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DIREITO

PROCESSUAL

PENAL MILITAR

Prof. Pablo Cruz

Juiz, Auxiliares e Partes no Processo Penal Militar

JUIZ, AUXILIARES E PARTES NO PROCESSO PENAL MILITAR

Primeiramente insta registrar que a definição de partesnão pode ser confundida com a definição de sujeitosprocessuais. Logo, se afirma que partes são os sujeitos darelação processual que se acham atreladas à um interesseparticular. Nesse aspecto, se percebe que, assim como atransposição do conceito carnelutiano de lide para oprocesso penal é inadequado, deve-se ter cautela, namesma medida, com a conceituação de partes, tendo emvista ser o processo penal um instrumento de veiculação deinteresses públicos. Por outro lado, como bem adverte AuryLopes Junior, o tratamento do réu como parte reflete avançono sentido de que o mesmo não é tratado como objeto doprocesso, mas como sujeito de direitos.

JUIZ, AUXILIARES E PARTES NO PROCESSO PENAL MILITAR

Considerando que o estudo dos sujeitos processuaisreflete o estudo do processo sob o ponto de vista subjetivo,se diz que os sujeitos processuais são as pessoas chamadasà intervir no processo, estando, ou não, interessadas nocaso penal.

Desse modo se conclui que toda parte é sujeitoprocessual, mas nem todo sujeito processual é parte.

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Juiz

O juiz é o sujeito processual imparcial, de quem seespera uma decisão judicial imune à qualquer interessepessoal ou particular. Por isso se costuma afirmar que o juizé a parte imparcial do processo, o que, no nosso modo dever, é uma contradição em termos. Conforme afirma HélvioSimões Vidal em alusão à GARAPON: num sentido figurado,o juiz deve situar-se no ritual judiciário “acima da confusão”.(VIDAL, Hélvio Simões. Curso avançado de processo penal. BeloHorizonte: Arraes Editores, 2011, p. 93.)

JUIZ, AUXILIARES E PARTES NO PROCESSO PENAL MILITAR

Dispõe o art. 36 do CPPM que o juiz proverá aregularidade do processo e a execução da lei, e manterá aordem no curso dos respectivos atos, podendo, para tal fim,requisitar a força militar.

Na definição de juiz o mesmo dispositivo em seuparágrafo 1º afirma que sempre que este Código se refere ajuiz abrange, nesta denominação, quaisquer autoridadesjudiciárias, singulares ou colegiadas, no exercício dasrespectivas competências atributivas ou processuais.

JUIZ, AUXILIARES E PARTES NO PROCESSO PENAL MILITAR

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Registre-se que os Conselhos de Justiça (Permanente eEspecial) atuam após o recebimento da denúncia, ou seja,com a instauração do processo, pois durante a fase deinvestigação preliminar, todas as questões suscitadas àjurisdição militar são decididas pelo Juiz-Auditormonocraticamente.

Ao Conselho Permanente incumbe o julgamento daspraças (militar não detentor de posto de oficial) e dos civis.

Ao Conselho Especial incumbe o julgamento dosOficias, com exceção dos Oficiais-Generais que tem seu forono STM.

JUIZ, AUXILIARES E PARTES NO PROCESSO PENAL MILITAR

JUIZ, AUXILIARES E PARTES NO PROCESSO PENAL MILITAR

Ao juiz são conferidos, ainda, poderes anômalos, taiscomo:

1) Remessa dos autos de inquérito ao MinistérioPúblico quando não houver concordado com osfundamentos do pedido de arquivamento de inquéritopolicial (hipótese em que exerce a função de fiscal doprincípio da obrigatoriedade da ação penal);

2) Remessa de cópias e documentos relativos àexistência de crime de ação penal pública ao MinistérioPúblico.

JUIZ, AUXILIARES E PARTES NO PROCESSO PENAL MILITAR

Para que o juiz exerça validamente a atividadejurisdicional, deve possuir três qualidades:

1) Capacidade funcional ou investidura;

2) Capacidade processual (competência);

3) Imparcialidade (conclui-se por imparcial o juiz quenão é suspeito ou impedido).

JUIZ, AUXILIARES E PARTES NO PROCESSO PENAL MILITAR

As situações de impedimento são objetivas ousubjetivas e se referem a fatos e circunstâncias encontradasdentro do processo. São tratadas no CPPM de formapeculiar, pois são tidas como situações de inexistência derelação jurídica processual e não como nulidades absolutas,como costuma afirmar a doutrina de direito processualpenal comum.

Impedimento para exercer a jurisdição

Art. 37. O juiz não poderá exercer jurisdição noprocesso em que: a) como advogado ou defensor, órgãodo Ministério Público, autoridade policial, auxiliar de justiçaou perito, tiver funcionado seu cônjuge, ou parenteconsanguíneo ou afim até o terceiro grau inclusive;

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b) ele próprio houver desempenhado qualquer dessasfunções ou servido como testemunha;

c) tiver funcionado como juiz de outra instância,pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão;

d) ele próprio ou seu cônjuge, ou parenteconsanguíneo ou afim, até o terceiro grau inclusive, forparte ou diretamente interessado.

Inexistência de atos

Parágrafo único. Serão considerados inexistentes osatos praticados por juiz impedido, nos termos deste artigo.

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Casos de suspeição do juiz

Art. 38. O juiz dar-se-á por suspeito e, se o não fizer,poderá ser recusado por qualquer das partes:

a) se for amigo íntimo ou inimigo de qualquer delas;

b) se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, deum ou de outro, estiver respondendo a processo por fatoanálogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;

c) se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo ouafim até o segundo grau inclusive, sustentar demanda ouresponder a processo que tenha de ser julgado por qualquerdas partes;

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d) se ele, seu cônjuge, ou parente, a que alude a alíneaanterior, sustentar demanda contra qualquer das partes outiver sido procurador de qualquer delas;

e) se tiver dado parte oficial do crime;

f) se tiver aconselhado qualquer das partes;

g) se ele ou seu cônjuge for herdeiro presuntivo,donatário ou usufrutuário de bens ou empregador dequalquer das partes;

h) se for presidente, diretor ou administrador desociedade interessada no processo;

i) se for credor ou devedor, tutor ou curador, dequalquer das partes.

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