View
176
Download
24
Category
Preview:
Citation preview
EstafilococciasEstafilococcias
Ana Márcia Vilela Brostel.R1 Pediatria – Hospital Regional da Asa Sul (HRAS)/SES/DF
Brasília, 21 de julho de 2009.www.paulomargotto.com.br
EstafilococciasEstafilococciasMicrobiologia
Gênero- Staphylococcus
Gram positivo, cocos individuais, imóveis, não esporulados;
Isolados aos pares, em pequenas cadeias de 4 a 5 cocos – agrupamentos em cachos;
S. aureus coagulase +
S. epidermidis coagulase -
S. haemolyticus coagulase -
S. saprophyticus coagulase -
EstafilococciasEstafilococcias
Farhat K. C et al, 2008.
EstafilococciasEstafilococcias
EstafilococciasEstafilococcias Constituintes da parede celular:
Ácido tecóico- via alternativa do complemento e citocinas;
Glicanopeptídeo- opsoninas, fagocitose;
Proteína A- inibe a opsonização mediada por IgG;
Cápsula- inibe fagocitose, ativa complemento;
Adesinas- favorecem a aderência da bactéria.
EstafilococciasEstafilococcias• Enzimas:
• Betalactamases: abertura do anel betalactâmico;
• Coagulases: dificulta a fagocitose celular;
• Hialuronidases: despolimeriza o ácido hialurônico;
• Catalase: peróxido de hidrogênio em oxigênio e água;
• Alfa, beta, delta e gama toxinas: atividade hemolítica, dano plaquetário, AMPc;
• Enterotoxinas: pirogênicas, intoxicação alimentar.
EstafilococciasEstafilococcias• Enzimas:
• PVL: componentes protéicos S e F- degranulação celular e citólise;
• Esfoliatina: clivagem do extrato granuloso da epiderme- Impetigo bolhoso e síndrome da pele escaldada;
• TSST-1: febre, choque, envolvimento sistêmico, erupção descamativa- Síndrome do choque tóxico.
EstafilococciasEstafilococcias• Transmissão:
• Contato interpessoal direto;
• Objetos contaminados pelo ar;
• Invasão tissular;
• Produção e liberação de enzimas e toxinas.
EstafilococciasEstafilococcias• Atingem todas as faixas estárias, hígidos ou não;
• Os RN podem ser colonizados no coto umbilical e área perineal;
• Faz parte da flora humana, colonizando a orofaringe;
• Fatores de risco:
Diabetes Melito, IRC, IHC, desnutrição grave, fibrose cística, usuários de drogas endovenosas e imunodeficiências.
EstafilococciasEstafilococcias Infecções:
Impetigo; Furunculose; Celulite; Fasciíte necrosante; Intoxicação alimentar; síndrome do choque tóxico; síndrome da pele escaldada estafilocóccica; Necrólise epidérmica tóxica.
EstafilococciasEstafilococcias Impetigo Bolhoso:
S. aureus, S. pyogenes, ambos;
Produtor de uma toxina epidermolítica, grupo II (80%). fagotipo 71 60%;
pequenas vesículas que se transformam em bolhas flácidas de até 2 cm de diâmetro, límpido, passando a turvo;
O teto da bolha rompe-se facilmente,revelando uma base eritematosa, brilhante e úmida.
EstafilococciasEstafilococcias Em RN- membros inferiores, regiões de dobras e face- lesões
múltiplos e em diferentes estágios;
mais comum entre crianças de 2 a 5 anos
EstafilococciasEstafilococcias Impetigo não-bolhoso (crostoso)
S.aureus ou em combinação com o estreptococo beta-hemolítico do grupo A;
O impetigo crostoso pode ocorrer em pele normal ou a impetiginização pode surgir sobre:
dermatose prévia como dermatite atópica, dermatite de contato, picadas de inseto, pediculose e escabiose.
A desnutrição e higiene precária são fatores predisponentes.
EstafilococciasEstafilococcias Vesícula, sobre uma base eritematosa, que se rompe com
facilidade.
A ulceração superficial - recoberta por secreção purulenta cujo ressecamento dá origem a uma crosta aderente e amarelada (melicérica).
1 a 2 cm de diâmetro, cresce centrifugamente, nem sempre com cicatrização central.
É freqüente o achado de lesões satélites por autoinoculação. face, ao redor do nariz e da boca.
A linfadenopatia regional é comum e pode surgir febre nos casos mais graves.
EstafilococciasEstafilococcias Furunculose
Infecção do aparelho pilossebáceo - reação inflamatória intensa e necrose.
Nódulo doloroso e quente.
Nódulo torna-se flutuante com um ponto purulento junto do pêlo, por onde serão eliminados o pus e o material necrótico (carnegão).
EstafilococciasEstafilococcias
Acomete as áreas pilosas, principalmente as que são submetidas ao atrito ou com sudorese abundante como face, pescoço, axilas, nádegas e parte inferior do abdome.
É raro em crianças muito novas e tende a aumentar de freqüência na puberdade.
S.aureus é quase sempre a bactéria envolvida.
EstafilococciasEstafilococciasTratamento:
calor local úmido, para alívio do desconforto e para liquefação do material necrótico e facilitar a drenagem espontânea;
Mupirocina tópica;
lavar bem as mãos após o contato com a lesão
nas lesões múltiplas, quando houver celulite na pele circunjacente ou febre, a antibioticoterapia sistêmica está indicada;
a drenagem cirúrgica está indicada apenas nas lesões extensas, flutuantes, com grandes áreas de necrose.
EstafilococciasEstafilococciasFurunculose de repetição:
São fatores predisponentes para a furunculose de repetição:
Uso de imunossupressores (corticóides, agentes citotóxicos); diabete melito; uso de drogas ilícitas; AIDS, neoplasias, outras doenças que levam à imunodepressão; insuficiência renal crônica, hemodiálise; portadores de deficiências na função dos neutrófilos,
neutropenia cíclica; discrasias sangüíneas, deficiências de imunoglobulinas; deficiência de ferro; higiene precária, hiper-hidrose, obesidade.
EstafilococciasEstafilococcias Conduta na furunculose de repetição:
• realizar cultura com antibiograma para orientação terapêutica no caso de insucesso com o antibiótico inicialmente escolhido;
• uso de sabonetes anti-sépticos durante o banho;
• iniciar com um antibiótico que faça cobertura a S. aureus;
• prevenção da colonização por S.aureus, tanto no paciente como nos familiares: aplicar mupirocina tópica em narinas, unhas e região perineal, duas vezes por dia, durante cinco dias consecutivos.
Nos casos mais resistentes, manter a medicação duas vezes por dia, cinco dias a cada mês, durante um ano.
EstafilococciasEstafilococciasCelulite
Caráter agudo que atingem os tecidos mais profundos da pele, especialmente o subcutâneo;
Estreptococo beta-hemolítico do grupo A e S.aureus;
febre, linfadenopatia regional e dor;
O limite nítido entre a pele lesada e a pele sã é impreciso.
EstafilococciasEstafilococciasCelulite
EstafilococciasEstafilococciasTratamento: calor local úmido,
uso de antibiótico tópico, mupirocina, na pele em volta da lesão, para evitar a disseminação;
lavar bem as mãos após o contato com a lesão; nas lesões múltiplas, quando houver celulite na pele
circunjacente ou febre, a antibioticoterapia sistêmica está indicada,
a drenagem cirúrgica está indicada apenas nas lesões extensas, flutuantes, com grandes áreas de necrose.
EstafilococciasEstafilococciasTratamento:Tratamento
- seleção adequada do antibiótico ( empírico)
beta-lactâmicos : 1 ª escolha celulite ambulatorial
cefalosporinas de 1ª geração alérgicos : clindamicina e vancomicina
EstafilococciasEstafilococciasTratamento:Tratamento
Risco de MRSA : SMZ-TMP, Clindamicina, quinolona 3ª e 4ª geração
Estafilocócica : beta-lactâmico resistente à penicilinase ou cefalosporinas de 1ª geração;
* MRSA : tem aumentado o nº de falha terapêutica * Pacientes c/ comorbidades : cobrir MRSA
EstafilococciasEstafilococciasTratamento:Tratamento
Hospitalar : - toxicidade sistêmica - Instabilidade hemodinâmica - falha no tratamento ambulatorial ( sem melhora ou piora em 48 h)
Escolhas : - penicilinas resistentes à penicilinases - cefalosporinas de 1ª geração ( Cefazolina) - se alérgico à penicilina : Clindamicina ou vancomicina
Tempo: casos não complicados 10 dias ; complicados 14 a 21 dias
EstafilococciasEstafilococcias Fasciíte necrosante:
Pele, subcutâneo, fáscias musculares;
Perineal, pelve, coxas, pernas, pés e parede abdominal;
Necrose tecidual por liberação de gás em espaços fechados;
Efeito de enzimas e toxinas bacterianas; S. aureus, E. coli, Streptococcus beta-hemolíticos, Bacterioides fragilis, Clostridium perfringens;
Doença de Fournier- região perineal- febre e toxemia;
EstafilococciasEstafilococcias Fasciíte necrosante:
EstafilococciasEstafilococcias Diagnóstico
- avaliação laboratorial e radiológica;
- leucocitose c/ desvio p/ esquerda;
- hiponatremia, elevação da creatinina, hipocalcemia,hipoalbuminemia e hiperglicemia;
- hemocultura : positiva em 60% casos;
- aumento ác. lático, aumento CPK.
EstafilococciasEstafilococcias Diagnóstico
- gasometria arterial : acidose metabólica; - CIVD
- Rx : evidencia gás subcutâneo;
- TC ( superior) : revela acúmulo de líquido, necrose muscular e espessamento fascial;
- RNM : maior sensibilidade e especificidade que a TC.
EstafilococciasEstafilococcias Fasciíte necrosante:
Tratamento:
Manipulação cirúrgica- retirar tecidos desvitalizados, reconstrução, se necessário;
Antibioticoterapia empírica- penicilina com aminoglicosídeo ou clindamicina com aminogliçosídeo;
Pseudomas aeruginosa- imunodeprimidos- cefalosporina com aminoglicosídeo ou carbapenêmicos;
S. aureus resistentes- Vancomicina 40mg/kg/dia 6/6h.
EstafilococciasEstafilococcias Celulite necrosante:
Regime de escolha : Beta-lactâmico c/ inibidor de beta-lactamase + Clindamicina
* infecção polimicrobiana : ampi-sulbactam ou piperac-tazobactam + Clindamicina ou Ciprofloxacina Imipenem / Meropenem Cefotaxime + Metronidazol
* infecção estafilocócica Oxacilina Vancomicina
EstafilococciasEstafilococcias Síndrome da Pele Escaldada Estafilocóccica
Doença epidermolítica;
Eritema macular doloroso, maldefinido, erupção papular difusa, bolhas flácidas e descamação;
Pressão lateral causa descolamento da epiderme superficial (sinal de Nikolsky);
Face, pescoço e axilas- dissemina em 24 a 48h;
Normalmente não envolve mucosas;
Febre, irritabilidade;
EstafilococciasEstafilococcias Síndrome da Pele Escaldada Estafilocóccica
EstafilococciasEstafilococcias Síndrome da Pele Escaldada Estafilocóccica
Diagnóstico
Clínico; Dermatopatologia; Coloração de gram; Cultura bacteriana.
Diagnóstico diferencial: necrólise epidérmica tóxica, eritema multiforme e outras doenças bolhosas.
EstafilococciasEstafilococcias Síndrome da Pele Escaldada Estafilocóccica
Tratamento
Hospitalar: oxacilina 200mg/kg/dia 6/6h;
Limpeza com banhos e compressas;
Mupirocina tópica- 7 a 10 dias;
Sulfadiazina de prata pode ajuder a proteger as áreas desnudas.
EstafilococciasEstafilococcias Síndrome do Choque Tóxico
S. aureus – TSST- 1
Colonização, liberação de toxinas- redução do tônus vasomotor, extravasamento de líquido intracelular, hipotensão e disfunção sistêmica;
Febre alta, mialgias, cefaléia, confusão, desorientação, convulsões, diarréia e dispnéia;
Congestão conjuntiva bulbar, hemorragias subconjuntivais;
Língua em morango;
EstafilococciasEstafilococcias Síndrome do Choque Tóxico
Eritrodermia generalizada- erupção maculopapular e edema;
Petéquias, bolhas, descamação palmo-plantar;
4 dos 5 critérios:
Febre > 38,9; Exantema (eritema difuso e edema); Descamação 1 a 2 sem após episódio agudo; Envolvimento de 3 ou mais sistemas: GI, rim, fígado,
hematológico, SNC; Culturas de sangue e líquor negativas.
EstafilococciasEstafilococcias Síndrome do Choque Tóxico
Diagnóstico diferencial: síndrome da pele escaldada estafilocóccica, escarlatina, eritema multiforme, NET, infecção viral, doença de Kawasaki e outras.
Diagnóstico
Dermatopatologia; Coloração de gram; Culturas bacterianas.
EstafilococciasEstafilococcias Síndrome do Choque Tóxico
Tratamento:
Hospitalização em UTI: distúrbios eletrolíticos, metabólicos e nutricional.
Oxacilina 200mg/kg/dia 6/6h. Cefazolina 50 a 100mg/kg/dia 8/8h.
EstafilococciasEstafilococcias Necrólise Epidérmica Tóxica (NET)- Doença de Lyell
Mais comum em crianças maiores;
80% dos casos: sulfas, alopurinol, antibióticos, barbitúricos, hidantoínas, carbamazepina, AINES;
Outros precipitantes: infecções virais, fúngicas, bacterianas;
Vacinações; leucemia, linfomas e reação enxerto-hospedeiro.
Patogênese desconhecida- reação citotóxica contra os queratinócitos basais.
EstafilococciasEstafilococcias Necrólise Epidérmica Tóxica (NET)
1 a 3 semanas – após exposição à droga;
Exantema, eritema doloroso difuso, bolhas pequenas e irregularmente confluentes;
Febre, mal-estar, mialgia, artralgia, vômitos;
Lesões orais e genitais;
Hiperemia conjuntival, ceratite
EstafilococciasEstafilococcias Necrólise Epidérmica Tóxica (NET)
EstafilococciasEstafilococcias Necrólise Epidérmica Tóxica (NET)
Diagnóstico- dermatopatologia e hematologia.
Tratamento- reposição de líquidos, eletrólitos, cuidado das lesões.
EstafilococciasEstafilococciasNET
Hipersensibilidade, envolvimento de toda a epiderme, infiltração com células inflamatórias, envolvimento de mucosas e múltiplos órgãos, sinal de Nikolsky negativo, recupera formando cicatriz;
SPES
Toxina esfoliativa do S.aureus, plano de clivagem intraepidérmico, sem células inflamatórias, apenas epiderme, Nikolsky positivo, recupera sem cicatriz.
OBRIGADA!OBRIGADA!
Recommended