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GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A TECNOLOGIA EDUCACIONAL – UM DESAFIO PARA O
PROFESSOR DO SÉCULO XXI
SOLANGE MARGARINA BENTO GONÇALVES
ORIENTADOR:
PROF. VILSON SÉRGIO DE CARVALHO
RIO DE JANEIRO DEZEMBRO/2008
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2
GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
Apresentação de monografia ao Conjunto Universitário Candido Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso de Graduação em Pedagogia.
RIO DE JANEIRO DEZEMBRO/2008
A TECNOLOGIA EDUCACIONAL – UM DESAFIO PARA O
PROFESSOR DO SÉCULO XXI
SOLANGE MARGARIDA BENTO GONÇALVES
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pelo dom da vida e por estar presentes nos bons momentos e nos mais difíceis dessa trajetória. Aos meus familiares que compreenderam a minha ausência nos domingos por estar estudando. A todos os professores e diretor do IAVM que contribuíram para o meu aprendizado e formação. Aos amigos em que nos momentos de desânimo deram força, coragem e estímulo para não desistir, fazendo-me seguir a caminhada, apesar da sinuosidade do caminho.
4
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho a todos que contribuíram direta e indiretamente para a realização desse sonho.
5
RESUMO
Essa monografia enfoca a importância da formação dos docentes e
das inovações nas práticas pedagógicas mostrando o papel dos professores e
da escola do século XXI diante do contexto da sociedade. Nesse processo são
apresentadas possibilidades para habilitar os profissionais do ensino para
interagir com as novas tecnologias no ambiente escolar, entendendo o papel
do professor desempenhando um papel de desafiador, criando meios em que
os alunos se interesse pelos recursos tecnológicos, despertando atenção
facilitando o processo de ensino-aprendizagem. Sustenta-se que em uma
proposta de intervenção pedagógica que dá ao aprendizado um sentido novo,
onde as necessidades de aprendizagem aparecem nas tentativas de resolver
situações problemáticas, a partir da pedagogia de projetos, os professores
devem ter uma ação pedagógica inovadora.
6
METODOLOGIA
Na construção desse trabalho monográfico foi realizada inicialmente,
pesquisa bibliográfica, análise de fontes atualizadas refere ao tema
apresentado, buscando a elaboração de um texto claro e objetivo. Dentre os
autores consultados podem ser destacados: Vani Moreira Kenski (2007), Ligia
Silva Leite (2003) e José Manuel Moran (2001), cuja contribuição foi decisiva
para o avanço dos estudos efetivados.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
História da tecnologia no campo educacional 10
CAPÍTULO II
Tecnologia e formação de professores 21
CAPÍTULO III
Perspectivas para o século XXI: Educação a Distância 34
CONCLUSÃO 44
BIBLIOGRAFIA 45
ÍNDICE 46
FOLHA DE AVALIAÇÃO 47
8
INTRODUÇÃO
Esta monografia mostra uma pesquisa em Tecnologia Educacional,
área de estudo que proporcionou o tema para conclusão do curso de
Pedagogia. O trabalho possui um eixo temático, o uso da tecnologia
educacional, um desafio para o professor do século XXI uma transformação da
prática docente e do ambiente escolar.
As tecnologias, presente em diversos setores da nossa sociedade
vêm sendo utilizada em nosso dia-a-dia favorecendo novas formas de pensar.
Como parte deste todo social, a escola também passa por este processo de
utilização desse novo conjunto de possibilidades do seu cotidiano, a Tecnologia
Educacional.
Ao apresentar o que são as novas tecnologias, busca-se facilitar o
entendimento sobre estas e abrir um leque de opções que permitam variar em
enriquecer as diversas maneiras de lidar com o processo de aprendizagem dos
alunos. Desse modo, o fato de utilizar, por si só, diferentes mídias de prática
pedagógica escolar não significa verdadeiramente a efetiva integração entre as
mídias e as atividades pedagógicas.
Nos dias de hoje, vivemos numa sociedade da informação que é
mutável pelas tecnologias no processo educativo e a educação a distância
atualmente é uma questão bastante discutida, possibilitando reinventar uma
nova cultura escolar da educação, construindo-se um novo espaço de
aprendizagem. Na educação a distância sempre utiliza-se algum meio de
comunicação na mediação entre o conhecimento e o aluno.
Onde mostramos que na década passada ainda era pouco
disseminada, nota-se que ainda falta uma conscientização um esforço comum
para que se desenvolvam atividades interdisciplinar com a utilização TIC’s. O
professor utilizando TICs deve desenvolver atividades estimulando o censo
crítico de seu aluno e a sua autonomia e as competências exigidas na atual
9
sociedade, o uso de software utilizado de acordo com a faixa etária e a
maturidade de cada educando interagindo com o currículo.
Outro recurso utilizado é a internet como instrumento de pesquisa e
produção de conhecimento.
Esta monografia completa três capítulos e tem por objetivo discutir
algumas questões relevantes visando à melhoria do entendimento de uma
cultura tecnológica presente no ambiente escolar.
O primeiro capítulo mostra a história da Tecnologia Educacional no
campo educacional e analisa o seu conceito e as diversas possibilidades e
meios a disposição nas escolas, lançando mão do processo histórico destas
tecnologias no que diz respeito a sociedade brasileira, mostrando os diversos
recursos tecnológicos utilizados no processo de ensino-aprendizagem.
O segundo capítulo tem por objetivo mostrar a importância da formação
dos docentes e das inovações nas práticas pedagógicas mostrando o papel dos
professores e da escola do século XXI diante do contexto da sociedade, a
necessidade de habilitar os profissionais de ensino para interagir com as novas
tecnologias do âmbito escolar, fornecendo subsídios para elaboração de projetos,
faz-se trabalhar com projetos e romper com as limitações, convidando os alunos
a reflexão sobre questões importantes na vida real, da sociedade em que vivem.
O terceiro capítulo destaca o conceito de Educação a Distância, uma
perspectiva para o século XXI, os avanços tecnológicos mudaram o cotidiano
da sociedade criando diversos modos de vida. Na educação, as tecnologias de
informação e comunicação têm exigido um novo redimensionamento nos
processos de ensinar e aprender, favorecendo a interação entre sujeitos
propiciando o diálogo, a troca, a construção coletiva na qual o professor
assume um novo papel. A autonomia do aprendente é um dos ideais educativos,
destacando dois momentos significativos na EaD, antes e depois da Internet.
10
CAPÍTULO I
HISTÓRIA DA TECNOLOGIA NO CAMPO
EDUCACIONAL
Tecnologia abrange tudo aquilo que o ser humano inventou, para
facilitar ou simplificar o seu trabalho, enriquecendo suas relações interpessoais,
ou lhe oferecendo prazer. Há muitas formas de se compreender a tecnologia.
Para algumas pessoas ela é fruto da ciência e para outras ela se apresenta de
forma mais ampla, como método ou técnica criado pelo homem para tornar seu
trabalho mais leve, e uma forma mais fácil de comunicação.
A educação não poderia deixar de lançar mão dos seus benefícios
para um maior alcance e conteúdos oportunizados pela tecnologia e diante dos
impacto que as novas tecnologias têm exercido sobre nossas vidas.
No entanto, não podemos esquecer de que a educação continua nos
dias atuais a ser feita predominantemente pela fala, a escrita e o texto
impresso. Esses recursos vão sempre continuar a ser, tecnologias
fundamentais para a educação.
Podemos dizer que a tecnologia não é algo novo, é quase tão velho
quanto o ser humano. As tecnologias que entendem a capacidade de
comunicação do homem, já existem há muito tempo. Os dois últimos séculos
viram o aparecimento de inúmeras tecnologias de comunicação: o telegrafo, o
telefone, a fotografia, o cinema, o rádio, a televisão e o vídeo. E recentemente
temos o computador que se tornou um meio de comunicação que engloba
todas as tecnologias de comunicação vistas anteriormente.
Hoje em dia, quando falamos em “Tecnologia na Educação”
dificilmente se pensa em giz e do quadro, mas essa tecnologia é usada até
hoje nas escolas, da mesma forma do livro didático e este persiste em plena
era da informação e do conhecimento. Um dos desafios do mundo
11
contemporâneo consiste em adaptar a educação à tecnologia moderna e aos
atuais meios eletrônicos de comunicação.
As tecnologias são tão antigas quanto à espécie humana. Na
verdade foi a engenhosidade humana, em todos os tempos, que deu origem às
mais diferenciadas tecnologias.
Segundo Vani Moreira Kenski (2007), o uso do raciocínio tem
garantido ao homem um processo crescente de inovações e os conhecimentos
daí derivados, quanto colocados em prática, dão origem a diferentes
equipamentos, instrumentos, recursos, produtos, processos, ferramentas, enfim
as tecnologias.
Libâneo (2006) nos diz:
“[...] as mudanças tecnológicas terão um impacto cada vez maior na educação escolar e na vida cotidiana. Os professores não podem ignorar a televisão, o vídeo, [...] veículos de informação, de comunicação, de aprendizagem, de fazer, porque há tempos o professor e os livros didáticos deixaram de ser as únicas fontes de conhecimento”. (p. 40)
As “novas” Tecnologias Educacionais têm sido objeto de
preocupação de diversos pesquisadores brasileiros nos últimos tempos, pois
até meados da década de 1990 estas tecnologias eram poucos disseminados,
o que gerou uma lacuna entre especulações teóricas e utilização dessas
inovações nos processos de ensino aprendizagem e do trabalho docente.
Todavia, nota-se que ainda falta uma conscientização de modo que
exista um esforço comum para que se desenvolvam atividades
interdisciplinares com a utilização das TIC’s. Não se pode deixar de lado o uso
das tecnologias uma vez que os alunos estão envolvidos, de um modo ou de
outro, com alguns recursos tecnológicos. Deve-se ficar atento às mutações que
as tecnologias provocam na sociedade, pois elas trazem “uma amplitude que
12
nos colocam diante de escolhas de possibilidades variadas de ação e
comunicação”. (Kenski, 1997: 63).
Assim, considera-se indispensável o uso das tecnologias o qual
possibilita uma nova proposta pedagógica capaz de atender aos anseios dos
jovens e adultos construindo saberes partindo das experiências da sua
realidade. Em que será possível re-significar, interpretando e transformando
informações em conhecimentos.
Essa é a nova postura que devemos ter enquanto escola, como
afirma Kenski (1996).
“As informações vêm de forma global desconexa através dos múltiplos apelos da sociedade tecnológica. A escola precisa aproveitar riqueza de recursos externos, não para reproduzi-los em sala de aula, mas para polarizar essas informações, orientar as discursões, preencher as lacunas do que não foi aprendido, ensinar os alunos a estabelecer distâncias críticas com que é veiculado pelos meios de comunicação”. (p. 143)
Dessa forma, as escolas que utilizam estas tecnologias no processo
ensino-aprendizagem necessitam ter um projeto político-pedagógico, em que
os profissionais sempre estejam repensando a sua prática pedagógica e
acompanhando a tecnologia educacional, visando uma formação do sujeito
crítico e ajudando na construção do seu educando.
Moran (1996) ressalta a importância da inserção / integração das
tecnologias para o salto qualitativo no campo educacional.
Entretanto, torna-se evidente que só será possível uma nova
construção da prática pedagógica se houver o envolvimento de todos,
educandos e profissionais da educação, em busca do reconhecimento mútuo
que abra caminhos para novas possibilidades educacionais.
Grinspin (2001) levanta alguns questionamentos que devem ser
levados em consideração ao pensar em tecnologias educacionais.
13
“Para que serve então uma educação tecnológica? [...] para formar o indivíduo na sua qualidade de pessoa humana, mais crítica e consciente para fazer a história do seu tempo com possibilidades de construir novas tecnologias, fazer uso da crítica e da reflexão sobre a utilização de forma mais precisa e humana, e ter as condições de, convivendo com o outro, participando da sociedade em que vive, transformar essa sociedade em termos mais justos e humanos”. (p. 29)
A Tecnologia não tem fim em si mesmo, por isso, não devemos ficar
preocupados apenas com a operacionalidade das máquinas que sozinhas não
garantem o aprendizado e nem operam mudanças.
Entretanto, o bom uso poderá trazer para o processo educativo
formas criativas na busca do conhecimento, que por meio da informação
possam atender aos anseios de uma nova sociedade cada vez mais exigente.
Desse modo, o fato de utilizar, por si só, diferentes mídias na prática
pedagógica escolar não significa verdadeiramente a efetiva integração entre as
mídias e as atividades pedagógicas: “integrar” tem que ser no sentido mais
amplo da palavra, que quer dizer tornar inteiro, fazer parte de todo o processo
de construção do saber, com objetivos e estratégias que venham enriquecer os
novos aprendizados e que podem ser alcançados também através do uso de
variadas tecnologias.
“A educação tecnológica segue o caminho das inovações não como descobertas em si, mas como busca de compreensão dos novos papéis e funções que o homem tem na sociedade, oriundos, por sua vez das novas relações sociais”. (GRINSPUN, 2001: 57)
O professor que pretende utilizar-se dessas TICs deve se precaver e
ainda mais, deve desenvolver em seu trabalho de sala de aula, a utilização
adequada aos meios tecnológicos para com isso desenvolver o espírito crítico
do aluno, a capacidade de julgamento e a sua autonomia e as competências
exigidas na atual sociedade.
14
Portanto, o professor do século XXI necessita adequar-se aos
avanços e recursos metodológicos respeitando o pensamento, o gosto, a
curiosidade do educando, para melhor compreendê-lo. Dessa forma, deixará
de ser professor mecanicista e perceberá que o discente é sujeito capaz de
transformar a sua realidade, podendo abrir novas possibilidades na vida e
despertando habilidades.
1.1. Utilização dos recursos tecnológicos
Nas atividades cotidianas, lidamos com vários tipos de tecnologias.
Há maneiras, jeitos ou habilidades especiais de lidar com cada tipo de
tecnologia; para executar ou fazer algo, chamamos de técnicas. Algumas
técnicas são simples e de fácil aprendizado. São transmitidas de geração em
geração e se incorpora aos costumes e hábitos sociais de um determinado
grupo de pessoas.
A educação também é um mecanismo poderoso de articulação das
relações entre poder, conhecimentos e tecnologias. Desde pequena, a criança
é educada em um determinado meio cultural familiar, onde adquire
conhecimentos, hábitos, atitudes, habilidades e valores que definem a sua
identidade social. A forma como se expressa oralmente, como se alimenta e se
veste, como se comporta dentro e fora de casa são resultados do poder
educacional da família e do meio em que vive. Da mesma forma, a escola
exerce o seu poder em relação aos conhecimentos e ao uso das tecnologias
que farão a mediação entre professores, alunos e conteúdos a serem
aprendidos.
Para Leite (2003:11), a presença inegável da tecnologia em nossa
sociedade constitui a primeira base na escola. Ela considera que as
tecnologias estão presentes no cotidiano escolar primeiramente porque estão
presentes na vida, mas também para: (a) diversificar as formas de produzir a
apropriar-se do conhecimento; (b) serem estudadas, com objeto e como meio
de chegar ao conhecimento, já que trazem embutidas em si mensagens e um
15
papel social importante; (c) permitir aos alunos, através da utilização da
diversidade de meios, familiarizarem-se com a gama de tecnologias existentes
na sociedade; (d) serem desmistificadas e democratizadas; (e) dinamizar o
trabalho pedagógico; (f) desenvolver a leitura crítica; (g) ser parte integrante do
processo que permite a expressão e troca dos diferentes saberes.
Para isso, o professor deve ter clareza do papel das tecnologias
como instrumentos que ajudam a construir a forma de o aluno pensar, encarar
o mundo e aprender a lidar com elas como ferramentas de trabalho e se
posicionar na relação com elas e com o mundo.
Enfim, elas não podem ser apenas objeto de consumo, devem ser
apropriadas por todos os sujeitos da escola ativamente envolvidos na produção
de conhecimento visto como não estático dado ou acabado; não considerado
uma verdade única e universal; mas sim provisório, histórico, socialmente
marcado, em construção constante e tal como realidade, dinâmico, diverso e
mutável.
Em sua obra sobre Tecnologia Educacional, Leite (2003) distingue
as diversas tecnologias, chamando-as de independentes e dependentes. As
tecnologias independentes seriam àquelas que se bastariam e não estariam
ligadas à fonte de energia ou outros meios externos para serem colocados em
prática. Já as tecnologias dependentes estariam ligadas intrinsecamente a
outras formas de tecnologia para funcionar, como a energia elétrica
instrumentos de comunicação, aparelhos eletrônicos entre outros. Todas estas
podem ser utilizadas no ambiente escolar pelo professor como objetivo de
facilitar o aprendizado de seus alunos.
Citamos algumas das tecnologias ditas independentes:
LIVRO DIDÁTICO – é um material impresso que, baseado nas áreas
do currículo, contém um roteiro básico de conhecimento e específico para cada
nível de ensino. De modo geral, traz o conteúdo de área de conhecimento,
16
gravuras pertinentes ao assunto, atividades de aplicação e muitas vezes,
sugestões sobre como o professor pode planejar as aulas e tratar os
conteúdos;
HISTÓRIA EM QUADRINHOS – as histórias são formadas por
sequencia de quadros que utilizam dos códigos de signos gráficos – a imagem
e a linguagem escrita, conjugando dois tipos de arte – literatura e desenho;
ILUSTRAÇÃO / GRAVURAS – termos genéricos que abrangem
desenhos, fotografias, estampas, símbolos, pinturas não transparentes etc. têm
na sala de aula, tem função de esclarecer, elucidar e ilustrar;
JOGOS – o jogo é uma atividade física ou mental organizada
segundo regras que definem a vitória ou a derrota. É um fenômeno cultural
com múltiplas manifestações que variam conforme o contexto histórico e social;
JORNAL – é um periódico impresso, dedicado à divulgação de
informações, noticias e opiniões, que tem como característica atingir o grande
público em tempo relativamente curto. A natureza de sua comunicação é
pública, rápida, transitória e atual;
MURAL – consiste em um conjunto de elementos subordinados a
um mesmo tema e disposto harmoniosamente sobre uma superfície, com o
objetivo de transmitir uma mensagem;
MAPA E GLOBO – o mapa é uma representação plana do planeta
Terra e o globo uma representação esférica. São representações do mundo
real, embora tenham natureza abstrata e expressem a realidade mediante
símbolos, são instrumentos comumente usados na escola para orientar,
localizar, informar;
QUADRO DE GIZ – é o recurso de ensino mais utilizado na escola,
para escrever ou desenhar símbolos visuais, podendo ser de dois tipos: fixo ou
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móvel. Hoje em muitas salas de aula, o tradicional quadro-de-giz foi substituído
por um quadro branco de acrílico, no qual se escreve com caneta especial
(pilot);
TEXTO – é toda construção cultural que adquire um significado
devido a um sistema de códigos e convenções. Há textos que combinam
linguagem verbal com a linguagem visual, são muitos utilizados hoje em dia no
jornalismo e na publicidade.
Apresentamos alguns das tecnologias ditas dependentes:
RÁDIO – o rádio é um dos veículos de comunicação de maior
penetração na população brasileira. O rádio pode ser considerado um
instrumento de disseminação de informações básicas, nesse sentido tem a
função mais ampla do que apenas informar, devendo participar da ação
educativa, contribuindo para a promoção do desenvolvimento integral do
homem e da comunidade;
FITA DE VÍDEO – consiste em uma fita magnética na qual são
gravados imagens e som simultaneamente e que para ser vista e ouvida
necessita do aparelho denominado videocassete, conjugado com a televisão;
FITA SONORA E CD – material sonoro preparado em fita cassete
para guardar e transmitir informações de diversos tipos. Hoje, a fita sonora está
sendo substituída pelo CD (Compact Disc) que possui qualidade melhor e
armazena muito mais informações do que a fita e DVD;
TELEVISÃO – o aparelho de televisão é um equipamento que
transmite sons e imagens organizadas sob a forma de programas e comerciais
que exigem do telespectador a integração de vários sentidos, pressupondo
uma percepção polivalente;
18
COMPUTADOR – é um equipamento que recebe, guarda, manipula
e emite dados e símbolos. Suas principais características são: (a) acessa e
armazena grande quantidade de informações para a solução de uma grande
variedade de problemas, podendo ser útil para o ensino de diversos conteúdos;
(b) segue, automaticamente instruções longas e complexas para a solução de
problemas; (c) é muito rápido no processamento de dados;
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – Assim sendo, a EaD pode ser definida
como um processo educacional que acontece quando o professor e o aluno
estão fisicamente separados. A EaD pode ser ministrada mediante a utilização
das mais variadas tecnologias.
Para Sancho (1999),
“No campo da educação, o importante não é que uma máquina possa resolver equações, simular um fenômeno complexo ou permitir o acesso a um enorme volume de documentos multimídia. O principal problema, depois de garantir um mínimo de ordem social, é a construção de significados, a aprendizagem autônoma, a adotação de sentido, a compreensão e o aprender a aprender” (SANCHO, 1999: 45)
Com as tecnologias da informação e da comunicação, pode-se
aprender de forma diferente, desenvolver habilidades distintas, articular o
conteúdo curricular de outro modo. Utilizando os recursos tecnológicos no
processo de ensino-aprendizagem ocorrem contribuições tanto para alunos
quanto para professores.
Sancho (1999) afirma que: “o papel do computador no ensino não
apenas pode ser o mais variado, mas também pode adaptar-se a qualquer
método ou perspectiva pedagógica”. (p. 45)
Muitos programas em multimídias dão mais importância a atividade
de percepção com muitos estímulos como sons, desenhos, movimentos,
deixando de lado processos cognitivos mais complexos.
19
O professor deve traçar os objetivos que deseja atingir e escolher o
software de acordo com a faixa etária da criança e a maturidade da criança.
Este software precisa oferecer condições para que os alunos participem de
forma ativa do processo criativo que vem do produto, havendo interação entre
a criança e o software.
Os softwares abrangem diversas finalidades como:
� Tutoriais: são softwares que apresentam conceitos e instruções
para realizar tarefas específicas e não permitem a interatividade.
Eles apresentam estímulos a respostas já prontas, inibindo a
criatividade dos alunos. É de fácil uso e o manuseio é auto-instrutivo.
� Simulação: são software que permitem criar situações da
realidade na tela do computador, como simuladores de vôos,
gerenciadores de cidades, laboratórios. Eles são atrativos para os
alunos e podem ser utilizados como recurso de aprendizagem.
� Autoria: possibilita que o aluno torne-se autor, produza e
apresente a sua produção utilizando-se diversos recursos de
multimídia.
� Exercitação: softwares que permitem atividades interativas
através de respostas às questões apresentadas. O professor pode
ensinar os conceitos em sala de aula e depois exercitar tais
conceitos no computador.
� Jogos: são programas de entretenimento que podem ser
utilizados como ferramentas para ministrar aulas mais atrativas com
a finalidade educativa.
� Abertos: software com várias ferramentas que podem ser
relacionados de acordo com objetivo que o professor deseja atingir
na sala de aula, com as planilhas eletrônicas, os editores de textos,
os bancos de dados, programas gráficos etc.
Outro recurso é a utilização da Internet como instrumento de
pesquisas e produção de conhecimento. As principais ferramentas de Internet
20
(correio eletrônico, world wide web, lista de discursão, Chat, ftp) possuem
aplicações pedagógicas.
Ela pode permitir a comunicação e o compartilhamento de recursos
e dados com pessoas do nosso país ou ai redor do mundo, possibilitando
acesso a uma enorme quantidade de informações.
21
CAPÍTULO II
TECNOLOGIA E FORMAÇÃO DE PROFESSORES
Como todas as inovações tecnológicas desenvolvidas para informar,
a solução, porém, ainda está no professor, que poderá resgatar o potencial do
nosso educando, como uma educação cognitiva, desenvolvendo uma didática
envolvendo e motivadora, tentando conhecer, compreender e ser o mediador,
auxiliando o aluno naquilo que precisa para analisar, compreender, deduzir,
sintetizar, aprender e aprender.
Desta forma, contribuímos para que os alunos dêem margem do seu
saber, produzam seus conhecimentos, busquem suas informações, resgatem
suas atitudes e valores, buscando também o seu saber científico e capaz de
formar uma sociedade de homens justos, dignos e letrados por uma educação
libertadora.
Para Santos (2006) todos os envolvidos com a educação precisam
ter um olhar atento às tecnologias educacionais, pensar, refletir, planejar ações
pedagógicas inovadoras, com calma, mas que sinalizem uma mudança.
Essa perspectiva nos incentiva a refletir o papel do professor e as
tecnologias em sua ação profissional, pois nos deparamos com muitos
pesquisadores que destacam a importância do uso das novas tecnologias do
processo de construção do conhecimento pelo aluno, pelas suas possibilidades
e potencialidades e, por outro lado, encontramos pesquisadores que
apresentam em suas pesquisas a insegurança, incerteza e muitas vezes
aversão que muitos professores demonstram para com esse recurso
tecnológico.
Diante desse dualismo existente quanto ao uso das TIC’s, o
professor precisa aprender a equilibrar o seu planejamento com o bom uso da
22
tecnologia. Assim, faz-se necessária a reflexão crítica sobre mudanças que
este processo pode significar para a aprendizagem do nosso educando.
O uso adequado das potencialidades oferecidas pelas tecnologias
de informação e comunicação poderá auxiliar a mudança do papel do professor
de um mero “repetidor”, da informação passando a exercer múltiplos papéis,
tais como mediador aprendente, tornando as suas ações cada vez mais
interessantes, criativas e significativas.
Para Moran (2001) defende que na sociedade da informação todos
estão reapresentando a conhecer, a nos comunicar, a ensinar e a aprender, a
integrar o humano e a tecnologia; a integrar o individual; o grupal e o social.
Assim, precisamos saber lidar com as incertezas (MORIN, 2007) que
transforma cada escolha numa “aposta” onde escolhemos conscientes do risco
e a velocidade das transformações tecnológicas.
Não basta a escola adquirir recursos tecnológicos e outros materiais
pedagógicos sofisticados e modernos. É preciso ter Projeto Político
Pedagógico capaz de recriar ambientes de aprendizagem, que exprima com
clareza que cidadão queremos formar em que sociedade deseja viver e qual é
a escola ideal para o futuro.
Portanto, fica claro que a sociedade do conhecimento demanda um
novo perfil de profissional de educação, isso exige que cada professor invista
em seu próprio desenvolvimento, para que consiga transmitir aos alunos os
benefícios das novas ferramentas tecnológicas para apoiar o processo
educacional.
Leite (2003:13) afirma ainda acreditar que ao trabalhar com os
princípios da Tecnologia Educacional o professor estará criando condições
para que o aluno, em contato crítico com as tecnologias da, e na escola,
consiga lidar com as tecnologias da sociedade aprimorando-se delas como
23
sujeito. Esse tipo de trabalho será facilitado na medida em que o professor
dominar o saber relativo às tecnologias, tanto em termos de valorização e
conscientização de sua utilização, ou seja, por que e para que utilizá-las.
Quanto em termos de conhecimentos técnicos, saber utilizá-las de acordo com
suas características e de conhecimento pedagógico, como integrá-las ao
processo educativo.
O computador se tornou um instrumento, uma ferramenta para a
aprendizagem e essa tecnologia tornou-se um importante meio de estudos e
pesquisas. Os alunos ao utilizarem o computador entram em um ambiente
multidisciplinar e interdisciplinar, ou seja, ao invés de apenas receberem
informações, é o facilitador, mediador da construção do conhecimento. Então, o
computador passa a ser o “aliado” do professor na aprendizagem, propiciando
transformações no ambiente de aprender e questionando as formas de
aprender.
Como toda a tecnologia, a introdução dos computadores na
educação apresenta aspectos positivos e negativos. Para que uma instituição
escolar introduza a informática, é preciso ter um plano pedagógico, onde serão
discutidos os objetivos de sua utilização como ferramenta educativa., e a
escolha do software educativo que possa ser usado para ajudar a atingir mais
fácil e eficientemente os objetivos educacionais, não deixando portanto, que o
computador se torne um brinquedo.
A escola precisa de professores capacitados para trabalhar com
esse novo ícone que é a informática educativa, e sem medo de que em algum
momento seja substituído por computadores... é preciso então que haja uma
integração entre o meio escolar e o corpo docente, favorecendo assim a
sociabilidade dos alunos e professores com o mundo da tecnologia.
O computador não substitui a inteligência e a criatividade que não
inerentes ao ser humano, apenas as desenvolve. Porém, a introdução de
24
computadores pode educar, mas também deseducar dependendo da maneira
como será utilizado.
As novas tecnologias podem exercer um impacto no papel dos
professores por causa da formação constante recebida pela Internet, em
termos de conteúdos, métodos e uso da tecnologia, apoiando um modelo de
ensino que visa um estudante como participante ativo do processo de
aprendizagem e não como receptor passivo de informações. Sendo assim,
incentiva os professores a reformularem suas aulas e encoraja os alunos a
participarem de novas experiências.
Tendo acesso a essas novas tecnologias da informação, os alunos
passam a ser agentes de mudança nos diversos setores que utilizam essas
tecnologias e estimulam o desenvolvimento de habilidades sociais, a
capacidade de comunicar, permitindo autonomia e criatividade.
A formação de professores em novas tecnologias permite que cada
professor perceba, desde sua própria realidade, interesses e expectativas e
como as tecnologias podem ser úteis a ele.
A capacitação dos professores é um dos fatores mais importante na
utilização da informática na educação. Ele deve perceber como efetuar a
integração da tecnologia com sua proposta de ensino, sendo o facilitador e
coordenador do processo de ensino-aprendizagem e estar apto a lidar com
rápidas mudanças, ser dinâmico e flexível.
É muito importante que o professor tenha conhecimento sobre as
possibilidades dos recursos tecnológicos, para poder utilizá-los como
instrumentos para a aprendizagem. É necessário que ele conheça as
potencialidades das ferramentas e saiba utilizá-las durante a prática da sala de
aula. A formação dos professores é um alicerce fundamental para a melhoria
da qualidade do ensino.
25
Os professores não podem pensar que as “máquinas que ensinam”
vão substituí-los, pois o que existe é uma complementação. O educador que
adota as novas tecnologias passa a ser o mediador da aprendizagem, pois
passa a dirigir as pesquisas, apontar caminhos e propor projetos.
Para que ocorra a interação do aluno com a máquina, o professor
precisa ser preparado para desempenhar o importante papel de mediador do
conhecimento do aluno, não mais se restringindo à sua função de transmissor
de informações e conhecimentos.
As novas tecnologias da informação se bem utilizadas por
professores capacitados poderão abrir um caminho de oportunidades como
uma melhor atuação dos alunos, uma maior facilidade de obtenção de
materiais para aulas.
Segundo Valente (1996),
“Se a função do computador não for bem compreendida e ele for implementado na escola, como um virador de páginas de um livro eletrônico, ou um recurso para fixar conteúdo, corremos o risco de informatizar uma educação obsoleta, fossilizando-a definitivamente” (p. 368)
Sendo, assim, o professor precisa adquirir habilidades técnicas e
pedagógicas através de um treinamento na formação inicial e um
acompanhamento da prática pedagógica na escola, pois a tecnologia nunca se
esgota e novos recursos estão aparecendo a cada dia.
É necessário que o professor tenha conhecimentos básicos de
informática, como Windows, Word, Excel, PowePoint, conhecimento
pedagógico, integração de tecnologia com as propostas pedagógicas e formas
de gerenciamento da sala de aula com os novos recursos tecnológicos. Na sua
capacitação, o professor precisa conhecer também softwares educativos
relacionados aos conteúdos curriculares.
26
Poucos professores estão preparados para integrar esses diferentes
domínios na sua prática pedagógica e sua formação deve dar condições a ele
de construir conhecimento sobre os aspectos computacionais, compreender as
perspectivas educacionais que estão nos softwares em uso, isto é, as noções d
de ensino-aprendizagem e conhecimento implícitos nos softwares; e entender
porque e como integrar o computador na sua prática pedagógica.
Os professores devem superar o medo da utilização da informática
na educação, trabalhar para o processo de democratização do acesso às
informações e para a universalização da produção do conhecimento. Eles
devem se inserir num projeto, mais amplo, onde a sala de aula deve ser um
local de criação e recriação da cultura e da cidadania.
A educação tem um papel primordial quanto à preparação das novas
gerações para enfretamento das exigências da sociedade moderna. Também é
função da instituição escolar formar o cidadão da sociedade da informação.
O educador para atuar neste novo cenário, precisa de algumas
mudanças na estrutura curricular de sua formação. Tal como o acesso e a
inclusão das novas tecnologias da sociedade da informação, pois muitos
atuarão ou já atuam em instituições que utilizam as tecnologias como recurso
educacional, a serviço de um projeto pedagógico.
Cabe o professor desempenhar um papel de desafiador, criando
meios em que os alunos se interessam pelos recursos tecnológicos,
despertando a atenção facilitando o processo de ensino-aprendizagem.
A formação de professor em novas tecnologias deve permitir que
perceba, desde sua própria realidade, interesses e expectativas, de como
essas tecnologias podem ser úteis e significativas ao trabalho pedagógico
planejado.
27
O uso efetivo da tecnologia por parte dos alunos passa primeiro por
assimilação da tecnologia pelos professores. Quando inserida sem discussão e
qualificação dos profissionais envolvidos no processo educacional, a tecnologia
pode representar inútil e fragilizada pelo despreparo.
Para atingir efeitos positivos, é de fundamental importância uma
capacitação efetiva inicial e um apoio gradual e contínuo em longo prazo
começando com os professores, quem a sua vez, poderão capacitar seus
alunos.
Para que a tecnologia incorporada ao sistema educacional possa
provocar mudanças positivas, agregando valor à atividades curriculares, é
necessária a realização de um trabalho de conhecimento e exploração das
ferramentas tecnológicas com os profissionais que atuam nesta área. É
essencial planejar a integração da tecnologia na cultural da instituição de
ensino.
O professor não será aquele que passa somente informação. A
função do educador não deve ser de um mero transmissor de conhecimentos,
mas um provocador de descobertas que instiga à reflexão. O seu papel
continuará sendo de fundamental relevância para o auxílio do aluno na
construção do conhecimento.
Libâneo (2006) afirma que:
“O novo professor precisaria, no mínimo, de uma cultura geral e ampliada, capacidade de aprender a aprender, competências para saber agir na sala de aula, habilidades comunicativas, domínio da linguagem informacional, saber usar meios de comunicação e articular as aulas com as mídias e multimídias”. (LIBÂNEO, 2006:10)
Com o avanço tecnológico a educação mais que nunca precisa
atualizar-se. E para assumir o papel de coordenador do processo de ensino-
aprendizagem, o professor precisa de uma preparação, uma formação que
28
busca constantemente condições para trabalhar com as novas informações,
comparando, discutindo e interagindo. É preciso integrar projetos em redes –
temáticas, unindo os métodos já conhecidos com as novas formas de
aprendizagem.
Ao mesmo tempo em que o professor cria meios para que ocorra a
aprendizagem do aluno, ele deve ter consciência de que é um eterno aprendiz.
A sua pratica deve estar constantemente em processo de meditação. De
acordo com Valente (1999)
[...] suas reflexões devem permitir a busca de teorias que facilitem aprender o significado de sua prática, problematizá-la e identificar o seu estilo de atuação. À medida que estabelece um movimento entre a teoria e a prática, o professor constrói uma nova teoria de acordo com seu contexto e com sua prática transformada e transformadora. (VALENTE, 1999:65)
O professor que reflete sobre sua própria prática trabalha em
conjunto com os alunos, considerando o conhecimento e as experiências
trazidas por todos, que segundo FREIRE (2001: 82) “... além de ensinar o
professor aprende e o aluno, além de aprender ensina”.
O educador do século XXI precisa saber utilizar os instrumentos que
a cultura irá indicar como representativos dos modos de viver dos novos
tempos. Libâneo (2006) apresenta esse assunto de forma muito pertinente:
“Os professores não podem mais ignorar a televisão, o vídeo, o cinema, o computador, o telefone, o fax, que são veículos de informação, de comunicação, de aprendizagem, de lazer, porque há tempos o professor e o livro didático deixaram de ser as únicas fontes de conhecimento”. (LIBÂNEO, 2006: 40)
Para isso serão necessários muitas pesquisas em novas tecnologias
da informação, modelos cognitivos, aprendizagem cooperativa e investimentos
em formação docente.
29
A tecnologia se faz necessária na educação, mas é fundamental
repensar o papel dos profissionais que nela atuam, pois suas funções deixam
de ser apenas ensinar, mas criar condições para que aconteça a aprendizagem
significativa, realizando a mediação da máquina, homem e tecnologia. A sua
formação deve estar alicerçada nos princípios da abordagem reflexiva para
desenvolver um trabalho pedagógico de qualidade.
Os educadores em uma visão emancipadora não só transformarão a
informação em conhecimento e em consciência crítica, mas também formarão
indivíduos críticos.
O constante desenvolvimento de novas tecnologias de comunicação
e entretenimento são características da sociedade da informação, que sugerem
aos profissionais da educação a necessidade de uma abrangente reflexão
sobre a inserção de novas tecnologias em projetos educacionais, contribuindo
assim, de forma efetiva com o sucesso da educação.
A educação precisa propor respostas educativas em relação às
novas exigências da sociedade contemporânea como capacitação tecnológica,
alfabetização digital, inclusão de tecnologias em planejamentos de aulas e em
projetos educacionais. Investir em um sistema de professores capacitados
supõe rever o modo como essas questões são levantadas e como as escolas
organizam o ensino diante da realidade em transformação.
No ambiente escolar os professores, na maioria das vezes, se
deparam com atividades que exigem muita criatividade e para isso é preciso ter
coragem para enfrentar novos desafios e não ter medo de errar. Precisa usar
sempre a criatividade, tendo autoconfiança. Isso tem sido feito por meio de
projetos.
30
2.1. Tecnologias e projetos
Ao elaborar seus projetos, o professor conduzirá seus alunos a um
conjunto de interrogações, quer sobre si mesmos, quer dizer sobre o mundo à sua
volta levando o aluno a interagir com o desconhecido ou com novas situações,
buscando soluções para os problemas. Aprender por projetos é levar o aluno e
construir seus conhecimentos, despertar sua curiosidade, seu desejo, sua
vontade de cada vez mais aprender.
Os trabalhos não são necessariamente realizados no ambiente
computacional, e sim também fora dele. Os alunos constroem maquetes,
trazem pesquisas, fotos, CDs, realizam experiências, dentre outras coisas
vivendo num mundo de descobertas e imaginação.
Porém concluímos que o uso do computador, mesmo as tarefas
mais simples, como desenhar na tela, escrever um texto, etc., são
suficientemente ricas e complexas, permitindo o desenvolvimento de uma série
de habilidades que ajudam na solução de problemas, levando o aluno a
aprender através de seus erros.
Isto contribuirá para o desenvolvimento de sua auto confiança, ou
seja, dar a capacidade de criança viver em uma sociedade cada vez mais
permeada pela tecnologia, crescendo com o sentido que são elas que devem
controlar as máquinas e não o inverso.
O propósito de trabalhar com projetos é romper com as limitações,
muitas delas auto-impostas, do cotidiano, convidando os alunos à reflexão
sobre questões importantes na vida real, da sociedade em que vivem.
Queremos que nosso aluno use as novas tecnologias de forma
crítica, criativa e aberta. É feliz a parceria: projetos e novas tecnologias.
31
A Pedagogia de Projetos visa é à re-significação do espaço escolar,
transformando-o em um espaço vivo de interações e conexões, aberto ao real
e às suas múltiplas dimensões.
O trabalho com projetos traz uma nova perspectiva para
entendermos o processo de ensino/aprendizagem. Aprender deixa de ser um
simples ato de memorização e ensinar não significa mais repassar conteúdos
prontos.
Nesse contexto, o conhecimento é construído em estreita relação
com o contexto em que é utilizado, sendo, por isso mesmo, impossível separar
os aspectos cognitivos, emocionais e sociais presentes nesse processo.
A formação dos alunos não pode ser pensada apenas como uma
atividade intelectual. É um processo global e complexo, em que o conhecer e o
intervir no real não se encontram dissociados.
Prado (2007) indica a adoção de pedagogia de projetos
demonstrando o papel do aluno e sua nova conduta frente aos desafios
propostos e o papel do professor como mediador de todo o processo\;
“Na pedagogia de projetos, o aluno aprende no processo de produzir, de levantar dúvidas, de pesquisar e de criar relações, que incentivam novas buscas, descobertas, compreensões e reconstruções de conhecimentos. E, portanto, o papel do professor deixa de ser aquele que ensina por meio da transmissão de informações – que tem como centro do processo a atuação do professor -, para criar situações de aprendizagem cujo foco incide sobre as relações que se estabelecem neste processo, cabendo ao professor realizar as mediações necessárias para que o aluno possa encontrar sentido naquilo que está aprendendo, a partir das relações criadas nessas situações”. (PRADO, 2007: s/p).
32
A pedagogia de projeto é uma proposta de intervenção pedagógica
que dá a atividade de aprender um sentido novo, onde as necessidade de
aprendizagem aparecem nas tentativas de resolver situações problemáticas.
No enfoque da aprendizagem a partir da pedagogia de projetos, os
professores devem ter uma ação pedagógica inovadora, reflexiva em que
possam dar espaço para que os alunos realmente produzam seus
conhecimentos para a formação de um sujeito crítico, reflexivo e inovador e
que tenha um bom relacionamento como pessoa.
Quando o aluno realmente produz o seu conhecimento com
autenticidade, criticidade, criatividade, dinamismo, entusiasmo, ele questiona,
investiga, interpreta a informação, não apenas a aceita como uma imposição.
Para que este aluno realmente tenha como meta segura a
internalização de seus conhecimentos, é preciso que os professores trabalhem
com projetos tornando o ensino atrativo e de qualidade, despertando a
conscientização de uma nova maneira de ensinar, uma nova postura
pedagógica, levando os alunos a descobrir, investigar, discutir, interpretar,
raciocinar, e cujos conteúdos devem ser conectados a uma problemática do
contexto social, político e econômico do aluno, significando uma outra maneira
de repensar a prática pedagógica e as teorias que a embasam.
O trabalho com projetos o incentiva e ultrapassar os limites da sala
de aula, a partir de uma reflexão sobre problemas no seu dia-a-dia, e sim abre
espaço para realidade social, cultural, politica e econômica.
Ao elaborar um trabalho com projetos, busca-se superar as práticas
habituais, monótonas, descontextualizadas do processo educacional por uma
prática mais dinâmica, prazerosa e contextualizada, proporcionando situações
de aprendizagem em que os alunos aprendam fazer errando, acertando,
pesquisando, levantando hipóteses, experimentando, investigando, refletindo,
construindo, intervir, concluir com conteúdos e recursos diversificados,
33
contextualizados, gerando situações de aprendizagem reais e significativas,
trabalhando os de forma interdisciplinar e contextualizadas (LIBÂNEO, 2000)
O uso de projetos como atividade educativa permite que o educador
e o educando sejam companheiros no processo de ensino e aprendizagem.
Eles compartilham os objetivos e se tornam responsáveis pelo
desenvolvimento do projeto.
34
CAPÍTULO III
PERSPECTIVA PARA O SÉCULO XXI: EDUCAÇÃO A
DISTÂNCIA
Os avanços tecnológicos vêm provocando inúmeras mudanças no
cotidiano das pessoas, criando diferentes modos de vida, de pensamentos e de
percepções. No processo educativo, as TICs têm exigido um novo
redimensionamento nos processos de ensinar e aprender. Até hoje, a
educação esteve, e ainda presa e uma visão positivista de mundo: em sua
organização escolar, na distribuição dos conhecimentos entre disciplinas, na
separação de conteúdos e metodologias entre quem ensina e quem aprende e
na ênfase à transmissão de conteúdos através de métodos e técnicas
consideradas mais apropriadas.
Nessa perspectiva, as tecnologias vêm servindo de meios, de
instrumentos para levar os sujeitos a ter acesso ao conhecimento. A
aprendizagem por sua vez, pautada em uma abordagem behaviorista fica
reduzida a assimilar, memorizar, copiar e imitar modelos daquilo que é
ensinado. O fato é que a prática educativa deve criar situações experimentais
capazes de levar os aprendizes a operacionalizar estas situações a partir de
estímulos ambientais. As chamadas tecnologias tradicionais, a fala, a escrita e
a imprensa, tão necessária à construção e transmissão do conhecimento,
exercem o controle e o domínio do aprendizado do aluno.
Mudanças, provocadas pelas tecnologias no processo educativo,
possibilitam reinventar uma nova cultura escolar que se estende do ensino
presencial ao a distância. As bases epistemológicas e teóricas desta nova
Educação devem ser pensadas conforme as implicações políticas referentes à
inclusão de todos ao processo educativo formal. No Brasil, onde a exclusão
escolar (evasão, repetência) é um elemento estruturante do sistema de ensino,
redimensionar o pensar-fazer pedagógico, incorporando as NTICs, pressupõe
um passo no processo de socialização de um bem cultural e de viabilizar a
35
Educação que se faz necessária para uma sociedade em que o conhecimento
é mercadoria, valor. Entretanto, não se pode esperar que a inserção do
indivíduo no mundo tecnológico fomente, por si mesmo, a construção do que
Lévy (1997) chama de democracia no ciberespaço, a partir da construção de
uma inteligência coletiva.
No paradoxo entre as possibilidades reais de acesso à maioria da
população a este bem que é a “web” e às condições atuais de seus
navegadores, acreditamos que as NTICs se incorporam formas nucleares de
agendar-se, no ciberespaço, o sepultamento das distâncias, como evidências
geográficas concretas, para o encontro virtual e interativo de seres em
construção, certamente pensadas e redimensionadas numa perspectiva
coletiva e planetária.
As NTICs em tempos de globalização, têm reinventado nosso estilo
de pensar, aprender e viver, ampliando-se assim o leque de significações para
a construção do conhecimento. A “conectividade” vem sendo cada vez mais
assumida por novos poderes políticos e comerciais, deixando para as pessoas
as possibilidades de escolha entre um “site” educativo e as mais cruéis formas
de propagandas de revistas pornográficas, racistas e corrupções.
Se, por um lado, não se pode desconsiderar que a NTICs
possibilitam mudanças fundamentais à vida das pessoas, e não apenas novas
ferramentas auxiliares de suas atividades cotidianas, por outro, não se pode
fechar os olhos para o fato de que o acesso a estas tecnologias ainda é mínimo
para a maioria da população brasileira e que o campo de luta pela sua
socialização e ampliação deve ocorrer no campo político e econômico.
3.1. Conhecendo um pouco sobre Educação a Distância
A Educação a Distância vem crescendo de forma gradativa em
nosso país. Os percentuais de alunos matriculados nessa modalidade crescem
anos após anos.
36
O Decreto 5.622/2005, que regulamenta a educação a distância no
Brasil, a caracteriza como modalidade educacional na qual a mediação
didático-pedagógico nos processos de ensino aprendizagem ocorre com a
utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com
estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou
tempos diversos.
Em nosso país, a educação a distância parece ser uma alternativa
preciosa, onde temos uma grande extensão territorial e a falta de
oportunidades educacionais são fatos reais. Mais e mais é necessário buscar
alternativas de atender a uma demanda significativa de profissionais que, não
podendo beneficiar-se do ensino convencional dito presencial, ficam à margem
de possibilidades de capacitação e aperfeiçoamento.
Assim apontamos a educação, a distância como uma possibilidade
de (re)significação, pois esta modalidade favorece a interação entre os sujeitos
propiciando o diálogo, a troca, a construção coletiva, na qual o professor
assume um novo papel no processo de ensino-aprendizagem, não somente de
transmissor de conhecimentos, mas assume juntamente com os alunos uma
posição de parceria. Diante isso, a autonomia do aprendente é um dos ideais
educativos, pois ele é estimulado, instigado a buscar, exigindo assim, um
grande comprometimento com a construção do conhecimento.
Nos dias de hoje, vivemos numa sociedade da informação que é
mutável, e o sistema de ensino enfrenta novos desafios no que diz respeito às
exigências de mudanças e a educação a distância atualmente é uma questão
bastante discutida e pesquisada.
A Educação a Distância (EaD) difundiu-se na Europa (França,
Espanha, Inglaterra) que criou modelos educacionais levados para outros
lugares pelos Center National de Enseignement a Enseignement a Distance,
Universidad Nacional de Educación a Distancia e Open University, vem se
37
mostrado uma excelente alternativa para a formação continuada em todo o
mundo. “O setor educacional que apresenta um grande crescimento é o de
aprendizagem a distância, uma abordagem bastante antiga, mas que está
recebendo uma nova vida com a chegada das novas tecnologias de
comunicação, com seu poder desestabilizador, e com as novas exigências de
capacitação humana numa sociedade de conhecimento”.
No Brasil, os dados pelo Anuário 2007 da Abraed mostram que entre
os anos de 2006 e 2007, o número de alunos matriculados em cursos a
distância em instituições educacionais autorizadas cresceu 54%. Com o apoio
do Ministério da Educação e a partir da Lei 9394/96, tem gradativamente
apresentado a EaD como forma viável de alcançar o ideal democrático de
educação para todos, em todos os tempos e lugares.
A Educação a Distância não surgiu no vácuo, tem uma longa história
de experiências, sucessos e fracassos. A sua origem remota já longe das
cartas de Platão e das epistolas de São Paulo. Avançado um pouco mais no
tempo, há já registro de experiências de educação por correspondência
iniciadas no final do século XVIII, e com largo desenvolvimento dos meados do
século XIX (chegando aos dias de hoje a utilizar meios que vão desde os
impressos a simuladores on-line, em redes de computadores, avançados em
direção a comunicação instantânea de dados em formato de voz e imagem
suportada por fibras ópticas ou mesmo via satélite).
Uma breve retrospectiva: de 1970 até hoje, a TV se disseminou e
com ela os telecursos, o videocassete surgiu multiplicando o acesso aos
conteúdos, depois o fax, e finalmente. Há pouquíssimo tempo, o computador e
a Internet se consolidaram como meios educativos. Na história da EaD, ao
contrário de outras áreas, cada nova tecnologia não descarta as anteriores,
pelo contrário: os diversos recursos se complementam. O rádio continua sendo
o principal meio de comunicação em regiões de difícil deslocamento.
38
No fim da década de 80 e início dos anos 90, nota-se um grande
avanço da EaD brasileira, especialmente em decorrência dos projetos de
informatização, bem como o da difusão das línguas estrangeiras. Hoje se tem
um número incontável de cursos que oferecem, por meio de instruções
programadas para microcomputadores, vídeos e fitas K-7 e DVD, forma de
auto-aprendizagem.
O telefone aproxima alunos e professores, facilitando a solução de
dúvidas que não podem esperar. E o material impresso nada mais concreto e
permanente que pode ser levado para qualquer lugar.
Tudo isso ao lado das metas modernas invenções de interatividade
que a tecnologia digital propicia: e-mail, fórum, chat, teleconferência etc. Desse
enorme leque de possibilidades surge a pedagogia de EaD atual, às voltas com
novos desafios.
A aplicação de novas tecnologias na Educação a Distância (EaD0,
especialmente aquelas ligadas a Internet vem modificando o panorama dentro
desse campo de tal modo que seguramente podemos falar de uma EaD antes
e depois da Internet.
Antes da Internet tínhamos uma EaD que utilizava apenas
tecnologias de comunicação de um-para-muitos (rádio, TV) ou de um-para-um
(ensino por competência). Via Internet temos as três possibilidades de
comunicação reunidas numa só mídia: um-para-muitos, um-para-um e,
sobretudo, muitos-para-muitos. E esta possibilidade de interação ampla que
confere à EaD via Internet um status e vem levando a sociedade a olhar para
ela de uma maneira diferente daquela com que olha outras formas de EaD.
Tratando-se da Educação a Distância (EaD), poderíamos destacar
dois momentos significativos: antes e depois da Internet. No primeiro caso,
temos os estudos por correspondência, os usos de algumas tecnologias da
comunicação, como a rádio e a TV, numa relação bidirecional, de “um para
39
muitos”, utilizada sempre quando o ensino convencional não correspondia às
circunstancias da clientela. Por isso, teve o estigma de ser um ensino de
segunda-mão, ainda que proporcionasse a escolaridade àqueles que, por
diversos motivos, não a conseguiram por meios regulares. Eram tais estudos
excluídos do ensino formal de ensino e toda sua abordagem e metodologia. Em
ensinar e de aprender se fundamentavam na instrução programática. Em
outras palavras, respaldavam-se na compreensão de que o treino, o exercício,
a repetição, a cópia e a reprodução de modelos levam o sujeito a fixarem o
conhecimento, normalmente a partir do simples para o complexo, do concreto
para o abstrato. Com a Internet, o ensino “um para muitos” é substituído pelo
de “muitos para muitos”, a relação fica multidirecional, formando as chamadas
comunidades de aprendizagem virtual, de cunho colaborativo. A EaD ganha um
redimensionamento diferenciado, a despeito de persistir ainda uma conotação
estritamente tecnicista, considerada apenas como um instrumento de mediação
de novas aprendizagens e não como um elemento que faculta novas formas de
aprender.
Neste sentido, a Educação a distância (cada vez mais “sem”
distâncias), se fundamentava em novos pressupostos teórico-metodológicos e
no paradigma cientifico construtivista, torna possível aos alunos que navegam
na web a mobilização de conhecimentos e informações capazes de pôr em
sinergia recursos cognitivos motivadores do desenvolvimento de competências,
atitudes e conceitos (Perrenoud, 1999), restabelecendo o debate sobre a
prioridade para a formação de “cabeças bem-feitas” em “cabeças bem-cheias”,
como ressalta Edgar Morin (2000). Este autor enfatiza também a importância
de a Educação estimular o desenvolvimento de uma aptidão geral para resolver
problemas, enfrentando os desafios atuais. Ele enfatiza, também que a
Educação deve formar “cabeças bem feitas” e para isto, é preciso uma reforma
do pensamento, reformando-se o ensino.
Um dos desafios no processo educacional hoje é o envolvimento das
novas tecnologias nos projetos pedagógicos. As novas tecnologias
pressupõem, tanto do professor como do aluno, distintas formas do fazer. O
40
fazer como um processo de invenção e produção onde as soluções das idéias
se concretizam no fazer, ou seja, na produção que é, ao mesmo tempo e
indissoluvelmente, invenção.
A escola e ao professor não cabe mais a função de transmissão de
conhecimento, já que existem outros meios com esta eficiência. Teriam, sim, a
função de possibilitar o conhecimento usando as múltiplas e variadas
modalidades de informação já disponíveis.
Desta forma o professor é orientador do estudo. O professor é
aquele que deve orientar o processo de aprendizagem, estimular a pesquisa e
o saber. O aluno é o agente da aprendizagem, tornando-se um estudioso
autônomo, capaz de buscar por si mesmo os conhecimentos. O tateamento
experimental de cada aluno faz parte desse processo individual em direção a
outras formas de saber.
É importante entender e mostrar aos alunos que o processo de
criação e troca de saber no mundo virtual, constitui-se num trabalho
cooperativo, onde professores e alunos trabalham cooperativamente, não
abandonado cada um seu papel.
O ciberespaço oferece a oportunidade da conexão entre as
inteligências e o mundo virtual permite o crescimento das potencias dos
indivíduos sendo que cada habitante deste mundo virtual pode ir tateando
experimentalmente este universo, aprendendo a exercer desta forma a
liberdade de expressão, a cooperação, o espírito crítico, o gosto pelo trabalho
criador e a iniciativa dos alunos.
A ação educativa na rede deve se apoiar na solidariedade e ajuda
mútua, e não na concorrência, na competição ou em projetos que suscitem
uma emulação combativa e dominadora. Um lugar onde todos possam
aprender que a responsabilidade é de todos, não existindo espaço para a
41
submissão, a cooperação deve prevalecer para se regular os conflitos, e não
deve existir submissão ou hierarquização do saber.
A Rede – Internet – atua como um complexo organismo que lida
com a informação ao redor do globo, conectando e ampliando cada vez mais
seu espaço planetário. Neste mundo sobre o qual toda tela do computador é
uma porta de passagem, não existe distância geográfica, o imenso tráfego de
informações congrega uma vida invisível, que é uma fusão das mentes que
constituem a Terra.
O professor é aquele que deve orientar o processo de
aprendizagem, estimular a pesquisa e o saber. Para isto devemos entender o
ciberespaço como um ambiente hipermidiático. O prefixo hiper é considerado
no sentido matemático de hiper espaço, ou seja, espaço a “n” dimensões.
Este espaço é oposto ao espaço da construção de um texto
tradicional, concebido através da organização de parágrafos, reunidos em
artigos ou capítulos, obedecendo uma seqüência lógica e linear, impressos em
papel, permitindo uma leitura do princípio ao fim.
Na hipermídia, a parte principal de sua ação acontece fora dos
limites do seu campo. O leitor tem que conectar os pontos para fazer a sua
leitura, absorvendo através da memória diferentes possibilidades de explorar o
ciberespaço. Desta forma, - a hipermídia – não só comporta a união e a
integração de diferentes recursos, como fotos, ilustrações, videoclipes, textos e
arquivos sonoros.
Estes recursos podem ser acionados de qualquer ponto através de
links que os selecionam, editam, imprimem, colam ou ainda alteram a luz, cor,
tamanho da imagem, quantas vezes o usuário acionar os mecanismos de
busca: botões, figuras, setas e/ou palavras.
Segundo Lévy (1999), a hipótese que levanto é a de que a
cibercultura leva a co-presença das mensagens de volta a seu contexto como
42
ocorria nas sociedades orais, mas em outras escalas, em uma órbita
completamente diferente. A nova universalidade não depende mais da auto-
suficiência dos textos, de uma fixação e de uma independência das
significações. Ela se constrói e se estende por meio da interconexão das
mensagens entre si, por meio de sua vinculação permanente com as
comunidades virtuais em criação, que lhe dão sentidos variados em uma
renovação permanente (LÉVY, 1999: 15).
As tecnologias interativas, sobretudo, vêm evidenciando, na
educação a distância, o que deveria ser o cerne de qualquer processo de
educação: a interação e a interlocução entre todos os que estão envolvidos
nesse processo.
Na medida em que avançam as tecnologias de comunicação virtual
(que conectam pessoas que estão distantes fisicamente como a Internet,
telecomunicações, videoconferência, redes de alta velocidade) o conceito de
presencialidades também se altera.
Poderemos ter professores externos compartilhando determinadas
aulas, um professor de fora “entrando” com sua imagem e voz, na aula de
outro professor... Haverá assim, um intercâmbio maior de saberes,
possibilitando que cada professor colabore, com seus conhecimentos
específicos, no processo de construção do conhecimento, muitas vezes a
distância.
O conceito de curso, de aula também muda. Hoje, ainda
entendemos por aula um espaço e um tempo determinados. Mas, esse tempo
e esse espaço, cada vez mais, serão flexíveis.
O professor continuará “dando aula”, e enriquecerá esse processo
com as possibilidades que as tecnologias interativas proporcionam: para
receber e responder mensagens dos alunos, criar listas de discussão e
43
alimentar continuamente os debates e pesquisas com textos, páginas da
Internet até mesmo fora do horário específico da aula.
Há uma possibilidade cada vez mais acentuada de estamos todos
presentes em muitos tempos e espaços diferentes. Assim, tanto professores
quanto alunos estarão motivados, entendendo “aula” como pesquisa e
intercâmbio.
Nesse processo, o papel do professor vem sendo redimensionado e
cada vez mais ele se torna um supervisor, um animador, um incentivador dos
alunos na instigante aventura do conhecimento.
44
CONCLUSÃO
Ao término desse trabalho foi abordado o uso das tecnologias no
contexto educacional, onde o grande crescimento da evolução das tecnologias
disponibiliza uma variedade de recursos materiais, não podendo perder de
vista que a presença das tecnologias não garante a qualidade e o dinamismo
em sala de aula.
Mostrou-se que as novas tecnologias podem exercer um impacto
nos professores por causa dos avanços tecnológicos, e a necessidade de
habilitar os docentes para interagir com essas novas tecnologias no ambiente
de trabalho, estimular e facilitar a difusão das tecnologias educacionais. Na
tentativa de acompanhar essas evoluções, uma das tendências atuais é
mesclar ambientes presenciais e virtuais, um completando o outro.
Pode-se dizer que os alunos estão tendo acesso às informações
com maior facilidade e rapidez seja através da mídia, e principalmente através
do computador, o professor atuando como mediador ou facilitador da
aprendizagem, transformando a informação em conhecimento.
Defende-se a necessidade de habilitar os profissionais de ensino
para interagir com as novas tecnologias no ambiente de trabalho, estimular e
facilitar a difusão das tecnologias educacionais, fornecerem subsídios para a
elaboração de Projetos Pedagógicos de acordo com a disciplina e o nível
escolar dos alunos, propiciarem condições de aprimoramento quanto ao uso da
informática no processo de ensino-aprendizagem de todos os alunos.
45
BIBLIOGRAFIA
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para a vida os computadores na sala de aula. São Paulo: Cortez, 2001.
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VALENTE, José Armando. O computador na sociedade do conhecimento..
Campinas: NIED/UNICAMP, 1999.
______________________. O professor no ambiente logo: formação e
atuação. Campinas: NIED/UNICAMP, 1996.
46
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTO 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I História da tecnologia no campo educacional 10 1.1. Utilização dos recursos tecnológicos 14 CAPÍTULO II Tecnologia e formação de professores 21 2.1. Tecnologia e projetos 30 CAPÍTULO III Perspectivas para o século XXI: Educação a Distância 34 3.1. Conhecendo um pouco sobre Educação a Distância 36 CONCLUSÃO 44 BIBLIOGRAFIA 45 FOLHA DE AVALIAÇÃO 47
47
FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
Instituto de Pesquisa Sócio-Pedagógicas
Curso de Graduação a Distância
Título da monografia:
A TECNOLOGIA EDUCACIONAL – UM DESAFIO PARA O PROFESSOR DO
SÉCULO XXI
Data da entrega: _______________________
Avaliada por : _____________________________ Grau: _______________
Rio de Janeiro, _____ de _____________________ de _________
_____________________________________________
Coordenação do Curso
Recommended