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EFICIÊNCIA ENERGÉTICA: ESTUDO
DE CASO EM RESIDÊNCIAS NO
MUNICÍPIO DE BOCAIÚVA - MG.
Luciano fernandes de souza (FACET )
lucianofernandesboc@hotmail.com
O presente trabalho avaliou o nível de conscientização dos
consumidores residenciais na cidade de Bocaiúva-MG. Foi realizada
uma pesquisa documental utilizando um questionário de 21 questões e
fatura da tarifa de energia da concessionária ((CEMIG). Nessa
pesquisa foi possível identificar que os consumidores não possuem
informações para uso eficiente de energia dentro das residências, visto
que apenas 10% dos consumidores conhecem os impactos gerados pelo
uso eficiente de energia. O trabalho destaca ainda que o Brasil
desperdiça cerca de 16 bilhões de reais por ano em energia elétrica
residencial, pois não há uma coordenação entre o poder público e
privado para conscientizar os consumidores sobre a importância de
projetos elétricos, com o objetivo de diminuir o desperdício e aumentar
a renda do consumidor. Com a aplicação do projeto de pesquisação
observou-se uma redução de 32% no valor da tarifa de energia
residencial e 21% no consumo em kWh/mês. Ainda é possível destacar
a nova lei 12212/10 que irá ocasionar um impacto grande na economia
dos consumidores, em especial, dos consumidores que não possuem
consciência dos seus direitos de cidadão.
Palavras-chaves: Conscientização, eficiência energética, tarifa social e
economia.
XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos
Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.
XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos
Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.
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1.1
INTRODUÇÃO
No Brasil evidenciamos um fenômeno de crescimento constante do produto
interno bruto (PIB), com a aplicação de programas de governo para beneficiar as classes mais
desfavoráveis da população, com o fim da inflação exponencial dos anos 90 que estagnaram o
crescimento do país, com programas de acesso a energia elétrica da zona rural, com o
esquecimento do apagão elétrico de 2001 e com o lançamento de uma agenda positiva para o
país através do programa de aceleração do crescimento (PAC), os brasileiros que não tinham
acesso a bens da linha eletroeletrônico e outros que receberam o estimulo de melhoria da
renda, viram a possibilidade em adquirir bens sem a informação de boas práticas de uso e
quanto este investimento impactaria em seus custos mensais.
Na cidade de Bocaiúva estas mudanças ocorrem com a mesma freqüência que a média
no Brasil. A cidade se encontra com aproximadamente 14.250 instalações residências, sendo
que 94% são monofásicas, 5,6% bifásicas e 0,4% trifásicas. O consumo médio mensal em R$
destas residências é de R$ 75,00 (setenta e cinco reais) e consumo em kWh é de 120. Estes
consumidores monofásicos que representam 94% do consumo residencial da cidade de
Bocaiúva podem se enquadrar na tarifa social de energia elétrica de acordo com a lei da tarifa
social de Nº 12.212/10 implantada a partir de Janeiro de 2010. Verificando esta abrangência
observamos que no mínimo 40% das residências que possui instalação monofásica podem
requerer o direito constitucional de usufruir o benefício da tarifa social, que possui
condicionantes para o consumidor enquadrar neste modelo.
O estudo proposto em residências no Município de Bocaiúva (MG) também requer
uma ampla dedicação para melhorar a informação ao consumidor com o intuito de buscar uma
maior conscientização dos usuários para conseguir alcançar o objetivo final de
aproveitamento eficiente da energia. Neste contexto é importante que o mercado industrial
contribua efetivamente com informações mais claras sobre o consumo de energia dos
equipamentos ofertados para os consumidores, demonstrando inclusive quanto vai impactar
na sua conta mensal de energia.
Podemos constatar que a falta de conhecimento da população sobre o uso dos
equipamentos que necessitam de energia é frágil para auxiliar na tomada de decisão, haja vista
o selo PROCEL – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica que foi
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institucionalizado na década de 90 e até os dias atuais são poucos os consumidores que sabem
identificá-lo na compra do bem.
Na região onde está localizado o município de Bocaiúva possuímos uma iluminação
natural excelente, onde podemos encontrar nove meses de insolação e três meses de chuvas.
Os municípios Brasileiros podem contar com incentivos para a aplicação de leis que
favorecem a utilização de fontes alternativas de energia que obviamente minimizam a
utilização de recursos não renováveis. È senso comum que a energia solar pode proporcionar
economias da ordem de 25% na conta mensal de energia domiciliar. A conscientização passa
a ser instrumento eficaz para implementação das boas práticas de uso eficiente de energia.
A preocupação com o consumo deve ser de todos. O planeta deverá nos próximos 40
anos aumentar a sua população em aproximadamente 25% e o consumo deverá duplicar ou
até triplicar, com estes dados a necessidade de recurso energético, principalmente elétrico que
abastece as áreas urbanas e onde se concentram 60 a 70% da população mundial. Este projeto
tem os seguintes objetivos: Conhecer o perfil dos consumidores das 20 residências
pesquisadas na cidade de Bocaiúva, realizar um levantamento do gasto de energia elétrica em
20 residências em diferentes bairros da cidade de Bocaiúva, orientar e monitorar os moradores
para o uso eficiente da energia elétrica nas residências pesquisadas e diminuir o valor pago em
(Reais) e a quantidade em kWh mês.
3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Eficiência Energética
O objetivo deste capítulo é apresentar a literatura básica a respeito da conscientização
do uso eficiente da energia em residências. Na primeira parte do texto, apresentam-se
conceitos básicos de eficiência energética e boas práticas nas residências.
Segundo o livro Teoria e Prática (2007, p.77) publicado pela Universidade federal de
Itajubá – UNIFEI a iluminação é responsável por 23% do consumo residencial, para atender a
eficiência energética na iluminação os consumidores devem realizar o dimensionamento
correto para que não ocorra o ofuscamento luminoso, ou seja, a existência de um projeto
elétrico é fundamental para que não ocorra o desperdício energético. Mas na iluminação
também se encontra fatores de manutenção como limpezas periódicas das lâmpadas e pinturas
claras.
Segundo o jornal do (ESTADO DE SÃO PAULO, 2010), “nos últimos dez anos o
consumidor brasileiro desembolsou quase R$ 5 bilhões na conta de luz para bancar projetos
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de eficiência energética e de soluções para melhorar a operação do sistema elétrico nacional”.
Estes valores são descontados nas contas de energia elétrica de cada residência para patrocinar
o projeto de eficiência energética no país.
De acordo com o jornal do (ESTADO DE SÃO PAULO, 2010), não houve até agora
os resultados esperados na redução do desperdício de energia elétrica, uma vez que o país
ainda continua desperdiçando cerca de R$ 16 bilhões por ano. Ainda de acordo com o texto
do jornal este valor equivale ao investimento que o Brasil fará para construir a hidrelétrica de
Belo Monte (PA). Por isso é necessário elaborar um estudo sobre o nível de conscientização
do consumidor, com o objetivo de medir o nível de conhecimento sobre o programa de
eficiência energética do governo.
De acordo com o Ministério de Minas e Energia (2010), diversos estudos mostram é
possível diminuir desperdício e gerar economias significantes acima de 10%, por uma
consciência do uso racional e inteligente da energia. Ou seja, evitar o desperdício de energia,
que conseqüentemente geraria uma serie de benefícios econômicos, sociais e ambientais e
que não necessariamente se relacionam com um maior desenvolvimento tecnológico.
Segundo Brasil (2010, p.44) Diversos estudos mostram que adicionalmente pode se
gerar economias entre 10% a 15% por uma consciência do uso racional e inteligente
da energia. Estas economias são derivadas das atitudes dos consumidores na forma correta
de planejar as instalações residências, a compra de equipamentos eletroeletrônicos, mas
também promover a substituição de instalações e equipamentos verificando a eficiência
energética.
O índice de perdas no SIN em 2009 registrou significativo aumento,
passando de 15,6% em 2008 para 16,8% em 2009.
Possivelmente, contribuiu para esse crescimento a variação das perdas
comerciais como decorrência do forte crescimento do consumo
residencial e comercial. (PEN 2010-2014) segundo (BRASIL, 2010).
A eficiência energética deve ser analisada e implementada, visando à redução do
desperdício e à transformação da energia em riqueza, ou seja, agregar valor ao valor pago pela
tarifa de energia de acordo com Salum (2005, P.61).
Conforme Salum (2005, p.126) “um programa de eficiência energética só terá
resultados positivos caso haja motivação de todos os envolvidos e treinamentos que garantam
correta execução do programa”.
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Segundo (MELO, 2009, p.23), enquanto nas classes mais altas com renda superior a
10 salários mínimos o consumo de eletrodomésticos como: chuveiros elétricos, lâmpadas,
geladeiras e televisores apenas a 50% do seu consumo na tarifa mensal, nas classes de baixa
renda estes mesmos aparelhos podem representar a 100% da tarifa de consumo mensal.
Com a aplicação da nova lei tarifária nº 12.121/10 (BRASIL, 2010) podem se
beneficiar consumidores que tenham a renda per capita estimada em até R$ 272,50. Por isto a
adequação destes consumidores através do processo de cadastramento no Cadúnico (Cadastro
único do governo federal) para obtenção do beneficio.
Nesta parte do texto destacam-se dois aparelhos que juntos mais de 50% de gasto de
energia dentro das residências.
Segundo Nogueira (2007, p.96) os equipamentos de refrigeração são um dos maiores
consumidores de energia dentro das residências. O consumo corresponde a 28% do consumo
dentro das residências. Com a adoção do selo Procel em 1995, nota-se uma notável redução
do consumo das tarifas de energia em 20% nos casos de refrigeradores de uma porta. No caso
o chuveiro elétrico que corresponde quase 26% do consumo da tarifa. Os chuveiros
representam não só os maiores consumidores de energia, mas são eles que definem a potência
nos domicílios em (kWh), pois uma ducha é responsável por consumir cerca de 4 kW,
necessita de investimentos de aproximadamente 2.500 dólares para a instalação da rede
elétrica capaz de suportar este aparelho em especial. Este chuveiro que necessita de
investimentos altos possui uma eficiência de menos de 5% da sua disponibilidade energética,
ou seja, os outros mais de 95% são desperdiçados.
De acordo com relatório EPE (Brasil, 2012) o “Consumo nacional de eletricidade vai
crescer 4,5% ao ano na próxima década Demanda no país deverá saltar de 472 mil GWh em
2011 para 736 mil GWh em 2021”.
Segundo (MELO, 2009, P.29) as causas principais para o aumento do consumo
elétrico residencial pode se destacar:
1) Pelo provável acréscimo da penetração de equipamentos elétricos,
principalmente refrigeradores, televisores e máquinas de lavar em
classes de baixa renda devido à existência de um mercado de “segunda
mão” e descarte ou doação de equipamentos obsoletos pelas classes de
média e alta renda para populações de baixa renda;
2) Pelo aumento da penetração de equipamentos devido ao recente
aumento das facilidades de obtenção de crédito pelas classes de baixa
renda;
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3) Devido à penetração de equipamentos como conseqüência da
existência de programas sociais; em 2006, 18,3% do total de residências
do País receberam ajuda financeira do governo conforme indica IBGE
(2006) e;
4) Devido ao aumento das opções de equipamentos disponíveis no
mercado.conforme( MELO, 2009, P.29).
Conforme (MELO, 2009, P.42) os chuveiros elétricos apresentam grande variação
entre as regiões brasileiras, ou seja, na região próxima da linha do Equador não é verificado
consumo significativo para classes mais desfavoráveis, já na região próximas dos trópicos o
numero de residências com chuveiro é significativo, na região sul do Brasil consumidores
classificados como de baixa renda contribui com até 43% do consumo residencial. Este
equipamento representa 55kWh/mês para consumidores de baixa renda, quando aumenta a
renda este índice diminui proporcionalmente em relação a aumento da renda do consumidor,
este fator esta relacionado ao acesso de aquisição de aquecedores solares e aquecimento por
gás.
Segundo (SANTOS, 2011, P.1) o resultado de um projeto piloto realizado em 100
residências durante cinco anos na cidade de Contagem- MG, com a participação Procel/
Eletrobras, resultou em economia média 35% de energia elétrica, com isto foi possível aliviar
o sistema elétrico no horário de ponta aumentado a consistência do sistema para as
concessionárias que administra a rede alongando o tempo médio de novos investimentos, já os
consumidores resultou em diminuição da fatura de energia elétrica contribuindo para melhoria
da renda familiar.
3.2 Características Socioeconômicas da cidade de Bocaiúva – MG.
Na segunda parte do texto, apresentam-se as características socioeconômicas do
Município onde o projeto será implantado.
Segundo (DIAS, 2010, p.85) o Produto Interno Bruto (PIB) de 2007 foi de R$
295.330,00 distribuídos em: 9% na pecuária, 11% impostos, 30% industria e 50 % nos
serviços. Com cerca de 47.000 habitantes a renda per capita era de R$ 6.613,00, com uma
taxa de 1% de crescimento econômico e IDH 0,736 PNUD/2000.
Conforme ( DIAS, 2010, p.87) “o Município de Bocaiúva teria aproximadamente
1.296 empresas cadastradas”. Ainda segundo o autor a sua distribuição por ocupação da
população por área da economia era:
(i) agropecuária, extração, vegetal e pesca com 3.788 trabalhadores, o que
representa 24,32% do total;
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(ii) indústria com 3.678 trabalhadores, ou 23,61% do total de empregados;
(iii) comércio, 1.651 trabalhadores, ou seja, 10,60% do total;
(iv) serviços com 6.459 trabalhadores representando 41,47% da população
ocupada. Conforme (DIAS, 2010, P. 87).
3.3 A Eficiência Energética na educação escolar.
Na terceira parte do texto, apresentam-se opiniões de autores para otimizar este processo
de conscientização em relação a aplicação da eficiência dos recursos energéticos em
consumidores residenciais.
A falta de conscientização dos consumidores leva a eles a gastar energia elétrica sem
saber quantificar os custos financeiros, sociais e ambientais, sendo eles assim penalizados a
pagar mais por um gasto de energia elétrica desperdiçada no consumidor final. De acordo com
Menks (2009, p. 217), “a sociedade precisa estar informada e consciente do custo-benefício
do uso da energia eficiente para fazer suas escolhas.
Para Menks (2009, p.246) A educação tem um papel fundamental na formação das
mentalidades e mudanças de hábitos dos consumidores nas ações de eficiência energética,
desde o ensino fundamental até o ensino superior, com cursos oferecidos pelas instituições
tendo grade curricular em áreas que interaja eficiência energética e meio ambiente. “Tais
como arquitetura, engenharias, agronomia, entre outras.” A educação e a conscientização
deverão incorporar práticas de eficiência e redução de desperdício “conforme (Melo, 2009,
p.246).
A transformação do professor no elemento central para o desenvolvimento da
disciplina é de fundamental, sendo ele o responsável em transmitir aos alunos,
os termos relativos a comunicação de energia, no segmento de eficiência
energética conforme Conservação de energia (2006, p.30)
3 Material e métodos
O objetivo principal proposto neste projeto é a redução do consumo de energia elétrica
de vinte residências. O projeto é fundamentado na pesquisa denominada pesquisa-ação no
Município de Bocaiúva (MG).
Segundo Stringer (1996), a pesquisa-ação compreende uma rotina composta por três
ações principais:
“Observar, para reunir informações e construir um cenário; pensar, para explorar, analisar e
interpretar os fatos; e agir, implementando e avaliando as ações”.
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O projeto abordará o problema do ponto de vista quantitativo e qualitativo, pois
envolverá técnicas estatísticas e descritivas, obtidas no contato direto do pesquisador com a
situação estudada, proporcionando respostas adequadas ao problema.
4. 1 Técnica de coletas de dados
Neste projeto as residências serão escolhidas aleatoriamente, sendo que 10 residências
deverão possuir características de tarifa social e elas devem estar localizadas em três bairros
onde apresenta renda média inferior a meio salário mínimo per capita na residência e as outras
10 devem se enquadrar em tarifa normal e que o bairro apresenta renda média superior a meio
salário mínimo perca pita na residência pesquisada.
Tabela de Cobrança da Energia Residencial no Estado de Minas Gerais
Subgrupo Tarifário Energia
(R$/kWh)
B1 – Residencial R$ 0,37624
B1 – Residencial Baixa
Renda
Consumo mensal até 30 kWh R$ 0,12139
Consumo mensal entre 31 até 100 kWh R$ 0,20811
Consumo mensal entre 101 até 220 kWh R$ 0,31219
Consumo mensal superior a 220 kWh R$ 0,34686
* Tarifas sem impostos (ICMS, PIS/PASEP, COFINS e Contribuição de Iluminação
Pública)
Fonte: CEMIG 2011
A metodologia a ser utilizado para almejar a obtenção do sucesso da pesquisa será
seguido um roteiro prévio e definido pelo pesquisador podendo ao longo dos trabalhos sofrer
alterações, uma vez que esta pesquisa será desenvolvida pelo tipo pesquisa-ação, desta forma
o pesquisador deverá ter um perfil inicial dos membros das residências pesquisadas obtidas
através da aplicação de um questionário.
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As residências serão monitoradas pelo pesquisador, onde um questionário será
apresentado com o intuito de determinar a situação inicial das residências. O pesquisador
deverá comprometer a apoiar e buscar sanar dúvidas dos moradores, perante o tema. O
monitoramento do gasto de energia em RS e kWh mês será acompanhado mensalmente pela
conta de luz. Um relatório trimestral de avaliação deve ser apresentado a fim de definir os
procedimentos adotados estão realizando o efeito esperado. Os trabalhos de conscientização
vão desde conversas com moradores até seminários, palestras, etc.
As técnicas a serem aplicadas durante o presente projeto são:
Um questionário estruturado no inicio dos trabalhos, para identificar o perfil
das residências a serem pesquisas em anexo;
Realizar reuniões com os moradores para discutir sobre eficiência energética.
Registrar o consumo em (Reais) e kWh mês antes e após o projeto.
Realizar simulações para demonstrar o gasto em kWh mês que cada
equipamento instalado na residência consome.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
O presente estudo apresentou uma evolução de acordo com o planejamento da
metodologia apresentada no projeto de pesquisa. O quadro se encontrava desta forma: 20
residências divididas em três bairros da cidade, sendo 18 residências monofásicas e 2
bifásicas, destas 18 residências monofásicas 4 possuíam tarifa social.
Com este projeto de conscientização das boas praticas do uso da energia elétrica
residencial, 9 consumidores se cadastraram no novo modelo de tarifa vigente no pais,
ocorrendo assim uma migração da tarifa monofásica normal para tarifa social. Com estas
novidades para os consumidores juntamente com a redução de mais de 20% do consumo de
kWh/ mês, foi possível constatar uma redução de R$ 1.700,00 (mil e setecentos reais) para os
consumidores que participaram do projeto.
Os gráficos abaixo ilustram os resultados obtidos e o atendimento dos objetivos
propostos para este projeto:
Gráfico: 1
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10
Fonte: Próprio autor dados coletados da tarifa de energia CEMIG
Nesse gráfico 1 é possível verificar que houve uma redução dos valores pagos em (R$) acima
de 90% das residências pesquisadas. A residência três conseguiu reduzir em 62% o valor da
tarifa e energia, mas destacamos que as residências (10 e 14) não conseguiram atingir o
resultado esperado.
Gráfico: 2
Fonte: Próprio autor dados coletados da tarifa de energia CEMIG
Nesse gráfico 2 podemos verificar que houve uma redução em torno de 85% das residências
no consumo em kWh mês, mas se comparado com o valor pago em (R$) não houve uma
razão diretamente proporcional, uma vez que a residência quatro consumiu mais energia que o
inicio da pesquisa e o seu valor pago foi contabilizado uma redução neste valor no mesmo
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período, este fato se deu por esta residência se enquadrar na nova lei da tarifa social.
Identificamos também que as residências (4,10 e 14) não reduziram o consumo de energia
com o projeto de conscientização.
Gráfico: 3
Fonte: Próprio autor dados coletados da tarifa de energia CEMIG
Esse gráfico 3 mostra que todas as residências que estavam ou se enquadraram na tarifa social
conseguiram diminuir o valor da tarifa de energia elétrica em 50% do valor pago em relação
ao inicio do projeto de conscientização.
Gráfico: 4
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Fonte: Próprio autor dados coletados da tarifa de energia CEMIG
O gráfico 4 mostra que os consumidores monofásicos que não possuem incentivo adicional
para redução da tarifa de energia apresentou uma redução significativa de quase 80% das
residências pesquisadas, isto demonstra que estes consumidores formam um grande potencial
para incentivar as boas práticas de uso correto da energia elétrica.
.Gráfico: 5
Fonte: Próprio autor dados coletados da tarifa de energia CEMIG
Esse gráfico 5 verifica-se que houve também uma redução da tarifa de energia, mas estas duas
residências apesar de ser bifásica, possuir dois moradores residentes e uma carga nominal
com uma variação mínima de 10%, na residência 1 os moradores utilizam aparelhos
adaptados com tensão bifásico ao contrário do morador 2 que não utiliza.
Gráfico: 6
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Fonte: Próprio autor dados coletados da tarifa de energia CEMIG
Nesse gráfico 6 verificamos que esta em elevação a economia das residências que estão
enquadradas na tarifa social, já houve uma redução próxima a 50% do valor pago inicialmente
ao projeto. No inicio do projeto (Janeiro 2011) o valor montante das famílias era próximo R$
600,00 por mês após cinco meses de implementação do projeto verificamos uma redução para
valores abaixo de R$ 300,00.
Gráfico 7
Fonte: Próprio autor dados coletados da tarifa de energia CEMIG
Nesse gráfico 7 demostra-se um resumo das economias em diferentes classes de consumo nas
residências, Verificamos que após um ano de encerramento do projeto os consumidores
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continuam o uso de boas praticas de energia, neste caso fica demonstrado a eficiência do
projeto que atingiu seus objetivos proposto.
5. CONCLUSÃO
Ao final desse trabalho realizado em 2011 podemos concluir quer ainda há uma grande
distância entre programas do Governo e sua real aplicação de fato. O Governo Federal editam
as leis e normas para a sua utilização, mas elas não são aplicadas pela sociedade em geral. No
caso da eficiência energética em residência já passamos por um apagão de grandes proporções
em 2001, mesmo assim os governos estaduais e municipais, sociedade civil organizada não
estão atentos para este item que é um dos principais setores responsáveis pelo crescimento e
desenvolvimento de uma nação. A conscientização de boas práticas do uso eficiente de
energia elétrica precisa ser mais difundido dentro da sociedade civil, escolas de todos os
níveis, empresas publicas e privadas, governos municipais e comerciantes em geral.
Os consumidores quando motivados por informações sobre boas praticas e por
verificação de resultados alcançados geram confiança e multiplica resultados tornando-os bem
satisfatórios.
Mas é importante ressaltar que, como em qualquer processo de desenvolvimento de
processo em melhoria continua deverá haver um acompanhamento por auditoria anual, este
custo para aplicação do processo de conscientização mostra se viável uma vez que o retorno
configura uma redução de 21% de energia consumida e aumento de 32% de economia em
reais gerada.
Este trabalho demonstra um modelo mais eficaz de otimizar consumo kWh/mês X
menor custo de tarifa X distribuição de renda, que é um dos gargalos que o País atravessa
quando são aplicados alguma formula para promover o crescimento do Pais ou reduzir custo
de tarifa. A sociedade civil organizada necessita sempre de acompanhamento para que possa
haver de fato a conscientização em qualquer demanda, uma vez que qualquer processo deve
ser monitorado para ser avaliado e após implementado ações de correção para que se possa
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atingir um ponto de equilíbrio entre o investimento e taxa de retorno apontando para o ponto
positivo que justifique o mesmo. Neste contexto foi verificado que há uma necessidade de
mais informações sobre as leis e normas de eficiência energética, Capacitação para
vendedores de comercio em geral que não explicam e nem conhecem também sobre o tema,
as escolas também são afetadas por este processo, pois se nas residências encontramos mais
de 90% de consumidores sem treinamentos é possível afirmar que neste contexto encontramos
professores, empresários, colaboradores de empresas, gestores de empresas publicas e
privadas, com isto identificamos onde esta o gargalo do crescimento do País.
6. REFERÊNCIAS
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