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Faculdade Estácio de Alagoas - FAL
DIREITO PROCESSUAL PENAL II
Professora:
Marluce Falcão
Apresentação da disciplina:
• Dos Atos de Comunicação Processual;
• Da Sentença;• Dos Procedimentos;1. Do Procedimento comum
ordinário, sumário e sumaríssimo;2. Dos Procedimentos Especiais;3. Do Procedimento Especial dos
Crimes Dolosos Contra a Vida – O Tribunal do Júri
• Recursos Teoria Geral dos Recursos• Recursos em Espécie:• Apelação• Recurso Em Sentido Estrito – SER• Carta Testemunhável• Correição Parcial• “Embarguinhos” – Embargos de
Declaração• E outros na instância superior
Ações Autônomas de Impugnação:
• Habeas Corpus• Mandado de Segurança• Revisão Criminal
Apresentação Geral
O principal objetivo do curso é apresentar
ao aluno os institutos fundamentais do
Processo Penal II, mediante a utilização
de casos concretos julgados em nossos
tribunais. No decorrer do curso serão
abordadas, gradativamente, as novas
tendências do Direito Processual Penal
Brasileiro.
O material visual a ser utilizado em sala de aula através de data show, com recursos de Power Point, apresentará aos alunos o roteiro das aulas, com abordagem dos pontos principais do conteúdo programático ministrado, com indicação bibliográfica básica e complementar, jurisprudência e questões de concursos sobre os temas estudados ao final de cada assunto.A Bibliografia indicada possibilitará que o aluno acompanhe o assunto, desenvolvendo seu conhecimento doutrinário e jurisprudencial.Será obrigatória a utilização do Código de Processo Penal, do Código Penal e da Constituição Federal.
D0 Material Didático
Formas de Avaliação
Os alunos serão avaliados com base em duas provas realizadas em sala de aula que abordarão conceitos doutrinários e problemas práticos, podendo ser facultada a consulta a textos legislativos não comentados ou anotados.
A 3ª Avaliação consistirá em prova objetiva com todo conteúdo estudado, sem consulta.
Para composição da nota de cada unidade estudada, será disponibilizado ao aluno conteúdo de pesquisa doutrinária e jurisprudencial, para abordagem discursiva em estudo de caso, sendo obrigatória a apresentação em equipe ou individual.
Bibliografia Básica
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de processo penal: atualizado de acordo com a reforma processual penal de 2011 (Lei 12.403/2011). 15. ed. Brasília: Lumen Juris, 2011.
TÁVORA, Nestor; ANTONINNI, Rosmar. Curso de direito processual penal. 7ª edição. Revista, ampliada e Atualizada; ed. Bahia: Podium, 2012.
NUCCI, Guilherme de Sousa. Código de processo penal comentado. 10ª. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012. TOURINHO FILHO, Fernando Costa, COMENTÁRIOS À LEI DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS - 8ª EDIÇÃO – Ed. Saraiva, 2011.
CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. BONFIM, Edilson Mougenot. Curso de Processo Penal. 6ª Edição, Ed. Saraiva, 2011.
Faculdade Estácio de Alagoas - FAL
DIREITO PROCESSUAL PENAL II
Atos de Comunicação Processual
Introdução
O Direito Processual Penal é o ramo do Direito que possui como objeto de estudo a função jurisdicional, exercida pelo Estado. Como se sabe, o Estado Democrático de Direito, no exercício de seu poder soberano, uno e indivisível, realiza três funções: legislativa, administrativa e jurisdicional.
É justamente esta última função que será estudada pela disciplina Direito Processual Penal .
Atos de comunicação processualart. 351 a 372
Formas de Comunicação Processual:
A CITAÇÃO – ESPÉCIES
INTIMAÇÃO E NOTIFICAÇÃO
REVELIA E SUSPENSÃO DO PROCESSO PENAL
INFORMATIZAÇÃO DO PROCESSO JUDICIAL
DA CITAÇÃO
Conceito: Citação é o ato pelo qual o réu toma
ciência dos termos da acusação, sendo
chamado à respondê-la e a comparecer aos
atos do processo, a começar, via de regra, pela
resposta preliminar à acusação. A Falta de
citação válida importa em nulidade. Já a
citação deficiente ou incompleta acarreta
nulidade relativa.
Art. 363, do CPP
O processo terá completada a sua formação quando realizada a citação do acusado.
Espécies de Citação
a) Real ou Pessoal – ocorre através de Oficial
de Justiça (por mandado, precatória,
requisição, rogatória ou carta de ordem)
b) Ficta ou presumida – pode ser editalícia
ou por hora certa. Registre-se que a
presunção de que o acusado está ciente
da acusação, com a citação editalícia, foi
relativizada, nos termos do art. 366, do
CPP.
ART. 366 DO CPP:
Se o acusado, citado por edital, não
comparecer, nem constituir advogado,
ficarão suspensos o processo e o curso do
prazo prescricional, podendo o juiz
determinar a produção antecipada das
provas consideradas urgentes e, se for o
caso, decretar prisão preventiva, nos
termos do disposto no art. 312.
Art. 367, do CPP
O processo seguirá sem a presença do
acusado que, citado ou intimado
pessoalmente para qualquer ato, deixar
de comparecer sem motivo justificado,
ou, no caso de mudança de residência,
não comunicar o novo endereço ao juízo.
Requisitos – artigos 352 e 357, do CPP
Admite o Código de Processo Penal que a citação pode ser feita a qualquer dia e a qualquer hora, aos domingos, feriados, durante o dia ou à noite, observando o caráter de urgência da citação em matéria criminal.
Deve, contudo, ser assegurada a inviolabilidade do domicílio, conforme preceitua o art. 5º, XI da Constituição Federal.
Da citação real ou pessoal - Por Mandado
A Citação Por Carta Precatória – art. 353, do CPP
Ocorre quando o Réu a ser citado encontra-se em lugar conhecido, no território nacional, mas fora do território da jurisdição do juiz processante.
O juízo deprecante se dirige ao juízo deprecado, solicitando que proceda ao ato citatório.
O Juiz deprecante - é o juiz processante. Aquele que solicita a citação do Réu onde se encontre.
O juiz deprecado – é o juiz que recebe a solicitação do juiz deprecante para realização da citação no local onde se encontra o Réu.
PRECATÓRIA INTINERANTE - particularidade
A CARTA ROGATÓRIA NO PROCESSO PENAL:
Medida excepcional – Lei 11.900/2009
Videoconferência – art. 222, § 3º do CPP: Na hipótese prevista no caput deste artigo, a oitiva de testemunha poderá ser realizada por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, permitida a presença do defensor e podendo ser realizada, inclusive, durante a realização da audiência de instrução e julgamento.
Art. 222-A. As cartas rogatórias só serão expedidas se demonstrada previamente a sua imprescindibilidade, arcando a parte requerente com os custos de envio. Parágrafo único. Aplica-se às cartas rogatórias o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 222 deste Código
Da citação no processo penal
Do Réu Preso
Art. 360 - Se o réu estiver preso, será pessoalmente citado
Réu foragido
Art. 361 - Se o réu não for encontrado, será citado por edital, com o prazo de 15 (quinze) dias.
Art. 365. O edital de citação indicará:
I - o nome do juiz que a determinar;II - o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus sinais característicos, bem como sua residência e profissão, se constarem do processo;III - o fim para que é feita a citação;IV - o juízo e o dia, a hora e o lugar em que o réu deverá comparecer;V - o prazo, que será contado do dia da publicação do edital na imprensa, se houver, ou da sua afixação.Parágrafo único. O edital será afixado à porta do edifício onde funcionar o juízo e será publicado pela imprensa, onde houver, devendo a afixação ser certificada pelo oficial que a tiver feito e a publicação provada por exemplar do jornal ou certidão do escrivão, da qual conste a página do jornal com a data da publicação.
Art. 362, do CPP
Réu que se oculta para não ser citado
Verificando que o réu se oculta
para não ser citado, o oficial de
justiça certificará a ocorrência e
procederá à citação com hora
certa, na forma estabelecida nos
arts. 227 a 229 da Lei nº 5.869, de
11 de janeiro de 1973 - Código de
Processo Civil.
Completada a citação com hora
certa, se o acusado não
comparecer, ser-lhe-á nomeado
defensor dativo.
DA INTIMAÇÃO E NOTIFICAÇÃO
A intimação é um ato de comunicação processual dirigido às partes ou a qualquer outra pessoa que deva, de alguma forma, intervir na relação processual.
Doutrinariamente diferencia-se intimação de notificação, distinção não observada no Código de Processo Penal e, exatamente por isso, desconhecida pela maioria dos operadores do Direito.
A intimação é a comunicação de ato processual já
efetuado, enquanto que a notificação serve para
comunicar ato ainda a ser realizado.
Assim, intima-se de algo já produzido e notifica-se
para ato a ser cumprido.
A intimação volta-se ao passado, ao passo que a
notificação volta-se ao futuro. Exemplificando, intima-
se de uma decisão judicial, enquanto que se notifica
uma testemunha ou um perito para depor.
DIFERENÇA ENTRE INTIMAÇÃO E NOTIFICAÇÃO:
Tourinho Filho também diferencia¹:
“A intimação é, pois, a ciência que se dá a alguém de um ato já praticado, já consumado, seja um despacho, seja uma sentença, ou, como diz Pontes de Miranda, é a comunicação de ato praticado. Assim, intima-se o réu de uma sentença (note-se que o réu está sendo cientificado de um ato já consumado, já praticado, isto é, a sentença).
“A notificação, por outro lado, é a cientificação que se faz a alguém (réu, partes, testemunhas, peritos etc) de um despacho ou decisão que ordena fazer ou deixar de fazer alguma coisa, sob certa cominação. Assim, a testemunha é notificada, porque se lhe dá ciência de um pronunciamento do Juiz, a fim de comparecer à sede do juízo em dia e hora designados, sob as cominações legais. Se não comparecer, estará ela sujeita àquelas sanções a que se referem os arts. 218 e 219 do CPP”__________________________________________________Fernando da Costa Tourinho Filho, Processo Penal, 20ª. ed., São Paulo: Saraiva, vol. 3, 1998, p. 213.
Da intimação – ART. 370 a 372
A intimação é dirigida às partes, vítimas, testemunhas, peritos, intérpretes, defensores e assistentes e tantos quantos precisem ser chamados ao processo, seja para fazer ou não fazer, seja para tomar conhecimento de algum ato já realizado.
A intimação poderá se realizar, em regra, através da expedição de mandado (se o destinatário residir na comarca do Juízo processante), de carta precatória ou rogatória (se residir fora) e de ofício requisitório (no caso da pessoa intimada estar presa ou ser militar).
Intimação Por Carta Precatória
Nulidade
Em caso de intimação por carta precatória exige o Código (art. 222, caput), sob pena de nulidade relativa (Súmula 155, STF), que as partes sejam intimadas da expedição do documento, não sendo exigível que se lhes dê ciência da data marcada pelo Juízo deprecado para a realização do ato, o que não deixa de dificultar a defesa, pois a parte acusada não terá conhecimento do dia da audiência.
Imprensa Oficial
Da Intimação do Advogado Constituído
O advogado constituído, seja pelo réu, seja pelo querelante ou o assistente, será intimado pelo órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca (quando se deve incluir, sob pena de nulidade, o nome do acusado, além do número do processo, do nome do advogado e o teor do despacho do Juiz).
Se não houver tal órgão, a intimação far-se-á diretamente pelo escrivão, por mandado, pelo correio (com aviso de recebimento) ou através de qualquer outro meio idôneo, tudo em conformidade com o art. 370, §§ 1º., 2º. 3º., CPP.
Art. 221, § 3º., CPP
Da intimação do Funcionário Público
Quando se tratar de intimação de funcionário público, a expedição do respectivo mandado deve ser imediatamente comunicada ao chefe da repartição em que servirem, com a indicação do dia e da hora marcados. A intenção do legislador, ao que parece, foi evitar que o serviço público sofresse solução de continuidade, pois, sendo necessário, o chefe da repartição certamente providenciará a substituição do funcionário faltante.
Art. 429, § 2º., do CPP
Da intimação do Jurado
Quanto ao jurado, caso não seja encontrado pelo oficial de justiça, estará devidamente intimado com a cópia do mandado deixada em sua residência, salvo se ele não estiver no respectivo município.
Da Defensoria Pública e Dos Defensores Dativos
Da intimação
Serão intimados sempre pessoalmente na forma do art. 370, § 4º. Observa-se que já decidiu o STF que “a teor do disposto no § 5º. do art. 5º. da Lei nº. 1.060/50, acrescido por força da Lei nº. 7.871/89, nos Estados onde a Assistência Judiciária seja organizada e por eles mantida, o Defensor Público, ou quem exerça cargo equivalente, será intimado pessoalmente de todos os atos do processo, em ambas as instâncias, contando-se-lhes em dobro todos os prazos.”
Lei nº. 8.625/93 Lei orgânica do Ministério Público ,
DA INTIMAÇÃO DO MEMBRO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Estabelece, no art. 41, IV, constituir prerrogativa do membro da Instituição receber intimação pessoal em qualquer processo e grau de jurisdição, através da entrega dos autos em vista, ou seja, “necessário e imprescindível é que o escrevente ou o próprio escrivão dê ao interessado ciência do ato processual que deve conhecer (...), não se exigindo, “porém, a averbação do ‘ciente’ do Ministério Público quando intimado seu representante, bastando que se certifique nos autos a sua cientificação”.
Através do Escrivão
Da Intimação em Audiência ou em Cartório
A intimação poderá se realizar, ainda, diretamente pelo escrivão (art. 370, § 3º.), em audiência (art. 372) ou por despacho na própria petição em que for requerida, observando-se, neste último caso, os requisitos da intimação por mandado (art. 371), ou seja, o oficial de justiça deverá ler a petição e o despacho nela proferido, entregando a contrafé e certificando no verso da petição o cumprimento da diligência e das respectivas formalidades: substitui-se, apenas, o mandado pela petição.
Da intimação
A Lei n.º 9.800/99
Inovou, permitindo a comunicação de atos processuais através da utilização do sistema de transmissão de dados e imagens tipo fac-símile ou outro similar (art. 3º.).
A Lei 9099/95Fiel aos critérios por ela adotados da informalidade, da economia processual e da celeridade (art. 62), dispõe que nos Juizados Especiais Criminais a intimação poderá ser efetivada através de via postal (com AR ou mediante entrega na recepção, se se tratar de pessoa jurídica ou firma individual), por oficial de justiça (independentemente de mandado ou carta precatória), na própria audiência, ou, ainda, por qualquer outro meio idôneo de comunicação, como, por exemplo, o telefone, tomando-se sempre as cautelas legais.
Das intimações – considerações finais
As intimações das decisões de pronúncia e das sentenças obedecem às regras estabelecidas nos artigos 412 a 415 e 390 a 392;
Quando se tratar de acórdãos, a intimação deverá ser feita pela imprensa oficial, salvo quando a lei exigir a intimação pessoal.
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