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FORTALECENDO LAÇOS PARA O CONTROLE DO CÂNCER DE MAMA: AVANÇOS E DESAFIOS

Rio de Janeiro, 04 e 05 de outubro de 2012

INCA noOUTUBRO ROSA

Qual o estado da arte e perspectivas napesquisa epidemiológica em câncer de

mama no Brasil

Maria Teresa Bustamante Teixeira

Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva

2012

Câncer como problema de saúde pública

Pesquisa epidemiológica em câncer

Medidas epidemiológicas do câncer

Estudos de Análise de Sobrevida

Por que usar sobrevida?

Estudos brasileiros

Perspectivas

Sumário

Coleman, 2012

Controle do câncer: uma definição

Reduzir a incidência e a mortalidade por câncer; prolongar e melhorar a qualidade de vida dos doentes por meio de uma estratégia

integrada e coordenada, visando:Prevenção primáriaDetecção precoce

TratamentoReabilitação

Cuidados paliativos

Coleman, 2012

Estratégia Global da OMS para a

prevenção e controle

• Objetivos (programas globais ou nacionais)

• Vigilância das doenças não transmissíveis

• Prevenção por meio da redução de fatores de risco

• Acesso melhorado a cuidados essenciais de saúde

Registros de câncer são cruciais para os três objetivos

Coleman, 2012

Pesquisa epidemiológica em câncer

A pesquisa em câncer muito contribuiu para os avanços daepidemiologia.

Em 1926, o artigo publicado por Lane-Calypon queexplorava o papel de fatores reprodutivos na etiologia decâncer da mama, parece ter sido o primeiro estudo caso-controle documentado em câncer (Breslow; Day, 1980).

O desenvolvimento da epidemiologia moderna foi, emgrande parte, decorrente de pesquisas envolvendo ocâncer, em especial estudos que exploraram a relaçãoentre tabagismo e câncer.

Medida Definição Determinantes ______________________________________________________________________________ Incidência Nº. de casos novos/100.000 pessoas-ano Peso da exposição às causas Incidência Proporção de pessoas que desenvolveram Incidência acumulada câncer antes de uma idade definida Prevalência Proporção da população com câncer Incidência, prognóstico e

mortalidade por outras causas Sobrevida Proporção de pacientes com câncer História natural da doença sobreviventes por um tempo Estágio do diagnóstico específico após o diagnóstico Eficácia terapêutica Mortalidade No. de mortes/100.000 pessoas-ano ou Incidência No. absoluto de mortes/ano Prognóstico Anos de vida No. de anos perdidos entre idade da morte Incidência perdidos e idade esperada da morte (na ausência Idade do diagnóstico do câncer) Prognóstico ______________________________________________________________________________ Adaptado de: Lagiou, Adami e Trichopoulos, 2008.

As medidas epidemiológicas do câncer

Estudos de Análise de Sobrevida

▫ Considera-se sobrevida, o tempo desdea entrada do indivíduo no estudo (data dodiagnóstico) até a ocorrência do evento deinteresse (falha) ou até a censura (perda portempo de observação incompleto) na observação(Kleinbaum, 1995).

▫ Variável dependente de interesse é o tempodecorrido até o aparecimento de algum evento

▫ Variáveis independentes, preditoras ou fatores oque influencia a sobrevida

SOBREVIDA E FATORES ASSOCIADOS EM PACIENTES COM CÂNCER DE MAMA

� Por que usar estas medidas?

Mortalidade – análise da tendência dos coeficientespadronizados de mortalidade por todos os cânceres, constitui-seno melhor indicador para avaliar os resultados dos programas decontrole de câncer (Bailar III & Smith,1986).

Incidência - reflete com mais acurácia o risco de doença epermite maior controle do impacto das intervenções e de seusefeitos no controle dos fatores de risco.

As análises de tendência da incidência e as comparaçõesgeográficas permitem mapear riscos e estabelecer hipótesesetiológicas. Auxiliam no planejamento de programas deprevenção e tratamento.

SOBREVIDA E FATORES ASSOCIADOS EM PACIENTES COM CÂNCER DE MAMA

� Por que usar sobrevida?

As probabilidades de sobrevida refletem e avaliamos avanços diagnósticos e terapêuticos e, quandodesenvolvida com base populacional, contribuem nadescrição do comportamento da doença e dos fatoresprognósticos a ela relacionados.

As taxas de sobrevida podem ainda ser utilizadaspara estimar a eficiência global do sistema de saúde, quedepende não só da qualidade do cuidado prestado, mastambém da acessibilidade ao sistema de saúde e,conseqüentemente, à probabilidade de um diagnóstico etratamento precoces

SOBREVIDA E FATORES ASSOCIADOS EM PACIENTES COM CÂNCER DE MAMA

� No âmbito da atenção ao indivíduo

Os estudos etiológicos identificam fatores de risco esão úteis para esclarecer e incentivar hábitos saudáveisque contribuam para a queda da incidência do câncer.

Os estudos terapêuticos, prognósticos e de sobrevidapermitem ao profissional de saúde e ao paciente oncológicoconhecer o comportamento desta doença e obter respostaspara as dúvidas que os mobilizam, possibilitando umaabordagem realista e que proporcione maior qualidade devida aos indivíduos acometidos por esta doença.

SOBREVIDA E FATORES ASSOCIADOS EM PACIENTES COM CÂNCER DE MAMA

� Por que usar sobrevida?

Sobrevida permite avaliar a efetividade do tratamento do câncer e do progresso no controle do câncer.

É um indicador valioso para comparaçõesinternacionais no progresso contra o câncer, embora parte da variação identificadas nos estudospossa ser explicada pelas diferenças nacapacidade diagnóstica (case-finding) naspopulações participantes. (Coleman et al, 2008)

Estudos de Análise de SobrevidaHá dois tipos de estudos que podem utilizar o tempo como variável deinteresse:

Estudo experimental (ensaios clínicos controladosaleatorizados), indicado para avaliar formas detratamento.

Estudo observacional de coorte, cujos dados podemser obtidos pela coleta direta em prontuários médicos ouem bases de dados já existentes:

Registros hospitalares de câncer – RHC (233)

Registros de câncer de base populacional – RCBP (17)

Sobrevida de mulheres com câncer de mama

• Estudos com dados brasileiros (na BVS)

• Sobrevida câncer - todas as localizações – 115 estudos

• Sobrevida câncer de mama – 12 estudos

Coleman et al. (Koifman S; Silva GA) Cancer survival in five continents: a worldwide population-based study (CONCORD). Lancet Oncol; 9(8): 730-56, 2008.

1990-1994seguimento até dez 1999

Brasil= dados do RCBP de Goiânia (65,4%) e Campinas (36,6%)

58,4%

Autor Cidade Sobrevida Tipo de

estudo

Recrutame

nto dos

casos

Estimativa

de

sobrevida

Pereira,

2001

Belém Global – 5

anos

Coorte

hospitalar

1993-1995 61,00%

De Abreu,

2002

Goiânia Global – 5

anos

Base

populaciona

l

1988-1990 64,00%

Mendonça

et al , 2004

Rio de

Janeiro

Específica

– 5 anos

Coorte

hospitalar

1995-1996 75,00%

Eisenberg,

2004

Rio de

Janeiro

Global – 5

anos

Coorte

hospitalar

1992-1996 80,00%

De Moraes

et al , 2005

Bahia Global – 5

anos

Coorte

hospitalar

1992-2002 83,00%

De Moraes

et al , 2006

Rio

Grande

do Sul

Específica

– 5 anos

Coorte

hospitalar

1980-2000 87,70%

Cintra et al ,

2008

Juiz de

Fora

Específica

– 5 anos

Coorte

hospitalar

1998-2000 82,00%

Schneider

et al , 2009

Santa

Catarina

Global – 5

anos

Coorte

hospitalar

2000-2002 76,20%

Guerra et

al , 2009

Juiz de

Fora

Específica–

5 anos

Coorte

hospitalar

1998-2000 81,80%

Borges et

al , 2011

Vale do

Itajaí

Global – 5

anos

Coorte

hospitalar

2001-2004 84,70%

Cintra et al ,

2012

Juiz de

Fora

específica -

5 anos

Coorte

hospitalar

2009-2010 79,90%

Torres, LG Rio de

Janeiro

específica -

5 anos

Coorte

hospitalar

2000 >70

anos

32,90%

Estudos BrasileirosSobrevida por câncer de mama

Desafios• Recomendação 13

• Todo hospital que trata câncer de mama tenha Registro de Câncer em atividade.

• Qualificação dos Registros de Câncer: RHC e RCBP

• Apoio e incentivo à pesquisa em câncer

• Fortalecimento das parcerias ensino-serviço

• Aprimoramento das ações de vigilância

Referências

KLEINBAUM, D. G., 1995. Survival Analysis: A Self-Learning Text.New York: Springer

BUSTAMANTE-TEIXEIRA, Maria Teresa; FAERSTEIN, Eduardo; LATORRE, Maria do Rosário. Técnicas de análise de sobrevida. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 18, n. 3, jun. 2002 .

LANE-CLAYPO, JE. A further report on cancer of the breast with special referenceto its associated antecedent conditions. Report on Public Health andMedical Subjects 1926; 32, London, H. M. Stationery Office.

BRESLOW, NE, Day NE. Statistical Methods in Cancer Research, Vol. 1, The Analysis of Case-Control Studies IARC Scientific Publications No 32. Lyon: IARC; 1980.

BUSTAMANTE-TEIXEIRA, Maria Teresa et al. Sobrevida em pacientes com câncer gástrico em Campinas, São Paulo, Brasil. Cad. Saúde Pública, Ago 2006, vol.22, no.8, p.1611-1618. ISSN 0102-311X

COLEMAN, M. Registros de câncer do Reino Unido: o papel em vigilância e controle. Seminario: Os registros de câncer no Brasil e no mundo: perspectivas para o controle do câncer Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, 3 de agosto 2012

Universidade Federal de Juiz de Fora

Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva

mariateresa.bustamante@ufjf.edu.br

Obrigada!IN

Ca

Ou

tub

ro R

osa

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