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ISBN978-85-472-1659-7
Opitz,SilviaC.B.Cursocompletodedireitoagrrio/SilviaC.B.Opitz,OswaldoOpitz.11.ed.rev.eatual.SoPaulo:Saraiva,
2017.1.Direitoagrrio2.Direitoagrrio-Brasil3.Direitoagrrio-Jurisprudncia-BrasilI.Opitz,Oswaldo.II.Ttulo.16-1314CDU347.243(81)
ndicesparacatlogosistemtico:
1.Brasil:Direitoagrrio347.243(81)
PresidenteEduardoMufarej
Vice-presidenteClaudioLensing
DiretoraeditorialFlviaAlvesBravin
Conselhoeditorial
PresidenteCarlosRagazzo
GerentedeaquisioRobertaDensa
ConsultoracadmicoMuriloAngeli
GerentedeconcursosRobertoNavarro
GerenteeditorialThasdeCamargoRodrigues
EdioEvelineGonalvesDenardi|VernicaPivisanReis
ProduoeditorialAnaCristinaGarcia(coord.)|LucianaCordeiroShirakawaClarissaBoraschiMaria(coord.)|KelliPriscilaPinto|MarliaCordeiro|MnicaLandi|TatianadosSantosRomo|
TiagoDelaRosa
Diagramao(LivroFsico)MarkelngeloDesigneProjetosEditoriais
RevisoMarkelngeloDesigneProjetosEditoriais
ComunicaoeMKTElaineCristinadaSilva
CapaTiagoDelaRosa
Livrodigital(E-pub)
Produodoe-pubGuilhermeHenriqueMartinsSalvador
ServioseditoriaisSuraneVellenich
Datadefechamentodaedio:7-12-2016
Dvidas?
Acessewww.editorasaraiva.com.br/direito
NenhumapartedestapublicaopoderserreproduzidaporqualquermeioouformasemaprviaautorizaodaEditoraSaraiva.
AviolaodosdireitosautoraiscrimeestabelecidonaLein.9.610/98epunidopeloartigo184doCdigoPenal.
http://www.editorasaraiva.com.br/direito
Sumrio
OsAutores
Abreviaturas
Prefcio
INTRODUOAODIREITOAGRRIO
Captulo1-PosiodoDireitoAgrrio
Captulo2-FontesdoDireitoAgrrio
1.Economiaagrcola.Suaorigem.Propriedadeconsorcial
2.Art.1.255daLein.10.406,de2002(CC/02).Plantioemterrenoalheio.Efeitos.Direitoantigo
3.Ocupaodeenxamesdeabelhas.CC/16,art.593;CC/02,art.1.263
4.Caaepesca.Arts.594e599doCC/16.LegislaodeCaaePesca.Direitoromano
5.Costumecomofontedodireitoagrrio.Art.1.215doCC/16.Arts.21,2,e44doRegulamenton.59.566,de14-11-1966
6.Direitoromano.Direitodeestirpeedireitodecultura.Importncianodireitoagrrio
7.Direitogrego.Suacontribuio.Arts.95,IV,e92,3e4,daLein.4.504/64.Jusprotimesis.Direitodepreferncia.Arts.505e504doCC/02
8.Fonteslegaisdodireitoagrriobrasileiro.Enfiteuse.Arts.683,685,681e692doCC/16.CF/88
9.Funosocialdapropriedade.Art.170,III,daCF.LeidasSesmarias.Art.2doET
10.Art.17doET.Terrasdevolutasfederais.Art.11doET.Histriasdassesmarias.SuaaplicaonoBrasil
11.TerrasdoBrasileaOrdemdeCristo.Terrenosmaninhos.OrdenaesManuelinas.CartaRgiade20-11-1530.Latifndios.Influnciafeudalnacolonizaobrasileira.Possecomomeiodeaquisio
12.Lein.601,de1850.Art.11doET.Respeitoposse.Posselegtima.Art.3daLein.4.947.Possecomculturaefetiva.Art.25doDecreton.1.318,de30-1-1854
13.TerrasdevolutasdosEstados-Membros
14.Constituiode1891.Decreton.19.924,de27-4-1931.Decreto-lein.9.760,de5-9-1946,quesubstituioDecreton.19.924
Captulo3-ConceitodoDireitoAgrrio
1.Cinciassociais.Afinidadesentreelas.Relaododireitoagrriocomoutrascincias.Afinidadecomaeconomiarural
2.Relaescomatcnicaagrria.Comapolticaagrria.Art.2,2,doET
3.Afinidadecomodireitocivil.Suafonteprincipal.Art.92,9,doET
4.Relaocomodireitocomercial.Art.1.364doCC/16.CCde2002
5.Relaocomodireitoadministrativo
6.Vinculaocomaeconomiaemgeral
7.Contatocomodireitoprocessual.Art.107doETeCPC
8.Relaocomodireitopenal.Art.161doCP.Danoecrime
9.Afinidadedodireitoagrriocomoutrosramosdodireito
10.Definiodedireitoagrrio.Explicaodoconceito
11.Art.1doET
12.Resultadodasfontesedasafinidadesdodireitoagrrio
13.Art.1,1,doET.Melhordistribuiodaterra
Captulo4-PrdioRstico
1.Conceitodeprdiorstico.Divergnciadoutrinria
2.Elementosdoimvelrural.Teoriasdalocalizaoedadestinao.Prdiorsticonodireitoromano
3.Art.4doET.Lein.4.504.Conceitolegal.Fundus
4.Prdioruralparaefeitosfiscais.Lein.5.172/66CTN.Art.15doDecreto-lein.57,de18-11-1966.Art.6daLein.5.868/72eRSF313/83
5.Art.22daLein.4.947/66.ExignciadoCertificadodeCadastro.Art.46doET
6.Prdiodemoradiaedeexploraorural.Comoqualific-lo.Hortasegranjas.Impostosdevidosnessescasos
7.Art.4,I,doET.reacontnua:oqueseja.Sentidodapalavracontnuo
8.Classificaodoimvelrural.Propriedadefamiliar.Oqueseja.Histriadapropriedadefamiliar.Direitoromano.Impenhorabilidadedapropriedadefamiliar.Bemdefamlia.Decreto-lein.3.200,de19-4-1941,art.19.Art.70doCC.Herctumepropriedadefamiliar.Indivisibilidadedapropriedadefamiliar.Direitogrego.Conjuntofamiliar.Sentidodaexpressonodireitoaliengena
9.Exploraodiretaepessoal.Sentidodaexpresso.Ajudadeterceiros
10.Agricultornoart.4,I,doET.Art.8,pargrafonico,doDecreton.59.566.CCitaliano,art.1.647.CCportugus,art.1.079.Art.4,II,doET.Absorodetodaforadetrabalho.Sentidodaexpresso
11.Cultivadordiretonadoutrinaejurisprudnciaitaliana.Direitocomparado
12.Minifndio.Histriadominifndio.Direitoromano.Direitoibrico.Art.4,IV,doET
13.Latifndio.Origemdapalavra.Saltus.Legislaoromanasobreamatria.Legislaoportuguesaaotempodacolnia.AliodoProf.RuyCirneLimasobreassesmarias.Latifndioporextensoeporexplorao,noET
14.Oquenolatifndio,conformeart.4,V,a,doET.CdigoFlorestal:Lein.12.651,de25-5-2012.Art.5doET.Art.50,1,doET
15.AtividadesdeCaaePesca
Captulo5-EmpresaRural
1.Famlia.Conceitonodireitoromano.SentidodapalavranoET
2.Espciesdefamlia
3.Famlianosentidoeconmico.Pequenaempresaagrrianaantiguidade
4.Empresadotipofeudal.Grandescompanhiasmercantis.Mercantilismo
5.Conceitodeempresaemgeral.Empresanosentidoeconmicoetcnico
6.Oempresrio.Suafunonaempresacapitalista
7.Propriedadedaempresa
8.Aempresaagrria.DefinionoET.Art.4,VI,doET.Empreendimento.Contedodaatividadedaempresa.Empresaindividualecoletiva
9.RegistrodaempresanoINCRA
10.Naturezajurdicadaempresarural.CC/02,art.984.Art.2,1,daLein.6.404.Sociedadeannima.Suanaturezajurdica
11.Classificaodoimvelruralcomoempresa
12.CC/02,arts.981a1.038.Sociedadescivissobformacomercial.CC/02,art.983.Arts.1.045a1.051;1.039a1.044;e1.052a1.087doCC/02.Dissoluodassociedades.Arts.1.033e1.044doCC/02
13.Empresaruralpblica.Art.10eseu1doET
14.Art.3doET.Sociedadesabertas.Lein.6.404/76
15.Art.3daLein.6.404.Designaodasociedadeannima
16.Propriedadedaterraemcondomnio.Cooperativas.Suanaturezajurdica.CC/02,art.1.093
17.Classificaodoimvelruralcomopropriedadefamiliar.Pequenaempresarural
Captulo6-RestriesaoDireitodePropriedade
1.Relaesdevizinhana.Servidesnodireitogregoeromano.Origemsagradadaservido
2.Servidodeaquaeductus.Suahistria
3.Restrioaodireitodepropriedade.Servides
4.Decorrnciadanoodeservido.Art.1.378doCC/02.Oquecaracterizaaservido.Utilitas.Contiguidadedosprdios.Perpetuidadedaservido.Causaperptuadaservidonodireitoromano.Indivisibilidadedasservides.Art.1.386doCC/02
5.Servidesprediaisrsticas.Espcies
6.Servidodeprdiorsticoencravado.Servidodepassagem.Suaremoticidade.Art.1.285doCC/02.Oquesejaservidodepassagem.Indenizao.Leide9-7-1773.ServidodetrnsitonoCdigodeguas.Art.12doDecreton.24.643,de10-7-1934.Lein.1.507,de26-9-1867
7.Servidodeaqueduto.Alvarde27-11-1804,11.Art.1.293doCC/02.Art.117doCdigodeguas.Art.130doCdigodeguas
8.Servidoaolongodasviasfrreas.Art.163doDecreton.15.763,de7-9-1922
9.Art.151doCdigodeguas
10.Arts.43a46daLein.7.565,de19-12-1986(CdigoBrasileirodeAeronutica)
Captulo7-UsucapioConstitucionalRural
1.Usucapioconstitucionalouprolaboreeusucapioespecial.CF/88,art.191,eart.1daLein.6.969/81.Art.98doET.CC/02,art.1.239.Origem
2.Quempodeusucapir.Direitoantigo.Leide1375.Art.5daLein.601,de1850.CF,art.191
3.Possuircomosua.Sentidodaexpressonalei.Ocupaoeposse.Animusdomini.Doutrinabrasileira
4.Posseporcincoanosininterruptos.Ininterrupto,oqueseja.Interrupodaprescrionousucapiorural.Art.1.244doCC/02.Art.202,I,doCC/02.CPC.Efeitosdainterrupo.Qualqueratoinequvoco.Escritoouoral
5.Usucapio:incapazeseoutros.Prdiorstico.reade50hectares.reainferiorousuperior
6.Produtividadedaterraemoradapermanente.Requisitosdousucapio.Tnicadesterequisito.Aspectoeconmicodaposse.Art.4,II,doET
7.Aquisiodapropriedadepelapossecontnuadecincoanos,maiscultivoemoradia
8.Justottuloeboa-f.Art.1.238doCC.Suaidentidadecomoart.191daCF/88eart.1.239doCC/02
9.Aquisiodedomnio.Lein.6.969/81.Requerimentoaojuizparadeclararodomnio.Ttulodedomnioetranscrio
10.Possejusta.Sentidodoart.1.239.Art.1.208doCC.Indagaosubjetivadopossuidor.Art.1.201doCC
11.Cessodaposse.Impossibilidade.Sucessodaposse.Possibilidade
12.Composseeusucapiorural
13.Capacidadeparausucapir.Objetodaposse.Sualiceidade
14.Comosecontaoprazodecincoanos
15.Possedeestrangeiroeusucapio.Lein.5.709/71.CF,art.190.Requisitosparaousucapiodeestrangeiro.readesegurananacional.Oportugusemfacedousucapioespecial
16.Art.12daLein.6.969/81.Efeitos.Smula445doSTF.Aplicaoimediatadoart.191daConstituioFederalde1988.Efeitos
17.CF/88,art.191,pargrafonico.Propriedade.Bensparticularesebenspblicos.Terrasdevolutaseusucapio.Smula340doSTF.Art.200doDecreto-lein.9.760/49.Decreto-lein.710/38.Lein.6.969/81,art.2
18.Terrasdevolutas.Conceito.Art.5doDecreto-lein.9.760/49.Lein.601/1850.CF/88,arts.20,II,e26,IV
19.Art.2daLein.601/1850.Art.1daLein.6.969.Culturaefetivaemoradahabitual.Art.97doET.Art.102doET.Art.99doET.TtulodedomnioexpedidopeloINCRA
20.INCRAesuafunolegalnoET.Lein.6.383/76.Art.11doET.Aodiscriminatria
21.Legitimaodasterrasdevolutas.Requisitos.PrefernciaparaaquisionaLein.6.383/76
22.Terrasparticularesinsuscetveisdeusucapio.Art.3daLein.6.969/81
23.readesegurananacional.Faixadefronteira.Lein.6.634/79.Decreton.87.040/82.CF/88
24.reashabitadasporsilvcolas
25.reasdepreservaoflorestal,biolgicaseecolgicas
26.ImveisdasForasArmadas.Art.5doDecreton.87.040
27.ImveisdestinadosaosserviosdasForasArmadas.Art.99,II,doCC.Smula340doSTF.CF,art.191,pargrafonico
28.Terrenosdemarinhaeacrescidos.Art.26doET.Art.5doDecreton.87.040.CF/88,art.20,VII
29.Terrenosdemarinhareservados.Conceito.Art.14doDecreton.24.643,de10-7-1934Cdigodeguas.Art.5,4,daLein.4.947/66
30.Art.4daLein.6.969/81.Forocompetenteparaaaodeusucapio.Art.126daCF/69.IntervenodoMinistrioPblico.CF/88,art.109
31.Usucapioadministrativo.Art.4,2,daLein.6.969/81
32.Ritodaaodeusucapio.Art.5daLein.6.969/81.Art.275doCPC/73.Art.318doCPC/2015
33.Requisitosdopedidonaaodeusucapio.Art.282doCPC/73.Art.319doCPC/2015.Citaoecientificao
34.Assistnciajudicirianaaodeusucapio.Art.6daLein.6.969.Lein.1.060/50.CF/88.CPC/2015,arts.98a102
35.Invocaodaposseemdefesa,naaoreivindicatria.Smula237doSTF.Alcancedaregradoart.7daLein.6.969
36.Art.8daLein.6.969/81.Art.153,4,daCF/88.Lein.9.393/96,art.2
37.Perturbaespossedousucapiente.Medidasjudiciais.Art.9daLein.6.969.Art.926doCPC/73.Art.560doCPC/2015
38.Art.10daLein.6.969.Art.589,2,doCC/16.Art.1.276,1,doCC/02
Captulo8-RioseguasCorrentesnoDireitoAgrrio
1.guapblicaeparticular.Art.5doCdigodeguas.CdigodeHamurabi
2.guasnalavoura.Decreton.24.643/34.Usodasguaspblicas
3.Liberdadedousodasguaspblicas
4.Usoparticulardasguaspblicas.Art.8doCdigodeguas.Art.3doDecreto-lein.852,de11-11-1938
5.Derivaodasguaspblicas.Autorizao.Resnullius.Art.62doCdigodeguas
6.Rioqueatravessaapropriedadeparticular.Arts.71e72doCdigodeguas.Propriedadesmarginais
7.Art.74doCdigodeguas
8.Prdiosmarginaisedireitosguas
9.Divisodoprdiomarginal.Efeitos.Art.136doCdigodeguas
10.Art.77doCdigodeguas.Derivaodaguaempontosuperior.Direitogua
11.Derivaopeloterrenodovizinho
12.Prdioribeirinhoeaquisiodeoutropeloseudono.Efeitos.Art.78doCdigodeguas
13.Efeitosdaautorizaodasguaspblicas.Direitosedeveresdosutentes
14.DerivaodasguaspblicassemautorizaodoPoderPblico.Efeitos.Aescabveis
15.Mudanadoleitodorio.Efeitos.Art.1.252doCC/02
16.Poluiodosrios.Art.111doCdigodeguas
17.Extinodaderivaodasguas.Casos.Renncia.Caducidade.Resgate.Expiraodoprazoerevogao
18.Imprescritibilidadedasguaspblicas
19.Terrenosreservados.Art.14doCdigodeguas.Terrenosdeparticulares.Trnsitopelasmargensdosrios.Direitodaadministrao
20.Servidodeaquedutoemfavordeumprdioparaairrigao.Art.36doCdigodeguas
21.Estudohistricosobreadistinoentreguaspblicaseparticulares.Umadecisode1896doTJRS.Legislaocomparada
22.Art.3doCdigodeguas.Perenidadedaguapblica.Art.71doCdigodeguas
23.Dasnascentes.Oqueso
24.Usodasnascentes.Aquemcabe.Art.69doCdigodeguas.Funosocialdasguas.Art.90doCdigodeguas
25.Nascentequevemdeumfosso.Art.91doCdigodeguas
26.Nascentesnaturaiseartificiais.Art.92doCdigodeguas
27.Direitosdosribeirinhossguasquefazemlimitescomoutrosprdios.Art.9doCdigodeguas.lveo.Sobras
28.Obrasnecessriasaoaproveitamentodasguas.Art.71doCdigodeguas.Arts.80e82doCdigodeguas
29.Servidolegaldeaqueduto.Art.117doCdigodeguas
30.Presas,audeserepresas.Art.119doCdigodeguas
31.Autorizaoadministrativaparaderivaodasguaspblicas
32.Servidocoativa.Meiodeimp-laaoprdioserviente.Indenizaoprvia
33.Mododecalcularaindenizao.Art.120,3,doCdigodeguas
34.Art.120,4,doCdigodeguas.guadeinteressepblico
35.Indenizaoaosdonosdosprdiosservientespordanosfuturos.Cauo
36.Aquedutoqueatravessaaviapblica.Art.122doCdigodeguas
37.Art.123doCdigodeguas.Menordanoaoprdioserviente
38.Art.124doCdigodeguas.Aquedutonoprdiodominante
39.Aproveitamentodaguaporconcessoporutilidadepblica.Art.125doCdigodeguas
40.Obrasdoaqueduto.Quemaspaga.Art.126doCdigodeguas
41.Servidoitineris.Art.127doCdigodeguas
42.Art.128doCdigodeguas
43.Limitaoaodireitodepropriedade.Art.129doCdigodeguas
44.Aquedutocercado.Art.130doCdigodeguas
45.Mudanadoaqueduto.Art.131doCdigodeguas.Art.132doCdigodeguas
46.Partesdoaqueduto:lveoemargem.Art.133doCdigodeguas
47.Cessodasguasdoaquedutoporseudono.Art.134doCdigodeguas
48.Prdiodivididoporheranaedireitosguasdoaqueduto
49.Aumentodacapacidadedoaqueduto.Art.135doCdigodeguas.Indenizao.Art.120,2,doCdigodeguas
50.Obrasnecessriasparaimpediroembaraodoaqueduto.Art.137doCdigodeguas
51.Servidodeguaspordestinaodepaidefamlia
Captulo9-EmpresasdeIrrigao
1.Irrigao.Suaimportncianamaiorproduo.Regimejurdico.Suaimportncia
2.Culturadoarrozegua.Cdigodeguas
3.Histriadairrigaonospovosantigos
4.AirrigaonaChina,antigaemoderna
5.Airrigaonandia
6.AirrigaodaPrsiaeAssria
7.AirrigaonoEgito
8.NaSria
9.NaFencia
10.EmCartago
11.NaGrcia
12.EmRoma
13.AirrigaorabeesuacontribuioEspanha
14.NaItlia
15.NosEstadosUnidos
16.NoMxicoenaArgentina
17.NoBrasil
18.Empresaspblicasdeirrigao.Art.57doET
19.PolgonodasecaeaLein.4.593/64.Examedestaleieseuregulamento
20.Art.3daLein.4.593.Art.4doET
21.LotesagrcolasnaLein.4.593eseupreo.Parcelascomponentesdopreo
22.Loteresolveleindivisvel.Art.65doET
23.Art.31daLein.4.593.Empresasprivadasnaadministraodosistemapblicodeirrigao
24.DistribuioonerosadasguasnosistemadaLein.4.593.Taxas
25.PolticaNacionaldeIrrigao.Lein.12.787,de11-1-2013.Projetodeirrigao.Agricultorirrigante.Unidadeparcelar.Incentivos.Gestores.Princpioseobjetivos.Planosdeirrigao
26.Agricultoresirrigantesfamiliares.Prioridade.Lein.12.787/2013
27.Obrasdeinfraestruturageralecusteio.Lein.12.787/2013
28.Empresaprivadadeirrigao
29.Vantagensdasempresasdeirrigao
30.Assistnciatcnica
31.Ensinotcnico
32.Combatesistemticospragas
33.Mecanizaodalavoura
34.Transportedaproduo
35.Instalaodegrandesengenhos
36.AirrigaonoRioGrandedoSul.Airrigaoparticular
37.LegislaosobreirrigaonoEstadodoRioGrandedoSul.Lein.2.434,de23-9-1954.Decreton.52.931,de7-3-2016.Lein.14.328,de25-10-2013
38.DecretoEstadualn.30.191,de1981.ClassificaodasguasdoEstadodoRioGrandedoSul
39.TopografiaesolosdoRioGrandedoSul.Airrigaonessaszonas
REFORMAAGRRIA
Captulo10-HistriadapropriedadenoBrasil
1.FormaodapropriedaderuralnoBrasil.Caudilhismorural
2.Agricultura.Suaimportncia
3.Fimdareformaagrria
4.Distribuiodaterra.Colonizao.Conceito.Colonizaooficialeparticular
5.Distribuiodasterraspblicas
6.Legtimospossuidoresdasterrasfederais.Art.3daLein.4.947/66.Portarian.812/91
7.Colonizaooficial.Comosefaz
8.Colonizaoparticular
9.Regrasobrigatriasnacolonizaoparticular.Projetodecolonizaoesuasformalidades
10.Usucapio.Art.1.238doCC/02.Art.191daCF/88
11.Usucapiodasterraspblicas.CF,art.191,pargrafonico
12.Desapropriaoporinteressesocial
Captulo11-FunoSocialdaPropriedade
1.Direitodepropriedade.Suagarantiaconstitucional.Necessidadeouutilidadepblica.Art.5doDecreto-lein.3.365/41.Desapropriao
2.Desapropriaoporinteressesocial.Limiteaodireitodepropriedade
3.Desapropriao,formadeaquisiodapropriedade.Confisco
4.Ordemeconmica.Princpiosgeraisdaatividadeeconmica.Art.170daCF/88
5.Art.5,XXIV,daCF.Vendaforadadapropriedaderural.Funosocialdapropriedade.Art.2daLein.4.504/64
6.Direitosubjetivodapropriedade
7.Art.1.228doCC.Funoeconmicadapropriedade
8.Histriadaexpressofunosocialdapropriedade
9.Osfisiocrataseacinciasocial
10.Seguranadapropriedade.Art.5,XXII,daCF
11.Socialismodectedra.Dirigismoeconmicoeintervenoestatalnaatividadeprivada
12.DoutrinadeDuguiteafunosocialdapropriedade
13.Art.2,1,doET.Conceitoeconmicodapropriedade.Art.13doET
Captulo12-LimitaodaPropriedade
1.Desapropriaoelimitaodapropriedade.Distino.Indenizao.Preo
2.Adesapropriaonodireitoromano.LiodeJhering.AdesapropriaonaIdadeMdia.SculoXVI
3.FilosofiadadesapropriaonaliodeHugoGrcio
4.Necessidadepblicanodireitoromano.Jusgentium.Jusnaturalis
5.Desapropriaoemcasodeperigopblicoiminente
6.Prviaindenizaodadesapropriaonodireitoromano
7.Adoutrinadadesapropriaodosglosadoreseps-glosadores.AdesapropriaonoCdigodasPartidasnaEspanha
8.Movimentorenascentista.Suainfluncianadesapropriao.Expropriao:sentidodapalavra
9.Desapropriaoporutilidadepblica.Oqueutilidadepblica.Casosdeutilidadepblica
10.Art.17,a,doET.Competncianadesapropriaoporinteressesocial.Art.184e2daCF.Finsdadesapropriaoporinteressesocial
11.Imveisisentosdedesapropriaoporinteressesocial
12.Resquciodoprivilgiodofisco.Art.14doDecreto-lein.554,de25-4-1969.LeiComplementarn.76,de6-7-1993,art.21
13.Formadeindenizaonadesapropriaoporinteressesocial
14.Princpiosqueorientamajustaindenizao.Art.12daLein.8.629/93.LeiComplementarn.76/93comalteraesdaLeiComplementarn.88/96
15.ProcessodedesapropriaoconformeaLeiComplementarn.76/93.Requisitosdapetioinicialdedesapropriao.Recursocabveldadecisojudicialquefixaaindenizao
16.PROTERRA.Decreto-lein.1.179,de6-7-1971
17.Desapropriaoporinteressesocial.Lein.6.602/78.Competnciaparadesapropriarporinteressesocial.OrientaodoSTFeSTJ
Captulo13-LimitesaoDireitodePropriedade
1.Indivisibilidadedominifndio.Art.65doETeart.8daLein.5.868/72.Princpioslegais
2.Partilha.Sentidodapalavraemdireito.Divisoabstrataeconcreta.Art.8daLein.5.868
3.Proibiodedesmembramentodepartesdoprdiorstico.Art.1.314doCC/02
4.Constituiodominifndioporsucessouniversal.Art.88doCC
5.Prefernciaconcedidaaocondmino.Art.504doCC.Art.65,3,doET.Faltadeinteressenaexplorao.Arts.1.323e1.325doCC
6.Efeitosdaindivisibilidadedominifndio(CC/16,art.707;CC/02,art.1.386)
7.Histriadominifndio.Morgadioseoart.65doET.Estabilidadedafamliarurcola
8.Proibiodominifndionalegislaoportuguesa,noperodocolonial.Alvarde6-3-1699
9.Casoemqueosherdeirosoulegatriosnoconcordamcomaadjudicaodesuasparcelas.Efeitos.Sentidodapalavrasucesso
10.Hiptesededoisherdeirosoulegatriosdesejaremexploraraterra.Soluo.Art.1.322doCC
11.Art.8daLein.5.868.Comunhoproindiviso.Direitosdoscondminos.Art.1.314doCC.Gravamespossveis
12.Art.757doCC/16.Sentidodaexpressosefordivisvel.Art.1.420,2,doCC/02
13.Anticrese.Arts.1.314,pargrafonico,e1.506doCC
14.Divisibilidadepossvel,quandoumdosconfrontantescondmino
15.Locaodaparteindivisa.Possibilidade
16.Exceessregrasdosarts.65doETe8daLein.5.868/72.Retrato.Art.1.322,caput,doCC.Art.1doDecreton.62.504,de8-4-1968.Casospossveisdedesmembramentodominifndio.Art.4doDecreton.62.504.Lein.11.446,de5-1-2007
17.Comodeveprocederquempretendadesmembrarumaparceladeumminifndio.Art.4,pargrafonico,doDecreton.62.504/68
18.Proteoflorestal.Suahistria
19.Indivisodosbosques
20.Bosquesparticulares
21.LimitaesaodireitodedispordecertasmadeirasnoBrasil.Regulamentode12-12-1605.Lein.1.040,de14-9-1859,art.12.Madeirasreservadas.Leide15-10-1827.Avisosde19-1-1833,de3-11-1833,de17-11-1834ede7-8-1835
22.Domnioplenodasflorestasbrasileiras.Leisn.12.651en.12.727,de2012.Florestasprotetoras.Florestasdepreservaopermanente
23.Art.8daLein.12.651/2012.Outrasrestriesaosusosdasflorestas
24.Florestasdedomnioprivado.Art.12daLein.12.651/2012.Reservalegal
25.Aquisiodeimvelruralporestrangeiros.Lein.5.709/71eseuRegulamento.CF/88,art.190.Lein.8.629/93,art.23
SOCIOLOGIAAGRRIA
Captulo14-EstatutodoTrabalhadorRural
1.EstatutodoTrabalhadorRural.Conceitodeempregadorural.OempregadoruralnaConstituiode1988
2.Salriodoempregadorural.Descontoslegaisdossalrios.Refeio.Moradia.Salriodomenor.Lein.5.889/73.Trabalhonoturno.Dcimoterceirosalrio.Direitoaele.Avisoprvio.CF/88
3.Prescrio.Salrio.Plantaessubsidirias.Art.12daLein.5.889/73.Empregadodomsticorural.Seusdireitos.CFeLeiComplementarn.150/2015
4.Empregadosafrista.Contratodetrabalhoporpequenoprazo
5.Contratodetrabalho.Suaprova
6.Extinoerescisodocontratodetrabalho
7.Art.483daCLT.Casosderescisodocontratodetrabalho
8.Justacausapararescisodocontratodetrabalho
9.Outrasjustascausasparadispensadoempregado.Incompetncia
10.Abandonodoemprego.Efeitos
11.Improbidade
12.Incontinnciadecondutaemauprocedimento
13.Condenaocriminal:efeitosnocontratodetrabalho
14.Desdiacomprovada
15.Embriaguezhabitual
16.Atoreiteradodeindisciplina
17.Atolesivodahonraoudaboafama
18.Conceitodeempregadorrural.Art.3daLein.5.889/73.Exploraoindustrial.Sentidodaexpresso.Equiparaoaoempregadorrural.Art.4daLein.5.889/73eart.2,2,doDecreton.73.626/74
19.CompetnciadaJustiadoTrabalhoparaconhecerdasreclamaesdosempregadosrurais
20.PrevidnciaSocialdoempregadorural.Lein.8.213/91.Benefcios.Dependentes.Dependenteeconmico
21.PrevidnciaSocialdosempregadoresruraiseseusdependentes.Benefcioslegais
22.Acidentedotrabalhadorrural.Legislao.CF/88,arts.7,XXVIII,e201.Lein.8.212/91eLein.8.213/91.Direitosdosacidentadoseseusdependentes.Despesascomosegurodeacidentesdetrabalho.TrabalhadordomsticoeLeiComplementarn.150/2015
23.Sindicalizaorural.AplicaodaCLT(Decreto-lein.5.452/43).Arts.511a535.Art.4doDecreton.73.626,de1974.Mduloruralparaefeitossindicais.Trabalhadorrural.Conceitoparaefeitodeenquadramentosindical.Legalizaodosindicato.Art.520daCLT.Administraodosindicato.Art.522daCLT.Contribuiosindical.Decreto-lein.1.166/71
POLTICAAGRRIA
Captulo15-ImpostoTerritorialRural(ITR)
1.Importnciadapolticaagrria.Isenodetributos(ET,art.66,eDec.-lein.57/66,art.6)
2.Art.47doET.Tributaoprogressiva
3.ITR.Suacobrana.Competnciaconstitucional.CF/88,art.153,VIe4;art.158,II.Iseno.Lein.9.393/96,arts.2e3.Impostodetransmisso.CF/88,art.155,I,eart.156,IIe2
4.MedidasdepolticaagrriaadotadaspeloEstado.Espcies.ET,art.73.CF/88,art.187.Lein.8.171,de17-1-1991,art.4
5.Finalidadedasmedidasdepolticaagrria.Objetivos
6.Medidasdedistribuiodesementes,mudasetc.Comercializaodosprodutos.ET,arts.76e85.Lein.8.171/91eLein.8.174/91
7.Assistnciafinanceira.Crditorural.Lein.8.171/91
8.Objetivosespecficosdocrditorural.Art.48daLein.8.171/91
9.Exignciaslegaisparaaobtenodocrdito.Art.50daLein.8.171/91
10.Garantiadocrditorural.Garantiarealepessoal.Penhoragrcola
11.Penhorpecurio.Lein.492,de1937.Escrituradospenhores:oquedeveconter
12.Oquepodeserobjetodepenhorrural
13.Penhormercantil.CC/02,arts.1.447a1.450
14.CduladeCrditoRural.Decreto-lein.167,de14-2-1967
15.Penhorindustrial.Decreto-lein.1.271,de16-5-1939,eDecreto-lein.413,de9-1-1969
16.Bilhetedemercadorias
17.Warrant,CDA,CDCA,LCAeCRA
18.Hipoteca
19.Garantiafidejussria
20.ExamedoDecreto-lein.1.179,de6-7-1971,art.3
21.Art.49daLein.8.171/91
Captulo16-Generalidades.Direitodepreferncia.Contratosagrrios
1.Usoepossedaterra.Art.92doET.RetroatividadedaLein.4.504/64eRegulamento,Decreton.59.566/66.Art.80doRegulamento
2.Naturezajurdicadaposseeuso.Douso.Sentido
3.Art.13daLein.4.947/66
4.Requisitosdoscontratos
5.Dosquepodemcontratar
6.Consentimento.Conceito.Espcies:expressoetcito
7.Vciosdoconsentimentooudavontade.Art.92,7,doET;art.19doRegulamento
8.Objetodoscontratosagrrios
9.Casofortuitooudeforamaior
10.Perdadovaloreconmicodoimvelrural
11.Desapropriaodoimvelrural
12.Alugueldoarrendamento
13.Formasdearrendamento
14.Usopacficodoimvel
15.Turbaesdeterceiros
16.Regrasobrigatrias
17.Clusulapenal.Efeitos
18.Rescisoeresoluodocontratoagrrio
19.Pagamentodopreoemprodutos.Art.92,7
20.Divisibilidadeeindivisibilidadedouso
21.Contratosmistos
22.Contratosatpicos.Objetodosarrendamentos
23.Arrendamentodervoreseflorestas.Naturezadasrvoreseflorestas.Imveloumvel.Produto
24.Arrendamentoderebanhos,deanimaisedepomares
25.Arrendamentodeplantasdeviveiro
26.Arrendamentoefloricultura
27.Arrendamentodepedreiras
28.Arrendamentodeguas
29.Reajustamentodoaluguel
30.Direitodepreferncia.Direitofrancs
31.Pactodepreferncia
32.Condomnioedireitodepreferncia
33.Faltadenotificao
34.Direitodeprefernciaepluralidadedearrendatrios
35.Art.46doRegulamento.Suaconstitucionalidade.Direitofrancs.DecisodoSTF.RE86.400.Soluodaespcie
36.Art.92,3.Notificaoprvia
37.Ofertasimuladaedireitodepreferncia
38.Efeitosdafaltadenotificao.Art.92,4,doET
39.Contraquemdeveserpropostaaaodepreferncia
40.Direitodeprefernciaeomdulorural
41.Fraudeesimulaoaodireitodepreferncia
42.Origemdodireitodepreferncia
43.Sub-rogaodoadquirente.Art.92,5,doET
44.Imposiodenusreal
45.Servides.Espcies
46.Dousufruto
47.Extinodousufruto.Efeitos
48.Causasdeextinodousufruto
49.Morteourennciadousufruturioearrendamento
50.Termodousufruto.Efeitos
51.Usufrutosucessivo
52.Cessaodacausadousufruto
53.Destruiodoimvel
54.Consolidao
55.Pelonousoounofruiodacoisa
56.Mauusodoimvel
57.Rennciaaousufrutoousuaalienao.Efeitosnoarrendamento
58.Usufrutohereditriodavivaeoarrendamento
59.Fideicomissoearrendamento
60.Benfeitoriasfeitaspeloarrendatrioeusufruto
61.Danecessidadeounodanotificaodoarrendatriopelonu-proprietriooufideicomissrio
62.Notificaoemcasoderennciaoualienaodousufruto
63.Aodonu-proprietrioparahaveroimvelarrendado
64.ALein.8.245/91eoET
65.Direitorealdeuso
66.Formalidadedoscontratosagrrios.Art.92,8,doET
67.Art.93doET
68.Rennciadedireitos.Art.13daLein.4.947,3,4e5
69.Art.22daLein.4.947/66
70.Art.38doDecreton.59.566/66.Regulamento
71.Benspblicos.Renovaodecontratodessesbens
72.Arrendamentodeimveispblicos
73.Terrasdevolutas
74.Terrasindgenas.CF/88.Lein.6.001/73
75.Outrasmodalidadescontratuais
76.Contedodoscontratosagrrios.Art.12doRegulamento
Captulo17-Arrendamento.Introduo
Captulo18-ArrendamentoRural
1.OarrendamentoruralnoCC/16.NoET.ConceitodearrendamentoruralnoRegulamento(Dec.n.59.566/66)
2.Afinidadedocontratodearrendamentocomoutros.Compraevenda
3.Arrendamentoepromessadecompraevenda.Interpretaodocontrato
4.Arrendamentoecomodato
5.Arrendamentoedepsito
6.Arrendamentoeenfiteuse
7.Arrendamentoeusufruto
8.Arrendamentoeanticrese
9.Arrendamentoruraleurbano
10.Arrendamentoeparceria
11.Contratoagrriopreliminardeparceriaouarrendamento
12.AplicaosubsidiriadoCC.Arts.92e95doETeart.88doRegulamento.DireitosedeveresdosarrendadoresearrendatriosnoCCeRegulamento.Arts.40e41doRegulamento
13.Pagamentodopreodoarrendamento.Moraeseusefeitos.Outrosdireitoseobrigaes
14.Conceitodeprdiorstico.Imvelrural.Espcies
15.Prazodocontratodearrendamento.Art.21,1,doRegulamento.Trminodoprazo.Efeitos
16.Prazonoestipulado.Presunolegal.Retomadaenotificao
17.Art.95,III,doET.Novasculturas.Art.27doRegulamento
18.Prorrogaodocontrato.Renovaodocontratodearrendamento.Prefernciarenovao
19.Oart.95,IV,doETcriouduashiptesesderenovao.Novapropostadoarrendatrio.Motivo
20.Propostaautnticadoestranhonarenovao.Quemestranhoemfacedoart.95,IV,doET
21.Prazodanotificaonaprefernciarenovaodocontrato.Naturezadesteprazo
22.Prazodedesistnciadarenovao.Art.22doRegulamento
23.Opodenovocontrato.Renovao
24.Consentimentoparasubarrendar,ceder,emprestar.Subarrendamento
25.Cessoeemprstimo.OmissonoETeinclusonoRegulamento
26.Emprstimoecomodato
27.Substituiodereaporoutra.Acordodevontadedaspartes
28.Benfeitoriasedireitodereteno.Indenizaodasbenfeitorias
29.Animaisdecriaentreguesaarrendatrio.Suadevoluo.Art.43doRegulamento
30.Entregadoimvelfindaalocao.Responsabilidadedoarrendatriopelousopredatrio,dolosoouculposodoimvelrural.Incndio.Efeitos
31.Extinodoarrendamento.Casos.Art.26doRegulamento
32.Casosdedespejo.Aodedespejo.Art.32doRegulamento.AplicaodoCPC.Art.107doET.Processodedespejo.Purgaodamora.Clusulasquegarantemaconservaodosrecursosnaturais.Art.13,II,a,doRegulamento.Animaldepequeno,mdioegrandeporte.Sentidodessaspalavras
33.Recursosnasaesentrearrendadoresearrendatrios
34.Rito.Aodostrabalhadoresrurais
35.Preodoarrendamentoemprodutos.Suaproibio.Art.18,pargrafonico,doRegulamento
36.Basesparaoclculodoarrendamento.Art.95,XII,doET.Preopotencialparaareanoarrendada
Captulo19-ParceriasRurais
1.Negciosparcirios.Conceito.Capitaletrabalho
2.Parceria.CC/16.CCom.ET.Conceitodeparceria.Suaevoluo
3.Aparcerianodireitoromano
4.Aparcerianodireitoespanhol.Nodireitoargentino.Nodireitocubano.Nodireitoitaliano.Nodireitoportugus
5.RegrassupressivasnoRegulamento.Art.96,V,doET.Normasobrigatriasnocontratodeparceria.Art.13,VII,c,doRegulamento.Benfeitoriaseacessriosdoimvelcedido.Perdadosfrutos.Art.35doRegulamento
6.Extinodasparcerias.Casos.Mortedoparceiro.Efeitos
7.Direitoseobrigaesdoparceiro-outorganteeparceiro-outorgado
8.Fornecimentodecasademoradiapeloparceiro-outorgante.Art.96,IV,doET,eart.48,1,doRegulamento
9.Elementoserequisitosdocontratoescritodeparceria
10.Art.96,VII,doET.Arts.34e48doRegulamento
11.Conjuntofamiliar.Conceito.Arts.7e8doRegulamento.Matriarelativaaotrabalhadorrural.EstatutodoTrabalhadorRural
12.Diversasespciesdeparceria.Parceriaagrcola.Art.5doRegulamento.Conceitodeparceriarural
13.Outrosdireitosedeveresdoparceiro-outorgado.Direitodecaaepesca
14.Risconaparceria.Prejuzosnascolheitas.Art.36doRegulamento.Perdatotaleparcial.Efeitos
15.Parceriapecuria.Suasparticularidades.Suahistria
16.Outrasmodalidadesdeparcerias.IncidnciadoET.Lein.11.443/2007
17.Disposiodosanimaisnaparceriapecuria
18.Parceriasagroindustrialeextrativa.Lein.11.443/2007
Captulo20-ContratodePastoreio
1.Origemdopastoreionospovosprimitivos.Propriedadecomunal.Divisoentrefamlias.Usufrutocomum
2.Importnciadopasto.OpastoreionaBabilnia.CdigodeHamurabi.GadodegrandeepequenoportenesteCdigo
3.Acomunidadedepastos.Comunidadedagua,pastoematos
4.Comrciodemulas.SuainfluncianoBrasil.Invernagem
5.Contratodepastoreio.Conceito.Lein.13.246daR.Argentina.Brevidadedocontrato.OpastoreionaobradeOrtizdeRozas.Opastoreionalegislaouruguaia
6.Contratodepastagem.Existnciaemnossopas.Casosexaminadospelostribunais.Suacomparaocomodepastoreio.Distinoentreeles.Art.4daLein.13.246/48argentina
7.Invernagemcomoparceria.Art.4doRegulamento.Suatipicidade.Art.39doRegulamento.Concluses
8.Contratodecambo
Arrendamentodeprdiorstico
Arrendamentodeimvelrural
MODELODECONTRATODEPARCERIAAGRCOLA
MODELODECONTRATODEPARCERIAPECURIA
MODELODECARTADEPROPOSTADEARRENDAMENTO
MODELODECARTADENOTIFICAO
NOTIFICAOJUDICIAL
NOTIFICAOJUDICIAL
PEDIDOEMAODEDESPEJO
NOTIFICAOJUDICIAL
MODELODECARTADENOTIFICAO
OsAutores
OSWALDOOPITZnasceunacidadedeSantaMaria,RioGrandedoSul,em20demarode1914,
ondecursouosestudosdeprimeiroesegundograus.
Mais tarde veio para Porto Alegre, onde prestou concurso pblico para os Correios e Telgrafos,
lograndooprimeirolugar.AlitrabalhouparacustearseusestudosdeDireito,graduando-seemCincias
JurdicaseSociaispelaFaculdadedeDireitodaUniversidadedoRioGrandedoSulem1939.
PrestouconcursoparaJuizSubstituto,sendonomeadoem12dejulhode1946,eempossadoem12de
agostodessemesmoano.
ServiunascomarcasdePassoFundo,Pelotas,SoLeopoldoe,finalmente,foipromovidoparaaquarta
entrncia,PortoAlegre,em22dejunhode1957.
Em18dejulhode1960,assumiuajurisdiodaVaradeAcidentesdoTrabalho,ondepermaneceupor
quaseseteanos,idealizandooServioMdicoJudicirio,eondepreparouaobraEstatizaodoseguro
deacidentedotrabalho,emtrsvolumes.
Em19dejaneirode1967foinomeadosubstitutodedesembargador,juntoCmaraCriminalEspecial
doTribunaldeJustiadoEstadodoRioGrandedoSul.
Em14demarode1968foipromovidoadesembargador,aposentando-se,apedido,em22deabrilde
1969.
Faleceuem13dedezembrode1982,comsessentaeoitoanos,emPortoAlegre.
Deixouvivaedoisfilhos:JosAlbertoBarbosaOpitz,cirurgiodentistaeprofessordeanatomiada
UFRGS(falecido),eSilviaBarbosaOpitz,ProcuradoradoEstadodoRioGrandedoSul(aposentada)e
advogada.
SILVIACARLINDABARBOSAOPITZ,filhadeOswaldoOpitzeCarlindaBarbosaOpitz,nasceu
emSantongelo,RS,em2dejunhode1945.
Bacharelou-seemCinciasJurdicaseSociaispelaFaculdadedeDireitodaUniversidadeFederaldo
RioGrandedoSul,noanode1968.PrestouconcursoparaaProcuradoria-GeraldoEstadoem1976,
exercendoocargodeprocuradoradoEstadoatsuaaposentadoria,emmaiode1996.
AtualmenteadvogadaemPortoAlegre.
RelaodeObras
Acidentesdotrabalhoedoenasprofissionais.1.ed.,1977;2.ed.,1984;3.ed.,1988.*
Alienaofiduciriaemgarantia.1978.*
ComentriosNovaLeidoInquilinato.1963.
ComentriossNovasLeisdoInquilinato.1.ed.,1970;2.ed.,1970;3.ed.,1971;4.ed.,1974.*
ContratosagrriosnoEstatutodaTerra.1.ed.,1969;2.ed.,1971;3.ed.,1974.*
Contratosdedireitoagrrio.1.ed.,1977;2.ed.,2000.*
Direitoagrriobrasileiro.1980.
Direitodaeconomiaagrria.1971.*
DiretrizesdaLeidoInquilinato.1965.
Estatizaodosegurodeacidentedetrabalho:aplicaodaLein.5.136.1968.3v.
Integraosocial(PIS).1971.
Locaopredialurbana.1.ed.,1979;2.ed.,1981.*
Moradalocaopredial.1963.
Moranonegciojurdico.1.ed.,1966;2.ed.,1984.*
Novosaspectosdoarrendamentoeparceriasrurais.1966.
Novosrumosdalocaopredial.1.ed.,1966;2.ed.,1967.
Princpiosdedireitoagrrio.1970.*
Problemasdelocaocomercialeindustrial.1.ed.,1963;2.ed.,1964;3.ed.(LeideLuvas),1966;4.
ed.,1974.*
Problemasdelocaopredial.1.ed.,1960;2.ed.,1962.
Teoriaeprticadasobrigaes.1973.
Tratadodedireitoagrrio.1983.*
*ObrasemparceriacomSilviaC.B.Opitz.
Ohomemenoaterradeveserabasedetodareformaagrria.
RuyCirneLima
Abreviaturas
Ac.Acrdo
ACApelaoCvel
AgIAgravodeInstrumento
AgPAgravodePetio
AgRgAgravoRegimental
AIAtoInstitucional
AJArquivoJudicirio
Ap.Apelao
Arq.For.ArquivoForense
CCCdigoCivil
CComCdigoComercial
CFConstituioFederal
CPCCdigodeProcessoCivil
CSNConselhodeSeguranaNacional
CTNCdigoTributrioNacional
DJDiriodaJustia
DJeDiriodaJustiaeletrnico
DJUDiriodaJustiadaUnio
DOUDirioOficialdaUnio
ECEmendaConstitucional
EIEmbargosInfringentes
ETEstatutodaTerra
ITRImpostoTerritorialRural
ITUImpostoTerritorialUrbano
JTACSPJulgadosdoTribunaldeAladaCivildeSoPaulo
JTARSJulgadosdoTribunaldeAladadoRioGrandedoSul(extinto)
Jur.Min.JurisprudnciaMineira
LINDBLeideIntroduosNormasdoDireitoBrasileiro
MSMandadodeSegurana
RDCivRevistadeDireitoCivil
RERecursoExtraordinrio
REspRecursoEspecial
Rev.Jur.RevistaJurdica
RFRevistaForense
RJTJRSRevistadeJurisprudnciadoTribunaldeJustiadoRioGrandedoSul
RSTJRevistadoSuperiorTribunaldeJustia
RTRevistadosTribunais
RTJRevistaTrimestraldeJurisprudncia
STFSupremoTribunalFederal
STJSuperiorTribunaldeJustia
T.Turma
TASPTribunaldeAladadeSoPaulo(extinto)
TFRTribunalFederaldeRecursos(extinto)
TJGBTribunaldeJustiadaGuanabara(extinto)
TJMGTribunaldeJustiadeMinasGerais
TJPETribunaldeJustiadePernambuco
TJRJTribunaldeJustiadoRiodeJaneiro
TJRSTribunaldeJustiadoRioGrandedoSul
TJSCTribunaldeJustiadeSantaCatarina
TJSPTribunaldeJustiadeSoPaulo
Prefcio
Desde aquele longnquo ano de 1922, quando foi criada a primeira cadeira deDireitoAgrrio, na
UniversidadedePisa,eeditadaaprimeiraRevistadeDireitoAgrrionomundo,asquestesruraistm
sidoobjetodenormasconstitucionaiselegais,deobraseartigos,revelandodezenasdejuristasvoltados
para seu estudo, impondo-se, no alvorecerdonovomilnio, comoumdosmais importantes ramosdo
Direito, quando o homem e a natureza, confrontados durante tantos e tantos sculos, veem chegado o
momento,talvezomaiscrucial,deelaborarumaconvivnciaharmnicaepacfica,racionalemetdica,
voltadaparaasobrevivnciadeamboseaconservaodasespcies.
O estudo das questes agrrias, do meio ambiente, do desenvolvimento sustentvel, da relao do
homemcomaterra,daproteodoagricultor,daproteodaterra,edetodososassuntosreferentesao
meioruraleaomeioambientedemximaatualidade.
Esperamos que a presente obra contribua para o aprimoramento dos debates em torno do Direito
Agrrio.
OsAutores
INTRODUOAODIREITOAGRRIO
RompendoovetustoliberalismoeconmicoqueseimplantounoregimedasterrasruraisnoBrasil,a
Lein.4.504,de30-11-1964,ditouoconjuntodemedidasquevisaapromoveramelhordistribuioda
terra. Introduziram-semodificaesde regimedeposseeusoda terra rural,contrriasquelapoltica
liberal,afimdeatender-seaosprincpiosdeJustiaSocialeaoaumentodaprodutividade.OEstatutoda
Terra (ET) foi o segundo passo para a proteo do agricultor e do trabalhador rural, porque este j
recebera o amparo devido com a Lei n. 4.214, de maro de 1963, que estabelecera o Estatuto do
TrabalhadorRural(posteriormentereguladopelaLein.5.889,de8-6-1973).Apesardisso,nota-seainda
noETgrandedosedeautonomiadavontadedoscontratantes(DireitoAgrrio,Lein.4.947,de6-4-1966,
art.13)comosinalmarcantedasdoutrinasdoseconomistasmanchesterianos,queforamosgigantesda
defesadaliberdadeeconmicaedanointervenodoEstadonolivrejogodosinteressesindividuais.
Uma leituradas leis referidas, relativas reformaagrria,deixaa impressodequeo legislador teve
cautelanospreceitosqueadotoucomalgumatimidezat,talvez,porsetratardeumamedidaviolentaque
merecia ponderao e experincia em sua aplicao, para evitar que o excesso de rigidez pudesse
quebrarouentorpeceraharmoniadosinteressesdosproprietriosedosagricultores.
NosepodenegarqueoBrasilumpaseminentementeagrcola,emborasevislumbrejumgrande
ndice de industrializao;mas no terreno da reforma agrria anda de gatinhas em relao a pases
mais adiantados, tal como a Inglaterra. Nosso ET, combinado com o Trabalhador Rural, pode ser
equiparado nas suas linhas gerais ao Trade Board Act, de 1909, do Reino Unido. Basta uma
comparaoligeiraparaseverificarqueoETbrasileiroadotoumedidasquejeramexigidasnoReino
Unido.Assimtemosemprimeirolugarafixaodosalriomnimolegal;emsegundo,amoradiarurale,
emterceiro,apropriedadeeocultivoparcelrio.
Notocanteaosalriomnimo,eraelefixadoporumacomissotcnicaqueteriaqueverificaroquanto
deveriapercebero trabalhador ruralparamanter-se, sustentar sua famliaepagarumamoradiadigna.
OutracoisanodispeaLein.5.889(EstatutodoTrabalhadorRural)bemcomoaLein.4.504(ET),em
seuart.96,VII,pargrafonico,quandoasseguraaolocador(trabalhadorrural)pelomenosapercepo
dosalriomnimonocmputodasparcelas.Amedidalegalreferidateveporfimajustar-sescondies
devidadetodootrabalhadorbrasileiro,poisnenhumalegislaosobreosalriooperrioseradequada
senotiveremconsideraoasnecessidadesdecadaumedesuafamlia,ou,comodizoatoingls,o
TribunaldeSalriostemodeverdefix-loimediatamente,pelomenosemumaquantidadequepermita
aocamponssemanter, sustentarsua famliaepagarumavivendadigna.Almdisso,essas leis tma
mesma significao da Small Holdings and Allotments Act, de 1907, impedindo que o latifndio
continueimplantadonoBrasil.OETprocuradesmembraragrandepropriedadedosolo,monopolizada
porumaminoria,adotandoadivisoprevistanoart.4,massemesqueceraproteosocialeeconmica
devidaaosarrendatrioscultivadoresdiretosepessoaisdaterra(Lein.4.947/66,art.13,V).Ocultivo
parcelrio tevepor fim,conformesalientouArthurYung, livrarosagricultoresdasmscondiesdos
arrendamentos.Estafoiaformadeexploraopreferida,conformecomprovaramasestatsticas.
ALei de1907procuroudefender os interesses dos colonos, atendendo assinaladapredileoque
tinhampelosarrendamentosenecessidadededarasgarantiaslegaisaessescontratosqueviviamquase
exclusivamentesubmetidosboa-f.Foramasseguradasasseguintescondies:1)fixaodeumarenda
justaquenoestivessemercdasalternativasarbitrriasdomercado,masfossefundadanacapacidade
produtivadoimvelrstico,determinadaporperitos.NotocanteaoETbrasileiro,preferiu-seafixao
da renda, tomando-se por base o valor cadastral e fixando em 15% (quinze por cento) o preo do
arrendamento, excludas as benfeitorias (art. 95, XII); 2) segurana na posse do imvel, para que o
colonoqueocultivabemepagaoarrendamentonopossaserdespejado,comoocorriacomfrequnciae
sem nenhuma garantia. Igual medida tomou o ET brasileiro, estabelecendo no s a preferncia na
renovaodocontratodearrendamento, como tambmapreferncia, emcasodealienaodo imvel
arrendado, visando-se com isso a conservar o arrendatrio ou parceiro agrcola na posse da terra
cultivada; e, finalmente, 3) a indenizao das benfeitorias realizadas pelo arrendatrio durante o
transcursodocontrato.Nooutratambmaseguranaconcedidaaoarrendatrio,aoparceiroagricultor
oupensador,pelosarts.95,VIII,e96,V,e,doET.
Todas essas condies estabelecidas pela lei trouxeram incalculveis benefcios aos camponeses
inglesesecriaramumapopulaoruralindependente.Espera-sequeasmedidasidnticasadotadaspelo
ETeDireitoAgrriocheguemaomesmoresultado.
Deve-se lembrar ainda que o despovoamento rural no exclusivo do Brasil, mas foi tambm um
problemanaInglaterrae tornou-secomuma todosospasescomcertaextenso territorial,devidoaos
efeitosdo regime industrial.Por isso,nosepodenegaramanifestanecessidadedo intervencionismo
estatal,adotandoasmedidasconstantesnoET.EstaintervenodoEstadosejustificava,mesmoporque
era precria a situao dos operrios do campo que estavam e ainda continuam em condies quase
miserveis.Porisso,oETresolveunosoproblemaeconmico,mastambmojurdico,condensando
nasregrasconstantesdaLein.4.504assoluesqueexigemumprincpiodeJustiaSocial.
No possvel exporem-se aqui nesta introduo todas as vantagens e benefcios constantes daLei
Agrria;pormasqueforamdestacadas,comparativamentecomareformaagrriainglesa,servempara
seterumaideiadoquantoseesperadanovaLei.
Alm disso, como no nosso pas, na ltima dcada do sculo XIX o Reino Unido teve tambm o
fenmenodoxodoruralpelafugadocamponsparaacidade,ondeaufeririamelhoressalrioseporque
emalgunscondadososalriopagoeramuitobaixo.Paraimpedirissofoiqueseadotouaimplantaodo
salrio legalmnimo para os camponeses, demodo que a relao existente entre a renda lquida dos
proprietrioseasomatotaldestinadaasalriopermitisseaumentarestessemqueadiminuiodaquela
sefizessesentirparaosproprietrios rurais.Amisriaquecampeianomeioruraloperriode todoo
Pasfoiumdosmotivosquelevouoautordoprojetoaapresent-loaoPoderLegislativo,oqueresultou
naLein.4.214eatualmentenaLein.5.889/73,quehojeoEstatutodoTrabalhadorRural.
No tocante moradia, teve tambmoReinoUnidograves problemas e foi por isso considerada de
maior importncia do que a fixao do salrio. Foi sempre um assunto de grande preocupao na
Inglaterra.Desde1851foiobjetodemltiplasnormaslegaisque,infelizmente,notiveramoresultado
almejado.Comissestcnicasforamnomeadaseinformaramunanimementequeeraescassaeinsalubrea
moradia nos distritos rurais, considerando-se tambm que isso foi causa de misria e mal-estar,
fomentando grandemente o xodo rural. Uma das leis que pretendeu resolver esse problema foi a
HousingAct,de1890,quenotevemelhorxito,salvonacidade.Teve,noentanto,ograndemritode
tornar o problema conhecido em toda sua extenso. Depois disso, pela Housing and Town Planning
Act, de 1909, procurou-se melhorar a situao, construindo-se inmeras casas (cottages), porque a
iniciativa privada era muito reduzida e a principal causa disso era a escassez de salrio, que no
permitiapagarrendasremuneradoras:anteesseriscoosproprietriosruraisseabstinhamdeconstruir.
Foiadotadotambmcrditoaosconselhosrurais,paraomesmofim,comgrandexito.Poisbem,nosso
ET tambm visa s mesmas medidas, impondo ainda que o proprietrio rural assegure ao parceiro
agricultor ou pensador, que residir no imvel rural, casa de moradia higinica, para atender ao uso
exclusivodesuafamlia.NoETtambmtemosnormasarespeito,quandooarrendatrio,proprietrioou
parceiro, pensador ou agricultor, d moradia para o trabalhador rural. Dentro dessas medidas,
encontram--seasquefavorecemobem-estardostrabalhadoresquelabutamnaterra,assimcomoode
seusfamiliares (ET,art.2).Opoderpblicoainda temodeverdepromoverecriarascondiesde
acessodotrabalhadorruralpropriedadedaterraeconomicamentetil,depreferncianasregiesonde
habitaou,quandoascircunstnciasregionaisoaconselhem,emzonaspreviamenteajustadasnasformas
regulamentaresdalei,medianteadesapropriaoporinteressesocial.Aindalhecompetezelarparaque
apropriedadedaterradesempenhesuafunosocial,estimulandoplanosparaasuaracionalutilizao,
promovendoajustaremuneraoeoacessodotrabalhadoraosbenefciosdoaumentodaprodutividade
eaobem-estarcoletivo.Oconjuntodetodasessasnormasdenomina-sepolticaagrcola.
O ET assegura a todo agricultor o direito de permanecer na terra que cultiva, dentro dos termos e
limitaesdalei,observadas,semprequeforocaso,asnormasdoscontratosdetrabalho.Entreosmeios
quea leigaranteaoagricultorestaparcela (ou lote)de terra rstica, emreasdestinadas reforma
agrria ou colonizaopblica ou privada.Aoproprietrio dessas reas a lei denomina parceleiro.
Medida idntica verificou-se na Inglaterra com o processo do cultivo parcelrio. No significou a
medidaesqueceraimportnciadosalrioedavivenda,porquesevisavabuscadaindependnciado
trabalhador rural com o objetivo de se conseguir uma agricultura florescente. Para conseguir isso,
precisava-se fomentar a populao rural, procurando manter-se a j existente, bem como seus
descendentes,porqueimpossveleraoretornodaquelesquehaviamemigrado.Ocultivoparcelrio,tanto
naInglaterracomononossomodernoET,visaacolocaroagricultoremntimocontatocomaterra,de
modoaseratradoporela;masparatantoprecisoqueseabramoscaminhosdeacessodoagricultor
propriedade,dando-lheseguranae facilidadenaexploraodo imvel rural.Eminmerosartigosdo
ETdeparamoscomessa finalidade.Exigia-se tambmnoReinoUnidoquenocasodearrendamento -
fossem fornecidas aos agricultores pequenas quantidades de terra separadas das moradias, porm
prximasdelas,paraplantaespequenasouhortasquesedestinavamalimentaodeseusfamiliares.
Outracoisanodispeoart.96,IV,partefinal,queobrigaoproprietrioadaraoparceiroagricultorou
pensadorreasuficienteparaahortaecriaodeanimaisdepequenoporte.
Se quisermos reter no imvel rural os jovens filhos de agricultores, precisamos criar uma ideia de
independnciaqueelesnotm;issoseconseguepossibilitando--lhesoacessoterraedando-lhesa
esperanadeprosperidadequeavidadacidadenolhesd.Porisso,ocultivoparcelrioreconhecido
comotiltantopelosliberaiscomopelosconservadores.
Tantodopontodevistadointeressenacionalcomodosocialocultivoparcelriopreferido:1)por
facilitarumadistribuiomaisprodutivadaterra,evitando--seassimquemuitosarrendatrioscultivem
extensivamente grandes superfcies; 2) por ser mais adequado s necessidades de produo de que
necessitaapopulaonacional,principalmentenasproximidadesdosgrandescentrosconsumidores,tais
comoaves, ovos, leite, verduras etc., que se obtmcommaior economiadoque trazidosdedistantes
regies; 3) porque d ocupao a nmero maior de pessoas. Espera-se que, com o ET, se venha a
verificarumaumentodeprocuradepequenaspropriedadesparaaexploraoagrria,incrementando-se
assimaprodutividadedaterraeaproduonacional.
OplanodoETnovisaaumasimplesfixaodoagricultor,masaseuamparotcnicoecreditcio.Vai
maislongeaindaquandoproporcionaamodernizaodosprocessosagrcolascomofimderacionalizar
a produo e aument-la. Cabe ao poder pblico, nessa interveno saneadora, proporcionar ao
agricultor os meios necessrios para que se torne um produtor capaz de vencer as dificuldades
climticas,bemcomoasincertezasdecolocaodeseuproduto,quesempreficoumercdosmercados
mais prximos. Para tal fim, o novo ET prev amecanizao da lavoura, a eliminao do latifndio
improdutivoeoimpedimentodominifndioexageradopeladivisoordenadadapropriedade.
Parasealcanartoaltoobjetivo,torna-senecessrioqueopoderpblicoprovidencieosaneamento
deregiesagrcolas,corrigindoosistemadeguaeconstruindoestradaspavimentadasquepossibilitem
oescoamentofcileeconmicodaproduoagrcola.Ocolonodeveteracertezadequeomautempo
no impedirque transporteseusprodutosparaosmercadosconsumidores,evitando-se,assim,quese
sujeite, como ocorre hoje, aos exploradores e intermedirios. Por isso, o poder pblico vedou que o
proprietrioexigissedoarrendatrioedoparceiroexclusividadedavendadacolheita.
Amecanizaodalavouradesumaimportncia,porquevemsubstituirobraohumanodoagricultor
que imigraparaacidade,ondeoprocesso industrial lhedmaioresbenefcioseoportunidades.Alm
disso,amodeobradotrabalhadorrural,emnossosdias,carademaisparaostrabalhosdocampo;da
anecessidadedesubstitu-lapeloprocessomecanizadoqueaumentaaprodutividadesem sacrifcioda
pessoahumana.
Captulo1
POSIODODIREITOAGRRIO
Hojejnosediscuteaexistnciadodireitoagrrio,emfacedasdisposies legaisqueregulama
propriedade territorial rural e os contratos agrrios.Uso e posse do prdio rural esto regulados por
normasconstantesdoETeleisqueointegram.Odireitoagrriogiraemredordedireitoseobrigaes
concernentesaosbensimveisrurais,suaposseedisposio.Nosepodenegarque,depoisdoadvento
doET,reconhece-seaexistnciadodireitoagrriocomodisciplinaautnoma,bemcomoseucarterde
direitoespecial,emboraseaceiteaponderaodequesuasnormassoinfluenciadas,muitasvezes,por
materiaistiradosdeoutrosramosdedireito,dembitomaisgeral.Isso,porm,noexcluisuaautonomia
ouindependncia,porquenobastanteparalhetiraressacategoriadequeasnormasqueointegram
sejam recolhidas numa lei ou num cdigo (FernandoCampuzano,Rev. deDerecho Privado, 20:363).
ConformeCarrara (Diritto agrario, t. 1, p. 28), a autonomia do direito agrrio somente depende da
existnciadenormasepreceitosquederroguemosdodireitocomum,porquesaderrogaorompeo
vnculohierrquicodedependnciaecolocaemsituaoautnomaumdeterminadoramodedireito.
Dentrodessalio,nocabedvidadequeodireitoagrriobrasileiroindependenteouautnomo,
porque houve derrogao do direito comumno somente em relao aos contratos de arrendamento e
parceria como tambm a respeito das limitaes ao direito de propriedade rural e sua distribuio.
Embora essa autonomia seja relativa, no deixa de ser o direito agrrio independente, com normas e
princpiospeculiares,porqueodireitouno, easdiversasdivisesque seestabelecemnele somente
servemparaordenarefracionaramatriaefaz-lamaisacessvelaoestudo(Zulueta,Derechoagrario,
p.5).
Oexamedeautonomiadodireitoagrriobrasileiropodeserestudadodospontosdevistalegislativo,
cientficoedidtico.Nohdvidaque,porforadoart.8,XVII,b,daCF,competeUniolegislar
sobredireitoagrrio.
desesalientarqueoart.1daLein.4.947,de6-4-1966,estabelecenormasdedireitoagrrio,na
forma do ET (Lei n. 4.504, de 30-11-1964). Ainda a, caracterizando mais a autonomia do direito
agrrio,estabelecepreceitospeculiaressuamatria,taiscomo:Isobreousooupossetemporria
daterra,naformadosarts.92,93e94daLein.4.504;IIsobrearrendamentoeparcerias,naforma
dos arts. 95 e 96 damesma lei; III sobre obrigatoriedade de clusulas irrevogveis que visem
conservaode recursosnaturais; IVsobreproibiode renncia,porpartedoarrendatriooudo
parceiro no proprietrio, a direitos ou vantagens estabelecidas em leis ou regulamentos;V sobre
proteosocialeeconmicaaosarrendatrioscultivadoresdiretosepessoais(Lein.4.947,art.13).A
matriasobredireitoagrrioestcontidaemleisprprias,jreferidas.
Os princpios estabelecidos pelo Estatuto e seus regulamentos formam um todo orgnico, suficiente
paraconstituiroobjetodeumatrataocientficaautnoma,queimpostanecessariamentepelarazo
tcnica dos institutosmesmos (Mario de Simone,Lineamenti di diritto agrario, p. 9). O ET contm
normas peculiares ao direito agrrio, que no se encontram nos demais ramos de direito. Elas se
destacampeloseucartergeral,noobstanteoempregoderegraspertencentesaoutrosramosjurdicos,
comosepodeverpeloestudodesuaafinidadecomeles.
Notocanteautonomiadidtica,norestadvidaque,hoje,noBrasilelaestseimpondo,tantoque
vrias faculdades j tm a ctedra de direito agrrio, dando incio ao grande trabalho patritico de
divulgaodessedireito,antigonaverdade,maspoucoestudado.Actedradaraosnossos juristasa
oportunidade de realizar estudos e pesquisas para o aperfeioamento dessa disciplina, dando toda a
extensoeamplitudequeelamerecenaatualidade,topreocupadacomoproblemadaterra.
Captulo2
FONTESDODIREITOAGRRIO
1.Economiaagrcola.Suaorigem.Propriedadeconsorcial
Aelaboraojurdica,dealgummodo,superaotempo,fundidoopassado,opresenteeofuturo.D
novosentidoaoquesedispsnopassadoquandojnemmaissesabemasrazespelasquaisassimse
disps(D.1,3,20).Informaopresente,ordenando-osegundooquefoi(D.1,3,28)esegundooqueh
deser (C.1,14,7).E,ao fimeaocabo, reunindo,de talarte,opassadoeo futuroparaafeioaro -
presente,oesforodojuristanosenoumesforoemdemandadarealidade,buscadafixao,num
momento dado, do desenho que se afrouxa e dissolve no perene curso do tempo (Ruy Cirne Lima).
Nenhumapassagemmaiseloquenteserviriaparaseiniciarumaobrajurdicasobredireitoagrriodoque
essadoeminentemestre.Nopossveloexamedasleisagrriasnacionaisemvigor,semantesfundiro
passado com o presente, para que ambos possam iluminar a senda jurdica do futuro. nas fontes
subterrneas dos usos e costumes dos agricultores romanos que vamos buscar a linfa de muitas
instituiesjurdicasaindaemvigoremmuitosestatutoslegais,emdiversaspartesdomundorural.Sem
sepretenderumaindagaohistricaprofunda,-seforadoavoltarasvistas,mesmoquesumariamente,
sobreosusosecostumesdaquelescriadoresdedireitoseobrigaesquevenceramotempo,emborao-
presentenosaibamaisasrazespelasquaisassimsedisps.
Nosepodenegaraimportnciadisso,porquesesabequeaeconomiaagrcolaprecedeudesculosa
economiaurbana.Aquela tevesuaorigemnaVila,em tornodaqualas famliasdoscultivadoresda
terraseestabeleciamroturandoosoloesemeando-o.Cadafamliapossuaumtratodeterraparaplantar,
queerarespeitadopelosdemais,emborafossedeusocomunalagua,opasto,osmonteseasflorestas.
Nasce, assim, a chamada propriedade consorcial (ou comunal), que no era pblica,mas privada. A
Vilaeraumaorganizaoeconmicaagrriade carterunitrio,quenoslegouumaestruturajurdica
cujosvestgiosseencontramemnossosrepertrioslegais.
Imensa foi a contribuio dessas agrupaes rurais de origem econmica. Constituam um corpo
fechadodefamliasdosantigosfundadoresepossuidoresdasterras(Lattes,Ildirittoconsuetudinario
dellecittlombarde,p.154,apudJuanBeneydoPrez,Estudiossobrelahistoriadelrgimenagrario,
p. 89). Era norma de direito consuetudinrio a proibio de se vender a estranhos a propriedade
confrontante,criando-seumaprefernciaemfavordoproprietriovizinho.Essecostumepassouparao
direito espanhol e vamos encontr-lo em muitos Fueros de Espanha com o nome de retrato ou
preferncia.Esseinstitutopassouparaodireitoportugusechegouatns:estrepresentadopeloart.
8,4,daLein.5.868,de1972.Arazodessedireitoconferidoaoconsortevizinhoestnocarter
unitriodaVila.Estaeraindivisvel,comoindivisvelocondomniodecoisaindivisvel.
2.Art.1.255daLein.10.406,de2002(CC/02).Plantioemterrenoalheio.Efeitos.Direitoantigo
Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde, em proveito do proprietrio, as
sementes,plantaseconstrues,mastemdireitoindenizao.Nooter,porm,seprocedeudem-f,
caso emque poder ser constrangido a pagar os prejuzos (CC, art. 1.255).Esse princpio resulta de
certamoderaoresultantedaboa-fedaequidadequeamenizouocostumemedieval-romano,emqueo
edificado,semeadoouplantadocediamaosolo,demodoqueoproprietriodofundonotinhamotivo
algum para indenizar o valor daquelas benfeitorias. Passou para oDigesto, 41, 1, 7, 13: Si alienam
plantaminmeosoloposuero,meaerit;exdiverso,simeamplantaminalienosoloposuero,illiuserit.
Demodoqueaplantaouasemeadurapertenciamaodonodapropriedaderuralporacesso,oquese
tornoudepoisumadasformasdeseadquirirodomnio(CC,art.1.248,V).Seapropriedademelhorou,
isso se deve a obra natural; somentemais tarde, devido a uma ideia de boa-f, se vai atingindo uma
soluomaisjustaquefoialcanadaaindamaistardeepassouparaodireitopositivo.Issosedeuem
plena poca da territorializao, pela influncia alem, tendo Grimm, Ficker e Hinojosa advertido e
qualificadoessedireitodemaisalemoqueodaLex.,porexemplo,ocasodoFueroViejo,IV,3,3,
queestabelecenocasodesemeadurasobreterraalheiaodireitodosemeadoraseg-laeaobrigaodo
proprietriodenoexigirdo lavradoroutracoisa senoseudireitode terooudequartoqual for a
terra(Prez,Estudios,cit.,p.115).
3.Ocupaodeenxamesdeabelhas.CC/16,art.593;CC/02,art.1.263
Sobre a ocupao de enxames de abelhas, temos a regra: So coisas sem dono e sujeitas
apropriao:()IIIOsenxamesdeabelhas,anteriormenteapropriados,seodonodacolmeia,aque
pertenciam,osnoreclamarimediatamente(CC/16,art.593),hojetratadagenericamentenoart.1.263
doCC/02.Asabelhassoassimiladasaosprodutosdosolo.Odireitonrdicoregulaodescobrimentode
enxamesouKoppofunder,conferindoumaparteaoinventoreoutra iuresoliaoproprietriodoterreno;
quando a descoberta se fazia em terreno do qual o inventor era consorte, isto , em bosque de uso
comunal, apropriedadedoenxamesedava somentequandoo inventormarcassearvoreondeele se
encontrava,evitandosecontestasseseudireito(Prez,Estudios,cit.,p.120).
4.Caaepesca.Arts.594e599doCC/16.LegislaodeCaaePesca.Direitoromano
Napropriedadeconsorcial,comovimos,osmonteseasguaseramdodomniocomunal,demodoque
todos os consortes podiam us-los exercendo livremente a caa e a pesca. Essa propriedade no era
pblica,masprivada,daporquesepermitiasomenteaosvizinhosacaaeapescanotrmino,isto,
noterreno dependentedoConselho.Quandoapropriedadeseindividualizou,acaaeapescasomente
podiamserexercidascomoconsentimentodoproprietrio.Foia soluoadotadapeloantigoCC(arts.
594e599).Amatriaregula-sepelaLein.5.197/67(caa),Decreto-lein.221/67,Leisn.11.958/2009e
11.959/2009(pesca).
Assoluesdadaspelodireitoromano,noquetangecaa,noeramuniformes.Acaapertenciaao
caador,querseverificasseacaadaemterrenoprpriooualheio,comousemlicenadodono,porque
nohavianenhumarelaoentreoterrenoeoanimalselvagemcaado;pormosenhordoprdiorstico
tinhadireitoaumaindenizaocasosofressealgumprejuzo.Aregranoseaplicavaquandosetratava
deanimaldomstico,porqueestenoseadquiriaporocupao,comosedcomosselvagens.Demodo
que,em qualquer lugarqueseencontrasse,continuavapropriedadedeseudono,quetinhao direitode
reav--lodopoderdequemodetivesse.
AregraconsubstanciadanovelhoCCsemelhante,comadiferenadequeperdeessaqualidadedesde
omomento emque seudonodeixede procur-lo (CC, art. 596), ficandocoisa semdono (CC/02, art.
1.263).
Seodonodeixadeprocuraroanimalquefugiu,estesetornaanimaldecaa,porqueseconsiderava
resderelicta.Tal condutadoproprietrio faz comqueoanimaldomstico se faa livre.A legislao
justinianadeclaraqueaderelictioconverteacoisaemnullius,demodoqueficavasujeitaocupao
(Prez,Estudios,cit.,p.122).
5.Costumecomofontedodireitoagrrio.Art.1.215doCC/16.Arts.21,2,e44doRegulamenton.59.566,de14-11-1966
Ocostumeteveumaimportnciafundamentalnaelaboraodaeconomiaagrriaqueafetouaformao
dodireitoruralconsuetudinrio,aprincpio,e depoisemformadeleislocais.Ocostumequefaza
lei, diz-se em documento do sculo XII; da a pluralidade de direitos locais, fato inevitvel na
elaboraotradicionaleempricadodireito(PontesdeMiranda,Fonteseevoluododireitocivil,p.
55).Ocostumeodireito e caracterizoutodososordenamentos jurdicosdospovosprimitivos (F.
Pergolesi & B. Rossi,Elementi di diritto agrario, p. 11).Mesmo depois de codificado o direito, o
costumeaindamantevesuagrandeimportncia,passandoaintegrarosrepertrioslegais.Assim,temos
em nossa legislao a regra que dispe que o locatrio que sai franquear ao que entra o uso das
acomodaes necessrias a este para comear o trabalho; e, reciprocamente, o locatrio que entra
facilitaraoquesaiousodoquelheformisterparaacolheita,segundoocostumedolugar(CC/16,art.
1.215, e Dec. n. 59.566, de 14-11-1966 que regulamenta o ET art. 44). Os usos e costumes
regionaisinfluemnoperododesafradeanimaisdeabate(Dec.n.59.566,art.21,2).
Comprova-se assim a autoridade do costume e do uso (Consuetudines ususque longaevi non vilis
auctoritasestC.8,53,2Aautoridadedocostumeedeumlongousorespeitvel).Noexameque
sefizerdosinstitutosvigentes,principalmenteemdireitoagrrio,podemosdescobriressnciasvivasdo
mundoemquesooupelaprimeiravezahora jurdicadeRoma.NemtodoodireitoromanodeRoma
vive, ainda, em ns, mas vive algo mais do que costumamos suspeitar, em que pese a mudana e a
maneiradeestilo.Asubstnciapermaneceaindaqueoprocessosejadiverso.
Os costumes medievais que orientaram a agricultura transmitiram uma herana cultural muito
importanteparaoestudododireitoagrrio.
6.Direitoromano.Direitodeestirpeedireitodecultura.Importncianodireitoagrrio
Odireitoromano,comojdestacamos,influimuitosobrenossodireito agrrio,detalmodoqueseu
estudotornamaisfcilcompreenderoregimejurdicoadotadoemnossasleissobreamatria.Nose
podenegartambmquetenhahavidoalgumainflunciagermnicaegrega.AessesdireitosArrigoSolmi
chamadedireitosdeestirpe,paradistingui-losdosdireitosdecultura.Odireitodeestirperefletea
unidadehistricaquesechamacultura (Prez, Estudios, cit.,p.17).Osdireitosdeestirpe formamas
fontesdosdireitosdecultura,quesoosdireitosmodernosquesurgiramcomoprodutodeelementos
deconfiguraoegnesismuitovariadas(Prez,Estudios,cit.,p.17).
A cultura se recebe tanto do passado recente comodo remoto (Slocum,Sociologia agrcola, p. 7).
Compreendeaculturaosvaloresmorais,oscostumes,o idioma,as instituies,a tecnologia,as leise
outras normas que comportemosmembros de um sistema social, no dizer deSlocum. J examinamos
algunsaspectosdeheranaculturalqueinfluramnaformaododireitoagrrionacional.
Aculturafrutodomeiosocialesomenteexisteondehsociedade,masnoseconfundecomesta.S
ohomempossuiasduasculturaesociedadeaomesmotempo,porqueaculturapeculiaraoser
humano.ComoassinalaKroeber,aculturaeasociedadehumanaconcorrem;assim,qualquerfenmeno
queimpliquerelaesentreospovostem,forosamente,umespaoculturaleoutrosocial(apudSlocum,
Sociologia,cit.,p.8).
A maneira de proceder dos primitivos agricultores foi fruto de experincias e se transmitiu
naturalmentedentrodeumasociedaderural.Essasmaneirascorretasde tratara terra transmitem-sede
geraesemgeraes,formandoumacultura.
O costume tenazmente aprovado e observado, de outros tempos, tem muitas vezes impedido o
progresso tcnico,mesmo em pases de alto grau de progresso agrcola.H uma reao constante s
inovaestcnicas,eistosepodevernosdiversostiposdeagriculturanassociedadesmodernas.Agente
docampomaisconservadora,daporquemaisdifcil introduzirem-seinovaes.Noobstante,as
mudanas nas culturas rurais so muito elevadas no mundo atual, embora em grande parte dos
agricultoresaindasubsistaaculturadosprimeiroscolonosimigrantes.
No caso do direito brasileiro, no se pode esquecer a contribuio cultural de nossos imigrantes
europeus, principalmente no tocante tradio agrcola resultante de sculos de ensaios e erros,
constituindoabasedeumaagriculturaprspera.
Os costumes agrcolas dessas imigraes passaram aos seus descendentes, inclusive o amor ao
trabalhoeterra,demodoqueseucultivonoeraparaumacolheitas,masparasempre.Todasessas
qualidades fizeram com que, na parte sul doBrasil, semantivessem nas propriedades agrcolas, sem
embargodoseuaspectoconservador.
7.Direitogrego.Suacontribuio.Arts.95,IV,e92,3e4,daLein.4.504/64.Jusprotimesis.Direitodepreferncia.Arts.505e504doCC/02
Como anotamos, o elemento romano uma fonte importantssima para o estudo do direito agrrio,
constituindoomaispoderosodosfatoresjurdicosqueinfluememnossavidahistrica.Pormnose
pode esquecer aqui avaliosa contribuiodo costumeedodireitogrego, principalmente tendo-se em
vista que foram eles que transmitiram aos romanos a noo de economia, inclusive a agrria, onde -
apareceemsuainfnciaousodaterra,medianteopagamentodeumcnonoualuguel.Algunsinstitutos
jurdicosaindaemvigorsoprodutosdascircunstnciaseconmico-sociaisqueherdamosdosgregos.
Os gregos eram mais tericos do direito que os romanos, que eram prticos. Uma srie de
contribuiesjurdicasprivadasencontrasuaexplicaonessacontribuiohelnica.
Unestudiodetenidonosharaver,sinduda,unprofundoinflujogriegoenmateriadederechoagrario.
Lo que Grecia ense a Roma debi conocer primero a todas las tierras sujetas a su dominio. La
economa servil, laorganizacinunitariade los fundoso sencillamenteesepredominioabsolutode la
agricultura que caracterizaba siempre la ciudad, son detalles que lgicamente conducen a la atencin
hacialosproblemasagrarios.Guiraudnota(HistoiredelapropitfoncireenGrce,p.69)quedel
pasajedeTucdides,II,16,sededuceclaramentequelosmismosnoblesgriegosnovivanenlaciudady
pasabanalgntiempoenel campo,sinoqueenste tenansudomicilioefectivo.Inclusolosguerreros
cultivaban la tierra.Un fragmento dePhilocoro asegura que los jefes de familia tomabanparte en los
trabajosagrcolastanactivamentecomosusservidores.EnlaOdiseaXXIV,227-231tambinseadvierte
esto: allLarte aparece aUlises ocupado en su vergel: recurdese lo que dice aEurmacos (Odisea
XVIII, 366-375)de trabajar, sin comer, todounda largodeprimaveray traer rectos,magnficos, los
surcosdelarado.Sierarealmentelavidagriega,comoesposibledesconoceruninflujopoderossimoen
la regulacin del derecho agrario? Seguramente instituciones de tanto abolengo hispnico como la
enfiteusisnacieronyaenaquellapocayseaplicaronsobrelaPennsulaIbrica(Prez,Estudios,cit.,
p.29-30).
A influnciadaGrciapor intermdiodeRomadestacante, ponderaPrez, tendochegadoatns
pelocaminhopeninsular.EmRomanohaviaumateoriageraleconmica.Ateoriaagrriatomadaaos
gregos(EdgardSalin,emnotadePrez,p.31).
Aevidnciadissotemosnasregrasconsubstanciadasnosarts.95,IV,e92,3e4,daLein.4.504.
Estabelece-seque, no casode alienaodo imvel arrendado, o arrendatrio temprefernciapara
adquiri-loemigualdadedecondies.ojusprotimesisquenosveiodaGrciapormeiodeRoma.
Significaumdireitodepreferncia,talqualaseestabelece.Consistiadeumpactooudalei.Recebeu
seunometcnicodeprotimesispocabizantina,massabe-sequeexistiaemdatamuitoanterior.Desde
queapessoaaquemseconfereodireitoofereceigualdadedecondies,substitui--seaocomprador.
Pode ser convencional ou legal. O primeiro teve duas aplicaes: a) em proveito do vendedor
retrovenda(emptiovenditio),isto,ovendedorpodereservar-seodireitoderecobrar,emcertotempo,
o imvel que vendeu (CC, art. 505); b) em proveito de coerdeiros que, ao deixarem pro indiviso o
imvel herdado, convencionam que aquele dentre eles que queria vender ou alienar sua parte dever
faz-loaosconsortesousucessores,porumpreodeterminado.Nocasodeviolaodepacto,cabena
primeira hiptese a ao de venditi e na segunda, a ao familiae erciscundae. Esta figura, embora
alterada,persistenodireito conferidoaocondomnio,nacoisa indivisvelemcasodevenda(CC,art.
504).O segundo (legal) teveorigemdos editos dopretor e nasConstituies imperiais que admitiam
vriascausasdepreempo,taiscomovenda,arrendamentoeenfiteuse.Assim,emcasodeinsolvncia
do devedor, um cognato deste prefere o estranho; um credor tm preferncia sobre o cognato. Entre
credores, prefere-se na aquisio da coisa aquele que tem maior crdito. Entre parentes, os filhos
parecempreferir os parentesmais afastados, tal como severifica,mutatismutandis, na remisso dos
bensarrematados(CPC,art.787).
ConformeumaConstituiodeConstantino,emcasodepropriedadeindivisa,temumconsortedireito
partedaquelequequeiravend-laaestranho, conformetemoshojeexpressoemnossoCC(art.504).
Admitia-semesmoqueacoisaimvelfossedivisvel,poisConstantinoconferiaestedireito,mesmoque
ofundosedividisse,paraefeitodepartilha.Houveumtempoemqueserecusouessedireitoaoconsorte.
FoipocadeDeocleciano.
Havia uma certa dificuldadena aplicaodaquele direito depreferncia conferidoporConstantino,
visto que os condminos deviam agir simultaneamente, e, caso residissem em jurisdies diversas, o
processosearrastavaporlongotempo,semesquecertambmqueissoocorria,muitasvezes,pelam-f
dos litigantes. Resolve-se a dificuldade em 362, quando Juliano, por uma Constituio, autoriza ao
condmino(coproprietrio)agirindividualmente,semprecisarsepreocuparcomosdemais.ahiptese
doart.504donossoatualCC.Essedireitodepreferncia(protimesis)sofreumrevs,novamente,em
391,quandoValencianoIIempreendeoutrasmedidas,numaConstituiodirigidaaNicmacoFlaviano,
e suprime esse direito em relao aos parentes e consortes (condminos), consagrando ento a plena
liberdadedapropriedadeindividualdemodoapermitirsualivrealienaooudisposio.
Notocanteprefernciaconferidaao locatrionoarrendamentoporprazodeterminado,emcasode
renovao, o art. 95, IV, da Lei n. 4.504 (ET) dispe: em igualdade de condies com estranhos, o
arrendatrioterprefernciarenovaodoarrendamento.Aorigemdessedireitoojusprotimesisde
toremotaexistncia.Comovimos,eraeleaplicvelsomenteemcasodevendadacoisacomum,mas
depois foi estendido, tambm, ao arrendamento ou locao. Isso se deu primeiro em benefcio dos
arrendatrios dos fundi publici, por um rescrito (resoluo rgia) de Arcadius e Honorius. Os
arrendatriosantigospreferiamaosnovos,isto,aquelespretendentesouproponenteslocao(como
noart.95, IV,oproprietriodevedarcinciaaoarrendatrioantigodapropostadonovo),desdeque
oferecessemiguaiscondies(boascondies).Posteriormente,emoutrorestritode428-429,taldireito
foiestendidoaos arrendatriosdaresprivata, demodoque, seumapessoa alugasse sua propriedade
rural por tempodeterminado e, quando se fosse vencer o prazo, umaoutra pretendente oferecesse um
aluguelsuperioraovigente,oprimeirolocatriopreferiaaonovoseconcordasseempagaradiferena,
isto , em igualdadede condies comeleoestranho relao locatcia.Eraummeiode ter o
arrendatrio vinculado terra emanter-se a produo agrcola,mesmoporqueo arrendamento era de
longoprazo,emregra,chegandoataperpetuidade.
Depois,oarrendamentotornou-setemporrio,contrariamenteenfiteusequepassouperpetuidade.O
quedetinhaodomniotilenfiteusenogozavadodireitodepreferncia(protimesis)emcasode
vendadapropriedadeporpartedosenhorio,comgravesprejuzosparaaagricultura,porqueaenfiteuse,
emregra,eradeprazocurto(cincoanos).Poisbem,paraobviarisso,Justinianoconcedeaoproprietrio
dofundoenfituticoumdireitoigualaoconferidoaoarrendatrio,demodoque,quandooenfiteutaquer
venderseudireito(domniotil)aterceiro,primeirodeveoferec-loquele(nu-proprietrio).Erauma
soluonatural,porqueoprimeiroesboodelasedescobrenosarrendamentos(Lafayette,Direitodas
coisas, p. 396), tanto que se confundiam. Temporrios em princpios, os ditos arrendamentos foram
pouco a pouco revestindo um certo carter de estabilidade que lhes comunicava a qualidade dos
locadores pessoas morais de existncia indefinida. Caminhando as coisas neste teor, veio afinal
prevalecer o princpio: os arrendatrios no poderiam ser despejados do imvel enquanto pagassem
pontualmente a renda estipulada. A adoo deste princpio converteu de fato os arrendamentos em
perptuos.Paraprotegeraposiojurdicaquedestartesecriouparaosarrendatrios,deu-se-lhesuma
aoreal(actiovectigalis).Aconcessodeumatalaoimportavavirtualmenteoreconhecimentoem
favordosarrendatriosdeumdireitorealsobreoimvelsujeitoaoarrendamento(agervectigalis).Este
direitosobreoagervectigalis,comaobrigaodepagarumarendaanual(vectigal),jcontmemsios
elementossubstanciaisdaenfiteuse.Maistarde,osimperadores,nointuitodeatraremcultivadorespara
as suas vastas propriedades sitas pela maior parte em regies longnquas, tomaram o conceito de
arrend-lasalongosprazoseaindaemperptuoporpreosinferiorestaxacomum.Osparticulareseas
igrejas,quetambmpossuamgrandesdomniosnasmesmascondies, imitaramoexemplo.Odireito
queporvirtudedessesarrendamentosseconcediaaosarrendatriosadquiriuporfimocarterdedireito
real.Osimveis,daintenocomqueeramfeitososarrendamentos,passaramasechamarenfituticos
(praediaemphiteutica)eodireitoresultante,direitoenfitutico(jusemphiteuticum)(Lafayette,Direito,
cit.,p.371).
fcilcompreenderaprofundaanalogiaquehaviaentreosprdiosenfituticoseoagervectigalis.
Em verdade, o jus emphiteuticum confundia-se perfeitamente com o jus sobre o ager vectigalis. A
diferenaeraapenasdenome.Justinianoafinalfundiuemumaasduasinstituies,ficandoconsideradas
sinnimasasduasdenominaes(Lafayette,Direito,cit.,p.371).
Temosassimaorigemdodireitodepreferncia,tantodoarrendatrio, consagradopeloET,comodo
proprietrioenfitutico,estemaisantigonodireitoptrio,poisvamosencontr-lonoart.683doCC/16.
Igual direito se estendia ao foreiro (enfiteuta), quando o senhorio pretendia vender o domnio direto
(CC/16,art.684).Deve-seesclarecerqueodireitodepreferncia,emboraseucarterdedireitoreal,
conformeLafayette, nouma restrio aodireitodepropriedade, igual servidopredial,masuma
limitao.
8.Fonteslegaisdodireitoagrriobrasileiro.Enfiteuse.Arts.683,685,681e692doCC/16.CF/88
Ao lado das fontes consuetudinrias e culturais apontadas, vamos encontrar as decorrentes de leis
denominadasfonteslegaisdodireitoagrriobrasileiro.
O direito agrrio no Brasil nasceu dos descobridores e imigrantes. Tivemos o que o colonizador
portugustrouxeeenxertounonovocontinente.Umapartegrandedessacontribuiojexaminamosno
Contratosnodireitoagrrio(Ed.Sntese),noconcernenteaosarrendamentoseparcerias.
Odireitoportugusrecebeuoinfluxododireitoromano,germnicoecannico.Aelesseadicionao
elemento nacional, o que as condies da vida peninsular e, particularmente, lusitana, revelaram em
costumeseaspiraesspopulaesdePortugal(PontesdeMiranda,Fontes,cit.,p.49).
OBrasil regeu-se pelas leis portuguesas at 1917, embora independente desde 1822, representadas
pelasOrdenaesFilipinasdoanode1603.MesmodepoisdaRepblicaelas foramrespeitadas,pois
Continuam em vigor, enquanto no revogadas, as leis do antigo regime, no que explcita ou
implicitamentenoforcontrrioaosistemadegovernofirmadopelaConstituioeaosprincpiosnela
consagrados(art.89).
ALei de 20-10-1823 outra coisa no fizera quandomandou que vigorassem asOrdenaes, Leis e
Decretos promulgados pelos reis de Portugal at 25-4-1821, enquanto se no organizasse um novo
Cdigo ou no fossem especialmente alterados. Depois disso aboliram-se os morgados e quaisquer
vnculos;fez-seareformahipotecria.
Aproibiodesedividiroimvelruralemreasdedimensoinsuficientesuaexplorao(ET,art.
65)nonova,poisominifndiofoiumapreocupaoconstantenapennsula,daanormaexistentena
Ord. doLiv. IV,Tt. 36, 1, que proibia a diviso do terreno foreiro, e oAlvar de 6-3-1669, que
mostravaos inconvenientescausadosaosproprietriospelapulverizaodas terras,dizendo:doqual
costume...resultavatonotvelprejuzoaossenhoriosdetaisprazos,fazendo-seapartilhadelescontraa
formadosemprazamentos,porcujacausaosditossenhoriosnoconheciamjquemeramoscaseiros,
assimpela limitaodas terras,comopelosforosestaremdivididosempartes tomidasquevinhaa
ficarmaisfcilaossenhoriosdeix-losperderquecobr-los(Lafayette,Direito,cit.,p.416,154,nota
4).Apesar disso, o costumevenceu a norma legal e as divises continuaramemnossopas, tendoos
senhoriosdeordinrioseconformadocomessaprtica(Lafayette,Direito,cit.,p.417,nota6).
Aenfiteuseinteressasobremodoaodireitoagrrio,porquerecaisobreterrasnocultivadasequese
destinamaocultivoagrcola,podendoserobjetodecontratosagrrios.
Oenfiteutanopodiavenderodomniotilsemprvioavisoaosenhorio;casoofizesse,poderiaeste
usar de seu direito de preferncia (CC, art. 683). J se dispunha que o enfiteuta que sem acordo do
senhoriovendeumapartedoprazoincorreemcomisso(Lafayette,Direito,cit.,p.416,nota3)(Ord.,
Liv.IV,Tt.38).
Os bens enfituticos transmitiam-se por herana, mas podiam ser divididos em glebas sem
consentimentodosenhorio(CC,art.681).Pormortedoenfiteutapassaoprazoaosseusherdeiros,os
quaisficampossuindoindivisoatquesefaaapartilha(Lafayette,Direito,cit.,p.416,nota2).
Nocasodenohaverherdeiro,aenfiteuseseextinguia,devolvendoodomniotilaosenhoriodireto
(CC,art.692),salvodireitosdoscredores,inclusiveofisco.Antesdeseestipularisso,jseadotavao
mesmocritrioporcostume.AntesdoCC,erapacficaadoutrinaqueasubentendia(PontesdeMiranda,
Fontes,cit.,p.99).
Foi o costume que engendrou a subenfiteuse, a que, depois, haver leis que se refiram, como o
Decreton.5.581,de31demarode1874,arts.4,7,24,6(PontesdeMiranda,Fontes,cit.,p.
99).
ACF/88extinguiuaenfiteuserural,prevendoaurbana,aserreguladaporleiordinria,assegurando-
seosdireitossocupaesexistentespelaaplicaodeoutramodalidadedecontrato(CF,ADCT,art.49
epargrafos),continuandoaenfiteuseparaterrasdaUnio:terrasdemarinhaeseusacrescidos,situadas
nafaixadesegurana(CF,ADCT,art.49,3,eLein.9.636,de15-5-1998).
9.Funosocialdapropriedade.Art.170,III,daCF.LeidasSesmarias.Art.2doET
A propriedade deve cumprir sua funo econmico-social (como dizem os arts. 170, III, e 184 da
Constituiode1988eart.2doET), sobpenade serdesapropriada,porquede interesse social o
aproveitamentodetodaapropriedaderuralimprodutivaouexploradasemmanternveissatisfatriosde
produtividade.
velhaapraxedesetiraremasterrascultivveisaosdonos,porasteremabandonadooudesleixado,
paraserementreguesquelesqueaslavrassemecultivassem.QuandosepublicouaLeidasSesmarias,
erajvelhoessecostume(RuyCirneLima,RegimedasterrasdoBrasil,Globo,1933,p.10).
Na Lei das Sesmarias, essa praxe fez-se lei escrita, combinando-se, porm, com providncias
severssimas acerca dos lavradores, nas quais transparece, tambm, a influncia da instituio, ainda
entogeneralizada,docolonatoadscritcio.Daprticadedarocultivosterrasdesaproveitadaspelos
proprietriosnegligentesedefragmentosdoinstitutodaadscrioseconstituiaLeideD.Fernando.
AfinalidadedaLeidasSesmarias era aumentar aproduo,pois, se todas as terrasquehaviamno
Reino fossemcultivadas,haveriapodesobejopara todaagente,enoserianecessrio traz-lode
fora.
Apropriedaderuraldesempenhasuafunosocialquando:favoreceobem-estardosproprietriose
dostrabalhadoresquenelalabutam,assimcomodesuasfamlias(ET,art.2,a).Poisbem,outrano
era a finalidade da Lei de D. Fernando, que tratou de promover o reerguimento da lavoura, j
oferecendobraosaosque tivessemterras, joferecendo terrasaosquequisessemlavrar (RuyCirne
Lima,Regime,cit.,p.13).
10.Art.17doET.Terrasdevolutasfederais.Art.11doET.Histriasdassesmarias.SuaaplicaonoBrasil
Oacessopropriedaderuralserpromovidomedianteadistribuioouaredistribuiodeterras(ET,
art. 17). No que tange s terras devolutas federais, reconhecem-se as posses legtimasmanifestadas
atravsdeculturaefetivaemoradahabitual(ET,art.11).acontinuaotradicionaldodireitoagrrio
brasileiro herdado dame-ptria portuguesa. Foi sempre uma preocupao constante dar as terras a
lavrar,aindacontraavontadedodono,desdequeparaobemcomum(RuyCirneLima,Regime,cit.,p.
12).FoinoreinadodeD.FernandoIquesurgiuaLeidasSesmariasqueseaplicounoBrasilevigorou
at a Resoluo de 17-7-1822. Sua finalidade era a distribuio das terras incultas, abandonadas em
virtudedaguerraedacolonizao.Foioperododasconquistasenavegaesquedespovoouoreinoe
abriuumvazio,queasriquezasnopodiamencher(CoelhodaRocha,apudRuyCirneLima,Regime,
cit.).Situaoidnticaverifica-senoImprioRomano,pocadadecadncia:abandonodeterraspor
distintascausas(pressodosimpostosprincipalmente),eseforjaafiguradaocupaodoagerdesertus
sobrea ideiadaderelictio (Prez,Estudios, cit., p.122).A legislao justiniana impemedidaspara
impedirqueapropriedaderuralfiqueinculta(Cd.Just.11,59,8e11).Asafinidadesdalegislaodas
sesmarias, a partir deste perodo, comaL. 11,Tt.deomniagrodeserto,C.,Liv.XI, no passaram,
alis, despercebidas a Lobo, que as assinala, fazendo o confronto entre uma lei de D. Joo II e os
comentriosdeStrykiusePerezius,sobrealeiromana(RuyCirneLima,Regime,cit.,p.17).
As sesmarias passaram das OrdenaesManuelinas s Filipinas, quase sem nenhumamodificao,
estabelecendo-seentoasnovasbasesdodireitoagrrionoReinoenacolniadoBrasil.Asedefineas
sesmariascomoasdadasdeterras,casais,oupardieiros,queforam,ousodealgunssenhorios,eque
jemoutrotempoforamlavradaseaproveitadas,eagoraonoso(OrdenaesManuelinas,Liv.IV,
Tt.67,eFilipinas,Liv.IV,Tt.43).Finalidadeprecpuaquelapocafoiorepovoamento,coisaqueno
severificanaconjunturaatualdoBrasilpeloET,dadaagrandedensidadedemogrficadealgumaszonas
coloniais,comacentuadaemigraoparaasterrasmaisfrteiseabundantesdeoutraszonasagrcolas.
11.TerrasdoBrasileaOrdemdeCristo.Terrenosmaninhos.OrdenaesManuelinas.CartaRgiade20-11-1530.Latifndios.Influnciafeudalnacolonizaobrasileira.Possecomomeiodeaquisio
AsterrasdoBrasilestavamsobajurisdioeclesisticadaOrdemdeCristo,masnossasterrasque
nunca foram lavradas e aproveitadas foram includas entre os aludidosmaninhos caracterizados pelas
Ordenaes(OrdenaesManuelinas,Liv.I,Tt.67,8,eFilipinas,Liv.IV,Tt.43,9).Eraocaso
das terrasdoBrasil.MascomoseproibiaOrdemdeCristoapropriedadedosmaninhosque ficava
impossibilitada de afor-los aos povoadores, inevitvel se tornava a transplantao do instituto das
sesmariasparaaterraachadaporCabral,supostoquemeiolegaldiversonohaviaparaopovoamento
daimensaglebaaindainviolada(RuyCirneLima,Regime,cit.,p.35).
OprimeiromonumentodassesmariasnoBrasilacarta-patentedadaaMartimAfonsodeSouzana
ViladoCratoa20-11-1530,quelhepermitiaconcedersesmariasdasterrasqueachasseesepudessem
aproveitar (Ruy Cirne Lima,Regime, cit., p. 36). Posteriormente, D. Joo III tomou nova resoluo,
mandandodividiracostadoBrasilemcapitanias,cabendoaseusdonatriosa faculdadedeconceder
terras.Essamedidafracassouedeuospioresresultados,implantandoemnossaterraomaiorlatifndio
quesepossaimaginar,poistinhacinquentalguasdecosta.
Vimos ainda nessas doaes latifundirias clusulas que permitiam a concesso de terras, em
sesmarias,quelesqueasquisessemcultivar.Aosdonatrios,veda-se-lhes,numapalavra,apropriarem-
sedosmaninhosexistentesdentrodoslimitesdesuascapitanias,nolhessendolcitosenoconced-los
de sesmarias (RuyCirne Lima,Regime, cit., p. 39). Com a vinda de Tom de Souza como primeiro
governador doBrasil,modificou-se a legislao sobre as doaes, passando-se s sesmarias, pois se
dizia:Dar-se-hodesesmariaconformeoRegimentodoGovernador-Geralasterrasdasribeiras
vizinhasapessoas,quetenhampossesparaestabelecerengenhosdeassucar,ououtrascoisas,dentrode
umcertoprazolhesserassignado.
Embora essa nova fase, as sesmarias no impediramos latifndios enormes que, por sua vez, eram
repartidos em tratos entre os povoadores da colnia. A maioria dos grandes latifndios foi feita a
fidalgos portugueses que estavam acostumados s grandes propriedades da metrpole, como os
morgadios,ossolaresetc.cultivadosporservos.Porisso,nossaterrasomentepodiaserexploradaem
formalatifundiria,poisparaelesnopossvelainstituiodeoutrosistematerritorial,nodizerde
OliveiraViana(Evoluodopovobrasileiro).
A influncia feudal se faz sentir na colonizao incipiente brasileira, com reflexos at nossos dias,
porque as concesses de sesmarias interessarammais aos latifundirios daquela poca pelosmotivos
apontados.Vmda os erros e distores da distribuio das terras brasileiras, pois no foi adotado
nenhum plano a este respeito. Como no podia deixar de ser, o sistema no deu resultado porque os
colonos ficaram abandonados nessa escolha das terras a cultivar e lavrar. Isso se refletiu, como era
natural, sobre a propriedade rural em que somente a aquisio jure occupationis podia fazer-lhe
pendant(RuyCirneLima,Regime,cit.,p.43).Assenhorear-sedeumpedaodeterraecultiv-lo,dizo
mestre, alm de tudo, devia, para os nossos colonizadores, ser prefervel a correr a hierarquia da
administraoataogovernadore,depois,ataorei,afimdeobterumaconcessodesesmaria(p.43).
Essamaneiradeadquiriraterrasefezcostumequenopodedeixardeserreconhecidopelaslegislaes
queseseguiramatoadventodaLeide1850,queprocurouprordemsobreamatria,emboraoregime
dassesmariastivesseacabadocomaResoluode17-7-1822.
Noperodoquevaidaindependnciaou,melhor,daResoluode17-7-1822ataLein.601,de18-
9-1850,apossefoiomeiousadoparaaaquisiodapropriedade.Alavouranopdedesenvolver-se,
assinalaRibas,senopelaocupaodosterrenosqueseachavamdevolutos(Aespossessrias,p.7).
A ocupao (ou posse) fez-se costume entre nossos colonos, demodo que as propriedades das terras
devolutas se faziam pela ocupao. Apoderar-se de terras devolutas e cultiv-las tornou-se coisa
correnteentreosnossoscolonizadores,etaisproporesessaprticaatingiuquepde,comocorrerdos
anos,viraserconsideradacomomeio legtimodeaquisiododomnio,paralelamenteaprincpioe,
aps,emsubstituioaonossotodesvirtuadoregimedassesmarias(RuyCirneLima,Regime,cit.,p.
56).
Comosepodever,conformenosinformaoDr.JosAugustoGomesdeMenezes,emsuasReflexes
(1860,p.334),omtodoat1822usadoparaadistribuiodasterraspormeiodassesmariaseoque
tem-seempregadodeentoparacpormeiodaspossesfoisubstitudopelaLeide1850,commaior
vantagemeconvenincia,querparaoEstado,querparaosparticulares.
12.Lein.601,de1850.Art.11doET.Respeitoposse.Posselegtima.Art.3daLein.4.947.Possecomculturaefetiva.Art.25doDecreton.1.318,de30-1-1854
AntesdaLein.601,de1850,comovimos,aaquisiodapropriedaderuralsefaziapelapossecom
culturaefetiva,fazendo-secostume.Depoisdasfasesdassesmariasedasposses,passamoscomessalei
(601)fasedaleidasterras(JosEduardodaFonseca,RF,38:267).
datradiodenossodireitoagrrioorespeitoatodososdireitosadquiridos,demodoquepelaatual
legisla
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