Crise Hipertensiva Enfª Renata Flavia Especialista em Cardiologia Clínica e Cirúrgica Mestranda...

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Crise HipertensivaCrise Hipertensiva

Enfª Renata FlaviaEnfª Renata FlaviaEspecialista em Cardiologia Clínica e CirúrgicaEspecialista em Cardiologia Clínica e Cirúrgica

Mestranda em Enfermagem Mestranda em Enfermagem

EpidemiologiaEpidemiologia

• Doenças cardiovasculares Doenças cardiovasculares principal principal causa de morte (2000):causa de morte (2000):– Hipertensão arterial sistêmica Hipertensão arterial sistêmica prevalência prevalência

estimada em 20 a 30% da população adulta estimada em 20 a 30% da população adulta (>18 anos);(>18 anos);

• Com o envelhecimento da população, nas Com o envelhecimento da população, nas próximas décadas a prevalência também próximas décadas a prevalência também aumentará proporcionalmente.aumentará proporcionalmente.

EpidemiologiaEpidemiologia

• Pseudocrise Pseudocrise pacientes assintomáticos, pacientes assintomáticos, sem lesões agudas, necessitam sem lesões agudas, necessitam reavaliaçãoreavaliação

• Literatura Literatura abordagem precária da crise abordagem precária da crise hipertensiva:hipertensiva:– Cerca de 1% dos hipertensos pode Cerca de 1% dos hipertensos pode

apresentar crise hipertensiva;apresentar crise hipertensiva;– A crise ocorre, mais frequentemente, em A crise ocorre, mais frequentemente, em

pacientes previamente diagnosticados, mas pacientes previamente diagnosticados, mas que não adotam um tratamento adequado.que não adotam um tratamento adequado.

FisiopatologiaFisiopatologia

ELEVAÇÃO RÁPIDA, INAPROPRIADA, INTENSA E SINTOMÁTICA ELEVAÇÃO RÁPIDA, INAPROPRIADA, INTENSA E SINTOMÁTICA

DA PRESSÃO ARTERIAL, COM OU SEM RISCO DE DA PRESSÃO ARTERIAL, COM OU SEM RISCO DE

RÁPIDA DOS ÓRGÃOS-ALVO, PODENDO CONSTITUIRRÁPIDA DOS ÓRGÃOS-ALVO, PODENDO CONSTITUIR

UMUM RISCO IMEDIATO OU POTENCIAL DE VIDA.RISCO IMEDIATO OU POTENCIAL DE VIDA.

COMPLICAÇÃO DA HIPERTENSÃO ARTERIALCOMPLICAÇÃO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL

CRISE HIPERTENSIVACRISE HIPERTENSIVA

Fatores de RiscoFatores de Risco

Hipertensão - FisiopatologiaHipertensão - Fisiopatologia

RESISTÊNCIA VASCULAR PERIFÉRICA

X

DÉBITO CARDÍACO

PRESSÃO ARTERIAL

• ELEVAÇÃO DA VISCOSIDADE SANGUÍNEA

• VASOCONSTRICÇÃO

• ELEVAÇÃO:

• FREQUÊNCIA CARDÍACA

• VOLUME SISTÓLICO

Classificação Diagnóstica da HASClassificação Diagnóstica da HAS

PAS (mmHg)PAS (mmHg) PAD (mmHg)PAD (mmHg) CLASSIFICAÇÃOCLASSIFICAÇÃO

< 130< 130 < 85< 85 Normal Normal

130 – 139130 – 139 85 – 8985 – 89 Normal limítrofeNormal limítrofe

140 – 159140 – 159 90 – 9990 – 99 Hipertensão leve (estágio I)Hipertensão leve (estágio I)

160 – 179160 – 179 100 – 109100 – 109 Hipertensão moderada (estágio Hipertensão moderada (estágio II)II)

180180 110110 Hipertensão grave (estágio III)Hipertensão grave (estágio III)

> 140> 140 < 90< 90 Hipertensão sistólica isoladaHipertensão sistólica isolada

Crise HipertensivaCrise Hipertensiva

Crise Hipertensiva - FisiopatologiaCrise Hipertensiva - Fisiopatologia

• Elevação dos níveis tensionais Elevação dos níveis tensionais pressão pressão arterial diastólica:arterial diastólica:– Geralmente > 120 mmHg;Geralmente > 120 mmHg;

• Níveis relativamente pouco elevados Níveis relativamente pouco elevados também podem repercutir em também podem repercutir em complicações como as glomerulopatias complicações como as glomerulopatias agudas e a DHEG.agudas e a DHEG.

FisiopatologiaFisiopatologia

• A crise pode manifestar-se como urgência A crise pode manifestar-se como urgência e emergência hipertensiva.e emergência hipertensiva.

• Emergência hipertensiva Emergência hipertensiva deterioração deterioração rápida de órgãos-alvo e risco imediato de rápida de órgãos-alvo e risco imediato de vida.vida.– Requer redução, em minutos, da pressão Requer redução, em minutos, da pressão

arterial.arterial.

• Na Na urgência hipertensivaurgência hipertensiva não há lesão não há lesão aguda de órgão-alvo.aguda de órgão-alvo.

Emergência Hipertensiva – Emergência Hipertensiva – Situações CaracterizadasSituações Caracterizadas

• Encefalopatia hipertensiva;Encefalopatia hipertensiva;• Acidente vascular encefálico e/ou Acidente vascular encefálico e/ou

isquêmico;isquêmico;• Hemorragia intracerebral;Hemorragia intracerebral;• Hemorragia subaracnóide;Hemorragia subaracnóide;• Edema agudo de pulmão;Edema agudo de pulmão;• Insuficiência cardíaca congestiva;Insuficiência cardíaca congestiva;• Insuficiência ventricular esquerdaInsuficiência ventricular esquerda

Emergência Hipertensiva – Emergência Hipertensiva – Situações CaracterizadasSituações Caracterizadas

• Dissecção da aorta;Dissecção da aorta;

• Infarto agudo do miocárdio;Infarto agudo do miocárdio;

• Angina de peito instável;Angina de peito instável;

• Insuficiência renal progressiva;Insuficiência renal progressiva;

• Eclâmpsia;Eclâmpsia;

• Glomerulonefrite aguda.Glomerulonefrite aguda.

Emergência HipertensivaEmergência Hipertensiva

COMPROMETIMENTO NEUROLÓGICO

Hipertensão Acelerada ou Maligna

Encefalopatia Hipertensiva

PAM > 120 mmHg e hemorragiaRetiniana bilateral, exudatos oupapiledema

• Cefaléia, irritabilidade, alteração do nível de consciência;• Edema cerebral induzido por elevação de PA que ultrapassa• A capacidade de auto-regulação cerebral

Emergência Hipertensiva - Emergência Hipertensiva - FisiopatologiaFisiopatologia

↑ ↑ VASOCONSTRICTORES CIRCULANTES:VASOCONSTRICTORES CIRCULANTES:• NOREPINEFRINANOREPINEFRINA• ANGIOTENSINA IIANGIOTENSINA II

NECROSE FIBRINÓIDE ARTERIOLAR:NECROSE FIBRINÓIDE ARTERIOLAR:•LESÃO ENDOTELIALLESÃO ENDOTELIAL•DEPOSIÇÃO DE FIBRINA E PLAQUETASDEPOSIÇÃO DE FIBRINA E PLAQUETAS

ISQUEMIA / LESÃOISQUEMIA / LESÃODE ÓRGÃO-ALVODE ÓRGÃO-ALVO

PERDA DA PERDA DA AUTO-REGULAÇÃOAUTO-REGULAÇÃO

História NaturalHistória Natural

• Se não tratada, tem alta mortalidade por Se não tratada, tem alta mortalidade por dano cerebral, cardíaco ou renal;dano cerebral, cardíaco ou renal;

• Sem tratamento, a sobrevida em um ano é Sem tratamento, a sobrevida em um ano é de 25% e de 1% em cinco anos;de 25% e de 1% em cinco anos;

• Com tratamento, a sobrevida em um ano Com tratamento, a sobrevida em um ano é de 90% e de 80% em cinco anos.é de 90% e de 80% em cinco anos.

Diagnóstico – Quadro ClínicoDiagnóstico – Quadro Clínico

• Manifestações gerais:Manifestações gerais:– Anorexia, perda de peso, náuseas e vômitos, Anorexia, perda de peso, náuseas e vômitos,

dor abdominal; dor abdominal;

• Neurológicas:Neurológicas:– Cefaléia, visão turva, irritabilidade, convulsão, Cefaléia, visão turva, irritabilidade, convulsão,

déficit neurológico focal;déficit neurológico focal;– Fundo de olho:Fundo de olho:

• Exsudato;Exsudato;• Hemorragias;Hemorragias;• Papiledema.Papiledema.

Diagnóstico – Quadro ClínicoDiagnóstico – Quadro Clínico

• Cardiovasculares:Cardiovasculares:– Dispnéia, dor precordial;Dispnéia, dor precordial;– Estertoração pulmonar;Estertoração pulmonar;– Presença de sopros;Presença de sopros;– Pesquisa de pulsos periféricos.Pesquisa de pulsos periféricos.

• Renais:Renais:– Oligúria;Oligúria;– Uremia.Uremia.

Exames ComplementaresExames Complementares

• Exames laboratoriais:Exames laboratoriais:– Hemograma;Hemograma;– Uréia, creatinina;Uréia, creatinina;– Perfil eletrolítico: Na, K, Ca, P, MgPerfil eletrolítico: Na, K, Ca, P, Mg– GlicemiaGlicemia– Urina tipo I: hematúria, proteinúriaUrina tipo I: hematúria, proteinúria

• Eletrocardiograma:Eletrocardiograma:– Sobrecarga ventricular esquerda;Sobrecarga ventricular esquerda;– Alterações isquêmicas.Alterações isquêmicas.

Exames ComplementaresExames Complementares

• Radiografia de tórax:Radiografia de tórax:– Cardiomegalia;Cardiomegalia;– Congestão pulmonar.Congestão pulmonar.

• TC – tórax e crânio:TC – tórax e crânio:– Em presença de alterações neurológicas;Em presença de alterações neurológicas;– Em suspeita de dissecção aórtica.Em suspeita de dissecção aórtica.

TratamentoTratamento

• Objetivo Objetivo interromper o ciclo fisiopatológico interromper o ciclo fisiopatológico que leva ao aumento da resistência vascular que leva ao aumento da resistência vascular sistêmica e da pressão arterial, mantendo o sistêmica e da pressão arterial, mantendo o débito cardíaco o e fluxo sanguíneo renal débito cardíaco o e fluxo sanguíneo renal adequados;adequados;

• Admissão em UTI;Admissão em UTI;• Pressão arterial reduzida de forma gradual Pressão arterial reduzida de forma gradual

PAM não deve ser reduzida em mais de 25% PAM não deve ser reduzida em mais de 25% nas primeiras horas.nas primeiras horas.

Tratamento – Drogas ParenteraisTratamento – Drogas Parenterais

DROGADROGA DOSEDOSE INÍCIOINÍCIO EFEITOSEFEITOS COMENTÁRIOSCOMENTÁRIOS

VASODILATADORESVASODILATADORES

Nitroprussiato de Nitroprussiato de sódio (Nipride)sódio (Nipride)

0,25 a 0,25 a 10mcg/Kg/min 10mcg/Kg/min IVIV

ImediatoImediato

Náusea, vômito, Náusea, vômito, contração contração muscular, muscular,

Droga de escolha Droga de escolha

↓ ↓ PAM PAM ↓ pré e pós- ↓ pré e pós-carga, carga, DC DC

Nitroglicerina Nitroglicerina (Tridil)(Tridil)

5 a 5 a 100mcg/min IV100mcg/min IV

Taquicardia, Taquicardia, rubor, cefaléiarubor, cefaléia

Escolha na isquemia Escolha na isquemia miocárdica, miocárdica, ↓ pré-carga↓ pré-carga

Venodilatador, Venodilatador, ↓ consumo ↓ consumo de Ode O22

INIBIDORES ADRENÉRGICOSINIBIDORES ADRENÉRGICOS

PropranololPropranolol 5mg IV cada 5mg IV cada 5min5min

5 min5 min

Bradicardia, Bradicardia, Bloqueio Bloqueio AtrioVentricular, AtrioVentricular, broncoespasmo, broncoespasmo, insuficiência insuficiência cardíacacardíaca

Age por queda do DCAge por queda do DC

Escolha em isquemia Escolha em isquemia miocárdica e dissecção miocárdica e dissecção aórticaaórticaMetoprolol Metoprolol

(Seloken)(Seloken)5mg IV a cada 5mg IV a cada 10-15 min10-15 min

Tratamento – Manifestação ClínicaTratamento – Manifestação Clínica

• Neurológica:Neurológica:– Evitar:Evitar:

• Hipotensores com ação sedativa e agentes que Hipotensores com ação sedativa e agentes que diminuam o fluxo sanguíneo cerebral;diminuam o fluxo sanguíneo cerebral;

• Renais:Renais:– Pacientes urêmicos ou oligúricos na vigência Pacientes urêmicos ou oligúricos na vigência

de hipervolemia, hipercalemia, acidose de hipervolemia, hipercalemia, acidose metabólica ou atrito pericárdico devem metabólica ou atrito pericárdico devem receber tratamento dialítico.receber tratamento dialítico.

Tratamento – Manifestação ClínicaTratamento – Manifestação Clínica

• Cardiovasculares;Cardiovasculares;– Agentes vasodilatadores;Agentes vasodilatadores;– Dissecção aórtica Dissecção aórtica vasodilatador + vasodilatador + ββ--

bloqueador;bloqueador;– IAM IAM PA controlada com agentes PA controlada com agentes

vasodilatadores e vasodilatadores e ββ-bloqueadores;-bloqueadores;– Diuréticos devem ser reservados para Diuréticos devem ser reservados para

pacientes com congestão pulmonar.pacientes com congestão pulmonar.

Assistência de EnfermagemAssistência de Enfermagem

Intervenções de EnfermagemIntervenções de Enfermagem

• Monitorizar pressão arterial;Monitorizar pressão arterial;

• Observar alterações no nível de Observar alterações no nível de consciência;consciência;

• Monitorar sinais de congestão pulmonar;Monitorar sinais de congestão pulmonar;

• Acompanhar exames laboratoriais;Acompanhar exames laboratoriais;

• Monitorar ECG;Monitorar ECG;

• Monitorar efeitos adversos a Monitorar efeitos adversos a medicamentos;medicamentos;

Obrigada!

rflavia@gmail.com

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