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AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS BRASILEIROS: DIRETRIZES E BASE
METODOLÓGICA
Tese apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, para obtenção do título de Doutor em Engenharia junto ao Departamento de Engenharia de Construção Civil.
Área de Concentração: Engenharia de Construção Civil e Urbana
Vanessa Gomes da Silva, Arq.
Vahan Agopyan, Prof. Dr. Orientador
São Paulo
2003
FICHA CATALOGRÁFICA
Silva, Vanessa Gomes.
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica. São Paulo, 2003.
210 pp.
Tese (Doutorado) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Departamento de Engenharia de Construção Civil.
1. Sustentabilidade. 2. Avaliação de edifícios.
I. Universidade de São Paulo. Departamento de Engenharia de Construção Civil. II.t.
“We can’t solve problems by using the same kind of thinking we used when we created them”
Albert Einstein
A meus pais, sempre presentes, mesmo estando tão longe. A minha família, que fez a mágica para a
distância não ser tão longa assim.
Agradecimentos
À CAPES, pela bolsa no primeiro ano de doutoramento. À FAPESP, por financiar o projeto de pesquisa que foi o embrião deste
trabalho. Ao FAEP/UNICAMP, a iiSBE, à UFES, à CST e ao PCC/EPUSP, pelos pequenos ou grandes auxílios que me
permitiram comparecer a eventos importantes.
Aos membros da banca avaliadora, por aceitarem o convite para participar.
A Vahan Agopyan, pelo milagre de multiplicação de agenda que permitiu que me orientasse em meio a suas inúmeras atividades.
A Vanderley John, por, além da amizade, ter despertado o interesse pelo tema da pesquisa, ter-me acolhido como orientanda
e dado uma contribuição inestimável no último ano do trabalho.
A Antonio Figueiredo, pela extrema boa vontade que permitiu que eu concluísse os créditos a tempo; e aos professores Vahan Agopyan, Orestes Gonçalves e Vanderley John, por haverem
sacrificado seus poucos momentos de descanso para que o meu exame de qualificação pudesse ser realizado, à noite, antes do
meu afastamento para a Holanda.
Ao SINDUSCON-SP, especialmente Francisco Vasconcellos e Lílian Sarrouf, por abraçarem a causa e promoverem os workshops.
Muitas pessoas contribuíram provendo informações, revisando o material ou como colegas no processo de produção deste trabalho.
Agradeço aos colegas do Departamento de Arquitetura e Construção da Faculdade de Engenharia Civil da UNICAMP, que me
encorajaram pelos corredores e, na impossibilidade de concessão de afastamento de atividades, compensaram minha carga horária.
A Marina, pela levantada de ânimo e prontidão logística. A Stelamaris, Paulon, Chico Borges, Ana Góes e Núbia, pelas doses diárias de alegria. A Lucila, pela serenidade que restaurava meu
equilíbrio. Correndo o risco de ser perseguida pelo resto da minha vida acadêmica, dedico um agradecimento especial a Doris e Silvia,
pela confiança que superava em muitas vezes a minha própria.
A Elaine, pelas intermináveis sessões de reclamação na secretaria do DAC, e de diversão, fora dela. Aos prediletos da sessão de
informática, que sempre davam um jeitinho de me ajudar no dia a dia. A Paula, Giovana e Seigi, alunos de AU da UNICAMP, e
Stelamaris pela ajuda nos estudos de casos. A Marina, Kai, Neide e Mariotoni, pela participação no workshop.
A Francisco Vasconcellos, Prof. Luiz Xavier, e BlochSó Arquitetura, por fornecerem dados para os estudos de casos.
A Maristela, pela leitura e estímulo; pela capacidade de fomento que dirimiu as barreiras financeiras; e pela companhia no desafio
de buscar uma construção brasileira mais sustentável.
A Ary, Paola e Janine, pela diligência na força-tarefa-anti-depressão-e-à-prova-de-tese.
Ao exército que se manteve firme em todos os momentos. Aos meus amigos, em especial a Rubiane, pela revisão atenta e,
principalmente, por incorporar o guru de auto-ajuda; e às meninas da ONG: Engrácia e Jussara.
A Cristina Borba, pelas revisões de inglês ao longo deste período; e a Leo, Alcione, Fátima e Cristina pela amizade e prontidão em
solucionar os pequenos e grandes problemas.
To Nils Larsson, multimedia from NRCan, GBC and iiSBE; and to Nigel Howard, from USGBC, for being my friends, besides being
such an infinite source of competence and enthusiasm. To friends and colleagues at Green Building Challenge and iiSBE, specially
Aleksander Panek, Alex Zimmermann, Andrea Moro, Bill Bordass, Chiel Boonstra, Gail Lindsay, Ilari Aho, Javier Serra, Joel Ann Todd,
Luiz Alvarez-Ude, Mauritz Glaumann, Miguel Angel Romero, Nori Yokoo, Norman Goijberg, Philipe Duchene-Marullaz, Rafael
Salgado, Rein Jaaniste, Ray Cole, Ronald Rovers, Silvia de Schiller, Stephen Lau, Susanne Geissler, Sylviane Nibel, Tatsuo Oka, Sverre Fossdal and Trine Dyrstad Pettersen, for the inspiring discussion, continuous learning and healthy competition to show the wonders
of their respective countries and cultures.
To Suzy Edwards and Alan Yates (BRE); Anna Whiting (M4I); Joy Wallbanks (BSRIA), Jiri Skopek (Green Globes), and Wayne Trusty
(Athena Institute), for the kindness and prompt posting of publications.
To Marek Amrozy, Çigdem Kiliçaslan, Danny Cheng, Sabina Pangrazzi, Felix de Vries, Ozan Emem and Jaap de Vries, friends I found at SBUD Course at Institute for Housing and Urban Studies,
for the unforgettable moments during my stay at Rotterdam. To the Municipality of Rotterdam, for granting the scholarship that
allowed for my participation in the course.
A todas as pessoas que participaram da minha vida nos últimos cinco anos. E optaram por continuar participando.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS vi
LISTA DE TABELAS x
LISTA DE ABREVIATURAS xiii
SUMÁRIO EXECUTIVO xviii
EXECUTIVE SUMMARY xxi
RESUMO xxiv
ABSTRACT xxv
1 INTRODUÇÃO 1
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E JUSTIFICATIVAS DA PESQUISA 1 1.1.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E AGENDA 21 1
1.1.2 CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL: CONCEITOS E IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA DA AVALIAÇÃO DE EDIFÍCIOS 3
1.2 PRINCIPAIS CONFERÊNCIAS , INICIATIVAS E CENTROS DE PESQUISA NO TEMA 8
1.3 FORMULAÇÃO DA HIPÓTES E DE TRABALHO 12
1.4 OBJETIVOS 13
1.5 METODOLOGIA 13 1.5.1 METODOLOGIA UTILIZADA NA ETAPA 1: VERIFICAÇÃO DA HIPÓTESE 14
1.5.2 METODOLOGIA UTILIZADA NA ETAPA 2: PROPOSIÇÃO DE BASE METODOLÓGICA PARA DESENVOLVIMENTO DE MODELO DE AVALIAÇÃO 14
1.6 ORGANIZAÇÃO DESTE TRABALHO 14
2 ABORDAGEM DE CICLO DE VIDA NA AVALIAÇÃO DE EDIFÍCIOS 17
2.1 INTRODUÇÃO 17
2.2 OBJETIVOS E APLICAÇÕES DE LCA NA CONSTRUÇÃO CIVIL 18
2.3 ETAPAS DE UMA LCA 19
2.3.1 DEFINIÇÃO DO ESCOPO: OBJETIVOS, UNIDADE FUNCIONAL E LIMITES DO SISTEMA 20
2.3.2 CONSTRUÇÃO DO INVENTÁRIO 20
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica ii
2.3.3 AVALIAÇÃO DO IMPACTO 21
2.3.3.1 Classificação e caracterização 22
2.3.3.2 Normalização 24
2.3.3.3 Avaliação (ou valoração) de pontuação normalizada 24
2.3.4 INTERPRETAÇÃO DOS DADOS E ANÁLISE DAS MELHORIAS 26
2.4 LIMITAÇÕES INTRÍNSECAS À LCA 27
2.5 APLICAÇÃO DE LCA EM AVALIAÇÃO AMBIENTAL DE EDIFÍCIOS 28
2.6 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO 32
3 SISTEMAS DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL DE EDIFÍC IOS: ESTADO ATUAL E DISCUSSÃO METODOLÓGICA 33
3.1 INTRODUÇÃO 33
3.2 PRINCIPAIS INICIATIVAS E ESTADO ATUAL 34
3.2.1 BUILDING RESEARCH ESTABLISHMENT ENVIRONMENTAL ASSESSMENT METHOD (BREEAM) – 1990 38
3.2.1.1 Estrutura e Pontuação 39
3.2.1.2 Ponderação e comunicação de resultados 41
3.2.2 BUILDING ENVIRONMENTAL PERFORMANCE ASSESSMENT CRITERIA (BEPAC) - 1993 42
3.2.2.1 Estrutura e pontuação 44
3.2.2.2 Ponderação e comunicação de resultados 45 3.2.3 GREEN BUILDING CHALLENGE (GBC) - 1996 46
3.2.3.1 Estrutura e Pontuação 48
3.2.3.2 Ponderação 51
3.2.3.3 Comunicação de resultados 51
3.2.4 LEADERSHIP IN ENERGY AND ENVIRONMENTAL DESIGN (LEED) - 1999 53
3.2.4.1 Estrutura e Pontuação 54
3.2.4.2 Ponderação e comunicação de resultados 57 3.2.5 COMPREHENSIVE ASSESSMENT SYSTEM FOR BUILDING ENVIRONMENTAL
EFFICIENCY (CASBEE) – 2002 57
3.2.5.1 Estrutura e pontuação 60
3.2.5.2 Ponderação e comunicação de resultados 61
3.3 DISCUSSÃO DE ASPECTOS METODOLÓGICOS 62
3.3.1 O QUE OS MÉTODOS EXISTENTES AVALIAM? 65
3.3.2 COMO ESTES MÉTODOS AVALIAM O DESEMPENHO AMBIENTAL? 67
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica iii
3.3.3 QUANTO É PRECISO ATINGIR? 72
3.4 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO 74
4 ESTUDO EXPLORATÓRIO 78
4.1 INTRODUÇÃO 78
4.2 DEFINIÇÃO DA AMOSTRA 79
4.3 AVALIAÇÃO EXPLORATÓRIA 81 4.3.1 DEFINIÇÃO DE FATORES DE PONDERAÇÃO 81
4.3.1.1 Definição dos níveis hierárquicos 81
4.3.1.2 Construção das matrizes de comparação 82
4.3.1.3 Escala de importância relativa 85
4.3.1.4 Pesos obtidos com o auxílio da ferramenta AHP 86 4.3.2 DEFINIÇÃO DE BENCHMARKS 87
4.3.3 ESTUDO DE CASO 1: CONJUNTO COMERCIAL DE PADRÃO SIMPLES, USO MISTO (ESCRITÓRIO E HOTEL) 90
4.3.3.1 Descrição 90
4.3.3.2 Resultados da avaliação do Estudo de Caso 1 93
4.3.4 ESTUDO DE CASO 2: EDIFÍCIO COMERCIAL DE PADRÃO MÉDIO, USO ÚNICO (ESCRITÓRIOS) 96
4.3.4.1 Descrição 96
4.3.4.2 Resultados da avaliação do Estudo de Caso 2 99
4.4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 101
4.5 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO 106 4.5.1 SOBRE A NECESSIDADE DE DESENVOLVER UM MÉTODO BRASILEIRO 109
5 DIRETRIZES E BASE METODOLÓGICA PARA DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO DE AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS 112
5.1 ESTRUTURA DE AVALIAÇÃO (“O QUE AVALIAR?”) 112
5.1.1 INDICADORES: CONCEITO E IMPORTÂNCIA 114
5.1.2 ESTRUTURAS ANALÍTICAS PARA ORGANIZAÇÃO DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE DE NAÇÕES 117
5.1.2.1 Estruturas analíticas desenvolvidas 118 5.1.3 AGENDA 21 PARA A CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL NO BRASIL 121
5.1.3.1 Agendas 21 do CIB para a Construção Sustentável: da agenda verde para a agenda marrom 121
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica iv
5.1.3.2 Proposta de uma agenda setorial multidimensional e integrada 124 5.1.4 AVALIAÇÃO E RELATO DA SUSTENTABILIDADE DE ORGANIZAÇÕES 132
5.1.5 INDICADORES PARA AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DO SETOR E DE EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO 135
5.1.6 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS 138
5.2 CRITÉRIO DE PONDERAÇÃO (“COMO AVALIAR?”) 142
5.2.1 EMPREGO DE PROCESSO DE ANÁLISE HIERÁRQUICA (AHP) PARA DERIVAÇÃO DE PESOS 143
5.2.1.1 Definição da hierarquia de atributos 147
5.2.1.2 Determinação de importância relativa 148
Identidade, reciprocidade e consistência de matrizes de comparação 149
Inconsistência de matrizes de comparação 152
5.2.1.3 Escala de importânc ia relativa (escala de valor) 154
5.2.1.4 Determinação da pontuação global de alternativas 155
5.3 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO 156
5.3.1 SOBRE A DEFINIÇÃO DA ESTRUTURA DE AVALIAÇÃO 156
5.3.2 SOBRE O USO DE AHP PARA DEFINIR O CRITÉRIO DE PONDERAÇÃO 158
6 MODELO PROPOSTO PARA AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS BRASILEIROS 160
6.1 INTRODUÇÃO 160
6.2 SOBRE A INCLUSÃO DA AVALIAÇÃO DE GESTÃO DO PROCESSO E DOS AGENTES ENVOLVIDOS 160
6.3 DESCRIÇÃO SUCINTA DA PROPOSTA INICIAL DE AVALIAÇÃO 162
6.4 REALIZAÇÃO DE CONSULT A ÀS PARTES INTERESSADAS 169
6.4.1 DINÂMICA UTILIZADA NA CONSULTA 169
6.4.2 RESULTADOS OBTIDOS 170
6.4.2.1 Quanto à lista preliminar de indicadores 170
6.4.2.2 Quanto aos pesos obtidos e ao emprego de AHP no processo 171
6.4.2.3 Quanto à percepção de relevância dos itens no módulo ambiental de avaliação 175
6.5 MODELO MODIFICADO APÓS A CONSULTA (SIMPLIFICADO) 180
6.5.1 O QUE AVALIAR? 182
6.5.1.1 Uso previsto 182
6.5.1.2 Escopo da avaliação e limites do sistema 183
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica v
6.5.1.3 Estrutura da avaliação 184 6.5.2 COMO AVALIAR? 185
6.5.3 QUANTO DEVERÁ SER ATINGIDO? 187
6.5.3.1 Comunicação de resultados 188 6.5.4 PROCEDIMENTO DE AVALIAÇÃO 190
6.6 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO 190
7 CONCLUSÕES E CONTINUIDADE DA PESQUISA 192
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFIC AS 198
APÊNDICES (CR-ROM)
APÊNDICE 1 – NORMALIZAÇÃO DOS MÉTODOS EXISTENTES PARA AVALIAÇÃO AMBIENTAL DE EDIFÍCIOS.
APÊNDICE 2 – PRINCIPAIS INICIATIVAS INTERNACIONAIS DE DESENVOLVIMENTO DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE DE NAÇÕES .
APÊNDICE 3 – UN WORKING LIST OF INDICATORS OF SUSTAINABLE DEVELOPMENT.
APÊNDICE 4 – CSD THEMATIC FRAMEWORK.
APÊNDICE 5 – ESTRUTURA ANALÍTICA PRESSURE-STATE-RESPONSE (PSR).
APÊNDICE 6 – ESTRUTURAS ANALÍTICAS FDES E FISD.
APÊNDICE 7 – LISTA DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS MODIFICADA APÓS CONSULTA ÀS PARTES INTERESSADAS
APÊNDICE 8 – MATRIZES DE DECISÃO UTILIZADAS PARA DERIVAÇÃO DE PESOS DURANTE A CONSULTA PÚBLICA.
APÊNDICE 9 – PLANILHA DE PERCEPÇÃO DE RELEVÂNCIA DE ITENS A COMPOR O MÓDULO AMBIENTAL DA AVALIAÇÃO UTLIZADA NA CONSULTA PÚBLICA.
APÊNDICE 10 – FORMULÁRIOS DE AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE POR ETAPAS DO CICLO DO EMPREENDIMENTO (EM CONSTRUÇÃO).
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica vi
LISTA DE FIGURAS
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
Figura 1 – Reinterpretações da Agenda 21 relacionadas ao setor de construção (CIB/UNEP-IETC, 2002). 3
Figura 2 - Etapas de desenvolvimento desta pesquisa. 15
CAPÍTULO 2 – ABORDAGEM DE CICLO DE VIDA NA AVALIAÇÃO DE EDIFÍCIOS
Figura 1 – Etapas de uma análise do ciclo de vida segundo a ISO 14.040 (ISO, 1996). 19
Figura 2 – Representação do ciclo de vida de um produto como uma árvore de processos. 21
Figura 3 – Caracterização dos ciclos de vida de sacos de papel e de PEBD (polietileno de baixa densidade). Outras classes não são mostradas no gráfico, como pesticidas, uso de energia e disposição de resíduos sólidos (PRÉ CONSULTANTS INC, 2001). 23
Figura 4 – Normalização dos ciclos de vida de sacos de papel e de PEBD (dados fictícios). Neste exemplo, a normalização evidencia contribuições relativamente altas para aquecimento global, ecotoxicidade (acidificação, eutroficação), toxicidade ao homem (metais pesados, carcinógenos) e formação de nevoeiros (PRÉ CONSULTANTS INC, 2001). 24
Figura 5 – Valoração de ciclos de vida de sacos de papel e de PEBD normalizados (dados fictícios), evidenciando a significância dos efeitos de ecotoxicidade (PRÉ CONSULTANTS INC, 2001). 25
Figura 6 – Indicador de ciclos de vida de sacos de papel e de PEBD. A preferência por sacos de papel torna-se evidente (PRÉ CONSULTANTS INC, 2001). 25
Figura 7 - Ciclo de vida de um edifício genérico. 29
Figura 8 - Inserção conceitual da LCA em avaliação da sustentabilidade de edifícios. 31
Figura 9 – Esquema dos fluxos ambientais ao longo do ciclo de vida de um edifício. 31
CAPÍTULO 3 – SISTEMAS DE AVALIAÇÃO EXISTENTES: ESTADO ATUAL E DISCUSSÃO METODOLÓGICA
Figura 1 - Blocos de critérios no processo de avaliação do BREEAM (edifícios de escritórios). Ver Tabela 3, sobre número mínimo de pontos. 40
Figura 2 - Esquema da obtenção do Índice de Desempenho Ambiental (EPI), utilizado pelo BREEAM (BALDWIN et al., 1998). 42
Figura 3 – Estrutura do BEPAC. 44
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica vii
Figura 4 - Blocos de entrada e saída de dados na GBTool. 49
Figura 5 - Representação esquemática do processo de avaliação utilizado no Projeto GBC. 50
Figura 6 - Trechos da planilha original de definição de referências de desempenho (benchmarks). 50
Figura 7 - Trecho da planilha original de definição de fatores de ponderação. 51
Figura 8 - Trecho da planilha original de avaliação (ponderada). 52
Figura 9 - Saída gráfica de resultados: gráfico de desempenho global (esquerda) e de cada categoria de desempenho. 52
Figura 10 - Estrutura conceitual do CASBEE. 59
Figura 11 - Formulários originais da avaliação com o DfE CASBEE (JSBC, 2002). 61
Figura 12 - Diagrama de eficiência ambiental do edifício (BEE). 62
Figura 13 – Distribuição dos créditos ambientais do BREEAM, HKBEAM, LEEDTM, MSDG, CASBEE e GBTool, após normalização. 65
Figura 14 - Tela original de apresentação de resultados de impacto ambiental do uso de energia, segundo o EcoEffect (MALMQVIST, 2002). 69
CAPÍTULO 4 – ESTUDO EXPLORATÓRIO
Figura 1 – Definição dos níveis hierárquicos. 82
Figura 2 - Matriz de decisão quanto à importância relativa entre Temas de Desempenho avaliados pela GBTool, formato parcial. 83
Figura 3 – Matriz de decisão quanto à importância relativa entre categorias do Tema Consumo de Recursos. 84
Figura 4 - Matriz de decisão quanto à importância relativa entre categorias do Tema Cargas Ambientais. 84
Figura 5 - Matriz de decisão quanto à importância relativa entre categorias do Tema Qualidade do Ambiente Interno (IEQ). 85
Figura 6 - Vista externa do bloco de escritórios (esquerda) e vista do lago a partir do solarium no hotel 91
Figura 7 - Interior do bloco de escritórios: átrio. À direita, janelas com brises e filmes para sombreamento. 92
Figura 8 - Bloco do hotel: átrio e interior de apartamento típico. 92
Figura 9 - Bloco do hotel: átrio central e clarabóias para iluminação natural. 93
Figura 10 - Resultado dos temas Consumo de Recursos, Cargas ambientais e Qualidade do ambiente interno (os pesos dos temas não avaliados foram zerados). 94
Figura 11 - Desagregação do resultado de Consumo de Recursos (nota 0,6). 94
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica viii
Figura 12 - Desagregação do resultado de Cargas Ambientais (nota 0,5). 95
Figura 13 – Desagregação do resultado de Qualidade do Ambiente Interno (nota 2,1). 95
Figura 14 - Fachadas frontal (orientação sul) e lateral (oeste) do edifício. 97
Figura 15 – Vista de escritório duplex no 12o pavimento (esquerda), hall de entrada (direita, superior) e entrada secundária. 98
Figura 16 – Plantas no nível térreo e de uma das duas configurações de pavimento-tipo. 98
Figura 17 - Resultado dos temas Consumo de Recursos, Cargas ambientais e Qualidade do ambiente interno (os pesos dos temas não avaliados foram zerados). 99
Figura 18 - Desagregação do resultado do tema Consumo de Recursos (nota 1,3). 100
Figura 19 - Desagregação do resultado do tema Cargas Ambientais (nota 0,7). 100
Figura 20 – Desagregação do resultado do tema Qualidade do Ambiente Interno (nota 2,5). 100
Figura 21 - Indicadores normalizados apenas por unidade de área (unidade variável no eixo das ordenadas). 105
Figura 22 - Indicadores normalizados apenas por unidade de área, excluindo edifícios asiáticos (unidade variável no eixo das ordenadas). 105
Figura 23 - Indicadores normalizados por unidade de área e por ocupação (unidade variável no eixo das ordenadas). 106
Figura 24 - Indicadores normalizados por unidade de área e por ocupação, excluindo edifícios asiáticos (unidade variável no eixo das ordenadas). 106
CAPÍTULO 5 – DIRETRIZES E BASE METODOLÓGICA PARA DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO DE AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS
Figura 1 - Diretrizes para o desenvolvimento de um método de avaliação da sustentabilidade de edifícios. 113
Figura 2 - Base conceitual para definição do conteúdo e estrutura analítica do modelo de avaliação proposto. 114
Figura 3 – Escalas de ação das principais iniciativas de organização de indicadores ambientais /de desenvolvimento sustentável /de sustentabilidade. 116
Figura 4 - Agendas do CIB como protocolo de ligação entre as agendas globais e as agendas regionais e setoriais específicas, indicando posicionamento em relação às agendas verde e marrom. 122
Figura 5 – Integração dos quatro blocos conceituais da agenda para a sustentabilidade do setor de construção civil brasileiro. 124
Figura 6 – Construção de hierarquia de atributos. 148
Figura 7 – Exemplo de comparação em pares: conjunto de três alternativas. 149
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica ix
CAPÍTULO 6 – MODELO PROPOSTO PARA AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS BRASILEIROS
Figura 1 - Estrutura temática com blocos de avaliação do edifício e da empresa construtora. 164
Figura 2 – Escala linear de avaliação de desempenho. 165
Figura 3 - Exemplo de definição de escala de desempenho para aspecto qua litativo. 166
Figura 4 - Fluxograma do processo de avaliação e classificação de desempenho quanto a sustentabilidade. 167
Figura 5 - Comunicação gráfica de resultados da avaliação, congregando perfis de desempenho e desempenho global do edifício e da empresa construtora, posicionados em relação às classes de desempenho previstas e práticas típicas hipotéticas (como ilustração). 168
Figura 6 – Pesos obtidos em consulta pública consulta pública realizada em 17 de junho de 2003 (nível hierárquico mais elevado). 172
Figura 7 – Resultados de consulta de percepção de relevância de itens a compor o módulo de avaliação ambiental de edifícios no Brasil. Os itens aparecem em ordem do número de votantes que os considerou “essenciais”. A coluna de números à esquerda indicam a ordem de relevância obtida em pesquisa equivalente na Alemanha. 177
Figura 8 – Percepção de relevância de itens a compor um sistema de avaliação ambiental de edifícios, segundo pesquisa equivale nte realizada na Alemanha (dados de BLUM et al. apud OECD (2003). 178
Figura 9 – Comparação de pesquisas de percepção de relevância realizadas na Alemanha (dados de BLUM et al. apud OECD (2003) e no Brasil. Os círculos indicam a diferença porcentual (leitura no eixo horizontal), quando estas forem superiores a 10%. 179
Figura 10 - Posicionamento do modelo proposto (trecho sombreado) em relação aos usuários potenciais e aplicações de métodos de avaliação (modificado de ISO, 2003b). 182
Figura 11 - Limite do sistema no modelo de avaliação proposto. 184
Figura 12 - Estrutura temática para organização dos indicadores (quantitativos e qualitativos) propostos. 185
Figura 13 – Formato de pontuação evolutivo. 186
Figura 14 - Formato de saída gráfica de resultados de uma avaliação hipotética. 189
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica x
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
Tabela 1 - Aplicações de avaliações de edifícios e vantagens oferecidas por sua implementação. 7
Tabela 2 - Alguns dos principais eventos relacionados a construção sustentável e avaliação ambiental de edifícios (1995-2005). 9
Tabela 3 - Iniciativas relacionadas ao desenvolvimento de metodologias de avaliação de edifícios. 11
CAPÍTULO 2 – ABORDAGEM DE CICLO DE VIDA NA AVALIAÇÃO DE EDIFÍCIOS
Tabela 1 - Trecho da planilha de impactos ambientais resultantes da produção de 1 kg de polietileno e 1 kg de vidro (PRÉ CONSULTANTS INC, 2001). A planilha completa conteria 34 linhas. 21
Tabela 2 – Exemplo de caracterização: trecho da planilha de impactos da produção de 1 kg de polietileno (PRÉ CONSULTANTS INC, 2001). 23
CAPÍTULO 3 – SISTEMAS DE AVALIAÇÃO EXISTENTES: ESTADO ATUAL E DISCUSSÃO METODOLÓGICA
Tabela 1 - Principais sistemas existentes para avaliação ambiental de edifícios. 35
Tabela 2 – Estrutura de avaliação do BREEAM 98 (BALDWIN et al., 1998). 41
Tabela 3 - Classificação provável no BREEAM, conforme pontos obtidos na lista de verificação simplificada. 42
Tabela 4 - Indicadores de sustentabilidade ambiental utilizados pela GBTool v 1.81 (2002). 47
Tabela 5 - Categorias avaliadas na GBTool (ponderação default do sistema). 48
Tabela 6 – Estrutura de avaliação do LEED 2.0 (USGBC, 2000). 56
Tabela 7 - Níveis de classificação do LEED™. 57
Tabela 8 – Suíte de ferramentas de avaliação que compõem o CASBEE. 58
Tabela 9 – Modificação proposta pelo CASBEE para aplicação do conceito de eco-eficiência em avaliações ambientais de edifícios (JSBC, 2002). 59
Tabela 10 – Estrutura de avaliação do CASBEE. 60
Tabela 11 - Abordagem de aspectos metodológicos fundamentais pelos sistemas de avaliação indicados. 63
Tabela 12 - Aplicações potenciais e posicionamento dos sistemas de avaliação ambiental de edifícios existentes. 75
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica xi
CAPÍTULO 4 – ESTUDO EXPLORATÓRIO
Tabela 1 – Definição da Escala de Importância Relativa nas matrizes de decisão. 85
Tabela 2 – Pesos utilizados nos dois estudos de casos realizados. 86
Tabela 3 - Indicadores de sustentabilidade (adotados no GBC) referentes ao Estudo de Caso 1, normalizados por unidade de área e unidade de área e ocupação. 96
Tabela 4 - Indicadores de sustentabilidade (adotados no GBC) referentes ao Estudo de Caso 2, normalizados por unidade de área e unidade de área e ocupação. 101
Tabela 5 – Pontuação obtida pelos estudos de casos avaliados. 102
Tabela 6 - Desempenho do Estudo de Caso 2, em relação à média da amostra. 104
CAPÍTULO 5 – DIRETRIZES E BASE METODOLÓGICA PARA DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO DE AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS
Tabela 1 – Estruturas desenvolvidas para organizar indicadores ambientais ou de desenvolvimento sustentável de nações. 120
Tabela 2 – Possibilidades de ação do setor de construção brasileiro em relação aos aspectos–chave apontados pela Agenda 21 da ONU. Os números entre parênteses remetem aos capítulos da Agenda 21. 125
Tabela 3 - Iniciativas de desenvolvimento de indicadores e padrões de relato de sustentabilidade de organizações. 133
Tabela 4 – Estrutura proposta pela GRI (2002) para relato de desempenho em sustentabilidade de organizações. Os indicadores são relacionados aos aspectos. 134
Tabela 5 – Iniciativas para o desenvolvimento de indicadores de sustentabilidade relacionados ao setor de construção. 136
Tabela 6 - Temas-chaves para a construção sustentável no Reino Unido (CIRIA, 2001). 138
Tabela 7 - Lista mínima de indicadores de sustentabilidade de edifícios, sugerida na ISO AWI 21932 (ISO TC59/SC3, 2002c). 141
Tabela 8 - Estrutura de itens a avaliar proposta pela ISO CD 21931 (ISO, 2003b). 142
Tabela 9 – Forma geral de matriz de comparação em pares. 151
Tabela 10 - Matriz consistente de comparação em pares de sub-atributos dentro de um Atributo A. 151
Tabela 11 - Matriz da Tabela 1 após normalização das colunas. 152
Tabela 12 – Exemplo de matriz não consistente. 153
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica xii
Tabela 13 – Matriz da Tabela 12 (matriz não consistente) após normalização das colunas. 153
Tabela 14 – Exemplo de organização hipotético para a matriz para comparação de alternativas com base nos atributos e sub- atributos definidos na Figura 6. 156
CAPÍTULO 6 – MODELO PROPOSTO PARA AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS BRASILEIROS
Tabela 1 – Pesos obtidos em consulta pública realizada em 17 de junho de 2003. 172
Tabela 2 - Itens apresentados em planilha padronizadas para classificação da relevância na composição do módulo de avaliação ambiental do edifício. Os itens estão aqui ordenados de acordo com a porcentagem de votos na categoria “essencial”. 175
Tabela 3 - Modelo de avaliação proposto para edifícios brasileiros. 181
Tabela 4 - Escala para atribuição de estrelas, conforme pontuação de bônus obtida. 187
Tabela 5 - Escala para atribuição de Índices de Sustentabilidade, conforme pontuação obtida. 188
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica xiii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANTAC Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído, Brasil
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas, Brasil
ADEME Agence de l'Environnement et de la Maîtrise de l'Énergie (Agency for Environment and Energy Management), França
AHP Analytic Hierarchy Process (Processo de Análise Hierárquica)
APO Avaliação Pós-Ocupação
ASHRAE American Society of Heating, Refrigerating and Air Conditioning Engineers, Estados Unidos
ASTM American Society for Testing and Materials, Estados Unidos
ATEQUE Atelier d'Evaluation de la Qualité Environnementale, França
BEAT Building Environmental Assessment Tool, Dinamarca
BEE Building Environment Efficiency, Japão (ref. CASBEE)
BEES Building for Environmental and Economic Sustainability, Estados Unidos
BEPAC Building Environmental Performance Assessment Criteria, Canadá
BEQUEST Building Environmental Quality Evaluation for Sustainability through Time, Europa
BRAiE Programa Nacional de Avaliação de Impactos Ambientais de Edifícios
BRE Building Research Establishment, Reino Unido
BREEAM Building Research Establishment Environmental Assessment Method, Reino Unido
BSI British Standard Institution, Reino Unido
BYogBIG Danish Building and Urban Research (Statens Byggeforskninginstitut), Dinamarca
C-2000 Integrated Design Process, Canadá
CANMET Energy Technology Centre, Canadá
CAR Cambridge Architectural Research, Reino Unido
CASBEE Comprehensive Assessment System for Building Environmental Efficiency, Japão
CBE Center for the Built Environment, Royal Institute of Technology (Kungl Tekniska Högskolan, KTH), Suécia
CBECS Commercial Building Energy Consumption Survey, Estados Unidos
CBIC Câmara Brasileira da Indústria da Construção, Brasil
CBIP Commercial Building Incentive Program, Canadá
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica xiv
CC Construção Civil
CEE Comissão de Economia e Estatística da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, Brasil
CERES Coalition for Environmentally Responsible Economies, Estados Unidos
CET Centre of Environmental Technology, Hong Kong China
CFC Clorofluorcarbono
CGSDI Consultative Group on Sustainable Development Indicators, Canadá
CIB International Council for Research and Innovation in Building and Construction, Holanda
CIRIA Construction Industry Research and Information Association, Reino Unido
CO2 Dióxido de carbono
CRISP Construction Related Sustainability Indicators
CS Construção Sustentável
CSD United Nations Commission on Sustainable Development (Comissão das Nações Unidas para Desenvolvimento Sustentável)
CSTB Centre Scientifique et Technique du Bâtiment, França
DAC/FEC/UNICAMP
Departamento de Arquitetura e Construção da Faculdade de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Campinas, Brasil
DETR Department of the environment, transport and the regions: London
DJSI Dow Jones Sustainability Index
DOE U.S. Department of Energy, Estados Unidos
DPCSD Department for Policy Coordination and Sustainable Development, ONU
DPSIR Framework Driving Force-Pressure-State-Impact-Response (Estrutura de organização de indicadores segundo força indutora-pressão-estado do ambiente-impacto-resposta)
DSR Framework Driving force-State-Response (Estrutura de organização de indicadores segundo força indutora-estado do ambiente-resposta)
EARM Energy Assessment and Reporting Methodology, Reino Unido
EEA European Environment Agency, Europa
EMAS European Community Eco-Management & Audit Scheme, Europa
EMS Electromagnetic Field (Poluição eletromagnética).
EPA Environmental Protection Agency, Estados Unidos
EPS Environmental Priority Strategy
EUROSTAT Statistical Office of the European Community, Europa
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica xv
FDES Framework for the Development of Environment Statistics (Estrutura para desenvolvimento de estatística ambiental)
FGV Fundação Getúlio Vargas, Brasil
FISD Framework for Indicators of Sustainable Development (Estrutura para indicadores de desenvolvimento sustentável)
GABS Global Alliance for Sustainable Building
GBC Green Building Challenge
GHG Greenhouse Gases (Substâncias causadoras de efeito estufa)
GRI Global Reporting Initiative, Holanda
HCFC Hidroclorofluorcarbono
HK-BEAM Hong Kong Building Environmental Assessment Method, China
IAIAS International Academy of Indoor Air Sciences
IAQ Indoor Air Quality (Qualidade do ar interno)
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Brasil
IBPSA International Building Performance Simulation Association
IChemE Institution of Chemical Engineers, Reino Unido
IEA International Energy Agency
IEQ Indoor Environment Quality (Qualidade do ambiente interno)
IESNA Illuminating Engineering Society of North America, Estados Unidos
IETC International Environmental Technology Centre
IGWG Inter-governmental Working Group on the Advancement of Environment Statistics
IIED International Institute for Environment and Development
iiSBE International Initiative for Sustainable Built Environment, Canadá
IISD International Institute for Sustainable Development
ISIAQ International Society of Indoor Air Quality and Climate
ISO International Organization for Standardization
JRC Joint Research Centre
JSBC Japan Sustainability Building Consortium, Japão
LCC Life-Cycle Cost analysis (Análise de custos ao longo do ciclo de vida)
LCI Life-Cycle Inventory (Inventário do ciclo de vida)
LCIA Life-Cycle Impact Assessment
LEED Leadership in Energy and Environmental Design, Estados Unidos
LER Lesão por Esforço Repetitivo
LISA Life-Cycle Analysis in Sustainable Architecture
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica xvi
MADA Multiattribute Decision Analysis (Análise de decisão multi-atributos)
MCA Multicriteria analysis (Análise multi-critério)
MCDA Multicriteria Decision Analysis (Análise de decisão multi-critério)
MMD-ENG Department of Engineering, Institute for Manufacturing, University of Cambridge, Reino Unido
MSDG Minnesota Sustainable Design Guide, Estados Unidos
NABERS The National Australian Buildings Environmental Rating System, Austrália
NCIC Non-traditional Capital Investment Criteria
NIST National Institute of Standards and Technology, Estados Unidos
NOVEM Nederlandse Organisatie voor Energie en Milieu (Netherlands Agency for Energy and the Environment), Holanda
NOx Óxidos de Nitrogênio
NRCan National Resources Canada, Canadá
NSSD National Strategies for Sustainable Development
ODP Ozone depleting potential (Potencial de dano à camada de ozônio troposférico)
ODS Ozone depleting substance (Substância danosa à camada de ozônio troposférico)
OECD Organisation for Economic Co-operation and Development
ONU Organização das Nações Unidas
P&D Pesquisa e Desenvolvimento
PBQP-H Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade na Construção Habitacional
PCC/EPUSP Departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Brasil
PEBD Polietileno de baixa densidade
PLEA Passive and Low Energy Architecture
PROBE Post-occupancy Review of Building Engineering, Reino Unido
PROCEL Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica
PSR Framework Pressure-State-Response (Estrutura de organização de indicadores segundo pressões-estado do ambiente-resposta)
PURA Programa de Uso Racional da Água
RCD Resíduos de Construção e Demolição
SABESP Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, Brasil
SBI Statens Byggeforskningsinstitut (Danish Building and Urban
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica xvii
Research), Dinamarca
SETAC Society for Toxicology and Chemistry, Bélgica/ Estados Unidos
SINDUSCON-SP Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo, Brasil
SMACNA Sheet Metal and Air Conditioning National contractors Association, Estados Unidos
SOx Óxidos de Enxofre
UIA Union Internationale des Architectes (International Union of Architects)
UNCED United Nations Conference on Environment and Development / Earth Summit (Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento)
UNCSD United Nations Commission on Sustainable Development (Comissão das Nações Unidas para Desenvolvimento Sustentável)
UNDSD United Nations Division of Sustainable Development
UNEP United Nations Environment Programme
UN-HABITAT United Nations Human Settlements Programme
UNSD United Nations Statistical Division
USGBC U.S. Green Building Council, Estados Unidos
VOC Volatile Organic Compound
VTT Technical Research Centre of Finland, Finlândia
WBCSD World Business Council for Sustainable Development, Suíça
WCED World Commission on Environment and Development
AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS BRASILEIROS: DIRETRIZES E BASE METODOLÓGICA
VANESSA GOMES DA SILVA, ARQ. vangomes@fec.unicamp.br
Professora do Dep. de Arquitetura e Construção da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da UNICAMP
SUMÁRIO EXECUTIVO
A indústria da construção - particularmente a construção, operação e demolição de edifícios
- representa a atividade humana com maior impacto sobre o meio ambiente. A magnitude
dos impactos sociais e econômicos posicionam estrategicamente o setor, em caráter mundial,
como um motor potencial para o atendimento de metas de desenvolvimento sustentável.
As primeiras metodologias de avaliação surgiram na década de 90 na Europa, nos EUA e no
Canadá, como parte das estratégias para o cumprimento de metas ambientais locais
estabelecidas a partir da Earth Summit do Rio de Janeiro. Atualmente, praticamente cada
país europeu - além de Estados Unidos, Canadá, Austrália, Japão e Hong Kong - possui um
sistema de avaliação de edifícios. Todos estes métodos partilham o objetivo de encorajar a
demanda do mercado por níveis superiores de desempenho ambiental, provendo avaliações
ora detalhadas, para o diagnóstico de eventuais necessidades de intervenção no estoque
construído; ora simplificadas, para orientar projetistas ou sustentar a atribuição de selos
ambientais para edifícios. E todos eles concentram-se exclusivamente na dimensão
ambiental da sustentabilidade.
Apesar de o conceito de análise do ciclo de vida (LCA), originalmente desenvolvido na
esfera de avaliação de impactos de produtos, ter sustentado o desenvolvimento da primeira
geração de sistemas de avaliação, a sua aplicação direta em avaliação de edifícios - em geral,
e particularmente no Brasil- mostra-se, neste momento, complexa, impraticável e
insuficiente. Como resultado, a maioria dos métodos de avaliação de edifícios não emprega
a LCA como ferramenta de apoio à atribuição de créditos ambientais; sendo mais comum
extrair da LCA o conceito de ciclo de vida e utilizá- lo para aumentar a abrangência da
avaliação do edifício.
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica xix
Este trabalho teve como objetivo a demonstração da hipótese que não é adequado e
suficiente importar métodos estrangeiros existentes para avaliar edifícios de escritórios no
Brasil, e que uma medida mais coerente e eficiente é desenvolver um método à luz das
prioridades, condições e limitações brasileiras.
A discussão metodológica e os estudos de casos realizados demonstraram que (1) não é
possível copiar, traduzir ou simplesmente aplicar um método estrangeiro no contexto
brasileiro ou de qualquer outro país, por maior que tenha sido seu sucesso no seu país de
origem, e que mesmo a mais flexível das ferramentas existentes apresenta dificuldades
práticas para emprego no Brasil; (2) é fundamental desenvolver um método à luz das
prioridades, condições e limitações brasileiras, e, para tanto, deve-se necessariamente
passar por um processo de conscientização e amadurecimento, semelhante aqueles por que
passaram os países que desenvolveram métodos de avaliação ambiental de edifícios, porém
com o desafio de ampliar o escopo para realizar avaliações da sustentabilidade da
produção e uso de edifícios.
Demonstrada a veracidade da hipótese, as questões metodológicas que estruturaram a
discussão do estado atual dos sistemas de avaliação ambiental de edifícios (“o que
avaliar?”, “como avaliar?”, “quanto atingir?”) foram mantidas na proposição de diretrizes
e da base metodológica. Finalmente, foi iniciado o desenvolvimento de um método para
avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros ao longo de seu ciclo de
vida, e apontada a direção para os desenvolvimentos futuros necessários para viabilizar a sua
implementação.
Os limites do sistema de avaliação foram definidos para abranger a etapa de construção e
uso do edifício. A opção por iniciar a avaliação destes agentes pela avaliação da empresa
construtora foi um primeiro passo no sentido de criar a cultura e o movimento consistente
das práticas de mercado em direção a um patamar mais sustentável. A avaliação integrada de
itens ambientais, sociais e econômicos encontra instrumentos na esfera das nações, dos
setores econômicos e das organizações. A estrutura de avaliação proposta foi construída com
base nestes instrumentos, na proposição de uma Agenda 21 pra a construção civil brasileira
e na análise dos métodos internacionais e projetos de norma ISO relacionados a
sustentabilidade e avaliação ambiental de edifícios. Para a derivação do critério de
ponderação, sugere-se o processo de análise hierárquica (AHP).
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica xx
Esta estrutura de avaliação e uma lista abrangente de indicadores a ela relacionados foram
submetidas à consulta das partes interessadas da construção civil do Estado de São Paulo. A
estrutura de avaliação proposta não foi questionada, mas o modelo de avaliação inicialmente
imaginado era sofisticado demais para implementação no curto prazo. A estrutura de
avaliação proposta não foi questionada, e o emprego de AHP mostrou-se como uma
alternativa satisfatória para a derivação de um critério de ponderação. Constatou-se, porém,
que o mercado não está preparado para, no curto prazo, medir ou ser avaliado através de um
método sofisticado. Propõe-se, então, um método simplificado, pautado por dez princípios
básicos:
1. Adesão voluntária: entra no processo quem deseja fazer melhor;
2. Premiação das melhores práticas;
3. Foco no empreendimento, compreendendo a avaliação tanto do edifício quanto dos agentes envolvidos;
4. Auto-avaliação, a ser revisada por avaliadores credenciados;
5. Avaliação por etapas do empreendimento;
6. Ponderação aplicada apenas no nível hierárquico mais alto;
7. Mescla de pontos prescritivos e por desempenho;
8. Pontuação evolutiva e estratégia de implementação gradual;
9. Utilização de níveis de classificação de desempenho; e
10. Revisão periódica do sistema de avaliação e da classificação do edifício.
Os contornos deste modelo de avaliação são descritos sucintamente, apontando a os
desenvolvimentos futuros necessários para a sua implementação.
O interesse pelo tema no país foi definitivamente despertado. Um novo workshop será
realizado em agosto de 2003, para dar continuidade à discussão e envolvimento das partes
interessadas no desenvolvimento e teste do modelo de avaliação. Um estudo-piloto com
duração de um ano será então iniciado, e terá um papel decisivo para a validação prática do
procedimento de avaliação e para o acúmulo de dados que caracterizem tanto as práticas
típicas quanto aquelas mais orientadas a sustentabilidade, e viabilizem benchmarking no
setor.
SUSTAINABILITY ASSESSMENT OF OFFICE BUILDINGS IN BRAZIL: GUIDELINES AND METHODOLOGICAL BASIS
VANESSA GOMES DA SILVA, ARCH. vangomes@fec.unicamp.br
Professor at Architecture and Construction Department, School of Civil Engineering, Architecture and Urban Design, State University of Campinas, Brazil (DAC/FEC/UNICAMP)
EXECUTIVE SUMMARY
Construction industry environmental impacts have risen to the forefront of international
concern in the past decade. The awareness that the construction, operation and demolition of
buildings represent the most damaging human activity in the global environment resulted in
a gradual introduction of measures to reduce buildings environmental footprints, which were
largely supported by governmental agencies, research and private institutions in several
countries. The magnitude of social and economic impacts globally renders the construction
sector as strategic, concerning the achievement of sustainable development goals.
Life-cycle analysis concepts, originally developed for environmental evaluation of
industrialised products were the groundwork of most methodologies developed for the
environmental assessment of buildings that emerged in the 90s as part of local strategies to
accomplish Agenda 21´s targets, established on the UN Earth Summit held in Rio de Janeiro
in 1992. However, it is not possible to directly apply LCA in building assessment.
Particularly in the Brazilian case, at the current state of knowledge and data availability,
LCA is complex, unfeasible and insufficient. In fact, most building assessment methods do
not use it as a support tool for environmental credit related to building materials use.
Nowadays, each European country – as well as the United States, Canada, Australia, Japan
and Hong Kong – has its own assessment system. All of these methods shared the common
goal to stimulate market demands for higher environmental performance levels, providing
evaluations that could be either detailed enough to point out the necessity of intervention in
the built environment or simplified, mainly to give guidance to designers or support the
environmental labelling of buildings. All of them deal exclusively with the environmental
dimension of sustainability.
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica xxii
This work aimed to demonstrate the hypothesis that it is neither adequate or enough to
import the existing foreign methods to evaluate office buildings in Brazil, and that a more
coherent and efficient means is to develop a method considering Brazilian priorities,
conditions and constraints.
The methodological discussion and the study cases performed have shown that performed
(1) it is not possible to copy, translate or apply a foreign method in any context but the one
it was created for, and that even the most flexible among the available assessment tools
faces several practical difficulties to be applied in Brazil; (2) it is paramount to develop a
method that adequately considers Brazilian priorities, conditions and constraints. For this
purpose, it is necessary to experience an awareness and maturation process in Brazil similar
to those that generated environmental assessment methods, but with the broader challenge
of widening the scope for carrying out sustainability assessments.
Once the veracity of the hypothesis was demonstrated, the proposition of guidelines and of
the methodological basis kept track of the basic questions that structured the discussion of
the available building environmental assessment systems (“what is to be assessed?”, “how
to assess?”, “how much should be achieved?”). Finally, the development of a method for
assessing the sustainability of Brazilian office buildings along their lifecycle was initiated,
providing the direction for future developments necessary to enable its implementation.
In the proposed model, system limits were set to focus on building production and use, as
well as the evaluation of the agents involved in the enterprise’s cycle, starting by the
assessment of the building contractor, as a first step to stimulate the necessary cultural
change and a consistent movement towards more sustainable market practices.
The integrated assessment of the environmental, social and economic items finds tools in the
sphere of nations, economic sectors, and organizations. The assessment framework proposed
was built on such instruments; on the proposition of an agenda for sustainable construction
in Brazil; and on the analysis of related international methods and standards. The Analytic
Hierarchy Process (AHP) is suggested for deriving the weighting criteria.
The framework and a comprehensive list of indicators related to it were scrutinized by
representatives of civil construction’s stakeholders in Sao Paulo State. The framework
reached a high consensus level and the analytic hierarchy process proved to be a useful
alternative to derive weighting factors. The consultation process also made clear that the
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica xxiii
Brazilian market is not prepared to be evaluated against a sophisticated method in the short
term. Thus, a simplified model is proposed, following ten basic principles:
1. Volunteer adhesion;
2. Better practices are acknowledged;
3. Focus on the enterprise, involving evaluation of both the building and the major actors involved in the process;
4. Self evaluation, to be revised by accredited assessors;
5. Main stages of the enterprise’s cycle are assessed;
6. Weighting is applied only to the highest hierarchic level (environmental x social x economic x management);
7. Mix of prescriptive-oriented and performance-oriented points;
8. Evolving scoring format and strategy for gradual implementation;
9. Performance classification; and
10. Periodical revision of the assessment system and the building score and classification.
This model is briefly described, casting some light on future developments needed to enable
its implementation.
The interest in the theme was definitely arisen in Brazil. A new workshop will take place in
August 2003. It will provide the discussion and stakeholder’s involvement continuum in
developing and testing the assessment model, and launch a one-year pilot study. This study
is decisive for practically validating the assessment process and for accumulating data that
characterizes both typical and better practices towards sustainability, which will then allow
for future benchmarking in the construction sector.
AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS BRASILEIROS: DIRETRIZES E BASE METODOLÓGICA
RESUMO
O conceito de análise de ciclo de vida embasou o desenvolvimento das metodologias de avaliação ambiental de edifícios que surgiram estrategicamente na década de 90 para o cumprimento de metas ambientais locais estabelecidas na Eco’92. Atualmente, praticamente cada país europeu - além de Estados Unidos, Canadá, Austrália, Japão e Hong Kong - possui um sistema de avaliação de edifícios. Todos estes métodos partilham o objetivo de encorajar a demanda do mercado por níveis superiores de desempenho ambiental. E todos eles concentram-se exclusivamente na dimensão ambiental da sustentabilidade.
Este trabalho teve como objetivo a demonstração da hipótese que importar métodos estrangeiros existentes não é a melhor solução para avaliar edifícios de escritórios no Brasil, e que um método de avaliação deve ser desenvolvido à luz das prioridades, condições e limitações brasileiras. A discussão metodológica dos sistemas existentes e os estudos de casos realizados demonstraram que (1) não é possível copiar, traduzir ou simplesmente aplicar um método estrangeiro no contexto brasileiro ou de qualquer outro país, e que mesmo a mais flexível das ferramentas existentes apresenta dificuldades práticas para emprego no Brasil; (2) é fundamental desenvolver um método à luz das prioridades, condições e limitações brasileiras, e, para tanto, deve-se necessariamente passar por um processo de conscientização e amadurecimento, semelhante aquele por que passaram os países que desenvolveram métodos de avaliação ambiental de edifícios, porém com o desafio de ampliar o escopo para realizar avaliações da sustentabilidade da produção e uso de edifícios. Demonstrada a veracidade da hipótese, passou-se à proposição de diretrizes; à reunião de uma base metodológica; e ao inicio do desenvolvimento de um método para avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros ao longo de seu ciclo de vida.
No modelo de avaliação sugerido, os limites do sistema foram definidos para abranger a etapa de construção e uso do edifício, assim como a avaliação dos agentes envolvidos no processo, iniciando pela empresa construtora, visando criar a cultura e o movimento consistente das práticas de mercado em direção a um patamar mais sustentável. A estrutura de avaliação proposta foi construída a partir de uma agenda para a construção sustentável no Brasil; em instrumentos disponíveis para a avaliação integrada de itens ambientais, sociais e econômicos; e na análise dos métodos e normas internacionais relacionados ao tema.
Esta estrutura de avaliação e uma lista abrangente de indicadores a ela relacionados foram submetidas à consulta das partes interessadas da construção civil do Estado de São Paulo. A estrutura de avaliação não foi questionada, e o emprego de processo de análise hierárquica (AHP) mostrou-se como uma alternativa satisfatória para a derivação de um critério de ponderação. Constatou-se, porém, que o mercado não está preparado para, no curto prazo, medir ou ser avaliado através de um método sofisticado. Um método simplificado e uma estratégia gradual de implementação são então propostos, apontando a direção para os desenvolvimentos futuros necessários.
SUSTAINABILITY ASSESSMENT OF OFFICE BUILDINGS IN BRAZIL: GUIDELINES AND METHODOLOGICAL BASIS
ABSTRACT
Life-cycle analysis concepts, originally developed for environmental evaluation of industrialised products were the groundwork of most methodologies developed for environmental assessment of buildings which emerged in the 90’s as part of local strategies to accomplish Agenda 21´s targets, established on the UNCED held in Rio de Janeiro in 1992. Nowadays, each European country – as well as the United States, Canada, Australia, Japan and Hong Kong – has its own assessment system. All of these methods share the common goal to stimulate market demands for higher environmental performance levels. All of them deal exclusively with the environmental dimension of sustainability.
This work aimed to demonstrate the hypothesis that it is neither appropriate nor sufficient to import existing environmental assessment methods for evaluation of Brazilian office buildings, and that a more efficient and coherent approach is to develop a method according to Brazilian priorities, conditions and constraints. The methodology discussion of existing assessment systems and the case studies performed demonstrated that (1) it is not possible to copy, translate or apply a foreign method in any context but the one it was created for, and that even the most flexible among the available assessment tools faces several practical difficulties to be applied in Brazil; (2) it is paramount to develop a method that adequately considers Brazilian priorities, conditions and constraints. For this purpose, it is necessary to experience an awareness and maturation process in Brazil similar to those that generated environmental assessment methods, but with the broader challenge of widening the scope for carrying out sustainability assessments.
Once the veracity of the initial hypothesis was demonstrated, the second part of this work was dedicated to guidelines proposal; constitution of methodology basis; and to start the development of a method to evaluate the sustainability of Brazilian office buildings throughout their life-cycle. In the proposed model, system limits were set to focus on building production and use, as well as the evaluation of the agents involved in the enterprise’s cycle, starting by the assessment of the building contractor, as a first step to stimulate the necessary cultural change and a consistent movement towards more sustainable market practices. The assessment framework was built on an agenda for sustainable construction in Brazil; on available instruments for integrated evaluation of environmental, social and economic aspects; and on the analysis of related international methods and standards.
This framework and an exhaustive indicators list were submitted for appreciation of construction stakeholders in the State of São Paulo. The framework reached a high consensus level and the analytic hierarchy process proved to be a useful alternative to derive weighting factors. The consultation process also made clear that the Brazilian market is not prepared to be evaluated against a sophisticated method in the short term. A simplified model and a gradual implementation strategy are then proposed, casting some light on future developments needed.
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