View
214
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JUARUENA - AJES
ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR COM ÊNFASE NA DIREÇÃO,
COORDENAÇÃO E SUPERVISÃO ESCOLAR
APROVADA
NOTA: 8,5
A INCLUSÃO DE ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS, EM
ESCOLAS REGULARES NA VISÃO DO COORDENADOR DA ESCOLA
MUNICIPAL VITAL BRASIL.
VÂNIA DOS SANTOS SOARES
vania-s-soares@hotmail.com
ORIENTADOR: PROF. ILSO FERNANDES DO CARMO.
COLNIZA/2013
INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JUARUENA - AJES
ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR COM ÊNFASE NA DIREÇÃO,
COORDENAÇÃO E SUPERVISÃO ESCOLAR
A INCLUSÃO DE ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS, EM
ESCOLAS REGULARES NA VISÃO DO COORDENADOR DA ESCOLA
MUNICIPAL VITAL BRASIL.
VÂNIA DOS SANTOS SOARES
ORIENTADOR: PROF. ILSO FERNANDES DO CARMO.
"Trabalho apresentado como exigência parcial para a obtenção do titulo de especialização em Gestão Escolar com Ênfase em Direção Coordenação e Supervisão Escolar."
COLNIZA/2013
AGRADECIMENTO
Agradecemos a Deus pela sabedoria para identificaras diferenças,dando nos
força para continuar e superar os obstáculos. Aos nossos familiares, amigos e
orientadores pelo incentivo nessa caminhada. Muito obrigada!
DEDICATÓRIA
Para os que sonham, pois sem a esperança, á vida não pode existir. Para os que acreditam, pois sem fé, não há Futuro, e nem construção... Para os que semeiam, pois sem plantação na Da vai brotar... Para os que lutam por uma educação melhor Pois sem educação, fica distante o amanhã...
RESUMO
A Educação de Portadores de Necessidades Educativas, no âmbito Nacional
vem mostrar a toda a nossa sociedade que o processo inclusivo dessas crianças,
em escolas regulares contribui com o ensino de forma clara e objetiva dando ao
educando prazer de estar no ambiente escolar. Realizando o seu desenvolvimento
cognitivo e o interacionismo de ambos. Nessa perspectiva pode-se dizer que o
preconceito entre os portadores de necessidades educativas, está aos poucos se
excluindo.
Para a realização deste trabalho, de conclusão de curso, foi utilizado o
método de pesquisa de campo, com oito questões, direcionadas ao gestor da
unidade de Ensino Municipal Vital Brasil, juntamente com pesquisa bibliográfica para
embasamento teórico. O objetivo principal deste trabalho é verificar as principais
atitudes que levam o Portador de Necessidades Educativas Especiais evadirem da
escola de ensino regular e os principais problemas, enfrentados pelo gestor da
unidade de ensino, uma vez que a mesma não tem estrutura adequada para atender
a demanda de alunos especiais.
Diante do olhar do gestor, da educação de ensino básico, dá-se a entender,
que ainda existe muita dificuldade, nas escolas de ensino regular, sem estrutura
adequada, para a inserção de alunos com Necessidades Educativas Especiais em
salas regulares de ensino, no entanto é o que veremos no desenrolar deste trabalho.
PALAVRAS-CHAVE: gestor, necessidades educativas especiais, inclusão.
SUMARIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 07
1 EDUCAÇÃO INCLUSIVA. ...................................................................................... 11
1.1 Educação Inclusiva o que é? ............................................................................... 11
1.2 Capacitação dos docentes .................................................................................. 13
2 OS DIREITOS HUMANOS E A PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO. .............................................................................................................. 18
2.1 Da igualdade formal á igualdade real. ................................................................. 18
2.2 A escola regular diante da integração do aluno PNNE. (Portador de Necessidades Educativas Especiais). ....................................................................... 19
2.3 Deficiência e Restrinção. ..................................................................................... 23
2.4 Desenvolvimento Universal e Acessibilidade dos Portadores de Necessidades Especiais ................................................................................................................... 25
3 INCLUSÃO A INSERSÃO DO PORTADOR DE NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS NO ENSINO REGULAR DE EDUCAÇÃO BÁSICA. .............................. 28
3.1 A Escola como Espaço Inclusivo de Aprendizagens. .......................................... 28
3.2 O Papel do Professor e a Escola Inclusiva. ......................................................... 29
3.3 Educação de Salamanca e a Educação. ............................................................. 30
3.4 A Conferência de 1990 a JOMTIEM. ................................................................... 34
4 IMPLICAÇÕES EDUCACIONAIS ........................................................................... 38
4.1 Movimento pela Inclusão e a Família. ................................................................. 38
5 A INCLUSÃO DE PORTADORES DE NECESSIDADES EDUCATIVAS, NA VISÃO DO GESTOR DA ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL VITAL BRASIL ..................................................................................................................... 43
CONCLUSÃO ............................................................................................................ 47
BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................... 49
ANEXOS ................................................................................................................... 55
INTRODUÇÃO
O paradigma da inclusão remete-nos a pensar nas questões de acesso e da
qualidade na educação, chamando atenção dos sistemas de ensino para a
necessidade de uma nova organização dos espaços educacionais, que eliminam as
barreiras existentes entre os portadores de necessidades especiais com o mundo
excludente que estamos.
A Constituição Federal (1988), e a lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (lei n 9.394), garantem o atendimento especializado aos portadores de
necessidades especiais tendo por objetivo diminuir o índice de exclusão dos
mesmos garantindo oportunidades igualitárias, em todos os setores da sociedade.
A educação inclusiva busca priorizar esse atendimento aos educandos,
nessa perspectiva torna-se indiscutível que a escola contribua com a interação dos
mesmos, em recintos escolares onde o ensino seja regular, preparando esses
alunos para conviver socialmente, sem que haja a descriminação dos mesmos.
Diante desse novo conceito inclusivo, o sistema educacional deve rever suas
praticas e ações, estando apta a lidar com situações como essas que exigem
maiores atenções, estando preparada para trabalhar com essas crianças e suas
diferenças, precisando se capacitar e adequar-se as necessidades dos alunos.
A inclusão dos Portadores de Necessidades Especiais é um movimento de
conscientização internacional, cujo objetivo é buscar e proporcionar uma escola
inclusiva, que prevejam as necessidades, as limitações, as possibilidades e os
interesses de cada aluno, individualizando o ensino as necessidades de cada um.
A Educação Inclusiva foi uma proposta educacional deflagrada pela
Declaração de Salamanca, que questionou os direitos que todos possuem á
educação, sem nenhum tipo de exclusão, seja raça, sexo, religião cor, e etnias. A
mesma propõe a inclusão dessas pessoas com necessidades especiais em escolas
regulares, cujo principio é a educação para todos. Com esse novo paradigma
educacional a escola deve oferecer meios propícios tendo, por obrigação atender
todos os alunos, sem nenhum tipo de exceção. Sendo pluralistas e democráticos,
permitindo uma educação de qualidade.
Nesse contexto sócio cultural, cabe aos educadores envolver-se com a ação
educativa, buscando métodos e inovando as práticas pedagógicas utilizadas no
desenrolar da aprendizagem dos educandos, contribuindo dessa forma com a
decadência preconceituosa da sociedade.
É necessário que os órgãos governamentais busquem priorizar e qualificar
os profissionais da educação, com cursos de capacitação, recursos didáticos
pedagógicos, salas com infra-estrutura adequada visando o desenvolvimento desses
alunos. A consciência de cada ser humano deve estar ligada às vontades políticas
que garantam um novo sentido de vida e os direitos pelo qual estão garantidos por
lei.
No decorrer da pesquisa, observará algumas dificuldades que ainda
enfrentamos como educadores, pois, a inclusão de pessoas com necessidades
especiais em salas onde o ensino é regular, sendo amparado por lei. Enfrentam
vários obstáculos no meio em que está inserido, com atitudes que refletem a
discriminação e a exclusão dos mesmos.
Veremos também a falta de espaço nas escolas, material didático voltado
para a educação inclusiva e o despreparo dos profissionais da educação para
atender a demanda de alunos com necessidades especiais.
Hoje, graças aos estudos realizados e divulgados, podemos dizer que há
algumas mudanças na prática e ações governamentais, que busca priorizar a
educação inclusiva. Garantindo o direito ás pessoas com necessidades educativas
especiais. Mesmo tendo vários obstáculos a ser enfrentados, como vamos observar
na pesquisa. Diante dessa visão inovadora quanto, a educação inclusiva, enfrentam
barreiras para valorizar o indivíduo e suas potencialidades, oferecendo meios, para
garantir as adaptações necessárias ao convívio social.
Dessa forma a adequação do ambiente escolar deve ser favorável ao
desenvolvimento do educando, com necessidades especiais, respeitando a sua
diversidade cultural, e auxiliando no processo educacional e interacional do
ambiente escolar.
O primeiro capítulo aborda sobre o que é educação inclusiva, e os direitos
que a Constituição Federal lhe garante, apoiado pela lei maior que é a LDB (Lei de
Diretrizes e Bases).
08
No segundo capítulo trata da importância do esforço em prol da inserção de
pessoas com deficiência no trabalho, uma vez que a lei brasileira assegura o direito
de igualdade, estabelecendo cotas de reservas de vagas, nas esferas publicas
quanto privada, assim exercer o direito da cidadania.
No terceiro capitulo a inclusão e inserção de Portadores de Necessidades
Educativas, Especiais no ensino Regular da Educação Básica, sendo a escola um
espaço inclusivo de aprendizagem, identificando o papel do professor na escola
inclusiva, a troca de experiência entre os alunos e professor e a concretização do
processo inclusivo nos ambientes escolares.
O quarto capítulo aborda as implicações educacionais, onde todos os
cidadãos têm o direito de gozar e exercer seus direitos e deveres como cidadão e
ter, uma educação de qualidade. E no quinto capitulo aborda como é visto a inclusão
de portadores de necessidades educativas, na visão do gestor da escola municipal
Vital Brasil de Colniza-MT.
09
1 EDUCAÇÃO INCLUSIVA.
1.1 EDUCAÇÃO INCLUSIVA O QUE É?
A constituição Federal garante o direito aos portadores de necessidades
especiais, a uma educação igualitária, seguido pela lei maior que rege os
parâmetros educacionais a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional)
como modalidade de educação escolar, onde contém todos os níveis de ensino a
partir da educação infantil, chegando ao ensino superior. Pode-se dizer também que
é um conjunto de regras cujo principal objetivo e gerenciar os recursos e métodos
específicos que permeiam o processo de ensino e aprendizagem, disponibiliza a
todos aqueles que necessitam ter acesso ao currículo bem como orientações aos
gestores e professores da rede de ensino. Nela contém necessariamente os
respaldos que preservam as diferenças individuais de todos os cidadãos, e modelos
pedagógicos que proporcionem o respeito às diversidades de qualquer individuo
valorizando suas potencialidades e suas limitações.
Diante dessa proposta, a educação especial busca garantir aos portadores
de necessidades especiais os direitos que a constituinte lhe oferece e assegura.
Diante dessa realidade, educar as crianças com diversidades e necessidades
especiais é um desafio que exige a sensibilização e um conhecimento mútuo. Uma
vez que todos os seres humanos são únicos, não só nas diferenças de cultura, mas
de gênero ou chamadas necessidades especiais. Esse é um conceito que já faz
parte do senso comum, e lidar com essas diferenças físicas ou mentais de nossos
alunos na escola é ainda uma questão cheia de interrogações.
Alunos com necessidades especiais, ao serem inseridos em escolas
regulares passam por um processo de massificação diante dos direitos humanos os
quais são lhe conferidos. Sendo tratados como diferentes e desiguais, e no mesmo
tempo, sendo considerados iguais. Confirmando o processo de exclusão dessas
crianças, nas escolas de educação. Os recursos pedagógicos e metodologias
educacionais específicos a serem trabalhados com os alunos com necessidades
especiais, segundo BRASIL (2006), devem corresponder com o domínio das
aprendizagens curriculares de acordo com a idade do educando, uma vez que
apresentem necessidades educacionais especiais, como deficiência mental, visual
auditiva, física, ou múltipla, também aqueles as quais possuem características como,
síndromes e altas habilidades sendo considerados superdotados.
Uma das finalidades da educação especial é ofertar atendimento
especializado aos alunos com algum tipo de deficiência respeitando suas diferenças
e objetivando o seu desenvolvimento em todos os aspectos, afetivos, cognitivos,
psicomotor, social e lingüístico, tornando possível o reconhecimento de suas
potencialidades e principalmente promovendo a sua integração e inclusão na
sociedade. Segundo PACHECO (2008, p.7), “Deficientes são as práticas escolares
que se baseiam no pressuposto de que somos todos iguais, negando nossas
diferenças.” Diante dessa realidade é indispensável observar nos seus diferentes
campos e atividades desenvolvidas no seu dia a dia, as desigualdades que estão a
nossa volta, fazendo com que haja a exclusão desses alunos simplesmente por ter
qualquer anormalidade que julgamos ser diferentes.
O atendimento a essa clientela de alunos, segundo SOUZA E COSTA
(2011), deve ter início mais cedo, pois com base nos diagnósticos realizados por um
especialista, e com adequação dos espaços físicos das escolas e metodologias e
propiciando ao educador capacitações e condições de exercer seu trabalho como
educador, junto com a participação da família no processo de desenvolvimento do
aluno.
A educação especial tem sido seriamente defendida no Brasil segundo uma
perspectiva que ultrapassa a simples concepção de atendimentos especializados tal
seria a marca nos últimos tempos. Hoje, segundo a ARANHA (2003), defende a
concepção de que os serviços educacionais especiais embora diferenciados, não
podem desenvolver-se separadamente e sim atingir no geral todos os envolvidos
nesse novo conceito de educação. Apesar da ampla divulgação da democratização
do sistema educacional e que o atendimento ao educando portador de necessidades
especiais, deve ocorrer, preferencialmente no Sistema Regular e Básico do Ensino,
e o que se constata ainda nos dias de hoje é que esse sistema não se estruturou
adequadamente deixando a responsabilidade da educação do portador de
necessidades especiais a cargo de entidades mantenedoras e instituições
filantrópicas especializadas.
11
Diante dessa modalidade de ensino que embora diferenciada deva estar
voltada para a formação integral do alunado, independentemente de suas
diferenças, a educação básica de ensino está deixando sem atendimento milhares
de crianças portadoras de deficiência, que residem em locais onde não existe
nenhuma escola especializada. Quer dizer, apesar da educação ser um direito de
todos e da consciência de que para termos uma sociedade mais justa é necessária,
uma educação engajada no processo de conscientização da cidadania. Muitos ainda
são excluídos desse processo inclusivo educacional, apesar de todo um trabalho
realizado junto aos órgãos competentes.
1.2 CAPACITAÇÃO DOS DOCENTES
Para que a educação vá á frente e a escola funcione bem, a LDB, n. 9.394
(BRASIL, 1996), no Capítulo V, referente à Educação Especial, diz que o
atendimento educacional será realizado em escolas especializadas, sempre que as
necessidades dos alunos assim exigirem, os professores devem ter qualificação
adequada em nível médio ou superior para atendimento especializado e os
portadores de necessidades especiais mentais, jovens e adultos devem receber
Educação Especial para o trabalho.
O professor, seguido dos alunos é a pedra fundamental da base
educacional, mesmo numa sociedade onde excluir faz parte da cultura social, a
formação do professor é necessariamente importante para acontecer à
aprendizagem de alunos com necessidades especiais, jovens, adultos e crianças,
portadores ou não de algum tipo de anormalidade, sejam identificados e somados
por profissionais que tenham amor pela educação, sendo sensível, críticos e
reflexivos a respeito da prática pedagógica.
A preocupação em formar professores aptos a trabalhar com educandos
portadores de necessidades especiais no Brasil, segundo GAZINEU (2001), ainda é
recente e está ligada ás novas necessidades educativas especiais. Dentro dessa
perspectiva, vale ressaltar que para receber e atender adequadamente em sala de
aula alunos portadores de necessidades especiais é necessário que o educador faça
uma analise verdadeira do que se pensa e sente em relação ás pessoas
12
excepcionais, a partir dessa resposta deve buscar a capacitação através de cursos
na área de educação especial em uma entidade especializada.
Na formação de professores para a educação inclusiva, segundo
GOFFREDO (1997), devem fazer parte da grade curricular conteúdos referentes à
tipologia das deficiências. É também muito importante que os futuros professores se
apropriem de conhecimentos didáticos e práticos de ensino que levem em
consideração a diversidade dos alunos dando-lhes condições de adaptarem
atividades, conteúdos e novas propostas curriculares.
É necessário lembrar ainda que a formação do educador deva acontecer de
acordo com os fundamentos previstos no capitulo VI da Lei Nacional de Diretrizes e
Bases da Educação (9394) que vise atender os objetivos dos diferentes níveis e
modalidades de ensino bem como as características de cada fase de
desenvolvimento do educando. Essa mesma Lei diz no capitulo V (da Educação
Especial) que os alunos com necessidades especiais devem ser atendidos por
educadores especializados com formação adequada de nível médio ou superior bem
como professores do ensino regular capacitados para a integração desses
educandos nas classes comuns.
No sistema educacional brasileiro a formação de docentes e técnicos para
atuar na educação especial ocorre no ensino médio e terceiro graus. Em instituições
que oferecem disciplinas e conteúdos referentes ao conhecimento atendimento
adequados ao aluno portador de necessidades educativas especiais.
No segundo graus ou o que podemos dizer ensino médio que habilita o
professor para atuar nas quatro séries iniciais a preparação é bastante precária
restringindo a algumas noções de educação inclusiva, no ensino superior e segue-se
a formação por meios de cursos de graduação além de outras capacitações
oferecidas pelos estados e municípios.
É possível suprir a defasagem curricular ou de formação tanto no nível
médio quanto no ensino superior, segundo MARTINS (2003), realizando estudos
adicionais ou cursos de aperfeiçoamento, treinando e atualizando os educadores
que se encontram em exercício em salas onde há alunos com necessidades
especiais.
13
Diante dessa proposta observa-se que a tendência é atual seja que o
professor tenha uma formação generalista para que saiba lidar com as diferenças
individuais de seus alunos e para que se torne apto a adotar metodologias
diversificadas, de modo a garantir o aprendizado dos mais vários tipos de alunos.
Essa formação aliada a condições adequadas de ensino facilita a implementação da
proposta de educação inclusiva que vem sendo trabalhada em todo o mundo.
O processo de educação inclusiva, segundo BRASIL (1995, p.17), envolve
um processo de preparação do professor que considera as diferenças e as
dificuldades dos alunos na aprendizagem escolar como fontes de conhecimentos
sobre como lidar com as dificuldades dos alunos diante da aprendizagem escolar
como fonte de conhecimentos e como ensinar e aperfeiçoar as condições de
trabalho na sala de aula. Por isso não se pode aceitar que a educação especial seja
refugio para os professores menos qualificados, uma opção alternativa para
profissionais acomodados e sem nenhum tipo de ideais, ou ainda uma opção
profissionais baseada por ter pena ou compaixão, desse alunado. Atitudes
emocionais e valores em geral até podem contribuir para uma maior consciência das
necessidades especiais da pessoa portadora de deficiência, e a falta de aceitação e
qualificação podem determinar a negação e negligencia dessas necessidades. Para
FREIRE (1996, p.47).
A pratica educativa, pelo contrario,é algo muito sério. Lidamos com gente, com crianças, adolescentes ou adultos. Participamos de sua formação. Os ajudamos ou os prejudicamos nesta busca. Estamos intrinsecamente a eles ligados no seu processo de conhecimento. Podemos concorrer com nossa incompetência, má preparação, irresponsabilidade, preparo cientifico e gosto do ensino, com nossa seriedade testemunho de luta contra as injustiças, contribuem para que os educandos vão se tornando presenças marcantes no mundo.
Objetivando mudar esse dogma é que o conselho nacional de educação
decretou e aprovou a lei de n 1793/94, que recomenda a inclusão de disciplina
especifica e os conteúdos a serem trabalhados sobre os portadores de
necessidades educativas especiais nos cursos de ensino superior. Dessa forma no
currículo de todas as habilidades oferecidas pelas instituições de formação de
professores devem ser inseridas informações teóricas e praticas acerca dos alunos
que têm ficado a margem do sistema educativo principalmente os portadores de
deficiência.
14
O projeto da educação inclusiva analisado do ponto de vista histórico e
conceitual, segundo BEYER (2006), não pode nem deve ser definido como mero
modismo. A reflexão em torno dos seus contornos históricos, com movimentos cujas
origens remontam as primeiras experiências de integração escolar em alguns países
como a Dinamarca, por exemplo, há uma crescente consolidação de tal movimento
histórico inclusivo. De um conceito equivocado sobre a educabilidade dessas
crianças com o predomínio de categorias clínicas decorrentes da influencia
homogênea secular da área medica na educação especial, passamos a assistir a um
processo crescente de resignação de conceitos fundamentais, tanto na dimensão
individual, quanto em conjunto.
Na realidade observa falhas ou falta de formação do educador o que pode
ocasionar algumas deformações sobre os conceitos corrompendo o individuo
impedindo de assumir a questão da deficiência como a sua. Podemos ressaltar que
a falta de formação adequada à origem do preconceito que ainda hoje se constitui
numa das maiores barreiras enfrentadas pelos portadores de necessidades
especiais e suas famílias. Às vezes até o professor se esquece de que toda criança
precisa ser protegida, estimulada, orientada, respeitada e amada. A criança não
deve ser utilizada ou rejeitada por causa de suas características fora do comum. A
família, a sociedade e a escola não pode persistir ignorando as diferenças,
desrespeitando o ritmo e condições de desenvolvimento individual e produzindo
cidadãos pela metade.
A capacitação dos docentes para a efetivação de uma integração e inclusão
bem alicerçada, segundo ALARCÃO (2001), tem como objetivo refletir
constantemente sobre á pratica escolar questionando de modo que possam
aprender com sua próxima experiência e compartilhá-la com seus colegas,
rompendo assim a visão individualista da formação e do exercício profissional.
Diante dessa realidade TEBEROSKY (2000, p.50) diz:
Dentro dessa perspectiva, o professor é considerado como um agente ativo, seus conhecimentos e idéias, adquiridos ao longo da vida, mesmo antes de se tornar professor, são levados em consideração. As informações a que tem acesso fazem parte da estrutura de seu conhecimento, a qual ocorre durante sua atuação, ao planejar o plano de aula, ou durante o desenrolar das atividades, até mesmo ao avaliar a aula trabalhada.
No entanto é necessária uma revisão conceitual da representação
construída ao longo de muitos anos, do educador em relação às pessoas com
15
deficiência. Devendo evitar definições que causam danos ao desenvolvimento do
educando especial. No que diz respeito ao modelo de escola inclusiva para todo no
país, no momento, é a situação dos recursos humanos, mais especificamente a dos
professores das classes regulares que resistem à idéia da inclusão, argumentando a
falta de experiência, informação e preparo para lidar com as diferenças em salas de
aulas. É importante que esses educadores sejam capacitados e conscientizados da
importância de buscar novas praticas pedagógicas educacionais.
O envolvimento e comprometimento de todos, da sociedade e dos órgãos
governamentais, com essa proposta de inclusão social, segundo ROMITO et al
(2011), intensificará o desenvolvimento de nossas crianças, portadoras de
necessidades especiais. Por isso é importante o envolvimento de todos e qualificar
todo o pessoal envolvido em sua educação. Valorizar e investir seriamente na
formação profissional através de reformulações curriculares em nível de graduação,
nos institutos de formação docente nos cursos de pedagogia e nas licenciaturas em
geral para a efetivação da educação inclusiva. No entanto é importante que o
educador busque formação acadêmica critica do professor quanto a sua
responsabilidade pela aprendizagem do aluno, seja ele portador ou não de
necessidades educativas especiais.
16
2. OS DIREITOS HUMANOS E A PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE
TRABALHO.
2.1 DA IGUALDADE FORMAL Á IGUALDADE REAL.
A atuação do Ministério Público do trabalho demonstrou a importância do
esforço em prol da inserção das pessoas com deficiência no trabalho. A lei
brasileira, por estímulo constitucional, estabelece ação afirmativa categórica
nesse sentido, fixando cotas de reservas de vagas, tanto na esfera pública, quanto
na privada. De outra parte, a condição de exclusão das pessoas com deficiência do
convívio social é milenar e reveladora do quão distante estão estas pessoas de
condições mínimas de cidadania erigidas desde o principio da cultura ocidental.
O direito de livre expressão, de ir e vir, de votar e ser votado, bem como os
direitos sociais de educação, habilitação, trabalho, e saúde estão, até certo ponto,
conquistado, apesar das ameaças e insuficiências constantes em relação a todos do
povo. O grupo das pessoas com deficiência, no entanto, deles não usufrui, segundo
LARAIA (2009), por causa da inadequação do direito e das estruturas física nas
cidades e nas empresas para lhes permitir a fruição dessas liberdades e conquistas.
A par disso, assinale que os direitos sociais e as próprias liberdades individuais vêm
sendo francamente agredidas, não só nos países de terceiro mundo, como nos
países desenvolvidos do capitalismo central. A doutrina de segurança nacional, o
tribunal de Guantánamo, a polícia mundial norte americana e a pretensa hegemonia
ideológica da globalização econômica trazem riscos concretos á permanência dos
direitos humanos, submetidos que podem ficar ao poder econômico e das armas.
A compreensão da importância da História como instrumento de validação
da correlação de forças e de origem e destino da vida em sociedade, impeliu a
discussão que se trava nesse trabalho. Como se falar em emprego especial para
pessoas com deficiência, se o próprio emprego se encontra estruturalmente
ameaçado. São questões que emergem ao se analisar as ações afirmativas de que
se cuidam. A história, porém fornece elementos suficientes para que as
transformações que se travam no mundo do trabalho, em razão da tecnologia e da
globalização econômica, incitam mudanças na forma da prestação de serviços, mas
substancialmente não alteram, pois apesar das inovações que vem ocorrendo no
meio educacional.
O direito do trabalho se mantém livre e integro. Seus princípios oferecem
respostas firmes, como argumento para justificar a precariedade de trabalho,
evidenciou antes a constatação de que a perca do poder de consumo da classe
trabalhadora acaba por impedir a própria evolução do mercado e de que as pessoas
não se confrontam com imposições econômicas sobre valores humanos que se
lapidam a partir da modernidade.
A crise desses valores, segundo FONSECA (2007), só encontra respostas
neles mesmas, a partir da dinamização de promessas do século XVIII e XIX para
assumir dimensões coletivas amplas e se aperfeiçoam para abarcar a diversidade
que só poucos têm acesso. Essa afirmação da minoria fez a diferença depois da
Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. Revolucionou o Direito
Constitucional, reafirmando-o a partir de princípios com força de normas princípios
que humanizaram o Direito, dirigido ás pessoas para sua dignidade. Dessa forma, o
trabalho das pessoas com deficiência e as ações afirmativas que garantem não são
contrários ao clamor de justiça universal, confirmam-no na medida em que
aperfeiçoam os direitos humanos, a partir da chamada igualdade real entre as
pessoas nas diferenças e delas emerge.
Diante dessa realidade, a ignorância generalizada sobre as competências
das pessoas com necessidades educativas especiais, sobre as competências das
pessoas com essas dificuldades impede-lhe ao acesso ás condições mínimas de
cidadania, como se afirmou FONSECA (2007). Sufoca-lhes o excesso de proteção
assistencial e familiar. A despeito disso, rompem o véu milenar de opressão estética,
cultural e comportamental e brandem bandeiras até então desconhecidas e que
fortalecem as lutas de todas as minorias fazendo com que o discurso economista se
coloque no seu lugar, eis que as condições humanas, que evidenciam a partir das
limitações ínsitas a toda a humanidade, pois que permitem a superação de fronteiras
físicas sociais, políticas, e tecnológicas.
O Direito do Trabalho, segundo FONSECA (2005), veio como o primeiro
instrumento jurídico que tratou da igualdade substancial, visto que o confronto direto
entre capital e trabalho evidenciou a insuficiência da mera afirmação formal de que
18
são iguais perante á lei. Suas axiológicas possibilitaram o lançamento dos alicerces
das ações afirmativas que são as mesmas, na medida em que reproduzem voltadas
ágoras para grupos menores especiais.
A origem do Direito Constitucional que valoriza a dignidade da pessoa,
justamente para se verificar as razões que, a partir dos anos 80, viabilizem o Direito
Internacional em prol das pessoas com necessidades especiais. A própria
construção do conceito de igualdade formal á igualdade substancial e á igualdade
real acompanhada a implementação de formas de combate á discriminação e
violência com portadores de necessidades especiais educativas.
2.2 A ESCOLA REGULAR DIANTE DA INTEGRAÇÃO DO ALUNO PNNE.
(PORTADOR DE NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS).
Assegurado por lei, o atendimento ao educando portador de necessidades
especiais deve ser realizado de preferência, na escola, e nas redes regulares de
ensino, entretanto, no contexto brasileiro, segundo SILVA (2014), a realidade da
educação especial confrontada com a educação formal revela ainda, uma grande
disparidade entre a teoria e a prática, o discurso oficial e a situação real. A
população portadora de necessidade educativas especiais, socialmente já tão
estigmatizadas, do ponto de vista de sua escolaridade, e, ainda hoje, concretamente
uma população marginalizada. De modo geral, a escola, que deveria integrar excluir:
promove reprovar, estimular, rejeita.
Em meio a tantos avanços tecnológicos, ainda é incerto e questionável o
caráter democratiza dor das escolas brasileiras. E o que deve dizer da educação
especial? Estará ela de fato integrada ao movimento de expansão e democratização
do sistema de ensino, como veicula os meios de comunicação? A qualidade de
ensino e do atendimento dispensada ao ensino público ou privada, não nos autoriza
a aceita-la, pura e simplesmente como democrática. Na verdade, os índices de
reprovação e exclusão são ainda tão alarmantes que conspiram contra qualquer
pretensa atitude democrática.
A escola Inclusiva na perspectiva de ensino. Com Educação Inclusiva, as
crianças aprendem umas com as outras; crianças com deficiência aprendem a
19
reconhecer e valorizar as diferenças de seus colegas e a conviver, e lidar com a
deficiência em um ambiente novo, fora do circulo familiar ao qual estão
acostumados.
De acordo com a nova lei de Diretrizes e Bases da Educação, de
20/12/1996, a educação especial, sintonizada com as novas tendências mundiais
sobre a atenção ás necessidades educativas especiais na rede regular de ensino.
Durante muito tempo a integração escolar vinha sendo estimulada, mas na realidade
constituía uma exceção. A maioria das crianças portadoras de necessidades
educativas especiais realizava sua escolarização em instituições ou em classes
especiais, e somente uns poucos ascendiam á rede de ensino. A nova legislação
inverte esse quadro: a maioria das crianças passa a ser atendidas na escola regular,
só excepcionalmente alguma delas prosseguirão sua escolarização em escolas ou
classe especiais.
A concepção mais comum e generalizada da integração escolar, segundo
CARVALHO (1997, p.79), “é num processo educar ensinar crianças ditas normais
com crianças portadoras de deficiências juntas, durante uma parte ou na totalidade
do tempo de permanência na escola.” Embora seu significado educativo seja mais
abrangente na pratica, esta, é a concepção predominante.
A Política da Educação Especial (BRASIL, 1994), a integração é definida
como um processo dinâmico de participação de pessoa num contexto relacional,
legitimando sua integração nos grupos sociais. A integração implica reciprocidade, e
significa a onde ser membro ativo da comunidade,vivendo onde os outros vivem,
vivendo como os demais e tendo os mesmos privilégios e direitos que os cidadãos
comuns . É preciso que os cidadãos aprendam a lutar por seus direitos, entre eles o
mais sagrado, o direito a educação com padrões de qualidade. E, para que isso se
concretize é necessário que educadores, educando, associações de pais e mestres,
instituições educativas de assistência á criança portadora de necessidades
educativas especiais e cidadãos em geral se unam na luta pelo direito a uma escola
de qualidade para todos. Isso não é perseguir utopia: é perseguir um direito
fundamental de cidadania.
A legislação, por si só, de acordo com OLIVEIRA (2004), não operará tal
mudança, até porque, em relação a mais esse contexto legal, a atitude da sociedade
20
tende, como sempre, a fazer de conta que ela não existe, ou que facilmente pode
ser transgredida, atitude que já está cristalizada para a maioria das pessoas.
No que diz respeito à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
Brasileira, a Educação especial, não pode ser subestimada. Ela não deve por si só
institui a obrigatoriedade do educando portador de necessidades educativas
especiais a freqüentar a rede de ensino, como estabelece a criação de serviços de
apoio especializado, nas escolas regulares para o atendimento das peculiaridades
de cada criança. E assim o texto legal vai mais além: prescreve para os sistemas de
ensino, organização curricular especificas, com a utilização de métodos, técnicas e
recursos educativos adequados e voltados para o atendimento educacional aos
portadores de deficiência. Em relação ao corpo docente, prevê um quadro de
professores qualitativamente preparados para atuar junto a esses alunos.
Inicialmente a escola sofre um abalo, pois por força da legislação, deve se
abrir para receber o portador de deficiência. Essa fusão gera, a principio, segundo
MENDES (2006), uma confusão, provocada por uma crise legislação x escola x
educadores, que se sentem despreparados para assumir tal desafio. Para superar
essa crise, é preciso acionar mecanismos revolucionários que venham de encontro á
conscientização da necessidade de integração e da qualidade de direitos do cidadão
portador de deficiência. Não basta mobilizar apenas os professores para esta
missão. É preciso que a escola, como um todo, esteja preparada e sensibilizada
para receber e atender adequadamente esse aluno especial. Aí o contraste passa a
ser outro: aquele conceito que se tinha de Escola comum, que discriminava e se
fechava para os portadores de deficiência, vai ficando para trás, passará a ser
aquela, onde crianças portadoras de deficiência interagem e aprendem juntas na
mesma classe. E, libertos do circulo da tradição, os educadores, certamente,
participarão de uma escola mais depurada, mai autêntica, mais democrática e
humana.
Dentro de um contexto interativo, segundo MACIEL (2005), é possível tornar
produtivas as políticas sociais que facilitam o desenvolvimento das potencialidades
capazes de habilitar o portador de deficiência par enfrentar o mundo moderno,
alfabetizado e culto. Se a lei de Diretrizes e Bases encoraja, para muitos portadores
de necessidades educativas especiais, o treinamento ocupacional, preparação e
encaminhamento para o mercado de trabalho, convém não esquecer, como alerta
21
MONEREO (1991), que o êxito da integração social dos PNEs, depende do êxito de
sua integração escolar.”. Sabe-se quanto a isso, que o processo de integração, tanto
na sociedade, como na escola, nada mais é do que um direito contido tanto no
Estatuto da Criança e do Adolescente (Art15. 53), quanto na Constituição Brasileira
(Art., 205.208, inciso III). Parece claro que segregar indivíduos em instituições
especializadas, nada mais representa se não a intenção de falsificar o atendimento
em nome de uma determinação legal.
A educação é uma das formas de participação popular, portanto, integrar é
permitir que o indivíduo portador de deficiência participe interagindo com o contexto
do qual faz parte, e facilitar seu desenvolvimento para que tenha acesso aos bens
da vida e a conquista do que é seu por direito, sem se sentirem constrangidos, com
seu comportamento diferente.
A questão da integração, segundo MANTOAN (1998), é muito mais do que
um ato de amor, representa o exercício do respeito à individualidade humana, um
sentimento que supera o amor, à medida que permite a valorização e/ou aceitação
das diferenças individuais. De acordo com FONSECA (1995, p.209).
A integração reclama o direito de todas as crianças serem aceitas pela escola pública, não obstante o aspecto atípico ou desviante que apresentem em termos de aparência ou comportamento.
Faz se necessário, portanto, que os responsáveis pelo sistema educacional
vigente, bem como cada cidadão, consciente de seu papel social, faça uma reflexão
e tomada de decisão frente á questão da integração, a fim de que as pessoas
portadoras de deficiência possam usufruir o que nada mais é do que um direito já
constituído.
2.3 DEFICIÊNCIA E RESTRINÇÃO.
FARIAS e BUCHALLA (2005), relatam a classificação das deficiências a
partir dos conceitos desenvolvidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e
principalmente da CIDH (Internacional Classification of Impaerments Activities and
Participation) de 1997, e da introdução do conceito de restrição de acordo com a ICF
(International Classification of Functionning Desability and Healh), que está centrada
nos conceitos de funcionamentos e participação dos PNEs.
22
A classificação das deficiências habilidades e limitações dos indivíduos não
são fáceis. O termo deficiência, segundo BEYER (2006, p.34), refere-se ao
problema concreto de ordem fisiológica do indivíduo (falta de um membro, alteração
de uma função lesões,) o qual condiciona as habilidades e limitações do indivíduo.
No entanto, a enorme variedade de fatores individuais, socioculturais e ambientais
que influenciam a maior ou menor possibilidade do indivíduo a realizar atividades,
erroneamente associado, ao problema de origem, mas também á noção de
incapacidade do indivíduo. Sendo necessário lembrar ainda que a presença de uma
deficiência não implica necessariamente em incapacidade. Uma criança com
deficiência visual, exemplo pode ler utilizando lentes especiais. De outro lado,
qualquer pessoa pode, em algum momento, ser incapaz de realizar uma atividade
devido a fatores ambientais, culturais ou socioeconômicos.
É também difícil distinguir os problemas situados no nível físico do indivíduo
(a paralisia de um ou mais membros, ou ter artrite nas mãos) dos problemas
decorrentes destas condições para a realização de atividades desejadas (como não
poder caminhar, vestir-se sem ajuda, ou escrever com uma caneta comum). Além
dessas dificuldades, é fundamental, segundo DISCHINGER, BINS-ELY e PIARDI,
(2005), classificar as deficiências para compreender como o ambiente pode
adequar-se a indivíduos com necessidades e habilidades distintas, e como o projeto
de espaços e/ou, equipamentos pode realizar e deduzir as dificuldades ou até
mesmo suprir limitações. O termo deficiência refere-se ao problema especifico no
nível fisiológico do indivíduo, (cegueira, surdes, paralisia) enquanto resultante dada
relação entre as características do meio ambiente e as condições dos indivíduos.
Diante da importância dos ambientes da autonomia e equipamentos
enquanto promotores da autonomia dos indivíduos, além do conceito e restrições
enfatiza-se os termos atividades e participação. O termo atividade, segundo
DISCHINGER et al (2012), é usado para classificar os exercícios do cotidiano de
uma pessoa e está diretamente relacionado á performance (execução de uma
atividade) do indivíduo e não a sua aptidão ou potencial para realizá-la. Enquanto a
expressão participação, remete ao resultado de interação entre o educando e o
ambiente que o cerca, examinando para desenvolvimento das atividades em relação
ás deficiências e ao contexto de vida do indivíduo, buscando responder como o
aluno realiza as atividades.
23
Estes conceitos foram centrais para o desenvolvimento da avaliação das
escolas. Assim, reconhecendo a importância de situar as dificuldades e limitações
advindas das diferentes deficiências, o problema, segundo MANTOAN (2006), não
se deveria prender as qualidades ou deficiências das pessoas, no entanto abordar
os recursos necessários para a criação de ambientes menos restritos que favoreça a
participação de todos.
Avaliar os espaços, ambientais ou equipamentos escolares visando sua
adequação para todos os alunos, classificou no estudo algumas categorias de
restrições a partir da relação entre atributos do meio ambiente e condições dos
indivíduos, as quais, segundo GIBSON (1966), expõem a seguir:
Restrições sensoriais- pode-se dizer que essa restrição se refere às dificuldades
para a percepção das informações do meio ambiente devido á presença de barreiras
que impedem, ou dificultam a obtenção de estímulos através dos distintos “sistemas
sensoriais”, visuais, auditiva, paladar, olfato, hepático e orientação.
Já as restrições cognitivas têm as dificuldades encontradas para o tratamento
cognitivo das informações recebidas ou na sua comunicação através da produção
lingüísticas.
As restrições físico-motoras referentes ao impedimento ou as dificuldades
encontradas em relação ao desenvolvimento de atividades que dependem de força
física, coordenação motora, precisão ou mobilidade.
As restrições múltiplas decorrem da associação de mais de um tipo de restrição de natureza.
2.4 DESENVOLVIMENTO UNIVERSAL E ACESSIBILIDADE DOS PORTADORES
DE NECESSIDADES ESPECIAIS
O desenho universal, segundo MACE (1985), apud DISCHINGER (2005), é
uma filosofia de projetos que visa à criação de ambientes, edificações e objetos,
considerando desde o inicio de sua concepção a diversidade humana. Essa
concepção as necessidades especificas de todos os usuários idosos, crianças
gestantes, pessoas com deficiência temporária ou permanentes devem ser
atendidas, eliminando a idéia de fazer ou adaptar projetos especiais para pessoas
com necessidades educativas especiais. Para atingir os requisitos de desenho
24
universal, criando espaços e objetos com condição de legibilidade, é importante
compreender quais são as necessidades especificas oriundas das diferentes formas
de deficiência. A busca por projetos inclusivos é um desafio muito grande,
principalmente para conciliar as diversas necessidades dos PNEs, reconhecendo
que as pessoas são naturalmente diferentes, conquistar conhecimento para lidar
com essa complexidade.
O desenho universal busca visar a máxima autonomia e independência na
realização de atividades pelo maior número de indivíduos considerando suas
diferenças e criando condições ambientais para a inclusão. Um dos principais eixos
que segue essa linha de pensamento é:
A acessibilidade espacial, que leva a concluir que o educando pode chegar,
a algum lugar com segurança, conforto e independência, dependendo da
organização e as relações espaciais. Assim, é necessariamente dar oportunidades
aos portadores de necessidades educativas, este processo de envolvimento no
processo inclusivo, faz-se necessário primeiramente que o ambiente seja preparado
com equipamentos, e materiais didáticos pedagógicos, que propicie ao aluno o
ensino aprendizagem de qualidade.
Ao entrar na escola, o aluno com PNEs, deve identificar o caminho a seguir
através da configuração espacial e da informação adicional, dentro do ambiente
escolar segundo DISCHINGER (2005, p. 17).
A acessibilidade espacial depende então das condições ambientais de acesso a informação das possibilidades de deslocamento e de uso de atividades, permitindo ao indivíduo participar e estabelecer relações com as de mais pessoas.
Entende-se, porém, segundo BARONI (2013), que esses indivíduos,
necessitam de um espaço, adequado permitindo aos alunos a sua interação com os
demais alunos. Conseqüentemente, criando ambientes acessíveis, onde os mesmos
possam identificar os diferentes elementos que pode dificultar ou impedir a sua
percepção, circulação, compreensão ou apropriação dos espaços e atividades por
parte dos alunos bem como obstáculos de ordem social e psicológica que impedem
seu uso efetivo. Estes elementos são conhecidos como barreiras podendo ser
diversos tipos, sendo importante a discriminação entre as barreiras, físicas e de
informação.
25
BARONI defende ainda que as barreiras, são aquelas estabelecidas na
esfera social onde as relações humanas, centram-se nas restrições dos indivíduos e
não em suas habilidades. Já as barreiras físicas são representadas por elemento
arquitetônico físico ou de desenho espacial que dificultam ou impedem, a realização
de atividades desejadas de forma independentes causando diversos tipos de
restrições, um exemplo disso é o desnível isolado e sem marcação de piso alerta,
causando problemas de segurança no deslocamento de alunos com deficiência
visual e constituir obstáculos intransponível ao deslocamento de um aluno em
cadeira de rodas. Para a identificação de barreiras físicas percebe-se pelas
características arquitetônicas dos espaços construídos, sendo preciso analisá-las da
forma correta que possibilite aos educando o acesso específico ao ambiente em
relação ao uso do espaço.
Por outro lado, as barreiras de informação, segundo MACIEL (1998), são
aquelas que dificultam ou impedem o acesso às informações espaciais necessárias
para a orientação nos ambientes e a realização de atividades. Esta informação
espacial é obtida a partir de três fontes informativas diversas. Está presente nos
elementos arquitetônica e nas relações que estabeleçam entre si (ruas, quadras,
edifícios, etc.); nos sistemas de informação adicionais (cartazes, placas, mapas,
sinais sonoros, etc.); e também podemos obter informação verbal quando esta é
fornecida por outra pessoa.
26
3. INCLUSÃO A INSERSÃO DO PORTADOR DE NECESSIDADES EDUCATIVAS
ESPECIAIS NO ENSINO REGULAR DE EDUCAÇÃO BÁSICA.
O termo inclusão foi oficializado no encontro de Salamanca na Espanha em
1994. Foi emitido nesta ocasião, um documento sobre os princípios, a política e a
pratica da educação para os portadores de necessidades educativas especiais. O
mesmo documento aponta ainda a urgência de efetivação de ações educacionais
capazes de reconhecer a diversidade das crianças e atender quaisquer que sejam
as suas necessidades físicas, sociais e lingüísticas. Dentro deste contexto, estão
incluídos os portadores de necessidades educativas especiais, as crianças de rua,
as que trabalham os nômades, as minorias culturais e sociais.
Dentro da visão inclusiva, segundo CHAGAS JUNIOR (2011), o termo
integração não faz sentido, porque na inclusão a meta principal é não deixar nenhum
aluno fora do ensino regular, desde o início da escolarização, sendo deste modo
uma postura bem diferente da integração. Quando se fala em não deixar nenhum
aluno fora do ensino regular, significa que todos serão incluídos, até mesmo aqueles
com distúrbios severos e com múltiplas deficiências.
Num momento de mudança é comum surgirem dúvidas, inseguranças e
controvérsias. É o que está acontecendo com relação á inclusão, entretanto,
segundo PEREIRA (2012), não se pode permitir que as polêmicas em torno do
assunto interfiram nas conquistas já alcançadas. É importante partir do princípio que
a inclusão, entre tanto não significa depositar todos os alunos portadores de
necessidades especiais, na classe regular, sem darem ao professor e a escola o
suporte necessário a sua ação e prática docente. Também não significa ignorar que
os alunos são seres únicos, mas que tem necessidades especiais. É importante
observar que as adaptações focalizam as capacidades, o potencial, a zona de
desenvolvimento proximal e não se centralizam nas deficiências e limitações do
aluno.
È provável que o desenvolvimento e o aprimoramento da qualidade do
ensino regular e a adição de princípios educacionais válidos para todos os alunos,
resultem naturalmente na inclusão escolar dos portadores de necessidades
educativas. Em consequência, segundo LIMA (2012), a educação especial adquirirá
uma nova significação, uma modalidade de ensino destinada não apenas a um
grupo de alunos, os portadores de necessidades educativas, mas uma modalidade
de ensino especializada no aluno.
São inúmeros os desafios a enfrentar no sentido de se ministrar um ensino
especializado. A fusão entre o ensino regular e o ensino especial tem que ser
encarada com seriedade para que venha se fundir, se juntar, incorporar elementos
para se criar uma nova estrutura. Assim instalar uma classe especial em uma escola
regular, segundo LIMA (2012), nada mais é do que uma justaposição de recursos. O
paradigma e atendimento especializado e segregativo vigente é extremamente forte,
idealizador das instituições e na prática dos profissionais que atuam no ensino
especial. A não diferenciação entre os significados específicos dos processos de
integração e inclusão escolar reforça ainda mais a vigência do paradigma tradicional
de serviços e muitos continuam a mantê-los, embora estejam defendendo a
integração.
3.1 A ESCOLA COMO ESPAÇO INCLUSIVO DE APRENDIZAGENS.
Para a instituição de ensino ser considerada um espaço inclusivo, a escola
precisa abandonar a condição de instituição burocrática, cumpridora de normas
estabelecidas. Para tal, segundo ALMEIDA (2008), deve transformar-se num espaço
de decisão, ajustando-se ao seu contexto e respondendo aos desafios que
apresentam. O espaço escolar, hoje, precisa ser visto como um espaço de todos e
para todos.
Este novo modelo de escola implicará na busca de alternativas que
garantam acesso, a permanência e a interação de todos no processo de
aprendizagem. A inclusão questiona não somente as políticas e a organização da
educação especial e regular, mas também o conceito de integração. A noção de
inclusão não é compatível com a de integração, porém institui a inserção de uma
forma mais radical, completa e sistemática. O conceito de inclusão se refere á
inserção do educando na vida social e educativa, todos os alunos devendo ser
incluídos nas escolas regulares e não somente parcialmente integrados como vem
acontecendo até hoje. Neste novo paradigma o vocábulo integração é abandonado,
uma vez que o objetivo da inclusão é incluir alunos anteriormente excluídos; sua
28
meta primordial é a de não deixar ninguém fora do ensino regular, desde o começo
de sua escolarização.
WERNECK (1997, p.42), afirma “... a inclusão vem quebrar barreiras
cristalizadas em torno de grupos estigmatizados.” O portador de necessidades
educativas vem sendo perseguido e maltratado desde a era pré-cristã. Durante a
expansão do cristianismo passaram a ser protegidos mais pelo sentimento de
piedade que despertavam do que o respeito ás diferenças. Entretanto, só no século
XVI, começou-se a pensar na possibilidade de e criar um sistema educacional que
atendesse as necessidades desse ser especial, que há mais de quatro séculos,
espera pelo reconhecimento de suas potencialidades e direitos de cidadão.
Já está mais do que em tempo de se repensar na responsabilidade da
escola frente ao indivíduo portador de deficiência. É preciso que a escola não tenha
medo de arriscar em busca de rumos inovadores em resposta as necessidades de
inclusão. Como diz MANTOAN (1997, p.68) “... cabe a escola encontrar respostas
educativas para as necessidades de seus alunos.” E, nesta busca de resposta para
atender a diversidade, o processo pedagógico fica, com certeza, mais rico,
propiciando uma melhor qualidade de educação para todos.
3.2 O PAPEL DO PROFESSOR E A ESCOLA INCLUSIVA.
Cada vez mais se torna necessário que a escola regular passe a refletir
criticamente, a pesquisar, criar e questionar o previamente estabelecido, em busca
de rumos inovadores, essenciais ao processo de inclusão. A inclusão na escola
seria então, segundo SOUZA (2005), processo pela qual se adapta e se transforma
para poder inserir em suas classes regulares crianças e jovens portadores de
necessidades especiais que estão em busca do pleno desenvolvimento de suas
potencialidades e exercícios da cidadania.
As escolas inclusivas propõem, segundo MANTOAN (2003), um modo de se
construir o sistema educacional estruturado em função das necessidades de todos
os alunos. A inclusão causa mudança de perspectiva educacional, pois não se limita
a ajudar somente os alunos que apresentem dificuldades na escola, mas apóia a
todos, os professores, alunos, pessoal administrativo, para que obtenham sucesso
29
na ação educativa. O impacto dessa concepção é considerável, porque ela propõe a
abolição completa dos serviços segregados.
Pais, educadores e a comunidade em geral, segundo CHAGAS JUNIOR
(2011), não devem se preocupar com o fato da inclusão de alunos portadores de
deficiência nas classes regulares, virem a prejudicar o desenvolvimento dos demais.
A prática vem mostrando, em países que já vem desenvolvendo programas
inclusivos, que ao se atender este aluno, na classe regular, oferece oportunidades e
aprendizagens múltiplas a todos, como a sensibilidade pela diversidade humana, a
experiência com a riqueza da diferença a o desenvolvimento do espírito de
solidariedade, aspectos tão pouco valorizados. Até agora, nenhuma evidencia
sugere que este tipo de inserção acarrete efeitos negativos sobre os alunos das
classes regulares, pelo contrario, ao atender a diversidade, os professores e a
escola, de modo ge4ral, descobrem a versatilidade e criatividade dos enfoques
pedagógicos que realmente enriquecem a qualidade da educação para todos.
Como já ressaltado anteriormente, a presença do aluno portador de
deficiência na classe regular é enriquecedora para o grupo. Todos se beneficiam:
alunos portadores de deficiência interagindo com alunos das classes regulares,
possuem mais acesso a diversidade cultural, a valores morais e áticos e a riqueza
de atividades curriculares do que se estivessem separados. Conforme afirma
WERNECK (1997, p.53), “O melhor meio de impedir o preconceito é impedindo que
ele se instale nos primeiros anos da infância.”
A educação inclusiva, descrita por WERNECK, vê o aluno portador de
deficiência como ser global e único. Portanto os que praticam a inclusão como
educação integrada á comunidade, segue uma variante da inclusão total, onde o
aluno em certos momentos está na Scola, em outros fora dela, mas sempre
buscando aprender os mesmos conteúdos de aprendizagem que os seus colegas
“normais”.
A equipe de educadores, professores pedagogos, psicólogos, e demais
profissionais, deverá se vir dentro de uma nova perspectiva, como membros de uma
equipe que tem os pais como membros iguais, efetivos, atuantes, colaboradores,
com direito a discutirem sobre os assuntos pertinentes a educação de seus filhos. O
professor especializado deve participar de todas as ações devendo opinar e discutir
30
como professor da classe regular, participar de todo o planejamento em suas fases
de elaboração, execução e avaliação. Cabe ao professor a tarefa de desmistificar a
deficiência, mas principalmente a eficiência do aluno portador de necessidades
educativas especiais, para poder contribuir para sua adaptação, desenvolvimento e
autonomia.
É necessário utilizar todas as alternativas e modalidades de agrupamento
desses alunos com os demais, aproveitando as informações que cada um trás de si
e do meio, sua experiência de vida, que conhecimentos adquire, que habilidades
desenvolveu quais as suas expectativas, seus sonhos e ideais, Sempre levando em
conta, porém, suas reais possibilidades e necessidades impostas pela limitações
inerentes á deficiência.
Ao incluir a família do aluno, como elemento fundamental do processo,
segundo PEDROZA e CHAGAS (2012), a escola está desempenhando um papel
vital para o sucesso do programa. E o professor passa a conta com o apoio daquela
que é a célula fundamental na formação e desenvolvimento de todo o ser humano.
E, no caso do portador de deficiência tem uma significação ainda maior, já que,
inicialmente, sua sobrevivência, aprendizagens, disciplina, autoconfiança e
socialização dependem da aceitação, equilíbrio e interação da família. Entretanto
uma das maiores frustrações dos pais, depois, de aceitarem de fato de um filho ser
excepcional, é não dispor de informação adequada sobre suas reais limitações e os
serviços disponíveis que possam minimizar suas desvantagens e facilitar o
desenvolvimento de suas potencialidades. Cabe a escola trabalhar com os membros
da família ajudando-os a desempenhar efetivamente seus papéis e propiciando-lhes
oportunidade de falarem sobre seus sentimentos e expectativas.
Merece destaque, também, segundo CUNHA (2002), a importância do
envolvimento de toda equipe escolar na busca de alternativas que minimizem as
diferenças e promovam a interação empática e produtiva entre portadores
educacionais, psicológicos, diretores e o professor, os mais indicados para a busca
de subsídios facilitadores da educação inclusiva.
Entretanto, o professor da classe regular certamente será o principal
elemento desse processo, precisando e tempo para seu entendimento sobre
educação inclusiva, a partir dos conhecimentos anteriores como professor.
31
WERNECK (1997), afirma que o professor terá de enfrentar o desafio de incluir não
só em sua turma, mas em sua vida, o aluno portador de necessidades educativas
especiais, alguém com quem talvez nunca tenha tido contato. E para isto é
necessário desprendimento e busca constante de informações para que não caia no
extremo de violar os direitos e/ou ferir os sentimentos deste ser especial que é o
aluno portador de deficiência.
Os professores das classes regulares, segundo GAZINEU (2001), poderão
lançar mão de recursos usados pela educação especial, fazendo adaptações em
sua prática de educador de classe regular, ao incluir um aluno com deficiência em
sua turma. Muita dessas adaptações ele próprio descobrirá sozinho, pois dependem,
principalmente, de aceitação, vontade, reflexão, bom senso, criatividade e empatia.
O educador e a escola que se lançar a este desafio contribuirão, participando de
transformações que, certamente, beneficiarão alunos, escola e toda a ação
pedagógica.
3.3 EDUCAÇÃO DE SALAMANCA E A EDUCAÇÃO.
Segundo Mônica Pereira dos Santos, apud, Odete Ap. da Rosa e Michelle
de Souza Santos (2002), a educação especial na maioria dos países tem seguido
um padrão semelhante em sua evolução. Num primeiro momento caracterizado pela
segregação e exclusão, os portadores de necessidades especiais, são
simplesmente ignorados, evitados, abandonados ou encarcerados e muitas vezes
eliminados.
Num segundo momento, há uma modificação do olhar a respeito da referida
clientela, que agora passa a ser percebida como possuidoras de certas
capacidades, ainda que limitadas, como por exemplo, a da aprendizagem. Mesmo
assim, ainda predomina um olhar de proteção e a pratica no que diz respeito aos
excepcionais, muito embora já não seja mais a de rejeição e medo, ainda e
excludente á medida que se propõe a protegê-los, utilizando-se para tanto, de asilos
e abrigos dos quais raramente saem.
Um terceiro momento é marcado pelo reconhecimento do valor humano
desses indivíduos, e como tal o reconhecimento de seus direitos. Isso se deu, por
32
volta dos anos 60. Porém um fato que quer maior atenção, no desenvolvimento da
historia da educação especial, refere-se a mudanças de valores relativos aos direitos
humanos. Vale ressaltar, que a luta pela igualdade de valores já havia sido iniciadas
bem antes, sendo mais fortalecida a partir dos anos 60. A luta pelos direitos
humanos adquire fortalecimento pelo próprio crescimento dos movimentos das
minorias étnicas, sexuais, religiosas, etc., e tais fatores podem, segundo BUENO
(1999), ser associados:
a) O avanço-cientifico, cuja produção e disseminação de conhecimentos vêm
apenas promovendo a disseminação de certos preconceitos fundados na ignorância
sobre as diferenças da espécie humana, como também alertando para a
necessidade, cada vez mis urgente, de união de povos em função da defesa do
planeta por motivos ecológicos;
b) Um crescente pensar de cunho sociológico, questionando consistentemente o
sentido de praticas discriminatório e clamando por um mundo democrático;
c) O avanço tecnológico, principalmente no terreno das telecomunicações, que vem
aproximando ainda os povos e disseminando mais rapidamente as informações,
provocando ao mesmo tempo a necessidade cada vez maior de um trabalho
especializado capaz de atender a competitividade que o progresso tecnológico,
econômico e outros têm imposto;
Por mais contraditórios que possam parecer, todos esses aspectos vem se
refletindo conjuntamente nos sistemas educacionais de diversos países. O fato é
que tais reflexos geram consequências inevitáveis para a educação especial.
A conferência de Salamanca em 1994, de maneira bem abrangente veio
acirrar as discussões sobre a educação inclusiva. Por um lado, a humanidade clama
por igualdade de valor dos seres humanos e, como tal, pela garantia da igualdade
de direitos entre eles. Por outro seja porque essa mesma humanidade já não mais
comporta a existência da ignorância, seja porque esta pode tornar o ser humano
dependente, seja porque ela o exclui de um ritmo de produção cada vez mais vital a
crescente competitividade, por lhe dificultar o exercício pleno de seus deveres de
cidadão, de uma humanidade trabalhadora, produtiva, participativa e contribuinte.
Manifesta-se assim, a necessidade indivíduo-cidadão, saberes e conscientes
de seus valores e de seus direitos e deveres. Cresce, portanto a importância da
33
educação, e, ainda mais a importância da inserção de todos num programa
educacional que pelo menos, lhe tire da condição de ignorância. Em consequência
disto, cresce também, a necessidade de planejar programas educacionais flexíveis
que possam abranger o mais variado tipo de alunado, e o mesmo tempo, oferecer o
mesmo conteúdo curricular sem perda da qualidade do ensino e da aprendizagem.
3.4 A CONFERÊNCIA DE 1990 A JOMTIEM.
A JOMTIEM, cidade da Tailândia onde ocorreu a conferencia Mundial sobre
Educação para todos, Emprestando o nome a esta conferência, que teve por
objetivo a satisfação das necessidades básicas de aprendizagem através do
oferecimento de educação para todos até o ano de 2000.
Acreditando que a pobreza e a miséria verificada no mundo atual são
produtos, em grande parte, da falta de conhecimento a respeito de seus deveres e
direitos, e, que a própria falta do direito á educação, que é básico, constitui fonte de
injustiça social, a conferência de JOMTIEM, estabeleceu metas para oferecer
educação para todos até o ano de 2000.
Durante a conferência destacou-se a necessidade de promover maiores
oportunidades de uma educação duradoura, que por sua vez implica em três
objetivos diretamente relacionados á educação especial:
a) O estabelecimento de ensino de metas claras, que aumentem o número de
crianças na escola;
b) A tomada de decisão e providencia que assegurem a permanência da criança na
escola, e possibilite obter um real beneficio da escolarização;
c) O inicio de reformas educacionais significativas que assegurem que a escola
inclua em suas atividades, currículos, por intermédio de seus professores serviços
que correspondem ás necessidades de seus alunos, das famílias, e das
comunidades locais para a formação de cidadãos responsáveis e instruídos;
No que diz respeito aos portadores de necessidades educativas especiais,
são considerados tanto como cidadãos comuns quanto como cidadãos peculiares.
São cidadãos comuns ao se propor que o acesso a educação com equidade seja
34
universalizado a todos (Art., III); e peculiares ao explicar-se que é preciso garantir-
lhes igualdades de acesso educação, como parte integrante do sistema educativo,
independente do tipo de deficiência que possuem (Art., V), È necessário que as
autoridades nacionais, estaduais e municipais assumam as responsabilidades pelo
oferecimento da Educação Básica.
Uma conseqüência visível na educação especial reside na ampliação do
conceito de necessidades educacionais especiais. Outra necessidade é a inclusão
da própria educação especial dentro dessa estrutura de “educação para todos”
oficializada em JOMITEM. Entre outras coisas o aspecto inovador da declaração de
Salamanca consiste na retomada de discussões sobre essas conseqüências e
encaminhamento de diretrizes básicas para a formulação e reforma de políticas e
sistema educacionais, assim, conforme seu próprio texto firma, a conferência de
Salamanca:
Proporcionou uma oportunidade única de colocação da Educação Especial dentro da estrutura de Educação para toda firmada em 1990 (...) Ela uma plataforma que afirma o principio e a discussão da pratica de garantia de inclusão das crianças com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade e aprendizagem. (UNESCO, 1994, p.15).
No que diz respeito ao conceito de necessidade educacional especiais,
segundo a Declaração de Salamanca ficou estabelecido que:
Durante os últimos quinze ou vinte anos, tem tornado claro que o conceito de necessidades educacionais especiais teve de ser ampliado para incluir todas as crianças que não estejam conseguidos se beneficiar com a escola seja porque motivo for. (UNESCO, 1994, p.15).
Dessa maneira, segundo SANTOS (2000), conceito de necessidades
educacionais especiais passou a incluir, além das crianças com deficiência, aquela
que estão experimentando dificuldades temporárias ou permanentes na escola, as
que estão repetindo continuamente o ano escolar, as que são forçadas a trabalhar,
as que vivem nas ruas ou que moram distantes de qualquer escola, as que vivem
em condições de extrema pobreza ou que sejam desnutridas, as que sejam vitimas
de guerra e conflitos armados, as que sofrem abusos contínuos física, emocionais
ou sexuais, ou as que estão fora da escola, por qualquer motivo que seja.
Tudo que foi exposto permite a realização da seguinte trajetória de
pensamento:
35
a) Até aproximadamente três décadas atrás, o objeto alvo da Educação Especial era
a pessoa portadora de deficiência;
b) Nesse sentido a educação Especial poderia ser considerada em seu sentido
prático, de provisão de certos serviços a uma “clientela” e, que invariavelmente em
um determinado ambiente “especial”, mais propício ao respectivo “tratamento” a ser
dado a sua “clientela”;
c) Que por sua vez, implicava na existência de dois sistemas paralelos da educação:
o regular e o especial;
d) Em outras palavras, se o objetivo-alvo da Educação Especial passou a ser tão
ampliado, a insistência em sua definição em termos predominantemente tão
limitantes, não lhe permitiria mais dar conta de suas novas tarefas;
e) Isso sem contar que, mesmo para algumas de suas velhas tarefas, a Educação
Especial já não vinha obtendo muito êxito em promover respostas eficazes. A esse
respeito, não são poucas as pesquisas e documentos que constatam que a
existência de um sistema ensino não representa necessariamente, uma provisão
educacional, de maior qualidade, muito menos garante a solução dos “problemas”
encaminhados as escolas e classes especiais.
36
4. IMPLICAÇÕES EDUCACIONAIS
Segundo recomendação da UNESCO (1994, p.61), pensar na prática
educacional, em primeiro lugar significa reconhecer que:
Inclusão e participação são essenciais a dignidade humana e ao gozo e exercício dos direitos humanos. No campo da Educação, tal se reflete no desenvolvimento de estratégias que procuram proporcionar diferentes oportunidades. Experiência em muitos países demonstram que a integração das crianças e dos jovens com necessidades educativas especiais e mais eficazmente alcançada em escolas inclusivas que servem a todas as crianças de uma comunidade.”
Em segundo lugar, significa entender o que é a escola inclusiva e seus
princípios. Nesse sentido fica claro que:
O principio fundamental da escola inclusiva é o que todas as crianças deveriam aprender juntas, independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que possam ter, as escolas inclusivas devem reconhecer e responder as diversas necessidades de seus alunos, acomodando tantos estilos com ritmos diferentes de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos por meio de currículo apropriado, modificações organizacionais, estratégicas de ensino, de recursos e parcerias com a comunidade (...). Dentro das escolas inclusivas, as crianças, com necessidades educacionais especiais deveriam receber qualquer apoio extra que possam precisar, para que se lhes assegure uma educação efetiva (...). (UNESCO, 1994.p.61)
Em outras palavras, as implicações consistem no reconhecimento da
igualdade de valores e de direitos, e na conseqüente tomada de atitudes em todos
os níveis, que se reflitam uma coerência entre o que se diz e o que se faz. Em
termos governamentais, isso implicaria na reformulação de políticas educacionais e
nas implementações de projetos educacionais do sentido excludente ao sentido
inclusivo.
Transformar por exemplo, as escolas especiais atuais em centros de
referência de provisão de educação especial, cujo objetivo principal seja fornecer
apoio técnico e equipamento as escolas regulares poderia provocar uma saudável
reformulação na estrutura básica da educação especial “tradicional”. Na verdade a
educação especial, segundo JANUZZI (1985), não se restringe a escolas Especiais.
Essas são possíveis provisões oferecidas pela educação especial, da mesma forma
que seria uma sala regular com professores assistentes trabalhando os grupos de
alunos junto ao professor regente. Assim, a educação especial é muito mais do que
as instituições em que ela é oferecida. Ela tanto pode constituir um sistema paralelo
de educação, quanto fazer parte do sistema regular de qualquer contexto
educacional.
Dessa forma, nos casos em que tal tradição de ensino segregado não esteja
ainda estabelecida, concentrar esforços e investimentos numa educação inclusiva, já
de inicio seria uma grande vantagem, Além de estar em conformidade com o que
sugere a Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994). E nos casos em que a
tradição inclua um sistema paralelo de ensino como palco de acontecimento da
educação especial, o vantajoso seria, conforme sugere o mesmo documento, que os
esforços e técnicas gerados nessas instituições sejam socializados e
democratizados para o ensino como um todo, de forma que a escola especial se
transforme, acima de tudo, num centro de referencia e provisão técnica e de geração
de conhecimentos a serem aplicados na educação regular, para onde iriam, a médio
e longo prazo, seus alunos.
Quando se fala em inclusão, não é apenas de uma determinada minoria
pertencente a uma comunidade. O movimento pela inclusão se refere a uma visão e
perspectiva de mundo, e não apenas a uma luta de algumas minorias. Assim sendo,
no caso do Brasil, as propostas postas em prática, poderiam assegurar uma maior
garantia para nos tornar, na prática, um país de linha mais inclusiva do que somos
no papel. Para tanto, faz-se necessário continuar fortalecendo os níveis locais de
decisão, eleger e vigiar candidatos políticos comprometidos com esse ideal de
mundo, de uma sociedade menos excludente e mais inclusiva, cujas propostas
primem por setores básicos que elevem o Brasil a essa condição.
4.1 MOVIMENTO PELA INCLUSÃO E A FAMÍLIA.
Sabe-se que a luta pelos direitos dos portadores de deficiência não é
recente. No Brasil, se traçamos uma demarcação temporal, segundo SILVA (2011),
pode se encontrar esforços datados de, pelo menos, um século, quando, por
exemplo, iniciaram-se as primeiras tentativas oficiais da escolarização formal de
deficientes visuais.
De modo geral, para MANTOAN (2001), historicamente as lutas em prol dos
direitos dos portadores de deficiência, têm-se caracterizado por alguns momentos
38
marcantes, e, em todas elas a família tem um papel fundamental e importante e
decisivo nas conquistas alcançadas.
É bem verdade que no Brasil, família tem sido cada vez mais ressaltada no
sentido de ser parceira vital no processo de integração (social, escolar) do portador
de deficiência: porém, ainda vivemos um tempo em que a importância desse agente
social chamado família está apenas começando a ser reconhecida. (DECLARAÇÃO
DE SALAMANCA, 1994)
Exemplo disso as práticas comuns que ainda se verificam, tanto no campo
da saúde quanto na educação, quando os profissionais “chamam a família” para
discutir a respeito dos portadores de necessidades especiais, mas não com o intuito
de juntos, decidirem estratégias de ação. O que se observa é que os profissionais
assumem uma postura de superioridade e se limitam a prescrever o que a família
deve fazer.
A escola diz: “O senhor tem que levar este menino ao psicólogo, ao
fonoaudiólogo, ao neurologista,...”, delegando aos profissionais de saúde uma tarefa
que, inicialmente, deveria ser sua, já que esses profissionais, muitas vezes, pouco
dizem. Não discutem o caso, não mostram nem explicam os diagnósticos e ás vezes
pressupõem uma completa ignorância por parte da família a respeito de seus
próprios filhos, o que não é verdade. Afinal, não se deve confundir ignorância de
vida. O fato de não dominar uma terminologia técnica, não quer dizer que a pessoa
não saiba o que se passa com ela mesma e com os entes mais próximos.
Entretanto, apesar das dificuldades, ao olhar para esse processo do ponto
de vista histórico, constata-se certos avanços. Hoje, mais do que em qualquer outra
época, o momento prima por princípios de integração/inclusão. A Declaração de
Salamanca, documento mor, inspirador de muitas das políticas educacionais da
maioria dos países, é bem clara no que se refere se a família e ao movimento pela
inclusão. (Quatro de seus artigos, Art. 59, 60; 61; 62) se referem especificamente á
“Integração com os pais” e vários outros que indiretamente implicam uma parceria
com a instituição familiar no processo de integração/inclusão dos portadores de
deficiência.
São de especial relevância os artigos 60 e 61, no que dizem:
39
Os pais são os principais associados no tocante ás necessidades educativas especiais de seus filhos, e a eles devem competir, na medida do possível, a escolha do tipo de educação que desejam ser dadas a seus filhos. (Declaração de Salamanca, Art. 61).
Deverão ser estreitadas as relações de cooperação e apoio entre
administradores de escola, professores e pais, fazendo com que estes últimos
participem na tomada de decisões, em atividades educativas no lar e na escola, na
supervisão e no apoio da aprendizagem de seu filho. (Declaração de Salamanca,
Art.61).
Portanto, não resta dúvida de que hoje em dia, mais do que nunca, a família
deve ser vista e tratada como um parceiro a somar no processo de quebra das
barreiras que impedem a participação e a inclusão social de seus integrantes, por
quaisquer motivos que sejam.
Se for efetuado um levantamento das práticas sociais, educacionais e de
saúde em países que já praticam a inclusão, verificar-se-á com segurança, que a
família foi redescoberta como ponto nevrálgico, do processo de inclusão.
No caso brasileiro, as organizações não governamentais (ONGS), criadas na
maioria pelos pais e/ou técnicos, segundo SANTOS (1999), têm desempenhado um
importante papel histórico, essas organizações em parceria com o poder público
governamental têm oferecido o atendimento de que os portadores de deficiência
necessitam em educação, saúde e trabalho. Cabe lembrar que até recentemente,
essas lutas ainda se travavam de uma forma protecionista; o atual movimento da
inclusão tem implicado em que hoje tais lutas adquiram uma conotação diferente,
mais politizada, contando com a participação direta dos próprios portadores de
necessidades educativas especiais.
Sendo assim, SANTOS (2011), ressalta que as famílias do PNEE, por meio
de suas organizações representativas, têm sido estimuladas a passar por um
processo de transformação de suas praticas e filosofias de atuação num sentido
cada vez mais inclusivo. Essa necessidade de revisão com vistas á transformação
tem, por vezes, gerado certo receio de perder direitos, espaços, enfim conquistas
que foram obtidas através de muitas lutas. Todavia, essa apreensão é
desnecessária, se a participação efetiva das famílias e comunidades, conforme
explica a Declaração de Salamanca e outros documentos pertinentes á inclusão.
40
Entretanto, em meio a esta luta, revela-se, segundo ALMEIDA (2008), uma
certeza incontestável: a participação da família é de importância vital para o
movimento da inclusão. Seja de forma individualizada ou por meio de suas
organizações, é imprescindível a sua participação para a continuação da luta para
uma sociedade mais justa e igualitária seja garantida. É imprescindível que as
famílias busquem conhecer para participar, dando o exemplo de cidadania, como,
aliás, cabe a qualquer família, e servir assim, como mais um veículo por meio do
qual seus filhos possam aprender para ser.
41
5. A INCLUSÃO DE PORTADORES DE NECESSIDADES EDUCATIVAS, NA
VISÃO DO GESTOR DA ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL
VITAL BRASIL
A escola Municipal de Ensino Fundamental Vital Brasil, está localizada na
BR sentido Aripuanã, Projeto de Assentamento Escol Sul, distante 28 km do
município de Colniza. A mesma está sobre a direção do coordenador professor
Antonio Carlos Rodrigues de Souza. O mesmo possui habilitação em magistério e
graduado em Licenciatura Plena em Pedagogia pela Universidade Federal de Mato
Grosso.
A inclusão de alunos com Necessidades Educativas Especiais em sala de
aulas normais, no sistema de educação de ensino básico, passa por diversas
reformulações quanto á inclusão de PNEs em escolas consideradas normais uma
vez que a mesma não apresenta nenhum tipo de estrutura adequada para atender a
demanda de alunos especiais. Nesse sentido perguntei ao professor Antônio Carlos
gestor da unidade de ensino Vital Brasil se a entidade educacional passa por
situações semelhantes a que citei no trabalho acima, como estrutura física. Vejamos
o que o coordenador responsável pela escola relatou:
Por ser uma escola de campo, e está distante do centro urbano a estrutura da escola é muito precária, pois não temos salas adequadas para atender os alunos com necessidades educativas especiais, ou seja, mal temos condições de atender os outros alunos.
Percebe-se que a falta de estrutura dos ambientes escolares, vem
dificultando o acesso e a permanência dos alunos especiais nas escolas regulares,
uma vez que a proposta inclusiva vem sendo cada vez mais discutidas nos
congressos nacionais e internacionais em todo o mundo. Indaguei também ao
coordenador gestor da escola sobre alguns recursos utilizados em salas de aulas
para a aplicabilidade de atividades aos portadores de necessidades educativas
especiais, o mesmo fez o seguinte relato:
Os métodos que utilizamos, são os mais simples possíveis, como já disse anteriormente, falta todo uma organização do ambiente escolar, materiais didático e paradidáticos que possibilita uma aprendizagem de qualidade e proporcione o gosto pela escola.
Muitas vezes com programas criados pelas prefeituras municipais,
consegue-se sanar algumas das problemáticas que são enfrentadas no cotidiano do
aluno especial, podendo ser resolvida com recursos de baixo custo. Ou seja, é
quebrada certa convicção generalizada, um certo tabu, voltado para as reais
necessidades desses alunos Portadores de Necessidades Educativas Especiais.
É importante ressaltar que mesmo com dificuldades em obter recursos
didáticos pedagógicos para aplicação das atividades em salas com alunos com
algum tipo de deficiência educativa, deve-se levar em conta o contexto local, visando
futuramente adaptações que garantem a acessibilidade para as mais diversas
situações, È possível, no entanto, buscar soluções e alternativas, como prover
acessibilidade desses educando no ambiente escolar, redistribuindo as atividades a
serem realizadas em sala, convidando a comunidade a participar dos projetos
educativos desenvolvido pela escola, buscando possíveis soluções, para assim dar
o atendimento necessário ao aluno com necessidades especiais educativas.
Diante da nova realidade de inclusão efetiva das crianças nas escolas, foi
recentemente promulgada pelo Decreto n 5.296/2004 que “estabelece normas gerais
e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência
ou com modalidade reduzida e dá outras providências”, tornando obrigatória a
aplicação da NBR/9.050/2004. È absolutamente fundamental criar as condições
para que qualquer criança possa acessar todos os espaços de sua escola e
participar de todas as atividades escolares com segurança, conforto e maior
independência possível, de acordo com suas habilidades e limitações. Perguntei ao
gestor se acessibilidade do aluno portador de necessidade educativa especial nas
escolas regulares favorece o ensino dos mesmos. Vejamos o que disse:
Os alunos com necessidades educativas especiais possuem melhor o acesso a escola do que os demais alunos da instituição escolar, uma vez que a atenção deve ser redobrada e o atendimento também.
Para o gestor professor Antônio Carlos, a escola é um dos principais
contextos do desenvolvimento do aluno. Entre as grandes questões que estão em
evidência na discussão de políticas públicas voltadas para a educação, se tratando
de uma situação muito complexa a inclusão de portadores especiais em escolas
regulares. Questionei ao gestor sobre os desafios que enfrenta ao se deparar com a
diversidade dos alunos. Obtive a seguinte resposta:
O desafio de lidar com as diferenças na escola em uma sociedade homogeneizante, na qual o diferente ainda é visto como uma ameaça. Mas, todos nós somos diferentes uns dos outros, pois temos habilidades diferenciadas. È sempre difícil estabelecer uma fronteira nítida, um corte entre o habitual e o mais diferente.
43
No entanto a diversidade cultural é um fato positivo, um valor que nos
enriquece a todos e nos ensina que não há uma única forma de ser, de sentir e de
enfrentar a educação. Ao contrario, a desigualdade social implica desequilíbrio,
discriminação, falta de oportunidades para alguns ou para muitos. Dentre todos os
contextos vinculados ao processo da inclusão, o ambiente da aula é aquele onde o
professor tem a sua ação mais efetiva. Perguntei também ao gestor sobre quais
caminhos apontaria aos educadores brasileiros para lidar com crianças com
necessidades educativas especiais. Vejamos qual a resposta do educador.
É preciso recordar que qualquer criança tem mais de criança do que de especial. Por esse motivo o contexto habitual de socialização e aprendizagem estabelecido para todas as crianças, ou seja, a escola é o meio ideal para o seu desenvolvimento. Considero que devem ser dotadas de forma explicita medidas especiais, fundamentalmente adaptações curriculares, como elevar ou rebaixar objetivos, modificar a metodologia e ajustar os métodos avaliativos.
Para a criança que ingressa numa escola inclusiva, cada contexto novo que
ela encontra (um micro sistema) determina uma transição ecológica. É importante
que os adultos entendam a importância de que esses contextos ofereçam aos
participantes a oportunidade tanto de se engajarem com também de observarem as
atividades, pois as relações interpessoais são construídas a partir das observações.
Para que essa transição se torne menos difícil, é importante que as atividades
ocorram com bases na reciprocidade, equilíbrio de poder e afetividade. A criança
precisa vivenciar tanto os contextos em que ela tem a autonomia para vivenciar as
habilidades já adquiridas. Perguntei ao coordenador Antônio Carlos se acontece à
exclusão com os alunos portadores de necessidades especiais na escola em que
atua, o mesmo me deu a seguinte resposta:
Sempre tem aqueles alunos ou até mesmos, pais de alunos, que fazem gracinhas, como por exemplo, colocam apelidos, não ficam pertos uns dos outros, acabam deixando os colegas com necessidades educativas especiais, fora das atividades que realizam em conjuntos desvalorizando os mesmo. Por apresentarem características diferentes dos demais. Isso muitas vezes implica no não desenvolvimento desses educando. O que Caracteriza percas ao seu desenvolvimento escolar, mesmo estando presentes no processo educativo e conscientizando os demais alunos da importância da inclusão dos Portadores de Necessidades Educativas em escolas regulares, uma vez que é lei constitucional.
Percebe-se, que após anos de luta para inserir os alunos com necessidades
educativas em escolas, cujo ensino seja oferecido a todos os cidadãos, sem que
haja nenhum tipo de negligência ao oferecimento do ensino de educação básica,
persiste a exclusão nos tempos atuais, dessa categoria de alunos. O que muitas
44
vezes dificulta a permanência dos mesmos nos ambientes escolares, ocorrendo à
evasão, e através de imposições de entidades e geralmente gera muita violência.
As nossas diferenças podem nos fazer vencer, ou perder, em uma atividade
desenvolvida na escola, isso não significa que somos íncapazes, ou incompetente
de realizar ações e nos socializarmos com outras pessoas de comunidades
diferentes, apenas como já foi dito anteriormente temos habilidades diferenciadas.
Os Portadores de Necessidades Educativas Especiais são tão capazes como os não
portadores de necessidades educativas, e por isso é importante respeitar os direitos
e valores individuais de cada um. Temos o direito de ir e vir a onde e quando
quisermos, a exclusão dos PNEs é crime. Dentro do possível procure ajudar a
permanecer no ambiente escolar, esses alunos, os mesmos possuem sua
criatividade própria, suas estratégias de relacionamento, e de convivência em grupo.
Segundo FORTUNA (2008, p.17),
A exclusão social não significa desconexão de qualquer forma de vínculo social, mas exclusão de direitos. Que fique bem claro para nós, é muito importante a sua contribuição, como cidadão brasileiro, no processo formativo dos alunos com necessidades educativas especiais no que diz respeito a todas as ações direcionadas aos alunos especiais, no processo inclusivo em escola de educação básica regular, médio e superior de ensino.
45
CONCLUSÃO
O tema inclusão é hoje foco de atenção e discussão no mundo todo.
Educadores comprometidos com essa missão, não podem ficar alheios. O momento
exige ação, informação, direcionamento e parceria na luta contra a discriminação
dos excluídos. É preciso construir uma sociedade mais justa, igualitária e inclusiva.
No entanto percebemos a importância de incluir os alunos portadores de
necessidades educativas especiais em salas de aulas regulares, uma vez que
estaríamos proporcionando condições dignas de aprendizagem a esses alunos.
O desafio para o professor da classe regular é grande, pois exige mudanças
e inovações no contexto de sala de aula e na metodologia empregada. Pesquisas
efetuadas entre professores do ensino regular, evidenciam ainda, muita resistência a
estas mudanças. Muitos justificam que além da falta de informação e formação,
faltam-lhes condições psicológicas para assumir tal compromisso. Na realidade o
que se percebe é uma grande insegurança, reforçada pela falta de aceitação, por
grande insegurança, reforçada pela falta de aceitação, por grande parte dos
profissionais de educação.
Tais observações justificam os dados que mostram que o número de
portadores de necessidades especiais incluídos em instituições de ensino regulares,
é irrisório frente á demanda existente. Vimos ainda, que o nível do fracasso escolar,
verificado na clientela de educação especial é quase tão alarmante quanto o
alunado da educação regular. Esses estudos, em geral apontam para a relatividade
do conceito de necessidades especiais e para a necessidade de haver um ensino
especializado que complemente a provisão educacional regular, fazendo, portanto,
parte desta, não se constituindo em um sistema a parte, com instituições próprias
parte desta, e não se constituindo em um sistema e parte, com instituições que
encarecem ainda mais os serviços, sem necessariamente melhorar a qualidade.
Da mesma forma que a educação especial, a educação regular também
sofre suas conseqüências, o aumento do contingente de fracassados e excluídos
apenas formaliza a constatação de sua ineficácia e amplia a objetividade de ser um
instrumento de justiça e promoção social.
Essa educação, portanto, também precisa ser revista. O que essa nova
concepção necessidades especiais provoca é uma aproximação desses dois tipos
de ensino, o regular e o especial, na medida em que essa nova definição implica
que, potencialmente, possuímos ou podemos possuir deficiências, temporária ou
permanente. Necessidades Educacionais Especiais. E sendo assim não há porque
haver dois sistemas paralelos de ensino, mas sim um sistema único, que seja capaz
de prover educação para todo o seu alunado, por mais especial que ele possa ser
ou estar
Não se trata, por tanto, nem de acabar com um ou outro sistema de ensino,
mas sim de junta-los, e unifica -los num sistema educacional único, que parta do
mesmo principio, de que todos os seres humanos possuem o mesmo valor e os
mesmos direitos, sejam garantidos. É isso que significa na pratica incluir a educação
especial na estrutura de educação para todos.
Pude concluir que a escola, como espaço inclusivo, deve considera como
seu principal desafio, o sucesso de todos os seus alunos, sem exceções. Os
governos precisam formular políticas que assegurem a inclusão dos incluídos e,
portanto, estabelecer metas e procedimentos eficientes de inclusão e de
instrumentação a cidadania.
Neste final de século, a escola não pode mais desconsiderar esse desafio.
Ela tem que estar preparada para lidar com situações que fujam do cotidiano, e com
certeza, toda a sociedade se beneficiará de uma educação mais justa, democrática
e eficiente.
Percebi também que um dos problemas enfrentados por uma criança
portadora de necessidades especiais educacionais encontra no momento de
inclusão no que diz respeito aos currículos escolares serem estratificados em
função de uma seqüência gradativa de dificuldade, como se todas as crianças de
uma mesma faixa de idade aprendessem no mesmo tempo que as demais do seu
grupo.
Essas dificuldades são enfrentadas geralmente em todo âmbito nacional
brasileiro. Diante desse contexto compreende-se as dificuldades enfrentadas pelo
gestor da Escola Municipal Vital Brasil, a falta de infra estrutura, que não é
adequada para a inserção desses alunos em escolas regulares de ensino da
47
educação básica, e sua permanência na mesma, pois as condições físicas não são
suficientes para atender a demanda de alunos, uma vez, que é direito de todos os
cidadãos brasileiros a ir para uma escola da rede publica de ensino.
48
BIBLIOGRAFIA
ALARCÃO. Isabel. Escola reflexiva e nova racionalidade. Porto Alegre: Artmed, 2001. ALMEIDA. Tânia Maria de. Inclusão – limites e superação. Recife: Universidade Cândido Mendes, 2008. ARANHA, Maria Salete Fábio (org.). Estratégias para a educação de alunos com necessidades educacionais especiais. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2003. BARONI. Elaine C. Oliveira Alves. A acessibilidade do sujeito com deficiência física na escola: problematização de uma realidade acompanhada. Brasília, 2013. Trabalho de Conclusão de Curso; (Graduação em Pedagogia) Faculdade de Educação – FE, Universidade de Brasília – UnB. BEYER. Hugo Otto. A educação inclusiva: ressignificando conceitos e práticas da educação especial. INCLUSÃO - Revista da Educação Especial, São Paulo, p.8 , ano 2, n. 2, jul. 2006. BRASIL. Constituição da Repúbica Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988 BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais. Brasília: Secretaria de Educação Fundamental, Secretaria de Educação Especial. Adaptações Curriculares, 1999. BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente no Brasil. Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990. BRASIL. Política Nacional de Educação Especial. Brasília: MEC/SEESP, 1994. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: MEC, 1996. BRASIL. Lei de diretrizes e bases da educação nacional. Lei 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Brasília: MEC, 1996. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. O processo de integração escolar dos alunos portadores de necessidades educativas especiais no sistema educacional brasileiro. Brasília: Secretaria de Educação Especial (SEESP), 1995. (Séries diretrizes nº 11). BRASIL. Saberes e práticas da inclusão : recomendações para a construção de escolas inclusivas. 2. ed. Brasília : SEESP/MEC, 2006. (Série : Saberes e práticas da inclusão). BUENO, J.G.S. Educação especial brasileira: integração, segregação do aluno deficiente. São Paulo: EDU/PUC, 1993.
BUENO, J.G.S. A educação inclusiva e as novas exigências para a formação de professores: algumas considerações. In: BICUDO, M. A; SILVA, J.C.A. da (Orgs.). Formação do educador e avaliação educacional: formação inicial e continua. São Paulo: UNESP, 1999. CARVALHO, Eunice Nathália Soares de. (Org). Educação especial: deficiência mental. Brasília: MEC. Secretaria de Educação Especial, 1997 (Série Atualidades Pedagógicas 3). CHAGAS JUNIOR. Jorge Gomes das. Como construir uma escola para todos. Universidade Candido Mendes. 2011. Disponível em <http://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/C206733.pdf>. Acesso em 14 out. 2013. CUNHA. N. H.S. Distúrbios do comportamento. In: CAMARGOS Jr., W. (Org.). Transtornos invasivos do desenvolvimento: 3°Milênio. Brasília: CORDE, 2002. P. 122-127. DECRETO Nº 5.296 DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004. Regulamenta as Leis nos 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. DISCHINGER. Marta; BINS-ELY, Vera; PIARDI, Sonia Maria Demeda Groisman. Promovendo acessibilidade nos edifícios públicos: programa de fiscalização do ministério público de Santa Catarina. Ministério Público de Santa Catarina, 2005. No Prelo. DISCHINGER. Marta; BINS ELY. Vera; PIARDI. Sonia Maria Demeda Groisman. Promovendo acessibilidade espacial nos edifícios públicos: Programa de Acessibilidade às Pessoas com Deficiência ou Mobilidade Reduzida nas Edificações de Uso Público. Florianópolis : MPSC, 2012. EDLER. Carvalho, R. Atendimento educacional especialização em organizações governamentais de ensino, a alunos que apresentam distúrbios na aprendizagem: discurso e prática, Tese de Doutorado. UERJ, 1996. FARIAS. Norma; BUCHALLA. Cássia Maria. A classificação internacional de funcionalidade, incapacidade e saúde da organização mundial da saúde: conceitos, usos e perspectivas. Rev. bras. Epidemiol, São Paulo, vol.8 no.2, p.187-193, jun. 2005. FONSECA. Ricardo T. M. Os direitos Humanos e a pessoa com deficiência no mercado de trabalho. In: Inclusão: Revista da Educação Especial. Brasília: Secretaria da Educação Especial/ MEC, v. 1, n. 1, p. 19-24, out. 2005. FONSECA. Ricardo Tadeu Marques. Os efeitos da 8ª Convenção Internacional da ONU e o acesso ao mercado de trabalho para as pessoas com deficiência mercado de trabalho para as pessoas com deficiência. IV Seminário Nacional de Formação
50
de Gestores e Educadores. Ensaios pedagógicos. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2007. FONSECA, Victor da. Educação Especial: Programa de Estimulação Precoce – uma introdução de idéias de Fuerstein. 2.ed. rev. aum. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. FORTUNA, Tânia. R. O brincar, as diferenças, a inclusão e a transformação social. Atos de Pesquisa em Educação – PPGE/ME FURB, v. 3, nº 3, p. 460-472. set./dez. 2008. FREIRE. Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. 25. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996. GIACOMINI, L.; SARTORETTO, M. L.; BERSCH, R. C. R., A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar: orientação e mobilidade, adequação postural e acessibilidade espacial. Brasília: SEESP/MEC; [Fortaleza]: Universidade Federal do Ceará, v. 7, 2010. GAZINEU. Rosangela S.F. O cenário brasileiro da educação inclusiva 2001. Disponível em: <http://www.profala.com/arteducesp173.htm>. Acesso em 13 maio 2013. GIACOMINI. Lilia; Mara Lúcia Sartoretto; Rita de Cássia Reckziegel Bersch. A educação especial na perspectiva da inclusão escolar orientação e mobilidade, adequação postural e acessibilidade espacial. Brasília: Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação, 2005. GIBSON, James. The senses considered as perceptual systems. Boston: Houghtan Mifflin Company, 1966. GOFFREDO, V. F. S. de. Integração ou segregação? eis a questão. In: MANTOAM, M. T. (org.). A integração da pessoa com deficiência: contribuição para uma reflexão sobre o tema. São Paulo: Meminon, 1997. p. 230-235. INCLUSÃO. In: Revista de educação especial, Brasília: Secretaria de Educação Especial. v.1, n.1, out. 2005 JANUZZI. G. A luta pela educação do deficiente mental no Brasil. São Paulo: Cortez,1985. JOMTIEM. Declaração Mundial sobre educação para todos. Plano de ação para satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem. Tailândia,1990. JOVER. Ana. Inclusão: qualidade para todos. Nova Escola, São Paulo. n 123, p.8-17, jun.1999. LARAIA. Maria Ivone Fortunato. A pessoa com deficiência e o direito do trabalho São Paulo, 2009. Mestrado em direito PUC –SP.
51
LIMA. Olívia Helena dos Santos de. Educação inclusiva. Rio de Janeiro: AVM Faculdade integrada, Universidade Candido Mendes, 2012. MACE, Ron. Universal design, barrier free environments for everyone: designers west. Los Angeles, 1985, Apud DISCHINGER. Marta. Desenvolvendo ações para criar espaços escolares acessíveis. Florianópolis: Total Editora Ltda, 2005. MACIEL. M. C. B. T. Deficiência física: Deficiência mental e deficiência física. Brasília: MEC; 1998. (Caderno TV Escola). MACIEL, Maria Regina Cazzaniga. Portadores de dependência; a questão da Inclusão social. São Paulo em Perspectiva, São Paulo. p. 51-56. 2005. MANTOAN, Maria Tereza E. Ser ou estar: eis a questão. Explicando o déficit intelectual. Rio de Janeiro: WVA, 1997. MANTOAN. Maria Teresa E. Integração x inclusão: educação para todos. PÁTIO, Revista Pedagógica, Porto Alegre, ano 2, n.º 5, p. 48-51, maio/jul. 1998. MANTOAN, Maria Tereza Egler. Caminhos pedagógicos da inclusão. São Paulo: Memnon Edições Científicas, 2001. MANTOAN, Maria Teresa Egler. Inclusão escolar: o que é? por quê? como fazer? São Paulo: Moderna, 2003. MANTOAN, Maria Teresa Egler. Os desafios das diferenças nas escolas. São Paulo: Salto para o futuro, 2006. MARTINS. Ricardo Chaves de Rezende. Formação de profissionais do magistério. 2003. Consultor Legislativo da Área XV Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/documentos-e-pesquisa/publicacoes/estnottec/tema11/pdf/301279.pdf> Acesso em 20 jun. 2014. MAZZOTA, M. J. S. Educação especial do Brasil, histórias e políticas públicas. 5. ed. São Paulo: Cortez,1996. MENDES. Enicéia Gonçalves. A radicalização do debate sobre inclusão escolar no Brasil. Rev. Bras. Educ.,Rio de Janeiro, vol.11 no.33, p.387-405, sept./dec. 2006. MONEREO,C. In: Steenlandt, D. La integration de niños discapacitados a la educación común. (A integração das crianças incapazes a uma educação comum) Santiago do Chile: UNESCO/OREALC, 1991. NBR 9050:2004. Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. ABNT/CB-040 Acessibilidade ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. OLIVEIRA. M . A. Educação inclusiva: limites e possibilidades. São Paulo: Fiorin, 2004.
52
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde: CID-10 Décima revisão. Trad. do Centro Colaborador da OMS para a Classificação de Doenças em Português. 3 ed. São Paulo: EDUSP; 1996. PACHECO. JOSÉ. Caminhos da inclusão - Como lidar com as diferenças em sala de aula. Revista Patio, Porto Alegre, Ano VI - Nº 16, p 7-8, 2008. PEDROZA. Regina Lúcia Sucupira; CHAGAS. Julia Chamusca. Direitos humanos e projeto político-pedagógico: a escola como espaço da construção da democracia p. 223-245. Educação em direitos humanos e diversidade: diálogos interdisciplinares. Maceió: EDUFAL, 2012. PEREIRA. Aline Grazielle Santos Soares. A educação especial no Brasil: acontecimentos históricos. Anais do 3º Simpósio de Educação e Comunicação. Aracaju: Universidade Tiradentes – UNIT, 2012. PORTARIA N 1793,27/12/94. In: Revista Brasileira de Educação Especial, V. dois, n 3, 1995. ROMITO. Maria da Penha Silvério; ROMITO, Paulo Roberto; SIMÃO, Flávio Pavesi; ROMITO.Jaqueline Maciel; TOBIAS, Gislane da Silva. Inclusão: um compromisso da escola e da sociedade. VIII SEGET – Simpósio de excelência em gestão e tecnologia. Rezende, 2011. SANTOS. Mônica Pereira, apud ROSA, Odete Ap. da e SANTOS, Michelle de Souza. Processo de inclusão escolar de alunos portadores de necessidades especiais no ensino regular. 2011. Caçador, disponível em <http://extranet.uniarp.edu.br/pedagogia/TCC/TCCs%20%202011/Mariana%20Susin%20Frigotto%20-%20TCC.pdf.> Disponível em 20 jun. 2014. SANTOS, Mônica Pereira. Educação inclusiva e a declaração de Salamanca: consequências ao sistema educacional brasileiro. INTEGRAÇÃO – ano 10, no.22 , p. 34-40, 2000, SANTOS. Mônica Pereira. A família e o movimento pela inclusão. Texto Integrante do Programa de TV Salto para o Futuro. MEC/Secretaria de Educação à Distância, Brasília, 1999. SASSAKI. Romeu Kasumi. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. Rio de janeiro: WVA, 1996. SAVIANI. Demerval. Ea democracia: teorias da educação. São Paulo: Cortez, 1986. SILVA. Alex-Sandra Costa. Educação especial e novas tecnologias: Caminhos para a inclusão? Universidade Estadual da Paraíba. Campina Grande, PB. 2011. SILVA. Tereza Freitas da. Inclusão de pessoas com necessidades educacionais especiais na escola pública municipal: um estudo de caso na cidade de
53
Buritis/RO (Brasil) na atualidade. Asunción, 2014. Tese de Mestrado. UNIVERSIDAD NIHON GAKKO– SOUZA. Alberto Alves de. A progressão escolar de alunos com deficiência em classes comuns: a experiência de Santo André. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica, 2005. SOUZA. Joslei Viana de; COSTA, Maria de Piedade. A educação física e inclusão: o olhar dos professores da rede municipal de Campo Grande-MS. Resende:(Universidade Federal de São Carlos), I Congresso de educação do CPAN, 2011. UNESCO - Organização das nações unidas para educação, ciência e cultura. ministério da Educação e Cultura da Espanha. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: Ministério da Justiça, 1994. WERNECK, Claudia. Ninguém mais vai ser bonzinho na sociedade inclusiva. Rio de Janeiro: WVA 1997.
54
QUESTIONÁRIO
1) A escola Municipal Vital Brasil passa por reformulações educacionais quanto
á inclusão dos alunos portadores de necessidades educativas em escolas regulares.
A
escola não possuem estruturas adequadas para atender esses alunos.Procurando
assim se adequar as novas realidades educacionais?
2) A escola possui recursos e materiais pedagógicos, adequados para serem
utilizados em sala, para a aplicabilidade de atividades aos alunos portadores de
necessidade educativa especiais?
3) A acessibilidade da educação regular, aos alunos portadores de
necessidades educativas, favorece a ensino a essas crianças e sua permanência na
escola evitando assim a evasão escolar?
4) Quais os principais desafios, que o gestor escolar dessa unidade, enfrenta ao
se deparar com a diversidade cultural dos alunos que ingressam no ensino regular
de educação a cada novo ano letivo?
5) Quais os caminhos que o senhor como gestor apontaria para os demais
educadores, ao lidar com crianças portadoras de necessidades educativas especiais
e a inclusão das mesmas, nas unidades de ensino públicos?
6) Existe a exclusão dos alunos com PNES na escola em que você atua? Quais
os métodos adotados pela escola para melhorar o desempenho e a interação dos
alunos uns com os outros?
Recommended