmaco agonista
pode ser entendido como uma chave que consegue entrar na fechadura (o
receptor farmacolgico) e abri-la. J um frmaco antagonista o que ocupa
um receptor, mas no faz efeito. O antagonista seria a chave que entra em
uma fechadura, mas no consegue abri-la.
Voc pode estar se perguntando se um frmaco que no faz efeito pode
ser utilizado terapeuticamente. A resposta um grande sim. Em algumas
doenas necessrio frear um sistema endgeno que esteja excessivamente
ativado. Um caso bem ilustrativo a hipertenso arterial, em que uma ativao
do sistema nervoso autnomo simptico alm dos valores normais acarreta a
elevao da presso arterial. O sistema nervoso autnomo simptico atua por
meio da liberao de noradrenalina, que por sua vez atua sobre receptores
adrenrgicos para aumentar a fora e a freqncia dos batimentos cardacos,
bem como para diminuir o calibre dos vasos sanguneos. O resultado disso
tudo a elevao da presso arterial. No caso dos pacientes hipertensos, um
frmaco que consiga se ligar aos receptores adrenrgicos, mas sem provocar
nenhuma ao, til no sentido de impedir a atividade da noradrenalina. Da
a grande importncia de frmacos antagonistas, em algumas situaes.
Por ltimo, importante salientar que o efeito de um frmaco, resultante da
interao frmaco-receptor farmacolgico, pode ser alterado ao longo do curso
de um tratamento. Mesmo que a quantidade de frmaco permanea a mesma,
assim como o nvel de ocupao de receptores, o efeito pode diminuir. Uma
dessas situaes chamada de tolerncia, em que a perda da eficcia ocorre
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aps algumas semanas de uso do medicamento. Isso bem comum no caso
dos benzodiazepnicos usados como hipntico-sedativos, ou seja, para fazer o
paciente dormir. H tambm o caso de refratariedade, em que um medicamento
perde ou nunca apresenta eficcia. Um exemplo so alguns pacientes depressivos
que no respondem ao uso de antidepressivos. E no caso dos antibiticos, pode
ocorrer resistncia farmacolgica, ou seja, as bactrias tornam-se resistentes aos
agentes empregados e torna-se impossvel deter a infeco.
3 Reconhecendo as diferenas entre farmacocintica e farma-codinmica
Neste momento, voc j tem acumulado vrios conhecimentos, que vo
auxiliar voc a resolver as questes propostas abaixo.
1) (Prefeitura Municipal de Francinpolis - PI, cargo: Atendente de
Farmcia/ 2010; elaborao: Fundao Cajuina) De forma simplificada,
podemos considerar farmacodinmica como o estudo:
a) dos efeitos adversos das drogas
b) do uso das drogas na preveno e no tratamento das doenas.
c) da absoro, distribuio, biotransformao e excreo das drogas.
d) dos efeitos fisiolgicos dos frmacos nos organismos, seus mecanismos
de ao e a relao entre concentrao do frmaco e efeito.
2) Faa uma dupla com um colega e pea para ele te explicar como
ocorre o processo farmacocintico de absoro e distribuio. Na sequncia,
voc ir explicar para o seu colega como ocorre a metabolizao e a excreo
de frmacos.
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4 Auto-avaliao
E como voc j est bem conhecedor das diferenas entre Farmacocintica
e Farmacodinmica, pegue 10 medicamentos que voc tenha em casa
(ou pegue na casa de parentes ou amigos) e tente responder as seguintes
questes, analisando a embalagem, o produto em si e a bula:
1) Qual a forma farmacutica?
2) Qual a via de administrao utilizada?
3) Como se d a absoro? (Ser que o frmaco administrado ser
totalmente absorvido?)
4) Quais locais do organismo esse frmaco pode alcanar?
5) Como ocorre a metabolizao do frmaco?
6) Que tipo de receptor o frmaco ir se ligar quando entrar no organismo?
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Unidade 3
Anotaes
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Quais os tipos de medicamentos disponveis no Brasil?
Qual a diferena entre um medicamento aloptico, um fitoterpico e
um homeoptico?
Qual a diferena entre um medicamento de referncia, um medicamento
genrico e um medicamento similar?
Os medicamentos so classificados em alopticos, fitoterpicos e
homeopticos. Dentre os medicamentos aolopticos, h uma segunda
subdiviso, que os classifica em medicamentos de referncia, similares
e genricos.
O entendimento das diferenas existentes nas diversas classes de
medicamentos fundamental para o trabalho em farmcia.
1 Classificao de medicamentos
No Brasil, os medicamentos podem ser classificados em medicamentos
alopticos, que so a maioria, medicamentos homeopticos e medicamentos
fitoterpicos. A grande maioria dos medicamentos disponveis em uma
farmcia so os ditos alopticos. Na sequncia, vamos abordar os detalhes
que caracterizam cada tipo de medicamento, pois muito importante voc
saber reconhecer as diferenas entre os produtos farmacuticos com ao
farmacolgica que podem ser dispensados em uma farmcia.
Primeiramente vamos diferenciar os medicamentos fitoterpicos dos
medicamentos homeopticos.
Para ser considerado fitoterpico, um medicamento deve ter apenas
substncias de origem vegetal como ingredientes ativos, mas desde que estes
no se encontrem como compostos isolados. Dessa forma, um medicamento
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fitoterpico no pode conter frmacos de origem animal ou mineral, muito
menos sintticos. E a simples presena de um nico frmaco isolado, mesmo que
tenha sido extrado de uma planta, descaracteriza o produto como fitoterpico.
E quanto aos medicamentos homeopticos, eles seguem os pressupostos
da Homeopatia, um sistema mdico que surgiu h duzentos anos. E h
duzentos anos provoca polmica! Para analisarmos a questo, necessrio
um conhecimento prvio sobre a sua origem, os seus princpios e os seus
medicamentos.
Tudo comeou com o mdico alemo Samuel Hahnemann, que viveu entre
1755 e 1843. Descrente das prticas mdicas da sua poca, como, por exemplo,
as sangrias e o uso de purgativos, ambos para limpar o doente, Hahnemann
desenvolveu um sistema mdico inovador, baseado em diversos princpios que
teriam como objetivo final reorganizar a energia do indivduo. Esse novo sistema
ficou conhecido como Homeopatia e toda a sua filosofia est descrita no
Organon, obra escrita por Hahnemann, com a primeira edio de 1810.
O primeiro e principal princpio homeoptico o princpio da cura pelo
semelhante, o qual, inclusive, deu nome Homeopatia. Por esse princpio, a
mesma substncia que causa uma doena no homem so capaz de eliminar
essa condio patolgica quando administrada no homem doente.
Mas como uma substncia que causa uma doena no vai agravar o
estado de sade do doente e, ainda por cima, vai conseguir trazer a cura para
o seu mal? A vem um outro princpio, o princpio das doses infinitesimais,
ou seja, doses muito, mas muito, pequenas. Se voc achar estranho usar uma
dose muito baixa, ainda resta uma explicao adicional, esta referente ao
mtodo de preparo do medicamento homeoptico.
Todo medicamento homeoptico deve ser produzido obedecendo
s regras da edio em vigor da Farmacopia Homeoptica Brasileira, que
preconiza que o produto final seja um medicamento dinamizado. Tudo
comea com a matria-prima, que pode ser de origem vegetal, animal ou
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mineral. Como o medicamento deve conter quantidades muito pequenas da
droga inicial, ou seja, doses infinitesimais, diversas diluies devem ocorrer. As
trs escalas de diluio mais utilizadas so a decimal, a centesimal e a cinquenta
milesimal, ou seja, o medicamento ser diludo 1 para 10, 1 para 100 ou 1
para 50.000. Para cada diluio, o medicamento dever ser dinamizado. A
dinamizao um processo que consiste em trituraes sucessivas, no caso
de substncias no estado slido, ou sucusses (agitaes vigorosas, contnuas
e ritmadas), no caso de substncias no estado lquido. Desse modo, apesar
de o medicamento estar muito diludo, ele est dinamizado, o que em
outras palavras significa dizer que a energia curativa da substncia original foi
liberada para o medicamento pelo movimento mecnico proporcionado pela
triturao ou pela sucusso.
Como o medicamento homeoptico, segundo a prpria Homeopatia,
demora para iniciar o seu efeito, nos casos de maior urgncia, em que perigo
de vida e morte iminente no do tempo para a ao de um medicamento
homeoptico... outras estratgias teraputicas devero ser utilizadas
(Organon, pargrafo 67).
No Brasil, a Homeopatia aportou nos anos 1840. De l para c, muita discusso
se fez em torno da sua real eficcia no controle de diferentes doenas. Entretanto,
a Homeopatia foi reconhecida como especialidade mdica pelo Conselho Federal
de Medicina em 1980. Os conselhos de Medicina Veterinria e Farmcia tambm
a consideram como prtica autorizada entre os seus profissionais.
Mas afinal de contas, a Homeopatia funciona ou no funciona? At o
momento, no h evidncias cientficas conclusivas de que esse sistema mdico
seja eficaz, assim como tambm no h uma prova cabal de que ele no
funcione. Independente de ser contra ou a favor da Homeopatia, o balconista
de farmcia precisa saber identificar um medicamento homeoptico, pois so
produtos que recebem autorizao da Anvisa para comercializao, apesar de
existirem poucos representantes disponveis em farmcias.
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Um ponto que deve ser esclarecido em relao aos medicamentos
fitoterpicos e homeopticos diz respeito segurana desses produtos. O
que muita gente escuta que os fitoterpicos ou homeopticos so isentos
de risco, pois so naturais, mas isso no verdade. A possibilidade de ocorrer
efeitos adversos, intoxicaes por sobredosagem e interao com outros
medicamentos no exclusividade dos produtos alopticos. Qualquer
medicamento, seja ele de origem sinttica, vegetal ou homeoptico, apresenta
riscos inerentes ao seu uso.
E por fim, os medicamentos alopticos so aqueles que no so nem
fitoterpicos nem homeopticos. O que os caracteriza o fato de apresentarem
como princpios ativos substncias sintticas ou semi-sintticas ou ainda naturais,
mas na forma de compostos isolados, em associao ou no.
Como os medicamentos alopticos representam a maior parte das vendas
em uma farmcia, cabe ainda uma subdiviso desses produtos em medicamentos
de referncia, medicamentos fitoterpicos e medicamentos hoemopticos.
O medicamento de referncia um medicamento inovador, ou seja,
um novo medicamento. A indstria farmacutica gasta mais de dez anos em
pesquisas que consomem milhes de dlares para o desenvolvimento de um
nico medicamento. Protegido por leis de propriedade industrial e inovao,
todo novo produto farmacutico patenteado, o que permite indstria
detentora do registro de patente a explorao comercial do medicamento
inovador por vinte anos. Aps a expirao da patente, outras indstrias
farmacuticas podem copiar a frmula de um medicamento inovador, que
agora passa a se chamar medicamento de referncia, pois ele a referncia
para a cpia. O medicamento copiado pode ser um medicamento similar
ou um medicamento genrico. Mas qual a diferena entre um medicamento
de referncia, um similar e um genrico?
O medicamento de referncia, como j falado, o medicamento inovador
que passa a ser copiado. O medicamento similar um equivalente farmacutico
ao de referncia. Equivalncia farmacutica uma propriedade que garante
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que dois produtos tenham o mesmo frmaco, na mesma quantidade ou
concentrao por unidade posolgica e se apresentem sob a mesma forma
farmacutica. Por exemplo, se o medicamento de referncia tiver 50 mg do
frmaco X por comprimido, um equivalente farmacutico ter essas mesmas
caractersticas. O que pode diferir a natureza dos excipientes, ou seja, todas
as outras substncias que entram na composio de um medicamento,
mas que no apresentam atividade farmacolgica, apenas contribuem para
aspectos farmacuticos da composio (como os conservantes, agregantes,
antioxidantes ou emulsificantes, por exemplo).
Para os medicamentos genricos, alm da equivalncia farmacutica,
exigida a comprovao da equivalncia biolgica, tambm chamada de
bioequivalncia, que consiste na constatao de que dois medicamentos
possuem o mesmo perfil de absoro, o que em tese, um requisito para o
mesmo efeito teraputico.
De forma resumida, o que difere um medicamento similar de um genrico
o fato de o similar apenas comprovar a equivalncia farmacutica. J para os
genricos, h a necessidade de garantir tambm a bioequivalncia, parmetro
que garante a intercambialidade entre medicamentos de referncia e genricos.
Mas voc pode estar se perguntando se dois produtos possuem o mesmo
frmaco, na mesma quantidade e na mesma forma farmacutica, o efeito no
ser o mesmo?. A resposta no necessariamente!. O simples fato de ser
a mesma coisa no garante fazer a mesma coisa. Um exemplo prtico ilustra
bem a questo. Um cliente de uma farmcia relatou que viu o comprimido
que havia ingerido anteriormente no coc. Sim, isso mesmo que voc
acabou de ler. No coc! Por algum problema, provavelmente relacionado ao
mtodo empregado na tecnologia de fabricao do comprimido, um defeito
impediu o mesmo de se desintegrar no estmago liberando o frmaco para a
absoro. Se o comprimido foi encontrado no coc porque o frmaco no foi
absorvido e o efeito no ocorreu. Por isso, somente o medicamento genrico
intercambivel com o medicamento de referncia, j que alm da comprovada
equivalncia farmacutica, ele precisa comprovar ser bioequivalente.
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Entretanto, a diferena entre genrico e similar, a partir de 2014, ser
apenas no nome de cada produto; o similar sempre identificado por um nome
comercial (nome de marca) e o genrico apenas pelo nome do frmaco, o nome
genrico. Isso ocorre devido exigncia para que todos os medicamentos
no inovadores, seja similar ou genrico, comprovem ser bioequivalentes ao
de referncia correspondente. Essa exigncia vem desde 2003, mas atendeu a
uma ordem de prioridade, abrangendo inicialmente os produtos considerados
de maior risco, como antibiticos, antineoplsicos e antiretrovirais.
Hoje, para voc identificar facilmente um medicamento genrico
basta verificar se na embalagem externa consta a inscrio medicamento
genrico, alm de uma letra G em maisculo, dentro de uma tarja amarela.
2 Reconhecendo as diferenas entre medicamentos alopticos, fitoterpicos e homeopticos
Rena-se com um colega e discuta com ele sobre as diferenas entre
medicamentos alopticos, fitoterpicos e homeopticos.
3 Reconhecendo as diferenas entre medicamentos de refern-cia, genricos e similares
Considerando os conhecimentos acumulados at o momento, resolva as
questes que tratam das diferenas entre os diferentes tipos de medicamentos.
Todas essas questes foram retiradas de concurso e, portanto, um tema
recorrente nesse tipo de prova.
1) (Prefeitura Municipal de Vassouras - RJ, cargo: Atendente de Farmcia/
2007; elaborao: UFF) A lei n. 9.787, de 10 de fevereiro de 1999, dispes
sobre a vigilncia sanitria, estabelece o medicamento genrico, dispes
sobre a utilizao de nomes genricos em produtos farmacuticos e d
outras providncias. De acordo com essa lei, o medicamento que contm o
mesmo ou os mesmos princpios ativos, apresenta a mesma concentrao,
forma farmacutica, via de administrao, posologia e indicao teraputica,
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preventiva ou diagnstica, do medicamento de referncia registrado no rgo
federal responsvel pela vigilncia sanitria, podendo diferir somente em
caractersticas relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade,
embalagem, rotulagem excipientes e veculos, devendo sempre ser identificado
por nome comercial ou marca, denominado de:
a) similar;
b) genrico;
c) comercial;
d) referncia;
e) longitudinal.
2) (Prefeitura Municipal de Francinpolis - PI, cargo: Atendente de Farmcia/
2010; elaborao: Fundao Cajuina) Contm o mesmo ou os mesmos
princpios ativos, apresenta a mesma concentrao, forma farmacutica, via de
administrao, posologia e indicao teraputica, preventiva ou diagnstica, do
medicamento de referncia registrado no rgo federal responsvel pela vigilncia
sanitria, podendo diferir somente em caractersticas relativas ao tamanho e forma
do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veculos,
devendo sempre ser identificado por nome comercial ou marca.
Tais informaes referem-se ao:
a) medicamento inovador
b) medicamento similar
c) medicamento genrico
d) medicamento intercambivel.
3) (Prefeitura Municipal de Francinpolis - PI, cargo: Atendente de
Farmcia/ 2010; elaborao: Fundao Cajuina) Em 10 de fevereiro de 1999,
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com a Lei 9.787, estabeleceram-se as bases legais para a implantao dos
medicamentos genricos no Brasil. Considerando a retro citada legislao,
assinale a alternativa CORRETA:
a) Produto farmacutico intercambivel significa que equivalente
teraputico de um medicamento de similar, comprovados, essencialmente, os
mesmos efeitos de eficcia e segurana.
b) A prescrio no mbito do SUS poder ser realizada mediante nome
comercial, cabendo ao profissional farmacutico realizar o intercmbio entre
os medicamentos de marca, genricos e/ou similares.
c) Os medicamentos genricos podero ser inseridos no mercado
farmacutico aps a expirao ou renncia da proteo patentria ou de
outros direitos de exclusividades do medicamento de referncia.
d) Bioequivalncia indica a velocidade e a extenso de absoro de um
princpio ativo em uma forma de dosagem, a partir de sua curva concentrao/
tempo na circulao sistmica ou sua excreo na urina.
4 Auto-avaliao
Para voc mesmo verificar se voc tem domnio sobre as diferenas que
caracterizam as diferentes classes de medicamentos no Brasil, faa um teste
com 20 medicamentos. Vale reunir os medicamentos encontrados em casa, na
casa de amigos e parentes ou at mesmo uma visita farmcia mais prxima.
Siga o roteiro abaixo:
- o medicamento fitoterpico, homeoptico ou sinttico?
- se o medicamento for sinttico, ele genrico ou no genrico
(medicamento de referncia ou similar)?
Unidade 4
Anotaes
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Quais as principais classes farmacolgicas representadas pelos
medicamentos de maior movimento em uma farmcia?
O que garante que um medicamento seja classificado em uma ou em
outra classe farmacolgica?
Os medicamentos so produtos que contm um ou mais frmacos
e so destinados para a preveno ou tratamento de doenas. Os
medicamentos adquirem uma forma fsica, que caracteriza a forma
farmacutica. A escolha da forma farmacutica deve levar em
considerao a via de administrao.
1 Classes farmacolgicas
Outra classificao dos medicamentos leva em conta o efeito principal
pelo qual eles so utilizados terapeuticamente. O objetivo deste captulo est
longe de esgotar o assunto, pois isso seria tarefa para milhares de pginas.
Entretanto, vamos passar algumas informaes bsicas sobre as principais
classes de medicamentos disponveis nas farmcias do Brasil. Valem lembrar
que o balconista no indica medicamentos para os clientes, apenas os entrega
juntamente com informaes sobre o modo correto de uso. Somente o mdico
e o cirurgio dentista esto habilitados e autorizados por lei para prescrever
medicamentos. E os farmacuticos tambm podem indicar medicamentos,
desde que no tarjados para os pacientes.
Bom, vamos s principais classes de medicamentos:
1) frmacos que atuam no sistema nervoso central
1.1) antidepressivos: so frmacos indicados para a depresso e outros
transtornos depressivos de humor. Exemplos: agomelatina, amitriptilina e
fluoxetina.
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1.2) estabilizadores de humor: frmacos indicados para o tratamento do
transtorno bipolar de humor. Exemplo: ltio.
1.3) ansiolticos: indicados para os transtornos de ansiedade, como
transtorno de estresse ps-traumtico e transtorno de ansiedade generalizada.
Exemplos: bromazepam e diazepam.
1.4) hipntico-sedativos: indicados para induzir o sono. Exemplos:
midazolam e zolpidem.
1.5) anticonvulsivantes: indicados para transtornos epileptiformes.
Exemplos: carbamazepina e topiramato.
1.6) antiparkinsonianos: indicados para o tratamento de Mal de
Parkinson. Exemplos: biperideno e levodopa + carbidopa.
2) frmacos que atuam no sistema cardiovascular
1.1) frmacos para insuficincia cardaca congestiva: Exemplos:
1.2) antiarrtmicos: indicados para o tratamento de arritimias cardacas.
Exemplos: adenosina, sotalol.
1.3) anti-hipertensivos: indicados para o tratamento da hipertenso
arterial.
1.3.1) simpatolticos: doxazosina, propranolol.
1.3.2) vasodilatadores: hidralazina, nitroprusseto de sdio.
1.3.3) diurticos: furosemida, hidroclorotiazida.
1.3.4) outros frmacos: captopril, losartano.
3) frmacos do aparelho respiratrio
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3.1) antitussgenos: inibem o reflexo da tosse. Exemplos: cloperastina,
dropropizina.
3.2) expectorantes e mucolticos: promovem a expectorao. Exemplos:
ambroxol, carbocistena.
3.3) frmacos para o resfriado: aliviam os sintomas do resfriado comum.
Exemplos: nafazolina, paracetamol.
3.4) antiasmticos: indicados para a profilaxia de crises agudas de
asma ou para o alvio do broncoespasmo, quando j instalado. Exemplos:
salbutamol, zafirlucaste.
4) frmacos que atuam no trato gastrintestinal
4.1) anti-secretores: frmacos utilizados no tratamento da gastrite e
lcera pptica
4.2) anticidos: aliviam os sintomas de azia e queimao. Exemplos:
bicarbonato de sdio e hidrxido de alumnio.
4.3) antidiarreicos: indicados para casos de diarreia. Exemplos: loperamida
e racecadotrila.
4.4) laxantes e purgantes: indicados para casos de constipao intestinal.
Exemplos: metilcelulose e leo mineral.
4.5) digestivos: auxiliam o processo da digesto no trato gastrintestinal.
Exemplos: alcachofra, boldo.
4.6) espasmolticos ou antiespasmdicos: reduzem a motilidade do
trato gastrintestinal, aliviando os espasmos viscerais. Exemplos: atropina,
escopolamina.
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5) frmacos que interferem no metabolismo e nutrio:
5.1) anorexgenos: auxiliam no tratamento de perda de peso por
promover a reduo ou perda de apetite ou, ainda, a absoro de gorduras.
Exemplos: orlistate, sibutramina.
5.2) antiddiabticos: indicados para casos de diabetes mellitus. Exemplos:
insulina glargina, metformina.
5.3) frmacos para hipotireoidismo: indicados para casos de
hipotireoidismo. Exemplos: levotiroxina.
5.4) frmacos para hipertireoidismo: indicados para casos de
hipertireoidismo. Exemplos: propiltiouracila.
5.5) agentes que afetam a calcificao: usados para distrbios no
metabolismo do clcio. Exemplos: cido zoledrnico, calcitonina.
5.6) frmacos que atuam no metabolismo do cido rico: Exemplos:
6) vitaminas: substncias essenciais ao metabolismo dos seres
vivos, necessrias em quantidades muito pequenas.
6.1) vitaminas hidrossolveis: vitaminas solveis em gua. Exemplos:
cido ascrbico, piridoxina.
6.2) vitaminas lipossolveis: solveis em lipdios. Exemplos: betacaroteno,
tocoferol.
7) anticoncepcionais: indicados para evitar gravidez. Exemplos:
etinilestradiol, levonorgestrel.
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8) antialrgicos: indicados para casos de alergias. Exemplos:
dexclorfeniramina, pimetixeno.
9) frmacos usados na dor e na inflamao: indicados para
condies que apresentam dor ou inflamao. Exemplos: cido
acetilsaliclico, diclofenaco de sdio.
10) frmacos usados em infeces
10.1) antivirais: indicados para infeco causada por vrus. Exemplos:
captopril, osseltamivir.
10.2) antibacterianos: indicados para infeco causada por bactrias.
Exemplos: amoxicilina, ciprofloxacino.
10.3) antifngicos: indicados para infeco causada por fungos.
Exemplos: cetoconazol, nistatina.
10.4) antiparasitrios: indicados para parasitoses. Exemplos: benznidazol,
cloroquina.
2 Revisando os conceitos sobre as principais classes farmaco-lgicas disponveis em uma farmcia
A seguir, uma questo de concurso reflete bem a importncia de conhecer
as classes teraputicas dos diferentes frmacos que entram na composio
dos medicamentos disponveis em uma farmcia.
1) (Prefeitura Municipal de Francinpolis - PI, cargo: Atendente de
Farmcia/ 2010; elaborao: Fundao Cajuina) Os medicamentos a seguir
so todos utilizados como antiinflamatrios no esterides, exceto:
a) diclofenaco de sdio
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b) fenilbutazona.
c) betametasona.
d) piroxicam.
Resolvida a questo, forme uma dupla com um colega. Cada um dever
escrever o nome de 10 medicamentos em um papel. O outro tentar acertar
qual o nome do frmaco desses medicamentos e quais classes teraputicas
eles pertencem. Voc, e seu colega, poder pedir auxlio ao professor ou
consultar algum livro sobre medicamentos para verificarem os erros e acertos.
Auto-avaliao
Como existe milhares de medicamentos no mercado, seria impossvel
relaciona-los todos neste material. Por isso, voc vai selecionar 50 medicamento
diferentes e tentar memorizar o nome do frmaco e a classe teraputica a que
pertence. Voc poder contar com a ajuda do seu professor, de um farmacutico
ou de um colega para esta primeira etapa. Depois de uma semana, voc vai
verificar qual o nome do frmaco e a classe teraputica desses medicamentos.
Siga as instrues contidas no quadro abaixo, para orientao.
nmero de acertos o que fazer
40-50 Parabns, voc tem uma boa capacidade para memorizar dados sobre medicamentos; repita a tarefa com outros 50 medicamentos.
20-39 Voc se saiu bem, mas pode melhorar o seu desempenho; refaa o teste com os mesmo medicamentos para tentar melhorar a sua marca. Na sequncia, repita a tarefa com outros 50 medicamentos diferentes.
0-19 Voc no foi bem, mas no desista. Estude novamente todas as informaes que precisa saber (nome do frmaco e classe teraputica), tentando estabelecer alguma associao entre os diferentes nomes. Isso ajuda a memorizar todos os dados. Tente novamente e verifique a sua pontuao.
Unidade 5
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Como uma farmcia deve ser organizada?
Quais as atribuies do balconista de farmcia na organizao da
farmcia?
A organizao de uma farmcia de fundamental importncia
para que ela seja tanto atrativa para os clientes quanto atenda s
exigncias da legislao sanitria. O balconista de farmcia ser
o profissional responsvel por vrias etapas da organizao dos
estabelecimentos farmacuticos.
1 Organizao da farmcia
1.1 Infra-estrutura fsica
O imvel que receber uma farmcia dever ser construdo ou adaptado
com infra-estrutura que seja compatvel com as atividades desenvolvidas.
O nmero de ambientes na farmcia ir variar de acordo com os servios
oferecidos, mas, no mnimo, cada farmcia tem que possuir alm da rea
destinada para a dispensao de medicamentos, ambientes adicionais para
o recebimento e armazenamento dos produtos, depsito de material de
limpeza, espao destinado s atividades administrativas, alm de sanitrio.
As superfcies internas do piso, paredes e teto devem ser lisas,
impermeveis e lavveis, resistindo aos agentes sanitizantes comumente
empregados. Os espaos devem estar livres da presena de insetos e roedores.
Os itens que no devem faltar no sanitrio so: pia com gua corrente e
toalha de uso individual e descartvel, sabonete lquido, lixeira com pedal e tampa.
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Como os funcionrios da farmcia necessitam levar pertences pessoais
ao local de trabalho, deve haver um local especfico destinado para a guarda
dos pertences, no ambiente das atividades administrativas.
12 Recebimento dos produtos
O recebimento dos produtos deve ser realizado em rea especfica e por
pessoa treinada e em conformidade com Procedimento Operacional Padro
(POP). O nome, o nmero do lote e o fabricante dos produtos adquiridos
devem estar discriminados na nota fiscal de compra e serem conferidos no
momento do recebimento.
Somente produtos que atendam aos critrios definidos para a aquisio e
que tenham sido transportados de acordo com as especificaes do fabricante
podem ser recebidos. Vrios itens devero ser conferidos no momento
do recebimento: o bom estado de conservao do produto, a legibilidade
do nmero de lote e do prazo de validade e a presena de mecanismo de
conferncia da autenticidade e origem do produto. Esses cuidados visam
proteger o consumidor de medicamentos contra produtos falsificados,
corrompidos, adulterados, alterados ou imprprios para o uso.
Se o balconista tiver suspeita de que os produtos tenham sido falsificados,
corrompidos, adulterados, alterados ou estejam imprprios para uso, estes
devem ser imediatamente separados dos demais produtos, em local diferente
daquele destinado para a dispensao. Deve haver uma identificao nos
produtos que tenham sido separados, na qual conste o motivo da suspeita e
a proibio de dispensao. Na sequncia, a autoridade sanitria municipal
(Vigilncia Sanitria) dever ser comunicada do ocorrido, assim como a
distribuidora de medicamentos e a indstria produtora do medicamento.
13 Condies de armazenamento
O armazenamento deve considerar as especificaes do fabricante e
deve garantir a manuteno da identidade, integridade, qualidade, segurana,
eficcia e rastreabilidade dos produtos.
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O ambiente destinado ao armazenamento deve ser mantido limpo,
protegido da ao direta da luz solar, umidade e calor, de modo a preservar
a identidade e integridade qumica, fsica e microbiolgica dos produtos
farmacuticos, garantindo a qualidade e segurana dos mesmos. Para aqueles
produtos que exigem refrigerao, devem ser obedecidas as especificaes
contidas na embalagem. A temperatura da geladeira, nesses casos, deve ser
medida e registrada diariamente.
Os produtos podem ser armazenados em armrios ou prateleiras,
desde que afastados do piso, parede e teto. Para os medicamentos sujeitos
a controle especial (aqueles que devem ter a receita retida na farmcia,
tambm chamados de medicamentos controlados) a farmcia precisa
manter um sistema segregado para armazenamento, com chave que deve
ficar sob responsabilidade do farmacutico. Entende-se por segregao, a
separao desses medicamentos dos demais disponveis na farmcia. Pode-
se utilizar tanto um armrio com uma sala prpria, destinada exclusivamente
para esta finalidade.
Os produtos violados, vencidos, sob suspeita de falsificao, corrupo,
adulterao ou alterao devem ficar armazenados num ambiente diferente
da rea de dispensao e identificados quanto a sua condio e destino, de
modo a evitar sua entrega para um cliente. Esses produtos no podem ser
comercializados ou utilizados.
14 Organizao e Exposio dos Produtos
Os produtos devem ser organizados em rea de circulao comum ou em
rea de circulao restrita aos funcionrios, conforme o tipo e categoria do produto.
Todos os medicamentos devem permanecer em rea de circulao restrita
aos funcionrios, no sendo permitido que estejam ao alcance dos clientes.
Os artigos de higiene pessoal, cosmticos e perfumaria podem e devem ficar
expostos na rea de circulao comum, ao alcance dos clientes.
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15 Limpeza dos ambientes
O procedimento de limpeza do espao para a prestao de servios
farmacuticos deve ser registrado e realizado diariamente no incio e ao trmino
do horrio de funcionamento. O ambiente deve estar limpo antes de todos os
atendimentos nele realizados, a fim de minimizar riscos sade dos usurios e
dos funcionrios do estabelecimento. Aps a prestao de cada servio deve ser
verificada a necessidade de realizar novo procedimento de limpeza.
16 Recursos Humanos
Todos os funcionrios devem estar identificados. Uma forma fcil e barata
de identificao o uso de crachs. Alm da identificao individual, pode
haver uma identificao visual para distinguir os funcionrios da farmcia
do pblico em geral, pelo uso de uniformes, o que no obrigatrio, mas
caso seja institudo, os uniformes devem ser fornecidos pela empresa, sem
nus para o funcionrio. Como cada colaborador precisa se apresentar com
uniformes limpos e em boas condies de uso, a empresa deve fornecer um
nmero suficiente de uniformes, uma vez que eles devem ser usados por no
mximo um dia. A cada seis meses, a empresa deve fornecer novos uniformes.
Todos os equipamentos de proteo individual (EPI), usados para
proteo do funcionrio, do usurio e do produto contra contaminao ou
outros danos, devem ser disponibilizados pela farmcia. No entanto, se
obrigao da farmcia fornecer os EPIs, obrigao do funcionrio utilizar os
EPIs. Dependendo dos servios oferecidos na farmcia, os tipos de EPIs podem
variar, mas todos os detalhes, como especificao do EPI, situao que exige
o seu uso, bem como as formas corretas de utilizao e descarte, devem estar
descritas em um procedimento operacional padro, tambm conhecido
pela sigla POP.
dever de cada farmcia oferecer cursos de capacitao a todos os
balconistas, a fim de repassar informaes sobre a legislao sanitria vigente
e sobre os Procedimentos Operacionais Padro (POPs) do estabelecimento.
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Esses cursos de capacitao devem ocorrer na forma de treinamento inicial
e continuado, abordando temas como autocuidado, higiene pessoal e de
ambiente, sade, noes de Microbiologia, etc.
2 Retomando os principais pontos da organizao de uma far-mcia
Abaixo esto algumas questes de concurso referentes ao tema deste
captulo. Para respond-las, voc vai precisar de algumas informaes
adicionais fornecidas pelo seu professor ou obtidas em pesquisa a livros e
sites da Internet especializados em medicamentos.
1) (Prefeitura Municipal de Francinpolis - PI, cargo: Atendente de
Farmcia/ 2010; elaborao: Fundao Cajuina) Em relao s Boas Prticas
de Armazenamento e Dispensao de Medicamentos INCORRETO afirmar:
a) Na rea de armazenamento a ventilao pode ser natural, com
iluminao artificial atravs de lmpadas fluorescentes, porm no incidindo
luz solar sobre os produtos.
b) Medicamentos termolbeis so aqueles que apresentam oscilao de
temperatura, devendo ser armazenados entre - 20 C a +25 C, para sua
conservao.
c) Imunobiolgicos: Nessa rea ficam armazenados soros e vacinas,
produtos que necessitam, para sua conservao, tanto de uma baixa
temperatura de congelamento (-20C) como, em outros casos, temperatura
de resfriamento (+ 4 C a +8 C). Por esse motivo, importante que o setor
defina os equipamentos de frio de acordo com as necessidades.
d) Os medicamentos sujeitos a controle especial (Portaria n344/98)
precisam estar em rea isolada das demais, caracterizadas como de segurana
mxima (armrio fechado).
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2) (Prefeitura Municipal de Tiet, SP, cargo: Auxiliar de Farmcia/
2010; elaborao: Moura Melo Concursos) Onde devem ser armazenados
medicamentos sem necessidade de refrigerao?
a) Prateleiras e armrios.
b) Em qualquer lugar onde haja espao.
c) No cho.
d) Em caixas, no cho.
3) (Prefeitura Municipal de Campo Verde - MT, cargo: Atendente de
Farmcia/ 2010; elaborao: Consulplan) Estabelecimento de dispensao e
comrcio de drogas, medicamentos, insumos farmacuticos e correlatos em
suas embalagens originais. Segundo a Lei n. 5991/73, tal descrio refere-se:
a) Farmcia.
b) Ervanaria.
c) Dispensrio de medicamentos.
d) Drogaria.
e) Drugstore.
4) (Prefeitura Municipal de Campo Verde - MT, cargo: Atendente de
Farmcia/ 2010; elaborao: Consulplan) Segundo a Lei n. 5991/73, a
dispensao de plantas medicinais privativa de:
a) Somente farmcias.
b) Qualquer empresa que dispensa medicamentos.
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c) Farmcias e drogarias.
d) Farmcias e ervanarias.
e) Farmcias, ervanarias e drogarias.
5) (Prefeitura Municipal de Campo Verde - MT, cargo: Atendente de
Farmcia/ 2010; elaborao: Consulplan) As Portarias 27 e 28 da DIAMED
foram substitudas pela Portaria que trata de:
a) Boas prticas de manipulao de medicamentos.
b) Boas prticas de dispensao de medicamentos.
c) Boas prticas de produo de medicamentos.
d) Controle Sanitrio do Comrcio de Drogas, Medicamentos, Insumos
Farmacuticos e Correlatos.
e) Regulamento Tcnico sobre substncias e medicamentos sujeitos a
controle especial.
6) (Prefeitura Municipal de Campo Verde - MT, cargo: Atendente de
Farmcia/ 2010; elaborao: Consulplan) Segundo a legislao brasileira,
desinfetantes so substncias:
a) Destinadas ao combate, preveno e ao controle dos insetos em
habitaes, recintos e lugares de uso publico e suas cercanias.
b) Destinadas a destruir, indiscriminada ou seletivamente, micro-
organismos, quando aplicados em objetos inanimados ou ambientes.
c) Destinadas ao combate a ratos, camundongos e outros roedores,
em domiclios, embarcaes, recintos e lugares de uso pblico, contendo
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substancias ativas, isoladas ou em associao, que no ofeream risco a vida
ou a sade do homem e dos animais teis de sangue quente, quando aplicadas
em conformidade com as recomendaes contidas em sua apresentao.
d) Destinadas ao asseio ou desinfeco corporal, compreendendo
sabonetes, xampus, dentifrcios, enxaguatrios bucais, antiperspirantes,
desodorantes, produtos para barbear e aps o barbear, estpticos e outros.
e) nenhuma das alternativas.
3 Auto-avaliao
V at uma farmcia, verifique as condies de exposio dos produtos
farmacuticos: medicamentos, cosmticos e correlatos. Faa uma avaliao
das condies e redija uma proposta para melhorar um ou mais aspectos da
organizao da farmcia. Feito isso, consulte o texto deste captulo e pesquise
em outras fontes para verificar se a sua proposta est correta.
Unidade 6
Anotaes
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O que dispensao de medicamentos?
Quais os cuidados necessrios para uma boa dispensao?
A dispensao de medicamentos uma das atividades mais
importantes em uma farmcia e consiste na entrega dos
medicamentos juntamente com as informaes que garantam
a utilizao correta destes produtos. O balconista de farmcia
precisa conhecer muitos detalhes sobre os medicamentos, como
composio, reaes adversas e interaes, para auxiliar o
farmacutico na dispensao adequada.
1 Dispensao de medicamentos
A dispensao farmacutica a prtica pela qual um medicamento
entregue ao consumidor juntamente com uma srie de informaes que vo
garantir a utilizao correta deste produto. A dispensao uma atividade
que deve ser executada pelo farmacutico com o auxlio dos balconistas de
farmcia. Para isso, aqui esto algumas informaes que vo auxili-lo a
entender a dinmica do processo, mas volto a insistir que somente a prtica
profissional e muito estudo adicional iro fornecer os subsdios necessrios
para uma boa dispensao.
Vrios documentos legais regulamentam a dispensao farmacutica.
Um dos mais importantes e recentes a Resoluo da Diretoria Colegiada
RDC n. 44, de 17 de agosto de 2009, que dispe sobre Boas Prticas
Farmacuticas para o controle sanitrio do funcionamento, da dispensao
e da comercializao de produtos e da prestao de servios farmacuticos
em farmcias e drogarias e d outras providncias. Entende-se por Boas
Prticas Farmacuticas o conjunto de tcnicas e medidas que visam assegurar
a manuteno da qualidade e segurana dos produtos disponibilizados e dos
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servios prestados em farmcias e drogarias, com o fim de contribuir para o
uso racional desses produtos e a melhoria da qualidade de vida dos usurios.
Todos os produtos dispensados em uma farmcia devem estar
regularizados junto Anvisa. A aquisio de produtos deve ser feita por meio
de distribuidores legalmente autorizados e licenciados.
A lista de medicamentos genricos atualizada deve estar disponvel em
verso impressa para os clientes a consultarem.
No ato da dispensao, o cliente dever ser informado sobre a posologia,
a influncia dos alimentos, a interao com outros medicamentos, o
reconhecimento de reaes adversas potenciais e as condies de conservao
do produto, entre outras informaes.
Os medicamentos sujeitos prescrio somente podem ser dispensados
mediante apresentao de receita mdica ou odontolgica. muito importante
observar se a receita atende aos seguintes pontos:
1. est legvel;
2. no contm rasuras;
3. apresenta identificao do paciente;
4. apresenta os dados do medicamento como nome, concentrao
do frmaco, forma farmacutica, dose e quantidade e durao do
tratamento;
5. indica o local e a data da emisso;
6. apresenta identificao do profissional prescritor (nome e nmero
do registro junto ao conselho de classe; no caso dos mdicos, o
nmero do registro junto ao CRM - Conselho Regional de Medicina
e, no caso dos cirurgies-dentistas, o nmero do registro do CRO -
Conselho Regional de Odontologia);
7. apresenta a assinatura do prescritor.
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De forma rpida, vamos observar as diferenas na dispensao dos
medicamentos, quanto classificao em de referncia, genricos e similares.
- medicamentos de referncia: podem ser dispensados quando a receita
indicar o nome genrico do frmaco (componente ativo do medicamento) ou
o nome de marca do produto de referncia;
- medicamentos genricos: poder ser dispensado quando a receita
indicar o nome genrico do frmaco componente ativo do medicamento,
mas no caso de constar o nome de marca do produto de referncia, o
genrico pode ser dispensado no lugar, desde que obedecendo a trs pontos
fundamentais: ser desejo do cliente, no existir oposio formal (por escrito,
na prpria receita) e ocorrer mediante o farmacutico.
- medicamentos similares: somente podem ser dispensados quando a
receita indicar o nome de marca do medicamento em questo.
Voc deve estar se perguntando como que faz para saber se um
medicamento de referncia ou um similar. Para isso, basta dar uma
olhadinha na lista de medicamentos genricos disponveis na farmcia (ou
na pgina eletrnica da Anvisa). A lista traz a relao de medicamentos
de referncia para cada frmaco que j esteja liberado para cpia. Se um
medicamento no estiver na relao, ele similar, j que s os genricos e os
seus correspondentes medicamentos de referncia integram essa listagem.
Quando o medicamento separado para posterior entrega ao cliente,
uma rpida inspeo visual deve ser feita para verificar a identificao do
medicamento, o prazo de validade e a integridade da embalagem.
Uma prtica proibida a captao de receitas, ou seja, aquela situao
em que uma farmcia recebe uma receita de medicamento manipulado
para ser manipulado em outra farmcia. As receitas para medicamentos
manipulados devem ser entregues somente em farmcias de manipulao.
Se um produto estiver prximo do prazo de validade expirar, o cliente
deve ser informado.
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11 Qualidade no atendimento
A qualidade no atendimento passa pela satisfao do cliente, portanto
voc deve atender ou superar as expectativas do pblico consumidor. O
atendimento deve ser diferenciado, de modo que o cliente sinta-se valorizado.
Assim que ele entrar na farmcia, receba-o com cordialidade. Mesmo que voc
esteja atendendo outro cliente, faa um sinal de que notou a sua presena.
Quando iniciar o atendimento, cumprimente o cliente, chamando-o pelo
nome, caso seja de seu conhecimento. Desculpe-se por qualquer demora que
possa ter ocorrido e demonstre um interesse verdadeiro pelo seu problema.
Descubra a real necessidade e mantenha-se calmo, mesmo diante da irritao
que por ventura alguns clientes possam demonstrar. Em caso de dvida, pea
licena ao cliente e converse com o farmacutico-responsvel pela farmcia.
Ningum obrigado a saber tudo sobre tudo. Uma postura pr-ativa e
responsvel percebida pelo cliente de forma positiva.
No momento da dispensao, o balconista deve repassar informaes sobre:
- o nome do medicamento;
- a indicao teraputica do medicamento;
- a posologia;
- o modo de usar;
- as precuaes;
- os efeitos adversos que podem ocorrer;
- as interaes (frmaco x frmaco; frmaco x alimento; frmaco x
exames laboratoriais);
- outras informaes que sejam indispensveis, dependendo de cada caso.
Todos os medicamentos tarjados (tarja preta ou vermelha) somente
podero ser dispensados mediante a apresentao (e reteno, em alguns
casos) da receita expedida por mdico ou cirurgio-dentista.
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Os medicamentos no-tarjados podem ser dispensados sem apresentao
de receita mdica ou odontolgica. Nesses casos, a dispensao ocorre por
indicao do farmacutico. Entre os produtos de dispensao sem exigncia
de prescrio mdica ou odontolgica, destacam-se:
- profilticos da crie;
- antisspticos bucais;
- solues isosmticas, de cloreto de sdio;
- anticidos;
- colagogos e colerticos;
- laxantes;
- absorventes intestinais;
- digestivos contendo enzimas;
- suplementos dietticos;
- vitaminas;
- tnicos para uso oral;
- preparaes contendo ferro;
- analgsicos no narcticos;
- antiinflamatrios no-esteroidais de uso tpico;
- emolientes e protetores da pele e mucosas;
- cicatrizantes, adstringesntes, antisspticos e desinfetantes de uso tpico;
- alguns produtos fitoterpicos.
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2 Exercitando as habilidades exigidas para a boa dispensao
A seguir, resolva uma questo relacionada ao tema deste captulo.
1) (Prefeitura Municipal de Francinpolis - PI, cargo: Atendente de
Farmcia/ 2010; elaborao: Fundao Cajuina)
A receita mdica oriunda do setor pblico somente poder ser aviada
atendendo os seguintes requisitos sanitrios:
a) Legibilidade e ausncia de rasuras ou emendas.
b) Identificao da substncia ativa com DCB ou DCI, concentrao/
dosagem, forma farmacutica, quantidades e respectivas unidades e posologia
c) Identificao e dados do paciente, modo de usar; local e data da
emisso; assinatura e identificao do prescritor com o nmero de registro no
respectivo conselho.
d) todas as alternativas esto corretas.
3 Auto-avaliao
E agora que voc j est familiarizado com a diferena dos termos
frmaco, medicamento, forma farmacutica e via de administrao,
voc dever testar os seus conhecimentos com cinco medicamentos
encontrados na sua casa (ou na casa de amigos).
4 Venda de antibiticos com reteno de receita: avano para a sade pblica
Publicado no jornal A Folha de Palmas, edio 696, p. 11 10 de
novembro de 2010, autor: Rodrigo Batista de Almeida
A Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (Anvisa) publicou em
outubro a RDC 44/10 que exige um controle mais rigoroso na dispensao de
antibiticos. Se antes, esses medicamentos deveriam ser vendidos somente
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sob prescrio mdica, o que de fato no ocorria, agora, as farmcias precisam
reter a receita mdica e registrar oficialmente cada venda de antibitico para
fins de controle sanitrio. Mas afinal de contas, era preciso tudo isso?
Bom... vou tentar contar a histria por completo. A humanidade sempre
conviveu com doenas infecciosas de uma forma muito trgica. Cidades inteiras
sofreram um colapso demogrfico na Idade Mdia por ondas sucessivas de
epidemias de varola, tifo e peste. A vida era efmera, cercada por sequelas,
pesar e luto. No no to longnquo sculo XIX a expectativa de vida na Europa
era de menos de 50 anos. Eis que uma revoluo acontece: o surgimento dos
antibiticos! Ao lado de campanhas de vacinao, os antibiticos foram um
grande aliado no combate s doenas infecciosas e sem dvida foi um dos
fatores que promoveu o crescimento populacional mundial.
O que no era esperado foi o desenvolvimento da resistncia microbiana,
ou seja, a perda da eficcia de um antibitico em controlar uma infeco.
O grande problema que a resistncia a esses medicamentos ocorre muito
mais rapidamente do que o desenvolvimento de novos antibiticos, apesar do
grande esforo em pesquisa. A resistncia microbiana pode nos levar de volta
era pr-antibitica!
Um dos principais fatores que colaboram para a resistncia microbiana
a banalizao no uso dos antibiticos. E por isso que se justifica o controle
na venda desses medicamentos, o qual pode parecer um absurdo hoje, em
2010, mas que, em longo prazo, ir colaborar para a reduo da resistncia
microbiana e de superinfeces que tanto vitimam os mais vulnerveis:
imunocomprometidos, crianas e idosos. Essa uma medida que nos tornar
mais civilizados. Se hoje, muitos podem repudiar essa lei, daqui a muito
pouco tempo, ns nos lembraremos de um modo quase que jocoso do tempo
em que se podia comprar um antibitico sem receita, na farmcia da esquina.
No se esqueam que h bem pouco tempo era perfeitamente aceitvel ou
justificvel fumar em ambientes fechados, beber e dirigir, acomodar crianas
no banco da frente, no usar o cinto de segurana, bater em mulher, bater
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em criana... E hoje? Somente depois da criao de leis especficas que
punem com multa, ou at priso para algumas situaes, que comeamos a
repudiar esses delitos/crimes. Hoje impensvel (ou inconfessvel) andar sem
o cinto de segurana, beber e dirigir ou bater em mulher. Espero que daqui a
um ano, comprar antibitico sem receita mdica seja inimaginvel!
Unidade 7
Anotaes
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Que servios farmacuticos uma farmcia pode prestar?
O que no pode faltar na prestao dos servios farmacuticos?
A dispensao de medicamentos uma das atividades mais
importantes em uma farmcia e consiste na entrega dos
medicamentos juntamente com as informaes que garantam
a utilizao correta destes produtos. O balconista de farmcia
precisa conhecer muitos detalhes sobre os medicamentos, como
composio, reaes adversas e interaes, para auxiliar o
farmacutico na dispensao adequada.
1 Servios farmacuticos
Alm da dispensao, as farmcias podero oferecer os seguintes servios
farmacuticos:
- aferio da presso arterial;
- aferio da temperatura corporal;
- determinao de glicemia capilar;
- administrao de medicamentos (injetveis e inalantes);
- a perfurao do lbulo auricular para colocao de brincos.
importante lembrar que as medidas de presso arterial e glicemia no
constituem um diagnstico, servindo apenas para o acompanhamento de
pacientes hipertensos e diabticos. Em caso de valores acima dos considerados
como normais, o usurio dever ser orientado a procurar um mdico.
Outra recomendao importante em relao aos medicamentos: nenhum
medicamento poder ser indicado ou ter o seu modo de usar alterado pelos
balconistas de farmcia.
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Os aparelhos e acessrios utilizados para a medio de qualquer
parmetro fisiolgico ou bioqumico devem possuir registro, notificao,
cadastro junto Anvisa.
Para cada procedimento haver um POP descrevendo claramente, passo
a passo, as etapas de realizao, especificando os equipamentos e as tcnicas
ou metodologias utilizadas, parmetros de interpretao de resultados e as
referncias bibliogrficas utilizadas. Os POPs devem citar os equipamentos de
proteo individual (EPIs) a serem utilizados, trazendo orientaes sobre seu
uso e descarte.
Os resduos de sade, gerados por alguns procedimentos, como materiais
perfurocortantes, gaze ou algodo sujos com sangue, devero ser descartados
conforme as normas para Gerenciamento de Resduos de Servios de Sade.
Quanto ao ambiente destinado aos servios farmacuticos, este deve
ser diverso daquele destinado dispensao e deve permitir privacidade e
conforto aos clientes. Portanto, tudo deve ser pensado previamente antes de
organizar a farmcia. As dimenses do espao, o mobilirio e a infra-estrutura
devem ser compatveis com as atividades e servios a serem oferecidos.
Um dos cuidados que todo balconista de farmcia ter que tomar antes
de se envolver em qualquer servio farmacutico a higienizao das mos,
que envolve primeiramente uma higienizao simples, para limpeza das mos
e, na sequncia, a higienizao antissptica. E se o balconista utiliz
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