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EFICÁCIA, SEGURANÇA, POSOLOGIA E CARACTERÍSTICAS DOS PACIENTES
COM COVID-19 EM USO DE TOCILIZUMABE (ANTI-IL-6). Relatório técnico.
Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Instituto de Inovação, Pesquisa e Educação
Centro Internacional de Pesquisa. Unidade de Avaliação de Tecnologias em Saúde
Grupo Elaborador – Unidade de Avaliação de Tecnologias em Saúde
Haliton Alves de Oliveira Junior – Coordenador
Jessica Yumi Matuoka – Pesquisadora
Lays Pires Marra – Pesquisadora
Flávia Cordeiro de Medeiros – Pesquisadora
Patrícia do Carmo Silva Parreira – Pesquisadora
Gabriela Vilela de Brito – Pesquisadora
Diretor Executivo de Inovação, Pesquisa e Educação: Kenneth Nunes Tavares de Almeida
Diretor Executivo Médico: Antônio da Silva Bastos Neto
Diretor do Centro Internacional de Pesquisa: Álvaro Avezum Junior
Conflitos de Interesse: O grupo elaborador não tem conflitos a declarar.
Data da demanda: 03/04/2020
Data da entrega: 06/04/2020
Contexto
Este relatório técnico responde a uma solicitação do Comitê de Medicamentos
do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, e visa avaliar a eficácia e a segurança da utilização de
tocilizumabe (anti-IL6) off-label em pacientes com COVID-19. Adicionalmente, caso
disponível, iremos descrever as características dos pacientes em uso, de modo a tentar
estabelecer critérios para a indicação mais apropriada de tocilizumabe. Ademais, iremos
descrever as pesquisas em vigência para teste do tocilizumabe em COVID-19 e elencar,
caso haja algum, os guidelines que recomendam tocilizumabe para COVID-19.
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Pergunta sde pesquisa
Qual a eficácia, segurança e perfil do paciente com COVID-19 em uso de
tocilizumabe?
Existem registros de ensaios clínicos para teste do tocilizumabe em pacientes
com COVID-19?
Estratégias de busca
As buscas foram conduzidas nas bases Medline (via Pubmed), Embase e
clinicaltrials.gov, no dia 05/04/2020.
Quadro 1: Bases de dados, estratégias de busca e seus respectivos resultados
Base de dados Estratégia de busca Resultado (N)
Medline ((Coronavirus disease 2019 OR covid-19 OR covid 19 OR nCoV-2019 OR Severe acute respiratory syndrome coronavirus OR SARS-Cov-2 OR SARS-CoV2)) AND ("tocilizumab" [Supplementary Concept] OR tocilizumab OR tocilizumabe)
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Embase ('coronavirus disease 2019'/exp OR 'coronavirus disease 2019' OR 'covid-19' OR 'covid 19'/exp OR 'covid 19' OR 'ncov-2019' OR 'severe acute respiratory syndrome coronavirus'/exp OR 'severe acute respiratory syndrome coronavirus' OR 'sars-cov-2' OR 'sars-cov2') AND [embase]/lim AND ('tocilizumab'/exp OR 'tocilizumab') AND [embase]/lim
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ClinicalTrials tocilizumab | COVID-19 OR SARS-CoV-2 OR nov-2019 OR COVID 19
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Elegibilidade
Por meio das estratégias de busca acima, foram identificados 13 relatos nas
bases primárias Medline e Embase, e adicionais 14 registros de ensaios clínicos no
ClinicalTrials.gov. Por meio de busca manual, duas referências adicionais foram
recuperadas. Sendo assim, avaliamos ao todo 29 referências. Nenhuma duplicata foi
encontrada. Após a leitura de títulos e resumos, um relato foi excluído, restando 28 a
serem avaliados por meio de leitura completa. Após a leitura do texto na íntegra, cinco
estudos foram excluídos (1–5). O motivo de exclusão dos estudos lidos na íntegra é
3
detalhado no Quadro 2 a seguir. Sendo assim, 23 estudos foram considerados elegíveis,
sendo 9 estudos originais (6–14) e 14 registros de ensaios clínicos (Figura 1). Os registros
de ensaios clínicos serão mais bem detalhados a seguir.
Figura 1: Fluxograma PRISMA com o processo de seleção da evidência
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Quadro 2: Estudos excluídos e seus respectivos motivos para a exclusão
Estudo Motivo
Xie et al., 2020 Revisão narrativa que não envolveu nenhum estudo sequer sobre o tocilizumabe. Inclusive, sem a mínima base de evidência toma como conclusão um certo potencial terapêutico do Tocilizumabe em COVID-19.
Bernnardo et al., 2020
Carta ao editor na qual os autores correlacionam casos de osteonecrose da mandíbula com o uso de tocilizumabe em outras condições que não COVID-19. Ademais, relatam que este fármaco e outros biológicos podem apresentar efeitos positivos em COVID-19, mas as fintes em que se baseiam não envolvem pacientes.
Lu et al., 2020 Revisão narrativa que cita um estudo chinês com 21 pacientes em uso de tocilizumabe. Preferimos incluir o estudo original.
Zumla et al., 2020 Correspondência que apenas menciona a existência de Tocilizumabe. Não existe nenhuma informação relevante no âmbito da COVID-19.
Ahmadpoor et al., 2020
Carta ao editor que cita estudo incluído e avaliado por nós. Portanto, preferimos manter apenas o estudo original.
Resultados dos estudos
Estudos originais publicados
As principais características dos estudos, população, objetivo e resultados estão
exibidos no Quadro 3 a seguir.
Nove estudos foram incluídos nesta análise, sendo cinco relatos ou séries de
casos (6,9,11–13) e quatro estudos de opinião (carta, revisão narrativa, mecanismo,
correspondência) (7,8,10,14).
Três relatos de caso (6,9,12) mostraram pacientes específicos com comorbidades
bem distintas. No estudo de Ferrey et al., 2020 (6), o paciente era um homem de 56
anos com doença renal em estágio final, diálise-dependente, que foi diagnosticado
também com COVID-19. Além disto, esse paciente tinha outras comorbidades cardíacas.
Esse paciente iniciou antibioticoterapia. Não foi elegível para uso compassivo de
remdesivir e recebeu hidroxicloroquina e tocilizumabe. Segundo os autores, a
introdução de tocilizumabe deveu-se ao aumento de citocinas inflamatórias, inclusive
IL-6. Este paciente continuou piorando nos dias seguintes e nenhum resultado finalístico
de eficácia do tocilizumabe é relatado. Mihai et al., 2020 (9) exibiram o caso de uma
mulher de 57 anos com esclerose sistêmica (ES), diabetes mellitus e obesidade. Ela
possuía doença pulmonar intersticial associada a ES e foi diagnosticada com COVID-19.
Essa paciente já fazia uso de tocilizumabe quando foi diagnosticada com COVID-19.
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Neste momento, a próxima dose de TOC foi postergada. A paciente se manteve estável
por 10 dias e foi considerada curada. O estudo sugere que o uso prévio/precoce de TOC
pode suavizar a COVID-19. Zhang et al., 2020 (12) mostra o caso de um homem de 60
anos com mieloma múltiplo (MM) e que foi diagnosticado com COVID-19. Este paciente
recebeu quimioterapia para MM (bortezomibe, dexametasona e talidomida),
metilprednisolona para sintomas respiratórios e tocilizumabe devido a aumento em IL-
6. Os níveis séricos de IL-6 reduziram nos dias subsequentes, depois atingiram um pico
de elevação, após a aplicação de TOC. De acordo com os autores, isto não
necessariamente indica uma retomada da COVID-19, mas sim uma recuperação da
resposta imune com aumento de células T.
A série de casos de Xu et al., 2020 (11) compreendeu 21 pacientes com COVID-
19 e com média de idade de 57 anos. Destes, 17 eram graves e 4 eram críticos. O estudo
objetivou mostrou a efetividade do TOC para a redução da necessidade de
oxigenoterapia, melhora radiográfica e normalização de células sanguíneas/citocinas
inflamatórias. O tratamento padrão protocolado no hospital foi lopinavir,
metilprednisolona, outros analgésicos, oxigenoterapia e tocilizumabe (400 mg/IV uma
dose). Os autores relataram normalização da temperatura corporal no dia seguinte à
administração de tocilizumabe. Houve grande redução da necessidade de
oxigenoterapia. As lesões foram absorvidas em 19/21 pacientes, com normalização de
linfócitos e PCR cinco dias após a aplicação de TOC. Os autores relataram a não
ocorrência de eventos adversos e não houve morte associada ao tratamento com TOC.
Outra série de caso não avaliou o uso de tocilizumabe, mas investigou o
comportamento da concentração de células T e citocinas inflamatórias em pacientes
com COVID-19 (13). Este estudo mostrou que pacientes em UTI têm menor número de
células T que aqueles casos mais leves. Mostrou também que, dentro os casos não UTI,
a contagem de células T era menor quanto maior fosse a gravidade. Na mesma
proporção, os autores mostraram que pacientes em UTI ou mais graves apresentavam
maiores concentrações de TNF-alfa, IL-6 e IL-10, em comparação com os casos menos
graves e população sem COVID-19. Os autores sugerem que terapias alvo anticitocinas
poderiam ser aplicadas.
6
Alguns estudos teóricos colocam cautela sobre o uso do tocilizumabe e outras
drogas biológicas. Autores relatam que enquanto uns dizem que pode haver mediação
da resposta imune, com diminuição de marcadores inflamatórios, outros especulam que
pode haver superestímulo à infecção viral (7).
Alguns estudos enfatizam que respostas imunes excessivas podem desencadear
tempestades de citocinas e causar danos a vários órgãos-alvo (8,14). Diretrizes recentes
também apontam que um aumento progressivo da IL-6 pode ser um indicador de alerta
clínico para a deterioração do COVID-19. Sendo assim, os autores especulam que o
tocilizumabe pode reduzir IL-6 é mediar a resposta inflamatória em COVID-19 (8).
Mehta et al., 2020 colocam que um perfil de citocinas está associado à gravidade
da doença COVID-19, caracterizada por aumento da interleucina (IL) -2, IL-7, fator
estimulante de colônias de granulócitos, proteína induzível por interferon-γ 10, proteína
induzível por interferon-γ 10, proteína quimioatraente de monócitos 1, proteína
inflamatória de macrófagos 1-α e fator de necrose tumoral-α. Os autores sugerem que
em casos de hiperinflamação o anti-IL-6 tocilizumabe pode ser útil (10).
É importante ressaltar que estas conclusões são obtidas de estudos não
comparativos e baixíssimo rigor metodológico. Não houve nenhuma tentativa de
controlar confundidores o que faz com que os achados sejam meramente ao acaso.
Dessa forma, devido ao elevado risco de viés, os resultados precisam ser interpretados
com cautela.
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Quadro 3: Principais características dos estudos, seus participantes, metodologia, objetivos, resultados e rigor metodológico
Autor/ano Desenho População Objetivo Intervenções Resultados Risco de viés
Ferrey et al., 2020
Relato de caso Um homem de 56 anos com doença renal em estágio final (secundária a nefropatia IgA confirmada por biópsia) e COVID-19, que dependia de diálise. Apresentava doença arterial coronariana com cardiomiopatia isquêmica e foi submetido a intervenção coronária percutânea nas artérias descendente anterior esquerda e coronária direita logo após o início da diálise.
Descrever um caso incomum nos EUA
Iniciou antibioticoterapia com ceftriaxona e azitromicina. Mesmo assim, teve piora da infiltração pulmonar pneumonia atípica e edema pulmonar. Devido a doença renal ele não foi candidato para remdesivir e iniciou hidroxicloroquina no sexto dia e tocolizumabe. De acordo com os autores, o tocilizumabe foi empregado pois continuava a elevar os marcadores inflamatórios, inclusive IL-6. Devido a superinfecção recebeu antibioticoterpia adicional com piperaciclina-tazobactam e vancomicina.
Piora pelos cinco próximos dias (dia 7 ao 11) sem maiores desfechos relatados. Nenhum resultado específico para o tocilizumabe foi avaliado.
Alto (relato de caso)
8
Autor/ano Desenho População Objetivo Intervenções Resultados Risco de viés
Bersanelli 2020
Comentário NA Descrever as possibiliades de uso de imunoterapia em pacientes com COVID-19, se baseando no uso de biológicos em câncer e outras infecções virais
NA A autora começa falando que conclusões sobre o emprego de tocilizumabe em COVID-19 são precipitadas. Enquanto uns dizem que pode haver mediação da resposta imune, com diminuição de marcadores inflamatórios, outros especulam que pode haver superestímulo à infecção viral. A autora coloca que pode ser uma questão de tempo. O momento em que o paciente COVID-19 desenvolve a hiperativação patológica da resposta imune, eventualmente contribuindo para a lesão final, provavelmente está na fase tardia da manifestação da doença, ocorrendo juntamente com o desconforto respiratório. Além disso, o tempo também é importante no caso da imunoterapia, já que a maioria dos pacientes desenvolve eventos adversos imunomediados nos primeiros 6 meses após a primeira administração. Assim, uma certa cautela na administração de imunoterapia durante as pandemias pode ser aplicada principalmente nos pacientes que necessitam de início da terapia nos primeiros meses de tratamento. Pacientes mais propensos a desenvolver hiperativação imunológica provavelmente são aqueles com maior probabilidade de responder à imunoterapia. Como a imunoterapia pode restaurar a competência imune, se por um lado essa competência pode ser paradoxalmente necessária para desenvolver SARS, por outro lado, os aspectos epidemiológicos da infecção por SARS-CoV-2representam uma probabilidade mais baixa de afetar esses pacientes em comparação com seus os imunossuprimidos tratados com quimioterapia.
Alto (comentário)
9
Autor/ano Desenho População Objetivo Intervenções Resultados Risco de viés
Zhou et al., 2020
Revisão narrativa NA Descrever potenciais opções terapêuticas para COVID-19
NA OS autores discutem que, para a infecção por COVID-19, estudos clínicos mostraram que os níveis séricos de mediadores inflamatórios em pacientes graves são significativamente mais altos do que os de pacientes menos graves. Respostas imunes excessivas podem desencadear tempestades de citocinas e causar danos a vários órgãos-alvo. Diretrizes recentes também apontam que um aumento progressivo da IL-6 pode ser um indicador de alerta clínico para a deterioração do COVID-19. Sendo assim, os autores especulam que o tocilizumabe pode reduzir IL-6 é mediar a resposta inflamatória em COVID-19.
Alto (Revisão narrativa - não sistemática).
10
Autor/ano Desenho População Objetivo Intervenções Resultados Risco de viés
Migai et al., 2020
Relato de caso Uma mulher de 57 anos com esclerose sistêmica (ES), diabetes mellitus tipo 2 e obseidade grau I (OMS). A doença pulmonar intersticial associada à ES (ES-ILD), com dispneia, tosse e esforço, foi a principal manifestação de órgão, associada a poliartrite simétrica, não erosiva e reagentes de fase aguda elevados.
Descrever um relato de caso
Tocilizumabe foi iniciado em 8mg/Kg por infusão IV a cada 4 semanas.
Quatro semanas após a útlima infusão de tocilizumabe a paciente foi diagnosticada com COVID-19 e a próxima dose de tocilizumabe foi adiada. Os sintomas se mantiveram leves e após 10 dias a paciente estava livre de sintomas. Após os testes negativos ela foi autorizada a voltar a receber tocilizumabe. Embora esses agentes sejam imunossupressores e, portanto, formalmente contraindicados em pacientes com infecções ativas, eles podem mostrar benefícios em certos subgrupos da SARS associada ao COVID-19. Além disso, conforme os autores, o caso indica que o tratamento com bloqueador da IL-6 administrado para doenças autoimunes crônicas, como artrite reumatoide ou doença do tecido conjuntivo, pode até impedir o desenvolvimento de COVID-19 grave. Embora os autores estejam cientes das limitações das observações de caso único, acreditam que o relato de caso apresentado apoie essa hipótese.
Alto (relato de caso)
Mehta et al., 2020
Correspondência NA Descrever a possibilidade de super inflamação em COVID-19 e o possível papel terapêutico de medicamentos biológicos
NA Um perfil de citocinas está associado à gravidade da doença COVID-19, caracterizada por aumento da interleucina (IL) -2, IL-7, fator estimulante de colônias de granulos, proteína induzível por interferon-γ 10, proteína induzível por interferon-γ 10, proteína quimioatraente de monócitos 1, proteína inflamatória de macrófagos 1-α e fator de necrose tumoral-α. Os autores sugerem que em casos de hiperinflamação o anti-IL-6 tocilizumabe pode ser útil. No entanto, nenhum resultado específico é mostrado.
Alto (opinião)
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Autor/ano Desenho População Objetivo Intervenções Resultados Risco de viés
Zhang et al., 2020
Relato de caso Homem de 60 anos com mieloma múltiplo e que foi diagnosticado com COVID-19 em Wuhan, China. Esse paciente recebeu um ciclo de quimioterapia com bortezomib, talidomida e dexametasona, seguido por talidomida apenas, pois o paciente se recusou aos demais fármacos.
Descrever um caso de COVID-19 com mieloma múltiplo
Quimioterapia para MM: bortezomibe, dexametasona e talidomida; Metilprednisolona para sintomas respiratórios Tocilizumabe devido a aumento em IL-6.
Na admissão, o que mais chamou a atenção foi o elevado índice de IL-6 (IL-6 level, pg/mL (referência 0.1-2.9) (medido: 121.59)). Esse paciente apresentou opaciade em vifro fosco dois dias após a admissão. Considerando o encurtamento da respiração, esse paciente recebeu infusão de metilprednisolona entre os dias 2 a 6. Esse paciente recebeu então tocilizumabe, o nível sérico de IL-6 reduziu gradualmente até o dia 10 e depois passou um pico de elevação e por fim atingiu o seu valor mais baixo. É importante ressaltar que, mesmo tendo reduzido, ainda se encontrava acima da faixa de referência. De acordo com os autores, este pico de IL-6 não quer dizer uma retomada da COVID-19, mas sim que houve recuperação de células T. No dia 19 as opacidades pulmonares jã haviam melhorado e o paciente foi declarado curado. Conforme os autores, as condições clínicas do paciente se recuperaram gradualmente após o tratamento com tocilizumabe.
Alto (relato de caso)
Zhang et al., 2020b
Estudo mecanístico NA Descrever a síndrome de liberação de citocinas e seu papel na patogenicidade de COVID-19, com potencial terapeutico para anti IL-6 tocilizumabe
NA o tratamento da tempestade de citocinas tornou-se uma parte importante do resgate de pacientes graves. A interleucina-6 (IL-6) desempenha um papel importante na síndrome de liberação de citocinas (RSC). Se ele puder bloquear a via de transdução de sinal da IL-6, espera-se que ele se torne um novo método para o tratamento de pacientes graves.
Alto (estudo mecanístico)
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Autor/ano Desenho População Objetivo Intervenções Resultados Risco de viés
Diao et al., 2020
Série de casos 522 pacientes (idade entre 5 dias e 97 anos) com confirmação laboratorial de COVID 19 em dois hospitais de Wuhan (admitted into the General Hospital of Central Theatre Command or Hanyang). Esses foram comparados a 40 voluntários sadios (2 a 62 anos) que adentraram os hospitais por outros motivos. O estudo é retrospectivo Hospital)
Avaliar o quantitativo de céluas T em pacientes com e sem COVID-19, correlacionando esse valor com as medidas de citocinas inflamatórias e estratificando por grupos de gravidade ou etários.
Quantificação de céúlas T e doseamento de citocinas. Nenhuma intervenção farmacológica foi diretamente avaliada.
dos 522, 499 tiveram contagem de linfócitos. 75,75% (359/499), 75,95% (379/499) e 71,54% (357/499) dos pacientes tiveram contagens notavelmente baixas de células T totais, contagens de células T CD4 + e CD8 +, respectivamente. As contagens de células T totais, CD4 + e CD8 + foram significativamente mais baixas em pacientes na UTI do que em casos não na UTI (p<0,01). o menor número de células T foi encontrado em pacientes com idade igual ou superior a 60 anos, sugerindo uma causa potencial para maior suscetibilidade em pacientes idosos (p<0,0001). Entre 212 casos não UTI, 151 casos eram leves / moderados, 40 casos graves, enquanto 13 casos em estado crítico e 8 morreram. A análise estatística mostrou que o número de células T, incluindo células T totais, CD 4+ e CD CD8 + em grupos graves, críticos e perecidos, é significativamente menor do que no grupo leve / moderado (p<0,01). Esse resultado sugere que intervenções agressivas podem ser necessárias para pacientes não pertencentes à UTI, mesmo na ausência de sintomas mais graves, caso a contagem de células T caia abaixo do limiar crítico. os autores descobriram que os níveis de TNF-α, IL-6 e IL-10 aumentaram significativamente em pacientes infectados, e as análises estatísticas demonstraram que seus níveis em pacientes na UTI são significativamente
Alto (Apesar do carater comparativo, este estudo não paresenta características de coorte: nenhum seguimento planejado, retrospectivo com revisão de prontuário; nenhum controle por confundidor nas análises estatísticas, nenhuma descrição adequada de características da população (muito heterogênea), e nem todos foram avaliados (perda)).
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Autor/ano Desenho População Objetivo Intervenções Resultados Risco de viés
maiores do que em pacientes não na UTI (p<0,05 para TNF e p<0,0001 para IL-6 e IL-10). Os Autores sugerem que com isso há possibilidade do emprego de terapias direcionadas as citocinas.
Xu et al., 2020
Série de casos 21 pacientes com COVID-19, dos quais 17 eram casos graves e 4 críticos. A média de idade era de 56,8 (16,5 DP) e 87,5% do sexo masculino. Eles foram atendidos no The First Affiliated Hospital of University of Science and Technology of China
Mostrar os resultados de eficácia e segurança com o tocilizumabe, em termos de resposta clínica (redução da necessidade de O2, melhora radiográfica) e normalização de células sanguíneas e marcadores inflamatórios
Todos receberam cuidado padrão definido em protocolo do hospital: incluindo lopinavir, metilprednisolona, outros analgésicos e oxigenoterapia, e adicionados ao tocilizumabe (Roche Pharma (Schweiz) Ltd, B2084B21), prescrevendo 400 mg uma vez IV
85,7% receberam tocilizumabe uma vez e 3 receberam duas vezes, devido a febre em 12 h. A temperatura corporal voltou ao normal no dia seguinte ao TOC e permaneceu estável desde então. Um paciente não precisou de mais oxigenoterapia. Quinze pacientes (15/20, 75,0%) haviam diminuído a ingestão de oxigênio. Um paciente foi retirado do ventilador no primeiro dia após o tocilizumabe. Um paciente crítico apresentou extubação traqueal e recuperou a consciência no quinto dia. Outra pessoa que já havia recebido ventilação invasiva reduziu os parâmetros do ventilador e esperava desligá-lo em breve. Após o tratamento, a tomografia computadorizada mostrou que as lesões foram absorvidas em 19 pacientes (90,5%) e um pouco de melhora nas demais. Dezenove pacientes (90,5%) receberam alta, incluindo dois pacientes críticos e o restante permaneceu em observação hospitalar, mas a temperatura corporal permaneceu normal e todos os sintomas melhoraram notavelmente. O tempo médio de internação foi de 13,5 ± 3,1 dias após o tratamento com tocilizumabe. Não houve relatos de infecção pulmonar subsequente e deterioração da doença ou
Alto (Série de casos) - comparações sem ajustes por confundidores.
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Autor/ano Desenho População Objetivo Intervenções Resultados Risco de viés
morte. Durante o tratamento com tocilizumab, não foram relatadas reações adversas a medicamentos Contagem de linfócitos ref. 20-50: Antes do TOC: 15.52 ± 8.89 (17/20, 85.0%); Dia após: 11.78 ± 11.36 (16/18, 88.9%); Dia 3 após: 16.93 ± 13.59 (14/21, 66.7%); Dia 5 após: 22.62 ± 13.48 (9/19, 47.4%). Proteína C reativa (mg/L), ref. 0-5: Antes de TOC: 75.06 ± 66.80 (20/20, 100%); Dia 1 após TOC: 38.13 ± 54.21 (17/18, 94.4%); Dia 3 após TOC: 10.61 ± 13.79 (10/20, 50.0%); Dia 5 após TOC: 2.72 ± 3.60 (3/19, 15.8%)
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Resultados dos Registros de ensaios clínicos
Foram encontrados 15 registros de ensaios clínicos, sendo todos eles para tratar
pneumonia por COVID-19. Nenhum resultado ainda está disponível. Maiores
informações quanto a dose, comparações, número de pacientes e status podem ser
visualizados no Quadro 4 a seguir.
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Quadro 4: Registros de ensaios clínicos encontrados na base ClinicalTrials.gov
Número CT Título Status Intervenções Outcome Measures Fase Número Datas
NCT04317092 Tocilizumab in COVID-19 Pneumonia (TOCIVID-19)
Recrutando Braço único: Tocilizumabe 8 mg/kg (até máximo de 800mg por dose), intervalo de 12h.
Mortalidade, nível de interleucina 6, contagem linfocitária, PCR, parâmetros de oxigenação, mudança no SOFA (Sequential Organ Failure Assessment), eventos adversos, resposta radiológica, duração da internação, remissão respiratória.
Fase 2 330 início: 19 de março de 2020; resultados primários: 19 dezembro 2020; finalização: 19 de dezembro de 2022
NCT04335071 Multicenter, Double-blind, Randomized Controlled Trial of Tocilizumab in the Treatment of Coronavirus Induced Disease (COVID-19) (CORON-ACT)
Ainda não recrutando
Tocilizuabe = 8 mg/kg peso corporal, dose máxima 800 mg versus placebo
Primários: internações, intubações e morte Fase 2 100 Início: Abril 2020; resultados primários: outubro 2020; finalização: outubro 2020
NCT04331795 Tocilizumab to Prevent Clinical Decompensation in Hospitalized, Non-critically Ill Patients With COVID-19 Pneumonitis
Ainda não recrutando
Um braço com tocilizumabe 200 mg dose única (segunda dose a depender da gravidade - PCR) versus Tocilizumabe 80 mg dose única (segunda dose a depender da gravidade - PCR)
Resposta clínica, Resposta bioquímica, sobrevida global, alta hospitalar, progressão de pneumonite, taxa de ventilação mecânica, duração da ventilação, tempo de ventilação, taxa de utilização de vasopressor, número de dias de UTI
Fase 2 50 Início 3 de abril de 2020; resultados primários: 01 julho 2020; Finalização: dezembro de 2020.
NCT04332913 Efficacy and Safety of Tocilizumab in the Treatment of SARS-Cov-2 Related Pneumonia
Ainda não recrutando
Braço único: tocilizumab (dose de 400 mg IV dose única, com possível segunda dose em caso de não melhora clínica)
Primário: porcentage de pacientes com recuperação completa, definido como normalização da saturação
coorte 30 Início: abril 2020; Resultados primários: 31 dezembro 2020; finalização: 21 de março de 2021.
NCT04310228 Favipiravir Combined With Tocilizumab in the
Recrutando Três braços: 1: favipiravir 1600mg de cada vez, duas vezes por dia; do 2º ao 7º dia, 600mg por vez, duas vezes ao dia. Administração oral, o número máximo de dias
Cura clínica, Carga viral zerada, duração da febre, melhora da imagem do pulmão, mortalidade, taxa de ventilação, tempo de hospitalização
Não descrito
150 Início: 08 de março de 2020; Resultados primários: maio
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Número CT Título Status Intervenções Outcome Measures Fase Número Datas
Treatment of Corona Virus Disease 2019
necessários não é superior a 7 dias. Associado ao tocilizumab: A primeira dose é de 4 a 8 mg / kg e a dose recomendada é de 400 mg. Para pacientes com febre, é aplicada uma aplicação adicional (a mesma dose de antes) se ainda houver febre dentro de 24 horas após a primeira dose e o intervalo entre dois medicamentos ≥ 12 horas.Infusão intravenosa, o número máximo acumulado é de dois e a dose única máxima não excede 800 mg. 2: favipiravir 1600mg de cada vez, duas vezes por dia; do 2º ao 7º dia, 600mg por vez, duas vezes ao dia. Administração oral, o número máximo de dias necessários não é superior a 7 dias. 3: tocilizumab: A primeira dose é de 4 a 8 mg / kg e a dose recomendada é de 400 mg. Para pacientes com febre, é aplicada uma aplicação adicional (a mesma dose de antes) se ainda houver febre dentro de 24 horas após a primeira dose e o intervalo entre dois medicamentos ≥ 12 horas.Infusão intravenosa, o número máximo acumulado é de dois e a dose única máxima não excede 800 mg.
de 2020, finalização: maio de 2020.
NCT04320615 A Study to Evaluate the Safety and Efficacy of Tocilizumab in Patients With Severe COVID-19 Pneumonia
Ainda não recrutando
1 infusão intravenosa (TC) de TCZ, dosada em 8 mg / kg, até uma dose máxima de 800 mg. Pode ser administrada até 1 dose adicional se os sintomas clínicos piorarem ou não apresentarem melhora. Versus placebo
Estado clínico avaliado usando uma escala ordinal de 7 categorias | Tempo até melhora clínica (TTCI), definido como uma pontuação nacional de alerta precoce 2 (NEWS2) de </ = 2 Mantido por 24 horas | Tempo para melhoria de pelo menos 2 categorias em relação a Linha de base em uma escala ordinal de 7 categorias de estado clínico | Incidência de ventilação mecânica | Dias sem ventilador até o dia 28 | Dias sem falha de órgãos até o dia 28 | Incidência de permanência na unidade de terapia intensiva (UTI) | Duração da permanência na UTI | Tempo à falha clínica | Taxa de mortalidade | Tempo para alta hospitalar | Duração do tempo com oxigênio suplementar | Percentual de participantes com eventos adversos | COVID-19 (SARS-CoV-2) Carga viral ao longo do tempo | Tempo para reação em cadeia da polimerase com transcriptase reversa RT-PCR) Negatividade do vírus | Proporção de participantes com infecção pós-
Fase 3 330 Início: 03 de abril 2020; resultados primários: 31 de agosto de 2021; Conclusão: 30 de setembro de 2021
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Número CT Título Status Intervenções Outcome Measures Fase Número Datas
tratamento | Concentração sérica de IL-6 | Concentração sérica de sIL-6R | Concentração sérica de ferritina | Concentração sérica de proteína C reativa (PCR) | Concentração sérica de TCZ
NCT04306705 Tocilizumab vs CRRT in Management of Cytokine Release Syndrome (CRS) in COVID-19
recrutando Tocilizumabe 8 mg/Kg uma vez; ou terapia de substituição renal contínua por 3 vezes ou mais consecutivas; ou Terapia padrão de atendimento de acordo com as políticas ou diretrizes locais escritas e inclui o equilíbrio de eletrólitos e ácido-base, fornecimento de suporte enteral ou parenteral de nutrientes, antibioticoterapia, oxigenoterapia e ventilação não invasiva.
Proporção de participantes com normalização da febre e saturação de oxigênio até o dia 14 | Duração da hospitalização | Proporção de participantes com normalização da febre até o dia 14 | Alteração da linha de base no glóbulo branco e contagem diferencial | Tempo para o primeiro negativo em 2019 romance Corona virus RT -PCR | Mortalidade por todas as causas | Alteração da linha de base na hsCRP | Alteração da linha de base nas citocinas IL-1Œ≤, IL-10, sIL-2R, IL-6, IL-8 e TNF-| ± | proporção de células T CD4 + CD3 / CD8 + CD3
Coorte 120 Início: 20 fevereiro 2020; resultados primários: 30 de maio de 2020; conclusão: 20 de junho de 2020
NCT04331808 Cohort Multiple Randomized Controlled Trials Open-label of Immune Modulatory Drugs and Other Treatments in COVID-19 Patients - Tocilizumab Trial - CORIMUNO-19 - TOCI (CORIMUNO-TOCI)
Ainda não recrutando
Tocilizumabe 8 mg/Kg no dia 1 e depois uma segunda dose no dia 3 em caso de não resposta (necessidade de oxigênio)
Sobrevivência sem necessidade de utilização do ventilador no dia 14. | Escala de progressão da OMS <= 5 no dia 4 | Incidência cumulativa de extubação traqueal bem-sucedida (definida como extubação de duração> 48h) no dia 14 | Escala de progressão da OMS <= 7 no dia 4 | OMS escala de progressão | Sobrevivência | Dias livres do ventilador por 28 dias | acidose respiratória no dia 4 | Relação PaO2 / FiO2 | independência do tempo de fornecimento de oxigênio | duração da internação | tempo de excreção viral negativa | tempo de excreção viral negativa | tempo de alta da UTI | tempo de alta hospitalar
Fase 2 240 Início: 31 março 2020; Resultados primários: 31 março 2021; Conclusão: 31 março 2021
NCT04315480 Tocilizumab for SARS-CoV2 Severe Pneumonitis
Ainda não recrutando
Braço único: Uma única dose de 8 mg/kg IV parada na deterioração da função pulmonar | melhoria na função pulmonar | necessidade de intubação orotraqueal | morte
Fase 2 30 Início: março 2020; Resultados primários: abril 2020; Conclusão: maio 2020
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Número CT Título Status Intervenções Outcome Measures Fase Número Datas
NCT04332094 Clinical Trial of Combined Use of Hydroxychloroquine, Azithromycin, and Tocilizumab for the Treatment of COVID-19
Not yet recruiting
Braço 1: Tocilizumab: 162 mg sc x 2 doses + tocilizumab 162 mg sc x 2 doses às 12 horas (dia 1) Hidroxicloroquina: 400 mg / 12 h v.o. dia 1 seguido de 200 mg / 12 h v.o. por 6 dias (7 dias no total) Azitromicina: 500 mg / dia v.o. por 3 dias Braço 2: Hidroxicloroquina: 400 mg / 12 h v.o. dia 1 seguido de 200 mg / 12 h v.o. por 6 dias (7 dias no total) Azitromicina: 500 mg / dia v.o. por 3 dias
Mortalidade hospitalar | Necessidade de ventilação mecânica na Unidade de Terapia Intensiva
Fase 2 276 Início: abril 2020; Resultados primários: setembro 2020; Conclusão: outubro 2020.
NCT04335305 Checkpoint Blockade in COVID-19 Pandemic (COPERNICO)
Ainda não recrutando
Braço 1: Tocilizumabe 8 mg / kg (até um máximo de 800 mg por dose) como infusão intravenosa por 60 minutos; dose única de Pembrolizumab (MK3475) 200 mg como infusão intravenosa por 30 minutos; Dose única. Os pacientes que não apresentam melhora clínica da função respiratória após 12 horas podem receber uma dose adicional de tocilizumab no mesmo nível de dose da primeira administração. Os pacientes que mostram SpO2 ≤ 94% no ar ambiente podem receber uma administração adicional de pembrolizumabe (MK-3475) na mesma dose recomendada após 3 semanas do início do tratamento e / ou uma dose adicional de tocilizumabe após 4 semanas do início do tratamento. Braço 2: O atendimento padrão de acordo com as políticas ou diretrizes locais escritas compreende, conforme necessário e a critério do médico, oxigênio suplementar, ventilação não invasiva e invasiva, agentes antibióticos, suporte vasopressor, terapia de substituição renal, glicocorticóide, tocilizumabe, agentes direcionados para o vírus, cloroquina ou hidroxicloroquina.
Primário: Porcentagem de pacientes com normalização da SpO2 ≥96% [Prazo: até o dia 14 após o início do tratamento no estudo]
Fase 2 24 Início: 30 março 2020; Resultados primários: 15 maio 2020; Conclusão: 15 maio 2020.
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Número CT Título Status Intervenções Outcome Measures Fase Número Datas
NCT04333914 Prospective Study in Patients With Advanced or Metastatic Cancer and SARS-CoV-2 (COVID-19) Infection
Ainda não recrutando
O estudo será basedo em duas coortes: 1 - Pacientes assintomáticos e casos leves (randomizados para): A) Análogo de cloroquina (GNS651): dose de carga de 200mg por 2 dias e 200 qd por via oral por 14 dias consecutivos. B) Nivolumabe: 0,3 mg / kg, por via intravenosa, infusão única no dia 1. 3) melhores cuidados de suporte 2 - Pacientes moderados e graves (randomizados para): A) Análogo de cloroquina (GNS651): dose de carga de 200mg por 2 dias e 200 qd por via oral por 14 dias consecutivos; B)Tocilizumab: dose plana de 400 mg, por via intravenosa, infusão única no dia 1. 3) melhores cuidados de suporte
Taxa de sobrevivência de 28 dias | Tempo para melhora clínica | Situação clínica | Mudança média no estado clínico da linha de base para dias | Sobrevida geral | Tempo de permanência na unidade de terapia intensiva | Duração da ventilação mecânica ou dispositivos de oxigênio de alto fluxo | Duração da hospitalização | Taxa negativação do esfregaço da garganta | Vírus quantitativo do SARS-CoV-2 em amostras de esfregaço da garganta e sangue | Taxa de infecção secundária por outros patógenos documentados | Parâmetros biológicos | Número de participantes com eventos adversos relacionados ao tratamento avaliados pelo CTCAE v5.0 | análise de custo-efetividade (CEA)
Fase 2 273 Início: abril de 2020; Resultados primários: junho de 2020; Conclusão: agosto de 2020
NCT04322773 Anti-il6 Treatment of Serious COVID-19 Disease With Threatening Respiratory Failure
Ainda não recrutando
Braço 1: Tratamento em dose única com 400 mg de tocilizumab por via intravensa Braço 2: Tratamento em dose única com 2 x 162 mg de tocilizumab por via subcutânea Braço 3: Tratamento em dose única com 1 x 200 mg de sarilumabe por via subcutânea Braço 4: cuidados padrão
Tempo para independência da oxigenoterapia suplementar | Número de mortes | Dias fora do hospital e vivos | Dias livres de ventilação vivos e fora do hospital | Nível de proteína C reativa (PCR) | Número de participantes com eventos adversos graves
Fase 2 200 Início: 4 de abril de 2020; Resultados primários: 01 junho 2021; Conclusão: 01 junho 2021
NCT04330638 Treatment of COVID-19 Patients With Anti-interleukin Drugs
Ainda não recrutando
Braço 1: cuidao padrão Braço 2: anakinra 100 mg por 28 dias ou até a alta hospitalar, o que vier primeiro; Braço 3: O siltuximab será administrado por infusão intravenosa única na dose de 11 mg / kg; Braço 4: anakinra 100 mg por 28 dias ou até a alta hospitalar, o que vier primeiro + siltuximab será administrado por infusão intravenosa única na dose de 11 mg / kg; Braço 5: O tocilizumab será administrado por infusão intravenosa única na dose de 8 mg / kg com uma infusão máxima de 800 mg / injeção; Braço 6: anakinra 100 mg por 28 dias ou até a alta
Tempo para melhora clínica | Tempo para melhora na oxigenação | Alteração média na oxigenação | Número de dias com hipóxia | Número de dias de uso suplementar de oxigênio | Tempo para ausência de febre por mais de 48h sem antipiréticos | Número de dias com febre | Tempo para reduzir pela metade dos níveis de PCR em comparação com o valor máximo durante o teste | Tempo para reduzir pela metade os níveis de ferritina em comparação com o valor máximo durante o teste | Incidência de EAs (eventos adversos) | Incidência de EAs (eventos adversos graves) | Duração do internamento | Duração do internamento | sobreviventes | Alteração média na pontuação do sinal clínico entre o dia 1 e o dia
Fase 4 342 Início: abril 2020, resultados primários: setembro 2020; Cocnclusão: dezembro 2020
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Número CT Título Status Intervenções Outcome Measures Fase Número Datas
hospitalar, o que vier primeiro + tocilizumab será administrado por infusão intravenosa única na dose de 8 mg / kg com uma infusão máxima de 800 mg / injeção;
7 | Alteração média na pontuação do sinal clínico entre o dia 1 e o dia 15 | Tempo para a pontuação do sinal clínico <6 mantida por 24h | Alteração média da pontuação no SOFA (Sequential Organ Failure Assessment) entre o dia 1 e o dia 7 | Mudança média da pontuação do SOFA entre o dia 1 e o dia 15 | Mudança média da pontuação NEWS2 (alerta precoce nacional) entre o dia 1 e o dia 7 | Mudança média da pontuação NEWS2 entre o dia 1 e o dia 15 | Porcentagem de pacientes que relataram cada sever classificação em uma escala ordinal de 6 pontos em relação à IL-1 sérica | Porcentagem de pacientes que relatam cada classificação de gravidade em uma escala ordinal de 6 pontos em relação à IL-6 sérica | Incidência de infecção bacteriana ou fúngica invasiva nosocomial | incidência de linfo-histiocitose hemofagocítica secundária | Incidência de linfo-histiocitose hemofagocítica secundária em relação à IL-1 sérica | Incidência de linfo-histiocitose hemofagocítica secundária em relação à IL-6 sérica | Tempo para o primeiro uso de dispositivos de alto fluxo de oxigênio, ventilação mecânica não-invasiva ou invasiva em ambientes não-invasivos ventilados | Tempo para o primeiro uso de esteróides sistêmicos de resgate em pacientes ventilados | Número de dias livres de ventilação | Duração da ventilação mecânica em pacientes ventilados | Duração da internação na UTI em pacientes que se inscreveram em teste enquanto já estavam em ventilação mecânica invasiva ou não invasiva | Tempo para progressão para SDRA em pacientes ventilados | Tempo para progressão para SDRA em pacientes ventilados de acordo com IL-1 | Tempo para pr adesão à SDRA em pacientes ventilados de acordo com a IL-6 | Taxa de mortalidade por todas as causas (excluindo o grupo que entrou durante a ventilação) | Porcentagem de pacientes em estado clínico na Escala Ordinal de 6 pontos | Incidência de anormalidades da função pulmonar | Incidência de fibrose pulmonar tomografia computadorizada do tórax | Taxa de mortalidade por todas as causas
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Conclusões
Os estudos avaliados apresentam resultados que devem ser interpretados com cautela,
devido ao baixo rigor metodológico. Estudos teóricos sugerem que pode haver explosão
de citocinas na pneumonia por COVID-19, de forma que poderiam ser cogitados os
agentes biológicos anticitocinas. Séries de casos mostraram que pacientes com COVID-
19 mais graves e internados em UTI apresentam menor contagem de linfócitos e maior
concentração de citocinas (IL-6, IL-10 e TNF-alfa) que aqueles indivíduos sadios ou com
doença leve/moderada. Estudos em populações específicas especulam que o uso prévio
de tocilizumabe, para outras condições, pode levar ao menor agravamento de COVID-
19, caso a pessoa venha a se infectar. Dessa forma, não é recomendada a aplicação
rotineira de tocilizumabe a pacientes com COVID-19. O seu uso pode ser empregado em
protocolos de pesquisa devidamente registrados em agências regulatórias (CONEP,
ANVISA), os quais incluam pacientes: Internados, sem melhora com tratamentos
anteriores, sem contraindicação ao medicamento, com elevação de IL-6, PCR e
linfopenia. A posologia deve ser avaliada caso a caso. Estudos registrados no
ClinicalTrials.gov têm adotado a dose de 8 mg/Kg de peso corporal, com o máximo de
800 mg (Dose única de 400 mg com outra dose extra caso não haja resposta –
manutenção da febre em 12 h é o critério mais utilizado).
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