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• Desenvolvimento local• Desigualdades territoriais • Projetos integrados.
Módulo 3 - ORGANIZAÇÃO TERRITORIAL E DESENVOLVIMENTO LOCALCURSO DE GESTÃO PÚBLICA
Linhares – ES 08/05/2010
José Carlos Neves LoureiroArquiteto - Especialista em Planejamento Urbano e Regional
Todo brasileiro é, antes de tudo, um munícipe. Eça de Queirós
LINHARES
VITÓRIA
RIO DE JANEIRO
RECIFE
SÃO PAULO
Reduzir as desigualdades sócio-territoriais visando a construção de uma CIDADE PARA TODOS é o desafio que está posto hoje para os gestores municipais.
O que é uma “CIDADE PARA TODOS”?O que é uma “CIDADE PARA TODOS”?
(...) é aquela capaz de fornecer aos seus habitantes a condição de Cidadania Ativa, isto é, o atendimento às necessidades básicas, com superação das desigualdades e dos privilégios, com incorporação dos excluídos, substituição da cultura da violência pela cultura da solidariedade, segurança como o “direito de não ter medo no presente e do futuro”. controle e preservação dos recursos naturais, ambientais e culturais para as gerações futuras e participação ativa da sociedade no controle das ações do setor público.
Vera Maria Simoni Nacif
POR QUE ENCONTRAMOS EM TODAS AS CIDADES BRASILEIRAS ESTA DIVISÃO SÓCIO-TERRITORIAL?
DÉCADA DE 60MODELO ECONÔMICO MUDANÇA RURAL – URBANOREGIME MILITAR – CONCENTRAÇÃO DE RECURSOSPOLÍTICA HABITACIONAL – BNH
BREVE HISTÓRICO DO PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO PAÍS
DÉCADA DE 70MILAGRE ECONÔMICOCONCENTRAÇÃO DE RENDAURBANIZAÇÃO ACELERADAPRODUÇÃO DO BNHLEI Nº 6.7966/79 – PARCELAMENTO DO SOLO
12
DÉCADA DE 80LEI DE USO DO SOLO - 1983DIRETAS JÁ – 1983 / REDEMOCRATIZAÇÃO DO PAÍS - 1985EXTINÇÃO DO BNH - 1986MOVIMENTOS POPULARES – OCUPAÇÕES DE TERRASCONSTITUIÇÃO CIDADÃ - 1988
BREVE HISTÓRICO DO PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO PAÍS
DÉCADA DE 90 NOVOS GOVERNOS MUNICIPAISPRIORIZAÇÃO DE INVESTIMENTOS NA ÁREA SOCIALCONFERÊNCIAS TEMÁTICAS DA ONU:
MEIO AMBIENTE – RIO ECO 92 HABITAT II - ISTAMBUL 96
DÉCADA ATUAL – MORADIA COMO DIREITO CONSTITUCIONAL CRIAÇÃO DO MINISTÉRIO DAS CIDADES ESTATUTO DA CIDADE CONFERÊNCIA DAS CIDADES
BREVE HISTÓRICO DO PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO PAÍS
ANO AGRICULTURA INDUSTRIA COMERCIO E SERVIÇOS
TOTAL
1953 54,70 7,34 37,98 100,001970 23,10 17,28 59,61 100,001980 11,02 34,44 54,54 100,001998 8,82 35,05 56,14 100,00
2001** 5,30 38,37 56,33 100,002004** 5,01 44,02 50,97 100,00
Fonte: NEP-UFES, IBGE/IPES**
COMPOSIÇÃO DO PIB NO ESPÍRITO SANTO EM (%)COMPOSIÇÃO DO PIB DO ESTADO DO ESPÍRITO
SANTO EM (%)
ESPÍRITO SANTO (1940 – 2000)EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO RURAL E URBANA
ESPÍRITO SANTO (1940 - 2000) EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO RURAL E URBANA
“(...) as 11regiões metropolitanas do país apresentam taxas que giram em torno de 40% da sua população vivendo na informalidade urbana em assentamentos precários seja em favelas, loteamentos clandestinos ou cortiços (BUENO, 2000). Corroborando tais números, o Censo Demográfico mostra que “estão nesta condição aproximadamente 40,5% do total de domicílios urbanos brasileiros, ou 16 milhões de famílias, das quais 12 milhões são famílias de baixa renda, que auferem renda familiar mensal abaixo de cinco salários mínimos”
João Sette Whitaker Ferreira
RESULTADO DO PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO PAÍS
Exclusão social e segregação espacial;
Acesso informal ao solo e à moradia;
Participação (frágil/adesão).
RESULTADO DO PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DO PAÍS
SOCIAL: exclusão sócio-territorial;
POLÍTICO: vulnerabilidade/clientelismo;
ECONÔMICO: aumento do custo-cidade;
AMBIENTAL: ocupação de áreas que deveriam ser preservadas.
IMPACTOS
“É bastante comum ouvirmos que a dramática situação em que estão as cidades brasileiras é uma decorrência natural do crescimento acelerado de suas metrópoles. É como se o caos urbano, as favelas, o transporte precário, a falta de saneamento, a violência, fossem características intrínsecas às cidades grandes, justificando a enorme dificuldade do poder público em resolver esses problemas e gerir a dinâmica de produção urbana.
Essa é, entretanto, uma visão ingênua. Ao contrário dos países industrializados, o grave desequilíbrio social que assola as cidades brasileiras — assim como outras metrópoles da periferia do capitalismo mundial — é resultante não da natureza da aglomeração urbana por si só, mas sim da nossa condição de subdesenvolvimento”.
João Sette Whitaker Ferreira
SOB O PONTO DE VISTA DA GESTÃO URBANA(*), QUE MODELO DE DESENVOLVIMENTO DEVEMOS BUSCAR PARA A SOLUÇÃO DOS PROBLEMAS APRESENTADOS?
(*) Entendendo por gestão urbana, o processo de planejamento, intervenção, regulação e mediação que se desenvolve na produção do espaço urbano, resultante do conflito de interesses de diferentes atores sociais.
É um processo pelo qual a renda nacional real de uma economia aumenta durante um longo período de tempo.
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
“uma concepção adequada de desenvolvimento
deve ir muito além da acumulação da riqueza e
do Produto Nacional Bruto e de outras variáveis
relacionadas à renda. Sem desconsiderar
importância do crescimento econômico,
precisamos enxergar muito além dele”
Amartya Sen
É a promoção de melhorias contínuas no espaço urbano, garantindo a população acesso a moradia e aos equipamentos e serviços necessários a uma vida com qualidade.
DESENVOLVIMENTO URBANO
É o desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais. Relatório Brundtlan (*)(*) relatório elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criado em 1983 pela Assembléia das Nações Unidas.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
DESENVOLVIMENTO HUMANO
É o que Amartya Sem chamou de
“desenvolvimento como liberdade”. É aquele
que propicia aos indivíduos o aumento de
oportunidades, capacidades, potencialidades e
direito de escolha.
“A realidade não se reduz ao que existe, mas está relacionada ao campo das possibilidades”
Boaventura Sousa dos SantosBoaventura Sousa dos Santos
Amartya Sen Mahbub ul Haq
UM NOVO OLHAR, GRANDES POSSIBILIDADES
DESENVOLVIMENTO HUMANO SUSTENTÁVEL
A razão de ser do desenvolvimento é o ser humano, que o gera. Por isso o desenvolvimento deve ter três atributos básicos: desenvolvimento das pessoas, aumentando suas oportunidades, capacidades, potencialidades e direitos de escolha; desenvolvimento para as pessoas, garantindo que seus resultados sejam apropriados eqüitativamente pela população; e desenvolvimento pelas pessoas, empoderando, isto é, alargando a parcela de poder dos indivíduos e comunidades humanas durante sua participação ativa na definição do processo de desenvolvimento do qual são sujeitos e beneficiários. E são duas as qualidades indissociáveis ao desenvolvimento: ser eqüitativo e sustentável. Ambas manifestam-se na forma como se dá sua construção e na distribuição de seus resultados, entre os membros das presentes e futuras gerações. Logo, a sustentabilidade do desenvolvimento é política, social, cultural, econômica e, não menos importante, ambiental – entendendo-se por ambiente os serviços e recursos naturais que dão suporte ao processo do desenvolvimento humano, no presente e no futuro. O processo de desenvolvimento que atenda estes atributos e tenha estas qualidades será denominado Desenvolvimento Humano Sustentável (DHS). Mahbub ul Haq
COMO INTRODUZIR NA GESTÃO URBANA UM PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO HUMANO SUSTENTÁVEL BUSCANDO REDUZIR AS DESIGUALDADES SÓCIO-TERRITORIAIS?
DESENVOLVIMENTO URBANO
DESENVOLVIMENTO HUMANO
PRESERVAÇÃOAMBIENTAL
REGULARIZAÇÃOFUNDIÁRIA E
EDILÍCIA
PARTICIPAÇÃO POPULAR
INTEGRAÇÃO
VITÓRIA
VITÓRIA
“A luta contra a miséria tem dupla dimensão, emergencial e estrutural. A articulação entre essas duas dimensões é complexa e cheia de astúcias. Atuar no emergencial sem considerar o estrutural é contribuir para perpetuar a miséria. Propor o estrutural sem atuar no emergencial é praticar o cinismo de curto prazo em nome da filantropia de longo prazo.”
Hebert de Souza, o Betinho
“Conhecimento sobre o urbano que não se reverta sobre cidades e situações reais e que não se aperfeiçoe através dos resultados que cause, não é conhecimento nenhum. Pensar sobre processos de vida urbana, sobre problemas de produção e consumo, sobre habitação, sem que disso saiam possibilidades de transformação, não presta para nada. É preciso que dirijamos nossa atenção para o que de fato fazemos e como o fazemos.”
Carlos Nelson dos Santos
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