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Elaboração de Séries de Exercícios de Flexibilidade e Força e Métodos de Avaliação destas variáveis
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Elaboração de Séries de Exercícios de Flexibilidade e Força e Métodos de Avaliação destas variáveis
Ariana Aline da Silva
Elaboração de Séries de Exercícios de Flexibilidade e Força e Métodos de Avaliação destas variáveis
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Elaboração de Séries de Exercícios de Flexibilidade e Força e Métodos de Avaliação destas variáveis
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SUMÁRIO
Ginástica Laboral 4Elaboração de séries de exercícios de flexibilidade
e força e métodos de avaliação destas variáveis 4
1 Planejamento do Programade Ginástica Laboral 41.1 Etapas de Iniciação do Programa 4
Análise dos objetivos da empresa 4
Análise do local de trabalho 4
1.1.3 Análise do trabalhador 5
Tipos de Periodização 5
1.2.1 Planejamento Anual (Macrociclo) 5
1.2.1.1 Modelo para Programas de
Prevenção de Doenças 6
1.2.1.2 Modelo para Programas
Educação para a Saúde 7
1.2.2 Planejamento Mensal (Mesociclo) 8
1.2.2.1 Modelo para Programas de
Prevenção de Doenças 9
1.2.2.2 Modelo para Programas de
Educação para a Saúde 9
1.2.3.1 Modelo para Programas de
Prevenção de Doenças 10
1.2.3.1 Modelo para Programas de
Promoção da Saúde 11
2 Elaboração de Aulas 112.1 Estrutura de Aula 11
2.1.1 Objetivo Geral 11
2.1.2 Conteúdo 12
2.1.3 Região 13
2.1.4 Ênfase 13
2.1.5 Estratégia 14
2.1.6 Material 15
2.1.7 Patologia 15
2.2 Partes da Aula 15
2.2.1 Exercício Inicial 15
2.2.2 Exercício Principal 15
2.2.3 Exercício Final 16
2.3 Aspectos Gerais de Aula 16
2.4 Montagem de Aula 16
2.4.1 Descrição de Exercício 17
2.4.1.1 Terminologias 17
2.4.1.2 Descrição 34
2.4.2 Descrição de Aula 35
2.5 Aplicação de Aula 36
3 Competência Profissional 373.1 Característica Profissional 37
3.2 Linguagem 39
3.3 Vestimenta 40
3.4 Abordagem 40
4 Métodos de Avaliação 414.1 Métodos de Avaliação de Força 42
4.1.1 Dinamometria Dorsal e dos MMII 42
4.1.2 Dinamometria Manual 43
4.1.3 Teste Abdominal – Pollock
e Wilmore, 1993 43
4.2 Avaliação de Flexibilidade 44
4.2.1 Flexímetro 44
4.2.2 Teste de sentar e alcançar
de Well´s (Banco de Well´s) 44
4.2.3 Flexiteste 45
Referências 49
Elaboração de Séries de Exercícios de Flexibilidade e Força e Métodos de Avaliação destas variáveis
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GINÁSTICA LABORAL
Elaboração de séries de exercícios de flexibilidade e força e métodos de avaliação destas variáveis
Ariana Aline da Silva
1 PLANEJAMENTO DO PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL
1.1 Etapas de Iniciação do Programa
A elaboração de exercícios de flexibilidade e força,
está inserido no planejamento do Programa de Ginástica
Laboral (PGL), por isso esse módulo será uma revisão
dos aspectos estudados até agora para chegarmos à
elaboração dos exercícios.
Antes de iniciar a elaboração do planejamento de
PGL, é necessário obter algumas informações para
que o programa atinja os objetivos da empresa, seja
agradável para os alunos e motivador para os professores
responsáveis pela aplicação dessas aulas.
Análise dos objetivos da empresa
A primeira análise a ser realizada é, ainda na reunião
de fechamento do contrato, esclarecer qual é o real
objetivo da empresa com o PGL, para garantir a satisfação
do gestor. O professor responsável por essas aulas deve
saber qual é esse objetivo para que consiga direcionar
suas aulas a isso.
Muitas empresas procuram o PGL por ouvirem os
benefícios ou até mesmo por cobrança jurídica e por isso
os objetivos das empresas são os mais variados, mas é
necessário se atentar para a realidade da empresa e do
programa, pois normalmente não é possível atingir o que
o contratante quer nas condições em que ele se dispõe a
trabalhar.
Um exemplo é a empresa ter como o objetivo a
prevenção das sintomatologias dos DORTs (Distúrbios
Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) e contratar o
serviço de apenas uma aula por semana. O contratado deve
esclarecer quais as possibilidades dentro das necessidades
da empresa.
A definição deste objetivo vai depender do que o
profissional de educação física vai apresentar na venda
do projeto, por isso a preparação antes e o auxilio de
pessoas que trabalham com vendas e conheçam o mundo
empresarial é de extrema importância.
Análise do local de trabalho
O local de trabalho dos indivíduos que participarão
do PGL deve ser analisado para garantir a qualidade das
aulas.
Nesse item abrangem-se a cultura organizacional, para
que o professor não tenha atitudes que pareçam faltar
com respeito aos funcionários da empresa, o ambiente em
que estão inseridos fará toda a diferença na maneira com
que o professor deverá agir ao aplicar as aulas.
A disposição de mesas e cadeiras, distância entre os
setores e quantidade de pessoas por aula, também fazem
parte da análise do local de trabalho, pois será decisivo no
momento da montagem das aulas. É preciso saber se o
planejamento pode conter exercícios que utilizem a parede,
se existem cadeiras disponíveis a todos os participantes,
se a aula terá que ser realizada em circulo e se estarão
presentes 3 ou 30 pessoas.
Ao encontrar essas respostas, as estratégias de aula
poderão ser elaboradas com mais facilidade.
Elaboração de Séries de Exercícios de Flexibilidade e Força e Métodos de Avaliação destas variáveis
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1.1.3 Análise do trabalhador
O PGL visa estudar o movimento para favorecer a
qualidade de vida do indivíduo, pois o cotidiano da vida
moderna faz com que o ser humano esteja impedido,
muitas vezes, de se exercitar, e isso o leva a se afastar
das funções naturais do seu próprio ser, ou seja, do
convívio social, do movimento natural e espontâneo e
das manifestações culturais por meio da dança, jogos e
brincadeiras.
A observação do trabalhador no seu posto de trabalho
deve ser realizada para verificar quais os movimentos
realizados, os músculos mais e menos exigidos nas tarefas
diárias e qual a postura adotada durante o dia.
Outra característica abordada nesse momento é a
avaliação física, antes do início do programa, contendo
todas as variáveis que devem ter sido pré estabelecida
pela empresa, para controle do desenvolvimento de cada
indivíduo.
Se a empresa contratada oferecer o serviço de análise
ergonômica, será de grande valia, pois nessa análise são
estudos diretamente cada cadeia muscular envolvida no
movimento e qual a ação mais adequada para auxiliar o
indivíduo.
Tipos de Periodização
O planejamento de um programa de GL deve ser
divido em 3 etapas, para atingir os objetivos necessários
e auxiliar na organização do trabalho. Cada uma dessas
etapas deve ser finalizada antes da iniciação do trabalho,
e serão nomeadas de acordo com a nomenclatura utilizada
por autores da área de Treinamento Esportivo, já que são
utilizados exercícios físicos.
Para Dantas:
“ Periodização é o planejamento geral e
detalhado do tempo disponível de determinado
indivíduo ou grupo para treinamento, de acordo
com objetivos intermediários perfeitamente
estabelecidos, respeitando-se os princípios
científicos do exercício.” (Dantas, 2003, pag. 65)
A idéia de periodização consiste em subdividir um
período específico de treinamento (macrociclo) em períodos
menores ou fases (mesociclos), e estes em períodos ainda
menores (microciclos), com a finalidade de manipular a
intensidade do treinamento, o volume, a freqüência, as
séries, as repetições e os períodos de repouso. Espera-se
com isso uma redução de quaisquer efeitos negativos do
treinamento.
Veja a seguir um exemplo dessa divisão, visualizando o
MACROCICLO como um planejamento semestral ou anual,
o MESOCICLO como planejamentos mensais e MICROCILO
como aulas individuais.
MICROCICLOS
1.2.1 Planejamento Anual (Macrociclo)
O Macrociclo é utilizado no PGL no formato de um
planejamento anual ou semestral, descrito em forma de
planilha para facilitar o entendimento, dividido por meses
e através da definição das datas de avaliação consegue-se
perceber qual o enfoque que deve ser dado na aula em
cada um dos meses.
Nesse momento, levam-se em consideração quais
os meses em que a empresa tem um acumulo maior de
trabalho, maior número de pessoas em período de férias
e possíveis férias coletivas, para que não seja utilizado um
mês com baixa adesão para os trabalhos principais.
Elaboração de Séries de Exercícios de Flexibilidade e Força e Métodos de Avaliação destas variáveis
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É a parte do plano de expectativa desportiva, que se
compõe dos períodos de treino, competição e recuperação,
executados dentro de uma temporada, visando levar o
atleta, ou a equipe, a um nível de condicionamento que
os capacite a realizar as performances desejadas, nas
competições escolhidas, dentro de um planejamento
previamente realizado (DANTAS, 1995).
Representa a organização de todo o treinamento que
será desenvolvido em um determinado período de tempo.
A estruturação desse período de treinamento obedece a
um plano de expectativas e, geralmente, encerra-se num
ponto máximo de performance (peak) do individuo.
Nos PGL, devemos ver o macrociclo como um
planejamento semestral ou anual que mostrará através
de uma tabela as ações que serão tomadas em cada um
dos meses do ano. Para a criação desse planejamento é
necessário a definição da freqüência semanal de aula.
1.2.1.1 Modelo para Programas de Prevenção de Doenças
A tabela acima é um modelo de Planejamento Anual de
um PGL com o objetivo de Prevenção de Doenças, sendo
fácil de ser elaborado e preenchido, desde que todas
as informações citadas anteriormente já tenham sido
analisadas.
Na coluna da esquerda (como grifado em vermelho na
tabela abaixo), encontram-se as ações necessárias para o
desenvolvimento do PGL, lembrando que essas ações são
sugestões, mas que dependendo da realidade da empresa,
disponibilidade de espaço e tempo as ações devem ser
alteradas.
As ações sugeridas são:
- Trabalho de Resistência Muscular Localizada (RML)/
Força e alongamento: O programa com foco em Prevenção
de Doenças, deve ter como base exercícios de flexibilidade
e força, pois o objetivo desse programa é prevenção
da sintomatologia dos DORTs e para obter resultados,
deve-se buscar o equilíbrio muscular que só poderá ser
alcançado com exercícios de RML e Alongamento. Manter
essa ação em todos os meses do ano garante que o
objetivo seja atingido e outras atividades podem acontecer
paralelamente;
- Trabalho de Relaxamento: Aulas de relaxamento,
massagem e automassagem podem aparecer 2 ou 3 vezes
ao mês, dependendo da freqüência semanal de aulas,
mas é importante reservar um mês específico para focar
nesse conteúdo. A sugestão é que seja o último mês do
ano, onde as empresas aumento sua rotina de trabalho,
sobrecarregando os trabalhadores;
- Prevenção de MMSS, MMII e Coluna: Os estudos
dos DORTs são divididos por articulações e no PGL não
seria diferente. Para a prevenção das sintomatologias, as
aulas devem ser direcionadas para doenças relacionadas
a determinadas articulações. No macrociclo, será definida
a região que a ser focada em cada mês e assim as outras
regiões também serão trabalhadas, mas com uma visão
global;
- Palestras informativas: O início do programa deve
ser marcado com palestras informativas, para que os
trabalhadores entendam a importância do programa
implantado e sempre que aparecerem dúvidas, ou a
Elaboração de Séries de Exercícios de Flexibilidade e Força e Métodos de Avaliação destas variáveis
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inclusão de uma nova estratégia essas palestras são
bem vindas. São utilizadas também para informar os
trabalhadores sobre as DORTs que serão trabalhadas no
decorrer do programa e tirar as dúvidas sobre elas;
- Avaliações e questionários: No início e final de cada
ano, são necessárias as avaliações de flexibilidade e força
para analisar a efetividade das aulas e desenvolvimento dos
alunos. Também são utilizados questionários para analisar
índice de dor, prática de atividade física e posteriormente
a satisfação dos alunos com o programa.
O próximo passo é preencher as lacunas, de acordo
com as ações estipuladas para casa mês, levando em
consideração os aspectos citados anteriormente, como
grifado em vermelhos na tabela a seguir:
Mantenha o trabalho de RML e alongamento nos
meses de fevereiro à outubro para que o objetivo de gerar
equilíbrio muscular nas regiões mais afetas seja atingido.
Em seguida define-se qual a região que será focada em
cada mês.
As avaliações, questionários e palestras serão inclusos
de acordo com a realidade da empresa, tempo de contrato
e pedidos de reavaliação. Lembrando que o essa estrutura
pode ser alterada se o programa não estiver gerando
resultados.
1.2.1.2 Modelo para Programas Educação para a Saúde
A tabela acima é um modelo de Planejamento Anual
de um PGL com o objetivo de Educação para a Saúde,
sendo fácil de ser elaborado e preenchido, desde que
todas as informações citadas anteriormente já tenham
sido analisadas.
Na coluna da esquerda (como grifado em vermelho na
tabela abaixo), encontram-se as ações necessárias para o
desenvolvimento do PGL, lembrando que essas ações são
sugestões, mas que dependendo da realidade da empresa,
disponibilidade de espaço e tempo as ações devem ser
alteradas.
As ações sugeridas são:
- Trabalho de Resistência Muscular Localizada (RML)/
Força e alongamento: Esse conteúdo será utilizado em
todos os meses do ano, alternando as regiões trabalhadas
diariamente, mas é importante definir alguns meses em
que esse conteúdo será abordado com mais intensidade;
Elaboração de Séries de Exercícios de Flexibilidade e Força e Métodos de Avaliação destas variáveis
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- Trabalho de descontração: Em um programa com
o objetivo de Educação para a Saúde, pode-se utilizar
conteúdos dinâmicos como jogos cooperativos, dinâmicas
de reflexão, aulas informativas ou exercícios com ênfase
na coordenação motora, para que os trabalhadores
continuem aprendendo e saiam da rotina de exercícios.
Esse trabalho pode ser utilizado em meses de baixa adesão,
como estratégia, diferenciando as aulas e atingindo alunos
desmotivados;
- Trabalho de relaxamento: Aulas de relaxamento,
massagem e automassagem podem aparecer 2 ou 3 vezes
ao mês, dependendo da freqüência semanal de aulas,
mas é importante reservar um mês específico para focar
nesse conteúdo. A sugestão é que seja o último mês do
ano, onde as empresas aumento sua rotina de trabalho,
sobrecarregando os trabalhadores;
- Programa de iniciação: Elabore um mês de
exercícios destinados a iniciação do programa, com foco
no desenvolvimento da consciência corporal, utilizando
conteúdos diversos. Utilize essas aulas nos meses em que
a rotatividade de funcionários for maior, para desenvolver
a consciência corporal dos novos contratados;
- Atividades motivacionais: Semana da Saúde, Semana
Interna de Prevenção de Acidentes no Trabalho e Semana
Postural, são exemplos de atividades motivacionais que
podem ser aplicadas com o objetivo de levar para dentro
das empresas profissionais de outras áreas que possam
esclarecer dúvidas e desenvolver trabalhos específicos,
fora da área de atividade física;
- Palestras informativas: O início do programa deve
ser marcado com palestras informativas, para que os
trabalhadores entendam a importância do programa
implantado e sempre que aparecerem dúvidas essas
palestras são bem vindas;
- Avaliações e questionários: No início e final de
cada ano, são necessárias avaliações que podem ser
de flexibilidade, força e medidas antropométricas para
analisar a efetividade das aulas e desenvolvimento dos
alunos. Também são utilizados questionários para analisar
índice de dor, prática de atividade física e posteriormente
a satisfação dos alunos com o programa. No programa
de Educação para Saúde, medidas como circunferência
abdominal e controle do aumento da freqüência de
atividade ou redução de fumantes mostram a eficácia
do programa, tanto quanto os índices de aumento de
flexibilidade e força.
O próximo passo é preencher as lacunas, de acordo
com as ações estipuladas para casa mês, levando em
consideração os aspectos citados anteriormente, como
grifado em vermelhos na tabela abaixo:
Em programas de Educação para a Saúde os trabalhos
realizados devem ser alternados, para alternar os
conteúdos freqüentemente e proporcionar experiências
prazerosas e motivadoras para os trabalhadores, além de
diversos métodos para adquirir conhecimento.
As avaliações, questionários e palestras serão inclusos
de acordo com a realidade da empresa, tempo de contrato
e pedidos de reavaliação. Lembrando que essa estrutura
pode ser alterada se o programa não estiver gerando
resultados.
1.2.2 Planejamento Mensal (Mesociclo)
No Planejamento mensal, é necessário visualizar o mês
como um todo, definindo quais os conteúdos e ênfases
que serão abordadas, delimitando a quantidade de aulas
que serão realizadas e qual a freqüência de cada conteúdo
de aula, sem tornar o conteúdo repetitivo.
No momento da elaboração dessa etapa, é necessário
varias os conteúdos, estratégias, ênfases e materiais,
para que seja possível a criação de aulas diferenciadas,
Elaboração de Séries de Exercícios de Flexibilidade e Força e Métodos de Avaliação destas variáveis
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tornando o programa prazeroso e motivador para o
professor e o aluno.
Para Dantas (2003), o mesociclo é o elemento estrutural
da periodização que possibilita a homogeneização do
trabalho executado.
1.2.2.1 Modelo para Programas de Prevenção de Doenças
Para o planejamento de Prevenção de Doenças,
devem ser analisados os materiais que serão trabalhados,
cruzando com as ênfases e conteúdos, como a coluna
grifada em vermelho (materiais) e a fileira grifada em
verde (ênfases) na tabela abaixo:
É necessário que seja enfatizada a aula que será
trabalhada no mês, por isso deve-se alternar as aulas
entre região definida e região global, ou seja, uma aula
para a região de prevenção do mês e outra para uma
região global ou conteúdo específico.
Defina a região de prevenção por articulações e
atenção: Caso a empresa especifique a DORT que deseja
prevenir, foque o planejamento nessa região o ano todo,
alternando com aulas de regiões globais.
A quantidade de massagens e aulas de relaxamento
variam de acordo com a freqüência semanal de aulas,
sendo aconselhável incluir pelo menos uma aula por
semana, pois o relaxamento de musculaturas tensionadas
auxilia na amplitude de movimento em exercícios de
alongamento.
Como grifado em vermelho e numerado na figura
abaixo, deve-se definir por dia o conteúdo e região que
será trabalhada:
1 - Na primeira fileira do dia, é acrescentado o conteúdo
que será desenvolvido, sendo que a criação da sigla pode
variar de acordo com o melhor entendimento do professor;
2 - Na segunda fileira do dia de aulas para região
específica, será incluída a articulação trabalhada, referente
à região;
3 - Na segunda fileira do dia de aulas para regiões
gerais, será incluída a região definida, sendo que poderão
ser trabalhadas mais de uma articulação por região.
1.2.2.2 Modelo para Programas de Educação para a Saúde
Elaboração de Séries de Exercícios de Flexibilidade e Força e Métodos de Avaliação destas variáveis
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A mesma estrutura de planilha pode ser utilizada
para Prevenção de Doenças e Educação para a Saúde,
a diferença será na maneira em que será preenchida, os
conteúdos utilizados e as regiões trabalhadas.
Quanto mais variados forem os conteúdos, mais
próximo chegará do objetivo. Inclua uma massagem por
semana e pelo menos uma dinâmica por mês, dependendo
da realidade da empresa e da freqüência de aula.
Os materiais aparecem para variar as aulas e
aumentar as possibilidades, todos os objetos encontrados
são materiais em potencial, basta ser criativo e testar
todas as maneiras de explorá-los.
1.2.3 Planejamento de Aula (Microciclo)
O microciclo é a menor fração do processo de
treinamento. Combinando frases de estímulos e de
recuperação. É uma fração única, indivisível, de plano de
treinamento e não se deve mudar, no seu transcurso, as
qualidades físicas que estão sendo trabalhadas, conteúdos
ou ênfases (Dantas, 2003).
Assim sendo, deve-se variar os estímulos de forma
que haja um estímulo, uma adaptação ao estímulo e
conseqüente recuperação para que seja realizado um novo
estímulo, isto para não gerar fadiga por estímulos fortes
consecutivos.
No PGL é denominado de Planejamento de Aula, onde
se descreve cada exercício utilizado para a composição da
aula, que é baseada pelas definições do mesociclo.
Após definir todos os aspectos da aula inicia-se a criação
de uma a uma, tendo como base, todos os aspectos já
definidos. Esse é o momento de criar, experimentar e testar
exercícios que atinjam o objetivo proposto, pensando nas
características da empresa e explorando as possibilidades
do corpo.
Empresas de Ginástica Laboral (GL) que atuam com
equipe de professores em uma mesma função, podem
utilizar a estratégia de padronizar a descrição dos exercícios,
com base em terminologias cinesiológicas e biomecânicas
de cada movimento e em seguida é sugerido que troquem
entre si as aulas descritas, um professor aplicará a aula
do outro e assim terá exercícios que não imaginavam e
oferecerão a outras pessoas uma variedade de exercícios
também.
1.2.3.1 Modelo para Programas de Prevenção de Doenças
Objetivo Geral: Prevenção de Doenças
Patologia: Bursite de ombro
Conteúdo: Alongamento
Região: MMSS - Ombro
Músculos: Trapézio, Peitoral e Deltóide
Ênfase: Respiração
Estratégia: Individual
Material: Nenhum
Exercício Inicial
PI: MMII em pequeno afastamento lateral, joelhos estendidos, e
pés paralelos. MMSS ao longo do corpo com cúbitos estendidos.
EX: Inspirar e realizar circundução ântero posterior do ombro
esquerdo e só expirar quando terminar o movimento, repetir por 5
vezes e inverter os MMSS.
Exercícios Principais
1- PI: MMII unidos com joelhos estendidos e ponta dos pés voltada
pra frente. MMSS com flexão de ombros a 90°, cúbitos estendidos, e a
mão esquerda apoiada sobre o dorso da mão direita.
EX: Inspirar, inclinar tronco para a direita e adução do ombro
direito, expirar aumentando a amplitude da adução com uma tração
realizada pela mão esquerda. Manter por alguns segundos e inverter
o lado.
2- PI: MMII em pequeno afastamento lateral, joelhos estendidos,
e pés paralelos. MMSS com extensão de ombros, cúbitos flexionados
e a palma das mãos apoiadas na região lombar com as pontas dos
dedos voltas para baixo.
EX: Inspirar e ao expirar realizar retração de ombros, levando os
cúbitos um em direção ao outro e manter.
3- PI: MMII em pequeno afastamento lateral, joelhos estendidos,
e pés paralelos. MSD com flexão de ombro a 180º, cúbito flexionado
e a palma da mão apoiada na região cervical, MIE com extensão de
ombro, cúbito flexionado e o dorso da mão apoiado na região torácica.
EX: Inspirar e ao expirar levar as mãos uma em direção a outra e
manter. Em seguida inverter os MMSS.
Elaboração de Séries de Exercícios de Flexibilidade e Força e Métodos de Avaliação destas variáveis
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Exercício Final
PI: MMII em pequeno afastamento lateral, joelhos estendidos e
pés paralelos. MMSS com ombros flexionados a 90°, MSD cruzado
sobre o MSE, cúbitos em flexionados e mãos apoiadas na região
dorsal.
EX: Inspirar e ao expirar flexionar a cervical e deprimir os ombros.
Manter por 3 ciclos respiratórios e inverter os MMSS.
1.2.3.1 Modelo para Programas de Promoção da Saúde
Objetivo Geral: Educação para a Saúde
Conteúdo: Resistência Muscular Localizada (RML)
Região: Coluna
Ênfase: Consciência Corporal
Estratégia: Individual
Material: Nenhum
Músculos: Grande Dorsal e Reto do Abdome
Exercício Inicial
PI: MMII em pequeno afastamento lateral, joelhos semi-
flexionados e pés paralelos. MMSS ao longo do corpo com cúbitos
estendidos.
EX: Rotacionar o tronco para a direita simultaneamente a flexão
de ombro esquerdo a 180º e realizar o movimento alternando a
rotação e os MMSS. (conscientizar os alunos de que o quadril e os
joelhos devem permanecer voltados para frente, para concentrar o
movimento no tronco)
Exercícios Principais
1- PI: MMII em pequeno afastamento lateral, joelhos semi-
flexionados e pés paralelos. MMSS ao longo do corpo com os cúbitos
flexionados e a palma das mãos apoiadas nas coxas, próxima ao
quadril, com a ponta dos dedos voltadas para a parte interna das
coxas.
EX: Realizar contração e relaxamento do abdome por 20 vezes e
descansar. Repetir o movimento por 3 vezes. (conscientizar os alunos
de que o tronco e MMSS permanecerão imóveis e a força se concentra
na musculatura abdominal)
2- PI: MMII em pequeno afastamento lateral, joelhos semi-
flexionados e pés paralelos. MMSS com flexão de ombros a 110º,
cúbitos flexionados, dedos entrelaçados e palma das mãos apoiadas
na região occipital. Quadril flexionado e tronco ereto.
EX: Realizar hiperextensão de tronco e voltar, por 15 repetições.
(conscientizar os alunos de que a força do movimento deve estar
concentrada na região das costas e que o abdome participa do
movimento no retorno)
3- PI: MMII em médio afastamento lateral, joelhos semi-
flexionados e pés paralelos. MMSS com flexão de ombros a 90º,
cúbitos estendidos e dedos entrelaçados com a palma das mãos
voltadas para dentro. Tronco e cervical, flexionados.
EX: Rotacionar o tronco para direita e manter realizando contração
e relaxamento da musculatura do abdome por 10 vezes e inverter o
lado. (conscientizar os alunos de que a força deve estar no tronco e
não nos MMSS)
Exercício Final: Automassagem nos músculos trabalhados.
(explicar a localização e função dos músculos e orientar quanto as
manobras que devem ser realizadas)
2 ELABORAÇÃO DE AULAS
2.1 Estrutura de Aula
Antes de iniciar a elaboração de uma aula, é necessário
definir alguns aspectos que facilitarão o desenvolvimento,
através de características que definidas anteriormente
permitem o melhor aproveitamento da aula.
2.1.1 Objetivo Geral
O primeiro ponto a ser definido é o objetivo geral do
planejamento, pensando em prevenção de doenças ou
educação para a saúde. A característica principal para essa
definição é a freqüência semanal de aulas, pois para a
prevenção de doenças é necessário seguir uma freqüência
maior para atingir os objetivos.
A opinião do gestor é importante para essa decisão,
lembrando que a empresa de GL deve deixá-lo ciente de
que alguns objetivos não podem ser alcançados devido
ao tempo de permanência que o professor terá em cada
setor.
O objetivo geral da GL é a Promoção da Saúde e divide-
se em: Educação para a saúde e Prevenção de doenças.
Independente do objetivo a ser atingido, como afirma
Freire e Scaglia (2003), todo professor deve educar e no
caso do profissional de educação física, educação através
do movimento, seguindo 3 vertentes delimitadas pelos
autores como:
- Educação do movimento: ensinar o aluno a executar
o movimento correto;
Elaboração de Séries de Exercícios de Flexibilidade e Força e Métodos de Avaliação destas variáveis
12
- Educação pelo movimento: usar o movimento para
educar o corpo do aluno;
- Educação para o movimento: conscientizar o aluno
da importância da prática da atividade física.
De acordo com Martins (2001), a Educação pode ser
definida como o meio de conduzir ou guiar o ser humano
por meio do desenvolvimento de determinadas ações,
conhecendo seu próprio corpo, suas possibilidades de
movimento com qualidade e consciência.
Os objetivos gerais serão sempre metas para serem
conquistas a longo prazo.
2.1.2 Conteúdo
São os conteúdos de aula que vão garantir o resultado
do programa e por isso devem ser bem posicionados no
planejamento e seguidos a risca. Alguns exemplos de
conteúdos são exercícios de alongamento, RML/Força,
mobilidade articular e massagem.
Todo programa deve ter cerca de 70% do seu conteúdo
baseado em aulas de alongamento e RML/força, que
são os conteúdos responsáveis por desenvolver nos
trabalhadores o equilíbrio muscular. Os outros conteúdos
vão complementar esse trabalho.
- Alongamento: Os exercícios de alongamento
devem ser feitos por todas as pessoas, em qualquer idade,
a qualquer hora, e não requerem equipamento especial,
nem treinamento prévio, por isso o PGL pode utilizar esse
conteúdo sem medo de errar, apenas tomando cuidado
respeitando a amplitude de movimento de cada um;
Fonte da Imagem: Figura ilustrativa do autor
- Mobilidade Articular: Movimentos que trabalham
articulações específicas. Na elaboração de aulas com esse
conteúdo o foco são as articulações, independente da
musculatura envolvida, é necessário realizar movimentos
sem muita exigência muscular ou número de repetições
excessivo, para que a aula não tem característica de RML. A
orientação ideal é que os alunos concentrem o movimento
na articulação, percebam onde o movimento inicia;
- Resistência Muscular Localizada (RML): Esse
conteúdo requer atenção redobrada, pois o PGL não
acontece dentro de academias e por isso são necessários
cuidados especiais para a elaboração de aulas com esse
objetivo. O principal ponto são as posições propostas, pois
muitas delas expõe o aluno e não são indicados exercícios
que os façam suar, pois estão em horário de trabalho;
- Relaxamento: Utilização de exercícios que relaxem
a musculatura pedida em aula, sendo necessário pensar
que o aluno não pode terminar a aula sonolento, pois
deverá voltar ao trabalho. Indica-se que a finalização seja
sempre com um exercício mais dinâmico;
- Massagem: Realizadas em trio, duplas ou em
grupo (colunas) de acordo com o que foi pedido em
aula. O número de movimentos varia de acordo com as
repetições que devem ser realizadas devido ao número de
pessoas. É importante que tanto o massageador, quanto
Elaboração de Séries de Exercícios de Flexibilidade e Força e Métodos de Avaliação destas variáveis
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o massageado sejam bem posicionado, para não causar
incômodos musculares por realizar o movimento;
- Dinâmica: Elaboração de atividades diferentes do
que é proposto nas aulas diárias, na criação é necessário
buscar o lúdico ou a reflexão, mas sempre pensando no
movimento corporal e no objetivo da atividade, pois tudo
o que é trabalhado em aula deve ser justificado.
2.1.3 Região
Como as aulas de GL são realizadas em um curto espaço
de tempo, sugere-se que em cada aula seja trabalhada
uma região específica, assim pode-se focar os exercícios.
Em caso de aulas com baixa freqüência semanal a
utilização de aulas que trabalhem regiões globais são mais
indicadas para que o aluno não fique muito tempo sem
trabalhar novamente a região.
Fonte da Imagem: Figura ilustrativa do autor
A divisão de regiões sugerida é:
- Membros Superiores (MMSS): cintura escapular,
braço, antebraço, mão e dedos;
- Membros Inferiores (MMII): cintura pélvica, coxa,
perna, pé e dedos;
- Coluna: região anterior e posterior do tronco,
pescoço e cabeça.
Para programas com o objetivo de Prevenção de
Doenças, essas regiões são ainda subdivididas por
articulações.
2.1.4 Ênfase
Para variar os exercícios realizados em aula, utiliza-
se as ênfases, que permitirão explorar os conteúdos
com enfoques diferentes, assim, se uma mesma aula for
aplicada com ênfases diferentes dará a impressão de ser
uma nova aula, aumentando a variedade de exercícios
propostos.
São capacidades físicas, ou seja, qualidades inatas,
mas que podem ser melhoradas com a prática. Além
de algumas capacidades físicas trabalha-se também a
respiração.
Essas ênfases tem o objetivo de diferenciar as aulas
aplicadas e mostrar que um mesmo exercício pode
ser realizado de maneira diferente, se enfatizarmos
capacidades diferentes, deixando assim as aulas muito
mais dinâmicas.
As ênfases sugeridas são:
- Respiração: A respiração auxilia na amplitude de
movimento e na diminuição do estresse e ansiedade,
por isso pode ser explorada durante as aulas. Especificar
em que momento do exercício o aluno deverá inspirar e
em que momento expirar, para utilizar essa ênfase como
auxilio para um melhor alongamento ou resistência física;
- Coordenação Motora: Não é necessário utilizar
movimentos para inúmeras partes do corpo ao mesmo
tempo para que a aula tenha essa ênfase, 2 movimentos
simultâneos já atingem o objetivo. No momento de
aplicar a aula, os movimentos devem ser explicados
individualmente para que os alunos consigam realizar pelo
menos um dos movimentos com qualidade. Essa ênfase
pode ser utilizada para tornar a aula mais divertida, por
ser composta de exercícios que fogem dos movimentos de
padrão do dia a dia;
- Flexibilidade: A descrição dessa ênfase não será
diferente de exercícios de alongamento, cabe ao professor
intensificar no momento de aplicar a aula, o tempo de
permanência no movimento e até mesmo realizá-lo mais
de uma vez;
- Equilíbrio: Utilizar exercícios com apenas um dos pés
apoiados no chão, pés unidos, um pé a frente do outro e
Elaboração de Séries de Exercícios de Flexibilidade e Força e Métodos de Avaliação destas variáveis
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até mesmo olhos fechados. No momento de aplicar a aula,
pedir para que os alunos fiquem próximos de um local de
apoio, para que não aconteçam quedas, informando que
o apoio é apenas para uma necessidade, mas como a aula
terá como ênfase o equilíbrio oferecerá movimentos de
difícil realização sem o apoio e o esforço para realizá-lo é
necessário;
Fonte da Imagem: Figura ilustrativa do autor
- Consciência Corporal: Olhar, ouvir, tocar o outro,
tocar o próprio corpo e sentir o toque, são maneiras de
desenvolver a consciência corporal em aula. Sempre que
possível coloque na descrição como o aluno deve agir para
perceber o corpo através do exercício proposto.
Lembre-se que usando a criatividade esse número
de ênfases pode aumentar, basta o professor observar a
necessidade de seus alunos e explorar diferentes formas
de trabalho.
2.1.5 Estratégia
A estratégia de aula será uma proposta para que o
conteúdo seja melhor trabalho e que facilite a utilização
da ênfase. Por exemplo, aulas de coordenação motora
são facilmente trabalhadas com materiais como bolinhas,
pois a simples transferência do material de uma mão para
outra enquanto realiza-se um movimento com os membos
inferiores (MMII) já tornam a ênfase bem utilizada.
As estratégias sugeridas são:
- Em dupla: É importante a utilização de exercícios
em que seja essencial a presença da dupla, para que
não pareça apenas que o outro está ao lado como apoio.
Indica-se que sejam trabalhadas regiões que são difíceis
de serem atingidas o exercício individual;
- Em trio: No caso de utilizar o trio para aulas em
que uma pessoa é alongada e as outras duas auxiliam no
alongamento, devemos reduzir a quantidade de exercícios,
para que todos consigam ser alongados dentro do espaço
de tempo da aula;
- Sentado: Pensar sempre na variedade de cadeiras
encontradas nas empresas e descrever exercícios possíveis
em qualquer tipo de cadeira ou com adaptações (com
rodinhas, com apoio de braços, com encosto alto...);
Fonte da Imagem: Figura ilustrativa do autor
- Deitado: Estratégia utilizada em empresas que
tenham um espaço reservado para as aulas de GL e
que tenham como materiais disponíveis o colchonete ou
tapetes de EVA. Não pensar apenas em exercícios de
relaxamento, a aula com os alunos deitados deve ser
focada principalmente na correção postural. Pode-se
trabalhar qualquer região corporal deitado, desde que o
professor consiga conscientizar o aluno de como o chão
pode os manter alinhados durante o movimento;
Elaboração de Séries de Exercícios de Flexibilidade e Força e Métodos de Avaliação destas variáveis
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- Em circulo: Busque exercícios que além de atingir
o objetivo proposto, proporcione interação entre os
participantes. Indicada para aulas em grandes grupos,
pois assim é possível manter todos os alunos no campo de
visão do professor;
- Geral: Aula que deve trabalhar o maior número de
músculos possíveis, pensar em movimentar todo o corpo,
sem foco em uma região específica.
2.1.6 Material
Por último define-se então qual o material que será
utilizado na aula. Explore a possibilidade de matérias
já encontrados no mercado como: bolinha de cravos,
espaguete, arco, argola e bolinha de gude; ou crie novos
materiais, utilizando a criatividade e reaproveitando
objetos descartados pela empresa que contratante como,
por exemplo: bastões, faixas de tecido e tubos de papel.
O material sugerido deve ser utilizado do início até o
final da aula, pensando em exercícios que não poderiam
ser realizados sem ele.
Fonte da Imagem: Figura ilustrativa do autor
2.1.7 Patologia
Esse item será utilizado apenas para aulas com o
objetivo de Prevenção de Doenças e deve ser o primeiro
a ser definido, pois dele sairão a região trabalhada e
conteúdo de aula.
2.2 Partes da Aula
Todas as aulas devem conter começo, meio e fim e
seguir as variáveis pré estabelecidas. É necessário ser fiel
a essas variáveis e utilizá-las do começo ao fim da aula.
Se a aula for, por exemplo, em duplas, essa estratégia
deve ser mantida até o final e realizar no meio da aula um
exercício individual.
2.2.1 Exercício Inicial
O começo da aula deve ser marcado por um exercício
inicial que será voltado para grandes grupos musculares,
trabalhando o maior número de regiões possíveis para
descontrair o corpo e prepará-lo para a aula.
Esse deve ser, na verdade, o último exercício a ser
elaborado, pois será baseado em todo o conteúdo
trabalhado na aula.
Momento de avisar ao corpo que o mesmo será
movimentado e por isso deve-se realizar movimentos com
pouca amplitude e que movimente as regiões que serão
trabalhadas na parte principal da aula. Utilize movimentos
de mobilidade articular, independente do conteúdo, pois
assim prepara as articulações envolvidas nos movimentos
da parte principal.
2.2.2 Exercício Principal
O meio será então a parte principal da aula composta
por em média 4 exercícios, dependendo do tempo
disponibilizado para a aplicação da aula. O enfoque deve
ser dado em exercícios voltados para as variáveis pré
definidas e seguir uma seqüência didático pedagógica, ou
seja, começar com os exercícios mais fáceis, que exijam
menos esforço e reservar os mais complexos para o final.
Será necessário focar no conteúdo proposto e nos
músculos que serão trabalhados. Levar em consideração
a função, origem e inserção do músculo para realizar
exercícios de maneira funcional.
Elaboração de Séries de Exercícios de Flexibilidade e Força e Métodos de Avaliação destas variáveis
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2.2.3 Exercício Final
O exercício final deve visar o relaxamento das estruturas
trabalhadas, a volta a calma no caso de uma aula voltada
para a descontração ou a animação no caso de uma aula
voltada ao relaxamento e descanso das musculaturas, para
que os alunos não retornem ao trabalho muito eufóricos
ou sonolentos.
2.3 Aspectos Gerais de Aula
Algumas informações são importantes ao pensar na
elaboração de uma aula de GL, para alguns podem parecer
informações óbvias, mas para muitos serão de extrema
importância.
A duração da aula vai variar entre 8 e 12 minutos,
dependendo da disponibilidade de tempo de cada empresa.
Mais do que isso perde-se a característica de GL e entra-se
em aulas de ginástica oferecida na empresa.
Caso a empresa sugira um tempo inferior a 8 minutos,
deve-se esclarecer quais os benefícios que serão
alcançados, de acordo com a freqüência semanal de
aula. É importante lembrar que os indivíduos estarão no
trabalho e se for possível realizar com eles apenas um
exercício já será valido, pensando que anteriormente não
existia nenhum tipo de compensação.
O número de repetições, assim como tempo de
permanência, vai variar de acordo com o conteúdo
e tempo de aula. É importante lembrar que as aulas
são freqüentadas por pessoas de diferentes idades,
condicionamento físico, vivências corporais e por isso é
preciso usar o bom senso.
Para Lima (2007), a GL pode ser realizada em 3
diferentes momentos: No início da jornada de trabalho, no
meio do turno ou ao final, um pouco antes do horário de
saída. Sempre pensando que deve ser realizada no horário
de trabalho, nunca antes ou depois do horário, horário de
almoço ou qualquer outra pausa já estabelecida.
Quando as aulas são realizadas antes do início de
trabalho, são chamadas de preparatória e deve-se enfatizar
movimentos de mobilidade articular e aquecimento da
musculatura utilizada na função exercida.
As aulas realizadas no meio do turno, são chamadas de
compensatórias e podem ser as mais variadas, trabalhando
exercícios de aquecimentos, compensatórios e relaxantes,
de acordo com a necessidade do setor.
Já nas aulas realizadas no final do turno, ou de
relaxamento, deve-se enfatizar exercícios de relaxamento,
massagens e compensatórios para as regiões mais exigidas
no trabalho.
Na prática, o professor muitas vezes chega na empresa
no inicio do turno e passa em todos os setores, terminando
de atende-los apenas no final do turno, logo, cada setor
terá teoricamente um tipo de aula diferente. Pode-se
utilizar o bom senso e uma mesma aula ser enfatizada
de maneiras diferentes, atingindo os objetivos propostos,
mesmo sendo em momentos variados do turno.
2.4 Montagem de Aula
O primeiro ponto a ser pensado na estruturação de
uma aula de GL é que os alunos não estarão dentro das
academias, nesse caso, encontram-se em um ambiente
coorporativo e seu objetivo não é o exercício físico e sim
o trabalho.
É preciso pensar em exercícios que não façam os alunos
suarem, em posições que não os deixem constrangidos e
sempre lembrar que eles realizam as aulas com a roupa de
trabalho, que podem variar de macacão e bota de bico de
aço (no caso das fábricas) à saia e sapatos de salto (nos
escritórios).
Para não cair em repetição de exercícios sem perceber,
começar ou terminar a aula sempre da mesma maneira,
é necessário descrever todas as aulas aplicadas, assim
existirá um controle do que está sendo aplicado e se
for necessário consultar aulas passadas elas estarão lá,
exercício por exercício.
Elaboração de Séries de Exercícios de Flexibilidade e Força e Métodos de Avaliação destas variáveis
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A facilidade de descrição virá com a prática e por isso
deve ser treinada sempre que possível. Com o treino, todo
movimento visto pode ser facilmente descrito e até mesmo
a aplicação das aulas se torna mais fácil, pois o movimento realizado já foi anteriormente visto passo a passo.
2.4.1 Descrição de Exercício
2.4.1.1 Terminologias
Para a descrição de qualquer movimento é necessário
o conhecimento de terminologias biomecânicas e
cinesiológicas, que visam a descrição do movimento
articular, como já foi apresentado em módulos anteriores.
Também devem ser utilizadas, como em qualquer
modalidade ginástica, a terminologia relacionada ao corpo
no espaço físico:
- Em coluna: alunos dispostos um atrás do outro;
- Em fileira: alunos dispostos um ao lado do outro;
- Longitudinal: relativo ao comprimento, colocado no
sentido do comprimento.
- Transversal: relativo à largura, colocado no sentido
da largura.
E terminologias relacionadas ao posicionamento do
corpo:
- Membros superiores (MMSS): relacionado aos
segmentos superiores (braço, antebraço e mão). Variações:
MSD (membro superior direito) e MSE (membro superior
esquerdo);
- Membros inferiores (MMII): relacionado aos
segmentos inferiores (coxa, perna e pé). Variações:
MID (membro inferior direito) e MIE (membro inferior
esquerdo);
- MMSS ao longo do corpo: MMSS ao lado do corpo
naturalmente;
- Posição fundamental: em pé, tronco ereto, MMII
unidos, MMSS ao longo do corpo e olhar para o horizonte;
- MMII em afastamento lateral: em pé, estando com
os MMII afastados lateralmente na largura dos ombros/
quadris. Variação: pequeno ou grande afastamento lateral
(menos ou mais afastado que a largura dos ombros/
quadris);
- MMII em afastamento antero-posterior: em pé,
estando com um MI à frente e outro atrás. Variação:
pequeno ou grande afastamento antero-posterior;
- Decúbito dorsal (DD): deitado com a região dorsal
(costas) no solo;
- Decúbito ventral (DV): deitado com a região anterior
(peitoral e abdome) do corpo no solo;
- Decúbito lateral (DL): deitado com apoio da lateral
direita ou esquerda no solo;
- Elevação: ato de suspender qualquer parte do corpo
no sentido contrário da gravidade;
- Depressão: retorno da elevação, movimento
antagônico;
- Circundução: combinação de movimentos realizada
em um determinado plano, cujo centro do movimento é
um ponto fixo (articulação), movimento de 360º;
- Balancear: movimento pendular dos segmentos,
onde o ponto fixo é uma articulação, variam de acordo
com os planos e direções;
- Simultâneo: o que é realizado ao mesmo tempo;
- Alternado: o que é realizado em ordem alternada.
Para relembrar e facilitar a descrição dos movimentos,
a seguir serão apresentadas tabelas com os movimentos
articulares, figuras e explicação:
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2.4.1.2 Descrição
Para o melhor entendimento do movimento descrito, deve-se dividir o exercício em duas partes:
- Posição Inicial (PI): descrever a posição de partida do movimento, momento onde o indivíduo deve permanecer
estático;
- Execução (EX): descrever a ação das articulações envolvidas no movimento de acordo com a terminologia,
determinar número de repetições ou tempo de duração do exercício.
Exemplo:
PI: MMII em grande afastamento lateral, pés paralelos, joelhos estendidos e MMSS ao longo do corpo.
EX: Flexionar cervical, tronco e quadril, levando as mãos em direção ao chão e manter por alguns segundos.
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Tendo como sugestão a estrutura abaixo, vamos praticar a criação
de uma aula. Pegue papel e caneta novamente e mãos a obra!
Objetivo Geral: Educação para a Saúde
Conteúdo: Alongamento
Região: MMII
Ênfase: Respiração
Estratégia: Individual
Material: Nenhum
Músculos: Quadríceps e Panturrilha
Pense primeiro em 4 exercícios para a parte principal, lembrando-
se seguir uma seqüência lógica de movimentos, levante-se e
experimente o movimento antes de descrevê-lo:
1.PI:________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
________________________________________________________
EX:_________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
________________________________________________________
2.PI:________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
________________________________________________________
EX:_________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
________________________________________________________
3.PI:________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
________________________________________________________
EX:_________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
________________________________________________________
4.PI:________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
________________________________________________________
EX:_________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
________________________________________________________
Sugiro que você levante-se da cadeira e realize o exercício
proposto anteriormente. Modifique cada uma das orientações e veja
se fará alguma diferença na região trabalhada, por exemplo, ao invés
de realizar um grande afastamento lateral, posicione os MMII unidos
ou então, na execução, flexione apenas o quadril e mantenha o
tronco em extensão.
Será possível perceber a importância de cada um dos itens
utilizados em uma descrição, por mais que pareça exagero!
Para treinar essa etapa, pegue um papel e uma caneta e descreva
o movimento da imagem abaixo, não se esqueça de dividir a descrição
em Posição Inicial e Execução:
PI:_________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
EX:_________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
2.4.2 Descrição de Aula
Na elaboração de uma aula é necessário utilizar uma
ordem lógica de ações: exercícios no sentido longitudinal
e realizar todos os exercícios com uma parte do corpo
antes de trocar a região trabalhada, a não ser que seja o
objetivo da aula trabalhar as regiões alternadamente.
Para a criação da aula, utiliza-se uma seqüência
pedagógica, ou seja, uma sucessão de movimentos
construídos visando determinado objetivo. A ordem desses
movimentos deve acontecer de acordo com a importância
e a dificuldade.
Elaboração de Séries de Exercícios de Flexibilidade e Força e Métodos de Avaliação destas variáveis
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Agora, com base nos exercícios da parte principal da sua aula,
elabore um exercício para anteceder essa seqüência de exercícios e
um para finalizá-la, não se esqueça de anotar!
Exercício Inicial:
PI:__________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
________________________________________________________
EX:_________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
________________________________________________________
Exercício Final:
PI:__________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
________________________________________________________
EX:_________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
________________________________________________________
Descreva essa aula em seqüência, crie quantas outras forem
necessárias e leve-as para um dos nossos CHATS, assim tiraremos
todas as dúvidas!
2.5 Aplicação de Aula
A linguagem utilizada na aplicação da aula é diferente
da descrita anteriormente. Os objetivos do professor no
momento da aplicação da aula devem ser:
- Aluno: experimentar, imaginar, tentar, imitar,
descobrir, constatar, avaliar e selecionar;
- Professor: orientar, incentivar, ajudar, avaliar e
corrigir.
As aulas em duplas devem ser bem detalhadas e
sempre lembrando de frisar o posicionamento dos alunos
um em relação ao outro e se for necessário inverter o
posicionamento, repetir novamente cada detalhe da
descrição. Pedir para que um avise ao outro no caso de
estar sentindo algum incomodo e explicar a importância
de ouvir, pois nesse momento trabalha-se com o corpo do
outro.
Nas aulas com materiais deve-se posicionar sempre o
material em relação ao aluno, se está à frente ou atrás do
corpo, na vertical ou na horizontal, por exemplo.
No momento de aplicação da aula, as terminologias
aparecem, mas apenas em alguns momentos, é necessário
se fazer entender e por isso a utilização de termos ditos
pela população em geral são bem vindos, desde que
seguidos do termo técnico.
É necessário o trabalho de lateralidade, todos os
movimentos realizados com um lado do corpo devem ser
repetidos do outro lado e todas as informações também
devem ser ditas novamente.
No início do programa, não devem ser utilizados os
termos direita e esquerda, assim o aluno pode começar
com o lado que preferir e não vai trocar no meio do
exercício por perceber que está com o lado errado, o
professor só deve dar a orientação de inverter o lado. Com
o passar dos meses a utilização dos nomes dos lados pode
ser freqüente para estimular a lateralidade.
O bom posicionamento do professor no local da aula é
essencial para uma boa visualização dos alunos, para que
os mesmos entendam os movimentos e do professor para
realizar possíveis correções necessárias.
A voz de comando será o que fará com que os alunos
mantenham a atenção na aula. É comum que em um
mesmo percurso o professor passe por aulas com poucos
e muitos alunos, por isso a atenção para o tom de voz
deve ser constante, para não “gritar” em grupos pequenos
ou “sussurrar” em grandes grupos.
Em grandes grupos a melhor opção é a posição em
círculo, pois assim facilita a visualização de todos os
participantes. No caso de um espaço que não permita esse
posicionamento, pode-se utilizar da “técnica do espelho”,
onde o professor realiza todos os movimentos do lado
oposto do que é dito, para que os alunos copiem o lado
sem que o professor fique de costas.
Nesse momento deve-se adotar a prática pedagógica,
que é a ação do professor empregada em aula,
Elaboração de Séries de Exercícios de Flexibilidade e Força e Métodos de Avaliação destas variáveis
37
independente da descrição no papel, levando em
consideração o número de alunos, espaço físico, nível de
aptidão e heterogeneidade dos alunos, que vai variar em
cada aula.
Para Leguet (1987) não se deve interferir nos
métodos ou estratégias, pois cada professor tem a sua
personalidade, convicções e vivências. Os alunos terão
limitações particulares, que expressa falta de vivências
anteriores ou estímulos e isso deve ser secundário ao
objetivo do professor, que deve ter como prioridade não a
performance do alto nível e sim, a melhoria das aptidões
dos indivíduos, estabelecendo sua estratégia de trabalho.
3 COMPETÊNCIA PROFISSIONAL
O PGL é essencial para um bom resultado, mas não
tem valia se o professor não adotar uma boa postura
profissional.
É preciso que o professor defina qual o seu objetivo
com a GL e buscar um caminho que o leve até esse
objetivo. A busca pelo conhecimento é sempre o melhor
caminho, mas dependendo do que cada um procura, a
linha de estudos será diferente.
O professor pode optar por ter a sua própria empresa
futuramente e para isso deve seguir para cursos voltados
a área administrativa, entender da parte financeira. No
caso de ter como objetivo a coordenação de equipes de
GL, é necessário o estudo sobre liderar equipes, sobre
planejamento. E se o for a elaboração e aplicação de
aulas, ser o melhor professor, a busca por áreas como
biomecânica e periodização de treinos são as melhores
opções.
Independente do objetivo, algumas características são
básicas para qualquer profissional, em qualquer área e que
deve ser seguida também na área de GL, são sugeridos a
seguir dicas de detalhes de atitudes que um professor deve
ter, que muitas vezes passam sem que seja percebido, mas
que para a empresa contratante fazem toda a diferença.
É preciso entender que o real cliente de uma empresa
de GL são os seus alunos e não os gestores do programa.
São eles que devem ser surpreendidos a cada dia com
uma boa aula e é para eles que a empresa de GL deve
buscar a melhoria contínua.
As dicas apresentadas foram baseadas em vivências
do dia a dia e de erros que alguns professores realmente
cometeram. Após ter conhecimento, espera-se que esses
erros se tornem menos freqüentes.
O professor de GL deve ser ainda mais profissional e
cuidadoso por estar no espaço de outros, que saem de
casa para trabalhar e a atividade física aparece em seu dia
a dia como um benefício e não obrigação.
Por isso é necessário que saiba convencê-los a
participar das aulas diariamente e tornar esse momento
prazeroso para que os funcionários sintam a necessidade
de participar novamente na próxima aula.
Lembrando que a parte técnica pode ser ensinada
e treinada, mas o perfil é característica de cada um, só
podendo ser desenvolvida se for da vontade do indivíduo.
3.1 Característica Profissional
- Responsabilidade: A responsabilidade é uma
característica pessoal do indivíduo e deve ser colocada
em prática independente da profissão e na GL não é
diferente. Não é treinável e por isso muitos professores
não são selecionados para entrar em equipes de GL por
não demonstrar essa responsabilidade já no início dos
treinamentos oferecidos ou no processo de seleção;
- Pontualidade: Esse item é de extrema importância,
pois cada aula de GL tem em média 10 minutos, se o
professor se atrasar 5 minutos já perdeu metade do
tempo destinado a aula. Em muitas empresas as aulas são
realizadas nas fábricas e os funcionários param o trabalho
na aula marcada e encontram o professor, assim, a linha
de trabalho pára e o professor já deve estar de prontidão
para a aplicação da aula;
- Não comer durante as aulas: A alimentação
dentro das empresas é proibida fora dos locais destinados
as refeições, por isso é necessário localizar esse ambientes
Elaboração de Séries de Exercícios de Flexibilidade e Força e Métodos de Avaliação destas variáveis
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e alimentar-se nos intervalos entre as aulas, principalmente
em casa de percursos muito longos, mas no locai
reservados para isso. Algumas empresas trabalham com
produtos químicos que muitas vezes estão presentes no ar
e pode afetar o alimento que você ingere no decorrer do
percurso, por mais que seja entre uma aula e outra e não
no próprio setor;
- Não ingerir bebidas alcoólicas ou fumar no intervalo entre as aulas: A ingestão de bebidas
alcoólicas está sendo citada, pois alguns professores
aplicam aulas no período da noite e devem se privar de
ingerir bebidas antes do horário das aulas. O objetivo do
PGL é a Promoção da Saúde e por isso os professores não
podem utilizar os fumódromos existentes nas empresas,
deve-se dar o exemplo;
- Não vender produtos ou alimentos seja de qualquer espécie dentro da empresa: É comum que
os funcionários perguntem para os professores onde os
materiais utilizados em aula são comprados, sem nenhuma
intenção os professores muitas vezes se oferecem para
comprar algum deles e mesmo sem ganhar nenhum
valor em cima do produto, repassando pelo mesmo
valor que comprou, apenas para ajudar o aluno estará
comercializando dentro da empresa e isso não é permitido;
- Não sentar-se nos setores e/ou departamentos: É preciso passar a impressão de disposição e motivação
para os alunos e o ato de sentar-se demonstra cansaço.
Se o professor estiver realmente cansado deve procurar
algum vestiário, banheiro ou cozinha para sentar-se e não
fazê-lo no setor onde aplicará a aula;
- Não mexer nos pertences dos funcionários: Muitas vezes a conversa informal e aproximação do
funcionário é uma estratégia para o aumento da adesão
e nesse momento de conversa é comum estar próximo
ao local de trabalho do indivíduo e por isso pode tocar em
alguma coisa dele para iniciar determinado assunto, sem
sabe a importância do objeto para a pessoa. Sugere-se que
seja evitado qualquer toque em pertences dos indivíduos;
- Não se deixar influenciar por acontecimentos não relacionados à aula: Demissão de funcionários,
comentários negativos e presença de pessoas indesejáveis
são situações que podem tirar a atenção do professore
no momento da aula. O controle das emoções é essencial
para um bom andamento no trabalho;
- Não levar problemas pessoais para dentro da empresa: O professor precisa desenvolver o controle
emocional para que os fatos que causam algum tipo de
alteração de humor não influenciem no desenvolvimento
da aula;
- Se preocupar com a aparência: Na posição de
professor a pessoa fica em destaque diante de pequenos
ou grandes grupos e a aparência é como um cartão de
visitas que te apresenta as pessoas;
- Conservar os materiais utilizados em aula: Os
materiais são uma estratégia para motivação de aula, o
professor deve utilizá-los com cuidado e ter o controle
da quantidade, para que não se percam ao passar
pelos setores. É necessário avisar aos supervisores ou
coordenadores sobre a necessidade de troca dos materiais,
por desgaste;
- Ser seletivo ao escolher músicas para serem utilizadas em aula: As pessoas tem gostos musicais
diferentes e por isso temos escolher musicas que agradem
o maior número de pessoas e que tem relação com a aula
trabalhada, por exemplo uma música mais tranqüila para
aulas de massagem/relaxamento e outra mais agitada
para aulas de RML. Músicas cantadas em outras línguas
merecem atenção especial, pois se o professor não
conhece a língua em que está sendo cantada e o setor
é composto por pessoas que conhecem, pode selecionar
alguma com conteúdo impróprio para o local de trabalho;
- Utilizar EPI´s (Equipamento de Proteção Individual) sempre que necessário: No caso da
aplicação de aulas em fábricas, é necessária a utilização de
EPI´s e cada empresa solicitará equipamentos diferentes
que garantirão a segurança do professor que por ventura
tenha que adentrar a locais perigosos para convidar o
funcionário para participar da aula. Esses equipamentos
visam a segurança do professor e por mais que sejam
desconfortáveis no início, são necessários;
Elaboração de Séries de Exercícios de Flexibilidade e Força e Métodos de Avaliação destas variáveis
39
- Cortar possíveis brincadeiras que poderão surgir por parte dos funcionários, na primeira vez que os fizer: É comum que para conquistar a
confiança dos alunos o professor passe a aceitar possíveis
brincadeiras que em um momento de estresse poderá
incomodar. Mesmo que esteja de bom humor e não veja
nenhum problema, o professor deve se impor para que
a brincadeira não se repita em um momento impróprio e
para que os alunos não percam o respeito no decorrer das
aulas;
- Não confundir profissionalismo com amizade: Por mais que o professor desenvolva um relacionamento
com os alunos, devido ao tempo de convivência e freqüência
de aulas semanais, não deve participar de eventos sociais
fora da empresa, pois uma atitude do professor pode gerar
comentários e fazê-lo ser visto de maneira errada dentro
da empresa;
- Nunca entrar em locais e setores proibidos pelas empresas: Algumas empresas possuem locais
restritos, o professor deve ficar atento a esses locais,
para não parecer indiscreto ou responsável por um ato
inseguro;
- Respeitar os limites de informações entre as áreas
de educação física, fisioterapia, nutrição e medicina: Para
muitos alunos, os professores serão o referencial de saúde,
a pessoa mais próxima com quem ele pode tirar as dúvidas
e por isso chegarão até eles as perguntas mais absurdas
e que as vezes a resposta estará invadindo a área de um
outro profissional. É importante ouvir tudo o que o aluno
tem a dizer, para que o professor não de a impressão de mal
educado, mas após a explicação do problema, incentive-o
a procurar um profissional especializado no assunto;
- Saber qual o papel que adota dentro da empresa e trabalhar em equipe: Em um trabalho em
equipe, cada um deve saber o seu papel individualmente,
para que os objetivos sejam alcançados em grupo.
3.2 Linguagem
- Ser claro nas informações e descrições de exercícios: Muitos alunos terão o primeiro contato com o
exercício físico na GL e por isso o professor precisa detalhar
cada movimento e utilizar palavras de fácil entendimento
no início do programa. O que parece simplesmente para
o professor que estudo tudo o que está dizendo, pode ser
muito complexo para os alunos;
- Conhecer terminologias e doenças ocupacionais para esclarecer possíveis dúvidas dos alunos: Não é
necessário saber sobre tudo ou conhecer todas as doenças,
mas é necessário conhecer o mínimo, ao menos para não
ficar perdido do caso do aluno procurar o professor com
alguns questionamentos. Como a GL trabalha com adultos,
sugere-se que não tente enganar, passar informações sem
q tenha certeza, pois com as ferramentas de busca dos dias
atuais, facilmente o indivíduo perceberá o erro. No caso de
não conhecer sobre o assunto abordado, o professor deve
dizer ao aluno que não conhece a respeito, mas que irá
se informar e levará a resposta na aula seguinte e o mais
importante: Não esquecer de realmente levar a resposta;
- Não falar gírias durante as aulas: Em algumas
empresas o número de pessoas de outros países é bastante
grande e por isso a fala correta facilita o entendimento
de todos. Ao falar em publico e necessário preocupação
com as palavras, pois muitos estarão ouvindo e essas são
palavras que não podem ser apagadas;
- Abordar somente assuntos relacionados ao seu trabalho: Durante as aulas é importante passar
informações sobre o que está sendo feito, sobre o corpo
do individuo e dicas de saúde. Não é necessário abordar
assunto que não estejam ligados a isso, pois o tempo já é
curto e a consciência corporal virá através das informações;
- Ficar atento ao volume da sua voz, devido a mudança de setores grandes ou pequenos: No caso
de empresas que aceitam a utilização de músicas durantes
as aulas, é necessário verificar o volume do aparelho de
som a cada aula, pois os sons locais, tamanho do espaço
e número de participantes da aula serão a direção para o
volume adequado;
- Nunca discutir com nenhum funcionário, por mais que você esteja correto: A empresa de GL é
uma empresa terceira que presta serviços dentro de um
Elaboração de Séries de Exercícios de Flexibilidade e Força e Métodos de Avaliação destas variáveis
40
ambiente organizacional, é necessário manter-se neutro
em todas as situações para que problemas não sejam
causados diante de comentários ou atitudes do professor.
Todo e qualquer problema deve ser resolvido entre os
gestores do programa.
3.3 Vestimenta
- Usar uniforme completo, limpo e em bom estado: Quando se coloca a frente de um grupo é
necessário estar em boa aparência, para que a presença
da pessoa seja agradável no ambiente. O uniforme é a
identificação do professor dentro da empresa e por isso
obrigatório;
- Mulheres, cabelos presos e homens, barba feita: É importante manter o rosto “limpo”, quando o
individuo aparece com os cabelos sobre o rosto ou a barba
mal feita aparenta querer esconder a verdadeira imagem.
É aceitável a utilização de barba ou bigode, desde que
bem feitas;
- Se preocupar com a higiene pessoal: Principalmente professores que trabalham em regiões
com a temperatura elevada, devem tomar cuidado com
problemas com odor, pois muitas vezes não é sentido pela
pessoa, só pelos outros. Se for necessário, deve carregar
na mochila desodorante e até mesmo outra camiseta para
trocar no decorrer do dia;
- Evitar piercings e tatuagens visíveis: A maioria
das empresas já aceita esse tipo de acessório, mas no
caso de gestores com linhas de trabalho mais antigas
ainda possuem algumas restrições;
- Não usar bermuda, shorts, calça corsário, chinelo, boné, camiseta regata, miniblusa: Deve-se
utilizar o uniforme sempre, mas no caso de professores que
aplicam aulas em mais de um turno na mesma empresa
e permanecem dentro da mesma no horário das refeições
ou em longos intervalos, é necessário estar atento para
não se comportar como em momentos de lazer.
3.4 Abordagem
- Cumprimentar todos os funcionários da mesma maneira: É comum que o professor fique mais
a vontade com os alunos que participem das aulas e seja
mais distante dos que não participam, mas deve-se ter a
mesma postura diante de todos eles;
- Abordá-los de maneira agradável: Cuidado
com abordagens como apitos, “gritos”, música alta... As
pessoas que participarão da aula estarão em seu local de
trabalho, muitas vezes concentrados e será incomodo uma
abordagem que os faça perder a linha de raciocínio;
- Convidar a todos para que participem das aulas: Com o passar do tempo, percebe-se quais são os
alunos que nunca participam e quais os mais assíduos,
mas sugere-se nunca deixar de convidar o aluno que
nunca participa, pois é possível encontrá-lo em um dia em
que o convite o fará levantar;
- Evitar tocar no colaborador enquanto fala com ele: O contato físico deve ser evitado, pois dentro das
empresas encontram-se pessoas com culturas e valores
diferentes e para alguns o contato pode representar
desrespeito;
- Ser gentil ao fazer correções durante as aulas: É
importante não expor os alunos no momento da correção.
Uma boa estratégia é corrigir o grupo como um todo e se
mesmo assim o aluno não entender, a aproximação para
corrigi-lo em voz baixa é a melhor opção;
- Dar feedback aos alunos: A utilização de frases
de incentivo durante as aulas são bastante motivadores.
Também é possível marcar alguns alunos que tenham
dificuldades específicas e acompanhá-los individualmente;
- Ao término das aulas, despedir-se de maneira agradável: Os alunos precisam entender que a aula
está terminando e que o professor vai se retirar, mas não
de maneira alarmante, que incomode os que não estão
participando da aula.
Elaboração de Séries de Exercícios de Flexibilidade e Força e Métodos de Avaliação destas variáveis
41
4 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO
Marins e Giannichi (1998), esclarecem algumas
terminologias que auxiliarão no entendimento do conteúdo
que será exposto nesse capítulo:
- TESTE: Instrumento, procedimento ou técnica usado
para se obter uma informação;
- MEDIDA: Processo utilizado para coletar as
informações pelo teste, atribuindo um valor numérico;
- AVALIAÇÃO: Classifica os indivíduos, reflete o
progresso, indica se os objetivos estão ou não sendo
atingidos.
A avaliação é uma importante ferramenta para mensurar
a evolução dos alunos e controlar o bom andamento do
trabalho. Mesmo que a empresa não exija os resultados
inicialmente, por não ter interesse de controlar essas
variáveis, realizar as avaliações para controle próprio
e para melhorar o planejamento do programa é uma
excelente estratégia.
Martins e Giannichi (2203), afirmam que a avaliação
pode ser dividida em dois tipos:
- Referenciada a norma: compara os valores de média
ou mediana do próprio grupo ou a resultados anteriores
do próprio grupo;
- Referenciada a critério: níveis preestabelecidos,
critérios baseados em normas populacionais.
Sugere-se que sejam mensuradas apenas variáveis que
a empresa vá realmente analisar e tabular, tendo como
foco do programa essas variáveis, para obter o resultado
desejado, respeitando as fases da avaliação, como citado
por Kiss (2003):
- Avaliação diagnóstica: Realizada no início do
treinamento, tem a função de determinar a condição física
e técnica do indivíduo;
- Avaliação formativa: Realizada durante o treinamento,
tem a função de acompanhamento a médio e longo prazo.
Verifica se os objetivos estão sendo alcançados e/ou
necessitam ser reformulados;
- Avaliação Somativa: realizada no final do treinamento,
tem a função de verificar se os objetivos foram alcançados.
No caso do programa de educação para a saúde,
alguns dados como peso e altura são necessários também,
por mais que a GL não demonstre alterações nessas
variáveis, pode-se mensurar a redução de peso por prática
de atividade física iniciada com o incentivo gerado pelo
programa. Para Kiss (2003), para selecionar um teste é
importante levar em consideração alguns pontos:
- Validade: Mede o que se quer medir;
- Fidedignidade: Relação teste-reteste;
- Objetividade: relação entre avaliadores.
A avaliação também será realizada no ambiente de
trabalho e muitas vezes não são disponibilizadas salas
reservadas e o anulo será avaliado com a própria roupa de
trabalho, por isso podem-se evidenciar alguns erros. Por
isso, Kiss (2003) acrescenta que é necessário precisão nas
medidas, ficando atento a dois possíveis erros:
1 - Erro de Medida:
- Erro de equipamento: Equipamento não aferido
(balança, cronômetro);
- Erro do medidor: Erro ao fazer uma leitura
(cronômetro, número de execução);
- Erro Administrativo: Erro na administração do teste
(aquecimento prévio, bola fora dos padrões).
2 - Erro Sistemático: Diferenças biológicas (medida da
estatura em diferentes horários do dia).
É muito importante que a avaliação seja realizada
anualmente e sempre no mesmo mês, pois variações
como clima, geram resultados diferentes. O ambiente deve
estar exatamente como da primeira vez e, se possível, que
a avaliação seja feita pelo mesmo profissional todas às
Elaboração de Séries de Exercícios de Flexibilidade e Força e Métodos de Avaliação destas variáveis
42
vezes, pois o resultado depende muitas vezes da visão do
aplicador.
Utiliza-se então as fases do teste, definidas por Kiss
(2003):
1 - Fase preparatória ou de planejamento
- Seleção de testes: O que medir? Com que objetivo?
São adequados aos alunos? Tem autenticidade científica?
- Conhecimento do teste: deve ser conhecido pelo
avaliador e pelo aluno.
- Equipamentos: material necessário (testar
previamente);
- Preparo prévio da ficha de coleta de dados;
- Preparo da área de aplicação do teste;
- Instruções para a realização do teste;
- Registro dos resultados;
- Padronização dos avaliadores.
2 - Fase de aplicação do teste:
- Última revisão;
- Aquecimento (quando necessário);
- Motivação;
- Segurança.
3 - Fase pós-teste:
- Tabulação dos dados;
- Interpretação e avaliação dos dados;
- Arquivo dos resultados.
4.1 Métodos de Avaliação de Força
4.1.1 Dinamometria Dorsal e dos MMII
A dinamometria dorsal e dos MMII tem como objetivo
medir a força lombar e a força dos membros inferiores,
pode ser aplicado para ambos os sexos.
Segundo Marins e Giannichi (pag. 79, 1998):
“o dinamômetro geralmente, possui uma
escala graduada em quilos, que mede de 0 a
1.120 quilos. O instrumento é preso em uma
plataforma, por uma corrente atada à uma barra,
onde o testando segura com as mãos para exercer
a força. O instrumento é ajustado de acordo com
a estatura do testado. Os membros inferiores
devem estar em posição semi-flexionados para
o inicio do teste.”
O resultado é avaliado através da força máxima exercida
pelo individuo lida no aparelho.
Fonte da Imagem: http://www.politeste.com.br/dinamometro.htm
Elaboração de Séries de Exercícios de Flexibilidade e Força e Métodos de Avaliação destas variáveis
43
4.1.2 Dinamometria Manual
A dinamometria manual tem como objetivo medir
a força de preensão manual e segundo Fernandes Filho
(pag. 189, 2002):
- O aluno deve estar em pé
- A cabeça do aluno deve estar na horizontal
- O tamanho da pegada deve ser ajustado de
tal forma que a falange mediana do dedo médio
esteja em ângulo reto
- O antebraço deve estar posicionado em
qualquer ângulo entre 90º e 180º em relação ao
braço; que deve estar em posição vertical
- O pulso e o antebraço devem estar em leve
pronação
- O aluno deve exercer uma força máxima
e breve
- O aluno deve realizar duas ou três tentativas
alternadas com cada mão, com intervalos de 30
seg.
- Somar o melhor resultado de cada mão
(direita-esquerda) e comparar nas tabelas.
Fonte da Imagem: http://pt.aliexpress.com/product-fm/490603549-Camry-Electronic-Hand-Dynamometer-Hand-Grip-Strength-Meter-Direct-Ship-from-US--wholesalers.html
4.1.3 Teste Abdominal – Pollock e Wilmore, 1993
O teste abdominal é um teste simples, fácil de ser
aplicado, rápido e de baixo custo. Importante, pois a
maioria dos trabalhadores convive com a dor lombar, que
muitas vezes é causada por pouca força nos músculos
abdominais, sobrecarregando assim as vértebras lombares.
Fernandes Filho (pag. 189, 2002) descreve o protocolo
da seguinte maneira:
“O indivíduo deve permanecer de deitado
de costas, sobre um colchão, com os dedos das
mãos entrelaçados na nuca, joelhos flexionados,
pés em contato com o solo (30.5 cm das nádegas)
e abertos na largura dos ombros. O avaliador
deve manter os pés do avaliado em contato
com o solo e presos para não escorregarem;
o aluno, retirando as costas do chão, flexiona
o tronco e quadril até os cotovelos tocarem
nos joelhos, voltando à posição inicial com os
cotovelos tocando no solo, repete o movimento
tão depressa e tantas vezes quantas forem
possíveis; marca-se o número de repetições
durante 1 min.”
Fonte da Imagem: http://blog.educacional.com.br/susana_paraiba/2011/04/09/teste-de-forca%E2%80%90resistencia-
abdominal-realizado-com-as-turmas-do-ensino-medio/
Elaboração de Séries de Exercícios de Flexibilidade e Força e Métodos de Avaliação destas variáveis
44
4.2 Avaliação de Flexibilidade
4.2.1 Flexímetro
De acordo com Kiss (2003) o flexímetro apresenta
uma escala angular e, como uma bussola com agulha
magnética, não utiliza a identificação de vértices angulares
para a execução da medida, com uma autofixação do
instrumento por meio de fitas de velcro, deixando livres as
mãos do avaliador.
A colocação do flexímetro nos locais determinados
pelo protocolo de testes é extremamente simples, graças
ao sistema de fixação utilizando uma cinta de velcro. O
flexímetro pode ser utilizado por apenas um avaliador, pois
seu mecanismo de fixação o mantém no local adequado
para a execução do teste sem a interferência constante do
avaliador.
Fonte da Imagem: http://www.fisiobras.com.br/pilates/prod_info.php?gpId=96&gpDc=ACESSORIOS&prodId=17285&prodDc=FLEXIMETRO+ACR+-+QUICK+PACK
4.2.2 Teste de sentar e alcançar de Well´s (Banco de Well´s)
O teste de sentar e alcançar é útil pela pouca
necessidade de espaço físico, pelo pouco tempo gasto
na aplicabilidade do teste, pelo instrumento ser de baixo
custo, de fácil aplicação e transporte, e ser seguro.
Archour Junior (1999) afirma que esse teste é muito
utilizado quando se programa exercícios físicos para saúde
e também é o teste de flexibilidade mais pesquisado e
criticado.
Nesse contexto, o teste de sentar e alcançar, por avaliar
mais de uma articulação, pode, por um lado, tornar-se o
mais sujeito a erro e, por outro lado, é mais utilizado pelo
fato de mensuração única fornecer um feedback de uma
importante região anatômica (coluna e dos isquiotibiais).
O teste procura conhecer, de maneira geral, a
flexibilidade na região da coluna vertebral e dos isquiotibiais
e as relações de desordem nessa região corporal.
Para a aplicação do teste, o individuo deve sentar de
frente para o banco, com os pés apoiados e levar os braços
por toda a sua extensão, onde se encontra uma régua que
marca a distância atingida. Atualmente, o banco de Wells
já vem com o resultado na própria régua, caso contrário,
busque a tabela referente ao modelo do banco requerido.
Fonte da Imagem: http://queirozpersonal.blogspot.com/2009/09/flexibilidade.html
É possível confeccionar o banco de Wells, iniciando com
uma caixa de madeira e seguindo as medidas sugeridas no
desenho abaixo:
Fonte da Imagem: http://turmadafisioterapia.blogspot.com/2009/06/montando-um-banco-de-wells.html
Elaboração de Séries de Exercícios de Flexibilidade e Força e Métodos de Avaliação destas variáveis
45
4.2.3 Flexiteste
O flexiteste modificado por Soares, (1986) é de fácil
aplicabilidade, podendo ser utilizado com baixo custo,
mas depende da pratica de observação do avaliador e da
utilização do mapa de avaliação, permitindo verificar o
alcance do movimento de uma dada articulação.
As articulações podem ser avaliadas separadamente,
possibilitando que seja o teste seja aplicado apenas nas
regiões definidas como necessárias.
Segundo Archour Junior (1999):
“o flexiteste é um método para avaliação
da flexibilidade realizado de maneira passiva
(ajuda de um companheiro), em 20 movimentos
articulares, 36, se considerados bilateralmente.
Para cada movimento podem ser atribuídos cinco
valores diferentes, representados de 0 a 4, onde
o maior alcance de movimento, durante o teste,
é representado pelo numero maior.” (Archour
Junior, p. 92, 1999)
O método é realizado sem o aquecimento e o avaliador
não deve utilizar-se da força muscular para conseguir
maior alcance de movimento do executante. Durante a
avaliação caso se encontre um valor intermediário entre
os números sugerido dá-se o menos valor, pois somente
números inteiros são considerados.
Cada movimento é medido em uma escala de zero a
quatro, no total de cinco níveis de flexibilidade, sendo eles:
O flexiteste permite que os graus alcançados em
cada um de seus 20 movimentos sejam somados para a
obtenção do Flexíndice, que oscila numa escala de zero
a oitenta, como apresentado na tabela a seguir:
Os 20 movimentos articulares e seu padrão para
observação são:
1 - Flexão do tornozelo:
Elaboração de Séries de Exercícios de Flexibilidade e Força e Métodos de Avaliação destas variáveis
46
2 - Extensão do tornozelo:
3 - Flexão do joelho:
4 - Extensão do joelho:
5 - Flexão do quadril:
6 - Extensão do quadril:
7 - Adução do quadril:
Elaboração de Séries de Exercícios de Flexibilidade e Força e Métodos de Avaliação destas variáveis
47
8 - Abdução do quadril:
9 - Flexão do tronco:
10 - Extensão do tronco:
11 - Flexão lateral do tronco:
12 - Flexão do punho:
13 - Extensão do punho:
Elaboração de Séries de Exercícios de Flexibilidade e Força e Métodos de Avaliação destas variáveis
48
14 - Flexão do cotovelo:
15 - Extensão do cotovelo:
16 - Adução posterior do ombro com 180 graus de
abdução:
17 - Extensão com adução posterior do ombro:
18 - Extensão posterior do ombro:
19 - Rotação lateral do ombro com 90 graus de abdução:
Elaboração de Séries de Exercícios de Flexibilidade e Força e Métodos de Avaliação destas variáveis
49
20 - Rotação medial do ombro com 90 graus de
abdução:
Fonte das Imagens acima: http://dc317.4shared.com/doc/-7zV6TCw/preview.html
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