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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO LIBERTAS CONSULTORIA E TREINAMENTO CENTRO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE EQUIPES
EMPRESA FAMILIAR
ENTRE O AFETIVO E O PROFISSIONAL
LUCIANA DE BARROS CORREIA LYRA
RECIFE
2007
2
EMPRESA FAMILIAR
ENTRE O AFETIVO E O PROFISSIONAL
3
Apresento a monografia de conclusão do curso
de Especialização em Gestão de Equipes, à
coordenação do Libertas Consultoria e
Treinamento, sob a orientação do Professor
José Ricardo Paes Barreto.
4
As designações pai, filho, irmão, irmã, não
são simples títulos honoríficos, mas, ao
contrário, implicam em sérios deveres
recíprocos, perfeitamente definidos e cujo
conjunto forma uma parte essencial do
regime social de um povo.
Friedrich Engels
5
Dedico este trabalho à minha mãe Sineide, por
proporcionar-me a satisfação de ser sua filha e
conviver com seu carinho e sua grandeza
espiritual. À Marcela, por ser uma filha
maravilhosa, compreensiva e, principalmente
dedicada e amiga. Ao meu marido Rogério,
companheiro de infinita dedicação, compreensão e
aceitação, não só das virtudes, mas também dos
meus defeitos. À minha neta Júlia, que ao nascer
trouxe felicidade e encanto à minha vida.
6
Ao meu bom Deus, meu tudo, que me dá saúde e
sabedoria para realizar essa grandiosa etapa da minha
vida e de quem procede a capacidade, pois é Ele que
ilumina meu caminho.
Aos meus irmãos, pela união familiar.
À equipe do Libertas: Grace, Jayme, Lucina, Gedalva,
Nadjane, Gerusa, Margarida, Salatiel, Robson e
Valdomiro, pelo convívio amigável e, principalmente,
pelo apoio, compreensão e carinho que tiveram, desde
o início do curso, pois sem eles seria bem mais difícil
chegar até o fim.
Aos professores do curso, pela excelente transmissão
de conhecimentos.
Ao meu professor de computação, Ricardo Santana,
que me ensina que entrar no mundo da informática, é
ter novos olhares e fazer parte da era contemporânea.
Em especial, ao meu orientador, José Ricardo Paes
Barreto, pela dedicação, compreensão, sobretudo, pela
confiabilidade e aceitação.
À minha turma, que contribuiu para o meu crescimento
ao longo do curso.
À Telma Aires, que me sugeriu o tema da presente
monografia.
7
RESUMO
Este trabalho realiza um estudo sobre a empresa familiar, dando ênfase ao afetivo e
ao profissional. Destacamos, neste estudo, que desde os primórdios da humanidade
já existia essa forma de atividade que passava de pai para filhos. A empresa familiar
é a figura empresarial dominante na estrutura econômica da maioria dos países
ocidentais, inclusive do Brasil. Em muitos casos, uma das principais características
da empresa familiar é o desejo de seu fundador e dos sucessores de que a
propriedade e a gestão da mesma se mantenham em mãos da família, pois com o
passar do tempo, o envolvimento dos pais termina e os filhos começam a
compartilhar a participação na sociedade, que deve ser com espírito de parceria,
afetividade e profissionalismo. Vemos que, algumas vezes, o que faz ser complexa a
empresa familiar são os estreitos vínculos existentes entre a família, a propriedade e
a gestão do negócio, o que torna difícil administrar as relações familiares com as
econômicas visto que, alguns dos membros podem ser ativos na empresa e outros
não. A partir desse ponto, o nível de confiança da família geralmente determinará o
grau de formalidade que a prática de governo assumirá. Neste contexto, a
participação ativa dos proprietários é fundamental para governar eficientemente a
empresa familiar. A participação familiar define os valores, a visão e os objetivos da
empresa.
Palavras-chave: Empresa familiar, afetividade, profissional.
8
ABSTRACT
This work carries through a study on the familiar company, giving emphasis to the
affective one and to the professional. We detach, in this study, that since the origins
of the humanity already existed this form of activity that passed of father for children.
The familiar company is the dominant enterprise figure na economic structure of
majority dos occidental countries, also no Brazil. In many cases, one of the main
characteristics of the familiar company is the desire of its founder and the successors
of whom the property and the management of the same one if keep in hands of the
family, therefore with passing of the time, the involvement of the parents finishes and
the children start to share the participation in the society, that must be with spirit of
partnership, affectivity and professionalism. We see that, some times, what he makes
to be complex the familiar company are the narrow existing bonds between the
family, the property and the management of the business, what becomes difficult to
manage the familiar relations with the economic ones since, some of the members
can be active in the company and others not. To leave of this point, the reliable level
of the family generally will determine the formality degree that the practical one of
government will assume. In this context, the active participation of the proprietors is
basic to govern the familiar company efficiently. The familiar participation defines the
values, the vision and the objectives of the company.
Key-Word: Familiar company, affectivity, professional.
9
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...........................................................................................................10
1. A FAMÍLIA..............................................................................................................12
1.1. Definição..............................................................................................................12
1.2. Funções de família..............................................................................................14
1.3. Socialização primária..........................................................................................17
2. A EMPRESA...........................................................................................................21
3. A EMPRESA FAMILIAR.........................................................................................25
3.1. Nos primórdios....................................................................................................25
3.2. Nos dias modernos..............................................................................................29
3.3. A cultura na empresa familiar..............................................................................31
3.4. A sucessão familiar.............................................................................................33
4. ENTRE O AFETIVO E O PROFISSIONAL............................................................36
4.1. Sabor de festa.....................................................................................................39
5. CONCLUSÃO.........................................................................................................41
REFERÊNCIAS..........................................................................................................43
10
INTRODUÇÃO
O presente trabalho realiza um estudo teórico sobre empresa familiar, tendo
como objetivo identificar as principais características deste tipo de organização e a
influência afetivo-profissional que se constitui no âmbito de uma gestão institucional.
A empresa familiar, atualmente, detém uma personalidade bastante incisiva
no mundo dos negócios, considerando desde as pequenas propriedades que
poderão nunca crescer ou serão passadas de uma geração para outra, como outras
grandes empresas que estão entre as maiores e mais bem sucedidas.
Na fase inicial, a garra e a visão de mercado do fundador, deste tipo de
empresa, são os traços predominantes. O perfil, os valores e as crenças são
passados à empresa, iniciando assim a formação da cultura organizacional.
As estruturas dessas organizações clamam por mudanças neste novo cenário
mundial com a globalização, a tecnologia avançada e as informações que fluem com
uma grande velocidade, percebendo-se o pouco preparo dos gestores dessas
empresas para absorver as inovações necessárias para adequação de um mercado
cada vez mais exigente. Tudo isso, tanto as pessoas como as empresas, são
envolvidas num modismo sem mesmo entender a sua real necessidade de
mudança.
A relação empresa-família carrega consigo lealdade, dedicação, sacrifícios e
orgulho familiar, para o fundador. É apenas uma “empresa pessoal”, onde há um
arranjo de relações interpessoais entre eles e alguns colaboradores.
À medida que a empresa vai crescendo em tamanho e complexidade, torna-
se necessário incorporar novos profissionais, que chegam à organização trazendo
11
suas próprias motivações e expectativas que, poderão ser abandonadas diante de
um contexto familiar que reserva para si a administração de estratégias da empresa.
O estilo de liderança adotado contém variáveis mais afetivas do que racionais,
criando uma situação de proteção para alguns e tirania para com outros, podendo
levar a comportamentos de desmotivação e descrédito na empresa. observa-se que
na grande maioria das empresas familiares, o autoritarismo é ainda tão forte e
determinante na conduta dos dirigentes que a simples possibilidade de discussão se
esvazia antes mesmo de começar, havendo um clima de medo e incerteza.
O maior desafio, atualmente, de qualquer empresa é o da sobrevivência,
diante de uma competitividade acirrada e que muda o tempo todo, impulsionando a
investir no seu capital intelectual humano, em mais tecnologia e na qualidade dos
seus serviços ou produtos oferecidos.
Diante desse exposto, este trabalho destaca em seus capítulos uma
abordagem sobre a família nos aspectos gerais; a empresa; história da empresa
familiar; principais empresas familiares e entre o afetivo e o profissional. A conclusão
procura destacar que em uma empresa familiar a afetividade e o profissionalismo
podem gerar uma organização harmoniosa e bem sucedida.
12
1. A FAMÍLIA
As relações familiares estão mudando. Não só sua configuração, mas os vínculos, as relações de poder e os valores. Por trás desse cenário, estão modificações psíquicas, culturais e socioeconômicas. Mas o que determina o vínculo em um grupo – seja ele consangüíneo ou não. Em uma época em que a individualidade é cultuada e os avanços tecnológicos propiciam formas alternativas de planejar a reprodução, a organização da família tornou-se questão de escolha.
Rosane Mantilla de Souza
1.1. Definição
Segundo Prado (1988, p. 7), “a palavra família, no sentido popular e nos
dicionários, significa pessoas aparentadas que vivem em geral na mesma casa,
particularmente o pai, a mãe e os filhos. Ou ainda, pessoas de mesmo sangue,
ascendência, linhagem, estirpe ou admitidos por adoção”.
O termo “família” é derivado do latim famulus, que significa “escravo
doméstico”. Este termo foi criado na Roma Antiga para designar um novo grupo
social que surgiu entre as tribos latinas, ao serem introduzidas à agricultura e
também para a escravidão legalizada. Se nesta época predominava uma estrutura
familiar patriarcal em que um vasto leque de pessoas se encontrava sob a
autoridade do mesmo chefe, nos tempos medievais (Idade Média), as pessoas
começaram a estar ligadas por vínculos matrimoniais, formando novas famílias.
(STANHOPE, 1999).
Para Stanhope (1999), dessas novas famílias fazia também parte a
descendência gerada que, assim, tinha duas famílias, a paterna e a materna. Com a
Revolução Francesa surgiram os casamentos laicos no Ocidente e, com a
Revolução Industrial, tornaram-se freqüentes os movimentos migratórios para
13
cidades maiores, construídas em redor dos complexos industriais. Estas mudanças
demográficas originaram o estreitamento dos laços familiares e as pequenas
famílias, num cenário similar ao que existe hoje em dia. As mulheres saem de casa,
integrando a população ativa e a educação dos filhos é partilhada com as escolas.
Os idosos deixam também de poder contar com o apoio direto dos familiares nos
moldes pré-Revoluções Francesa e Industrial, sendo entregues aos cuidados de
instituições de assistência.
Nessa época, a família era definida como um “agregado doméstico (…)
composto por pessoas unidas por vínculos de aliança, consangüinidade ou outros
laços sociais, podendo ser restrita ou alargada” (MOREIRA, 2001 apud STANHOPE,
1999, p. 22).
Nesta definição, nota-se a ambigüidade motivada pela transição entre o
período anterior às revoluções, representada pelas referências à família alargada,
com a tendência reducionista que começava a instalar-se refletida pelos vínculos de
aliança matrimonial. Na cultura ocidental, uma família é definida, especificamente,
como um grupo de pessoas de mesmo sangue ou unidas legalmente (como no
matrimônio e na adoção).
Ainda, conforme Stanhope (1999), muitos etnólogos argumentam que a noção
de "sangue" como elemento de unificação familiar deve ser entendida
metaforicamente; dizem que em muitas sociedades culturais não-ocidentais, a
família é definida por outros conceitos que não "sangue". A família poderia assim se
constituir de uma instituição normatizada por uma série de regulamentos de afiliação
e aliança, aceitos pelos membros. Alguns destes regulamentos envolvem: a
exogamia, a endogamia, o incesto, a monogamia, a poligamia, e a poliandria.
14
A família vem-se transformando, através dos tempos, acompanhando as
mudanças religiosas, econômicas e sócio-culturais do contexto em que se
encontram inseridas. Ela é um espaço sócio-cultural que deve ser continuamente
renovado e reconstruído; o conceito de próximo encontra-se realizado mais que em
outro espaço social qualquer e deve ser visto como um espaço político de natureza
criativa e inspiradora.
Prado (1988, p. 12), ressalta também que “a família é um simples fenômeno
natural. Ela é uma instituição social variando através da história e apresentando até
formas e finalidade diversas numa mesma época e lugar, conforme o grupo social
que esteja sendo observado”.
Neste contexto, a família deverá ser encarada como um todo que integra
contextos mais vastos como a comunidade em que se insere. De encontro a esta
afirmação, Stanhope, diz que a família é um “sistema de membros interdependentes
que possuem dois atributos: comunidade dentro da família e interação com outros
membros” (1999, p. 492).
1.2. Funções de família
Prado (1988, p. 34), afirma que “as funções de cada família dependem em
grande parte da faixa que cada uma delas ocupa na organização social e na
economia do país ao qual pertence”.
Como os papéis, as funções estão igualmente implícitas nas famílias. Elas,
como agregações sociais, ao longo dos tempos, assumem ou renunciam funções de
proteção e socialização dos seus membros, como resposta às necessidades da
sociedade pertencente. Nesta perspectiva, as funções da família regem-se por dois
15
objetivos, sendo um de nível interno, como a proteção psicossocial dos membros, e
o outro de nível externo, como a acomodação a uma cultura e sua transmissão. A
família deve então, responder às mudanças externas e internas de modo a atender
às novas circunstâncias sem, no entanto, perder a continuidade, proporcionando
sempre um esquema de referência para os seus membros. Existe,
conseqüentemente, uma dupla responsabilidade, isto é, a de dar resposta às
necessidades quer dos seus membros, quer da sociedade (STANHOPE, 1999).
A autora identifica como funções familiares, as seguintes: “geradora de afeto”,
entre os membros da família; “proporcionadora de segurança e aceitação pessoal”,
promovendo um desenvolvimento pessoal natural; “proporcionadora de satisfação e
sentimento de utilidade”, através das atividades que satisfazem os membros da
família; “asseguradora da continuidade das relações”, proporcionando relações
duradouras entre os familiares; “proporcionadora de estabilidade e socialização”,
assegurando a continuidade da cultura da sociedade correspondente; “impositora da
autoridade e do sentimento do que é correto”, relacionado com a aprendizagem das
regras e normas, direitos e obrigações características das sociedades humanas.
Para além destas funções, Stanhope (1999), acrescenta ainda uma função
relativa à saúde, na medida, em que a família protege a saúde dos seus membros,
dando apoio e resposta às necessidades básicas em situações de doença. “A
família, como uma unidade, desenvolve um sistema de valores, crenças e atitudes
face à saúde e à doença que são expressas e demonstradas através dos
comportamentos de saúde-doença dos seus membros (estado de saúde da família)”
(p. 503). Para ela, a família tem como função primordial a de proteção, tendo,
sobretudo, potencialidades para dar apoio emocional para a resolução de problemas
e conflitos, podendo formar uma barreira defensiva contra agressões externas.
16
Reforça ainda que, a família ajuda a manter a saúde física e mental do indivíduo, por
constituir o maior recurso natural para lidar com situações potenciadoras de stress
associadas à vida na comunidade.
Relativamente à criança, a necessidade mais básica da mesma, remete-se
para a figura materna, que a alimenta, protege e ensina, assim como cria um apego
individual seguro, contribuindo para um bom desenvolvimento da família e
conseqüentemente para um bom desenvolvimento da criança. A família é então,
para a criança, um grupo significativo de pessoas, de apoio, como os pais, os pais
adotivos, os tutores, os irmãos, entre outros.
Assim, a criança assume um lugar relevante na unidade familiar, onde se
sente segura. No processo de socialização, a família assume, igualmente, um papel
muito importante, já que é ela que modela e programa o comportamento e o sentido
de identidade da criança.
A família tem um papel essencial para com a criança, que é o da afetividade,
tal como já foi referido. Ainda conforme Stanhope (1999), a sua importância é
primordial, pois considera o alimento afetivo tão imprescindível, como os nutrientes
orgânicos. “Sem o afeto de um adulto, o ser humano, enquanto criança, não
desenvolve a sua capacidade de confiar e de se relacionar com o outro” (p. 30).
Deste modo, “(...) a família constitui o primeiro, o mais fundante e o mais importante
grupo social de toda a pessoa, bem como o seu quadro de referência, estabelecido
através das relações e identificações que a criança criou durante o
desenvolvimento”, tornando-a matriz da identidade. (p. 31).
17
1.3. Socialização primária
E em minha fantasia povoada de esperança conserva em mim esta magia e meus sonhos de criança.
Elvite Assunção
Segundo Prado (1988), “é através da própria família que a criança se integra
no mundo adulto. É nesse meio que aprende a canalizar seus afetos, avaliar e
selecionar suas relações”. A autora ressalta que “toda família visa, primeiramente,
reproduzir-se a si própria em todos os sentidos: seus hábitos, costumes e valores
que transmitirão por sua vez às novas gerações” (p. 40).
Já Stanhope (1999), informa que a família representa um grupo social
primário que influencia e é influenciado por outras pessoas e instituições. É um
grupo de pessoas ou um número de grupos domésticos ligados por descendência
(demonstrada ou estipulada) a partir de um ancestral comum, matrimônio ou
adoção. Dentro de uma família existe sempre algum grau de parentesco. Membros
de uma família costumam compartilhar do mesmo sobrenome, herdado dos
ascendentes diretos. A família é unida por múltiplos laços capazes de manter os
membros moralmente, materialmente e reciprocamente durante uma vida e durante
as gerações.
Podemos então, dizer que família, como um conjunto invisível de exigências
funcionais, organiza a interação dos membros da mesma, considerando-a,
igualmente, como um sistema, que opera através de padrões transacionais. Assim,
no interior da família, os indivíduos podem constituir subsistemas, podendo estes ser
formados pela geração, sexo, interesse e/ou função, havendo diferentes níveis de
poder e onde os comportamentos de um membro afetam e influenciam os outros
membros. A família como unidade social, enfrenta uma série de tarefas de
18
desenvolvimento, diferindo em nível dos parâmetros culturais, mas possuindo as
mesmas raízes universais.
Stanhope (1999), explica que a estrutura familiar compõe-se de um conjunto
de indivíduos com condições e em posições, socialmente reconhecidas, e com uma
interação regular e recorrente também ela, socialmente aprovada. A família pode,
então, assumir uma estrutura nuclear ou conjugal, que consiste num homem, numa
mulher e nos seus filhos, biológicos ou adotados, habitando num ambiente familiar
comum. A estrutura nuclear tem uma grande capacidade de adaptação,
reformulando a sua constituição, quando necessário. Existem também famílias com
uma estrutura de pais únicos ou monoparental, tratando-se de uma variação da
estrutura nuclear tradicional devido a fenômenos sociais, como o divórcio, óbito,
abandono de lar, ilegitimidade ou adoção de crianças por uma só pessoa.
A família ampliada ou consangüínea é outra estrutura, que consiste na família
nuclear, mais os parentes diretos ou colaterais, existindo uma extensão das relações
entre pais e filhos para avós, pais e netos. Para além destas estruturas, existem
também as denominadas de alternativas, sendo elas, as famílias comunitárias e as
famílias homossexuais.
As famílias comunitárias, ao contrário dos sistemas familiares tradicionais,
onde a total responsabilidade pela criação e educação das crianças se cinge aos
pais e à escola, nestas famílias, o papel dos pais é descentralizado, sendo as
crianças da responsabilidade de todos os membros adultos. Nas famílias
homossexuais existe uma ligação conjugal ou marital, por contrato entre duas
pessoas do mesmo sexo, que adotaram crianças ou, um ou ambos os parceiros têm
filhos biológicos de casamentos heterossexuais (STANHOPE, 1999).
19
Quanto ao tipo de relações pessoais que se apresentam numa família, Lévi-
Strauss em Stanhope (1999), refere três tipos de relação. São elas: a de aliança
(casal), a de filiação (pais e filhos) e a de consanguinidade (irmãos). É nessa relação
de parentesco, de pessoas que se vinculam pelo casamento e/ou por uniões
sexuais, que se geram os filhos. Segundo a autora, a família é um sistema social
uno, composto por um grupo de indivíduos, cada um com um papel atribuído, e,
embora diferenciados, consubstanciam o funcionamento do sistema como um todo.
Em todas as famílias, independentemente da sociedade, cada membro ocupa
determinada posição ou tem determinado estatuto, como por exemplo, marido,
mulher, filho ou irmão, sendo orientados por papéis. Papéis estes, que não são mais
do que, “as expectativas de comportamento, de obrigações e de direitos que estão
associados a uma dada posição na família ou no grupo social” (DUVALL; MILLER
apud por STANHOPE, 1999, p. 502).
Assim, começando pelos adultos na família, os seus papéis variam muito,
considerado como característicos os seguintes: a “socialização da criança”,
relacionado com as atividades contribuintes para o desenvolvimento das
capacidades mentais e sociais da criança; os “cuidados às crianças”, tanto físicos
como emocionais, perspectivando o seu desenvolvimento saudável; o “papel de
suporte familiar”, que inclui a produção e/ou obtenção de bens e serviços
necessários à família; o “papel de encarregados dos assuntos domésticos”, onde
estão incluídos os serviços domésticos, que visam o prazer e o conforto dos
membros da família; o “papel de manutenção das relações familiares”, relacionado
com a manutenção do contato com parentes e implicando a ajuda em situações de
crise; os “papéis sexuais”, relacionado com as relações sexuais entre ambos os
parceiros; o “papel terapêutico”, que implica a ajuda e apoio emocional diante dos
20
problemas familiares; o “papel recreativo”, relacionado com o proporcionar
divertimentos à família, visando o relaxamento e desenvolvimento pessoal.
Relativamente aos papéis dos irmãos, estes são promotores e receptores, em
simultâneo, do processo de socialização na família, ajudando a estabelecer e manter
as normas, promovendo o desenvolvimento da cultura familiar. “Contribuem para a
formação da identidade uns dos outros servindo de defensores e protetores,
interpretando o mundo exterior, ensinando os outros sobre eqüidade, formando
alianças, discutindo, negociando e ajustando mutuamente os comportamentos uns
dos outros” (Idem; p. 502). Há a salientar, relativamente aos papéis atribuídos que,
será ideal que exista alguma flexibilidade, assim como, a possibilidade de troca
ocasional desses mesmos papéis, quando, por exemplo, um dos membros não
possa desempenhar o seu (STANHOPE, 1999).
21
2. A EMPRESA1
Trabalho, trabalho, trabalho. Dar um passo de cada vez, mas nunca deixar de andar, seguindo sempre em frente. E não parar quando tiver um obstáculo, mas procurar superar cada dificuldade com seu melhor esforço, com empenho, com perseverança
Samuel Klein
Uma empresa é uma atividade particular, pública ou de economia mista, que
produz e oferece bens e/ou serviços, com o objetivo de atender a alguma
necessidade humana. O lucro, na visão moderna das empresas é conseqüência do
processo produtivo e o retorno esperado pelos investidores. As empresas de
titularidade do Poder Público têm a finalidade de obter rentabilidade social. As
empresas podem ser individuais ou coletivas, dependendo do número de sócios que
as compõem.
A concepção de uma empresa, seja ela grande ou pequena, com ou sem fins
lucrativos, não se torna possível sem a adoção de uma série de princípios
administrativos que irão engendrar a organização e o conseqüente desenvolvimento
da empresa. Esses princípios administrativos são dados por quatro fatores:
Planejamento, Organização, Direção e Controle.
Segundo ainda a Teoria Organicista, que aplica nas Ciências Sociais algumas
teorias das Ciências Biológicas (tomando como referência a relação Célula-Tecido-
Órgão-Sistema-Organismo), o conceito de Administração pode ser dado pelo ato ou
efeito de organizar, de criar organismos, que compreendem um conjunto de órgãos
constituindo uma empresa. A racionalização, importante fator de organização, é toda
ação reformadora que visa a substituir processos rotineiros e arcaicos por métodos
baseados em raciocínios sistemáticos. Hoje, porém, a palavra organização é
comumente substituída pelo termo “Organização e Método” (O&M).
1. As informações para este capítulo foram extraídas de: (http://pt.wikipedia.org/wiki/Empresa). Acesso em jan. /2007
22
A organização pode ainda ser divida em duas fases: economia rudimentar:
consumo reduzido, baixa produção, artesanal, falta de organização e economia
evoluída: aumento do consumo, produção empresarial, desenvolvimento da
organização.
Assim sendo, empresa é uma associação organizada ou empreendimento. É
uma firma ou pessoa jurídica que explora uma determinada atividade com objetivo
de lucro. Dentre os diversos tipos de empresa, temos a de produção, construtora e a
de serviços.
As empresas ainda podem ser classificadas quanto a: objetivos (comerciais,
industriais, de prestação de serviços); tamanho (grande, média, pequena, micro);
estrutura: (individuais, coletivas, públicas, mistas); volume de trabalho Interno
(simples, complexas) e organização (Linear ou Militar, Funcional, Estado Maior ou
“Staff”).
Dependendo do tipo de prestação da empresa, tem-se as seguintes
categorias: setor primário, correspondendo à agricultura; setor secundário,
correspondendo à indústria; setor terciário, correspondendo ao setor de serviços.
Ainda podemos referenciar aqui o número de proprietário que uma empresa
pode ter, o tamanho da mesma e o seu fim. Assim, a empresa pode ter apenas uma
pessoa, caso das empresas individuais, como podem ser mais de uma, formando
sociedades. Existem as seguintes modalidades nas legislações brasileiras: empresa
em nome individual; sociedade por quotas; Empresa de Responsabilidade Limitada,
(Ltda terminação no nome da empresa); Sociedade Anônima, (SA - terminação no
nome da empresa).
Quanto ao tamanho, a empresa pode ser categorizada de acordo com um ou
uma série de critérios, como o número de empregados, o volume de negócios, etc.
23
Uma forma rápida para traduzir genericamente este compêndio de critérios é dizer
que a empresa pode ser: Microempresa; Pequena empresa; Empresa de Médio
Porte e Grande Empresa. E o fim: lucrativo e não lucrativo.
Há apenas uma nota em relação a certa confusão sobre o que é uma
empresa sem fim lucrativo. Uma empresa, ao declarar que ter lucros não é um fim
em si próprio, não implica que a empresa não crie lucros, mas antes, que esses
lucros não irão ser redistribuídos pelo(s) dono(s) da empresa.
A empresa pode aplicar esses lucros, para começar e para poder suportar os
custos da sua atividade e o restante (o chamado lucro) poderá muito bem ser
aplicado na expansão da sua atividade (alargamento), aumentos de eficiência
(melhoria da qualidade de funcionamento) ou, ainda, como também tem sido muito
usado: praticar um preço igual ao custo. Esta é uma das razões muito apontadas
para falência financeira deste tipo de empresas, pois não incorporam o custo de
inovação e de eficiência (não poupam para poderem investir).
A falência é o ato de decretar o fim das atividades de algo: o fim de uma
empresa, de uma sociedade, de um império, dos órgãos do corpo humano. Falta,
erro, omissão, engano.
Diz-se que uma empresa se encontra em falência técnica quando o Passivo
(dívidas) é superior ao Ativo (patrimônio), ou seja, a Situação Líquida é negativa.
Manter uma empresa viva torna-se, nos conturbados dias atuais, um dos maiores
desafios de qualquer administrador. As rápidas alterações ambientais de mercado,
que têm de ser levadas em consideração, superam em muito a capacidade de vários
gestores. Na maior parte das vezes lhes falta a formação necessária para enfrentar
esses desafios, em muitas outras, a falta é de visão. A formação como empresário
ou dirigente precisa ser ágil o suficiente para permitir agir a tempo, nas situações de
24
risco, para as quais a informação é o mais poderoso aliado. Quando a falência dá-se
com uma Pessoa Física, usa-se o termo Insolvência.
Outra abordagem que se faz necessário comentar aqui, é com relação à
separação entre gestão e dono da empresa, pois atualmente nos mercados mais
concorrenciais, já há algum hábito em distinguir a gestão da empresa com o titular
da empresa, ou seja, o dono da empresa pode não ser a melhor pessoa a gerir-la.
Isto ocorre usualmente quando o criador da empresa fica com certa idade, ou
quando a empresa fica com uma dimensão extremamente elevada.
25
3. A EMPRESA FAMILIAR
Sou um milagre. Nunca houve noite que pudesse impedir o nascer do sol e a esperança, e não há problemas que possa impedir as mãos de Jesus pra me ajudar. Haverá um milagre dentro de mim, vem descendo o rio pra me dar a vida, este rio que emana lá da cruz, do lado de Jesus. Aquilo que parecia impossível, aquilo que parecia não ter saída, aquilo que parecia ser minha morte, mas Jesus mudou minha sorte, sou um milagre estou aqui. Usa-me sou o teu milagre, usa-me eu quero te servir. Usa-me sou a tua imagem, usa-me oh Filho de Davi.
3.1. Nos primórdios
Como já comentamos em capítulo anterior, a família corresponde, em
particular, ao pai, a mãe, aos filhos e às pessoas que vivem, em geral, na mesma
casa ou de laços consangüíneos.
Do ponto de vista bíblico, a Sagrada Família constitui-se de Jesus, José e
Maria. Obediente ao cumprimento da ordem divina, José aceitou Maria como sua
esposa e esta se colocou nas mãos de Deus, como serva humilde. Segundo Mateus
(1, 20-21):
O Anjo do Senhor apareceu em sonho a José, e disse: ‘José, filho de Davi, não tenha medo de receber Maria como esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho que se chamará Emanuel, que significa: Deus conosco’.
Os laços da fé que uniam Jesus, José e Maria os tornaram uma família
centrada em Deus. A Sagrada Família representa a imagem perfeita da Santíssima
Trindade da qual Jesus é a segunda pessoa, José representa o Pai Eterno e Maria a
esposa do Espírito Santo. Assim sendo, a Família Sagrada ou Família de Nazaré
pode ser considerada por todas as famílias do mundo que existem e existirão, como
protótipo.
26
Com relação aos aspectos da empresa familiar, José, pai nutrício de Jesus e
esposo de Maria, era um homem de hábitos simples que não pertencia a nenhum
grupo político, religioso nem tão pouco a movimentos intelectuais. Sua vida se
resumia às atividades profissionais de carpintaria, na confecção de móveis, outras
vezes no fabrico de telhas ou na construção de casas, sendo seu trabalho artesanal
de marcenaria realizado numa improvisada oficina, no quintal de sua casa.
No entanto, para alguns estudiosos, depois da volta da família para Nazaré,
José volta para suas atividades profissionais de marcenaria e com o crescimento de
Jesus, ele passa a trabalhar na oficina juntamente com José. Isso já caracterizava
uma empresa familiar.
Segundo Floriani (2002), o nome de família, quando em épocas mais remotas
e primitivas, representava a atividade do chefe principal da mesma e, por
decorrência, de todos os seus componentes – notadamente os do sexo masculino –
que acabavam por suceder, mais cedo ou mais tarde, o progenitor, deste herdado as
habilidades artesanais e o acervo de “clientes” conquistados ao longo de sua
existência.
A época ainda era aquela em que a atividade comercial principal se resumia
ao escambo (vocábulo que servia para referir a troca de produto por produto,
produto por serviço, serviço por produto e serviço por serviço), cuja validade
operacional sobreviveu até o aparecimento das primeiras moedas cunhadas, as
quais vieram substituir a operação de troca de mercadorias que, em determinado
momento da história, iniciavam a defrontar-se com dificuldades cada vez mais
freqüentes por conta das contradições da produção mercantil.
Essa produção mercantil, segundo Floriani (2002), era, por exemplo, o
possuidor do litro de leite quer adquirir o metro de pano, mas o possuidor do metro
27
de pano não precisava de litro de leite e sim de sal. As mercadorias passam, então,
a ser trocadas por aquela que seja mais procurada e que todos aceitam de bom
grado. Surge, então, o metal em concomitância com a segunda divisão social do
trabalho – artesanato e agricultura – ampliando as mercadorias chamadas de
equivalentes, até que se faz necessário um equivalente único, a moeda.
Assim, pode-se considerar que é a partir deste momento que surge o
mercado econômico formal e organizacionalmente estruturado, imprimindo regras
aos antigos sistemas de troca com a utilização de uma mercadoria equivalente geral
(a moeda), e fazendo surgir o lucro nas transações comerciais.
Mas, retomando os primórdios da empresa familiar, Floriani (2002, p. 59), nos
revela que, fazendo parte da história do comércio, há uma passagem que se
constitui num dos marcos importantes do desenvolvimento da empresa familiar. É,
em suma, a história de Marco Polo, viajante veneziano (Veneza, 1254 – id., 8-1-
1324), filho de Niccolò Polo que, junto com seu irmão Maffeo (tio de Marco Polo)
eram considerados mercadores bem sucedidos, notadamente em continentes como
Ásia e o Oriente (China), onde ambos estiveram entre 1261 a 1269.
Marco Polo, desde cedo interessado nos negócios do pai e do tio, acabou
acompanhando-os ao Oriente em 1271, desejando aprender as lides do comércio
internacional. Permaneceu na China por muito tempo, chegando a notabilizar-se na
corte de Kublai-Khan e retornou à Europa em 1295. Pode ser considerado, em
termos históricos, como um exemplo de sucessor do espírito empreendedor do pai,
embora tivesse ficado indelevelmente registrado na história como um grande escritor
leigo, um sagaz observador da natureza e da geografia e um inteligente articulador
da corte de Kublai-Khan (de quem foi conselheiro e embaixador).
28
Dentre seus principais feitos, cita-se sua minuciosa narração sobre como os
chineses faziam uso do carvão, quando este produto apenas veio a ser considerado
genérico, em seu uso, na Grã-Bretanha do século XVII.
Floriani (2002, p. 40) ainda explica que:
Certamente, a família – como conceito de núcleo social básico – existe desde as organizações mais primitivas, embora não possuísse naqueles tempos a formatação e as leis de inter-relacionamento que foram aparecendo com o próprio intelectual, econômico e social do indivíduo.
Assim, de acordo com o autor, de uma união biológica (através da
reprodução) que definia tarefas bem especificas para cada membro, o núcleo
familiar foi-se desenvolvendo e aprimorando, sempre segundo os parâmetros
específicos de cada sociedade. As tendências, em referência justamente a estes
parâmetros específicos de cada sociedade, definiam se a família teria espírito
comunitário guerreiro, agricultor, comerciante, religioso e assim por diante. E esta
tendência, praticamente em todos os casos, se transmitia de pai para filho, num
verdadeiro círculo de sucessão.
Floriani adverte que a empresa familiar tem seu nascedouro situado em
momento histórico bem mais recente do que o da família empresária. Em que pese
não poder situá-lo com precisão na escala cronológica do desenvolvimento do ser
humano, com grande probabilidade de acertar poder-se-ia presumir que isto tenha
acontecido em concomitância com o aparecimento do comércio em bases mais
profissionais, ou seja, sustentado em estruturas mais organizadas, controladas e
racionalmente administrativas.
29
3.2. Nos dias modernos
A definição, segundo a maioria dos autores do assunto Empresa Familiar é
aquela que considera a relação propriedade e gestão, ou seja, aquela em que um ou
mais membros de uma família exercem a maior parte do controle administrativo por
serem proprietários da maior parte do capital. A gestão é exercida com base na
propriedade e existe perfeita relação entre ambas. Esse conceito se assemelha ao
de Leone (2005), onde entende-se que o critério mais adequado está na relação
entre propriedade e controle.
A empresa familiar tradicional deve ser definida como aquela em que um ou
mais membros de uma família exercem considerável controle administrativo, pelo
fato de possuírem parcela expressiva da propriedade do capital. Existe estreita
relação entre propriedade e controle, sendo o controle exercido justamente com
base na propriedade.
As empresas familiares são a forma predominante de empresas em todo o
mundo. Nas economias capitalistas, a maioria das empresas se inicia com as idéias,
o empenho e o investimento de indivíduos empreendedores junto com seus
familiares.
Segundo Lodi (1993, p. 05): “gerações familiares em sucessão permitindo um
traço de união entre o passado e o futuro, entre os valores do fundador e as
vocações e visões pessoais dos dirigentes atuais”.
“Os relacionamentos interpessoais são extremamente importantes numa
empresa familiar. Se um indivíduo tentar impor seus valores com muito empenho a
outro membro da família, os resultados poderão ser desastrosos” (FRITZ, 1993, p.
08).
30
A empresa familiar é o ideal que deu certo, o sonho do dono que envolve toda
a família, independente de suas reais aptidões. Podendo-se ter um ambiente de
harmonia ou de conflitos, os objetivos pessoais podem estar acima dos objetivos
empresariais, podendo assim a empresa chegar a um fracasso. E, muitas vezes,
não se tem a visão deste contexto.
A empresa não pode ser percebida como um local de resolução de conflitos
familiares, o que irá interferir, é a profissionalização da sua administração,
separando os conflitos domésticos do profissional. O poder para tomar decisões com
rapidez vai de encontro ao gerenciador desses conflitos.
O mundo dos negócios está mudando, onde a oferta domina a procura e
todas essas mudanças têm um processo evolutivo nessas empresas e apresentam
dificuldades para interagir com a nova realidade de mercado. Milhares de pessoas
ficaram desempregadas, muitas sem qualificação profissional, impossibilitando a
inserção no mercado, favorecendo assim, a abertura de várias microempresas, sem
considerar se há um perfil empreendedor para administrar o negócio, podendo com
isto gerar uma investida mal sucedida. Segundo Osório (2000, p. 171):
Em nosso país, 95% das microempresas, aproximadamente, são familiares. Este percentual tende a aumentar, pois a formação de microempresas familiares tem se mostrado a melhor alternativa para fazer frente ao desemprego crescente (…) enquanto as grandes empresas familiares tendem a se profissionalizar ou a desaparecerem engolfadas pelos processos de megafusões que a globalização tem ensejado, as pequenas e médias empresas familiares investem em procedimentos visando a melhorar seu desempenho na gestão de negócios. Representa uma parte significativa no mercado existente no país.
De acordo com o autor, é verdade que muitas dessas empresas são
pequenas propriedades que nunca irão crescer ou ser passadas de uma geração
para outra. Mas também é verdade que muitas estão entre as maiores e mais bem
sucedidas do mundo. Estima-se que 40% das 500 maiores empresas listadas pela
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revista Fortune sejam de propriedade de famílias ou por elas controladas. Um
exemplo claro de organização familiar de sucesso é a Organizações Globo, fundada
por Roberto Marinho e que atualmente tem seu controle gerido pelos seus filhos.
3.3. A cultura na empresa familiar
A cultura de uma organização é um conjunto de características que a
individualiza e a torna única perante qualquer outra. Assume como um sistema de
valores, expressos através de rituais, mitos, hábitos e crenças comuns aos membros
de uma instituição.
A cultura organizacional está em constante formação e aperfeiçoamento,
adaptando-se às alterações no meio ambiente, à situação econômica, ao mercado, à
competitividade e aos distintos problemas internos; todavia, os elementos chave
estáveis na vida do grupo, completamente assimilado não sofrem alterações.
“A cultura significa o comportamento convencionado e aceito pela sociedade
e provoca enorme influência e condicionamento sobre todas as ações e
comportamento das pessoas” (CHIAVENATO, 2004, p. 52). Partindo deste conceito,
a cultura organizacional propicia um maior respaldo sobre as ações das pessoas e
interfere em seu comportamento.
Através da cultura, a sociedade impõe suas expectativas e normas de
conduta sobre os seus membros condicionando-os a se comportarem de maneira
socialmente aceita aos seus padrões, crenças, valores, costumes e práticas sociais
(CHIAVENATO, 1994, p. 52).
32
Para Rebouças (1999, p. 132),
Ambiente é o conjunto de todos os fatores externos à empresa familiar que, de forma direta ou indireta, proporcionam ou recebem influência sobre a referida empresa. Daí a importância da gestão empresarial esteja atenta a tudo que está acontecendo dentro e fora da instituição.
Algumas características traduzem a essência da cultura de uma organização,
como a identificação do funcionário mais com a empresa no seu todo, do que com a
sua profissão ou tarefa específica; a colocação de ênfase no grupo, organizando-se
o trabalho essencialmente com base em equipes e não numa base individual; a
focalização nas pessoas, no sentido de serem tomados em consideração os efeitos
das decisões sobre os membros da instituição; a integração departamental, visível
na medida em que os diferentes departamentos ou unidades têm a possibilidade de
atuar de forma independente; o controle, analisando de que forma as regras e a
supervisão direta determinam a verificação do comportamento dos empregados; a
tolerância do risco, em que importa saber até que ponto os empregados são
encorajados a inovar e a enfrentar o risco; os critérios de recompensa, visíveis na
atribuição de compensações em função de fatores como o desempenho, favoritismo,
antiguidade ...; a tolerância de conflitos com maior ou menor espírito de abertura; a
orientação para fins ou meios, em que se procura descobrir se as preocupações
essenciais da gestão dizem respeito aos resultados ou aos meios utilizados para os
atingir; por último, a concepção de sistema aberto, ou seja, a medida em que a
organização está atenta às modificações no ambiente externo e atua em resposta às
suas necessidades.
33
3.4. A sucessão familiar
Prosperidade é a junção de tudo o que aprendi e continuo aprendendo com meu pai. Prosperidade é juntar todos os itens necessários para se ter uma empresa de sucesso e colocá-los em prática todos os dias, todos os minutos das nossas vidas, respeitando a todos como uma grande família.
Samuel Klein
Existe uma dificuldade ou até um trauma na empresa familiar quando começa
a surgir a necessidade do processo de sucessão. Os filhos, muitas vezes, não
compartilham e não são integrantes desse sonho de assumir a direção da empresa,
até aprendem o negócio, mas não há um interesse em administrar.
Os herdeiros são treinados para serem sucessores, mas, na sua maioria, o
treinamento é direcionado, tolhendo com freqüência o surgimento de outro
pretendente.
Acreditar que cada pessoa tem o direito e o dever de escolher para si o que há de melhor, e que não necessariamente, se empresário é a sua vocação parece óbvio. É, no entanto, o peso que todo o herdeiro carrega ao ter que renunciar o direito ao trono sem, com isto, ter que perder o carinho e o respeito dos pais (EHIERS – Mimeo, s/d, Empresa familiar).
Para Rebouças (1999, p. 24): “podem identificar dois tipos de processo de
sucessão nas empresas familiares, a sucessão familiar e a sucessão profissional”.
Um conflito difícil é que nem todos os membros da família pode ter o perfil
para atuar na organização, mas a família deseja que todos desenvolvam alguma
atividade, sem considerar a real necessidade e potencial, podendo surgir um
profissional desqualificado para suprir tal necessidade. No caso de sucessão, existe
34
uma dose de responsabilidade empresarial, que não pode deixar de ser cumprida
administrativamente.
Rebouças (1999, p. 24) afirma que: “Se o herdeiro for realmente competente
ou tiver condições de vir a ser competente, está tudo bem. Caso contrário, deve
pular direto para a situação de sucessão profissional”.
A importância nessa escolha de sucessão é fundamental para dar a
continuidade ao negócio. As pesquisas mostram que a maioria das empresas
familiares não passa da terceira geração. Porém, a sucessão é o ponto chave do
sucesso, pois é uma situação que pode levar a empresa para uma nova perspectiva
de situação ou levá-la ao fracasso administrativo.
Segundo Lodi (1986, p. 25), “a empresa e a família só sobreviverão e se
sairão bem se a família servir à empresa. Nenhuma das duas se sairá bem se a
empresa for dirigida para servir à família”. Ou seja, se a empresa familiar tiver uma
visão da extensão dos conflitos de casa para a organização, lidando com os
problemas de uma forma bastante doméstica, servindo de emprego para todos os
membros familiares sem uma preocupação com o perfil e a profissionalização da
gestão.
É importante analisar detalhadamente as vantagens e desvantagens, se bem
planejada respeitando como a identificação dos resultados a serem alcançados, o
estabelecimento do perfil básico do profissional, o amplo debate, a escolha do
sucessor, bem como a adequada implementação da avaliação da sucessão (LODI,
1986).
Outra situação bastante difícil em administrar é quando surge a necessidade
em despedir um membro da família, envolvendo valores pessoais, situações
emocionais difíceis de serem administradas.
35
Há uma dificuldade grande de o empresário aceitar o momento adequado
para a sucessão, não preparando o seu sucessor, negando a situação e, com isso,
ocorrendo a falta de preparo para os sucessores.
A profissionalização, na empresa familiar, pode ser entendida, como o
caminho pelo qual as estratégias organizacionais começam a tomar outro rumo,
ocorrendo formalização das normas, indicadores definidos e nova visão
organizacional, a substituição de métodos intuitivos por métodos impessoais e
racionais, possibilitando uma prática administrativa mais coerente, moderna e menos
personalizada. E ainda, não é apenas entregar a administração dos negócios nas
mãos de um profissional externo, por estar fora do contexto da instituição, existe
uma dose de responsabilidade empresarial, que não pode deixar de ser cumprida
administrativamente e desconsiderar que já conhece o processo.
Para se tornar uma empresa competitiva, as estratégias administrativas, a
gestão do negócio e a profissionalização são atributos essenciais, daí a importância
de profissionalizar também os da casa. E só terá sucesso quando for entendida
como o estabelecimento de regras profissionais de eficácia e eficiência.
36
4. ENTRE O AFETIVO E O PROFISSIONAL
A profissão, como a prática habitual de um trabalho, oferece uma relação no âmbito humano, que exige uma conduta específica para o sucesso de todas as partes envolvidas.
Antônio Lopes de Sá
As empresas familiares são as modalidades de organizações que apresentam
perfis e estilos de administração bastante característicos. Pesquisas mais recentes
sobre essas empresas evidenciam que muitas delas vão à falência e como
respostas a isso revelam que: a família não estava preparada para entender a
empresa; a atitude dos familiares foi de dilapidação do patrimônio; o fundador
consumiu suas energias na construção do império e não teve tempo para educar os
filhos; a profissionalização descaracterizou a empresa familiar; após a idade de ouro
do fundador, não se conseguiu uma reorganização satisfatória; na última fase da
vida, o fundador deixou a sua crise existencial dilacerar a organização; não há um
sucessor preparado ou não há consenso na família sobre qual dos pretendentes
deve assumir; a rivalidade entre irmãos desorienta os profissionais.
Tal processo, muitas vezes, implica em sofrimento para toda a cúpula da
empresa em que os familiares estão inseridos. Este sofrimento advém de conflitos
não-resolvidos que acabam repercutindo na dinâmica estrutural da organização e,
conseqüentemente, na família.
Neste contexto, o que faz ser complexa a empresa familiar, são os estreitos
vínculos existentes entre a família, a propriedade e a gestão do negócio, o que torna
difícil administrar as relações familiares com as econômicas.
37
A família se considera com direitos sobre a empresa, tanto para trabalhar
nela, como ter participação em seu capital ou para intervir e tomar decisões sobre
sua gestão.
Uma elevada participação da família na gestão da empresa pode levar a
desenvolver atitudes negativas, como empreguismo, falta de profissionalismo,
resistência de outros membros da própria família e a falta de aptidão para operar no
negócio.
No caso das empresas familiares, em sua maioria são administradas por
pessoas da família, muitas vezes, sem uma preparação prévia dos critérios para a
escolha dos gestores e da relação dos mesmos com os demais membros do núcleo
familiar.
Outro aspecto a ser observado, é com relação ao crescimento do
desemprego, os filhos, que não participam da vida da empresa de seus pais, querem
também seus ganhos. A conseqüência do desejo dos filhos que estavam fora da
propriedade em querer participar da renda da mesma, gera, muitas vezes, conflitos
com pais e irmãos que participam do negócio. E esses conflitos, na maioria das
vezes, são as causas para as empresas familiares não terem sucesso.
De acordo com Bernhoeft (1989), para diminuir os atritos e manter a
continuidade das empresas familiares com sucesso é necessário tomar as seguintes
decisões: toda família deve conhecer como funciona a empresa; pais devem
preparar os filhos desde jovens, para pensarem em negócios e não somente em
empregos; pais não insistirem para que todos os filhos participem dos negócios da
empresa; ter controles econômicos (fluxo de caixa, custos e orçamentos) e controles
físicos da empresa; reuniões formais com membros da família que participam do
negócio; comunicar, em reuniões, as decisões macros dos negócios aos demais
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familiares, não participantes da gestão da empresa; evitar a rotação na gestão da
empresa.
Paralelamente a condução dos negócios da empresa familiar é fundamental
que os pais preparem a continuidade da empresa evitando os obstáculos que
poderão ocorrer na cessão do patrimônio via sucessão. Toda a sucessão passa
necessariamente por fatores econômicos e psicológicos.
Assim sendo, fica claro que a gestão das empresas familiares passa por
momentos distintos que deverão ser conduzidos com profissionalismo para que as
mesmas sobrevivam.
As empresas familiares necessitam de uma gestão eficiente não só na
administração do negócio, como na condução da mesma no momento da entrada
dos filhos, posteriormente gerindo a relação família/empresa e por fim preparando a
sucessão.
Atualmente existem várias formas de preparar a sucessão no aspecto legal e
tributário que favoreça economicamente a transmissão mantendo a estrutura de
produção e gestão que permita atender os desejos dos pais. Todos os pais
acreditam que exista um caminho certo e um errado, caminhos estes que, muitas
vezes, não são os escolhidos pelos filhos.
4.1. Sabor de festa
Um sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só, um sonho que se sonha junto é realidade.
Raul Seixas
Pensar em empresa familiar é voltar no tempo e rever a minha experiência.
Tudo começou com cestas de café da manhã – Sabor de Festa, por minha irmã e
minha mãe. Arrumavam com muita delicadeza as frutas, biscoitos, iorgutes e muito
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mais. Tudo era personalizado. O amor da confecção ia desde a compra das frutas
na feira até a entrega da cesta ao cliente. Como caprichavam! Tinha cestas de todos
os gostos: dietéticas, lanches, queijos, chocolates e doces. Quando era data
comemorativa tinha a ajuda de todos nós, nossos tios e primos para entregar grande
quantidade de cestas nos mesmos horários.
Anos depois, compramos uma padaria, que levou o mesmo nome “Sabor de
Festas”. Minha mãe depositou toda sua aposentadoria, como também nossos
sonhos de fazer crescer uma empresa familiar.
Inicialmente, fomos todos com coragem e muita garra, mesmo sem termos
nenhuma experiência no mercado de panificação. Com isso, tivemos muitas
dificuldades, mas seguimos em frente, pensando que o amanhã seria diferente.
O local não era adequado para uma padaria. É tanto, que todo ano ela era
vendida, repassada para outro dono. Mas, também não ligamos para isso, só
pensávamos em trabalhar e fazer crescer a empresa.
Trabalhávamos divididos em dois turnos. Cada um se dando o máximo. A
dinâmica da empresa ia acontecendo, onde misturava o clima de família. Não havia
hierarquia. Todos tínhamos direitos, deveres e obrigações iguais.
O movimento diário da padaria era fraco. Tentávamos de tudo para dar certo.
Fazíamos, na intenção de melhorar, almoço, lanches diferentes, feitos em casa.
Mudamos de fornecedores. Contudo, mesmo com todos esses esforços, faltava em
nós mais união e mais cooperação, principalmente aprender a viver sem conflitos,
enfim, faltava aprendermos a separar empresa/família.
Até que chegou o dia de vermos que não dava mais, que nada dava mais
certo, o momento do fracasso, principalmente financeiro. Tinha chegado ao ponto
40
final, era hora de fecharmos. Assim, o grupo resolveu então não ir mais à padaria e
a colocou a venda.
Sinto-me orgulhosa de ter continuado até o fim. Ter mostrado a padaria aos
futuros compradores e de ter ouvido as observações que vinham deles. Os três anos
e quatro meses que passamos com a empresa valeram como experiência, nada foi
em vão, foi um aprendizado.
Conseguimos vendê-la a dois irmãos, que também se mostraram com muita
garra e coragem, disseram que iam levantá-la em pouco tempo. Só que com 10
meses depois, passaram à frente.
Paralelamente ao comércio panificação, existia o Buffet Sabor de Festa.
Minha mãe e minha irmã trabalhavam neste. E quando foi vendida a padaria,
fui trabalhar com elas. Mais uma vez, a empresa familiar. Mas nessa, consegui
separar a diretora de minha mãe. Gostei de trabalhar na postura de funcionária.
Sempre me dei muito ao trabalho. Mas, no íntimo tive as regalias de ter melhor
salário que o mercado. Também tive momentos de conflitos familiares na empresa.
Assim, em toda empresa familiar deve-se observar com muita clareza o
afetivo e o profissional, só assim terá chance de crescimento e harmonia.
41
5. CONCLUSÃO
Sabedoria nos negócios é enxergar o foco necessário no momento certo e não ter medo de colocar em prática o que planejou.
Michael Klein
Este trabalho realizou um estudo sobre a empresa familiar. Entre o afetivo e o
profissional foi um dos aspectos destacados, sendo este um dos principais pontos a
ser esclarecido neste tipo de organização.
Abordamos que a empresa familiar é a figura empresarial dominante na
estrutura econômica da maioria dos países ocidentais, inclusive do Brasil. Os grupos
empresariais familiares não apenas concentram o controle em suas mãos, mas
geralmente têm também forte ligação emocional com suas empresas. Além disso, os
empresários familiares, às vezes, vêem sua empresa como um legado social
construído por gerações passadas que deve ser mantido pelas gerações seguintes.
A participação ativa dos proprietários é fundamental para a governabilidade
eficiente da empresa familiar. A participação familiar define os valores, a visão e os
objetivos da empresa. Essa participação articula as metas financeiras e as
expectativas de desempenho que guiam as decisões da gestão executiva.
Assim sendo, à medida que a empresa cresce, torna-se cada vez mais
complexa e cria suas próprias demandas por uma estrutura organizacional mais
formal. Embora a adaptação das práticas de governabilidade às novas necessidades
da família e da empresa seja uma empreitada muito complexa e desafiadora, é
inevitável. O sucesso cria a necessidade de adaptação e de mudança. Em algum
tempo, o crescimento da empresa ou da família tende a se tornar exponencial.
Todas as empresas familiares um dia podem enfrentar essa realidade.
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Concluindo, podemos evidenciar que na empresa familiar a administração
deve ter uma preparação prévia dos critérios para a escolha dos gestores e da
relação dos mesmos com os demais membros do núcleo familiar, sobretudo saber
que para sobreviver devem servir à empresa, pois se tiver uma visão da extensão
dos conflitos de casa para a organização, lidando com os problemas de uma forma
bastante doméstica, servindo de emprego para todos os membros familiares sem
uma preocupação com o perfil e a profissionalização da gestão, dificilmente se
tornará uma grande empresa.
Dar um passo de cada vez, mas nunca deixar de andar; seguindo sempre em frente.
Samuel Klein
Tudo é do Pai
Eu pensei que podia viver por mim mesmo Eu pensei que as coisas do mundo
Não iriam me derrubar O orgulho tomou conta do meu ser E o pecado devastou o meu viver
Fui embora, disse ao Pai dá-me o que é meu Dá-me a parte que me cabe da herança
Fui pro mundo, gastei tudo, me restou só o pecado
Hoje eu sei que nada é meu, Tudo é do Pai Tudo é do Pai, toda honra e toda a glória É Dele a vitória alcançada em minha vida
Tudo é do Pai, se sou fraco e pecador bem mais forte é o Senhor
Que me cura por amor Tudo é do Pai, toda honra e toda a Glória É Dele a vitória alcançada em minha vida
Tudo é do Pai, se sou fraco e pecador Bem mais forte é o Senhor
Que me cura por amor
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REFERÊNCIAS
BERNHOEFT, Renato. Empresa Familiar: Sucessão Profissionalizada ou Sobrevivência Comprometida. São Paulo: Ed. Nobel, 1989. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. 4. ed. São Paulo: Makron, 1994. EHLERS, M. G. Empresa familiar. 2003. Disponível em: www.geyerehlers.com.br. Acesso em 23/01/2007. FRITZ, R. A empresa familiar: uma visão empreendedora. São Paulo: Makron, 1993. FLORIANI, Oldoni Pedro. Empresa Familiar. Ou inferno familiar? Curitiba: Juruá, 2002. LEONE, Maria de Clodoaldo Pinto Guerra. Sucessão na Empresa Familiar: preparando as mudanças para garantir sobrevivência no mercado globalizado. São Paulo: Atlas, 2005. LODI, B. A Empresa Familiar. São Paulo: Pioneira, 1986. PRADO, Danda. O que é família. 10ª ed. Editora brasiliense, 1988. REBOUÇAS, D. P. O. Empresa familiar: como fortalecer o empreendimento e otimizar o processo. São Paulo: Atlas, 1999. STANHOPE, Márcia. Teorias e Desenvolvimento Familiar. Lisboa: Lusociência, 1999. Disponível em: http://www.inclusao.com.br/projeto_textos_03.htm. Acesso em 16/03/2006. http://pt.wikipedia.org/wiki/Empresa. Acesso em jan. /2007.
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