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EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA JUSTIA
FEDERAL DA SUBSECO DA JUSTIA FEDERAL DA CIDADE DE SO
JOO DA BOA VISTA - ESTADO DE SO PAULO.
NOMES e qualificao (estamos entrando com 10 pessoas); todoseles,residentes nacidade de xxxxxxxxxxx, CEP. xxxxxxxxx, com fundamento na legislao vigente ecom suporte na pacfica jurisprudncia dos tribunais, por intermdio de seu advogado ebastante procuradores in fine assinados, vem, com acatamento e respeito, ilustrepresena de Vossa Excelncia, propor a presente vem, respeitosamente, pr seusprocuradores infra assinados, presena de Vossa Excelncia, propor a presente
AO ORDINRIA, contra:
CEF - CAIXA ECONMICA FEDERAL, CNPJ
00.360.305/0348-47, na pessoa de seu Superintendente Regional, com endereo nesta
cidade e Comarca de So Joo da Boa Vista, Estado de So Paulo, Pa. CEL. JOS
PIRES, 156, CEP 13.870-120, Centro.
PRELIMINARMENTE
Os requerentes pleiteiam os benefcios da JUSTIA GRATUITA, asseguradapela Lei pela Lei 1060/50, tendo em vista no poder arcar com as despesas processuais.Para tanto, faz juntada do documento necessrio - declarao de pobreza.
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I - DOS FATOS E FUNDAMENTOS JURDICOS.
Os Autores acima elencados possuem depsitos fundirios,
razo pela qual, tiveram perdas em seus depsitos fundirios desde o ano de 1991,
conforme veremos a seguir:
Entre 1991 e 2012, tudo que foi corrigido pela TR ficou
abaixo do ndice de inflao. Somente nos anos de 1992, 1994, 1995, 1996, 1997 e 1998,
a TR ficou acima dos ndices de inflao. Isso causou uma perda na conta do FGTS dos
autores.
Veja as perdas/ganhos anuais em relao ao INPC-IBGE.
Ano Diferena Ano Diferena
1991 -8,41% 2002 -10,40%
1992 0,57% 2003 -5,20%
1993 -0,56% 2004 -4,07%
1994 2,12% 2005 -2,11%
1995 7,90% 2006 -0,75%
1996 0,43% 2007 -3,53%
1997 5,22% 2008 -4,55%
1998 5,18% 2009 -3,27%
1999 -2,49% 2010 -5,43%
2000 -3,02% 2011 -4,59%
2001 -6,54% 2012 -5,56%
Sendo assim, os autores tem tido prejuzo, o qual deve ser
recomposto pelo Judicirio.
A partir do momento em que os depsitos fundirios tm
que ser corrigidos pela TR, evidente, que o debate em questo de suma importncia,
eis que refere-se a adequao da forma de correo dos saldos das contas vinculadas do
FGTS.
Esses saldos so provenientes dos depsitos mensais, em
valor correspondente a 8% do salrio, feitos em nome dos trabalhadores e constituem a
base da formao do patrimnio do Fundo. Tal debate considera, tambm, os resultados
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econmicos alcanados pelo Fundo, nos ltimos anos, atravs da aplicao de seus
recursos pela Caixa Econmica Federal-CEF e pelos demais rgos do Sistema
Financeiro de Habitao SFH, exclusivamente segundo critrios fixados pelo Conselho
Curador do FGTS CCFGTS
A correo mensal dos depsitos do FGTS compreende a
aplicao de duas taxas que correspondem a diferentes objetivos. Uma dessas taxas diz
respeito correo monetria dos depsitos nas contas vinculadas, atravs da
aplicao da Taxa Referencial TR, que o fator de atualizao do valor
monetrio, vigente desde 1991.A segunda refere-se valorizao do saldo do FGTS por
meio da capitalizao de juros taxa de 3% ao ano.
O Fundo de Garantia do Tempo de Servio (FGTS) pode ser
caracterizado como um tpico fundo parafiscal. Seus recursos tm origem na cobrana de
uma contribuio especfica, cumprem funes de seguro social e contribuem para o
financiamento de investimentos de cunho social nas reas de habitao, saneamento e
infraestrutura urbana.
Essa natureza dual do Fundo - formado por contas de
poupana individual dos trabalhadores e que serve de funding para financiamento em
investimentos especficos - determina as caractersticas de seu retorno financeiro.
De um lado, os cotistas titulares das contas individuais tm
seus saldos legalmente corrigidos pela TR acrescidos de 3% anuais. De outro lado, a
aplicao destes recursos no mercado financeiro e habitacional resulta em rendimentos
variveis, segundo as condies de mercado das aplicaes.
O FGTS foi criado em 1966, em substituio ao estatuto da
estabilidade decenal no emprego. Esse estatuto determinava que o trabalhador quecompletasse 10 anos no emprego tornava-se estvel, podendo ser demitido apenas por
motivo de justa causa aps confirmao de falta grave, por meio de inqurito
administrativo.
A legislao previa um carter opcional para o regime do
FGTS, tornando obrigatrio para as empresas o recolhimento, em conta vinculada ao
nome de cada trabalhador, optante ou no pelo novo regime, de percentual
correspondente a 8% sobre a remunerao mensal de cada empregado.
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Os depsitos do FGTS na conta dos trabalhadores estavam
sujeitos correo monetria, de acordo com a legislao especfica, e capitalizao de
juros, segundo faixas de tempo de servio do trabalhador. Neste aspecto, a legislao foi
mudada, j em 1971, sendo a capitalizao dos juros dos depsitos fixada na taxa de 3%
ao ano, para os novos trabalhadores.
Criado o FGTS, constitudo pelo conjunto das contas
vinculadas dos trabalhadores, a responsabilidade por geri-lo coube ao Banco Nacional da
Habilitao que tinha tambm como determinao legal assegurar a correo monetria e
os juros na aplicao dos recursos do FGTS.
As formas de correo dos depsitos vinculados ao FGTS
sofreram vrias mudanas ao longo dos anos.
Essa correo foi trimestral at 1969, semestral de 1969 a
1972, anual de 1972 a 1975, trimestral de 1975 a 1989 e, finalmente, mensal a partir de
1989. As correes trimestrais e semestrais dos saldos das contas foram extremamente
danosas, representando perdas significativas para os trabalhadores. Alm disso, nem
sempre os ndices utilizados para a correo dos saldos representavam a verdadeira
evoluo dos preos da economia. Tudo isso se constitua em confisco do patrimnio do
trabalhador, especialmente durante a segunda metade dos anos 80 e incio dos anos 90,
perodo de inflao muito elevada e de vrios planos de estabilizao, quando ocorreram
diversas mudanas nos critrios de clculo da inflao, que resultaram em expurgos de
parte da correo monetria devida sobre o saldo das contas vinculadas dos trabalhadores.
Em setembro de 2000, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a reposio de
68,90% dos expurgos ocorridos, relativos aos Planos Vero (16,65%) e Collor (44,80%),
nas contas existentes entre dezembro de 1988 a abril de 1990.Para alm da correo mensal, a partir de 1989, a nova lei
do FGTS mantm a determinao de que, sobre o saldo das contas vinculadas e de outros
recursos a ele incorporados, deveriam ser aplicados juros e correo monetria. Alm
disso, importante deciso referiu-se gesto tripartite do fundo, conforme o Art 3, cuja
redao atualizada :
O FGTS ser regido por normas e diretrizes estabelecidas por
um Conselho Curador composto por representao dos
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trabalhadores, empregadores e rgo de entidades
governamentais, na forma estabelecida pelo Poder Executivo.
A Taxa Referencial (TR) foi instituda na economia
brasileira no bojo da Lei N 8.177, de 31/03/1991 - que ficou conhecida como Plano
Collor II e teve como objetivo estabelecer regras para a desindexao da economia.
poca, foi extinto um conjunto de indexadores que corrigiam os valores de contratos,
fundos financeiros, fundos pblicos, bem como as dvidas com a Unio, entre outros.
Assim, foram extintos, a partir de 1 de fevereiro de 1991, o
Bnus do Tesouro Nacional (BTN) Fiscal, institudo pela Lei 7.799 de 10/07/89; o BTN
referente Lei 7.777, de 19/06/89; o Maior Valor de Referncia (MVR) e as demais
unidades de conta assemelhadas que so atualizadas, direta ou indiretamente, por ndice
de preo, conforme o artigo 3 da Lei em questo.
Simultaneamente, o artigo 4 determinou que a partir da
vigncia da medida provisria que deu origem a esta lei, a Fundao Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatstica deixar de calcular o ndice de Reajuste de Valores Fiscais
(IRVF) e o ndice da Cesta Bsica (ICB), mantido o clculo do ndice Nacional de Preos
ao Consumidor (INPC).
Alternativamente a estes indexadores extintos, o Banco
Central (Bacen) passou a ter a incumbncia de divulgar a Taxa Referencial (TR) sendo o
seu clculo referenciado na ...remunerao mensal mdia lquida de impostos, dos
depsitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos
mltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econmicas, ou dos ttulos
pblicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo
Conselho Monetrio Nacional, no prazo de 60 dias, e enviada ao conhecimento doSenado Federal.
A Lei determinou o prazo de 60 dias para o
desenvolvimento da metodologia do clculo da TR pelo Bacen. Durante este prazo, cabia
ao Bacen fixar e divulgar a TR para cada dia til. A nova orientao sobre os
mecanismos de correo indicava o rompimento com os ndices baseados em preos, com
os novos indicadores passando a ser elaborados a partir da remunerao dos ativos
financeiros praticados por instituies bancrias conforme previsto na nova metodologiade determinao da TR.
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Particular importncia teve a definio metodolgica de
criao de um Redutor aplicado no clculo para determinao da TR. A Resoluo n
1.805, de 27 de maro de 1991, fixa o redutor em 2,0% e explicita que: A TR para o dia
de referncia ser calculada deduzindo-se da mdia mvel ajustada das taxas os efeitos
decorrentes da tributao e da taxa real histrica de juros da economia, representados por
taxa bruta mensal... .
Desta forma, desde a sua origem, a frmula de clculo da
TR comporta um fator Redutor que arbitrado pelo Bacen.
No Grfico 1, observam-se as mdias anuais da relao das
TRs com as taxas bsicas financeiras (TBFs), no perodo de 1995 2012. Como se v, a
curva declinante, indicando a queda da TR em relao TBF. Este declnio vai se
acentuando com o passar do tempo, indicando que a TR aproximou-se de zero, em 2012.
Neste ano, em seis meses, observou-se uma TR igual a zero. Tambm at o momento, em
2013, todas as taxas mensais da TR foram zero, podendo assim permanecer no restante do
ano.
GRFICO 1
Relao entre TR e TBF mdia anual
Fonte: Bacen
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Elaborao DIEESE
O FGTS sofreu impactos negativos com a piora do mercado
de trabalho na dcada de 1990 e, de forma inversa, impactos positivos com a melhora
verificada no grande crescimento da gerao de postos de trabalho formais j na dcada
de 2000, especialmente aps 2003. Nos ltimos anos, a arrecadao e o saldo lquido do
fundo mantiveram trajetria ascendente em ritmo superior verificada para os saques
que, refletindo a alta rotatividade do mercado de trabalho, tambm cresceram em ritmo
elevado, ainda que inferior ao verificado para o aumento da arrecadao. Desde 2000, a
arrecadao lquida foi de R$ 116,5 bilhes. Esse resultado foi administrado a partir da
aplicao dos recursos do FGTS em aplicaes financeiras, especialmente ttulos
pblicos, que garantiram grande rentabilidade ao fundo; deram segurana ao
fornecimento de crdito habitacional subsidiado e facilitaram a obteno da recomposio
das perdas de inflao e os ganhos financeiros do fundo segundo as aplicaes de
mercado.
Por sua vez, o cenrio de queda das taxas de juros ps-1999
acabou afetando diretamente a variao da TR. Isso teve impacto direto sobre a
rentabilidade do fundo e, por outro lado, afetou tambm a remunerao dos cotistas. Se a
composio da remunerao atual das contas vinculadas do FGTS de 3% (a ttulo de
capitalizao) acumulada variao da TR (correo monetria), o movimento de queda
da taxa de juros e as modificaes na frmula do clculo da TR afetam negativamente a
taxa, o que impacta tambm negativamente a remunerao das contas vinculadas do
FGTS.O perodo ps-1999 um marco importante no que diz
respeito TR, porque no campo macroeconmico houve o fim do regime de cmbio
administrado e a adoo da taxa de cmbio flutuante. Essa alterao tem impacto nas
taxas de juros (e por consequncia na TR) porque, com o fim da necessidade de
defender a taxa de cmbio pr-determinada pela equipe econmica, houve uma reduo
importante no patamar da taxa de juros Selic (a taxa bsica da economia brasileira).
Assim, se consideradas as taxas mensais anualizadas daSelic que nos anos de 1998 e 1999 foram de 25,6% e 23,0%, respectivamente em
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2000 houve reduo para 16,2%, e a partir da, diminuiu progressivamente at atingir
8,2% em 2012, ou seja, menos de um tero do percentual de 1998. O Grfico 2 mostra
esse comportamento.
GRFICO 2
Taxa Over/Selic: Taxa anualizada com o valor acumulado das taxas mensais
Brasil, 1995 a 2012, em % ao ano.
Fonte: Bacen, Ipeadata
Elaborao: DIEESE
Alm de a queda da taxa Selic resultar na diminuio de um
dos principais componentes da TR - a Taxa Bsica Financeira (TBF) -, outro elemento do
clculo da TR, o Redutor - mecanismo utilizado na frmula de clculo da taxa referencial
para diminuir os percentuais resultantes da TBF foi utilizado sequencialmente pelo
Bacen para ajustar a TR aos juros bsicos da economia, afetando diretamente o
rendimentos dos cotistas.
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Apesar de um escalonamento realizado em um dos itens que
compem o Redutor da TR, segundo a resoluo n 3.550/2008 e circular 3.455/2009,
ambos do Banco Central, seu impacto no resolveu, de forma adequada, a correo
monetria da TR. Isso porque a modificao nesse Redutor no foi na mesma proporo
da queda verificada na taxa de juros Selic e, portanto, na TBF, que diretamente
impactada por essa taxa bsica da economia brasileira. Tanto assim que, a partir de 2008,
o Banco Central estipulou uma medida indicando que mesmo que o clculo da TR
apresentasse valores negativos, no resultado deveria ser considerado o valor de 0%., ou
seja, correo monetria nula.
As perdas, porm, devem ser contextualizadas em relao
ao fato de o prprio BC admitir que a frmula de clculo da TR (que tambm utilizada
para a poupana) pode ser revista em qualquer momento. Alm disso, devido a questes
macroeconmicas mais amplas, o BC pode precisar alterar o rendimento das poupanas
(como o FGTS, no caso uma poupana compulsria) devido gesto da dvida pblica
e atratividade dos ativos financeiros em um cenrio de queda do patamar de taxas de
juros, como ocorrido recentemente. Portanto, supondo-se que o patamar das taxas de
juros mantenha-se como o atual, ser necessrio optar dentre algumas medidas:
Modificar o redutor ou a frmula de clculo da TR; ou Eleger outra forma de atualizao dos saldos do FGTS, a
qual deve possibilitar sua valorizao, ao mesmo tempo em que continue sendo
importante fundo para a execuo das polticas habitacionais do pas, permitindo
o acesso a crdito subsidiado pela populao.
No grfico 3, possvel notar a relao nas trajetrias das
taxas Selic, TBF e TR, desde 1996: aumentos ou redues da taxa Selic interferem
diretamente nas outras duas taxas em questo.
Como j foi dito, a reduo na Taxa Selic, teve impacto na
Taxa Bsica Financeira (TBF), que sofreu reduo, e que, por sua vez, impactou a TR
que, consequentemente, tambm apresentou queda.
GRFICO 3
Variao acumulada no ano da TR, TBF e Taxa Selic,1996-2013
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Fonte: IBGE, Bacen
Elaborao: DIEESE, 2013
No Grfico 4 possvel visualizar melhor esse cenrio. Em
1996, a TR ficou em 9,59%, e ainda remunerava as contas do FGTS considerando em
patamar suficiente para cobrir a inflao do perodo; mas a partir de 2000 - portanto, na
seqncia da mudana na poltica cambial que teve reflexos sobre a reduo da taxa dejuros - que a TR comea uma trajetria de percentuais bastante baixos. Em 2000, o
percentual ficou em 2,10%, chegando em 2012 a uma taxa de 0,29% e de 0,0% em 2013.
Nesse perodo a partir de 2000, o nico ano que apresentou um percentual acima da
mdia foi 2004 (4,65%).
Apesar de esse perodo registrar, na maior parte dos anos,
ndices de inflao baixos (exceo para os anos de 2001, 2002 e 2003), como a TR
apresentou patamares muito baixos, a diferena entre essas taxas, como se pode constatar
no Grfico 4, apresenta nmeros negativos desde 1999. Ou seja, a TR no conseguiu
recompor a inflao nos saldos das contas vinculadas do FGTS, que acumularam perdas
de 1999 a 2013 de 48,3%.
GRFICO 4
Diferena da TR e do INPC, 1991-2013
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Fonte: IBGE, Bacen
Elaborao: DIEESE, 2013
Nos ltimos 18 anos, apenas de 1995 a 1998 a variao
anual da TR superou a variao do INPC. Nos anos seguintes, a TR superada pelo
INPC, com destaque para 2003, quando a diferena foi maior que 10%, como mostra
Grfico 4.
Quando se compara a evoluo da TR, da TR acrescida de
3% e do INPC, entre 1995 e 2012, constata-se que a remunerao das contas do FGTS s
no fica abaixo da inflao por conta do acrscimo do percentual de 3% a ttulo de
capitalizao. Entretanto, aps 1999, quando o INPC passa a superar a TR, a diferena
cumulativa entre as taxas cresceu tanto que, mesmo considerando o acrscimo dos juros
capitalizados, a correo acumulada das contas vinculadas torna-se inferior inflao
acumulada em igual perodo
GRFICO 4
INPC,TR e TR+3%. 1995-2012
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Fonte: IBGE, Bacen
Elaborao: DIEESE, 2013
O desempenho da economia, desde a dcada passada,
refletiu-se positivamente no mercado de trabalho brasileiro. So diversos os indicadores
que revelam essa situao de melhoria, pois houve um significativo crescimento do
emprego; aumento real do salrio mdio da economia; recuperao do poder de compra
do salrio mnimo; aumento da formalizao do emprego, entre outros fatores.
O ambiente de crescimento econmico tambm surtiu efeito
positivo sobre o desempenho do FGTS, devido vinculao direta de sua arrecadao
com o emprego formalizado e o nvel dos rendimentos da economia. No tocante aos
valores da arrecadao bruta do FGTS, observa-se que ela quase dobra quando se
compara o resultado de 2012 e 1999, anos em que corresponderam a R$ 83,03 bilhes eR$ 42,02 bilhes. Por sua vez, os saques, nestes mesmos anos, cresceram 53%,
correspondendo a R$ 65,05 bilhes e R$ 42,54 bilhes. Observe-se que o valor do saque,
em 1999, supera um pouco o valor da arrecadao, indicando um resultado lquido
negativo no ano.
Conforme se v no Grfico 6, nos anos de 1997 e 1998,
estes resultados tambm foram negativos. A partir de 2000, a arrecadao lquida torna-se
positiva e crescente representando um indicador positivo do desempenho do FGTS.
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GRFICO 6
Evoluo da arrecadao Real do FGTS (R$ bilhes de 2012)
O significativo desempenho financeiro do FGTS tambm
pode ser visto atravs da evoluo do Patrimnio Lquido registrado no perodo de 1999 a
2012, como mostra o Quadro 1, no qual se observa que o crescimento apresentado em seuvalor real, que foi de 164% , no perodo.
QUADRO 1
FGTS: Patrimnio Lquido(*)
Anos Patrimnio Liquido
1999 17,72
2000 19,65
2001 18,86
2002 19,03
2003 23,12
2004 26,64
2005 28,70
2006 30,00
2007 30,72
2008 35,20
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2009 36,81
2010 40,74
2011 43,45
2012 46,79
Fonte: FGTS
Elaborao DIEESE
Nota: (*) em reais 2012-IPCA
Com base em estudo elaborado pela Consultoria Legislativa
do Senado, valendo-se de informaes fornecidas pela CEF possvel confrontar o
retorno recebido pelo FGTS e retorno pago aos cotistas, entre 2000 e 2011 (Quadro 2).
No quadro 2, ficam evidentes as diferenas entre o retorno
das aplicaes do FGTS, e o retorno dos cotistas indicando claramente que h uma forte
discrepncia entre o rendimento do Fundo e o rendimento dos cotistas. Ou seja, o
rendimento das aplicaes dos recursos do fundo bem superior ao rendimento pago aos
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titulares do fundo. Alm disso, o quadro mostra tambm que o rendimento dos cotistas
(Juros +TR) tem sido inferior inflao no perodo.
Conforme se observou nos argumentos desta Nota Tcnica,
o FGTS um fundo tipicamente parafiscal, formado por contas de poupana individual
dos trabalhadores e funding para financiamento de investimentos em atividades
especficas: habitao, saneamento e infra estrutura urbana.
Desde a sua origem, houve previso legal de correo de
seus valores, com garantia da atualizao monetria e a capitalizao de juros base de
3% ao ano.
Em 1989, a correo do FGTS passa a ser mensal. Em 1 de
maro de 1991, no mbito de medidas econmicas voltadas para a desindexao da
economia a correo monetria do FGTS foi atrelada Taxa Referencial (TR), um novo
indexador criado com base nos juros bsicos da economia, com o objetivo de romper com
os indexadores baseados na evoluo dos preos.
Coube ao Banco Central fixar a TR, enquanto no foi
aprovada a metodologia para o clculo dela. Em 27 de maro, o Bacen editou resoluo
que deveria ser enviada ao conhecimento do Senado Federal. Nesta metodologia, havia
a previso de um redutor (R.) na frmula de clculo da TR.
Devido s elevadssimas taxas de juros praticadas,
sobretudo at 1998, as taxas fixadas para a TR ficaram prximas ou superaram os
indicadores tradicionais de inflao. A partir de 1998, o que se observa o crescente
distanciamento da TR quando comparado ao INPC. Essa tendncia deveu-se, por um
lado, queda da taxa de juros da economia, e, por outro, aos critrios implcitos na
definio do Redutor constante da metodologia de clculo da TR.O desempenho do FGTS tem se mostrado crescente nos
ltimos anos, beneficiando-se da conjuntura econmica que tem como marca um
expressivo crescimento do emprego formalizado e do rendimento mdio da populao.
Tambm, as aplicaes do fundo tm apresentado resultados superiores aos destinados
aos cotistas, bem como tm suplantado os resultados do INPC, na ltima dcada.
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Cabe aqui, na concluso recuperar uma colocao feita no
decorrer deste estudo, afirmando que, supondo-se que o patamar das taxas de juros
mantenha-se como o atual, ser necessrio optar por algumas medidas:
Modificar o redutor ou a frmula de clculo da TR ou Eleger outra forma de atualizao dos saldos do FGTS que
possibilite sua valorizao, ao mesmo tempo em que continue a ser um
importante fundo para a execuo das polticas habitacionais do pas, com acesso
crdito subsidiado pela populao.
Por ltimo, cabe ressaltar que o FGTS o principal funding
de recursos para a poltica habitacional. Assim, seus recursos tm o importante papel
social de combater o dficit habitacional e de saneamento do pas, cabendo aos
trabalhadores que integram o CCFGTS priorizar as aplicaes dos recursos do Fundo
para uma permanente e efetiva poltica de habitao popular.
posicionamento consolidado no STF de que a TR no
serve como correo monetria.
Ao julgar um caso de um credor do Instituto Nacional de
Seguro Social (INSS), em maio/2013, a ministra Crmen Lcia reafirmou a posio da
Corte de que a Taxa Referencial (TR) - que remunera a poupana - no serve para
recompor a perda inflacionria da moeda.
DECISO RECURSO EXTRAORDINRIO. CONSTITUCIONAL. NDICE
OFICIAL DE REMUNERAO BSICA DA CADERNETA DE
POUPANA: INCONSTITUCIONALIDADE DA EXPRESSO.
ACRDO RECORRIDO DISSONANTE DA JURISPRUDNCIA DO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. NDICE DE CORREOMONETRIA: OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. RECURSO
PARCIALMENTE PROVIDO. Relatrio 1. Recurso extraordinrio interposto
com base na alnea a do inc. III do art. 102 da Constituio da Repblica
contra julgado do Tribunal Regional Federal da 4 Regio, que decidiu:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDENCIRIO. EXECUO.
PRECATRIO/RPV COMPLEMENTAR. EC N. 62/2009. ART. 100, 12, DA
CF. CONSTITUCIONALIDADE. INCIDNCIA IMEDIATA. 1. O 12 doartigo 100 da Constituio Federal, introduzido pela EC n. 62, de 09/11/2009
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(publicada em 10/12/2009), tem aplicao imediata aos feitos de natureza
previdenciria, sendo constitucional. 2. Entendimento firmado no sentido de
que a TR mostra-se vlida como ndice de correo monetria. 3. Nada impede
o legislador constitucional ou infraconstitucional de dispor sobre correo
monetria e taxa de juros e, em se tratando de relao de direito pblico, no
h bice a incidncia imediata da lei, desde que respeitado perodo anterior
vigncia da nova norma (vedao retroatividade), pois no existe direito
adquirido a regime jurdico (fl. 68). 2. O Agravante alega que o Tribunal a
quo teria contrariado os arts. 1, inc. III, 5, caput e incs. XXII, XXXVI, e 37,
caput, da Constituio da Repblica. Argumenta que: A EC n. 62/2009, em
seu art. 1, 12, instituiu que A partir da promulgao desta Emenda
Constitucional, a atualizao de valores de requisitrios , aps sua expedio,
at o efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, ser feita pelo
ndice oficial de remunerao bsica da caderneta de poupana, e, para fins
de compensao da mora, incidiro juros simples no mesmo percentual de
juros indecentes sobre a caderneta de poupana, ficando excluda a incidncia
de juros compensatrios. Como se sabe, o ndice de remunerao bsico da
poupana a Taxa Referencial TR, ndice controlado pelo Estado, e
utilizado como instrumento de controle da economia vide os sucessivos
ndices mensais zerados, a fim de controle de aporte de capital nas poupanas.
Tanto a TR no se presta como ndice de correo monetria, que o STF j
decidiu nesse sentido: A taxa referencial (TR) no ndice de correo
monetria (...) no constitui ndice que reflita a variao do poder aquisitivo
da moeda (ADI 493-0/DF, Relator Min. Moreira Alves, Plenrio, DJ4.9.1992). (...) Assim sendo, texto to danoso ao cidado no poder ser
tolerado pelo Judicirio, merecendo a declarao de inconstitucionalidade do
12 do artigo 100 da Constituio Federal, adicionado pela EC n. 62/2009.
(...) Assim, declarada a inconstitucionalidade do ndice aplicado ao precatrio
pago nos autos, deve ser tomado como vigente e aplicado ao caso concreto o
ndice IPCA-E (fls. 72-73). Apreciada a matria trazida na espcie, DECIDO.
3. Razo jurdica assiste, em parte, ao Recorrente. O Desembargador Relatorno Tribunal Regional Federal da 4 Regio afirmou: Quando da anlise do
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pedido de efeito suspensivo, foi proferida a seguinte deciso: (...) Firmou-se
na 3 Seo deste Tribunal o entendimento de que a Lei n. 11.960, de
29/06/2009 (publicada em 30/06/2009), que alterou o art. 1-F da Lei n.
9.494/97, determinando a incidncia nos dbitos da Fazenda Pblica, para
fins de atualizao monetria, remunerao do capital e compensao da
mora, uma nica vez, at o efetivo pagamento, dos ndices oficiais de
remunerao bsica e juros da caderneta de poupana, aplica-se
imediatamente aos feitos de natureza previdenciria, sendo constitucional.
No h razo para tratamento diferenciado em relao ao 12 do artigo 100
da Constituio Federal, introduzido pela EC n. 62, de 09/11/2009 (publicada
em 10/12/2009), que trata especificamente da situao a atualizao de valores
de requisitrios, aps sua expedio, at o efetivo pagamento. A Taxa
Referencial, segundo entendeu o Superior Tribunal de Justia, pode ser
utilizada como ndice de correo monetria. O que no se mostra possvel
sua substituio em pactos j firmados, de modo a violar o direito adquirido e
o ato jurdico perfeito. A Smula n. 295 do Superior Tribunal de Justia, a
propsito, enuncia: A Taxa Referencial (TR) indexador vlido para
contratos posteriores Lei n. 8.177/91, desde que pactuada. Colhe-se da
jurisprudncia desta Corte: (...). A situao dos autos um pouco diversa, pois
se discute sobre a incidncia imediata de norma que disps sobre os
acrscimos aplicveis aos dbitos previdencirios. Apropriada, contudo, a
aplicao do entendimento de que a TR mostra-se vlida como ndice de
correo monetria. Por outro lado, nada impede o legislador constitucional
ou infraconstitucional de dispor sobre correo monetria e taxa de juros. Emse tratando de relao de direito pblico, nada obsta a incidncia imediata da
lei, desde que respeitado perodo anterior vigncia da nova norma (vedao
retroatividade), pois no existe direito adquirido a regime jurdico. Assim,
tratando-se de norma nova que disps, para o futuro, sobre os acrscimos
aplicveis a crditos previdencirios, no se cogita de violao clusula
constitucional que assegura o direito de propriedade (art. 5, XXII, CF), ou
mesmo quela que protege o direito adquirido e o ato jurdico perfeito (art. 5,XXXVI, CF). Como no se cogita de violao do princpio da isonomia, certo
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que situaes dspares podem receber tratamento diferenciado, de modo que a
utilizao de indexadores diversos, mas idneos, para atualizao de crditos
de naturezas diversas, no contraria o artigo 5, caput, da Constituio
Federal. Da mesma forma, como a norma produz efeitos para o futuro, no
est a ofender a coisa julgada (art. 5, inciso XXXVI CF), certo que a coisa
julgada somente incide em relao s situaes especificamente na deciso
judicial, de modo que a definio do ndice de correo monetria referente a
perodo posterior no est forrada ao advento de mudana normativa.
Consigno, por fim, que a norma que validamente dispe sobre os acrscimos
aplicveis a dbito do poder pblico evidentemente no est a violar os
princpios da moralidade e da eficincia (art. 37 da CF). Oportuna a
referncia a precedentes do Superior Tribunal de Justia: (...). Segue em
sentido assemelhado precedente do Supremo Tribunal Federal que espelha a
posio daquela Corte: Agravo regimental em agravo de instrumento. 2.
Execuo contra a Fazenda Pblica. Juros de mora. Art. 1-F da Lei n.
9.494/97, com redao dada pela MP n. 2.180-35/2001. 3. Entendimento
pacfico desta Corte no sentido de que a MP n. 2.180-35/2001 tem natureza
processual. Aplicao imediata aos processos em curso. 4. Agravo regimental
a que se nega provimento (AgR no AI n. 776.497. Relator: Min. GILMAR
MENDES Julgamento: 15/02/2011. rgo Julgador: Segunda Turma STF).
Diante de todo o exposto, defiro o pedido de efeito suspensivo. No havendo
novos elementos a ensejar a alterao do entendimento acima esboado, deve
o mesmo ser mantido por seus prprios fundamentos, dada a sua adequao
ao caso concreto (fls. 66-67 v. - grifos nossos). O acrdo recorrido destoa dajurisprudncia deste Supremo Tribunal, que declarou a inconstitucionalidade
da expresso ndice oficial de remunerao bsica da caderneta de
poupana, constante do 12 do art. 100 da Constituio da Repblica
(acrescentado pela Emenda Constitucional n. 62/2009): o Tribunal julgou
procedente a ao para declarar a inconstitucionalidade da expresso na data
de expedio do precatrio, contida no 2; os 9 e 10; e das expresses
ndice oficial de remunerao bsica da caderneta de poupana eindependentemente de sua natureza, constantes do 12, todos dispositivos do
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art. 100 da CF, com a redao dada pela EC n. 62/2009, vencidos os Ministros
Gilmar Mendes, Teori Zavascki e Dias Toffoli. Votou o Presidente, Ministro
Joaquim Barbosa (ADI 4.357, Relator o Ministro Luiz Fux, Plenrio, DJe n.
59/2013, de 2.4.2013 grifos nossos). 4. Quanto determinao do ndice a
ser aplicado na correo monetria do precatrio, trata-se de matria a ser
decidida com base em norma infralegal (Resoluo n. 122/2010 do Conselho
da Justia Federal), no afeta a este Supremo Tribunal: AGRAVO
REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINRIO. TRIBUTRIO.
PRECATRIO. ATUALIZAO. NDICE DE CORREO. A
REPERCUSSO GERAL NO DISPENSA O PREENCHIMENTO DOS
DEMAIS REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE DOS RECURSOS. ART.
323 DO RISTF C.C. ART. 102, III, 3, DA CONSTITUIO FEDERAL.
MATRIA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA REFLEXA. REEXAME
DE MATRIA FTICO-PROBATRIA. IMPOSSIBILIDADE. SMULA N.
279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. INVIABILIDADE DO
RECURSO EXTRAORDINRIO. (...). 3. Deveras, entendimento diverso do
adotado pelo acrdo recorrido como deseja o recorrente quanto ao ndice
de correo monetria adequado para a atualizao do valor do presente
precatrio, demandaria a anlise da legislao infraconstitucional que
disciplina a espcie (Resoluo n. 115/2010, do CNJ), bem como o reexame do
contexto ftico-probatrio engendrado nos autos, o que inviabiliza o
extraordinrio, a teor do Enunciado da Smula n. 279 do Supremo Tribunal
Federal, que interdita a esta Corte, em sede de recurso extraordinrio, sindicar
matria ftica, verbis: (...). (Precedentes: RE n 404.801-AgR, Relator oMinistro Cezar Peluso, 1 Turma, Dj de 04.03.05; AI n. 466.584-AgR, Relator
o Ministro Nelson Jobim, 2 Turma, DJ de 21.05.04, entre outros). 4. In
casu, o acrdo originariamente recorrido assentou: AGRAVO DE
INSTRUMENTO PRECATRIO NO INCIDNCIA DE JUROS DE
MORA INTELIGNCIA DA SMULA 17, DO STF ATUALIZAO
NDICE DE REMUNERAO DA CADERNETA DE POUPANA
RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. 1) vedada a incidncia de jurosno clculo da atualizao dos valores de precatrios, exceto se houver mora no
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seu pagamento (STF: Smula Vinculante n. 17). 2) Aps o advento da emenda
Constitucional n. 62/2009, a atualizao de valores de precatrios, aps sua
expedio, at o efetivo pagamento, independentemente de sua natureza,
passou a ser feita pelo ndice oficial de remunerao bsica da caderneta de
poupana (CF/88: art. 100, 12). 3) Recurso conhecido e parcialmente
provido. 5. Agravo regimental a que se nega provimento (RE 684.571-AgR,
Relator o Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 30.10.2012 grifos
nossos). 5. Pelo exposto, dou parcial provimento a este recurso extraordinrio
(art. 557, 1-A, do Cdigo de Processo Civil e art. 21, 2, do Regimento
Interno do Supremo Tribunal Federal) para reafirmar a inconstitucionalidade
da expresso ndice oficial de remunerao bsica da caderneta de
poupana, constante do 12 do art. 100 da Constituio da Repblica e
determinar que o Tribunal de origem julgue como de direito quanto
aplicao de outro ndice que no a taxa referencial (TR). Publique-se.
Braslia, 13 de junho de 2013. Ministra CRMEN LCIA Relatora
(RE 747706, Relator(a): Min. CRMEN LCIA, julgado em 13/06/2013,
publicado em DJe-124 DIVULG 27/06/2013 PUBLIC 28/06/2013)
No dia 27 de maio, o ministro Castro Meira, do STJ,
proferiu deciso semelhante, favorvel a uma credora da Unio que teve a indenizao
reconhecida pela Justia por violao de direitos fundamentais. E foi alm: determinou a
aplicao do IPCA para atualizar o valor dos precatrios. A Unio recorreu da deciso
alegando que a deciso do Supremo ainda no havia sido publicada. No dia 26 de junho, a1 Seo do STJ rejeitou o recurso.
EXECUO EM MANDADO DE SEGURANA N 11.761 - DF
(2008/0132683-2)
RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE DA PRIMEIRA SEO
EXEQUENTE : HELIANA CALMON DOS REIS INCIO DE SOUZA
ADVOGADO : MARCELO PIRES TORREO E OUTRO(S)EXECUTADO : UNIO
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DECISO
A Coordenadoria de Execuo Judicial-CEJU prestou a seguinte
informao:
Transitada em julgado a deciso que homologou os clculos apresentados pela
Unio nos embargos execuo e remetidos os autos a esta Unidade,
conforme deciso de fl. 124 dos embargos, procedeu-se atualizao da conta
de liquidao.
Apurou-se como devido exequente, em abril/2013, o valor de R$ 971.061,57
(novecentos e setenta e um mil, sessenta e um reais e cinquenta e sete
centavos), conforme demonstrado na planilha anexa.
No clculo do quantum debeatur foram mantidos os critrios empregados na
conta elaborada pela Unio e homologada na deciso de fls. 40-43 dos
embargos, quais sejam:
" Incidncia de juros de mora no percentual de 0,5% ao ms, at
o trnsito em julgado dos embargos, ocorrido em agosto/2011;
" Correo monetria pelo IPCA-E/IBGE.
Destaque-se que estendeu-se a utilizao do IPCA-E para atualizao da conta
at a data corrente, tendo em vista ter sido esse o ndice empregado na conta
homologada e, ainda, porque o Supremo Tribunal Federal, no julgamento da
ADI 4357, acrdo pendente de publicao, julgou parcialmente
inconstitucional o 12 no tocante s expresses "ndice oficial de
remunerao bsica da caderneta de poupana" e "independentemente de sua
natureza" e, por arrastamento, essas mesmas expresses constantes no art. 1-
F da lei n. 9.494/1997, alterado pelo art. 5 da lei n. 11.960/2009 (Ata n 5, de14/3/2013, publicada no DJe n. 59, de 1/4/2013), excluindo, desse modo, a
Taxa Referencial - TR como fator de atualizao das condenaes impostas
Fazenda Pblica.
Registre-se, ainda, que nessa ADI tambm foi declarada a
inconstitucionalidade dos 9 e 10 do art. 100 da Constituio Federal, que
tratam da compensao de dbitos dos beneficirios de precatrios junto
Fazenda Pblica devedora.
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Diante do exposto, submetemos estes autos considerao de Vossa
Excelncia com a proposio de que sejam intimadas as partes para se
manifestarem sobre o clculo atualizado por esta Unidade para expedio do
respectivo precatrio (e-STJ fl. 343).
Instadas, as partes manifestaram-se. A exequente aprovou os clculos (e-STJ
fl. 352), enquanto a Unio discordou no ponto em que "foi considerada a
variao do IPCA-e para correo monetria para todo o perodo quanto o
correto seria aplicar a variao da TR a partir de julho de 2009, nos termos da
Lei 11.960/2009 e Manual de Clculos da Justia Federal" (e-STJ fl. 355).
o relatrio. Decido.
Corretos so os clculos apresentados pela CEJU, porquanto, alm de ter sido
o IPCA-E o ndice empregado na conta homologada, olvida-se a Unio de que
o Supremo Tribunal Federal, na ADI 4.357/DF, em 14.3.2013, declarou a
inconstitucionalidade, por arrasto, das expresses "independentemente de sua
natureza" (para efeito de correo monetria) e "ndices oficiais de
remunerao bsica", contidos no art. 1 F da Lei 9.494/97, com a redao da
Lei 11.960/2009.
Significa dizer que, no tocante correo monetria, mesmo a partir de
julho/2009, continuar sendo adotado o IPCA-E/IBGE, e no mais o ndice
previsto no Manual de Orientao de Procedimentos para os Clculos na
Justia Federal.
Ante o exposto, expea o precatrio nos termos da planilha de clculos
elaborada pela CEJU s e-STJ fls. 343-344.
Publique-se. Intime-se.Braslia, 27 de maio de 2013.
Ministro Castro Meira
Presidente da Seo
(Ministro CASTRO MEIRA, 31/05/2013)
Sendo assim, Excelncia, pacfico nos Tribunais
Superiores que no se aplica a TR como ndice de correo, razo pela qual todos os
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depsitos fundirios dos autores, desde 1991, devem ter uma correo que recomponha,
ao mnimo, a perda da inflao.
No presente caso esto sendo juntados extratos, contudo, o
Egrgio Tribunal Federal de Recursos, j se manifestou sobre a desnecessidade da
juntada dos extratos fundirios em ao de conhecimento, visto no tratar-se de
documento indispensvel, seno vejamos:
FGTS - AO PARA CORREO DE SALDOS - INSTRUO -
APRESENTAO DE EXTRATOS - DESNECESSIDADE.
Processual civil - FGTS - estratos - instruo da inicial -
desnecessidade. 1. Os extratos das contas vinculadas ao FGTS no se
afiguram como documento essenciais ao julgamento de demanda que
versa sobre a definio de qual ndice deve ser aplicado para a correo
monetria do saldo das referidas contas. 2. Tais documentos tero
utilidade apenas no momento da liquidao de eventual sentena
procedente. 3. Apelo provido, sentena reformada.
(Ac. Un da 2 T do TRF da 3R - AC 96.03.98699-2 - Rel. Juza Silvia
Steiner - j 18.03.97 - Aptes Jazon Correia de Santana e outros, Apdas
Caixa Econmica Federal e outra - DJU 2 02.04.97, p. 19.553 - ementa
oficial.
No de outra maneira que entende o Colendo Superior
Tribunal de Justia:
FGTS - AO PARA CORREO DE SALDOS - INSTRUO -
EXTRATOS - REQUISIO JUDICIAL - POSSIBILIDADE.
Processual civil - FGTS - Requisio de extratos -
Possibilidade. 1. O direito Processual Civil contemporneo est a exigir
uma participao mais ativa do juiz na formao e no desenvolvimento darelao jurdica processual, especialmente quando uma das parte
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hiposuficiente economicamente. 2. Evidenciando-se ausncia de
documentos necessrios instruo do processo, documentos esses que se
encontram em poder da parte contrria, de todo salutar que o juiz,
mediante provocao da parte interessada ou de ofcio, os requisite de
quem os possuir. 3. Os extratos do FGTS so controlados pela lados pela
Caixa Econmica Federal. Em ao onde se discute a aplicao de
correo monetria sobre os saldos das contas do referidos FGTS,
razovel que se prestigie a deciso que determina ao juiz a requisio de
tais documentos. Estes, sendo fornecidos pela Caixa Econmica Federal,
emprestam maior segurana ao que for decidido na lide, pela confiana
neles depositados.
(Ac. Un da 1 T do STJ ; Resp 107.122RS ; Rel. Min. Jos D3elgado ; j
17.03.97 . Recte. Caixa Econmica Federal, Recdo Esmerildo Vidar / DJU
1 22.04.97, p 14.381 ; ementa oficial.
III - DOS PEDIDOS.
ISTO POSTO, os autores requerem a Vossa Excelncia. a
citao da CEF - Caixa Econmica Federal - , na pessoa do seu representante legal, ou
procurador, no endereo supra mencionado, para, no prazo legal, apresentar eventual
defesa, sob pena de revelia, sendo ao final julgada PROCEDENTEa ao, condenando
o ru a corrigir as contas vinculadas dos autores que ainda no efetuaram o saque,
conforme art. 35 do Dec. 99.684/90, determinando - se, ainda, o pagamento das parcelasvencidas e vincendas e, para os autores que j efetuaram o saque do montante do FGTS,
que lhes sejam pagas diretamente as diferenas mensais e sucessivas entre os valores
recebidos e os devidos, no prazo improrrogvel de 60 dias a contar do trnsito em
julgado da presente, sob pena de multa diria a ser arbitrada por Vossa Excelncia,
aplicando e deferindo-se os seguintes pedidos, a saber:
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a)- primeiramente digne-se Vossa Excelncia de, recebendo a presente petio inicial
com os documentos que a instruem, deferir o pedido de JUSTIA GRATUITA, pelos
motivos j expostos.
b)- a procedncia total do pedido, com a condenao da r a fazer a recomposio de
todos os depsitos efetuados na conta vinculada de FGTS dos autores e a proceder a
correo monetria dos valores depositados em favor da parte autora, a partir de 1999, em
ndice diferentes do da TR, utilizando para a correo monetria o INPC, ou
sucessivamente, IPCA-e, ou algum outro ndice que efetivamente recomponha o valor
monetrio, perdido pela inflao;
c)- condenar a R proceder essa correo desde 1999, data em que a TR parou de
recompor as perdas com a inflao;
d)- condenar a R no pagamento dos valores ao final apurados, promovendo o crdito
respectivo na Conta Vinculada do FGTS da parte autora, na forma acima estipulada;
e)- condenar a r ao pagamento de custas e honorrios advocatcios no montante de 20%
do valor da causa.
f)- a condenao da r a pagar juros de mora mensais pela taxa SELIC, ou, caso assim
no entenda Vossa Excelncia, de 1% ao ms (Cdigo Civil e CTN) sobre o valor da
condenao, contados da citao, e atualizao monetria desde as datas que deveriam
receber as correes;
Requerem, ainda, a condenao no pagamento das
diferenas vencidas e vincendas, ms a ms, incidentes tambm sobre os eventuais saques
realizados nos termos dos incisos V, VI e VII do art. 35 do Decreto 99.684/90;
Protestam provaro alegado por todos os meios em direito
admitidos em especial pelo depoimento pessoal do representante legal da Re, sob pena de
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confesso, oitiva de testemunhas de terra e de fora dela, carta precatria com efeito
suspensivo, juntada de novos documentos percias, para os efeitos meramente fiscais,
Requer, finalmente, a intimao da r para juntar aos
autos os extratos da evoluo dos depsitos, atualizao monetria e juros
creditados na conta vinculada dos autores, posto que a atual administradora dos
recursos do FGTS.
D - se causa o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais).
DRA esta com os inclusos documentos.
Nestes Termos.
P. e E. Deferimento.
Caconde, 23 de Janeiro de 2014.
pp. Advogado
OAB/SP N.
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