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hábitos humanos em prol de um bem maior: o PLA- NETA, onde num futuro bem próximo, viverão nos- sos filhos e netos. Quando peço para alguém dizer o que re- presenta a palavra RELIGIÃO, a resposta é imediata: -“Amor, fé e caridade!” Quando faço a mesma pergunta para a pa- lavra ESCOLA, a resposta é: “Educação!” Ecologia é uma ciência que estuda a equalização entre meio-ambiente, os seres vivos e as interações que determinam a justa distribuição.

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de Caboclosde CaboclosAno 1, nº05 - março de 2011 - 20.000 exemplares

Religião X Educação X Consciência

Quando peço para alguém dizer o que re-presenta a palavra RELIGIÃO, a resposta é imediata: -“Amor, fé e caridade!”

Quando faço a mesma pergunta para a pa-lavra ESCOLA, a resposta é: “Educação!”

Pergunto-me porque as pessoas não fazem a ligação entre religião e educação, já que a evolução espiri-tual da alma é lenta e amadurece ao longo da jorna-da terrena, de acordo com as convicções e atitudes de cada um.

A palavra de ordem hoje é ECOLOGIA e a atitude politicamente correta é a ECOLÓGICA. Esse con-ceito mundial dita a regras sociais e modifica os

hábitos humanos em prol de um bem maior: o PLA-NETA, onde num futuro bem próximo, viverão nos-sos filhos e netos.

Portanto, não é porque os rituais das culturas afri-canas sacrificavam seus animais que continuamos a fazê-los atualmente. Eu pessoalmente defendi a tese para a proibição do sacrifício animal, que já não condiz com a realidade que vivemos.

Ecologia é uma ciência que estuda a equalização entre meio-ambiente, os seres vivos e as interações que determinam a justa distribuição.

A palavra ecologia vem do grego “oikos” (casa) e “lo-gos” (estudo), ou seja, o estudo da casa (lugar) onde se vive. Esse termo foi utilizado pela primeira vez

em 1869 por Ernest Haeckel (cientistas alemão) e a primeira revista ecológica (Mother Earth – Mãe Terra) foi publicada em 1.906 por uma anarquista (vejam só!) Emma Goldman, nascida no Império Russo – Lituânia que tornou-se uma ensaísta de filosofia anarquista e escreveu vários artigos anti-capitalistas, sobre a emancipação da mulher, sobre problemas sociais e sobre a luta sindical.

Pois bem, a partir daí, quando um assunto começa a ser discutido e é bem aceito pela população (como sempre) vai num crescendo até chegar a níveis dis-cutíveis, pois creio que o extremo nunca é a melhor atitude. O bom senso sempre deve prevalecer, se-não nos deparamos com casos hilários, mas preocu-pantes, como por exemplo, quando pessoas passam mal ou são acidentadas e não podem ser socorridas

Falando de Umbanda

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EditorialPrezados irmãos de fé e leitores, seguimos com muita força, atenção e propriedade na missão de combater a intolerância religiosa, demonstrando total repúdio em relação a atos desta natureza e buscando que tais atos e atitudes não fiquem im-punes e, igualmente, sejam levados ao crivo da Lei e a apreciação do eminente Poder Judiciário.É sabido que por mais que os diversos meios de comunicação explicitem o quão abominante é a prática da intolerância religiosa, esta lastimável prática segue, lamentavelmente, muito presente entre nós.Então, necessário se faz que cada vez mais seja-mos firmes, atentos e participativos efetivamente no combate a este notório desrespeito a liberdade

religiosa dos seres humanos.Vale ressaltar que a Carta Magna de nosso país, o conjunto de normas jurídicas máximo da nossa pátria, isto é, a Constituição da República Federa-tiva do Brasil, destaca no inciso VI de seu artigo 5º, a garantia a todos da liberdade de consciência e de crença e assegura o exercício dos cultos re-ligiosos e a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.Portanto, estejamos alertas e prontos para de-nunciar às autoridades competentes (Delegados de Polícia/Promotores de Justiça) qualquer tipo de real violação e desrespeito a nossa inviolável liberdade religiosa.Que Oxalá ilumine o caminho de todos nós!

Aldeiade Caboclos

J ornal

Salve a Umbanda, que é amor e caridade, Salve Zambi! Alexandros Barros Xenoktistakis

EXPEDIENTE

Diretor: Engels B. XenoktistakisDireção de Arte: Daniel CoradiniRedator: Engels B. XenoktistakisColaboradores: Adriano Camargo / Ronaldo Linares e Alexandros XenoktistakisAssessoria Jurídica: Alexandros BarrosXenoktistakis – OAB/SP 182.106

por que estão num gramado e ao lado há placa com a mensagem:

‘PROIBIDO PISAR NA GRAMA”.

Parece brincadeira, mas aconteceu com uma pessoa próxima e o guarda do local não permitia a aproxi-mação, porque havia recebido uma ordem:-“NÃO DEIXE NINGUÉM PISAR NA GRAMA!.”

Felizmente esses casos são raros. Mas, porque es-tou falando sobre isso? Explico:

O SANTUÁRIO NACIONAL DA UMBANDA foi ide-alizado e tornou-se realidade por causa da necessi-dade da religião ter um local onde pudesse praticar seus rituais sem poluir rios, lagos, cachoeiras, ma-tas, pedreiras, praias, ruas, enfim...]

Hoje é política-ecológica-moralmente incorreto fa-zer entregas em locais que não sejam adaptados para isso. Como cidadãos-conscientes sabemos que isso está certo, pois nós mesmos não gostaríamos de ver garrafas de champanhe, farofa e velas acesas nas es-quinas de nossas casas, bem como espinhos de rosas e restos de isopor nas areias das praias que freqüen-tamos, pelo risco à saúde, pela sujeira no dia seguin-te e pelo visual agressivo das entregas para Exus.

Acender velas em matas provoca incêndios; entre-gar bebidas em rios e lagos prejudica os peixes; es-pinhos e velas nas areias queimam e machucam os pés descalços. Para evitar isso temos os dias certos para ir até o mar e a municipalidade tem o compro-misso de deixar tudo em perfeitas condições para os banhistas que, por sua vez, sabem que naquela ocasião não deverão circular descalços e nem terão o direito de reclamar.

Passo a passo, as religiões foram se adaptando ao longo dos séculos às mudanças das pessoas e de suas vidas e creio que hoje estamos num patamar razoável de convivência entre religião x ecossistema.

Porém, uma coisa me entristece e preocupa pro-fundamente. Por mais que procuramos alertar, orientar, e até mesmo proibir que as pessoas façam trabalhos em áreas não permitidas, elas continuam fazendo.

Oferendas são feitas na estrada de terra que leva até o do SANTUÁRIO NACIONAL DA UMBANDA e, com muita freqüência, ao circular pela região en-contramos usuários que acabaram de sair de dentro do SANTUÁRIO acendendo velas, fazendo entre-gas, arrancando plantas, etc.

Em primeiro lugar, quero deixar bem claro que isso é uma infração ambiental e, se forem pegos em fla-grante pelas viaturas do SEMASA (que circulam com freqüência naquela região) além de multados, serão indiciados e responderão processo.

Não raro temos que apagar velas a cada 10 ou 20 metros, deixadas ao longo da estrada e junto à ve-getação (em geral muito seca) para evitar incêndios. Infelizmente não são raros, e quando ocorrem têm que ser apagados pelos próprios funcionários do SANTUÁRIO, que arriscam suas vidas no meio da mata seca, normalmente voltando com roupas e sa-patos queimados.

Sem contar o risco que essas pessoas se expõem, incluindo as que lhes acompanham, (sem falar das crianças). Sabemos que hoje não existe local segu-ro, mas um lugar de pouca circulação, convenha-mos, é bem mais propício para algum desocupado

Informamos que O SANTUÁRIO NACIONAL DA UMBANDA estará FECHADO apenas nos dias 24 e 25

de abril de 2.011 (domingo e segunda-feira, PÁSCOA).

FEDERAÇÃO UMBANDISTADO GRANDE “ABC”

que passe ocasionalmente por ali (não se esqueçam do dito popular: “A ocasião faz o ladrão.”).

Utilizo esse espaço para um apelo aos usuários do SANTUÁRIO NACIONAL DA UMBANDA.

Não façam entregas fora do santuário.

Ele existe para que você tenha segurança, facilida-de e respeito. Peço para aos que presenciarem es-sas situações que abram o vidro de seus carros (sem parar o automóvel) e diga-lhes que isso é proibido; não acenda velas próximo à vegetação!

Para finalizar aproveito para deixar meu recado:Sem educação e consciência não se pratica nenhu-ma religião. O Ecossistema agradece!

“ Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos e não tivesse amor, ... eu nada seria.”

Pai Ronaldo Linares – irmão-presidente daFEDERAÇÃO UMBANDISTA DO GRANDE “ABC”,

mantenedora do SANTUÁRIO NACIONAL DA UMBANDA

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Ervas na Aldeia

As Ervas têm Alma!

O mundo mudou. Tem mudado a cada minuto, o que ontem era regra, hoje já não é mais. Estamos de ca-beça para baixo, e as coisas vão mudando de lado e direção o tempo todo.

A velocidade da informação tem ditado as regras. Impérios ditatoriais caindo, pessoas se reunindo em busca de um ideal político. Vimos nos últimos dias a queda do governo egípcio, entre outras transforma-ções políticas, terremotos e tsunamis que mudam a geografia física e espiritual do mundo.A internet, email, redes sociais, tornam tudo muito mais rápido e próximo. O Google é o oráculo des-sa era digital. Antes, os oráculos eram consultados para dar uma direção, um prisma do que fazer, e to-dos confiavam nos seus mentores oraculares. Hoje se você precisar de uma informação imediata, o pai Google estará á disposição no ponto de acesso mais próximo.

Dia desses estava preparando uma aula e repassan-do o assunto oferendas e relembrando alguns pontos importantes desse assunto. Desde criança aprendi que oferenda-se o que podemos ter de melhor: a me-lhor bebida, o melhor charuto, etc.

Lembro de uma pessoa com quem trabalhei num terreiro, que todos os anos fazia uma oferenda à es-querda que era “invejável”. Isso mesmo, eu olhava a forma dela preparar aquilo e me achava um incom-

petente com as minhas, pequenas e humildes ofertas. Ela preparava as toalhas da entrega bordando e cos-turando-as à mão, charutos e cigarros das melhores marcas, bebidas importadas e taça e copos da melhor qualidade, todos dispostos de forma rigorosamente milimétrica, com a devida descrição do destinatário.

Só faltava uma cartinha para cada Exu ou Pombagi-ra, agradecendo formalmente pelo ano decorrido.Eu via aquilo e imaginava... ano que vem faço assim... e no ano que vinha, lá estava eu correndo (pra variar) para fazer as oferendas, simples como sempre.Vale lembrar que simplicidade não é simplismo, ou relaxo mesmo, falando claro. Nunca fiz minhas en-tregas de “qualquer jeito”, mas confesso, nunca fui um “designer de oferendas”.

Cada vez temos menos tempo e menos locais ade-quados na natureza para oferendarmos nossos Ori-xás. Ainda bem que ainda há locais, como o Santuá-rio Nacional de Umbanda, em Santo André SP, onde ainda podemos ter boa infra-estrutura e locais ade-quados para as práticas litúrgicas, assim como o Vale dos Orixás em Juquitiba, entre outros.

Dependendo do que se oferenda hoje, isso se torna o lixo de amanhã. Garrafas, pratos e copos, tecido, enfim, vão virando um amontoado de material inor-gânico de difícil decomposição. Esse conceito de que trabalho bem feito, em termos

religiosos, são as poderosas e ricas oferendas, em tamanho e capricho, vão dando lugar às bênçãos da simplicidade e vemos que cada vez mais a espiritu-alidade tem colocado condições em nossa vida para sermos práticos, objetivos e assertivos.

Dei esse exemplo das oferendas para falar da simpli-cidade que precisamos ao lidar com as ervas. Desde o conhecimento do simples até a forma de colhê-las ou adquiri-las e prepará-las.

Num passado não muito distante, tínhamos tantos terrenos desocupados apinhados de ervas boas para a prática ritualística que nem nos preocupávamos quando um guia espiritual recomendava um banho, pois sabíamos que estava lá à disposição e que sem-pre tinha alguém que conhecia a erva solicitada.Pois bem, o mundo mudou e hoje recorremos a maio-ria das vezes à produtos adquiridos nas casas de ar-tigos religiosos, muitas vezes confiando apenas nos péssimos descritivos das embalagens artesanais, que acusam a erva pelos seus nomes populares e ritualís-ticos.

Vale lembrar que para fazer um bom banho, defuma-ção ou outros preparos não é preciso ser um expert no assunto. Se a exclusividade do uso das ervas fosse do pai de santo, elas cresceriam só no quintal dele, não é mesmo? Nossa amada Mãe Natureza permite a nós essa fan-tástica ferramenta, mas é preciso alguns cuidados.Mesmo que você adquira suas ervas num comércio de sua confiança, é impossível saber quem plantou, colheu e em que condições emocionais isso foi feito, quais cuidados seu manipulador teve, enfim, é im-provável que essa erva venha “pronta” para seu uso.

Antes do preparo de um banho, procure olhar a erva para ver se não está mofada, com sujeiras, pedriscos, e se está com uma aparência agradável. Rejeite em-balagens amassadas e empoeiradas, sem etiqueta de validade e identificação do produtor. Mesmo que seja para defumação, use apenas ervas de boa qualidade e procedência. Lembro uma vez conversando com um lojista do ramo religioso, onde ele falava que não se importava com a qualidade do que estava vendendo, pois era pra banho mesmo...

Assim como você não vai comer um alimento estra-gado, não jogue no seu corpo algo inadequado. Concentre-se nas ervas, espalme suas mãos sobre elas e faça uma oração para purificação do seu pre-paro. Chame como quiser. Reza, prece, oração, evo-cação, determinação mágica, enfim, o importante é a

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ativação da força vegetal contida na erva.Vamos lembrar do poder da palavra. Isso me remete a uma máxima oriental que diz que Deus, só diz uma palavra: SIM. Deus diz sim para todas as nossas afir-mações, positivas ou não.

Desde que nos dirigimos a Ele com Amor e Bom Sen-so, as realizações também se multiplicam.A palavra tem tanta força que criou o mundo, de acordo com a gênese católica.

Nossa mente é extremamente poderosa e nossa pa-lavra também. Quando determinamos o rumo que a energia deve tomar, damos direcionamento a ela. Isso é respeito. Ao respeitar a energia, ela devolve como uma reação física: Para toda ação existe uma reação de igual ou maior intensidade. (Newton)Quando rezamos, colocamos ali nossa Fé, e damos direcionamento para a energia.

As ervas têm alma, personalidade e sentimentos tão envolventes como qualquer ser vivente na natureza, inclusive o homem. É essa a energia, a força que evo-camos. O espírito vegetal.

Há muitas rezas e evocações maravilhosas, mas para o que pretendemos aqui, há uma evocação básica.Eu evoco Deus, nosso amado Pai Criador, evoco a Mãe Terra, vossas forças vegetais, o sagrado espírito vegetal e peço que abençoe esse banho, defumação, chá, etc, para o meu beneficio e beneficio de meus semelhantes, assim seja, e assim será.Essa reza, bastante simples requer apenas mais duas coisas: Amor e Bom Senso.

Cada religião costuma envolver seus ritos em rou-pagens folclóricas e verbalizações incontestáveis, chamando-as de ciência oculta, sabedoria milenar do oriente ou de outro lugar místico, e tentam mostrar que as outras religiões, suas concorrentes, são falsas porque não têm o segredo dos mistérios. Seus mís-ticos se consideram uma minoria privilegiada pelo

esclarecimento divino, superiores em compreensão e inteligência e rejeitam invariavelmente a crítica de supersticiosas. Mas qual a diferença entre suas cria-turas místicas e as da cultura popular?

Então, a reza tem efeito sim!

Perdoem-me os místicos de plantão, mas VIVA A SIMPLICIDADE!Deus está e se manifesta nas coisas simples. Você não é obrigado a fazer a evocação dessa forma que está aqui. Mas use o bom senso. Desenvolva seu critério de oração.

São nos Sagrados Anjos que você ancora sua fé? En-tão reze a eles. São aos Orixás que você clama em suas preces, ótimo! Eles com certeza estarão presen-tes na ativação da erva. Clame aos Santos de sua con-veniência, e estará tudo certo.

Deus responde à sua criação da melhor forma que sua criação possa entender.

Para o negro africano, Deus será também negro. Para o oriental, terá feições orientais e assim por diante.Suas divindades, representação viva de Deus, se apresentam da mesma forma, com variações cultu-rais e regionais, mas sempre a mesma essência.Não há magia sem ativação. É necessário desencade-ar o processo de ação da erva.

Ao colher a erva, devemos mentalmente pedir licen-ça ao espírito vegetal que a anima, dizer-lhe que esta sendo colhida e será útil a um ser vivente, parte da criação divina. Esse espírito irá responder com toda sua força, e concentrará na parte a ser colhida as es-sências necessárias para a cura. Desde que ele en-tenda que você se dirige com Amor e Bom Senso, as ervas se doam pela causa da criação.

Crendice popular? Duvido. Contra os fatos não há argumentos.

Fato é que a ação da erva comprovadamente aumen-ta se for ativada com uma oração.Oração misturada, sem critério, é que nem raizeiro que não conhece raiz... Pode matar pela falta de co-nhecimento, ou tornar a raiz inerte, sem efeito.

O escritor Hugo Prata comenta que é mais fácil acre-ditar em lobisomem do que em Deus, “porque nin-guém nunca viu Deus, mas lobisomem, muita gente já viu”.

E nós dizemos: “Qual o alcance que você quer em sua magia? Esse deve ser o tamanho da sua Fé!”

Pra não perder o costume, vamos dar algumas recei-tinhas de banhos, defumações e amacis na vibração dos nossos amados Orixás:Ervas do Orixá Oxalá: boldo, folha da fortuna, folhas de oliveira, algodoeiro, anis estrelado, alfazema, jas-mim.

Ervas do Orixá Ogum: aroeira, quebra demanda, gui-né, folhas de café, capim cidreira, cavalinha, peregun verde (dracena).

E isso turminha! Na próxima edição tem mais!Que nossos amados Pais e Mães Orixás nos abenço-em hoje e sempre!Sucesso, saúde e alegria a todos!

Adriano CamargoAdriano Camargo é sacerdote dirigente do Templo Escola de Umbanda Ventos de Aruanda em São Ber-nardo do Campo – SP, e seu trabalho está voltado para o conhecimento religioso da Umbanda e dos elementos naturais. Informe-se sobre cursos:Site - www.erveiro.com.brEmail - adriano@ervasdajurema.com.brTwitter - @adriano_erveiroFacebook – Adriano Camargo ErveiroTel. (11) 4177-1178

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UmbandaLegal Unidade e respeito à diversidade na Umbanda

Unidade é a identidade em comum, é aquilo que ca-racteriza vários subgrupos diversos como sendo par-te integrante de um grupo comum. Diversidade é o que diferencia estes subgrupos. A Umbanda é uma religião brasileira, com alguns elementos que a ca-racterizam como tal, como o fato de ter sessões medi-únicas, de sincretizar os Orixás com santos católicos, de praticar a caridade. No entanto, a Umbanda tam-bém é uma religião pautada na diversidade. Assim, há terreiros cuja ritualística e a doutrina são mais voltadas à vertente afrodescendente; em outros, vê-se uma forte influência indígena; há ainda terreiros cujo espiritismo foi fonte primária; outros terreiros têm influência católica tão marcante, que se autode-nominam terreiros de Umbanda catolicizada. Essa diversidade está presente no cotidiano dos terreiros, sem que os desconfigure como terreiros de Umban-da. No entanto, como o ser humano quase sempre se deixa levar pelo seu ego, há situações em que a diver-sidade coloca em risco a unidade da religião.

Uma dessas situações seria quando dirigentes, pais-de-santos, ou qualquer que seja o nome do condutor dos trabalhos espirituais de um terreiro, sobrepõem aos outros dogmas e preceitos advindos da sua pró-pria cabeça, mudando tão drasticamente os rituais de sua Casa, “criando” regras e procedimentos sem nenhum fundamento, e consequentemente, afastan-do-se do fio condutor que caracteriza a religião em si. Em geral, tais dirigentes assumem a posição de emis-sários de Deus, donos e representantes legítimos da religião na Terra, comportamento que historicamen-te tem se mostrado catastrófico em diversas religiões e em variados momentos históricos.

Uma outra situação prejudicial à unidade, é o momento em que a diversidade começar a gerar preconceitos com relação ao diferente, ao outro, ao que não é igual. Assim, discursos do tipo: “a minha Umbanda é melhor que a do outro” refletem uma diversidade arrasadora que traz um enorme dano para a religião como um todo.

O Umbandista, que tanto clama pelo fim da intole-rância religiosa, deve envergonhar-se ao pensar em criticar o terreiro de um irmão de fé. Como podemos pedir que os adeptos de outras religiões (que em ge-ral desconhecem totalmente o princípio e a grandeza da nossa amada Umbanda) não sejam preconceitu-osos, se nós, umbandistas, muitas vezes julgamos o modo como um terreiro irmão lida com a sua reli-giosidade? Quem somos nós para apontar o dedo e condenar o método de trabalho do outro? Onde está escrito que um dos fundamentos da Umbanda é im-por o seu ponto de vista sobre os demais?

É fato que na sociedade atual, onde o “eu” impera, o termo menos utilizado é “alteridade”. Alteridade abar-ca tudo o que se refere à nossa relação com o outro. No entanto, não é um termo que traz a carga de julgar o outro. Muito pelo contrário. Alteridade é a capacidade de ver o outro como diferente, mas respeitar as dife-renças, aprendendo a viver em harmonia.

O próprio Zélio Fernandino de Morais afirmou: “ Fe-che os olhos para a casa de seus vizinhos; feche a boca para não se virar contra quer quer que seja; não julgue para não ser julgado; pense em Deus, que a paz encon-trará a sua casa.”Assim, vê-se que na Umbanda é essencial o estudo e o

respeito. O estudo, para que não deixemos que o nos-so ego nos leve a devaneios injustificados, não funda-mentados, que de nada auxiliam a nossa caminhada. E o respeito, pois com a consciência de que, apesar de diferentes, nós umbandistas, somos parte de um todo, da religião que é “a manifestação do espírito para a caridade”, estaremos aptos a exigir respeito de todos os que nos cercam, umbandistas ou não.

Erica Camarotto - SEARA ESPÍRITA TRÊS OGUNS - escrito em 21/07/2010

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“ONDE ESTIVER O TEU CORAÇÃO, AI ESTARÁ O TEU TESOURO”.Jesus.

O desapego é um dos mais importantes caminhos que o homem deve seguir rumo a sua elevação es-piritual. Desapegar-se é renascer todos os dias com uma energia nova, revigorada. É dar valor a tudo o que se tem ou conquistou. É lutar com intensidade para vencer os obstáculos da vida terrena, usufruin-do os bens da terra, mas não se apegando a nada.

“O apego é a origem de todos os males do mundo” Buda.

Desapegar-se é sentir-se liberto das algemas do mun-do. É literalmente, soltar-se de algo, desprender-se. É abandonar uma posição social ou profissional sem sofrer. É livrar-se do que não nos é mais necessário. É abrir-se para o que está por vir. É praticar um vôo para a liberdade.

“Só se podem juntar as mãos quando elas es-tão vazias”.Provérbio Tibetano.

Um senhor muito rico, viajou a um país distante para visitar um sábio. Ao adentrar a sua residência, no-tou que ela de tão simples, quase não tinha móveis. Diante de tanta simplicidade, o visitante não resistiu e perguntou:

- Onde estão os seus móveis?

A resposta do sábio veio em forma de pergunta:

- E onde estão os seus?

- Ora, ora. Estou aqui somente de passagem, respon-deu o milionário.

- Eu também estou aqui apenas de passagem, res-pondeu o sábio.

A doutrina espírita não condena a riqueza, nem a aquisição de bens materiais. Ela condena o mau uso destes empréstimos divinos. Estamos na terra ape-nas de passagem, no entanto, algumas pessoas vivem como se fossem ficar aqui eternamente. Apegam-se a tudo e a todos. Não é importante o que temos ou deixamos de ter, mas o que somos ou nos tornamos mediante o que possuímos ou não possuímos.

Existem também os apegos emocionais. Por ego-ísmo ou insegurança, nos apegamos as pessoas ou situações da vida, que, por mais dolorosos sejam os problemas, não conseguimos deixar o porto do co-modismo e do sofrimento. Não conseguimos soltar as amarras e deixar nosso barco navegar para novos oceanos.

“Quantos estamos presos a grilhões invisí-veis? Esse está preso ao campo que comprou por milhões. Outro se prendeu a fama que lhe consome a vida. Aquele lembra um louco em algemas de ouro. Há quem faça do amor um cativeiro em trevas. Se queres paz em Deus, desapega-te e ama”. Emmanuel.

DESAPEGO = A DOR DA LIBERDADE.Não é fácil nos libertarmos deste sentimento que nos aprisiona há milênios em encarnações de expiações e resgates. Praticar o desapego dói. Mas é plenamente possível!

Devemos aprender a fechar os ciclos da vida. Não vamos nos aprisionar ao verbo ter. Se não abrirmos mão do que é velho, não haverá espaço para o novo. Praticar o desapego é abrir mão da vontade de domi-nar, escravizar, possuir e manipular seres ou situa-ções que a vida nos apresenta.

“Amar é ter um pássaro no dedo. Quem tem um pássaro no dedo sabe que, a qualquer momento ele pode voar”.Anônimo.

O vôo de nossa alma rumo às paragens celestiais exi-ge o desapego de tudo e de todos. Amemos os seres da criação incondicionalmente, mas liberemos nosso espírito para que ele siga o fluxo divino que Deus nos preparou.Dois monges budistas viajavam juntos quando che-garam às margens de um rio caudaloso. Encontra-ram lá uma linda jovem tentando atravessá-lo. Pron-tamente um dos monges ofereceu-se para levá-la e erguendo-a nos braços, levou-a até a outra margem. Logo após, seguiram viagem. Depois de muito tempo de caminhada, o discípulo perturbado com o aconte-cido, questionou o mestre:

- Não é correto tocar uma mulher. Não podemos ter contatos íntimos e, apesar disso, o senhor atravessou o rio com aquela moça nos braços – Não acho isto certo!

- Tolo – respondeu o mestre – Eu deixei a moça na outra margem do rio. Você ainda a está carregando nos braços.

“DINHEIRO PERDIDO, NADA PERDIDO; SAÚDE PERDIDA, MUITO PERDIDO; CARÁ-TER PERDIDO, TUDO PERDIDO”.Provérbio Judaico.

Matéria: Vereador Quito Formiga

Desapego

Reforma Íntima

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Amor ao próximo

Feijoada beneficente do Preto Velho pai José de Aruanda

Ocorreu com grande sucesso, alegria e energias ultra-positivas no dia 06/02/2011, no Ginásio do Parque da Mooca na cidade de São Paulo-SP, a Feijoada Be-neficente do Preto Velho Pai José de Aruanda, tendo como seus organizadores o Templo Amor e Carida-de Caboclo Pena Verde e a Escola de Curimba e Arte Umbandista Aldeia de Caboclos, sendo seu idealiza-dor nosso prezado irmão umbandista Engels B. Xe-noktistakis (Engels D’ Xangô).

O importante evento e a deliciosa feijoada servida foi fruto de excelente trabalho em conjunto dos filhos do Templo e Amor e Caridade Caboclo Pena Verde e de alunos da Escola Aldeia de Caboclos. Todos unidos em prol de um louvável objetivo!

O presente evento contou com a presença de cerca de 250 pessoas, com o apoio e atuação da equipe da AD Eventos e foi regado a empolgantes apresentações como as do Grupo de Capoeira Corrente e Mestre Be-terraba e do grupo de pagode Batucada dos Amigos.

O trabalho se estendeu noite a fora após encerramen-to das atividades dentro referido Ginásio, foram dis-tribuídos cerca de 300 pratos de feijoada a morado-res de Rua dos Bairros da Mooca e do Brás.

Sigamos fazendo a nossa parte. Umbandistas siga-mos sendo um exemplo de solidariedade, de respeito à crença do próximo e de relevantes trabalhos volun-tários em prol de quem tanto necessita!

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Câmara Municipal Homenageia a Mulher Umbandista no Dia Internacional da Mulher

Em sessão solene no dia 17/03/2011, a Câmara Mu-

nicipal de São Paulo comemorou o Dia Internacional

da Mulher prestando homenagens a 18 cidadãs com

histórias de vida e trajetória destacadas por suas re-

alizações em prol da sociedade, representando todas

as mulheres da cidade de São Paulo.

A mesa da sessão solene, no Plenário Primeiro de

Maio, foi presidida pela vereadora Juliana Cardoso e

composta pelas vereadoras Sandra Tadeu, Edir Sales

e Noemi Nonato. A cerimônia contou com a anima-

ção do vereador Agnaldo Timóteo (PR), que cantou

duas músicas para as homenageadas, que se emocio-

naram.

E para grande alegria da Nossa Umbanda estivemos

representados com muita honra pela Mãe Juveni Luz

Barros Xenoktistakis, Presidente do Templo Amor e

Caridade Caboclo Pena Verde, que foi homenageada

por indicação do nobre Vereador Quito Formiga – PR

devido a sua história de 45 anos de dedicação, amor e

relevantíssimos trabalhos em prol da Umbanda e de

inúmeras comunidades carentes.

Um breve histórico da Mãe Juveni Luz Barros

Xenoktistakis

Nascida em 27/08/1951 no município de Carolina-

Maranhão e criada na cidade de Goiânia no estado

de Goiás, casada com o senhor Panagiotis Myron Xe-

noktistakis, mãe de três de filhos e avó de três netos.

Iniciou suas atividades na Religião Umbandista aos

treze anos de idade. Desde a adolescência atua de for-

ma amorosa, corajosa e exemplar em prol de inúmeras

comunidades carentes através da realização de diver-

sos e distintos projetos sociais. Leva adiante com muita

fé, de forma vibrante, alegre e com muita propriedade

a bandeira da Umbanda, disseminando sua essência

de Amor, Caridade e Preservação da Natureza. Fun-

dou no ano de 1989 juntamente com sua amada mãe

Maria Raimunda Jorge Barros o Templo Amor e Cari-

dade Caboclo Pena Verde, sendo sua atual presidente.

Destaca-se, igualmente, que a Yalorixá Juveni é vice-

presidente da Escola de Curimba e Arte Umbandista

Aldeia de Caboclos. Por conclusivo, salienta-se que

Mãe Juveni é para todos que a conhecem um símbolo

de honestidade, competência, amizade, garra, amor,

solidariedade e superação!

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Umbandistas de Pinda realizam festa de Ciganos e Boiadeiros

Eventos

Um singelo barracão, num sítio a beira da estrada que conduz ao bairro Ribeirão Grande, em Pinda-monhangaba (SP), aos poucos se transforma, com a chegada de muitas pessoas, no terreiro para a Festa de Ciganos e Boiadeiros.

Entidades espíritas cultuadas pelos religiosos da Umbanda, Ciganos e Boiadeiros são incorporados por médiuns autorizados e doutrinados pelo Pai do Terreiro, neste caso o Pai Nenê, que incorpora o preto velho Pai Joaquim das Almas, na corrente dos pretos velhos, além de outros orixás.

A noite começa a ouvir o som dos atabaques, ma-gistralmente percutidos pelos Ogans, enquanto o Pai Nenê puxa o ponto para abrir os trabalhos da festa.

Os filhos da corrente e a assistência se unem reci-tando as preces de abertura dos trabalhos, seguin-do-se a defumação do congá e de todo o ambiente.

Para firmar a energia (imantação positiva), o Pai da Casa pede a presença dos Caboclos, os quais pas-sam pelo Terreiro e se despedem, dando passagem para os orixás festejados.

Antes de incorporar o seu cigano, de nome Pedro, Pai Nenê faz uma breve preleção aos presentes, a respeito dos Ciganos.

Resumidamente, a mensagem e mais ou menos assim:

O povo cigano traz, na carroça, todas as esperanças de melhores tempos. E preciso cada um se reconhe-cer merecedor e fazer parte dessa tarefa que é su-perar as dificuldades de cada jornada, praticando o bem e a caridade, abandonando os medos e o senti-mento de derrota.

Para os ciganos, o tempo é justo, as frutas alimen-tam, as flores enfeitam e a água sacia. Por isso, ali-mentar as esperanças é permitir aos ciganos agirem em nosso benefício.Após a preleção, o Pai da Casa toma assento ao lado do altar, estilizado em carroça, e faz sua concentra-ção para trazer o cigano Pedro.

Os demais médiuns que incorporam ciganos tam-bém se concentram e a gira de ciganos tem início.

0 encantamento desse povo tradicionalmente nôma-de emociona aos presentes, pelos seus gestos elegan-tes e sua fala serena, trazendo mensagens de paz e orientação aos consulentes presentes à festa.

Alguns presentes são oferecidos aos ciganos, como leques, champanhe ou mesmo charutos ou cigarros. Durante algum tempo as pessoas se re-vezam, conversando com os ciganos que estão no terreiro de Pai Nenê.

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“Salve a subida dos Ciganos” e a palavra de ordem para esses orixás deixarem o corpo dos médiuns, pois estes ainda deverão incorporar os Boiadeiros, outra linha da Umbanda. Com a saída dos ciganos, todos os médiuns se apressam em trocar suas vestes, pois boiadeiros estão para chegar. Mais uma vez, Pai Nenê se apresenta diante dos atabaques, puxando - agora - pontos dos Boiadeiros. Um a um os médiuns vão dando passagem para essas entidades.

Pai Nenê incorpora outro Pedro, dessa vez um boia-deiro de gestual firme e forte, tal qual boiadeiro na lida do cotidiano.

Aliás, os boiadeiros da Umbanda são espíritos de homens que, em vida, dedicaram-se na lida com o gado.

Em sua chegada, desenvolvem uma dança cuja coreo-grafia parece mais mímica. Seu trabalho, na religião umbandista, e orientar os fiéis sobre a importância de se manterem firmes e resistentes nas dificuldades da vida.

Em seus conselhos, estimulam a força de vontade das pessoas, para que todos busquem vida mais ple-na, farta e pacífica. Costumam usar bebidas fortes, cigarros de palha ou charutos. Quando podem, os fiéis são convidados a apreciar um “axé” da bebida, que é um mínimo trago.

A sabedoria dessas entidades que representam o tra-balhador curtido pelo sol e vencedor de dificuldades é algo admirável. Pedro Boiadeiro, por exemplo, dá uma mensagem que sintetiza a importância de se va-lorizar um emprego, por mais difícil que seja a rela-ção das pessoas no ambiente de trabalho.

“Não queira falar mal de seu patrão, pois e ele quem lhe paga o pão”, afirma a entidade incorporada pelo Pai do Terreiro.

A comida dos boiadeiros sempre será, na Umbanda, uma tradição em suas festas. Farofa, pimenta ver-melha, carne assada. Os médiuns incorporados cir-culam por entre a assistência, atendendo consultas, aconselhando e oferecendo sua bebida ou comida. E todos se servem, para ganharem a boa imantação.

Em certo momento da festa, Pedro Boiadeiro cobra, dos demais boiadeiros, o cumprimento de uma obri-gação deixada em trabalho anterior. Sete boiadeiros se apresentam, e colocam, num desenho traçado por Pedro, garrafas de cerveja, velas vermelhas e brancas, um prato de comida e um palheiro (cigarro de palha).

Alguns assistentes são escolhidos por Pedro Boiadei-ro para se aproximarem do local, tomarem um axé da bebida, acendendo o cigarro e fazendo seus pedi-dos, mentalmente. Boiadeiros “sobem” e Pedro ao se despedir-se avisa que João Baiano da Água de Coco vai chegar, para xeretar na festa.

Mais atabaques tocando pontos, agora de baianos. “Seu João Baiano” chega, com o jeito baiano de ser, saudando a todos, conversando com alguns. Outros

baianos também “descem” para atender ao público.

No fechamento dos trabalhos, uma breve gira de Exu (entidades da chamada “esquerda”) chegam para descarregar o Terreiro. “Seu Sete Encruzilhadas” traz a falange da esquerda, que permanece por pouco tempo e fecha a festa. As pessoas retornam para suas casas e o barracão volta ao silêncio.

Enquanto isso, no escuro da madrugada quente de novembro, o vazio da estrada parece anunciar a che-gada de nova manha, na qual muitos filhos da Um-banda estarão se sentindo mais orientados e protegi-dos pelas bênçãos dos Ciganos e Boiadeiros.

Axé!

Texto e fotos: Marcos Ivan de Carvalho, jornalista e escritor;

(12) 9131-9548; email: ivanpress@gmail.com

Marcos Ivan de Carvalho - MTB 36.001

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Iemanjá sorriu!Acontecem todos os anos, sempre em Dezembro, a tradicional Festa de Iemanjá seja na Praia Grande / SP ou em Mongaguá / SP. Nesta ocasião a Prefei-tura de cada cidade e as Federações de Umbanda e Candomblé abrem cadastro para que as Tendas possam realizar suas giras com espaço demarcado, visando maior organização e conforto para as louva-ções à Rainha do Mar.

Há mais de 20 anos, a Tenda de Umbanda Cacique Pena Vermelha e Ogum Iara se dirige, em Dezem-bro, à Mongaguá a fim de homenagear nossa amada Mãe Iemanjá em uma gira na praia, sempre com es-paço locado pela federação.

Contudo em 11 de Dezembro de 2010 os Filhos do Cacique, dirigidos pelo Cacique Pena Vermelha e Babá Sebastiana, optaram por uma forma diferente para louvar Iemanjá.

Em principio o ideal era o de levar flores, velas e

perfume até a estátua que fica localizada próxima a plataforma de pesca, no balneário Agenor de Cam-pos. Local a ser realizada uma grande louvação pre-sidida pelo Ogã Zezinho de Oxalá e os curimbeiros desta linda Casa de Fé.

Ao se aproximar da imagem de nossa Mãe, a louva-ção foi iniciada e em meio ao toque das curimbas, foi percebido pelos dirigentes e médiuns da casa que o local designado às oferendas estava demasiadamente sujo e seria um grande desrespeito à nossa Orixá de-positar ali, sobre tamanha imundice ofertas de grati-dão e amor.

Imediatamente os filhos da casa, com a ajuda de um comerciante da redondeza começaram o processo de limpeza do local e cinco sacos de 100 litros de lixo foram retirados.

O comerciante cedeu caridosamente os sacos de lixo e as vassouras, então os Filhos do Cacique puseram a mão na massa, ou melhor, na sujeira.

Após o termino da grande faxina o local estava limpo e

Filhos Do Cacique Limpeza Da Estátua de Iemanjá / Mongaguá - Sp

pronto para receber as homenagens à Rainha do Mar.A partir desta data, os Filhos do Cacique firmaram um voto de amor e gratidão a esta tão querida Iabá, e são por esta razão que esta Casa de Fé irá várias vezes por ano homenagear Iemanjá limpando sua es-tátua para que sua doçura e pureza invada cada um de seus fiéis seguidores, que levam aos seus pés suas oferendas.O meio ambiente está cada vez mais doente, a natu-reza morre cada dia mais rápido. Entretanto, sem natureza não existe Umbanda e por esse motivo, todos nós, filhos desta fé, devemos cuidar e proteger o meio ambiente não depositando nele resíduos contaminantes e não degradáveis.Devemos nos atentar às oferendas ecologicamente corretas, sempre limpando o espaço que utilizamos para nossas firmezas.Certamente esta louvação à Iemanjá e o cuidado com a natureza local foi bem recebida pela espiritualida-de divina.

A natureza agradeceu e Iemanjá sorriu!

Equipe Filhos do Cacique

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Depoimento Águas Cristalinas

DEPOIMENTO

No dia 13/02/11 durante a Consagração das Mães Pe-quenas do Templo de Umbanda e Magia Água Crista-lina (dirigido pela Mãe Antonietta), na Cachoeira do Cantinho dos Orixás na cidade de Nazaré Paulista/SP tive o enorme privilégio de ver o meu Pai (faleci-do a quase 10 anos) no alto das pedras da cachoeira acompanhado de duas pessoas, que tenho certeza que eram guias de luz.

Tudo aconteceu quando após a consagração, todos os filhos, um a um, começaram a se banhar na queda d’água e quando chegou a minha vez, meio que sem querer olhei para o alto das pedras e os avistei. Meu Pai estava entre os dois guias espirituais, ambos es-tavam de branco, com uma enorme luz em volta de-les e ao vê-lo ele sorriu e balançou a cabeça de cima para baixo, como em sinal de contentamento com o caminho espiritual que estou seguindo, uma vez que na vida carnal ele também era Umbandista e seguia com muita fé e amor na caridade, sempre ajudando as pessoas e hoje sigo com o curso de desenvolvimen-to espiritual pelo Núcleo Água Cristalina.

Após o banho na queda d’água, depois de pedir coi-sas boas e sair da água “purificada”, voltei (com os

olhos cheios de lágrimas) o olhar para onde os tinha visto e não estavam mais lá. Continuaram os banhos de todos os filhos da casa e eu ainda o sentia por per-to, sentia uma sensação muito boa, mas por mais que procurasse não os via.

Após o término da consagração, quando fomos ao vestiário nos trocar, novamente o vi, acompanhado dos guias espirituais, recebi o seu abraço, um beijo na face direita e em seguida eles desapareceram. Não consigo encontrar palavras para descrever tamanha alegria, talvez eu descreva essa data como a mais feliz da minha vida, pois pude ter a confirmação de que mesmo após o seu desencarne ele continua bem e se orgulhando de mim...

Agradeço primeiramente a Deus por ter dado a ele a permissão para que eu pudesse vê-lo, pelo privi-légio desse encontro tão emocionante, ao Núcleo de Umbanda e Magia Água Cristalina por ter me aco-lhido com carinho e dado a oportunidade de me de-senvolver espiritualmente, agradeço também a Mãe Simone pela acolhida e os conselhos de sempre e por fim pela oportunidade de dividir essa grande emoção com outras pessoas...

Roberta Luara F. de Moraes

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14º Encontro Umbandista deDirigentes Espirituais

Em 13 de Março deste ano aconteceu O 14º Encontro Umbandista de Dirigentes Espirituais na Tenda de Um-banda Cacique Pena Vermelha e Ogum Iara, localizada à Rua Estado de Sergipe, 355 – Jd. Imperador / SP.

Este evento tem como objetivo compartilhar conhe-cimento e novas idéias, além de reforçar os laços de amizade sempre visando o crescimento de nossa tão querida fé Umbandista.

Todos os anos o encontro é marcado por inte-ressantes palestras referente à Umbanda, temas de utilidade pública e apresentações de grandes curimbas e cantores de nossa fé. Contudo, o cará-ter social não fica banido, já que o Projeto Filhos do Cacique arrecada todos os anos Sustagem e lei-te em pó em prol da Rede Feminina de Combate ao Câncer, localizada em São Caetano do Sul / SP.

O encontro deste ano foi agraciado por grandes palestrantes e escolas de curimbas, também con-tamos com a presença de vários Sacerdotes Um-bandistas acompanhados pelos filhos de sua casa.

O tema foi variado. A mesa de palestras foi aberta pela querida Mãe Maria Nazareth Dória homenageando os Erês com o tema Yori, a Linha das Crianças na Umbanda.

O assunto “Ervas, Pomadas e Unguentos” foi abor-dado pela sábia especialista no assunto, Dona Cacil-da Veloso que trouxe ao público assistente, grandes conhecimentos sobre a manipulação das ervas para pomadas, chás e remédios.

Na ocasião também fomos beneficiados pela pales-tra de Mãe Rita de Cássia, Sacerdotisa da casa anfi-triã, abordando o tema “Apoderamento e Empode-

ramento Religioso” trazendo à nossa consciência a importância de levantar verdadeiramente a Bandeira da Umbanda, participando dos eventos organizados pelos queridos Sacerdotes desta fé, independe da ins-tituição organizadora, mas com o intuito de louvar nossos Orixás, Guias e Protetores, sempre elevando o nome da Umbanda.

Contamos com a presença do Ogã Zezinho de Oxalá, presidente da ECAU Nilton Fernandes de Aruanda, palestrando sobre “Como Tratar o Couro e Consa-grar um Atabaque” em aula prática. O evento contou com apresentações da cantora de Umbanda Con-ceição da Jurema e da ECAU Nilton Fernandes de Aruanda, além da participação especial da Escola de Curimba Aldeia de Caboclos. A celebração também contou com a participação da Presidente do Primado de Umbanda, Mãe Maria Aparecida e do Presidente do SOUESP, Pai Juberli Varela, ambos abordando a importância das Federações para as Tendas de Um-banda, visando o crescimento e fortalecimento da fé.

No âmbito utilidade pública, contamos com precio-sas e importantíssimas palestras sobre “O uso das Lentes de Contato” e “Liberdade de Culto, conforme a Constituição Federal Brasileira”, respectivamente apresentada pelo Dr. Eduardo Kagohara, Cirurgião Oftalmologista da Santa Casa de São Paulo, e da Dra. Daniele Alves Paes de Andrade, Advogada especialis-ta em Direito Civil.

A Umbanda merece ser celebrada cada vez mais com a comunhão dos filhos de fé em grandes eventos como este. Afinal, todos os Filhos de Umbanda lutam por um interesse comum que é a elevação, cresci-mento e fortalecimento de nossa Religião.Agradecemos ao Cacique Pena Vermelha por abrir

suas portas a todos os filhos de nossa fé e parabeni-zamos a Babá Sebastiana Souza, a Mãe Rita de Cás-sia e o Presidente da casa Pai Isidoro de Souza pela iniciativa.

Salve a Umbanda!

Equipe Filhos do Cacique

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Calendário Geral 03/04/201143ª Festividade em Homenagem à OxossiRealização: Primado do Brasil – 51 anos – Organização Federativa de Umbanda e Candomblé do BrasilLocal: Clube da Mooca, Rua Taquari, 635, Mooca – Em frente à Universidade São Judas TadeuHorário: 13h:00minMaiores Informações pelos Tel(s) 11- 2693-4399 ou 2796-8466 ou pelo e-mail primado@primado.com.br www.primado.com.br

17/04/2011Novo Workshop da Escola de Curimba e Arte Umbandista Aldeia de CaboclosPontos cantados do nosso Pai Ogum- Mais de 50 pontos com melodia e conceitos!Início às 13h:00min.Local: Rua Ipanema, 105 – Mooca (Prox. Metrô Bresser) O curso será apostilado e certificado. Inscrevam-se já! Contato e maiores informações pelo e-mail:aldeia@aldeiadecaboclos.com.brOu pelos fones (11)2796-4374 / 9736-2970 / 7746-5011

www.aldeiadecaboclos.com.br

01/05/2011Homenagem a OgumRealização: A.U.E.E.SP – Associação Umbandista e Espiritualista do Estado de São Paulo – Coordenação Sandra SantosLocal: Clube da Mooca, Rua Taquari, 635, Mooca – Em frente à Universidade São Judas TadeuHorário: 15h:00minSolicita-se trazer um 1 kg de alimento não perecívelMaiores Informações pelos Tel(s) 11- 2954-7014 ou 9784-2668sandracursos@hotmail.com

12/05/2011 1º Prêmio Luz e Verdade“Guardiões dos Caminhos de Oxalá”Realização: Federação Luz e VerdadeLocal: Av.Lins De Vasconcelos, 3352, Metrô Vila Mariana.Horário: 19h:30minMaiores Informações pelos tel(s): 11: 2227-1674 ou 9776-4624Regulamento: site www.luzeverdade.com.br

15/05/2011 XXXX Festa “Vamos Saravá Ogum”Realização: U.R.U.Z.O.G.S.P - União Regional Umbandista da Zona Oeste e Grande São Paulo – Coordenação Pai Cláudio FrancoLocal: Ginásio Liberatti – Osasco-SPHorário às 14h:00minMaiores Informações pelo Tel: 11- 3609-1149

29/05/2011II Festival de Curimba Aldeia de Caboclos “Um Grito de Liberdade”O Evento Umbandista mais esperado do ano vem aí!Maiores informações pelo e-mail: aldeia@aldeiadecaboclos.com.brOu pelos fones (11)2796-4374 / 9736-2970 / 7746-5011www.aldeiadecaboclos.com.br

10/04/2011 Homenagem à São Jorge - Orixá Ogum, e na sequência, Feijoada com Pagode.Realização: Centro de Estudos Espirituais Luz e VerdadeLocal: Rua Benigno, 156 – Vila Maria Luiza – LimãoHorário:13h:30minConvite Individual: R$ 10,00 (bebidas não inclusas no preço)Informações pelo e-mail: fedluzeverdade@hotmail.comou pelo tel: 9776-4624

Pedimos confirmar Presença pelo tel: 2227-1674

01/05/201154ª Homenagem a São Jorge Guerreiro – Orixá OgumRealização: União de Tendas e Candomblé do Brasil e Associação Paulista de Umbanda – Responsável Babalorixá Jamil RachidLocal: Vale dos Orixás, Juquitiba-SPMaiores Informações pelos Tel(s) 11- 3062-7450 ou 3085-0738

www.uniaodetendas.com.br

01/05/201120ª Festa de Ogum em DiademaRealização: FUCABRAD – Federação de Umbanda e Cultos Afro-Brasileiros de Diadema – Coordenação Pai Cássio RibeiroConcentração: Praça Castelo BrancoLocal: Ginásio Airton Senna – Rua Oriente Monte, 115, DiademaMaiores Informações pelos Tel: 11- 4048-2526 ou pelo e-mail leobete@uol.com.br

Ó São Jorge, meu guerreiro, invencível na Fé em Deus, que trazeis em vosso rosto a esperança e confiança abra os meus caminhos. Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer algum mal. Armas de fogo o meu cor-po não alcançarão, facas e lanças se quebrarão sem o meu corpo tocar, cor-das e correntes se arrebentarão sem o meu corpo amarrar. Jesus Cristo, me proteja e me defenda com o poder de sua santa e divina graça, a Virgem de Nazaré, me cubra com o seu manto sagrado e divino, protegendo-me em to-das as minhas dores e aflições, e Deus, com sua divina misericórdia e grande poder, seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meus in-imigos. Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que debaixo das patas de seu fiel cavalo meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós. Ajudai-me a superar todo o desanimo e alcançar a graça que tanto preciso. Dai-me coragem e esperança fortalecei minha FÉ e auxiliai-me nesta necessidade. Com o poder de Deus, de Jesus Cristo e do Divino Espírito Santo. Amém!São Jorge rogai por nós!

ORAÇÃO AO GLORIOSO SÃO JORGE

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Agendem estaimportantíssima data – 23/06/2011

Realização: Templo de Umbanda Amor e Caridade Caboclo Pena Verde e aEscola de Curimba e Arte Umbandista Aldeia de Caboclos, sob a coordenaçãodo nosso irmão Pai Engels D’ Xangô.

Estamos atravessando mais um ano e a nossa fé, devoção e homenagem aoOrixá Xangô se mantém forte e crescente!

7ª HOMENAGEM, LOUVAÇÃO E PROCISSÃO AO ORIXÁ XANGÔ

Início às 13h:00minTraje: BrancoEntrada: 1kg de alimento não perecível

Local: Clube Escola Mooca Rua Taquari, 635, MoocaEm frente à Universidade São Judas Tadeu

Tenda de Umbanda Caminhos de AruandaAldeia do Caboclo Tupinambá

Todos estão convidados a participaremdas nossas atividades.

Sejam bem vindos a Aldeia do Sr. Tupinambá.Pai Cristiano D´Oxosse

Rua Morro do Espia, n 218 - Altos - Jardim ImperadorSão Paulo - SP - Tel: (11) 9947-5097

Avenida Vila Ema, 3248- Vila EmaSão Paulo/SP

Tel 2604 5524 / 85641207Email-silvio.humberto@hotmail.com

11- 2765-6908

Quintas-feiras:

AMOR

ORDEM

PAZ UNIÃOUMBANDACANDOMBLÉ

A FOUCESP – Federação Ordem de Umbanda e Candomblé do Estado de São Paulo é uma entidade

religiosa, gerenciadora e protetora dos direitos e deveres da comunidades de Umbanda e Candomblé

federacaofoucesp.blogspot.comAvenida imperador 4790,pq guarani

Tel.: 11 4102-1687/ 4102-22168558-3557