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CNISão Paulo, outubro de 2017
Biotecnologia e Biodiversidade no Brasil:
Os Negócios do Futuro
Rafael de Sá Marques
Presidente do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético
Diretor do Departamento de Apoio ao CGen
Ministério do Meio Ambiente
Cosméticos, fármacos,
agricultura e energia tem
crescido acima da média
e em tempos de crise
Mais de 305 etnias indígenas
e mais de 40 denominações
de comunidades tradicionais
Cerca de 22% da
biodiversidade do
planeta.
Legislação específica de
vanguarda, com foco na
inovação
Produção científica em
biodiversidade e
predisposição às
parcerias internacionais
Vantagens do Brasil
Consumidor é cada vez
mais consciente e
exigente
Algumas características essenciais:
Participação de Mercado crescente;
Resiliência a crises econômicas;
Potencial de inovação e combinação de novas tecnologias;
Responsabilidade social e ambiental;
Impacto positivo na conservação da biodiversidade e do planeta.
Negócios do Futuro e Biodiversidade
“Economia da Floresta Nativa”
Macrotendências para 2020*:
1) nanotecnologia, 2) biotecnologia, 3) meio ambiente, 4)
tecnologia digital, 5) comunicação virtual, 6) desenvolvimento de
novos materiais na área médica, 7) qualidade de vida, 8)
alimentos, 9) agronegócio, 10) energia renovável e 11) uso de
ativos da flora brasileira.
* Programa de Estudos do Futuro da Fundação Instituto de Administração (FIA), da USP
Negócios do Futuro e Biodiversidade
PIB: 2015 (-3,8); 2016 (-3,6)
Faturamento Fármacos: 2014 (+14%); 2015 (+12%); 2016 (+13%)
Faturamento Cosméticos: média dos 20 anos até 2015 (11,4%);
2015 (+0,2%); 2016 (+0,2%).
Franchising de cosméticos e perfumaria: 2016 (+ 7,7%)
Negócios do Futuro e Biodiversidade
O DILEMA DA ESCOLHA PÚBLICA: Como não depender do poder de
plantão e implementar estratégias de longo prazo?
1) Justificativa técnica-econômica com dados e indicadores: vantagem
comparativa do País; impacto sistêmico na economia; ganhos de
produtividade para outros setores; potencial de empregos; potencial de
arrecadação; captura de carbono; conservação da biodiversidade...
É possível Consolidar a Bioeconomia como Rota
Tecnológica e Industrial Prioritária?
2) Legitimidade social e política
Discurso (+ bioeconomia = + benefícios ambientais e sociais);
negócios do futuro; democratização do acesso a fármacos; matriz
energética mais limpa, diversificada e segura;
Comunicação: publicação de estudos, artigos, entrevistas, audiências
públicas no CN, mídia em geral...
Amplitude: incluir outros atores interessados como ONGs ambientais;
outros setores econômicos; órgãos e instituições públicas...(Fiocruz,
Embrapa, CGen, LNBio...)
Construção do consenso: medidas “impostas” têm menos chances de
sobreviver no médio prazo...
É possível Consolidar a Bioeconomia como Rota
Tecnológica e Industrial Prioritária?
3) Implementação de ações estratégicas integradas:
Identificação de lacunas tecnológicas para aproveitar as vantagens
comparativas nacionais;
Garantir recursos de forma consistente no tempo para as fazes pré-
competitivas de cadeias de inovação da biotecnologia;
Integrar compras governamentais e linhas de fomento;
Integrar estratégias de fomento e financiamento ao setor privado às ações
de estruturação de instituições públicas chave;
É possível Consolidar a Bioeconomia como Rota
Tecnológica e Industrial Prioritária?
3) Implementação de ações estratégicas integradas:
Criar “massa crítica” gerencial, técnica e de chão de fábrica (adequação de
currículos, capacitação profissional, formação de lideranças);
Difundir o conhecimento sobre oportunidades de negócios, boas práticas,
processos produtivos inteligentes e seguros;
Definição do modelo de inovação ideal: aberto/proprietário/misto;
Promover a criação de consórcios produtivo-tecnológicos;
...
É possível Consolidar a Bioeconomia como Rota
Tecnológica e Industrial Prioritária?
A conservação do patrimônio genético “in situ” é um ativo base
da inovação em biotecnologia;
As estratégias de conservação não funcionam se a sociedade
não tem como obter valor econômico e social da biodiversidade;
O sistema de inovação em biotecnologia deve integrar políticas
de meio ambiente; inclusão social; desenvolvimento econômico e
de saúde pública, pelo menos.
O FATOR SOCIOAMBIENTAL
Desenvolvimento
Econômico
Conservação da
Biodiversidade
Saúde Pública
Desenvolvimento
Social
VISÃO POLITICA E ESTRATÉGICA
Desaparecimento da matéria base para inovação em biotecnologia;
Disputa entre “propriedade das substâncias” e “desenvolvimento de
inovações” a partir de suas potencialidades específicas;
Definição do modelo de inovação ideal: aberto/proprietário/misto;
Descontinuidade das políticas públicas;
Riscos e Obstáculos
Inovação não tem sido prioridade na agenda dos Governos;
Indústria só tem sido prioridade no discurso, nunca no orçamento ou nas
políticas macroeconômicas;
Capacidade dos empresários brasileiros para absorver e abraçar os novos
modelos de negócio da economia verde...
Dicotomia entre interesses “específicos” e “coletivos” dentro da própria
indústria e de suas representações;
Riscos e Obstáculos
Perda de Biodiversidade no Mundo
De 1900 a 1983 cerca
de 75% da diversidade
genética destas
plantas foi perdida.
38 53 112 126
420
1888
Lime Orange Tangerine Cagaita Mangaba Camu camu
Vitamina Cmg/100 g
Perda de Biodiversidade no Mundo
59 57
663552
844
1204
Papaya Passion fruit Carrot Pitanga Tucumã Buriti
Vitamina Amcg RAE/100 g
Perda de Biodiversidade no Mundo
The Sixth Mass Extinction?
> 24.000 (>28%) threatened
species (IUCN/2017)
Callicebus miltoni
Milton's titi monkey
Riscos Sistêmicos:
Perda de Biodiversidade no Mundo
Um sistema eficiente de ABS pode ofertar:
valorização da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos;
mecanismo adicional de fomento a conservação e uso sustentável da biodiversidade, a partir da repartição de benefícios;
oportunidades de negócios para o sector produtivo;
oportunidades para o desenvolvimento de PD&I;
oportunidades de preservar os modos de vida e os conhecimentos tradicionais;
MODELO DE ABS BRASILEIRO
Convergência de Interesses
Indústria, Agricultura e Academia = usuários;
União = provedora “aberta” de recursos genéticos;
PICTAFs = provedores de conhecimentos tradicionais
(e produtores);
Brasil é usuário e provedor de RG y CTA
Legitimidade da repartição de benefícios;
Simplicidade e agilidade dos processos;
Segurança jurídica para usuários e provedores;
Estímulo ao uso sustentável da biodiversidade como estratégia de
desenvolvimento econômico e de conservação ambiental;
Estímulo a convergência entre sectores - cooperação entre
academia, empresas, povos e comunidades tradicionais;
PRINCIPIOS DA REFORMA LEGAL
Melhoria do ambiente de inovação;
Valorização e proteção dos conhecimentos tradicionais associados
aos recursos genéticos;
Reconhecimento de povos indígenas e comunidades tradicionais
como setor produtivo estratégico para a conservação ambiental;
Conservação da “infra-estrutura de biodiversidade nacional” como
oportunidade e não como custo.
PRINCIPIOS DA REFORMA LEGAL
Consolidação das cadeias produtivas da “floresta em pé”;
Foco nos resultados (benefícios) e não nos processos (Pesquisa,
Desenvolvimento tecnológico e Inovação);
Efetividade e simplicidade na atuação do Estado para garantir tanto a
fruição de direitos quanto a observância das obrigações.
PRINCIPIOS DA REFORMA LEGAL
Lei 13.123/2015 – Aplicabilidade sobre…
Acesso ao patrimônio genético e ao conhecimento
tradicional associado;
Remessa para o exterior de amostras de PG; e
Exploração econômica de produto acabado ou material
reprodutivo oriundo de acesso ao PG e ao CTA.
Lei 13.123/2015 – Definições
Patrimonio genético: informação de origen genética de
especies vegetais, animais, microbianas ou espécies de outra
natureza, incluídas as sustâncias derivadas do metabolismo
destes seres vivos;
Acceso ao Patrimonio Genético: pesquisa ou
desenvolvimento tecnológico realizado sobre amostra de
patrimônio genético.
CGEN
Conselho deliberativo, normativo, consultivo e recursal, tem uma nova missão:
Deixa de ser o “autorizador” de tudo – função cartorial;
Passa a ser lócus de discussão e aperfeiçoamento do marco legal;
Coordena a elaboração e aplicação de políticas para a gestão do acesso e
da repartição de benefícios;
A sociedade civil não só propõe melhorias, como atua diretamente na
tomada de decisão com voz e voto.
M.P. 2186/2001 LEI 13.123/2015
INSTANTÂNEA
O Registro leva alguns minutos
e pode ser feito após o início da
pesquisa, antes da publicação .
Redução do Custo Regulatório
Composição do - CGEN
GOVERNO 11: CC; MMA, MRE, MCTI; MDIC; MINC; MAPA; MDSA; MD; MS; MJ
SOCIEDAE 09: Setor Empresarial – CNA CNI CNI/CNA
Academia – SBPC ABC ABA
PICTAF - CNPI CNPCT CONDRAF
CÂMARAS SETORIAIS: outros representantes desses sectores.
CÂMARAS TEMÁTICAS: abertas a participação mais ampla possível.
EXPERIÊNCIAS DE REPARTIÇÃO
Dados: Beraca
EXPERIÊNCIAS DE REPARTiÇÃO
Dados: Beraca
PD&I + “Economia da Floresta em Pé” + RB
+ conservação da biodiversidade = + ID&I.
Aumento do
Conhecimento sobre a
Biodiversidade Brasilera
+ P,D&I
SISGEN – Processos Facilitados
Desenvolvimento de
Produtos da Biodiversidade
Brasilera
Aumento da Repartição de
Benefícios
Melhoria da Conservação
da Biodiversidade
SISGEN
DPG
IBAMA MAPA
DEFENSA
Estratégia Internacional e
Protocolo de Nagoya
Desenvolvimento da Economia
da “Floresta em Pé”.
Agilidade, segurança
jurídica e diálogo com a
sociedade civil.
SECEX
INPI
ANVISA
RNC
IPHAN
CDB
FAO
OMPI - TRIPS
BILATERAIS
FNRBCGEN
SISTEMA NACIONAL DE ABS
cgen@mma.gov.br
Obrigado!!!
Rafael de Sá MarquesPresidente do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético
Diretor do Departamento de Apoio ao CGen
Ministério do Meio Ambiente
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