ESCALA 24 X 72

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INFORMATIVO EXTRAORDINÁRIO

A Associação dos Guardas Portuários do Estado da Bahia, ASGPOR/BA, vem através deste documento, demonstrar, o parecer exemplificativo, a viabilidade da escala 24 x 72 hs, elaborado pelo nosso colega, Guarda Portuário do Porto de Ilhéus e também contador, Thiago Lessa, como plano “B”, em referência à escala de 12hs (2 dias de carga horárias diurnas de 12 hs, mais 2 dias de carga horária noturna de 12 hs, mais uma saída de serviço e 3 dias de folgas) elaborada pelo colega, também da Guarda, Isac.

PROPOSTA DE NOVA ESCALAOs reflexos do trabalho em escala podem ser vistos no comportamento e na

saúde de homens e mulheres submetidos a este tipo de jornada. Como principal sintoma deste desequilíbrio no funcionamento do relógio biológico tem-se:Insônia, Sonolência, Desatenção, Estresse, Depressão, Propensão a vícios, Doenças do sistema digestivo, Mau Humor, Irritabilidade, etc.

Como todos sabemos a rotina portuária por si só já é estressante. E atreladas as constantes trocas de horário às quais os trabalhadores de setores essenciais como segurança e operação são submetidos, somados ao excesso de ruídos e poluição, não se espera outro resultado senão um grande impacto sobre a produtividade e saúde destes trabalhadores.

Tendo em vista os fatores expendidos acima foi solicitado à diretoria da CODEBA que possibilitasse aos funcionários discutir melhores formas de distribuir os mesmos em turnos de trabalho que conciliem a necessidade do serviço por parte da empresa e que proporcionem aos trabalhadores melhores condições sociais e de saúde.

Tem-se por regra, que os trabalhadores em regime de escalas de revezamento devem laborar em turnos de 6 horas de jornada diária, sendo permitida a extrapolação de 2 horas ao máximo por dia e respeitado o descanso semanal remunerado. No entanto, apesar deste limite previsto na CLT de duas horas extras por dia, a jurisprudência tem tolerado a compensação fixa do regime de trabalho de 24 x 72 (semana espanhola – OJ 323 da SDI-I da TST). A provável explicação para este posicionamento majoritário e pacificado talvez seja porque este regime de trabalho foi inspirado na lei especial – Lei no 5.711/72. Além disso, este regime acaba trazendo benefícios ao trabalhador, na medida em que aumenta seu tempo de disponibilidade pessoal, proporcionando-lhe mais dias de folga e, nos termos do art. 7º da CRFB/88, todos os atos que importem em benefício ao trabalhador devem prevalecer e ser reconhecidos como direitos que visem à sua melhoria de condição social. (Vólia Bomfim Cassar)

Registre-se que há forte corrente jurisprudencial que tem ampliado tais limites diários, ao conferir validade às jornadas de plantão, do tipo 24 horas trabalhadas por 72

horas de descanso como no enunciado do TST de nº 85 e incorporados às OJs nºs 182, 220 e 223.

É salutar ressaltar a importância das convenções coletivas neste processo e utilizando-se para tanto das palavras do Mestre Orlando Gomes (Estudos): ‘permitem ao empregado influir nas condições de trabalho, tornando-as bilaterais, atenua o choque social e reforça a solidariedade do operariado; é fonte de direito (Maria de La Cueva) e não tem os inconvenientes da lentidão legislativa, experimentando medidas que poderão tornar-se no futuro, normas gerais; é uma tentativa nobre de reabilitar a dignidade humana, aviltada pelo individualismo jurídico’. Têm, assim, as convenções e acordos coletivos importância social máxima, devendo suas normas e preceitos serem objeto de respeito pelas partes, sob pena de perda da credibilidade de sua eficácia, pois, nas palavras de Evaristo de Moraes Filho – Evolução do Direito – ‘sem liberdade nem autoconfiança das classes interessadas, murcha a convenção coletiva por falta de oxigênio, tornando-se letra morta nas leis e servindo somente de tema erudito para dissertações doutorais.

Segue abaixo pequena simulação exemplificativa de escala de 24 x 72 com explicações a cerca das consequências financeiras.

Na hipótese acima o guarda da turma A ou B perceberia uma remuneração bruta de R$ 2.769,25, e o da Turma C ou D perceberia uma remuneração bruta de R$ 2.619,20, gerando em variação da ordem de 5%. Importa observar que ao longo dos meses há uma mudança cíclica entre os grupos que trabalharão 8 dias e os que trabalharão 7 dias ocorrendo uma compensação natural.

OBS.: GOSTARÍAMOS DE SALIENTAR, VEEMENTEMENTE PARA TODA A GUARDA PORTUÁRIA E OPERAÇÃO, QUE, INDEPENDENTEMENTE DE QUAL ESCALA SEJA APROVADA, NÃO ACEITAREMOS NENHUMA PERDA SALARIAL. DEVEMOS APROVEITAR QUE A DIRETORIA DA CODEBA, ESTAR SE MOSTRANDO SOLIDÁRIA AO NOSSO PLEITO DE MUDANÇA DE ESCALA DE SERVIÇO.

Salvo Melhor Juízo, 13 de Junho de 2012.

José Carlos Barbosa Presidente – ASGPOR/BA

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