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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JUARUENA - AJES ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR COM ÊNFASE NA DIREÇÃO, COORDENAÇÃO E SUPERVISÃO ESCOLAR APROVADA NOTA: 8,5 A INCLUSÃO DE ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS, EM ESCOLAS REGULARES NA VISÃO DO COORDENADOR DA ESCOLA MUNICIPAL VITAL BRASIL. VÂNIA DOS SANTOS SOARES [email protected] ORIENTADOR: PROF. ILSO FERNANDES DO CARMO. COLNIZA/2013

INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO …biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20151002162550.pdf · unidade de ensino, uma vez que a mesma não tem estrutura adequada

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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JUARUENA - AJES

ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR COM ÊNFASE NA DIREÇÃO,

COORDENAÇÃO E SUPERVISÃO ESCOLAR

APROVADA

NOTA: 8,5

A INCLUSÃO DE ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS, EM

ESCOLAS REGULARES NA VISÃO DO COORDENADOR DA ESCOLA

MUNICIPAL VITAL BRASIL.

VÂNIA DOS SANTOS SOARES

[email protected]

ORIENTADOR: PROF. ILSO FERNANDES DO CARMO.

COLNIZA/2013

INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JUARUENA - AJES

ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR COM ÊNFASE NA DIREÇÃO,

COORDENAÇÃO E SUPERVISÃO ESCOLAR

A INCLUSÃO DE ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS, EM

ESCOLAS REGULARES NA VISÃO DO COORDENADOR DA ESCOLA

MUNICIPAL VITAL BRASIL.

VÂNIA DOS SANTOS SOARES

ORIENTADOR: PROF. ILSO FERNANDES DO CARMO.

"Trabalho apresentado como exigência parcial para a obtenção do titulo de especialização em Gestão Escolar com Ênfase em Direção Coordenação e Supervisão Escolar."

COLNIZA/2013

AGRADECIMENTO

Agradecemos a Deus pela sabedoria para identificaras diferenças,dando nos

força para continuar e superar os obstáculos. Aos nossos familiares, amigos e

orientadores pelo incentivo nessa caminhada. Muito obrigada!

DEDICATÓRIA

Para os que sonham, pois sem a esperança, á vida não pode existir. Para os que acreditam, pois sem fé, não há Futuro, e nem construção... Para os que semeiam, pois sem plantação na Da vai brotar... Para os que lutam por uma educação melhor Pois sem educação, fica distante o amanhã...

Nenhum educador tem o direito de atuar individualmente,

Por conta e responsabilidade. (Makarenko)

RESUMO

A Educação de Portadores de Necessidades Educativas, no âmbito Nacional

vem mostrar a toda a nossa sociedade que o processo inclusivo dessas crianças,

em escolas regulares contribui com o ensino de forma clara e objetiva dando ao

educando prazer de estar no ambiente escolar. Realizando o seu desenvolvimento

cognitivo e o interacionismo de ambos. Nessa perspectiva pode-se dizer que o

preconceito entre os portadores de necessidades educativas, está aos poucos se

excluindo.

Para a realização deste trabalho, de conclusão de curso, foi utilizado o

método de pesquisa de campo, com oito questões, direcionadas ao gestor da

unidade de Ensino Municipal Vital Brasil, juntamente com pesquisa bibliográfica para

embasamento teórico. O objetivo principal deste trabalho é verificar as principais

atitudes que levam o Portador de Necessidades Educativas Especiais evadirem da

escola de ensino regular e os principais problemas, enfrentados pelo gestor da

unidade de ensino, uma vez que a mesma não tem estrutura adequada para atender

a demanda de alunos especiais.

Diante do olhar do gestor, da educação de ensino básico, dá-se a entender,

que ainda existe muita dificuldade, nas escolas de ensino regular, sem estrutura

adequada, para a inserção de alunos com Necessidades Educativas Especiais em

salas regulares de ensino, no entanto é o que veremos no desenrolar deste trabalho.

PALAVRAS-CHAVE: gestor, necessidades educativas especiais, inclusão.

SUMARIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 07

1 EDUCAÇÃO INCLUSIVA. ...................................................................................... 11

1.1 Educação Inclusiva o que é? ............................................................................... 11

1.2 Capacitação dos docentes .................................................................................. 13

2 OS DIREITOS HUMANOS E A PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO. .............................................................................................................. 18

2.1 Da igualdade formal á igualdade real. ................................................................. 18

2.2 A escola regular diante da integração do aluno PNNE. (Portador de Necessidades Educativas Especiais). ....................................................................... 19

2.3 Deficiência e Restrinção. ..................................................................................... 23

2.4 Desenvolvimento Universal e Acessibilidade dos Portadores de Necessidades Especiais ................................................................................................................... 25

3 INCLUSÃO A INSERSÃO DO PORTADOR DE NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS NO ENSINO REGULAR DE EDUCAÇÃO BÁSICA. .............................. 28

3.1 A Escola como Espaço Inclusivo de Aprendizagens. .......................................... 28

3.2 O Papel do Professor e a Escola Inclusiva. ......................................................... 29

3.3 Educação de Salamanca e a Educação. ............................................................. 30

3.4 A Conferência de 1990 a JOMTIEM. ................................................................... 34

4 IMPLICAÇÕES EDUCACIONAIS ........................................................................... 38

4.1 Movimento pela Inclusão e a Família. ................................................................. 38

5 A INCLUSÃO DE PORTADORES DE NECESSIDADES EDUCATIVAS, NA VISÃO DO GESTOR DA ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL VITAL BRASIL ..................................................................................................................... 43

CONCLUSÃO ............................................................................................................ 47

BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................... 49

ANEXOS ................................................................................................................... 55

INTRODUÇÃO

O paradigma da inclusão remete-nos a pensar nas questões de acesso e da

qualidade na educação, chamando atenção dos sistemas de ensino para a

necessidade de uma nova organização dos espaços educacionais, que eliminam as

barreiras existentes entre os portadores de necessidades especiais com o mundo

excludente que estamos.

A Constituição Federal (1988), e a lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional (lei n 9.394), garantem o atendimento especializado aos portadores de

necessidades especiais tendo por objetivo diminuir o índice de exclusão dos

mesmos garantindo oportunidades igualitárias, em todos os setores da sociedade.

A educação inclusiva busca priorizar esse atendimento aos educandos,

nessa perspectiva torna-se indiscutível que a escola contribua com a interação dos

mesmos, em recintos escolares onde o ensino seja regular, preparando esses

alunos para conviver socialmente, sem que haja a descriminação dos mesmos.

Diante desse novo conceito inclusivo, o sistema educacional deve rever suas

praticas e ações, estando apta a lidar com situações como essas que exigem

maiores atenções, estando preparada para trabalhar com essas crianças e suas

diferenças, precisando se capacitar e adequar-se as necessidades dos alunos.

A inclusão dos Portadores de Necessidades Especiais é um movimento de

conscientização internacional, cujo objetivo é buscar e proporcionar uma escola

inclusiva, que prevejam as necessidades, as limitações, as possibilidades e os

interesses de cada aluno, individualizando o ensino as necessidades de cada um.

A Educação Inclusiva foi uma proposta educacional deflagrada pela

Declaração de Salamanca, que questionou os direitos que todos possuem á

educação, sem nenhum tipo de exclusão, seja raça, sexo, religião cor, e etnias. A

mesma propõe a inclusão dessas pessoas com necessidades especiais em escolas

regulares, cujo principio é a educação para todos. Com esse novo paradigma

educacional a escola deve oferecer meios propícios tendo, por obrigação atender

todos os alunos, sem nenhum tipo de exceção. Sendo pluralistas e democráticos,

permitindo uma educação de qualidade.

Nesse contexto sócio cultural, cabe aos educadores envolver-se com a ação

educativa, buscando métodos e inovando as práticas pedagógicas utilizadas no

desenrolar da aprendizagem dos educandos, contribuindo dessa forma com a

decadência preconceituosa da sociedade.

É necessário que os órgãos governamentais busquem priorizar e qualificar

os profissionais da educação, com cursos de capacitação, recursos didáticos

pedagógicos, salas com infra-estrutura adequada visando o desenvolvimento desses

alunos. A consciência de cada ser humano deve estar ligada às vontades políticas

que garantam um novo sentido de vida e os direitos pelo qual estão garantidos por

lei.

No decorrer da pesquisa, observará algumas dificuldades que ainda

enfrentamos como educadores, pois, a inclusão de pessoas com necessidades

especiais em salas onde o ensino é regular, sendo amparado por lei. Enfrentam

vários obstáculos no meio em que está inserido, com atitudes que refletem a

discriminação e a exclusão dos mesmos.

Veremos também a falta de espaço nas escolas, material didático voltado

para a educação inclusiva e o despreparo dos profissionais da educação para

atender a demanda de alunos com necessidades especiais.

Hoje, graças aos estudos realizados e divulgados, podemos dizer que há

algumas mudanças na prática e ações governamentais, que busca priorizar a

educação inclusiva. Garantindo o direito ás pessoas com necessidades educativas

especiais. Mesmo tendo vários obstáculos a ser enfrentados, como vamos observar

na pesquisa. Diante dessa visão inovadora quanto, a educação inclusiva, enfrentam

barreiras para valorizar o indivíduo e suas potencialidades, oferecendo meios, para

garantir as adaptações necessárias ao convívio social.

Dessa forma a adequação do ambiente escolar deve ser favorável ao

desenvolvimento do educando, com necessidades especiais, respeitando a sua

diversidade cultural, e auxiliando no processo educacional e interacional do

ambiente escolar.

O primeiro capítulo aborda sobre o que é educação inclusiva, e os direitos

que a Constituição Federal lhe garante, apoiado pela lei maior que é a LDB (Lei de

Diretrizes e Bases).

08

No segundo capítulo trata da importância do esforço em prol da inserção de

pessoas com deficiência no trabalho, uma vez que a lei brasileira assegura o direito

de igualdade, estabelecendo cotas de reservas de vagas, nas esferas publicas

quanto privada, assim exercer o direito da cidadania.

No terceiro capitulo a inclusão e inserção de Portadores de Necessidades

Educativas, Especiais no ensino Regular da Educação Básica, sendo a escola um

espaço inclusivo de aprendizagem, identificando o papel do professor na escola

inclusiva, a troca de experiência entre os alunos e professor e a concretização do

processo inclusivo nos ambientes escolares.

O quarto capítulo aborda as implicações educacionais, onde todos os

cidadãos têm o direito de gozar e exercer seus direitos e deveres como cidadão e

ter, uma educação de qualidade. E no quinto capitulo aborda como é visto a inclusão

de portadores de necessidades educativas, na visão do gestor da escola municipal

Vital Brasil de Colniza-MT.

09

1 EDUCAÇÃO INCLUSIVA.

1.1 EDUCAÇÃO INCLUSIVA O QUE É?

A constituição Federal garante o direito aos portadores de necessidades

especiais, a uma educação igualitária, seguido pela lei maior que rege os

parâmetros educacionais a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional)

como modalidade de educação escolar, onde contém todos os níveis de ensino a

partir da educação infantil, chegando ao ensino superior. Pode-se dizer também que

é um conjunto de regras cujo principal objetivo e gerenciar os recursos e métodos

específicos que permeiam o processo de ensino e aprendizagem, disponibiliza a

todos aqueles que necessitam ter acesso ao currículo bem como orientações aos

gestores e professores da rede de ensino. Nela contém necessariamente os

respaldos que preservam as diferenças individuais de todos os cidadãos, e modelos

pedagógicos que proporcionem o respeito às diversidades de qualquer individuo

valorizando suas potencialidades e suas limitações.

Diante dessa proposta, a educação especial busca garantir aos portadores

de necessidades especiais os direitos que a constituinte lhe oferece e assegura.

Diante dessa realidade, educar as crianças com diversidades e necessidades

especiais é um desafio que exige a sensibilização e um conhecimento mútuo. Uma

vez que todos os seres humanos são únicos, não só nas diferenças de cultura, mas

de gênero ou chamadas necessidades especiais. Esse é um conceito que já faz

parte do senso comum, e lidar com essas diferenças físicas ou mentais de nossos

alunos na escola é ainda uma questão cheia de interrogações.

Alunos com necessidades especiais, ao serem inseridos em escolas

regulares passam por um processo de massificação diante dos direitos humanos os

quais são lhe conferidos. Sendo tratados como diferentes e desiguais, e no mesmo

tempo, sendo considerados iguais. Confirmando o processo de exclusão dessas

crianças, nas escolas de educação. Os recursos pedagógicos e metodologias

educacionais específicos a serem trabalhados com os alunos com necessidades

especiais, segundo BRASIL (2006), devem corresponder com o domínio das

aprendizagens curriculares de acordo com a idade do educando, uma vez que

apresentem necessidades educacionais especiais, como deficiência mental, visual

auditiva, física, ou múltipla, também aqueles as quais possuem características como,

síndromes e altas habilidades sendo considerados superdotados.

Uma das finalidades da educação especial é ofertar atendimento

especializado aos alunos com algum tipo de deficiência respeitando suas diferenças

e objetivando o seu desenvolvimento em todos os aspectos, afetivos, cognitivos,

psicomotor, social e lingüístico, tornando possível o reconhecimento de suas

potencialidades e principalmente promovendo a sua integração e inclusão na

sociedade. Segundo PACHECO (2008, p.7), “Deficientes são as práticas escolares

que se baseiam no pressuposto de que somos todos iguais, negando nossas

diferenças.” Diante dessa realidade é indispensável observar nos seus diferentes

campos e atividades desenvolvidas no seu dia a dia, as desigualdades que estão a

nossa volta, fazendo com que haja a exclusão desses alunos simplesmente por ter

qualquer anormalidade que julgamos ser diferentes.

O atendimento a essa clientela de alunos, segundo SOUZA E COSTA

(2011), deve ter início mais cedo, pois com base nos diagnósticos realizados por um

especialista, e com adequação dos espaços físicos das escolas e metodologias e

propiciando ao educador capacitações e condições de exercer seu trabalho como

educador, junto com a participação da família no processo de desenvolvimento do

aluno.

A educação especial tem sido seriamente defendida no Brasil segundo uma

perspectiva que ultrapassa a simples concepção de atendimentos especializados tal

seria a marca nos últimos tempos. Hoje, segundo a ARANHA (2003), defende a

concepção de que os serviços educacionais especiais embora diferenciados, não

podem desenvolver-se separadamente e sim atingir no geral todos os envolvidos

nesse novo conceito de educação. Apesar da ampla divulgação da democratização

do sistema educacional e que o atendimento ao educando portador de necessidades

especiais, deve ocorrer, preferencialmente no Sistema Regular e Básico do Ensino,

e o que se constata ainda nos dias de hoje é que esse sistema não se estruturou

adequadamente deixando a responsabilidade da educação do portador de

necessidades especiais a cargo de entidades mantenedoras e instituições

filantrópicas especializadas.

11

Diante dessa modalidade de ensino que embora diferenciada deva estar

voltada para a formação integral do alunado, independentemente de suas

diferenças, a educação básica de ensino está deixando sem atendimento milhares

de crianças portadoras de deficiência, que residem em locais onde não existe

nenhuma escola especializada. Quer dizer, apesar da educação ser um direito de

todos e da consciência de que para termos uma sociedade mais justa é necessária,

uma educação engajada no processo de conscientização da cidadania. Muitos ainda

são excluídos desse processo inclusivo educacional, apesar de todo um trabalho

realizado junto aos órgãos competentes.

1.2 CAPACITAÇÃO DOS DOCENTES

Para que a educação vá á frente e a escola funcione bem, a LDB, n. 9.394

(BRASIL, 1996), no Capítulo V, referente à Educação Especial, diz que o

atendimento educacional será realizado em escolas especializadas, sempre que as

necessidades dos alunos assim exigirem, os professores devem ter qualificação

adequada em nível médio ou superior para atendimento especializado e os

portadores de necessidades especiais mentais, jovens e adultos devem receber

Educação Especial para o trabalho.

O professor, seguido dos alunos é a pedra fundamental da base

educacional, mesmo numa sociedade onde excluir faz parte da cultura social, a

formação do professor é necessariamente importante para acontecer à

aprendizagem de alunos com necessidades especiais, jovens, adultos e crianças,

portadores ou não de algum tipo de anormalidade, sejam identificados e somados

por profissionais que tenham amor pela educação, sendo sensível, críticos e

reflexivos a respeito da prática pedagógica.

A preocupação em formar professores aptos a trabalhar com educandos

portadores de necessidades especiais no Brasil, segundo GAZINEU (2001), ainda é

recente e está ligada ás novas necessidades educativas especiais. Dentro dessa

perspectiva, vale ressaltar que para receber e atender adequadamente em sala de

aula alunos portadores de necessidades especiais é necessário que o educador faça

uma analise verdadeira do que se pensa e sente em relação ás pessoas

12

excepcionais, a partir dessa resposta deve buscar a capacitação através de cursos

na área de educação especial em uma entidade especializada.

Na formação de professores para a educação inclusiva, segundo

GOFFREDO (1997), devem fazer parte da grade curricular conteúdos referentes à

tipologia das deficiências. É também muito importante que os futuros professores se

apropriem de conhecimentos didáticos e práticos de ensino que levem em

consideração a diversidade dos alunos dando-lhes condições de adaptarem

atividades, conteúdos e novas propostas curriculares.

É necessário lembrar ainda que a formação do educador deva acontecer de

acordo com os fundamentos previstos no capitulo VI da Lei Nacional de Diretrizes e

Bases da Educação (9394) que vise atender os objetivos dos diferentes níveis e

modalidades de ensino bem como as características de cada fase de

desenvolvimento do educando. Essa mesma Lei diz no capitulo V (da Educação

Especial) que os alunos com necessidades especiais devem ser atendidos por

educadores especializados com formação adequada de nível médio ou superior bem

como professores do ensino regular capacitados para a integração desses

educandos nas classes comuns.

No sistema educacional brasileiro a formação de docentes e técnicos para

atuar na educação especial ocorre no ensino médio e terceiro graus. Em instituições

que oferecem disciplinas e conteúdos referentes ao conhecimento atendimento

adequados ao aluno portador de necessidades educativas especiais.

No segundo graus ou o que podemos dizer ensino médio que habilita o

professor para atuar nas quatro séries iniciais a preparação é bastante precária

restringindo a algumas noções de educação inclusiva, no ensino superior e segue-se

a formação por meios de cursos de graduação além de outras capacitações

oferecidas pelos estados e municípios.

É possível suprir a defasagem curricular ou de formação tanto no nível

médio quanto no ensino superior, segundo MARTINS (2003), realizando estudos

adicionais ou cursos de aperfeiçoamento, treinando e atualizando os educadores

que se encontram em exercício em salas onde há alunos com necessidades

especiais.

13

Diante dessa proposta observa-se que a tendência é atual seja que o

professor tenha uma formação generalista para que saiba lidar com as diferenças

individuais de seus alunos e para que se torne apto a adotar metodologias

diversificadas, de modo a garantir o aprendizado dos mais vários tipos de alunos.

Essa formação aliada a condições adequadas de ensino facilita a implementação da

proposta de educação inclusiva que vem sendo trabalhada em todo o mundo.

O processo de educação inclusiva, segundo BRASIL (1995, p.17), envolve

um processo de preparação do professor que considera as diferenças e as

dificuldades dos alunos na aprendizagem escolar como fontes de conhecimentos

sobre como lidar com as dificuldades dos alunos diante da aprendizagem escolar

como fonte de conhecimentos e como ensinar e aperfeiçoar as condições de

trabalho na sala de aula. Por isso não se pode aceitar que a educação especial seja

refugio para os professores menos qualificados, uma opção alternativa para

profissionais acomodados e sem nenhum tipo de ideais, ou ainda uma opção

profissionais baseada por ter pena ou compaixão, desse alunado. Atitudes

emocionais e valores em geral até podem contribuir para uma maior consciência das

necessidades especiais da pessoa portadora de deficiência, e a falta de aceitação e

qualificação podem determinar a negação e negligencia dessas necessidades. Para

FREIRE (1996, p.47).

A pratica educativa, pelo contrario,é algo muito sério. Lidamos com gente, com crianças, adolescentes ou adultos. Participamos de sua formação. Os ajudamos ou os prejudicamos nesta busca. Estamos intrinsecamente a eles ligados no seu processo de conhecimento. Podemos concorrer com nossa incompetência, má preparação, irresponsabilidade, preparo cientifico e gosto do ensino, com nossa seriedade testemunho de luta contra as injustiças, contribuem para que os educandos vão se tornando presenças marcantes no mundo.

Objetivando mudar esse dogma é que o conselho nacional de educação

decretou e aprovou a lei de n 1793/94, que recomenda a inclusão de disciplina

especifica e os conteúdos a serem trabalhados sobre os portadores de

necessidades educativas especiais nos cursos de ensino superior. Dessa forma no

currículo de todas as habilidades oferecidas pelas instituições de formação de

professores devem ser inseridas informações teóricas e praticas acerca dos alunos

que têm ficado a margem do sistema educativo principalmente os portadores de

deficiência.

14

O projeto da educação inclusiva analisado do ponto de vista histórico e

conceitual, segundo BEYER (2006), não pode nem deve ser definido como mero

modismo. A reflexão em torno dos seus contornos históricos, com movimentos cujas

origens remontam as primeiras experiências de integração escolar em alguns países

como a Dinamarca, por exemplo, há uma crescente consolidação de tal movimento

histórico inclusivo. De um conceito equivocado sobre a educabilidade dessas

crianças com o predomínio de categorias clínicas decorrentes da influencia

homogênea secular da área medica na educação especial, passamos a assistir a um

processo crescente de resignação de conceitos fundamentais, tanto na dimensão

individual, quanto em conjunto.

Na realidade observa falhas ou falta de formação do educador o que pode

ocasionar algumas deformações sobre os conceitos corrompendo o individuo

impedindo de assumir a questão da deficiência como a sua. Podemos ressaltar que

a falta de formação adequada à origem do preconceito que ainda hoje se constitui

numa das maiores barreiras enfrentadas pelos portadores de necessidades

especiais e suas famílias. Às vezes até o professor se esquece de que toda criança

precisa ser protegida, estimulada, orientada, respeitada e amada. A criança não

deve ser utilizada ou rejeitada por causa de suas características fora do comum. A

família, a sociedade e a escola não pode persistir ignorando as diferenças,

desrespeitando o ritmo e condições de desenvolvimento individual e produzindo

cidadãos pela metade.

A capacitação dos docentes para a efetivação de uma integração e inclusão

bem alicerçada, segundo ALARCÃO (2001), tem como objetivo refletir

constantemente sobre á pratica escolar questionando de modo que possam

aprender com sua próxima experiência e compartilhá-la com seus colegas,

rompendo assim a visão individualista da formação e do exercício profissional.

Diante dessa realidade TEBEROSKY (2000, p.50) diz:

Dentro dessa perspectiva, o professor é considerado como um agente ativo, seus conhecimentos e idéias, adquiridos ao longo da vida, mesmo antes de se tornar professor, são levados em consideração. As informações a que tem acesso fazem parte da estrutura de seu conhecimento, a qual ocorre durante sua atuação, ao planejar o plano de aula, ou durante o desenrolar das atividades, até mesmo ao avaliar a aula trabalhada.

No entanto é necessária uma revisão conceitual da representação

construída ao longo de muitos anos, do educador em relação às pessoas com

15

deficiência. Devendo evitar definições que causam danos ao desenvolvimento do

educando especial. No que diz respeito ao modelo de escola inclusiva para todo no

país, no momento, é a situação dos recursos humanos, mais especificamente a dos

professores das classes regulares que resistem à idéia da inclusão, argumentando a

falta de experiência, informação e preparo para lidar com as diferenças em salas de

aulas. É importante que esses educadores sejam capacitados e conscientizados da

importância de buscar novas praticas pedagógicas educacionais.

O envolvimento e comprometimento de todos, da sociedade e dos órgãos

governamentais, com essa proposta de inclusão social, segundo ROMITO et al

(2011), intensificará o desenvolvimento de nossas crianças, portadoras de

necessidades especiais. Por isso é importante o envolvimento de todos e qualificar

todo o pessoal envolvido em sua educação. Valorizar e investir seriamente na

formação profissional através de reformulações curriculares em nível de graduação,

nos institutos de formação docente nos cursos de pedagogia e nas licenciaturas em

geral para a efetivação da educação inclusiva. No entanto é importante que o

educador busque formação acadêmica critica do professor quanto a sua

responsabilidade pela aprendizagem do aluno, seja ele portador ou não de

necessidades educativas especiais.

16

2. OS DIREITOS HUMANOS E A PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE

TRABALHO.

2.1 DA IGUALDADE FORMAL Á IGUALDADE REAL.

A atuação do Ministério Público do trabalho demonstrou a importância do

esforço em prol da inserção das pessoas com deficiência no trabalho. A lei

brasileira, por estímulo constitucional, estabelece ação afirmativa categórica

nesse sentido, fixando cotas de reservas de vagas, tanto na esfera pública, quanto

na privada. De outra parte, a condição de exclusão das pessoas com deficiência do

convívio social é milenar e reveladora do quão distante estão estas pessoas de

condições mínimas de cidadania erigidas desde o principio da cultura ocidental.

O direito de livre expressão, de ir e vir, de votar e ser votado, bem como os

direitos sociais de educação, habilitação, trabalho, e saúde estão, até certo ponto,

conquistado, apesar das ameaças e insuficiências constantes em relação a todos do

povo. O grupo das pessoas com deficiência, no entanto, deles não usufrui, segundo

LARAIA (2009), por causa da inadequação do direito e das estruturas física nas

cidades e nas empresas para lhes permitir a fruição dessas liberdades e conquistas.

A par disso, assinale que os direitos sociais e as próprias liberdades individuais vêm

sendo francamente agredidas, não só nos países de terceiro mundo, como nos

países desenvolvidos do capitalismo central. A doutrina de segurança nacional, o

tribunal de Guantánamo, a polícia mundial norte americana e a pretensa hegemonia

ideológica da globalização econômica trazem riscos concretos á permanência dos

direitos humanos, submetidos que podem ficar ao poder econômico e das armas.

A compreensão da importância da História como instrumento de validação

da correlação de forças e de origem e destino da vida em sociedade, impeliu a

discussão que se trava nesse trabalho. Como se falar em emprego especial para

pessoas com deficiência, se o próprio emprego se encontra estruturalmente

ameaçado. São questões que emergem ao se analisar as ações afirmativas de que

se cuidam. A história, porém fornece elementos suficientes para que as

transformações que se travam no mundo do trabalho, em razão da tecnologia e da

globalização econômica, incitam mudanças na forma da prestação de serviços, mas

substancialmente não alteram, pois apesar das inovações que vem ocorrendo no

meio educacional.

O direito do trabalho se mantém livre e integro. Seus princípios oferecem

respostas firmes, como argumento para justificar a precariedade de trabalho,

evidenciou antes a constatação de que a perca do poder de consumo da classe

trabalhadora acaba por impedir a própria evolução do mercado e de que as pessoas

não se confrontam com imposições econômicas sobre valores humanos que se

lapidam a partir da modernidade.

A crise desses valores, segundo FONSECA (2007), só encontra respostas

neles mesmas, a partir da dinamização de promessas do século XVIII e XIX para

assumir dimensões coletivas amplas e se aperfeiçoam para abarcar a diversidade

que só poucos têm acesso. Essa afirmação da minoria fez a diferença depois da

Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. Revolucionou o Direito

Constitucional, reafirmando-o a partir de princípios com força de normas princípios

que humanizaram o Direito, dirigido ás pessoas para sua dignidade. Dessa forma, o

trabalho das pessoas com deficiência e as ações afirmativas que garantem não são

contrários ao clamor de justiça universal, confirmam-no na medida em que

aperfeiçoam os direitos humanos, a partir da chamada igualdade real entre as

pessoas nas diferenças e delas emerge.

Diante dessa realidade, a ignorância generalizada sobre as competências

das pessoas com necessidades educativas especiais, sobre as competências das

pessoas com essas dificuldades impede-lhe ao acesso ás condições mínimas de

cidadania, como se afirmou FONSECA (2007). Sufoca-lhes o excesso de proteção

assistencial e familiar. A despeito disso, rompem o véu milenar de opressão estética,

cultural e comportamental e brandem bandeiras até então desconhecidas e que

fortalecem as lutas de todas as minorias fazendo com que o discurso economista se

coloque no seu lugar, eis que as condições humanas, que evidenciam a partir das

limitações ínsitas a toda a humanidade, pois que permitem a superação de fronteiras

físicas sociais, políticas, e tecnológicas.

O Direito do Trabalho, segundo FONSECA (2005), veio como o primeiro

instrumento jurídico que tratou da igualdade substancial, visto que o confronto direto

entre capital e trabalho evidenciou a insuficiência da mera afirmação formal de que

18

são iguais perante á lei. Suas axiológicas possibilitaram o lançamento dos alicerces

das ações afirmativas que são as mesmas, na medida em que reproduzem voltadas

ágoras para grupos menores especiais.

A origem do Direito Constitucional que valoriza a dignidade da pessoa,

justamente para se verificar as razões que, a partir dos anos 80, viabilizem o Direito

Internacional em prol das pessoas com necessidades especiais. A própria

construção do conceito de igualdade formal á igualdade substancial e á igualdade

real acompanhada a implementação de formas de combate á discriminação e

violência com portadores de necessidades especiais educativas.

2.2 A ESCOLA REGULAR DIANTE DA INTEGRAÇÃO DO ALUNO PNNE.

(PORTADOR DE NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS).

Assegurado por lei, o atendimento ao educando portador de necessidades

especiais deve ser realizado de preferência, na escola, e nas redes regulares de

ensino, entretanto, no contexto brasileiro, segundo SILVA (2014), a realidade da

educação especial confrontada com a educação formal revela ainda, uma grande

disparidade entre a teoria e a prática, o discurso oficial e a situação real. A

população portadora de necessidade educativas especiais, socialmente já tão

estigmatizadas, do ponto de vista de sua escolaridade, e, ainda hoje, concretamente

uma população marginalizada. De modo geral, a escola, que deveria integrar excluir:

promove reprovar, estimular, rejeita.

Em meio a tantos avanços tecnológicos, ainda é incerto e questionável o

caráter democratiza dor das escolas brasileiras. E o que deve dizer da educação

especial? Estará ela de fato integrada ao movimento de expansão e democratização

do sistema de ensino, como veicula os meios de comunicação? A qualidade de

ensino e do atendimento dispensada ao ensino público ou privada, não nos autoriza

a aceita-la, pura e simplesmente como democrática. Na verdade, os índices de

reprovação e exclusão são ainda tão alarmantes que conspiram contra qualquer

pretensa atitude democrática.

A escola Inclusiva na perspectiva de ensino. Com Educação Inclusiva, as

crianças aprendem umas com as outras; crianças com deficiência aprendem a

19

reconhecer e valorizar as diferenças de seus colegas e a conviver, e lidar com a

deficiência em um ambiente novo, fora do circulo familiar ao qual estão

acostumados.

De acordo com a nova lei de Diretrizes e Bases da Educação, de

20/12/1996, a educação especial, sintonizada com as novas tendências mundiais

sobre a atenção ás necessidades educativas especiais na rede regular de ensino.

Durante muito tempo a integração escolar vinha sendo estimulada, mas na realidade

constituía uma exceção. A maioria das crianças portadoras de necessidades

educativas especiais realizava sua escolarização em instituições ou em classes

especiais, e somente uns poucos ascendiam á rede de ensino. A nova legislação

inverte esse quadro: a maioria das crianças passa a ser atendidas na escola regular,

só excepcionalmente alguma delas prosseguirão sua escolarização em escolas ou

classe especiais.

A concepção mais comum e generalizada da integração escolar, segundo

CARVALHO (1997, p.79), “é num processo educar ensinar crianças ditas normais

com crianças portadoras de deficiências juntas, durante uma parte ou na totalidade

do tempo de permanência na escola.” Embora seu significado educativo seja mais

abrangente na pratica, esta, é a concepção predominante.

A Política da Educação Especial (BRASIL, 1994), a integração é definida

como um processo dinâmico de participação de pessoa num contexto relacional,

legitimando sua integração nos grupos sociais. A integração implica reciprocidade, e

significa a onde ser membro ativo da comunidade,vivendo onde os outros vivem,

vivendo como os demais e tendo os mesmos privilégios e direitos que os cidadãos

comuns . É preciso que os cidadãos aprendam a lutar por seus direitos, entre eles o

mais sagrado, o direito a educação com padrões de qualidade. E, para que isso se

concretize é necessário que educadores, educando, associações de pais e mestres,

instituições educativas de assistência á criança portadora de necessidades

educativas especiais e cidadãos em geral se unam na luta pelo direito a uma escola

de qualidade para todos. Isso não é perseguir utopia: é perseguir um direito

fundamental de cidadania.

A legislação, por si só, de acordo com OLIVEIRA (2004), não operará tal

mudança, até porque, em relação a mais esse contexto legal, a atitude da sociedade

20

tende, como sempre, a fazer de conta que ela não existe, ou que facilmente pode

ser transgredida, atitude que já está cristalizada para a maioria das pessoas.

No que diz respeito à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

Brasileira, a Educação especial, não pode ser subestimada. Ela não deve por si só

institui a obrigatoriedade do educando portador de necessidades educativas

especiais a freqüentar a rede de ensino, como estabelece a criação de serviços de

apoio especializado, nas escolas regulares para o atendimento das peculiaridades

de cada criança. E assim o texto legal vai mais além: prescreve para os sistemas de

ensino, organização curricular especificas, com a utilização de métodos, técnicas e

recursos educativos adequados e voltados para o atendimento educacional aos

portadores de deficiência. Em relação ao corpo docente, prevê um quadro de

professores qualitativamente preparados para atuar junto a esses alunos.

Inicialmente a escola sofre um abalo, pois por força da legislação, deve se

abrir para receber o portador de deficiência. Essa fusão gera, a principio, segundo

MENDES (2006), uma confusão, provocada por uma crise legislação x escola x

educadores, que se sentem despreparados para assumir tal desafio. Para superar

essa crise, é preciso acionar mecanismos revolucionários que venham de encontro á

conscientização da necessidade de integração e da qualidade de direitos do cidadão

portador de deficiência. Não basta mobilizar apenas os professores para esta

missão. É preciso que a escola, como um todo, esteja preparada e sensibilizada

para receber e atender adequadamente esse aluno especial. Aí o contraste passa a

ser outro: aquele conceito que se tinha de Escola comum, que discriminava e se

fechava para os portadores de deficiência, vai ficando para trás, passará a ser

aquela, onde crianças portadoras de deficiência interagem e aprendem juntas na

mesma classe. E, libertos do circulo da tradição, os educadores, certamente,

participarão de uma escola mais depurada, mai autêntica, mais democrática e

humana.

Dentro de um contexto interativo, segundo MACIEL (2005), é possível tornar

produtivas as políticas sociais que facilitam o desenvolvimento das potencialidades

capazes de habilitar o portador de deficiência par enfrentar o mundo moderno,

alfabetizado e culto. Se a lei de Diretrizes e Bases encoraja, para muitos portadores

de necessidades educativas especiais, o treinamento ocupacional, preparação e

encaminhamento para o mercado de trabalho, convém não esquecer, como alerta

21

MONEREO (1991), que o êxito da integração social dos PNEs, depende do êxito de

sua integração escolar.”. Sabe-se quanto a isso, que o processo de integração, tanto

na sociedade, como na escola, nada mais é do que um direito contido tanto no

Estatuto da Criança e do Adolescente (Art15. 53), quanto na Constituição Brasileira

(Art., 205.208, inciso III). Parece claro que segregar indivíduos em instituições

especializadas, nada mais representa se não a intenção de falsificar o atendimento

em nome de uma determinação legal.

A educação é uma das formas de participação popular, portanto, integrar é

permitir que o indivíduo portador de deficiência participe interagindo com o contexto

do qual faz parte, e facilitar seu desenvolvimento para que tenha acesso aos bens

da vida e a conquista do que é seu por direito, sem se sentirem constrangidos, com

seu comportamento diferente.

A questão da integração, segundo MANTOAN (1998), é muito mais do que

um ato de amor, representa o exercício do respeito à individualidade humana, um

sentimento que supera o amor, à medida que permite a valorização e/ou aceitação

das diferenças individuais. De acordo com FONSECA (1995, p.209).

A integração reclama o direito de todas as crianças serem aceitas pela escola pública, não obstante o aspecto atípico ou desviante que apresentem em termos de aparência ou comportamento.

Faz se necessário, portanto, que os responsáveis pelo sistema educacional

vigente, bem como cada cidadão, consciente de seu papel social, faça uma reflexão

e tomada de decisão frente á questão da integração, a fim de que as pessoas

portadoras de deficiência possam usufruir o que nada mais é do que um direito já

constituído.

2.3 DEFICIÊNCIA E RESTRINÇÃO.

FARIAS e BUCHALLA (2005), relatam a classificação das deficiências a

partir dos conceitos desenvolvidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e

principalmente da CIDH (Internacional Classification of Impaerments Activities and

Participation) de 1997, e da introdução do conceito de restrição de acordo com a ICF

(International Classification of Functionning Desability and Healh), que está centrada

nos conceitos de funcionamentos e participação dos PNEs.

22

A classificação das deficiências habilidades e limitações dos indivíduos não

são fáceis. O termo deficiência, segundo BEYER (2006, p.34), refere-se ao

problema concreto de ordem fisiológica do indivíduo (falta de um membro, alteração

de uma função lesões,) o qual condiciona as habilidades e limitações do indivíduo.

No entanto, a enorme variedade de fatores individuais, socioculturais e ambientais

que influenciam a maior ou menor possibilidade do indivíduo a realizar atividades,

erroneamente associado, ao problema de origem, mas também á noção de

incapacidade do indivíduo. Sendo necessário lembrar ainda que a presença de uma

deficiência não implica necessariamente em incapacidade. Uma criança com

deficiência visual, exemplo pode ler utilizando lentes especiais. De outro lado,

qualquer pessoa pode, em algum momento, ser incapaz de realizar uma atividade

devido a fatores ambientais, culturais ou socioeconômicos.

É também difícil distinguir os problemas situados no nível físico do indivíduo

(a paralisia de um ou mais membros, ou ter artrite nas mãos) dos problemas

decorrentes destas condições para a realização de atividades desejadas (como não

poder caminhar, vestir-se sem ajuda, ou escrever com uma caneta comum). Além

dessas dificuldades, é fundamental, segundo DISCHINGER, BINS-ELY e PIARDI,

(2005), classificar as deficiências para compreender como o ambiente pode

adequar-se a indivíduos com necessidades e habilidades distintas, e como o projeto

de espaços e/ou, equipamentos pode realizar e deduzir as dificuldades ou até

mesmo suprir limitações. O termo deficiência refere-se ao problema especifico no

nível fisiológico do indivíduo, (cegueira, surdes, paralisia) enquanto resultante dada

relação entre as características do meio ambiente e as condições dos indivíduos.

Diante da importância dos ambientes da autonomia e equipamentos

enquanto promotores da autonomia dos indivíduos, além do conceito e restrições

enfatiza-se os termos atividades e participação. O termo atividade, segundo

DISCHINGER et al (2012), é usado para classificar os exercícios do cotidiano de

uma pessoa e está diretamente relacionado á performance (execução de uma

atividade) do indivíduo e não a sua aptidão ou potencial para realizá-la. Enquanto a

expressão participação, remete ao resultado de interação entre o educando e o

ambiente que o cerca, examinando para desenvolvimento das atividades em relação

ás deficiências e ao contexto de vida do indivíduo, buscando responder como o

aluno realiza as atividades.

23

Estes conceitos foram centrais para o desenvolvimento da avaliação das

escolas. Assim, reconhecendo a importância de situar as dificuldades e limitações

advindas das diferentes deficiências, o problema, segundo MANTOAN (2006), não

se deveria prender as qualidades ou deficiências das pessoas, no entanto abordar

os recursos necessários para a criação de ambientes menos restritos que favoreça a

participação de todos.

Avaliar os espaços, ambientais ou equipamentos escolares visando sua

adequação para todos os alunos, classificou no estudo algumas categorias de

restrições a partir da relação entre atributos do meio ambiente e condições dos

indivíduos, as quais, segundo GIBSON (1966), expõem a seguir:

Restrições sensoriais- pode-se dizer que essa restrição se refere às dificuldades

para a percepção das informações do meio ambiente devido á presença de barreiras

que impedem, ou dificultam a obtenção de estímulos através dos distintos “sistemas

sensoriais”, visuais, auditiva, paladar, olfato, hepático e orientação.

Já as restrições cognitivas têm as dificuldades encontradas para o tratamento

cognitivo das informações recebidas ou na sua comunicação através da produção

lingüísticas.

As restrições físico-motoras referentes ao impedimento ou as dificuldades

encontradas em relação ao desenvolvimento de atividades que dependem de força

física, coordenação motora, precisão ou mobilidade.

As restrições múltiplas decorrem da associação de mais de um tipo de restrição de natureza.

2.4 DESENVOLVIMENTO UNIVERSAL E ACESSIBILIDADE DOS PORTADORES

DE NECESSIDADES ESPECIAIS

O desenho universal, segundo MACE (1985), apud DISCHINGER (2005), é

uma filosofia de projetos que visa à criação de ambientes, edificações e objetos,

considerando desde o inicio de sua concepção a diversidade humana. Essa

concepção as necessidades especificas de todos os usuários idosos, crianças

gestantes, pessoas com deficiência temporária ou permanentes devem ser

atendidas, eliminando a idéia de fazer ou adaptar projetos especiais para pessoas

com necessidades educativas especiais. Para atingir os requisitos de desenho

24

universal, criando espaços e objetos com condição de legibilidade, é importante

compreender quais são as necessidades especificas oriundas das diferentes formas

de deficiência. A busca por projetos inclusivos é um desafio muito grande,

principalmente para conciliar as diversas necessidades dos PNEs, reconhecendo

que as pessoas são naturalmente diferentes, conquistar conhecimento para lidar

com essa complexidade.

O desenho universal busca visar a máxima autonomia e independência na

realização de atividades pelo maior número de indivíduos considerando suas

diferenças e criando condições ambientais para a inclusão. Um dos principais eixos

que segue essa linha de pensamento é:

A acessibilidade espacial, que leva a concluir que o educando pode chegar,

a algum lugar com segurança, conforto e independência, dependendo da

organização e as relações espaciais. Assim, é necessariamente dar oportunidades

aos portadores de necessidades educativas, este processo de envolvimento no

processo inclusivo, faz-se necessário primeiramente que o ambiente seja preparado

com equipamentos, e materiais didáticos pedagógicos, que propicie ao aluno o

ensino aprendizagem de qualidade.

Ao entrar na escola, o aluno com PNEs, deve identificar o caminho a seguir

através da configuração espacial e da informação adicional, dentro do ambiente

escolar segundo DISCHINGER (2005, p. 17).

A acessibilidade espacial depende então das condições ambientais de acesso a informação das possibilidades de deslocamento e de uso de atividades, permitindo ao indivíduo participar e estabelecer relações com as de mais pessoas.

Entende-se, porém, segundo BARONI (2013), que esses indivíduos,

necessitam de um espaço, adequado permitindo aos alunos a sua interação com os

demais alunos. Conseqüentemente, criando ambientes acessíveis, onde os mesmos

possam identificar os diferentes elementos que pode dificultar ou impedir a sua

percepção, circulação, compreensão ou apropriação dos espaços e atividades por

parte dos alunos bem como obstáculos de ordem social e psicológica que impedem

seu uso efetivo. Estes elementos são conhecidos como barreiras podendo ser

diversos tipos, sendo importante a discriminação entre as barreiras, físicas e de

informação.

25

BARONI defende ainda que as barreiras, são aquelas estabelecidas na

esfera social onde as relações humanas, centram-se nas restrições dos indivíduos e

não em suas habilidades. Já as barreiras físicas são representadas por elemento

arquitetônico físico ou de desenho espacial que dificultam ou impedem, a realização

de atividades desejadas de forma independentes causando diversos tipos de

restrições, um exemplo disso é o desnível isolado e sem marcação de piso alerta,

causando problemas de segurança no deslocamento de alunos com deficiência

visual e constituir obstáculos intransponível ao deslocamento de um aluno em

cadeira de rodas. Para a identificação de barreiras físicas percebe-se pelas

características arquitetônicas dos espaços construídos, sendo preciso analisá-las da

forma correta que possibilite aos educando o acesso específico ao ambiente em

relação ao uso do espaço.

Por outro lado, as barreiras de informação, segundo MACIEL (1998), são

aquelas que dificultam ou impedem o acesso às informações espaciais necessárias

para a orientação nos ambientes e a realização de atividades. Esta informação

espacial é obtida a partir de três fontes informativas diversas. Está presente nos

elementos arquitetônica e nas relações que estabeleçam entre si (ruas, quadras,

edifícios, etc.); nos sistemas de informação adicionais (cartazes, placas, mapas,

sinais sonoros, etc.); e também podemos obter informação verbal quando esta é

fornecida por outra pessoa.

26

3. INCLUSÃO A INSERSÃO DO PORTADOR DE NECESSIDADES EDUCATIVAS

ESPECIAIS NO ENSINO REGULAR DE EDUCAÇÃO BÁSICA.

O termo inclusão foi oficializado no encontro de Salamanca na Espanha em

1994. Foi emitido nesta ocasião, um documento sobre os princípios, a política e a

pratica da educação para os portadores de necessidades educativas especiais. O

mesmo documento aponta ainda a urgência de efetivação de ações educacionais

capazes de reconhecer a diversidade das crianças e atender quaisquer que sejam

as suas necessidades físicas, sociais e lingüísticas. Dentro deste contexto, estão

incluídos os portadores de necessidades educativas especiais, as crianças de rua,

as que trabalham os nômades, as minorias culturais e sociais.

Dentro da visão inclusiva, segundo CHAGAS JUNIOR (2011), o termo

integração não faz sentido, porque na inclusão a meta principal é não deixar nenhum

aluno fora do ensino regular, desde o início da escolarização, sendo deste modo

uma postura bem diferente da integração. Quando se fala em não deixar nenhum

aluno fora do ensino regular, significa que todos serão incluídos, até mesmo aqueles

com distúrbios severos e com múltiplas deficiências.

Num momento de mudança é comum surgirem dúvidas, inseguranças e

controvérsias. É o que está acontecendo com relação á inclusão, entretanto,

segundo PEREIRA (2012), não se pode permitir que as polêmicas em torno do

assunto interfiram nas conquistas já alcançadas. É importante partir do princípio que

a inclusão, entre tanto não significa depositar todos os alunos portadores de

necessidades especiais, na classe regular, sem darem ao professor e a escola o

suporte necessário a sua ação e prática docente. Também não significa ignorar que

os alunos são seres únicos, mas que tem necessidades especiais. É importante

observar que as adaptações focalizam as capacidades, o potencial, a zona de

desenvolvimento proximal e não se centralizam nas deficiências e limitações do

aluno.

È provável que o desenvolvimento e o aprimoramento da qualidade do

ensino regular e a adição de princípios educacionais válidos para todos os alunos,

resultem naturalmente na inclusão escolar dos portadores de necessidades

educativas. Em consequência, segundo LIMA (2012), a educação especial adquirirá

uma nova significação, uma modalidade de ensino destinada não apenas a um

grupo de alunos, os portadores de necessidades educativas, mas uma modalidade

de ensino especializada no aluno.

São inúmeros os desafios a enfrentar no sentido de se ministrar um ensino

especializado. A fusão entre o ensino regular e o ensino especial tem que ser

encarada com seriedade para que venha se fundir, se juntar, incorporar elementos

para se criar uma nova estrutura. Assim instalar uma classe especial em uma escola

regular, segundo LIMA (2012), nada mais é do que uma justaposição de recursos. O

paradigma e atendimento especializado e segregativo vigente é extremamente forte,

idealizador das instituições e na prática dos profissionais que atuam no ensino

especial. A não diferenciação entre os significados específicos dos processos de

integração e inclusão escolar reforça ainda mais a vigência do paradigma tradicional

de serviços e muitos continuam a mantê-los, embora estejam defendendo a

integração.

3.1 A ESCOLA COMO ESPAÇO INCLUSIVO DE APRENDIZAGENS.

Para a instituição de ensino ser considerada um espaço inclusivo, a escola

precisa abandonar a condição de instituição burocrática, cumpridora de normas

estabelecidas. Para tal, segundo ALMEIDA (2008), deve transformar-se num espaço

de decisão, ajustando-se ao seu contexto e respondendo aos desafios que

apresentam. O espaço escolar, hoje, precisa ser visto como um espaço de todos e

para todos.

Este novo modelo de escola implicará na busca de alternativas que

garantam acesso, a permanência e a interação de todos no processo de

aprendizagem. A inclusão questiona não somente as políticas e a organização da

educação especial e regular, mas também o conceito de integração. A noção de

inclusão não é compatível com a de integração, porém institui a inserção de uma

forma mais radical, completa e sistemática. O conceito de inclusão se refere á

inserção do educando na vida social e educativa, todos os alunos devendo ser

incluídos nas escolas regulares e não somente parcialmente integrados como vem

acontecendo até hoje. Neste novo paradigma o vocábulo integração é abandonado,

uma vez que o objetivo da inclusão é incluir alunos anteriormente excluídos; sua

28

meta primordial é a de não deixar ninguém fora do ensino regular, desde o começo

de sua escolarização.

WERNECK (1997, p.42), afirma “... a inclusão vem quebrar barreiras

cristalizadas em torno de grupos estigmatizados.” O portador de necessidades

educativas vem sendo perseguido e maltratado desde a era pré-cristã. Durante a

expansão do cristianismo passaram a ser protegidos mais pelo sentimento de

piedade que despertavam do que o respeito ás diferenças. Entretanto, só no século

XVI, começou-se a pensar na possibilidade de e criar um sistema educacional que

atendesse as necessidades desse ser especial, que há mais de quatro séculos,

espera pelo reconhecimento de suas potencialidades e direitos de cidadão.

Já está mais do que em tempo de se repensar na responsabilidade da

escola frente ao indivíduo portador de deficiência. É preciso que a escola não tenha

medo de arriscar em busca de rumos inovadores em resposta as necessidades de

inclusão. Como diz MANTOAN (1997, p.68) “... cabe a escola encontrar respostas

educativas para as necessidades de seus alunos.” E, nesta busca de resposta para

atender a diversidade, o processo pedagógico fica, com certeza, mais rico,

propiciando uma melhor qualidade de educação para todos.

3.2 O PAPEL DO PROFESSOR E A ESCOLA INCLUSIVA.

Cada vez mais se torna necessário que a escola regular passe a refletir

criticamente, a pesquisar, criar e questionar o previamente estabelecido, em busca

de rumos inovadores, essenciais ao processo de inclusão. A inclusão na escola

seria então, segundo SOUZA (2005), processo pela qual se adapta e se transforma

para poder inserir em suas classes regulares crianças e jovens portadores de

necessidades especiais que estão em busca do pleno desenvolvimento de suas

potencialidades e exercícios da cidadania.

As escolas inclusivas propõem, segundo MANTOAN (2003), um modo de se

construir o sistema educacional estruturado em função das necessidades de todos

os alunos. A inclusão causa mudança de perspectiva educacional, pois não se limita

a ajudar somente os alunos que apresentem dificuldades na escola, mas apóia a

todos, os professores, alunos, pessoal administrativo, para que obtenham sucesso

29

na ação educativa. O impacto dessa concepção é considerável, porque ela propõe a

abolição completa dos serviços segregados.

Pais, educadores e a comunidade em geral, segundo CHAGAS JUNIOR

(2011), não devem se preocupar com o fato da inclusão de alunos portadores de

deficiência nas classes regulares, virem a prejudicar o desenvolvimento dos demais.

A prática vem mostrando, em países que já vem desenvolvendo programas

inclusivos, que ao se atender este aluno, na classe regular, oferece oportunidades e

aprendizagens múltiplas a todos, como a sensibilidade pela diversidade humana, a

experiência com a riqueza da diferença a o desenvolvimento do espírito de

solidariedade, aspectos tão pouco valorizados. Até agora, nenhuma evidencia

sugere que este tipo de inserção acarrete efeitos negativos sobre os alunos das

classes regulares, pelo contrario, ao atender a diversidade, os professores e a

escola, de modo ge4ral, descobrem a versatilidade e criatividade dos enfoques

pedagógicos que realmente enriquecem a qualidade da educação para todos.

Como já ressaltado anteriormente, a presença do aluno portador de

deficiência na classe regular é enriquecedora para o grupo. Todos se beneficiam:

alunos portadores de deficiência interagindo com alunos das classes regulares,

possuem mais acesso a diversidade cultural, a valores morais e áticos e a riqueza

de atividades curriculares do que se estivessem separados. Conforme afirma

WERNECK (1997, p.53), “O melhor meio de impedir o preconceito é impedindo que

ele se instale nos primeiros anos da infância.”

A educação inclusiva, descrita por WERNECK, vê o aluno portador de

deficiência como ser global e único. Portanto os que praticam a inclusão como

educação integrada á comunidade, segue uma variante da inclusão total, onde o

aluno em certos momentos está na Scola, em outros fora dela, mas sempre

buscando aprender os mesmos conteúdos de aprendizagem que os seus colegas

“normais”.

A equipe de educadores, professores pedagogos, psicólogos, e demais

profissionais, deverá se vir dentro de uma nova perspectiva, como membros de uma

equipe que tem os pais como membros iguais, efetivos, atuantes, colaboradores,

com direito a discutirem sobre os assuntos pertinentes a educação de seus filhos. O

professor especializado deve participar de todas as ações devendo opinar e discutir

30

como professor da classe regular, participar de todo o planejamento em suas fases

de elaboração, execução e avaliação. Cabe ao professor a tarefa de desmistificar a

deficiência, mas principalmente a eficiência do aluno portador de necessidades

educativas especiais, para poder contribuir para sua adaptação, desenvolvimento e

autonomia.

É necessário utilizar todas as alternativas e modalidades de agrupamento

desses alunos com os demais, aproveitando as informações que cada um trás de si

e do meio, sua experiência de vida, que conhecimentos adquire, que habilidades

desenvolveu quais as suas expectativas, seus sonhos e ideais, Sempre levando em

conta, porém, suas reais possibilidades e necessidades impostas pela limitações

inerentes á deficiência.

Ao incluir a família do aluno, como elemento fundamental do processo,

segundo PEDROZA e CHAGAS (2012), a escola está desempenhando um papel

vital para o sucesso do programa. E o professor passa a conta com o apoio daquela

que é a célula fundamental na formação e desenvolvimento de todo o ser humano.

E, no caso do portador de deficiência tem uma significação ainda maior, já que,

inicialmente, sua sobrevivência, aprendizagens, disciplina, autoconfiança e

socialização dependem da aceitação, equilíbrio e interação da família. Entretanto

uma das maiores frustrações dos pais, depois, de aceitarem de fato de um filho ser

excepcional, é não dispor de informação adequada sobre suas reais limitações e os

serviços disponíveis que possam minimizar suas desvantagens e facilitar o

desenvolvimento de suas potencialidades. Cabe a escola trabalhar com os membros

da família ajudando-os a desempenhar efetivamente seus papéis e propiciando-lhes

oportunidade de falarem sobre seus sentimentos e expectativas.

Merece destaque, também, segundo CUNHA (2002), a importância do

envolvimento de toda equipe escolar na busca de alternativas que minimizem as

diferenças e promovam a interação empática e produtiva entre portadores

educacionais, psicológicos, diretores e o professor, os mais indicados para a busca

de subsídios facilitadores da educação inclusiva.

Entretanto, o professor da classe regular certamente será o principal

elemento desse processo, precisando e tempo para seu entendimento sobre

educação inclusiva, a partir dos conhecimentos anteriores como professor.

31

WERNECK (1997), afirma que o professor terá de enfrentar o desafio de incluir não

só em sua turma, mas em sua vida, o aluno portador de necessidades educativas

especiais, alguém com quem talvez nunca tenha tido contato. E para isto é

necessário desprendimento e busca constante de informações para que não caia no

extremo de violar os direitos e/ou ferir os sentimentos deste ser especial que é o

aluno portador de deficiência.

Os professores das classes regulares, segundo GAZINEU (2001), poderão

lançar mão de recursos usados pela educação especial, fazendo adaptações em

sua prática de educador de classe regular, ao incluir um aluno com deficiência em

sua turma. Muita dessas adaptações ele próprio descobrirá sozinho, pois dependem,

principalmente, de aceitação, vontade, reflexão, bom senso, criatividade e empatia.

O educador e a escola que se lançar a este desafio contribuirão, participando de

transformações que, certamente, beneficiarão alunos, escola e toda a ação

pedagógica.

3.3 EDUCAÇÃO DE SALAMANCA E A EDUCAÇÃO.

Segundo Mônica Pereira dos Santos, apud, Odete Ap. da Rosa e Michelle

de Souza Santos (2002), a educação especial na maioria dos países tem seguido

um padrão semelhante em sua evolução. Num primeiro momento caracterizado pela

segregação e exclusão, os portadores de necessidades especiais, são

simplesmente ignorados, evitados, abandonados ou encarcerados e muitas vezes

eliminados.

Num segundo momento, há uma modificação do olhar a respeito da referida

clientela, que agora passa a ser percebida como possuidoras de certas

capacidades, ainda que limitadas, como por exemplo, a da aprendizagem. Mesmo

assim, ainda predomina um olhar de proteção e a pratica no que diz respeito aos

excepcionais, muito embora já não seja mais a de rejeição e medo, ainda e

excludente á medida que se propõe a protegê-los, utilizando-se para tanto, de asilos

e abrigos dos quais raramente saem.

Um terceiro momento é marcado pelo reconhecimento do valor humano

desses indivíduos, e como tal o reconhecimento de seus direitos. Isso se deu, por

32

volta dos anos 60. Porém um fato que quer maior atenção, no desenvolvimento da

historia da educação especial, refere-se a mudanças de valores relativos aos direitos

humanos. Vale ressaltar, que a luta pela igualdade de valores já havia sido iniciadas

bem antes, sendo mais fortalecida a partir dos anos 60. A luta pelos direitos

humanos adquire fortalecimento pelo próprio crescimento dos movimentos das

minorias étnicas, sexuais, religiosas, etc., e tais fatores podem, segundo BUENO

(1999), ser associados:

a) O avanço-cientifico, cuja produção e disseminação de conhecimentos vêm

apenas promovendo a disseminação de certos preconceitos fundados na ignorância

sobre as diferenças da espécie humana, como também alertando para a

necessidade, cada vez mis urgente, de união de povos em função da defesa do

planeta por motivos ecológicos;

b) Um crescente pensar de cunho sociológico, questionando consistentemente o

sentido de praticas discriminatório e clamando por um mundo democrático;

c) O avanço tecnológico, principalmente no terreno das telecomunicações, que vem

aproximando ainda os povos e disseminando mais rapidamente as informações,

provocando ao mesmo tempo a necessidade cada vez maior de um trabalho

especializado capaz de atender a competitividade que o progresso tecnológico,

econômico e outros têm imposto;

Por mais contraditórios que possam parecer, todos esses aspectos vem se

refletindo conjuntamente nos sistemas educacionais de diversos países. O fato é

que tais reflexos geram consequências inevitáveis para a educação especial.

A conferência de Salamanca em 1994, de maneira bem abrangente veio

acirrar as discussões sobre a educação inclusiva. Por um lado, a humanidade clama

por igualdade de valor dos seres humanos e, como tal, pela garantia da igualdade

de direitos entre eles. Por outro seja porque essa mesma humanidade já não mais

comporta a existência da ignorância, seja porque esta pode tornar o ser humano

dependente, seja porque ela o exclui de um ritmo de produção cada vez mais vital a

crescente competitividade, por lhe dificultar o exercício pleno de seus deveres de

cidadão, de uma humanidade trabalhadora, produtiva, participativa e contribuinte.

Manifesta-se assim, a necessidade indivíduo-cidadão, saberes e conscientes

de seus valores e de seus direitos e deveres. Cresce, portanto a importância da

33

educação, e, ainda mais a importância da inserção de todos num programa

educacional que pelo menos, lhe tire da condição de ignorância. Em consequência

disto, cresce também, a necessidade de planejar programas educacionais flexíveis

que possam abranger o mais variado tipo de alunado, e o mesmo tempo, oferecer o

mesmo conteúdo curricular sem perda da qualidade do ensino e da aprendizagem.

3.4 A CONFERÊNCIA DE 1990 A JOMTIEM.

A JOMTIEM, cidade da Tailândia onde ocorreu a conferencia Mundial sobre

Educação para todos, Emprestando o nome a esta conferência, que teve por

objetivo a satisfação das necessidades básicas de aprendizagem através do

oferecimento de educação para todos até o ano de 2000.

Acreditando que a pobreza e a miséria verificada no mundo atual são

produtos, em grande parte, da falta de conhecimento a respeito de seus deveres e

direitos, e, que a própria falta do direito á educação, que é básico, constitui fonte de

injustiça social, a conferência de JOMTIEM, estabeleceu metas para oferecer

educação para todos até o ano de 2000.

Durante a conferência destacou-se a necessidade de promover maiores

oportunidades de uma educação duradoura, que por sua vez implica em três

objetivos diretamente relacionados á educação especial:

a) O estabelecimento de ensino de metas claras, que aumentem o número de

crianças na escola;

b) A tomada de decisão e providencia que assegurem a permanência da criança na

escola, e possibilite obter um real beneficio da escolarização;

c) O inicio de reformas educacionais significativas que assegurem que a escola

inclua em suas atividades, currículos, por intermédio de seus professores serviços

que correspondem ás necessidades de seus alunos, das famílias, e das

comunidades locais para a formação de cidadãos responsáveis e instruídos;

No que diz respeito aos portadores de necessidades educativas especiais,

são considerados tanto como cidadãos comuns quanto como cidadãos peculiares.

São cidadãos comuns ao se propor que o acesso a educação com equidade seja

34

universalizado a todos (Art., III); e peculiares ao explicar-se que é preciso garantir-

lhes igualdades de acesso educação, como parte integrante do sistema educativo,

independente do tipo de deficiência que possuem (Art., V), È necessário que as

autoridades nacionais, estaduais e municipais assumam as responsabilidades pelo

oferecimento da Educação Básica.

Uma conseqüência visível na educação especial reside na ampliação do

conceito de necessidades educacionais especiais. Outra necessidade é a inclusão

da própria educação especial dentro dessa estrutura de “educação para todos”

oficializada em JOMITEM. Entre outras coisas o aspecto inovador da declaração de

Salamanca consiste na retomada de discussões sobre essas conseqüências e

encaminhamento de diretrizes básicas para a formulação e reforma de políticas e

sistema educacionais, assim, conforme seu próprio texto firma, a conferência de

Salamanca:

Proporcionou uma oportunidade única de colocação da Educação Especial dentro da estrutura de Educação para toda firmada em 1990 (...) Ela uma plataforma que afirma o principio e a discussão da pratica de garantia de inclusão das crianças com necessidades educacionais especiais nessas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade e aprendizagem. (UNESCO, 1994, p.15).

No que diz respeito ao conceito de necessidade educacional especiais,

segundo a Declaração de Salamanca ficou estabelecido que:

Durante os últimos quinze ou vinte anos, tem tornado claro que o conceito de necessidades educacionais especiais teve de ser ampliado para incluir todas as crianças que não estejam conseguidos se beneficiar com a escola seja porque motivo for. (UNESCO, 1994, p.15).

Dessa maneira, segundo SANTOS (2000), conceito de necessidades

educacionais especiais passou a incluir, além das crianças com deficiência, aquela

que estão experimentando dificuldades temporárias ou permanentes na escola, as

que estão repetindo continuamente o ano escolar, as que são forçadas a trabalhar,

as que vivem nas ruas ou que moram distantes de qualquer escola, as que vivem

em condições de extrema pobreza ou que sejam desnutridas, as que sejam vitimas

de guerra e conflitos armados, as que sofrem abusos contínuos física, emocionais

ou sexuais, ou as que estão fora da escola, por qualquer motivo que seja.

Tudo que foi exposto permite a realização da seguinte trajetória de

pensamento:

35

a) Até aproximadamente três décadas atrás, o objeto alvo da Educação Especial era

a pessoa portadora de deficiência;

b) Nesse sentido a educação Especial poderia ser considerada em seu sentido

prático, de provisão de certos serviços a uma “clientela” e, que invariavelmente em

um determinado ambiente “especial”, mais propício ao respectivo “tratamento” a ser

dado a sua “clientela”;

c) Que por sua vez, implicava na existência de dois sistemas paralelos da educação:

o regular e o especial;

d) Em outras palavras, se o objetivo-alvo da Educação Especial passou a ser tão

ampliado, a insistência em sua definição em termos predominantemente tão

limitantes, não lhe permitiria mais dar conta de suas novas tarefas;

e) Isso sem contar que, mesmo para algumas de suas velhas tarefas, a Educação

Especial já não vinha obtendo muito êxito em promover respostas eficazes. A esse

respeito, não são poucas as pesquisas e documentos que constatam que a

existência de um sistema ensino não representa necessariamente, uma provisão

educacional, de maior qualidade, muito menos garante a solução dos “problemas”

encaminhados as escolas e classes especiais.

36

4. IMPLICAÇÕES EDUCACIONAIS

Segundo recomendação da UNESCO (1994, p.61), pensar na prática

educacional, em primeiro lugar significa reconhecer que:

Inclusão e participação são essenciais a dignidade humana e ao gozo e exercício dos direitos humanos. No campo da Educação, tal se reflete no desenvolvimento de estratégias que procuram proporcionar diferentes oportunidades. Experiência em muitos países demonstram que a integração das crianças e dos jovens com necessidades educativas especiais e mais eficazmente alcançada em escolas inclusivas que servem a todas as crianças de uma comunidade.”

Em segundo lugar, significa entender o que é a escola inclusiva e seus

princípios. Nesse sentido fica claro que:

O principio fundamental da escola inclusiva é o que todas as crianças deveriam aprender juntas, independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que possam ter, as escolas inclusivas devem reconhecer e responder as diversas necessidades de seus alunos, acomodando tantos estilos com ritmos diferentes de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos por meio de currículo apropriado, modificações organizacionais, estratégicas de ensino, de recursos e parcerias com a comunidade (...). Dentro das escolas inclusivas, as crianças, com necessidades educacionais especiais deveriam receber qualquer apoio extra que possam precisar, para que se lhes assegure uma educação efetiva (...). (UNESCO, 1994.p.61)

Em outras palavras, as implicações consistem no reconhecimento da

igualdade de valores e de direitos, e na conseqüente tomada de atitudes em todos

os níveis, que se reflitam uma coerência entre o que se diz e o que se faz. Em

termos governamentais, isso implicaria na reformulação de políticas educacionais e

nas implementações de projetos educacionais do sentido excludente ao sentido

inclusivo.

Transformar por exemplo, as escolas especiais atuais em centros de

referência de provisão de educação especial, cujo objetivo principal seja fornecer

apoio técnico e equipamento as escolas regulares poderia provocar uma saudável

reformulação na estrutura básica da educação especial “tradicional”. Na verdade a

educação especial, segundo JANUZZI (1985), não se restringe a escolas Especiais.

Essas são possíveis provisões oferecidas pela educação especial, da mesma forma

que seria uma sala regular com professores assistentes trabalhando os grupos de

alunos junto ao professor regente. Assim, a educação especial é muito mais do que

as instituições em que ela é oferecida. Ela tanto pode constituir um sistema paralelo

de educação, quanto fazer parte do sistema regular de qualquer contexto

educacional.

Dessa forma, nos casos em que tal tradição de ensino segregado não esteja

ainda estabelecida, concentrar esforços e investimentos numa educação inclusiva, já

de inicio seria uma grande vantagem, Além de estar em conformidade com o que

sugere a Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994). E nos casos em que a

tradição inclua um sistema paralelo de ensino como palco de acontecimento da

educação especial, o vantajoso seria, conforme sugere o mesmo documento, que os

esforços e técnicas gerados nessas instituições sejam socializados e

democratizados para o ensino como um todo, de forma que a escola especial se

transforme, acima de tudo, num centro de referencia e provisão técnica e de geração

de conhecimentos a serem aplicados na educação regular, para onde iriam, a médio

e longo prazo, seus alunos.

Quando se fala em inclusão, não é apenas de uma determinada minoria

pertencente a uma comunidade. O movimento pela inclusão se refere a uma visão e

perspectiva de mundo, e não apenas a uma luta de algumas minorias. Assim sendo,

no caso do Brasil, as propostas postas em prática, poderiam assegurar uma maior

garantia para nos tornar, na prática, um país de linha mais inclusiva do que somos

no papel. Para tanto, faz-se necessário continuar fortalecendo os níveis locais de

decisão, eleger e vigiar candidatos políticos comprometidos com esse ideal de

mundo, de uma sociedade menos excludente e mais inclusiva, cujas propostas

primem por setores básicos que elevem o Brasil a essa condição.

4.1 MOVIMENTO PELA INCLUSÃO E A FAMÍLIA.

Sabe-se que a luta pelos direitos dos portadores de deficiência não é

recente. No Brasil, se traçamos uma demarcação temporal, segundo SILVA (2011),

pode se encontrar esforços datados de, pelo menos, um século, quando, por

exemplo, iniciaram-se as primeiras tentativas oficiais da escolarização formal de

deficientes visuais.

De modo geral, para MANTOAN (2001), historicamente as lutas em prol dos

direitos dos portadores de deficiência, têm-se caracterizado por alguns momentos

38

marcantes, e, em todas elas a família tem um papel fundamental e importante e

decisivo nas conquistas alcançadas.

É bem verdade que no Brasil, família tem sido cada vez mais ressaltada no

sentido de ser parceira vital no processo de integração (social, escolar) do portador

de deficiência: porém, ainda vivemos um tempo em que a importância desse agente

social chamado família está apenas começando a ser reconhecida. (DECLARAÇÃO

DE SALAMANCA, 1994)

Exemplo disso as práticas comuns que ainda se verificam, tanto no campo

da saúde quanto na educação, quando os profissionais “chamam a família” para

discutir a respeito dos portadores de necessidades especiais, mas não com o intuito

de juntos, decidirem estratégias de ação. O que se observa é que os profissionais

assumem uma postura de superioridade e se limitam a prescrever o que a família

deve fazer.

A escola diz: “O senhor tem que levar este menino ao psicólogo, ao

fonoaudiólogo, ao neurologista,...”, delegando aos profissionais de saúde uma tarefa

que, inicialmente, deveria ser sua, já que esses profissionais, muitas vezes, pouco

dizem. Não discutem o caso, não mostram nem explicam os diagnósticos e ás vezes

pressupõem uma completa ignorância por parte da família a respeito de seus

próprios filhos, o que não é verdade. Afinal, não se deve confundir ignorância de

vida. O fato de não dominar uma terminologia técnica, não quer dizer que a pessoa

não saiba o que se passa com ela mesma e com os entes mais próximos.

Entretanto, apesar das dificuldades, ao olhar para esse processo do ponto

de vista histórico, constata-se certos avanços. Hoje, mais do que em qualquer outra

época, o momento prima por princípios de integração/inclusão. A Declaração de

Salamanca, documento mor, inspirador de muitas das políticas educacionais da

maioria dos países, é bem clara no que se refere se a família e ao movimento pela

inclusão. (Quatro de seus artigos, Art. 59, 60; 61; 62) se referem especificamente á

“Integração com os pais” e vários outros que indiretamente implicam uma parceria

com a instituição familiar no processo de integração/inclusão dos portadores de

deficiência.

São de especial relevância os artigos 60 e 61, no que dizem:

39

Os pais são os principais associados no tocante ás necessidades educativas especiais de seus filhos, e a eles devem competir, na medida do possível, a escolha do tipo de educação que desejam ser dadas a seus filhos. (Declaração de Salamanca, Art. 61).

Deverão ser estreitadas as relações de cooperação e apoio entre

administradores de escola, professores e pais, fazendo com que estes últimos

participem na tomada de decisões, em atividades educativas no lar e na escola, na

supervisão e no apoio da aprendizagem de seu filho. (Declaração de Salamanca,

Art.61).

Portanto, não resta dúvida de que hoje em dia, mais do que nunca, a família

deve ser vista e tratada como um parceiro a somar no processo de quebra das

barreiras que impedem a participação e a inclusão social de seus integrantes, por

quaisquer motivos que sejam.

Se for efetuado um levantamento das práticas sociais, educacionais e de

saúde em países que já praticam a inclusão, verificar-se-á com segurança, que a

família foi redescoberta como ponto nevrálgico, do processo de inclusão.

No caso brasileiro, as organizações não governamentais (ONGS), criadas na

maioria pelos pais e/ou técnicos, segundo SANTOS (1999), têm desempenhado um

importante papel histórico, essas organizações em parceria com o poder público

governamental têm oferecido o atendimento de que os portadores de deficiência

necessitam em educação, saúde e trabalho. Cabe lembrar que até recentemente,

essas lutas ainda se travavam de uma forma protecionista; o atual movimento da

inclusão tem implicado em que hoje tais lutas adquiram uma conotação diferente,

mais politizada, contando com a participação direta dos próprios portadores de

necessidades educativas especiais.

Sendo assim, SANTOS (2011), ressalta que as famílias do PNEE, por meio

de suas organizações representativas, têm sido estimuladas a passar por um

processo de transformação de suas praticas e filosofias de atuação num sentido

cada vez mais inclusivo. Essa necessidade de revisão com vistas á transformação

tem, por vezes, gerado certo receio de perder direitos, espaços, enfim conquistas

que foram obtidas através de muitas lutas. Todavia, essa apreensão é

desnecessária, se a participação efetiva das famílias e comunidades, conforme

explica a Declaração de Salamanca e outros documentos pertinentes á inclusão.

40

Entretanto, em meio a esta luta, revela-se, segundo ALMEIDA (2008), uma

certeza incontestável: a participação da família é de importância vital para o

movimento da inclusão. Seja de forma individualizada ou por meio de suas

organizações, é imprescindível a sua participação para a continuação da luta para

uma sociedade mais justa e igualitária seja garantida. É imprescindível que as

famílias busquem conhecer para participar, dando o exemplo de cidadania, como,

aliás, cabe a qualquer família, e servir assim, como mais um veículo por meio do

qual seus filhos possam aprender para ser.

41

5. A INCLUSÃO DE PORTADORES DE NECESSIDADES EDUCATIVAS, NA

VISÃO DO GESTOR DA ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL

VITAL BRASIL

A escola Municipal de Ensino Fundamental Vital Brasil, está localizada na

BR sentido Aripuanã, Projeto de Assentamento Escol Sul, distante 28 km do

município de Colniza. A mesma está sobre a direção do coordenador professor

Antonio Carlos Rodrigues de Souza. O mesmo possui habilitação em magistério e

graduado em Licenciatura Plena em Pedagogia pela Universidade Federal de Mato

Grosso.

A inclusão de alunos com Necessidades Educativas Especiais em sala de

aulas normais, no sistema de educação de ensino básico, passa por diversas

reformulações quanto á inclusão de PNEs em escolas consideradas normais uma

vez que a mesma não apresenta nenhum tipo de estrutura adequada para atender a

demanda de alunos especiais. Nesse sentido perguntei ao professor Antônio Carlos

gestor da unidade de ensino Vital Brasil se a entidade educacional passa por

situações semelhantes a que citei no trabalho acima, como estrutura física. Vejamos

o que o coordenador responsável pela escola relatou:

Por ser uma escola de campo, e está distante do centro urbano a estrutura da escola é muito precária, pois não temos salas adequadas para atender os alunos com necessidades educativas especiais, ou seja, mal temos condições de atender os outros alunos.

Percebe-se que a falta de estrutura dos ambientes escolares, vem

dificultando o acesso e a permanência dos alunos especiais nas escolas regulares,

uma vez que a proposta inclusiva vem sendo cada vez mais discutidas nos

congressos nacionais e internacionais em todo o mundo. Indaguei também ao

coordenador gestor da escola sobre alguns recursos utilizados em salas de aulas

para a aplicabilidade de atividades aos portadores de necessidades educativas

especiais, o mesmo fez o seguinte relato:

Os métodos que utilizamos, são os mais simples possíveis, como já disse anteriormente, falta todo uma organização do ambiente escolar, materiais didático e paradidáticos que possibilita uma aprendizagem de qualidade e proporcione o gosto pela escola.

Muitas vezes com programas criados pelas prefeituras municipais,

consegue-se sanar algumas das problemáticas que são enfrentadas no cotidiano do

aluno especial, podendo ser resolvida com recursos de baixo custo. Ou seja, é

quebrada certa convicção generalizada, um certo tabu, voltado para as reais

necessidades desses alunos Portadores de Necessidades Educativas Especiais.

É importante ressaltar que mesmo com dificuldades em obter recursos

didáticos pedagógicos para aplicação das atividades em salas com alunos com

algum tipo de deficiência educativa, deve-se levar em conta o contexto local, visando

futuramente adaptações que garantem a acessibilidade para as mais diversas

situações, È possível, no entanto, buscar soluções e alternativas, como prover

acessibilidade desses educando no ambiente escolar, redistribuindo as atividades a

serem realizadas em sala, convidando a comunidade a participar dos projetos

educativos desenvolvido pela escola, buscando possíveis soluções, para assim dar

o atendimento necessário ao aluno com necessidades especiais educativas.

Diante da nova realidade de inclusão efetiva das crianças nas escolas, foi

recentemente promulgada pelo Decreto n 5.296/2004 que “estabelece normas gerais

e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência

ou com modalidade reduzida e dá outras providências”, tornando obrigatória a

aplicação da NBR/9.050/2004. È absolutamente fundamental criar as condições

para que qualquer criança possa acessar todos os espaços de sua escola e

participar de todas as atividades escolares com segurança, conforto e maior

independência possível, de acordo com suas habilidades e limitações. Perguntei ao

gestor se acessibilidade do aluno portador de necessidade educativa especial nas

escolas regulares favorece o ensino dos mesmos. Vejamos o que disse:

Os alunos com necessidades educativas especiais possuem melhor o acesso a escola do que os demais alunos da instituição escolar, uma vez que a atenção deve ser redobrada e o atendimento também.

Para o gestor professor Antônio Carlos, a escola é um dos principais

contextos do desenvolvimento do aluno. Entre as grandes questões que estão em

evidência na discussão de políticas públicas voltadas para a educação, se tratando

de uma situação muito complexa a inclusão de portadores especiais em escolas

regulares. Questionei ao gestor sobre os desafios que enfrenta ao se deparar com a

diversidade dos alunos. Obtive a seguinte resposta:

O desafio de lidar com as diferenças na escola em uma sociedade homogeneizante, na qual o diferente ainda é visto como uma ameaça. Mas, todos nós somos diferentes uns dos outros, pois temos habilidades diferenciadas. È sempre difícil estabelecer uma fronteira nítida, um corte entre o habitual e o mais diferente.

43

No entanto a diversidade cultural é um fato positivo, um valor que nos

enriquece a todos e nos ensina que não há uma única forma de ser, de sentir e de

enfrentar a educação. Ao contrario, a desigualdade social implica desequilíbrio,

discriminação, falta de oportunidades para alguns ou para muitos. Dentre todos os

contextos vinculados ao processo da inclusão, o ambiente da aula é aquele onde o

professor tem a sua ação mais efetiva. Perguntei também ao gestor sobre quais

caminhos apontaria aos educadores brasileiros para lidar com crianças com

necessidades educativas especiais. Vejamos qual a resposta do educador.

É preciso recordar que qualquer criança tem mais de criança do que de especial. Por esse motivo o contexto habitual de socialização e aprendizagem estabelecido para todas as crianças, ou seja, a escola é o meio ideal para o seu desenvolvimento. Considero que devem ser dotadas de forma explicita medidas especiais, fundamentalmente adaptações curriculares, como elevar ou rebaixar objetivos, modificar a metodologia e ajustar os métodos avaliativos.

Para a criança que ingressa numa escola inclusiva, cada contexto novo que

ela encontra (um micro sistema) determina uma transição ecológica. É importante

que os adultos entendam a importância de que esses contextos ofereçam aos

participantes a oportunidade tanto de se engajarem com também de observarem as

atividades, pois as relações interpessoais são construídas a partir das observações.

Para que essa transição se torne menos difícil, é importante que as atividades

ocorram com bases na reciprocidade, equilíbrio de poder e afetividade. A criança

precisa vivenciar tanto os contextos em que ela tem a autonomia para vivenciar as

habilidades já adquiridas. Perguntei ao coordenador Antônio Carlos se acontece à

exclusão com os alunos portadores de necessidades especiais na escola em que

atua, o mesmo me deu a seguinte resposta:

Sempre tem aqueles alunos ou até mesmos, pais de alunos, que fazem gracinhas, como por exemplo, colocam apelidos, não ficam pertos uns dos outros, acabam deixando os colegas com necessidades educativas especiais, fora das atividades que realizam em conjuntos desvalorizando os mesmo. Por apresentarem características diferentes dos demais. Isso muitas vezes implica no não desenvolvimento desses educando. O que Caracteriza percas ao seu desenvolvimento escolar, mesmo estando presentes no processo educativo e conscientizando os demais alunos da importância da inclusão dos Portadores de Necessidades Educativas em escolas regulares, uma vez que é lei constitucional.

Percebe-se, que após anos de luta para inserir os alunos com necessidades

educativas em escolas, cujo ensino seja oferecido a todos os cidadãos, sem que

haja nenhum tipo de negligência ao oferecimento do ensino de educação básica,

persiste a exclusão nos tempos atuais, dessa categoria de alunos. O que muitas

44

vezes dificulta a permanência dos mesmos nos ambientes escolares, ocorrendo à

evasão, e através de imposições de entidades e geralmente gera muita violência.

As nossas diferenças podem nos fazer vencer, ou perder, em uma atividade

desenvolvida na escola, isso não significa que somos íncapazes, ou incompetente

de realizar ações e nos socializarmos com outras pessoas de comunidades

diferentes, apenas como já foi dito anteriormente temos habilidades diferenciadas.

Os Portadores de Necessidades Educativas Especiais são tão capazes como os não

portadores de necessidades educativas, e por isso é importante respeitar os direitos

e valores individuais de cada um. Temos o direito de ir e vir a onde e quando

quisermos, a exclusão dos PNEs é crime. Dentro do possível procure ajudar a

permanecer no ambiente escolar, esses alunos, os mesmos possuem sua

criatividade própria, suas estratégias de relacionamento, e de convivência em grupo.

Segundo FORTUNA (2008, p.17),

A exclusão social não significa desconexão de qualquer forma de vínculo social, mas exclusão de direitos. Que fique bem claro para nós, é muito importante a sua contribuição, como cidadão brasileiro, no processo formativo dos alunos com necessidades educativas especiais no que diz respeito a todas as ações direcionadas aos alunos especiais, no processo inclusivo em escola de educação básica regular, médio e superior de ensino.

45

CONCLUSÃO

O tema inclusão é hoje foco de atenção e discussão no mundo todo.

Educadores comprometidos com essa missão, não podem ficar alheios. O momento

exige ação, informação, direcionamento e parceria na luta contra a discriminação

dos excluídos. É preciso construir uma sociedade mais justa, igualitária e inclusiva.

No entanto percebemos a importância de incluir os alunos portadores de

necessidades educativas especiais em salas de aulas regulares, uma vez que

estaríamos proporcionando condições dignas de aprendizagem a esses alunos.

O desafio para o professor da classe regular é grande, pois exige mudanças

e inovações no contexto de sala de aula e na metodologia empregada. Pesquisas

efetuadas entre professores do ensino regular, evidenciam ainda, muita resistência a

estas mudanças. Muitos justificam que além da falta de informação e formação,

faltam-lhes condições psicológicas para assumir tal compromisso. Na realidade o

que se percebe é uma grande insegurança, reforçada pela falta de aceitação, por

grande insegurança, reforçada pela falta de aceitação, por grande parte dos

profissionais de educação.

Tais observações justificam os dados que mostram que o número de

portadores de necessidades especiais incluídos em instituições de ensino regulares,

é irrisório frente á demanda existente. Vimos ainda, que o nível do fracasso escolar,

verificado na clientela de educação especial é quase tão alarmante quanto o

alunado da educação regular. Esses estudos, em geral apontam para a relatividade

do conceito de necessidades especiais e para a necessidade de haver um ensino

especializado que complemente a provisão educacional regular, fazendo, portanto,

parte desta, não se constituindo em um sistema a parte, com instituições próprias

parte desta, e não se constituindo em um sistema e parte, com instituições que

encarecem ainda mais os serviços, sem necessariamente melhorar a qualidade.

Da mesma forma que a educação especial, a educação regular também

sofre suas conseqüências, o aumento do contingente de fracassados e excluídos

apenas formaliza a constatação de sua ineficácia e amplia a objetividade de ser um

instrumento de justiça e promoção social.

Essa educação, portanto, também precisa ser revista. O que essa nova

concepção necessidades especiais provoca é uma aproximação desses dois tipos

de ensino, o regular e o especial, na medida em que essa nova definição implica

que, potencialmente, possuímos ou podemos possuir deficiências, temporária ou

permanente. Necessidades Educacionais Especiais. E sendo assim não há porque

haver dois sistemas paralelos de ensino, mas sim um sistema único, que seja capaz

de prover educação para todo o seu alunado, por mais especial que ele possa ser

ou estar

Não se trata, por tanto, nem de acabar com um ou outro sistema de ensino,

mas sim de junta-los, e unifica -los num sistema educacional único, que parta do

mesmo principio, de que todos os seres humanos possuem o mesmo valor e os

mesmos direitos, sejam garantidos. É isso que significa na pratica incluir a educação

especial na estrutura de educação para todos.

Pude concluir que a escola, como espaço inclusivo, deve considera como

seu principal desafio, o sucesso de todos os seus alunos, sem exceções. Os

governos precisam formular políticas que assegurem a inclusão dos incluídos e,

portanto, estabelecer metas e procedimentos eficientes de inclusão e de

instrumentação a cidadania.

Neste final de século, a escola não pode mais desconsiderar esse desafio.

Ela tem que estar preparada para lidar com situações que fujam do cotidiano, e com

certeza, toda a sociedade se beneficiará de uma educação mais justa, democrática

e eficiente.

Percebi também que um dos problemas enfrentados por uma criança

portadora de necessidades especiais educacionais encontra no momento de

inclusão no que diz respeito aos currículos escolares serem estratificados em

função de uma seqüência gradativa de dificuldade, como se todas as crianças de

uma mesma faixa de idade aprendessem no mesmo tempo que as demais do seu

grupo.

Essas dificuldades são enfrentadas geralmente em todo âmbito nacional

brasileiro. Diante desse contexto compreende-se as dificuldades enfrentadas pelo

gestor da Escola Municipal Vital Brasil, a falta de infra estrutura, que não é

adequada para a inserção desses alunos em escolas regulares de ensino da

47

educação básica, e sua permanência na mesma, pois as condições físicas não são

suficientes para atender a demanda de alunos, uma vez, que é direito de todos os

cidadãos brasileiros a ir para uma escola da rede publica de ensino.

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ANEXOS

QUESTIONÁRIO

1) A escola Municipal Vital Brasil passa por reformulações educacionais quanto

á inclusão dos alunos portadores de necessidades educativas em escolas regulares.

A

escola não possuem estruturas adequadas para atender esses alunos.Procurando

assim se adequar as novas realidades educacionais?

2) A escola possui recursos e materiais pedagógicos, adequados para serem

utilizados em sala, para a aplicabilidade de atividades aos alunos portadores de

necessidade educativa especiais?

3) A acessibilidade da educação regular, aos alunos portadores de

necessidades educativas, favorece a ensino a essas crianças e sua permanência na

escola evitando assim a evasão escolar?

4) Quais os principais desafios, que o gestor escolar dessa unidade, enfrenta ao

se deparar com a diversidade cultural dos alunos que ingressam no ensino regular

de educação a cada novo ano letivo?

5) Quais os caminhos que o senhor como gestor apontaria para os demais

educadores, ao lidar com crianças portadoras de necessidades educativas especiais

e a inclusão das mesmas, nas unidades de ensino públicos?

6) Existe a exclusão dos alunos com PNES na escola em que você atua? Quais

os métodos adotados pela escola para melhorar o desempenho e a interação dos

alunos uns com os outros?