View
1
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
Lúcia Cavalcanti de Albuquerque WilliamsNovembro de 2013
Gravidez na adolescência e impactos no desenvolvimento
infantil
LAPREV
• Violência (Família e Escola)▫ Pesquisa▫ Ensino▫ Intervenção/Consultoria/Capacitação
� Prevençãowww.ufscar.br/laprev
Dificuldades com a parentagem
• Imaturidade bio+psico+social• Somada a outros fatores de risco:
▫ Viver em condições de pobreza▫ Viver em comunidades violentas▫ Apresentar histórico de maus-tratos e/ou
exposição à violência conjugal▫ Sofrer VIP▫ Depressão▫ Ter problemas de saúde na família (alcoolismo)
• Risco de maus-tratos
1. Gravena & Williams, 2004
Atos paternos de maus tratos seriamconseqüência de uma complexainteração de fatores de risco como,por exemplo: baixo poder aquisitivo,histórico familiar de maus-tratos, faltade oportunidades e de recursos,estresse, fatores orgânicos, escassosconhecimentos e disfunções sociais(Barnett, 1997).
Primeira intervenção - grupo
• Gravena, A. C. e Williams, L. C. A. (2004), Intervenção com gestantes adolescentes de baixo poder aquisitivo: Prevenção de maus tratos e negligência.Temas sobre Desenvolvimento, 13, (75), 14-20.
�Intervenção em grupo com 8 gestantes adolescentes de baixo poder aquisitivo
�14-17 anos�Conduzido no Posto de Saúde, bairro de periferia�9 sessões de 1h30m �Exemplos de temas: (Psicologia e Enfermagem)
• conhecendo a si mesmas e a sua gestação• cuidados com a gestação• cuidados com o bebê• formas de estimulação precoce• importância do contato entre mãe e filho• amamentação, vacinação, métodos contraceptivos,
doenças sexualmente transmissíveis,• violência doméstica• alternativas não violentas na educação dos filhos• aprendendo a controlar situações estressantes
7
7
Resultados
1)aumento da auto-estima2)desenvolvimento de habilidades interpessoais3)maiores conhecimentos sobre métodos
contraceptivos e cuidados de crianças pequenas• Somente 3 adolescentes iam à escola• Nenhuma trabalhava• 3 solteiras, 1 casada, 4 em EU• 6/8 cresceram expostas à VIP (em 4 casos agressões
levaram à separação dos pais)• Essas 6 sofreram agressões físicas (principalmente)
do pai (5 alcoolistas)• Nenhuma utilizou método contraceptivo
2. Intervenção individual – em casa
• Cia, Williams & Aiello, 2005.
• INTERVENÇÃO FOCADA NA FAMÍLIA: UM ESTUDO DE CASO COM MÃE ADOLESCENTE E CRIANÇA DE RISCO
• Revista Brasileira de Educação Especial.
Participantes
• Mãe : 15 anos - família monoparental de baixonível socioeconômico, dona de casa, 1º grauincompleto
• Criança : sexo feminino, 20 meses,suspeita de atraso em todas as áreas dodesenvolvimento
• O pai da criança tinha 17 anos e nunca tevecontato com a filha
• Mãe e criança moravam com a avó materna queera responsável pelo sustento do lar
Intervenção direcionada à mãe
3 sessões de 90 minutos cada, dois objetivos:
1) orientação sobre estudos, trabalho, a voltar a ter contatos sociais, enfrentamento da depressão
2) discriminar a importância de seu papel de mãe, oferecendo orientação por escrito e verbal sobre aspectos do desenvolvimento infantil e alimentação da criança
Intervenção Mãe
• Orientações sobre as prioridades da mãe quanto voltar aestudar e trabalhar
• Levantamento de escolas nas quais a mãe poderiaestudar e dias de matrícula para o próximo ano
• Acompanhamento da mãe a duas escolas para queconhecesse e avaliasse qual delas seria adequada pararetomar seus estudos
• Juntamente com a mãe, listagem de váriaspossibilidades de atividades sociais que ela poderiarealizar, salientando que poderia conciliar o papel demãe com a realização de atividades pessoais
Intervenção com a criança• 9 sessões de 90’ cada, mãe presente• Confeccionar brinquedos• Estimular 5 áreas do desenvolvimento (Portage)• Brinquedos (materiais disponíveis em casa):
chocalho com garrafas PETs, massa de modelar caseira e brinquedos de encaixes com potes plásticos (como de Danone, Yakult, potes de sorvetes, xampu, etc.) também utilizados para brincadeiras de faz de conta
• Material não disponível em casa: revistas, panos de diferentes texturas, papel e giz de cera.
Resultados
• Melhora significativa no desenvolvimento global da criança(de 78,8% a 94,5% no comportamentos esperados para suafaixa etária)
• A mãe deixou de ser negligente e passou a estimular acriança (abandonando crença de que a criança nãoprecisava ser estimulada)
• Maior satisfação da mãe quanto ao seu papel, avaliando otemperamento da filha de forma mais positiva, resultandoem interações mais frequentes.
3. Conjugalidade e parentalidade na adolescência: uma proposta interventiva
(Maia, 2010).
• Estudo 1:
Objetivo: desenvolver, implementar e avaliar um programa direcionadoa pais de jovens adultos em que pelo menos um membro do casal tivessetido seu primeiro filho na adolescência e cujos primogênitos estivessemno final da primeira infância, sendo a intervenção focada noaprimoramento de habilidades parentais e conjugais.
• Estudo 2:
Objetivo: replicar o programa de intervenção para pais elaborado no Estudo 1 e avaliá-lo com pais adolescentes cujos filhos estivessem no início da primeira infância.
Participantes – Estudo 1
2 casais – 24 – 30 anos; 1ª. Gestação 17-22Escolaridade – todos haviam abandonado estudo
Casal A Casal B
Escolaridade Fundamental Incompleto
Médio Incompleto
Tempo de relacionamento
6,6 anos 8,6 anos
Filhos Menina – 7 anosMenino – 1 m
Menina – 6 anosMãe grávida – 3m
Participantes – Estudo 2
2 casais –15-18 anos; 1ª. Gestação 14-17Escolaridade – todos haviam abandonado estudo
Casal C Casal D
Escolaridade Fundamental Incompleto
Fundamental Incompleto
Tempo de relacionamento
1,6 anos 2,6 anos
Filhos Menina – 3 meses Menino – 3 meses
Múltiplos InstrumentosEstudo 1
•Roteiro de Entrevista com Pais (em 3 momentos)•Inventário de Habilidades Sociais Conjugais (Villa, 2005) •••• Inventário de Estilos Parentais (Gomide, 2003). •Inventário de Potencial de Abuso Infantil - CAP (Milner, 1994)• Registro Diário de Satisfação Parental•Registro Diário de Satisfação Conjugal
Estudo 2
• Entrevistas (2 momentos)•Registro Diário de Satisfação Parental•Registro Diário de Satisfação Conjugal
Medidas contínuas de satisfação conjugal e parental
Procedimentos para os dois estudos
� Aprovação do projeto pelo Comitê de Ética� Intervenção domiciliar, com 10 encontros semanais de cerca de 2 horas
cada, por três meses� Incluiu jogos e atividades recreativas utilizados para promover a
discussão sobre os temas principais : habilidades parentais e conjugais.� Intervenção aplicada pela pesquisadora e dois bolsistas (CNPQ)� Delineamento – poucos participantes, medidas contínuas
• A intervenção psicoterapêutica foi voltada para lidar com osaspectos emocionais associados ao histórico de gestação naadolescência, fatores relacionados a histórico de violência e aorelacionamento conjugal neste contexto, de forma a gerarautoconhecimento, melhorar a interação do casal e, assim,maximizar os aspectos educacionais sobre manejo decomportamento infantil
Temas das sessões
1 Avaliação Inicial e Apresentação do Programa
2 Integração Lúdica: O que é família
3 Crenças relacionadas ao papel parental
4 Estilos Parentais
5 Estilos Parentais
6 Interação positiva do casal
7 História do casal
8 Habilidades conjugais
9 Planos para o futuro e rede de apoio
10 Avaliação Final
Exemplos de jogos ou atividades• Jogo da Família (Faria, 1998)• Lista do que é ser um bom pai ou boa mãe• Jogo de Estilos Parentais• Jogo Reflexivo do Casal (Galano, 2005)• Linha do Tempo Familiar
Desempenho Geral dos Participantes no IEP
2530 30
37,53540
35
70
10
4050
70
0
25
50
75
100
Rosa Cravo Tulipa Lírio
Esc
ore
s dos
Par
tici
pan
tes
Pre-teste Pós-teste Follow-up
99
1
PARENTALIDADE
Aumento de escores de todos os participantes
após a intervenção
Elevados escores de Práticas Positivas(monitoria positiva e comportamento moral)
Elevados escores de Monitoria negativaRosa: Disciplina relaxada
ALGUNS RESULTADOS IMPORTANTESEstudo 1
Habilidades ConjugaisRosa: “ As vezes eu começo a gritar e o Cravo fala: Olha o que nóisaprendeu. Daí eu falo chantagista. E paro na hora”.
Desempenho Geral dos Participantes no IHSC
15 10
70 70
45
20
9590
35
15
75
60
0
25
50
75
100
Rosa Cravo Tulipa LírioE
sco
res
Pré-Teste Pós-Teste Follow-up
25
CONJUGALIDADE
Casal A: Conflitos Conjugais =Acordo
�História da famíliaHistória da famíliaHistória da famíliaHistória da famíliaHistórico de abuso de drogasHistórico de abuso de drogasHistórico de abuso de drogasHistórico de abuso de drogas
Abuso de álcool por CravoAbuso de álcool por CravoAbuso de álcool por CravoAbuso de álcool por Cravo
�Desempenho dos participantes no CAPDesempenho dos participantes no CAPDesempenho dos participantes no CAPDesempenho dos participantes no CAPCasal A: apresentou maior risco para abuso infantil
Sugere maior número de fatores de risco para abuso
�Boa mãe e bom paiBoa mãe e bom paiBoa mãe e bom paiBoa mãe e bom paiTodos vítimas de violência física (Tulipa denúncia ao CT)
Alta taxa de agressão verbal
Intervenção foi eficaz em aprimorar práticas educativas parentais e habilidades conjugais (IEP e IHSC)
Exemplos de resultados do estudo 2
• Dificuldade de Wendy em descrever o bom pai“Eu já apanhei também. Duro que meu pai me batiae eu dava risada, e ele batia forte mesmo, pai mebatia e eu ria e ria...”
• No geral: mães (avós) supervisão estressanteou como no caso de Margarida (disciplinainconsistente) – expulsa de casa gravidez
• Histórias de vidas marcadas por riscos intensos eapoio do parceiro
• Correlação positiva: autoavaliação como mãeinfluenciando autoavaliação como esposa
28
Mesmo participante: Papel Parental x Papel ConjugalMesmo participante: Papel Parental x Papel ConjugalMesmo participante: Papel Parental x Papel ConjugalMesmo participante: Papel Parental x Papel Conjugal
Algumas conclusões
• Dificuldade em selecionar participantes• Impulsividade da adolescência pode influenciar
negativamente o relacionamento conjugal• Muitos riscos envolvidos (gravidez não planejada,
violência familiar intergeracional, abuso de álcool nafamília de origem, histórico de infração e abuso dedrogas, pobreza e baixa escolaridade)
• Resultados favoráveis• Influência bilateral entre contexto parental e
conjugal• Após intervenção essas variáveis se tornaram mais
independentes
O que faríamos de novo?
• Intervenção na residência• Caráter lúdico da metodologia• Formação especializada da equipe• De acordo com diferentes vulnerabilidades,
planejamento de intervenções diferentes• Integração com rede de apoio disponível
4. Williams, Maia, Oliveira & Giusto, 2011
• Relatório encaminhado ao CNPq
• CAPACITAÇÃO DE PROFISSIONAIS DA REDE DE SAÚDE SOBRE PARENTALIDADE E CONJUGALIDADE NA ADOLESCÊNCIA
• Parceria com a Secretaria de Saúde de São José do Rio Preto, SP
Participantes
• 34 profissionais que atendem crianças e adolescentes no Município, sendo : Medicina (12), Enfermagem (7), Psicologia (5), Serviço Social (3), Farmácia (1) e Administração -Recursos Humanos (1), e (5) não informaram
• Local: Secretaria de Saúde• Procedimento:
▫ 7 encontros, 3 horas cada, vários recursos audi-visuais, entrega de Manual
Aula Temas
1 Adolescência, família, ciclo de vida familiar
2 A gravidez na adolescência, fatores de risco e vulnerabilidade, fatores de proteção e resiliência
3 Parentalidade, características da parentalidade na adolescência,práticas parentais inadequadas e maus-tratos infantis, consequencias para o desenvolvimento infantil, Síndrome do Bebê Sacudido
4 Práticas parentais adequadas, envolvimento paterno, estratégias educativas não coercitivas, consequencias para o desenvolvimento infantil
5 Conjugalidade, o jovem casal e a fase de aquisição, mitos familiares, conjugalidade na adolescência, violência no namoro e conjugal, habilidades conjugais
6 Aspectos relevantes no atendimento a pais adolescentes, exemplo de intervenção, condutas que facilitam a abordagem do adolescente
7 Importância da notificação de maus-tratos, o trabalho em rede, auto-cuidados para profissionais de saúde
Alguns resultados qualitativos• Boa adesão, nota média 9,13 (0-10)• Importante não só para vida profissional como para vida
familiar (maioria casada e com filhos)• Entrevista final: Ao serem questionados como
pretenderiam utilizar as informações do curso notrabalho, ex. de resposta: “com dedicaçãoe buscando alternativas novas” (ex: trazer os paisadolescentes, trabalhar o casal, ir nas escolas, e discutire trabalhar temas na equipe)
• Follow-up: Você tem utilizado em cotidianoprofissional as informações aprendidas nocurso?▫ 20 participantes assinalaram que sim▫ 6 não (3 não tinham no momento contato com tal
população)
www.ufscar.br/laprev
Projetos
Pais Adolescentes
Possibilidades de Intervenção a Pais
• Projeto Parceria
• ACT -
http://www.youtube.com/watch?v=8eSW88iR-mg
Recommended