Gestão pedagógica do ensino fundamental i

Preview:

Citation preview

Gestão pedagógica do Ensino Fundamental

Ao longo da história da humanidade, a educação, compreendida como toda comunicação organizada para provocar formação que implica ao menos duas pessoas e um processo de transferência de uma pessoa para outra, exerce um papel protagonista na construção e reconstrução de um conjunto social.

Em países como o Brasil, os estudos com enfoque na história da educação podem denunciar não só a estrutura da educação brasileira como também os cenários político e econômico da sociedade de nosso país ao longo de sua história enquanto nação

As discussões acerca da educação e de sua respectiva função social se apresentam constantemente ativas nos debates sobre a melhoria das condições de vida da população em geral.

Para estudiosos de todas as áreas do conhecimento, a educação se mostra como um poderoso elemento de transformação da sociedade.

Afinal, o que é Educação?

História da educação no Brasil

A história da educação escolar (formal) no Brasil tem inicio em 1549, quando aqui chegam os padres da Companhia de Jesus (ordem religiosa católica), incumbidos de comandar a educação brasileira.

História da educação no Brasil

Como a educação escolar não se fazia necessária para a produção de fato, no período colonial ela permaneceu à margem e serviu mais como um símbolo de status para um limitado grupo de pessoas pertencentes à classe dominante (donos de terra e senhores de engenho).

História da educação no Brasil

A educação foi um instrumento utilizado pelos grupos dominantes.

História da educação no Brasil

Os jesuítas dominaram a educação brasileira por mais de dois séculos (1549-1759), criando assim as nossas primeiras escolas, dentre elas as de primeiras letras, correspondentes ao ensino fundamental de hoje.

História da educação no Brasil

A educação dada pelos jesuítas foi direcionando-se cada vez mais para a formação das elites, dando inicio assim ao caráter de classes que marca educação brasileira até os dias de hoje.

História da educação no Brasil

Entendendo que o sistema jesuítico estava mais articulado aos interesses da própria Companhia de Jesus que àqueles da Coroa, o rei influenciado por seu primeiro-ministro, o Marques de Pombal, expulsou os padres jesuítas de Portugal e seus domínios em 1759.

História da educação no Brasil

De 1549 a 1759, período em que dominaram a educação brasileira, os jesuítas fundaram 17 colégios secundários e, ao redor de cada um ou em locais avançados do interior, dezenas de escolas de primeiras letras.

História da educação no Brasil

Vários estabelecimentos de ensino secundário (o equivalente hoje ao ensino médio) foram fechados com a expulsão dos jesuítas e o estado passou a assumir a responsabilidade sobre a organização e os encargos da educação.

História da educação no Brasil

Ao final do século XVIII a Colônia brasileira apresentava um quadro educacional deplorável: além de “algumas aulas régias criadas com a reforma pombalina”, possuía “algumas escolas primárias e secundárias, em mãos de eclesiásticos” (ROMANELLI, 1992, p. 38).

História da educação no Brasil

A situação muda um pouco com a chegada da família real ao Brasil em 1808, porém a preocupação ainda era com a classe dominante, em formar as elites dominantes.

• Preocupação com o ensino superior

• Descaso com os demais níveis de ensino

História da educação no Brasil

Conforme aponta Saviani (1996, p. 26-27), “nossa primeira lei nacional sobre instrução pública” data de 15 de outubro de 1827, a qual determinou a criação de escolas de primeiras letras em todas as cidades, vilas e lugares populosos

História da educação no Brasil

Ato Adicional de 1834

• promover a educação superior em todo o Império e a educação no Município da Corte

• delegando às Províncias a incumbência de promover a educação primária e secundária em suas jurisdições.

História da educação no Brasil

Essa descentralização acabou por colocar a educação da elite a cargo do poder central e a do povo a cargo das Províncias que desamparadas financeiramente pelo governo central, pouco puderam fazer em benefício da educação primária e secundária.

Consultar dados do texto de ARELARO (2005)

Datas importantes• 1827 = nossa primeira lei nacional sobre instrução pública”

data de 15 de outubro de 1827, a qual determinou a criação de escolas de primeiras letras em todas as cidades, vilas e lugares populosos.

• 1889 = começa o período conhecido como Primeira República. Poucas modificações no que tange o Ato adicional de 1834.

• 1890 = Reforma Benjamin Constant.

• 1901 = Reforma Epitácio Pessoa.

• 1911 = Reforma Rivadávia Corrêa.

• 1915 = Reforma Carlos Maximiliano.

• 1925 = Reforma João Luis Alves.

História da educação no Brasil

Em 16 de julho de 1934 uma nova Constituição Federal foi promulgada em nosso país.

A Constituição de 1934 determinou a gratuidade e a obrigatoriedade do ensino primário e estabeleceu, pela primeira vez no país, a vinculação de mínimos percentuais orçamentários para a educação, devendo a União e os Municípios aplicar nunca menos de 10% e os Estados e Distrito Federal pelo menos 20% da renda resultante dos impostos, no ensino

A partir de 1942, o Ministro da Educação Gustavo Capanema deu inicio, ainda que de maneira parcial, a reforma de todos os ramos do ensino primário e secundário. Entre 1942 e 1946, oito decretos-lei foram postos em execução visando tal reforma, os quais tomaram o nome de Leis Orgânicas do Ensino.

Com a Lei Orgânica do Ensino Primário enfim, o governo central cuida de traçar diretrizes para o ensino primário, validas para todo o país. A partir de então, tal nível de ensino ficou assim estruturado:

- ensino primário fundamental, destinado a crianças de 7 a 12 anos,

subdividido em:

-primário elementar (de 4 anos); e

- primário complementar (de 1 ano).

- ensino primário supletivo, de 2 anos, para adolescentes e adultos que não receberam esse nível de educação na idade adequada.

Golpe militar de 1964

Mediante a Lei nº 5.692/71 (fixa diretrizes e bases para o ensino de 1º e 2º graus), o governo militar reformou o ensino primário e secundário. A lei supracitada criou o ensino de 1º grau, com duração de 8 anos, mediante a junção do antigo curso primário e do ciclo ginasial do ensino médio.

A referida lei transformou, ainda, o ciclo colegial do ensino médio em ensino de 2º grau, de caráter profissionalizante, abrangendo dois níveis de habilitação profissional: auxiliar (3 anos de duração) e técnico (4 anos de duração), cujos desdobramentos não se constituem em objetivo deste trabalho.

Nova Constituição Federal

A Constituição Federal de 1988 (CF/88), chamada por Ulysses Guimarães de “Constituição Cidadã”, “reconheceu vários direitos sociais”, com consequentes ganhos para o campo da educação.

Nova Constituição Federal

No caso do ensino fundamental, particularmente, o texto de 1988, além de atribuir-lhe nova nomenclatura, explicita, no inciso I do artigo 208, o direito de todos os brasileiros a este nível de ensino.

“I – ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria”.

Nova Constituição Federal

Tal obrigatoriedade implica em duplo dever: primeiro, o dever do Estado de garantir vagas em número suficiente para todos no ensino fundamental obrigatório; segundo, o dever dos pais ou responsáveis de matricular seus filhos em tal nível de ensino, pois trata-se de um direito da criança e não dos pais.

Outro aspecto relevante apresentado pela CF/88 refere-se ao contido no §1 do artigo 208, que afirma que “o acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo”. Trata-se do direito de qualquer cidadão brasileiro exigir do Estado o cumprimento da prestação educacional, ou seja, “exigir vagas suficientes para que ocorra efetivamente o acesso ao ensino fundamental” (BRANDÃO, 2007, p, 33). Se não houver vagas na escola pública, o Estado deve providenciá-las nas escolas privadas, mediante o pagamento de bolsas aos estudantes.

Os preceitos educacionais contidos no texto da CF/88 foram detalhados de maneira mais sistemática na legislação complementar conhecida como Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB/96), lei educacional imediatamente abaixo da Lei Maior do país.

Em sintonia com o disposto no artigo 211 da CF/88, a LDB/96 ao definir as incumbências das esferas administrativas na organização da educação nacional (Título IV), afirma que os Estados devem “assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o ensino médio” (inciso VI, artigo 10), e os Municípios devem “oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o ensino fundamental [...]” (inciso V, artigo 11).

Após as duas alterações sofridas (Leis nº 11.114/05 e 11.274/06), a LDB/96, no seu artigo 32, definiu o ensino fundamental como obrigatório, com duração de nove anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos seis anos de idade, cujo prazo (2010) concedido aos sistemas de ensino para se adaptarem a esta recente orientação legal já expirou.

O ensino fundamental tem por objetivo a formação básica do cidadão, mediante:

• o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo (inciso I),

• a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade (inciso II),

• o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores (inciso III), e

• o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social (inciso IV)

Ensino Fundamental de nove anos

Conforme o PNE, a determinação legal (Lei nº 10.172/2001, meta 2 do Ensino Fundamental) de implantar progressivamente o Ensino Fundamental de nove anos,pela inclusão das crianças de seis anos de idade, tem duas intenções: “oferecer maiores oportunidades de aprendizagem no período da escolarização obrigatória e assegurar que, ingressando mais cedo no sistema de ensino, as crianças prossigam nos estudos, alcançando maior nível de escolaridade”

Ensino Fundamental de nove anos

Conforme recentes pesquisas, 81,7% das crianças de seis anos estão na escola,sendo que 38,9% frequentam a Educação Infantil, 13,6% as classes de alfabetização e29,6% já estão no Ensino Fundamental (IBGE, Censo Demográfico 2000). Esse dado reforça o propósito de ampliação do Ensino Fundamental para nove anos,uma vez que permite aumentar o número de crianças incluídas no sistema educacional.

Ensino Fundamental de nove anos

A opção pela faixa etária dos 6 aos 14 e não dos 7 aos 15 anos para o Ensino Fundamental de nove anos segue a tendência das famílias e dos sistemas de ensino de inserir progressivamente as crianças de 6 anos na rede escolar.

Ensino Fundamental de nove anos

A inclusão, mediante a antecipação do acesso, é uma medida contextualizada nas políticas educacionais focalizadas no Ensino Fundamental. Isto porque a adoção de um ensino obrigatório de nove anos iniciando aos seis anos de idade pode contribuir para uma mudança na estrutura e na cultura escolar.

Ensino Fundamental de nove anos

O objetivo de um maior número de anos de ensino obrigatório é assegurar a todas as crianças um tempo mais longo de convívio escolar, maiores oportunidades de aprender e, com isso, uma aprendizagem mais ampla. É evidente que a maior aprendizagem não depende do aumento do tempo de permanência na escola, mas sim do emprego mais eficaz do tempo.

Ensino Fundamental de nove anos

Como ponto de partida, para garantir uma nomenclatura comum às múltiplas possibilidades de organização desse nível de ensino (séries, ciclos, outros – conforme art. 23 da LDB nº 9.394/96), sugere-se que o Ensino Fundamental seja assim mencionado:

Ensino Fundamental

Anos Iniciais Anos Finais

1º ano 2º ano

3º ano 4º ano 5º ano 6º ano 7º ano 8º ano 9

Ensino Fundamental de nove anos

Uma questão essencial é a organização da escola que inclui as crianças de seis anos no Ensino Fundamental. Para recebê-las, ela necessita reorganizar a sua estrutura, as formas de gestão, os ambientes, os espaços, os tempos, os materiais, os conteúdos, as metodologias, os objetivos, o planejamento e a avaliação, de sorte que as crianças se sintam inseridas e acolhidas num ambiente prazeroso e propício à aprendizagem

Ensino Fundamental de nove anos

A partir do exposto, torna-se importante ressaltar alguns aspectos referentes à responsabilidade dos sistemas de ensino, das escolas e dos professores ao proceder à ampliação do Ensino Fundamental.

Ensino Fundamental de nove anos

Recomenda-se que as escolas organizadas pela estrutura seriada não transformem esse novo ano em mais uma série, com as características e a natureza da primeira série. Assim, nos seus projetos político pedagógicos, sejam previstas estratégias possibilitadoras de maior flexibilização dos seus tempos, com menos cortes e descontinuidades. Estratégias que, de fato, contribuam para o desenvolvimento da criança, possibilitando-lhe, efetivamente, uma ampliação qualitativa do seu tempo na escola.

Ensino Fundamental de nove anos

Quem é o professor das crianças de seis anos que ingressam no Ensino Fundamental?

Quais os conhecimentos necessários ao desenvolvimento desse trabalho?

Qual a formação que será exigida desse profissional educador?

Ensino Fundamental de nove anos

É essencial assegurar ao professor programas de formação continuada, privilegiando a especificidade do exercício docente em turmas que atendem a crianças de seis anos.

Ensino Fundamental de nove anos

A natureza do trabalho docente requer um continuado processo de formação dos sujeitos sociais historicamente envolvidos com a ação pedagógica, sendo indispensável o desenvolvimento de atitudes investigativas, de alternativas pedagógicas e metodológicas na busca de uma qualidade social da educação

Ensino Fundamental de nove anos

Promover a formação continuada e coletiva é uma atitude gerencial indispensável para o desenvolvimento de um trabalho pedagógico qualitativo que efetivamente promova a aprendizagem dos alunos.

Ensino Fundamental de nove anos

No entanto, é decisivo o papel que o profissional da educação realiza no dia-a-dia da escola. Esse fazer precisa ser objeto de reflexão, de estudos, de planejamentos e de ações coletivas, no interior da escola, de modo intimamente ligado às vivências cotidianas.

É fazendo que se aprende a fazer aquilo que se deve

aprender a fazer.

No resumo procure responder:

• De que natureza é a pesquisa: empírica, teórica, levantamento documental, pesquisa histórica?

• Qual é o objeto pesquisado?

• O que se pretendeu demonstrar ou constatar?

• Em que referências teóricas se apoiou o desenvolvimento do raciocínio?

• Quais procedimentos metodológicos e técnico operacionais foram adotados?

• Quais os resultados obtidos?

RESUMO

A biocompatibilidade de dois adesivos dentinários (Scotchbond Multi-Purpose – 3M e Optibond Multi-Use – Kerr) foi avaliada por meio de implantes em tecido conjuntivo subcutâneo de ratos. Os implantes foram realizados utilizando-se tubos de polietileno preenchidos com os respectivos adesivos e inseridos em lojas cirúrgicas preparadas no dorso de animais, os quais foram sacrificados nos períodos de observação de 14, 30, 60 e 84 dias. Os tecidos circunjacentes aos implantes foram removidos, incluídos em parafina e corados com hematoxilina e eosina para análise em microscopia óptica. Os resultados mostraram moderado a discreto infiltrado inflamatório nos períodos iniciais de observação (14 a 30 dias) e reparação da área nos períodos posteriores (60 a 84 dias), com formação de cápsula fibrosa envolvendo todos os implantes. Os resultados obtidos nos permitiram concluir que: a) os dois adesivos dentinários são biologicamente aceitáveis quando colocados em contato com o tecido conjuntivo subcutâneo de ratos; b) houve reação do tecido conjuntivo subcutâneo de ratos aos dois adesivos dentinários no período de observação de 14 dias, a qual persistiu como adesivo Optbond Multi-Use-light cure-(Kerr) aos 30 dias; cidade) as reações teciduais provocadas pelos dois adesivos nos períodos de observação de 60 e 84 dias foram semelhantes e biologicamente aceitáveis.

 

Palavras-chave: Biocompatibilidade. Adesivos dentinárioS. Implante. Tecido conjuntivo subcutâneo.

Recommended