Inovação Porque o desinteresse na indústria da construção civil Martin Paul Schwark

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InovaçãoPorque o desinteresse na indústria da

construção civil

Martin Paul Schwark

“Os conceitos consagrados de antiga-mente continuam sendo os melhores.”

(“Das Althergebrachte ist immer noch das Beste”)

Opinião de membro de origem inglesa durante discussões técnicas do comitê da norma de alvenaria da União Européia, no início dos anos 90, segundo o Eng. Jürgen Franz, da Technische Hochschule Berlin.

Martin Paul Schwark

ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Construção civil

Importância econômica ↑ Inovação ↓ Motivos:

– Fatores externos e – Fatores internos do setor

“Desinteresse” = foco nos fatores internos Situação só mudará caso os agentes do setor

tomarem iniciativas.

Mundo em rápida transformação

Quantitativo, tangível

x

Qualitativo, intangível

Mundo em rápida transformação

Imóveis, equipamentos, patentes e capital

Imagem e reputação; solidez das relações internas e externas; qualidade, criatividade, flexibilidade, motivação

e lealdade da equipe de colaboradores; conhecimento coletivo compartilhado; competências da organização para realizar sua

missão.

X

Mundo em rápida transformação

Poder econômico; Esforço para ser melhor que concorrentes.

x

Flexibilidade e velocidade; Capacidade de aprendizagem e adaptação; Esforço para desenvolver proposta de valor única

e inimitável.

Mundo em rápida transformação

Nova ordem

Mais que nunca, necessidade de

pensar diferente e inovar

Questão de sobrevivência para as empresas

Construção Civil

Também faz parte deste mundo!

(apesar de muitos profissionais fingirem que não)

Conceito de inovação

Inovação > aperfeioçoamento técnico do produto

Inovação no tangível x no intangível

Conceito de inovação

Produto x produção

Identidade

Relações

Processos

Recursos

Hierarquia

Conceito de inovação

Originalidade absoluta

nacional

na empresa

para o profissional

na obra

PAEP/2001 – SEADE

Entre 41mil empresas, quantas introduziram produto tecnologicamente novo ou significativamente aperfeiçoado no mercado nacional entre 1999 e 2001:

Média da indústria paulista: 4,02% Setores de ponta: 32% Construção civil: 2,84% Edificações: 1,36%

PAEP/2001 – SEADE

Entre as empresas inovadoras, realizam atividades de P&D internas:

Indústria: 75% Construção civil: 50%

Porque o desinteresse na indústria da construção civil

1. Organização do setor

2. Conjuntura brasileira

3. Cultura da indústria da construção civil e de seus agentes

Porque o desinteresse na indústria da construção civil

1. Organização do setor

2. Conjuntura brasileira

3. Cultura da indústria da construção civil e de seus agentes

Organização do setor

Setor pulverizado: grande número de pequenas empresas

– PAEP/2001 - Empresas com 500 ou mais colaboradores têm índice de inovação

20% na indústria, contra 4% entre todas 10% na construção civil, contra 3% entre todas

– IPEA: de 00 a 04, inovaram: 30% das indústrias com 10 ou mais funcionários 74% das indústrias com 500 ou mais funcionários

Organização do setor

Não se vê iniciativa de integração suficientemente eficaz focando inovação

– Há diversas iniciativas louváveis (G10, PBQP-H, Qualihab, selo ABCIC, Lean Institute, iniciativas isoladas de empresas...)

– Porém: agronegócio, mais pulverizado e desorganizado, fez Embrapa e virou referência, após 30 anos de dedicação

Porque o desinteresse na indústria da construção civil

1. Organização do setor

2. Conjuntura brasileira

3. Cultura da indústria da construção civil e de seus agentes

Conjuntura brasileira

Conflito de interesses subjacente ao pensamento político: “inovação gera desemprego”. Porém, segundo o IPEA:– Crescimento no número de empregos formais no

período de 2000 a 2004 : economia nacional: 19% empresas mais inovadoras: 29%

– Salários nas empresas inovadoras: 23,4% maiores que naquelas que não inovam 12% maiores que na totalidade das empresas

Conjuntura brasileira

CLT dos anos 40, hoje desatualizada.

– Realidade mudou. – Operário interessado em número de horas. – Empresa não é incentivada a manter quadro.

→ Vínculo temporário, visão de curto prazo, conflitante com esforço de inovação.

Conjuntura brasileira

Papel social do setor: inclusão da mão de obra não qualificada. Porém, inovação requer:

– Qualificação – Discernimento– Motivação– Participação– Treinamento

Conjuntura brasileira

O Brasil não tem um projeto de longo prazo. – Política tecnológica e industrial inconsistente. – País não tem planejamento estratégico. – Ciclos de investimentos descontínuos, grande

parte com motivação eleitoreira. – Quadro desestimula programas de longo prazo

do empresariado.

Conjuntura brasileira

Tributação complexa, juros altos e liquidez baixa: somos campeões invictos e inalcançáveis.

– Desestímulo e dificuldade para investimentos de longo prazo

– Instabilidade conjuntural gera insegurança– Círculo vicioso de mão de obra barata e

desqualificada

Porque o desinteresse na indústria da construção civil

1. Organização do setor

2. Conjuntura brasileira

3. Cultura da indústria da construção civil e de seus agentes

Cultura da indústria da construção civil e de seus agentes

História– Construtores que erravam chegavam a ser

condenados à morte– Paradigma de que a obra é para sempre: torna

arriscado mudar conceitos consagrados

Acomodação dos profissionais– Formou na faculdade, está pronto, basta por o pé

no barro para vencer na vida– Poucos perseguem auto-desenvolvimento

Cultura e crenças dos profissionais– “Deixa comigo que disto eu entendo”– “A teoria, na prática, é outra”– “Sempre fiz assim e sei que dá certo”– “Não inventa, isto não vai dar certo”– “Gosto de coisa forte, não de papelão”– “Obra é jogo bruto”– “Manda quem pode, obedece quem tem juízo”– “Sou pé no barro, não sou almofadinha”

Inovar é pensar diferente, exigindo flexibilidade

Cultura da indústria da construção civil e de seus agentes

Cultura da indústria da construção civil e de seus agentes

Orçamento por fragmentos desconexos

– Tradição de orçar por composições de preços unitários, juntados apenas via BDI

– Diante da inovação, é comum se aplicar um fator de contingência que pode inviabilizá-la

Cultura da indústria da construção civil e de seus agentes

Orçamento por fragmentos desconexos – Mas o maior potencial de inovação é no conjunto:

Redução de riscos, Otimização de prazo, Simplificação do canteiro, Redução do custo indireto, Eliminação de interferências, Antecipação do retorno sobre investimento, Motivação da equipe, Garantia da qualidade.

Círculo vicioso

Serviços sem inovação = commoditie

Empobrecimento do setor

Círculo vicioso

O urgente toma conta(dia-a-dia, sobrevivência, imprevistos...)

O importante fica de lado(inovação, estratégia, planejamento, gestão de riscos, inteligência

competitiva, gestão do conhecimento...)

Vendo pelo lado positivo

Em terra de cego, quem tem um olho é rei Antes tarde do que nunca: “Tudo pode ser

mudado,mas nada será mudado até que se comece” (T.S.Eliot)

Ninguém vai fazer por nós Uma borboleta pode gerar uma tempestade Reversão através de atitude e iniciativa:

círculo vicioso → círculo virtuoso

No tocante a todos os atos de iniciativa e de criação,

existe uma verdade fundamental cujo desconhecimento mata inúmeras idéias e planos esplêndidos: a de que, no momento em que nos comprometemos definitivamente, a Providência

também se move.

Para ajudar-nos, ocorre toda espécie de coisas que em outra situação não teriam ocorrido. Toda uma corrente de

acontecimentos brota da decisão, fazendo surgir a nosso favor toda sorte de incidentes, encontros e assistência

material que nenhum homem sonharia pudessem vir ao seu encontro. O que quer que você possa fazer, ou sonha poder fazer, faça-o! Coragem contém genialidade, poder e magia.

Começe-o agora!

Goethe

Eu acredito

em iniciativas como esta da Uniemp na criação da “Embrapa” da construção em incentivos de órgãos de fomento em iniciativas de técnicos do governo nas iniciativas das empresas e institutos na nossa capacidade de influenciar nossos

profissionais e estudantes na estabilização da economia na nova geração de profissionais

Eu não acredito

Que alguém de fora do setor vai resolver nosso problema

Que, em um passe de mágica, as iniciativas das nossas forças políticas passem a ser consistentes e duradouras, com visão de longo prazo

No pequeno universo da Moura Schwark

Temos uma diretoria dedicada à tecnologia Redesenhamos nossos processos internos e os

questionamos continuamente Estamos investindo em “gestão do conhecimento”

e “inteligência competitiva” Pesquisamos e aplicamos com freqüência novas

tecnologias nas obras Fazemos reuniões de concepção de obras e de

aprendizagem de obras concluídas Investimos em programas de treinamento

No pequeno universo da Munte

Temos uma diretoria dedicada à tecnologia Estamos em fase adiantada de implantação do

“Lean Thinking”, inspirado na Toyota Promovemos “Kaizens” continuamente Redesenhamos nossos processos internos Inovamos no produto com freqüência Lançamos o “Manual de Projeto” Investimos em programas de treinamento

Construção Civil

IBGE 2001: 9% do PIB nacional com setores diretamente adjacentes: 15% Empregos diretos: 4.000.000 Empregos diretos e indiretos: 11.000.000 Desperdício de materiais: até 30% Desperdício de mão de obra: talvez 50%

Se continuar assim, o Brasil não engata!

Construção Civil

IBGE 2001: 9% do PIB nacional com setores diretamente adjacentes: 15% Empregos diretos: 4.000.000 Empregos diretos e indiretos: 11.000.000 Desperdício de materiais: até 30% Desperdício de mão de obra: talvez 50%

Isto é uma oportunidade única!!!

Cada um de nós...

...deve atuar no seu universo e influenciar o seu círculo.

Somadas, nossas ações têm potencial de

alterar o quadro da conjuntura brasileira e

mudar o futuro do nosso país.

Eu acredito!

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