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NA ENCRUZILHADA DAS LEITURAS E DOS

LEITORES

angelina maria pereira angelinaper@gmail.com www.bibliotecasemrede.blogspot.com

H2O

N2 O2 CO2

“Se a tua filha tem 9 anos, compra-lhe livros instrutivos e agradáveis: ensina-lhe línguas, geografia e princípios de história natural. De arte, só a música, e essa pouca e boa. A arte é um excitante poderosíssimo que transtorna e desequilibra uma organização melindrosa. Não se dá um poema a uma criança pelo mesmo motivo porque se lhe não dá uma garrafa de vinho ao jantar.” Guerra Junqueiro

“Eu pergunto a mim próprio o que é que em Portugal lêem as pobres crianças. Creio que se lhes dá Filinto Elísio, Garção ou outro qualquer desses mazorros sensaborões quando os infelizes mostram inclinação para a leitura.” Eça de Queirós

  A colecção Histórias foi inicialmente editada pela Livraria Bertrand e pela Editorial Íbis em 1958 e 1959, pretendendo constituir a biblioteca mais moderna, sugestiva e melhor seleccionada para a juventude. Subdividia-se curiosamente entre a Colecção para os Rapazes e a Colecção para as Raparigas, sendo que esta - sinal dos tempos - aparecia numa posição quase subalterna.

"Através do livro infantil podemos abrir a atenção das crianças, para o mundo em que estamos, para os seus problemas, para a sua realidade e para a sua beleza. Uma criança é uma criança não é uma pateta!” Sophia de Mello Breyner Andresen

ALGUMAS QUESTÕES…   Por que os clássicos vivem há séculos, apesar dos

leitores — e do contexto histórico — não serem os mesmos de quando foram escritos?

  Por que um mesmo livro não consegue agradar a todos os leitores?

  Por que alguns deles têm a estranha capacidade de nos encantar, de nos envolver, de nos fazer refletir e outros parecem falar uma língua estranha, à qual somos surdos?

  Por que alguns personagens convivem conosco como velhos conhecidos e outros nos chamam para lugares dos quais gostaríamos de fugir?

TALVEZ…   "Ocorre com alguns livros: abrem em nós uma

fenda que não nos permite esquecê-los. Não se trata exatamente dos melhores livros, mas daqueles que nos disparam uma flecha que, como o amor, como o amado, não atinge a todos igualmente. Não entesouramos o livro mais bem escrito, mas aquele que se aloja em nossa memória, continua nos questionando acerca de nós mesmos", nos conta a escritora argentina María Teresa Andruetto. Como iniciar, então, a difícil tarefa de escolher e sugerir livros que ofereçam aos leitores em formação a possibilidade de serem flechados pela literatura?

QUAL(AIS) O(S) MELHOR(ES) LIVRO(S)?

“Aí está uma coisa que vai merecer uma conversa muito comprida, você acha mesmo que existe uma fórmula? O que sei é que quando falamos de seleção de livros, ou melhor, da seleção de livros para leitura literária, na escola ou fora dela, não há cilada maior que estabelecer critérios na forma de receitas, ou de manuais, ou de dicas impessoais – como a lista dos livros mais vendidos, ou a dos mais adotados pelas escolas.” Márcia Leite

DEZ DICAS PARA A “FAZER” LEITORES   1. Todos os professores podem promover a leitura.

Não importa se a sua disciplina é ciências ou literatura. Pensa-se em geral que as atividades de leitura são de conteúdo exclusivo dos professores de línguas, mas não é assim. Em todas as disciplinas se lê e em todas elas existem livros maravilhosos a serem descobertos.

  2. Ampliar a ideia de leitor. Leitor é aquele que lê um romance, mas também aquele que lê um texto científico,banda desenhada, manga ou um jornal.

  3. Perguntar aaos seus alunos, todos os dias, se eles estão a ler alguma coisa. Talvez no início eles não se envolvam muito, mas se repetir a pergunta e aceitar as respostas, não importa o que digam que estão a ler, em breve poderá conseguir diálogos sobre o que leem. Não faça isto como se fosse uma atividade, mas como algo rápido e espontâneo.

  4. Não julgar o que eles leem. Valorizar o esforço e, acima de tudo, conheça e reconheça os interesses. Talvez você mesmo se anime a ler alguma coisa que eles estejam a gostar nesse momento.

  5. Compartilhar as suas leituras. Se estiver a ler um livro que lhe agrada, fale brevemente sobre isso. Compartilhar é uma das bases da promoção da leitura. Pode dar alguma explicação sobre os autores, o estilo ou o tema. Com isso estará afornecer pistas para que eles façam seus próprios comentários.

  6. Ler em voz alta em sala de aula. Um fragmento, um recorte de jornal, uma notícia relacionada à sua disciplina. Tudo é válido para despertar o gosto pela leitura. Incluir livros na prática diária significa que a leitura é algo natural, necessário e uma parte normal do dia.

  7. Sugerir livros. Se as suas aulas são de ciências, filosofia ou educação artística, procure de vez em quando um livro direcionado à idade de seus alunos. Uma biografia, um ensaio de divulgação, uma revista, um artigo.

  8. Comentar. Se gradualmente eles vão tomando coragem para discutir suas leituras, por que não escolher, de tempos em tempos, um livro entre aqueles que estão interessados em compartilhar?

  9. Aconselhar. Com os seus conselhos e com o interesse que você demonstra pelas leituras dos seus alunos, eles sentir-se-ão apreciados e você será mais do que o "professor" que ensina. Eles vão olhá-lo como alguém diferente e excepcional

  10. Incentivar. Em cada promoção, os seus alunos vão lembrar-se de si como uma pessoa dedicada e cheia de interesse. Não é isso também um objetivo da educação? Incentive-os a viver com paixão e entusiasmo. Será uma lição para a vida toda e eles a relacionarão diretamente com os livros.

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